Revista Brasileira de Psicologia Aplicada ao Esporte e à Motricidade Humana Volume 4 . Número 1 . Outubro 2014

June 8, 2017 | Autor: Lucas Silva | Categoria: Psicologia Do Esporte, Ciencias Do Esporte, Esporte Escolar, Psicologia
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Volume 4. Número 1. Outubro de 2014. ISSN 2238-8001

Revista Brasileira de Psicologia Aplicada ao Esporte e à Motricidade Humana Volume 4 . Número 1 . Outubro 2014 ISSN 2238-8001

Prof. Dr. Altair Moioli (Org)

A RBPAEMH é orgão orficial de divulgação do Congresso Brasileiro de Psicologia Aplicada ao Esporte e à Motricidade Humana São José do Rio Preto-SP

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Comissão Científica Prof. Dr. Afonso Antonio Machado - UNESP Prof. Dr. Kazuo Kawano Nagamine - FAMERP Prof. Drª Silene Fontana - FIPA Prof. Drª. Mara Rosana Pedrinho - UNIRP Prof. Dr. Lucas Portilho Nicoletti - UERR Prof. Dr. Marcelo Calegari Zanetti - UNIP Prof. Dr. Altair Moioli - UNIRP Prof. M.Sc. Arlete G.Scaramuzza P. Nicoletti - Dom Bosco

IV CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOLOGIA APLICADA AO ESPORTE E À MOTRICIDADE HUMANA

Editoração Rodrigo A. Martins Gonçalves Consultoria Técnica Paulo Resende Capa Renata Sbrogio Periodicidade Anual

Endereço Av. José Munia Nº 5650 - Chácara Municipal CEP - 15.090.500 - São José do Rio Preto-SP Telefone (17) 3016.1101 Fax (17) 3201.8890

www.psicologiadoesporte.esp.br

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05 SUMÁRIO EDITORIAL ...................................................................................................................................................... 7 COMISSÃO ORGANIZADORA ........................................................................................................................ 8 PROGRAMA .................................................................................................................................................... 9 . RESUMOS DAS CONFERÊNCIAS E MESAS REDONDAS ............................................................................... 15 A Educação Física e a Psicologia do Esporte em Jogo: resultados da Copa do Mundo, o que temos com isso? Prof. Dr. Afonso Antônio Machado ................................................................................................................... 17 Emoções no Esporte e na Atividade Física Prof. Dr. Daniel Presoto. .................................................................................................................................. 23 Contextualizações das Emoções no Esporte e na Atividade Física Prof. Dndo. Mauro Klebis Schiavon .................................................................................................................. 24 Ciberviolência no Esporte: uma visão sobre as torcidas organizadas (cyberhooligans) Prof. Mdo Guilherme Bagni ............................................................................................................................. 25 Violências Escolares: a necessidade de problematizar tais questões para além dos reducionismos Profª. Drª. Mara Rosana Pedrinho ................................................................................................................... 27 Bullying Virtual no ambiente escolar Prof. Dr. Antonio Carlos Araujo; Profª Drª Silene Fontana ................................................................................ 29 Afinal, Esporte Educa? Prof. Dr. Marcelo Callegari Zanetti ................................................................................................................... 30 Diálogos entre a Psicologia, a Educação Física e o Esporte: por que não? Ednei Previdente Sanchez; Camila Freitas Teodoro .......................................................................................... 34 Educação e Esporte caminham juntos? Profª Mda. Arlete Scaramuzza Nicoletti ........................................................................................................... 35 Perspectivas para o Esporte e a Psicologia Prof. Dr. Afonso Antonio Machado ................................................................................................................... 37 CURSOS ......................................................................................................................................................... 41 Dimensão psicológica na detecção de talentos esportivos Prof. Kauan Galvão Morão; Prof. Renato Henrique Verzani .............................................................................. 43 Treinamento Funcional Prof. Esp. Marcelo Jamil Humsi ........................................................................................................................ 44 Dança: Criação, Concepção e Performance Prof. Frank Tavantti ......................................................................................................................................... 45 ARTIGOS ....................................................................................................................................................... 47 A influência da privação visual nas respostas psicológicas de indivíduos adultos após exercício em leg press 45° Luciana Botelho Ribeiro; Eric Francelino Andrade; Gustavo Puggina Rogatto; Priscila Carneiro Valim-Rogatto ... 49 Efeitos de uma sessão de dança sobre a ansiedade de indivíduos com deficiência intelectual leve Eric Francelino Andrade; Lucimara Mendonça Zacaroni; Gustavo Puggina Rogatto; Priscila Carneiro Valim-Rogatto; Amanda Mayara do Nascimento-Cardoso ................................................................. 54 Artes Orientais de Movimentos: alternativas às terapias do campo da saúde. uma possibilidade de investigação para a psicologia do esporte. um exemplo de pesquisa fenomenológica

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06 Hebert Henrique Ohnishi Carabolante; Luiz Augusto Normanha Lima ............................................................ 58 Educação Física e Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC: atitudes de professores imigrantes e nativos digitais frente aos recursos tecnológicos aliados à prática docente Douglas Aparecido de Campos; Anderson Bençal Indalécio ........................................................................... 64 Associações entre habilidade motora grossa e dificuldade de aprendizagem: resultados preliminares Leonardo Trevisan Costa; Anderson Bençal Indalécio; Danilo Assis de Souza; José Irineu Gorla ...................... 72 Formação de Atletas: Uma Análise Sobre Ansiedade e a Interferência dos Pais Renato Henrique Verzani; André Aroni; Luis Fernando Gonçalves; Guilherme Bagni; Kauan Galvão Morão; Afonso Antonio Machado ............................................................................................................................... 77 Geografia Esportiva: questões relacionadas a eventos esportivos Luis Fernando Gonçalves; Kauan Galvão Morão; Guilherme Bagni; Renato Henrique Verzani; Afonso Antônio Machado ....................................................................................................................................................... 82 O Bullying no ambiente esportivo: implicações para a prática Kauan Galvão Morão; Luis Fernando Gonçalves; Guilherme Bagni; Renato Henrique Verzani; Afonso Antônio Machado ....................................................................................................................................................... 86 Professores de Educação Física e o uso das redes sociais Vivian de Oliveira; Guilherme Bagni; André Luis Aroni; Gustavo Lima Isler; Kauan Galvão Morão; Afonso Antônio Machado .......................................................................................................................................... 92 O Moodle como ferramenta de ensino da Psicologia do Esporte: visão sobre os pontos negativos do curso Guilherme Bagni; Vivian de Oliveira; Renato Henrique Verzani; Kauan Galvão Morão; Luis Fernando Gonçalves; Afonso Antonio Machado ............................................................................................................. 97 Meios de comunicação social de massa e a agressividade do espectador de Futebol Claudinei Chelles; Mauro Betti ..................................................................................................................... 102 O Jogar sob uma investigação psicanalítica Claudinei Chelles; Mauro Betti ..................................................................................................................... 108 Caracterização teórica da filosofia Saikoo de Jiu-jítsu e das contribuições da Psicologia Desportiva na performance dos atletas Marcelo de Carvalho Spolzino; Claudemir Gomes ........................................................................................ 113 Resumos de Temas Livres e Painéis.......................................................................................................... 119

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EDITORIAL Acredito, que quase todo brasileiro viveu expectativas intensas no tempo que transcorreu entre a realização do último Congresso no ano de 2012 e o que restamos recebendo este ano. Nesse período, experimentamos um elevado nível de ansiedade esperando a chegada de 2014 como um ano importante para o esporte. A passagem da Copa do Mundo representaria a conquista de legados importantes para todos os setores. A esperança era também de que psicologia e o esporte brasileiro pudessem romper fronteiras e o país assumisse um protagonismo sem precedentes. Mas, contra todos os prognósticos, este ano está provocando uma sensação de incompletude, visto que, mesmo com um grande evento como o que o país sediou, parece não ter preenchido os anseios dos setores esportivos, educacionais, culturais, políticos e econômicos. Talvez, diante de um comportamento compulsivo para o consumo de informações, compartilhamento de selfies, aquisição de bugigangas tecnológicas, o homem esteja perdendo a capacidade de desfrutar as grandes emoções do cotidiano com a intensidade que se espera. Essa fugacidade do comportamento humano e as difusas concepções de território de convivência, o constante deslocamento do plano físico para o plano virtual faz deste momento histórico um momento de reflexão. Alguns autores, entre eles Betti (1988), argumentam que o esporte tem sido usado para tentar solucionar problemas que as políticas públicas não solucionam, problemas sociais como a criminalidade, cura ou alívio do estresse urbano em que a sociedade em geral está vivendo, questões de sociabilidade das crianças e inclusive para reprimir a sexualidade. Nossa proposta é que neste evento possamos nos questionar e refletir sobre os paradigmas teóricos e práticos que o esporte está vivendo e compreender os mecanismos sociopsicológicos que a sociedade de consumo impõe a ele É preciso ter um olhar crítico e a consciência do que tem sido imposto. Assim a conferência de abertura propõe pensar a Educação Física e a Psicologia do Esporte neste momento tão importante que o país vive. Momento pós-derrota na Copa e momento de decisão política para esta grande Nação. Nos demais dias a programação está voltada para cursos de aprofundamento que irão auxiliar na prática cotidiana dos profissionais e futuros profissionais, mesas de discussão que irão tratar de temas relevantes para pensar a formação profissional, as implicações do esporte na vida e na educação. O cenário de apresentação de trabalhos abrilhantará o nosso congresso como espaço democrático, produtivo, rico de ideias, trocas de experiências e aprendizagem simultânea. No encerramento do evento, uma reflexão para além do cenário atual: Quais as perspectivas para o Esporte e a Psicologia? Serão pautadas considerações para que possamos pensar e repensar nossa atuação profissional enquanto partícipes desse processo de mudança Ao finalizar este preâmbulo, ressaltamos a dedicação, as parcerias, o empenho e a confiança de todos na organização de nosso IV Congresso. Que todos possam se sentir acolhidos, abraçados por nossa cidade e por nós, para os que vieram de outras cidades, que tenham uma ótima estadia e para todos aqueles de nossa cidade que estarão nos prestigiando com a presença, nossos agradecimentos e o desejo de que este seja um espaço de muita aprendizagem e reflexão individual e coletiva. Bem vindos ao IV Congresso Brasileiro de Psicologia Aplicada ao Esporte e à Motricidade Humana.

Prof. Dr. Afonso Antonio Machado

Prof. M.Sc. Altair Moioli

Coordenador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte - LEPESPE - UNESP- Rio Claro- SP

Presidente da Comissão Organizadora CBPAEMH

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IV CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOLOGIA APLICADA AO ESPORTE E À MOTRICIDADE HUMANA 09 a 11 de Outubro de 2014

Organização Presidente Prof. Dr. Altair Moioli Assessoria Técnico-Pedagógica Prof. M.Sc. Arlete Guisso Scaramuzza Portilho Nicoletti Prof. Esp. Guilherme Rocha Britto Comissão Científica Prof. Dr. Afonso Antonio Machado - UNESP Prof. Dr. Kazuo Kawano Nagamine - FAMERP Profª. Drª. Mara Rosana Pedrinho - UNIRP Prof. Dr. Lucas Portilho Nicoletti - UERR Prof. M.Sc. Ednei Previdente Sanches - UNILAGO Profª. M.Sc. Ligia Adriana Rodrigues - FAFICA Prof. M.Sc. Marcelo Calegari Zanetti - UNIP Profª Drª Silene Fontana - FIPA Secretaria Geral Prof. Esp Robinson Simões Gavassi Prof. Esp. Paulo Estevão da Silva Prof. Esp. Rodinei Marcelino Rodrigues Prof. Marcus Fabiano Franco da Gama Tesouraria Prof. Esp. Marcos Antonio Favarin Prof. Esp. Robinson Simões Gavassi Assessoria de Imprensa Jornalista Paulo Rezende Relações Públicas Prof. Marco Antonio de Mello Franco Prof. Gabriel Lage Marketing | Publicidade | Fotografia Rodrigo A. Martins Goncalves Divulgação | Informática | Filmagem | Apoio Técnico Marcus Fabiano Franco da Gama Tayla Monize da Silva Luiz Henrique Orestes Renan Franco Girodano Bruno Teixeira Medrado Hospedagem | Alojamento Prof. Silvio Renato Silveira Alimentação | Transporte | Recursos Materiais Prof. Esp. Manoel Brandão Filho Prof. Paulo Estevão Alves da Silva Prof. Lucas Milani Franco Prof. Renato Alex Cioca Prof. Rodnei Marcelino Rodrigues

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09 PROGRAMA 09.10.2014 | QUINTA FEIRA UNIP | Campus JK – Av. Juscelino Kubitschek Oliveira, s/n – Jardim Tarraf II 19h00 | ÁREA DE CONVIVÊNCIA DO TEATRO Abertura da Secretaria Geral | Cadastramento e entrega de material 19h30 às 20h00 | TEATRO Cerimônia de Abertura 20h00 às 21h30 | TEATRO Conferência de Abertura: A Educação Física e a Psicologia do Esporte em jogo: resultados da Copa do Mundo, o que temos com isso? Convidado: Prof. Dr. Afonso Antônio Machado | UNESP Rio Claro-SP Moderador: Profª Drª Priscila Carneiro Valim-Rogatto | UFLA Resumo: O impacto psicológico, econômico e sociológico dos eventos esportivos para a sociedade como um todo e para a educação em especial. O poder dos meios de comunicação virtual no processo de massificação da cultura esportiva. A crítica social do esporte e os paradigmas da sociedade pós-moderna. 21h30 | Área de Convivência Teatro Apresentações artísticas | Coquetel de boas vindas 10.10.2014 | SEXTA FEIRA UNIP | Campus JK – Av. Juscelino Kubitschek Oliveira, s/n – Jardim Tarraf II 08h30 às 12h30 | Cursos de Aprofundamento BLOCO “C” | SALA2 01 Curso 1 - Concepções teóricas e metodológicas para o futebol Convidado: Prof. Carlos Rossi | Técnico de Futebol | Campeão Paulista Série A3 edição 2014. Moderador: Prof. Ms Martin Wisiak | Unirp – S. J. Rio Preto Ementa: Aspectos conceituais e didático-metodológicos aplicados ao futebol. Situações de ensino-aprendizagem com exercícios educativos. Possibilidades de implantação de novas metodologias de ensino frente ao cenário atual. BLOCO “C” | SALA2 02 Curso 2- Atividades recreativas educacionais Convidado: Prof. Luís Antônio de Souza Junior | UNIP São José do Rio Pardo-SP Moderador: Prof. Gabriel Lage | Smel –S. J. Rio Preto-SP Ementa: A atuação do professor com atividades recreativas na escolarização da criança. Preparação e conhecimento pedagógico. Atividades práticas para diversos ambientes e ciclos de aprendizagem. Aspectos motivacionais, técnicas de intervenção e planejamento das atividades. BLOCO “C” | SALA 204 Curso 3- Treinamento Funcional Convidado: Prof. Marcelo Jamil Humsi | Instituto de Reabilitação Lucy Montoro Moderador: Prof. Cleide Monteiro | Unip - S.J. Rio Preto-SP Ementa: Introdução conceitual e metodológica do treinamento funcional. Planejamento e aplicação de atividades por meio de vivência prática. Aspectos cinesiológicos, sistematização, avaliação e prescrição do treinamento funcional. BLOCO “C” | SALA 203 Curso 4- Badminton: práticas escolares Convidado: Prof. Roberto Aparecido Leal | Smel - S. J. Rio Preto-SP Moderador: Prof. Renato da Silva Santos | Unilago - S. J. Rio Preto-SP Ementa: Intervenção metodológica para a aprendizagem dos esportes e dos jogos nos diversos contextos educacionais. Outras formas de motivar a participação nas aulas de educação física. Exercícios educativos para a prática da modalidade como componente da cultura corporal de movimento. BLOCO “C” | SALA 205 Curso 5- Dimensão psicológica na detecção de talentos esportivos Convidado: Profs. Kauan Galvão Morão e Renato Henrique Verzani | Lepespe-Rio Claro-SP Moderador: Prof. Dr. Marcelo Calegari Zanetti | UNIP

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10 Ementa: Aspectos psicológicos do esporte. A importância das relações interpessoais para a formação do atleta jovem. Fatores que interferem na avaliação e desenvolvimento da atividade esportiva. Variáveis psicológicas interferentes na adaptação, promoção e no treinamento esportivo. TEATRO Curso 6 | Dança: concepção, educação e performance Convidado: Prof. Frank Tavantti | TF Style Cia de Dança Moderador: Prof. Esp. Guilherme Rocha Britto Ementa: Atividades para desenvolver a consciência, expressão e o movimento corporal integrado às técnicas da dança. Novas leituras corporais, fundamentação estética e as relações entre as linguagens musicais e a dança. Fornecer subsídios para o desenvolvimento criativo de estudos coreográficos por meio da improvisação como forma de pesquisa corporal. Exercícios individuais e em grupos 12h30 às 14h30 – Almoço 14h30 às 16h00 | TEATRO - Mesa Redonda Ciberviolência: implicações para o esporte e a educação Convidados: Prof. Mdo Guilherme Bagni | LEPESPE UNESP Rio Claro-SP e Prof Drª Mara Rosana Pedrinho | UNIRP – S. J. Rio Preto-SP Moderador: Profª Drª Silene Fontana | Fundação Padre Albino - Catanduva-SP Resumo: O comportamento dos adolescentes e os deslocamentos pelas redes sociais virtuais. A liberdade proporcionada pelo espaço virtual e a sensação de impunidade. A banalização da agressividade e da violência pelos meios de comunicação. O escopo do ciberespaço para as manifestações de preconceito e hostilidade. Causas e consequências no âmbito escolar. Estratégias de enfrentamento. 16h00 às 16h30 | Área de Convivência Teatro Coffee break 16h30 às 18h00 | TEATRO - Mesa Redonda Emoções no Esporte e na Atividade Física Convidados: Prof. Dr. Daniel Presoto | ESEF Jundiaí-SP e Prof Dr. Mauro Klebis Schiavon | Unianhanguera Moderador: Prof. M.Sc. Ednei Previdente Sanches | Unip/Unilago - Rio Preto-SP Resumo: Os estados emocionais presentes na atividade física e esportiva. A relação com o desempenho. A euforia, a frustração, o medo, a alegria, o choro, a decepção e a excitação percebidos por atletas profissionais e praticantes eventuais. 18h00 às 19h30 | TEATRO - Apresentação de Trabalhos - Artigos/Oral 1. A INFLUÊNCIA DA PRIVAÇÃO VISUAL NAS RESPOSTAS PSICOLÓGICAS DE INDIVÍDUOS ADULTOS APÓS EXERCÍCIO EM LEG PRESS 45º Luciana Botelho Ribeiro¹, Eric Francelino Andrade², Gustavo Puggina Rogatto², Priscila Carneiro Valim-Rogatto¹ 1 Laboratório de Pesquisa em Psicologia do Exercício – UFLA/ 2Laboratório de Investigação e Estudos sobre Metabolismo e Exercício Físico – UFLA. 2. EDUCAÇÃO FÍSICA E NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTIC): ATITUDES DE PROFESSORES IMIGRANTES E NATIVOS DIGITAIS FRENTE AOS RECURSOS TECNOLÓGICOS ALIADOS À PRÁTICA DOCENTE Douglas Aparecido de Campos¹; Anderson Bençal Indalécio¹,² ¹Universidade Federal de São Carlos – UFSCar / ²Centro Universitário de Votuporanga – UNIFEV. 3. EFEITOS DE UMA SESSÃO DE DANÇA SOBRE A ANSIEDADE DE INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL LEVE Eric Francelino Andrade¹; Lucimara Mendonça Zacaroni²; Gustavo Puggina Rogatto¹; Priscila Carneiro ValimRogatto²; Amanda Mayara do Nascimento-Cardoso² ¹Laboratório de Investigação e Estudos sobre Metabolismo e Exercício Físico - UFLA ²Laboratório de Pesquisa em Psicologia do Exercício – UFLA 4. ASSOCIAÇÕES ENTRE HABILIDADE MOTORA GROSSA E DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM: RESULTADOS PRELIMINARES. Leonardo Trevisan Costa1,2, Anderson Bençal Indalécio1, Danilo Assis de Souza1, José Irineu Gorla3 1 Centro Universitário de Votuporanga, UNIFEV. 2Grupo de Pesquisa em Educação PARFOR - UNIFEV. 3 Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP. 5. CARACTERIZAÇÃO TEÓRICA DA FILOSOFIA SAIKOO DE JIU-JÍTSU E DAS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA DESPORTIVA NA PERFORMANCE DOS ATLETAS. Marcelo de Carvalho Spolzino1; Claudemir Gomes2 1 Professor de educação física, psicólogo clínico e esportivo e especialista em fisiologia e performance humana. 2 Docente no Curso de Psicologia, da FAC-FEA.

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11 6. O BULLYING NO AMBIENTE ESPORTIVO: IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA Kauan Galvão Morão¹, Luis Fernando Gonçalves¹, Guilherme Bagni¹, Renato Henrique Verzani¹, Afonso Antonio Machado¹. ¹ Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte (LEPESPE) – DEF – IB – UNESP RIO CLARO 18h00 às 19h30 |Bloco A - Sala 101 - Apresentação de Trabalhos - Artigos/Oral 1. ARTES ORIENTAIS DE MOVIMENTOS: ALTERNATIVAS ÀS TERAPIAS DO CAMPO DA SAÚDE. UMA POSSIBILIDADE DE INVESTIGAÇÃO PARA A PSICOLOGIA DO ESPORTE. UM EXEMPLO DE PESQUISA FENOMENOLÓGICA Hebert Henrique Ohnishi Carabolante; Luiz Augusto Normanha Lima/UNESP – Rio Claro 2. FORMAÇÃO DE ATLETAS: UMA ANÁLISE SOBRE ANSIEDADE E A INTERFERÊNCIA DOS PAIS Renato Henrique Verzani, André Aroni, Luis Fernando Gonçalves, Guilherme Bagni, Kauan Galvão Morão, Afonso Antonio Machado. Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte - LESPESPE – UNESP Rio Claro 3. GEOGRAFIA ESPORTIVA: QUESTÕES RELACIONADAS A EVENTOS ESPORTIVOS Luis Fernando Gonçalves; Kauan Galvão Morão; Guilherme Bagni; Renato Henrique Verzani; Afonso Antonio Machado Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte – LEPESPE / UNESP - Rio Claro-SP 4. PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E O USO DAS REDES SOCIAIS. Vivian de Oliveira; Guilherme Bagni, André Luis Aroni, Gustavo Lima Isler, Kauan Galvão Morão, Afonso Antonio Machado. Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte 5. O MOODLE COMO FERRAMENTA DE ENSINO DA PSICOLOGIA DO ESPORTE: VISÃO SOBRE OS PONTOS NEGATIVOS DO CURSO Guilherme Bagni; Vivian de Oliveira; Renato Henrique Verzani; Kauan Galvão Morão; Luis Fernando Gonçalves; Afonso Antonio Machado. Laboratório de Estudos e Pesquisa em Psicologia do Esporte, Departamento de Educação Física, UNESP – Rio Claro. 6. AMBIENTAÇÂO À CIDADE SEDE NA COPA SÃO PAULO DE FUTEBOL JÚNIOR: UMA NOVA PROPOSTA Lucas Ribeiro Cecarelli1,2; Carlos José Martins1; Afonso Antonio Machado1,2 | 1 UNESP/IB/DEF - Rio Claro / 2 LEPESPE 7. MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DE MASSA E A AGRESSIVIDADE DO ESPECTADOR DE FUTEBOL Claudinei Chelles¹; Mauro Betti² Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus Bauru 8. O JOGAR SOB UMA INVESTIGAÇÃO PSICANALÍTICA Claudinei Chelles¹; Mauro Betti² Universidade Estadual Paulista - UNESP – Campus Bauru 19h30 às 20h30 | TEATRO - Palestra Motivação como componente de excelência para o sucesso esportivo Convidado: Prof. Ms. Coach Jean Carlos Souza | UP Desenvolvimento Humano Moderador: Prof. M.Sc. Mayara Arina Bertolo | Unilago - S.J. Rio Preto-SP Resumo: Identificar e contextualizar as expectativas e necessidades profissionais na sociedade atual. Analisar os motivos e objetivos que norteiam a prática docente. Estratégias para enfrentamento do mercado de trabalho. Lições do esporte para a vida pessoal. Aspectos da motivação para o desempenho pessoal e profissional nas diversas áreas do esporte. O Coaching e o desempenho docente, atlético e na atividade física. 20h30 às 21h30 - Programação Social e Cultural 11.10.2014 | SÁBADO UNIP | Campus JK – Av. Juscelino Kubitschek Oliveira, s/n – Jardim Tarraf II 08h30 às 09h30 | Pátio - Apresentação de Trabalhos - Banner 1. A INFLUÊNCIA DO CONSUMO REGULAR E DELIBERADO DE ÁLCOOL NO RENDIMENTO FÍSICO Giordano Bruno Teixeira Medrado | UNIP Campus JK 2. ASPECTOS MOTIVACIONAIS E INSATISFAÇÃO CORPORAL DE MULHERES PRATICANTES DE ACADEMIA DE GINÁSTICA Geovana Ferreira da Silveira; Ana Carla Ferreira Silveira; Caciane Dallemole Souza | FAMERP/ UNIP/UNIFEV

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12 3. OS BENEFÍCIOS DO KUNG-FU PARA AS PESSOAS QUE SOFREM COM O ESTRESSE André Luis Bueno; Thiago Cassiano da Rocha; Ednei Sanches | UNILAGO 4. A MÍDIA NOS MANIPULOU DURANTE A COPA DO MUNDO? André Luis Aroni; Kauan Galvão Morão; Renato Verzani; Raphael Moura; Guilherme Bagni; Afonso Antonio Machado | UNESP/Rio Claro-SP 5. INÍCIO E ADESÃO À PRÁTICA ESPORTIVA: O QUE TE MOTIVA A PRATICAR VOLEIBOL? Gustavo Lima Isler1,2; Mauro Klebs Schiavon1,2; Vivian Oliveira,2; Afonso Antonio Machado2 1 Claretiano – Faculdade – Rio Claro/SP; 2 LEPESPE – IB/UNESP – Rio Claro/SP 6. ANÁLISE DO PERFIL DEMOGRÁFICO E MOTIVOS QUE LEVAM A PARTICIPAÇÃO DAS PESSOAS NOS EVENTOS DE CORRIDA DE RUA NA CIDADE DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO Marlon Souza Freitas; Pedro Alex Carniato; Mayara Bertolo.| UNILAGO 7. ALTERAÇÕES POSTURAIS E LESÕES NA CORRIDA EM ATLETAS PROFISSIONAIS E AMADORES Willian Lopes Da Graça | UNIP JK 8. O NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE A MODALIDADE ESPORTIVA BASQUETEBOL NA ESCOLA ¹,²Anderson Bençal Indalécio; ²Henrique Ribeiro Carrasco; ¹,²Higor Thiago Feltrin Rozales Gomes | ¹UNIFEV – Centro Universitário de Votuporanga / ²SME – Secretaria Municipal da Educação de Votuporanga/SP 9. ESTUDO SOBRE APLICABILIDADE DOS JOGOS PRÉ-DESPORTIVOS AO ENSINO DO VOLEIBOL EM DOZE ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE VOTUPORANGA/SP ¹,²Anderson Bençal Indalécio; ²Henrique Ribeiro Carrasco; ¹,²Higor Thiago Feltrin Rozales Gomes | ¹UNIFEV – Centro Universitário de Votuporanga / ²SME – Secretaria Municipal da Educação de Votuporanga/SP 10. O COMPORTAMENTO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE A OBESIDADE E A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ¹,²Anderson Bençal Indalécio; ²Henrique Ribeiro Carrasco; ¹,²Higor Thiago Feltrin Rozales Gomes | ¹UNIFEV – Centro Universitário de Votuporanga / ²SME – Secretaria Municipal da Educação de Votuporanga/SP 11. OS ASPECTOS SOCIAIS RELACIONADOS AO VOLEIBOL NA ESCOLA ¹,²Anderson Bençal Indalécio; ²Henrique Ribeiro Carrasco; ¹,²Higor Thiago Feltrin Rozales Gomes | ¹UNIFEV – Centro Universitário de Votuporanga / ²SME – Secretaria Municipal da Educação de Votuporanga/SP 12. PROPRIOCEPÇÃO PARA A PRÁTICA DE MUSCULAÇÃO: MÉTODO DE PREVENÇÃO DE LESÕES Frederico Gonçalves da Costa | UNIP JK 13. ANÁLISE HISTOLÓGICA DE FIBRAS MUSCULARES APÓS EXERCÍCIO RESISTIDO NA NATAÇÃO ASSOCIADO A INGESTA HIPERPROTEICA Karina Duque Amantini; Jerônimo Augusto Galvão; Wilson Mancini Neto | UNIRP 14. A RELEVÂNCIA E EFICÁCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA DEPRESSÃO Pamella Natally Figueiredo Marzochi; Mayara Bertolo | Unilago 15. A CULPA É DO ESPORTE: EDUCAÇÃO POR MEIO DO JOGO Fernando Ferreira da Silva | UNIP / S.J. Rio Preto 16. O PADRÃO DE BELEZA CORPORAL PARA PRATICANTES DE ATIVIDADES FÍSICAS. Francieli Pires Barbosa; 1,2Marcelo Callegari Zanetti; 1Deivison Luis Corrêa | 1UNIP – São José do Rio Pardo – SP; 2 LEPESPE/IB/UNESP - Rio Claro 1

17. BRASIL, PAÍS DO FUTEBOL. VERDADE OU MITO? Bruna Garcia; Laila Muller - Centro universitário de Rio Preto-UNIRP 18. O ENSINO DOS JOGOS COLETIVOS ESPORTIVOS POR MEIO DE JOGOS NA INICIAÇÃO Souza, V. V; Gomes, G. M; Buffo Junior, L. E; Pavan, P. H. B; ZanettiI, M. C | UNIP – São José do Rio Pardo 19. A RELAÇÃO ENTRE JOGOS ELETRÔNICOS E A DEFICIÊNCIA MOTORA APRESENTADA EM CRIANÇAS PRATICANTES DE NATAÇÃO Chafic Chaves dos Santos; Victor Reia Pinheiro | Aquáctica Escola de Esportes 20. ATLETAS INTELIGENTES: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA ¹Guilherme Silva; ¹Deivison Correa; ¹José Guilherme Carvalho; ¹Luan Lopes; 1,2Marcelo Callegari Zanetti. |1UNIP- São José do Rio Pardo – SP – Brasil / 2LEPESPE/I.B./UNESP – Rio Claro - SP – Brasil 21. OBESIDADE INFANTIL, ATIVIDADES FÍSICAS E SEDENTARISMO EM CRIANÇAS DO 1º CICLO DO ENSINO INFANTIL DA CIDADE DE MOCOCA ¹Luan Lopes; ¹Leticia Bertasso; ¹Paula Cardoso; ²Pedro Coelho; ¹Graziela Feltran. | ¹UNIP - São José do Rio Pardo - SP – Brasil / ²UNIFAE - São João da Boa Vista – SP - Brasil 22. RISCOS SOBRE O USO INDEVIDO DE ANABOLIZANTES ESTEROIDES POR PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO

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13 Raphael Magosso | UNIP– Campus JK 23. FATORES MOTIVACIONAIS PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DOS HABITANTES DO MUNICÍPIO DE TABAPUÃ-SP. Gabriel Bossolani da Guarda; Gabriela Blasquez | UNIP - Universidade Paulista 24. IMAGEM CORPORAL DE PRATICANTES DA TERCEIRA IDADE DE ATIVIDADES FÍSICAS DA CIDADE DE MOCOCA ¹Leticia Bertasso; ¹Luan Lopes; ²Pedro Coelho; ¹Graziela Feltran | ¹UNIP - São José do Rio Pardo - SP – Brasil / ²UNIFAE - São João da Boa Vista – SP – Brasil. 25. A INFLUÊNCIA DA ANSIEDADE NO DESEMPENHO ESPORTIVO Patricia Tais de Oliveira; Aline Luzia Perez; Ednei P Sanches - Unilago 26. ANSIEDADE NA ESTREIA ESPORTIVA: ANÁLISE POR MEIO DE DEPOIMENTOS MIDIÁTICOS Matheus de Oliveira Martins; Afonso Antônio Machado | IB/UNESP/LEPESPE – Rio Claro-SP 27. COGNIÇÃO E AÇÃO TÁTICA NO BASQUETEBOL Renan Franco – UNIP JK 28. CAPOEIRA E BRINCADEIRA: OS DESAFIOS DE SE ENSINAR DE FORMA LÚDICA Maria Jose de Matos Laurentino, 1, 2Marcelo Callegari Zanetti 1 UNIP - São José do Rio Pardo - SP – Brasil, 2LEPESPE/I.B./UNESP – Rio Claro - SP - Brasil

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29. A IMPORTÂNCIA DA COMPREENSÃO DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO PARA A VISÃO DE UMA NOVA EDUCAÇÃO FÍSICA. Arthur Santana Santos da Silva, Mara Rosana Pedrinho; Silene Fontana | Centro Universitário de Rio Preto-UNIRP 30. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO BRASIL NA COPA DO MUNDO: A VERGONHA NA MÍDIA. MAS QUE VERGONHA? 1, 2 Arlete Guisso Scaramuzza Portilho Nicoletti, 1 Afonso Antônio Machado, 3 Lucas Portilho Nicoletti. 1 LEPESPE | 2Faculdade Dom Bosco | 3 UERR 09h30 às 10h30 | TEATRO - Mesa Redonda Diálogos entre a Psicologia a Educação Física e o Esporte Convidados: Prof. M.Sc. Ednei Sanchez |Unip/Unilago e Psicóloga Camila Freitas Teodoro | CRP São Paulo. Moderador: Prof. Dr. Afonso Antônio Machado | Unesp - Rio Claro-SP Resumo: A contribuição das diversas áreas na atuação profissional. Estratégias de integração e socialização de conhecimento. Definição nas áreas de intervenção. Possíveis ações integradas da psicologia e da educação física. 10h30 às 11h30 | TEATRO - Mesa Redonda Afinal, Esporte educa? Convidados: Prof. Dr. Marcelo Callegari Zanetti | UNIP – S. J. Rio Pardo-SP e Prof. Mda Arlete Scaramuzza Portilho Nicoletti | Faculdade Dom Bosco Monte Aprazivel-SP Moderador: Prof. Cesar Antonio Parro | Unip - S.J. Rio Preto-SP Resumo: O papel do educador na seleção do esporte como ferramenta de educação, formação e inclusão. Aspectos positivos e negativos da competição. A importância do adversário no contexto esportivo. As diferentes formas de linguagem esportiva para a comunicação entre os praticantes. O esporte e a emancipação social e psicológica. 11h30 às 12h00 | TEATRO – Palestra de Encerramento Síntese do Evento – Perspectivas para o Esporte e a Psicologia no cenário atual Convidado: Prof. Dr. Afonso Antônio Machado | UNESP – Rio Claro-SP Moderador: Prof. Dr. Altair Moioli | UNIP/UNIRP S.J.Rio Preto-SP Resumo: Análise e avaliação das discussões realizadas. Propostas e expectativas geradas. Os modelos ideais para a atuação e intervenção profissional; viabilização e consolidação do esporte, da educação física e da psicologia do esporte no cenário esportivo contemporâneo. 11h30 – Secretaria Geral Certificação

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CONFERÊNCIAS MESAS REDONDAS

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17 A EDUCAÇÃO FÍSICA E A PSICOLOGIA DO ESPORTE EM JOGO: resultados da Copa do Mundo, o que temos com isso? Afonso Antonio Machado, Prof. Dr. LEPESPE-D.E.F.-I.B.-UNESP A universidade vem desenvolvendo uma produção de conhecimentos que servem como referências para reflexões acerca de como o esporte é um discurso ideológico representante das classes dominantes da sociedade e de quão enganoso é o “direito” à escalada social no meio esportivo. Pensando nos exemplos diários, da crônica esportiva, temos que muitos de nossos atletas representam milhares de euros e os salários apenas incham os olhos de pais de novatos. Sonhos e realidades do mundo do esporte De fato, o que temos são atletas bem valorizados, mas a crônica sempre se esquece de demonstrar a probabilidade de uma criança chegar ao topo desta pirâmide fantástica. Sem esta referencia, a sociedade acredita na possibilidade de sucesso de todos seus membros, independente da habilidade motora ou da viabilidade de estar em mãos adequadas para um polimento exemplar (VIANA, 1994). Nem todos os iniciados serão craques, como também nem todos os iniciados chegarão à segunda fase da preparação. Baseado nessas ideias, o esporte passa a ser acusado de tornar o homem refém do sistema econômico vigente, a sociedade capitalista. Desta forma, as críticas marcadas pela utilização de termos como coisificação, alienação, repressão e manipulação passaram a associar os sistemas de ação do esporte e do trabalho, orientados pela lógica capitalista. Talvez seja este o motivo que faça com que Torre e Vaz (2006) citem as denúncias realizadas pelos autores da Teoria Crítica do Esporte, acusando o paralelismo entre esporte e trabalho, com características de concorrência, disciplina, autoridade, rendimento e organização, com ênfase na ação repetitiva, mecanicista e estereotipada. Analisemos que uma família, orientada por um pai desinformado, investe toda sua estrutura econômica na formação de seu filho mais novo, pois o retorno financeiro será alto e em breve todos estarão sobrevivendo das divisas angariadas pelos altos salários do jovem atleta. Esta é uma estória recorrente em qualquer estádio ou praça esportiva, onde o futsal apareça como esporte de competição: a venda do atleta para a Espanha, ou para a Itália, Iraque e até Rússia, é a ultima notícia, sempre. Este fenômeno só acontece baseado no princípio de rendimento inculcado no esporte, pela busca de recordes, vitória a qualquer custo; as imagens de mitos e heróis devido a seus feitos eternizados em gols, dribles e façanhas, no intuito de utilizar suas imagens para vender sua força de trabalho; a espetacularização da mídia, também com a intenção de ganhar os benefícios do consumo na sua variedade de produtos, através de ibope e venda de materiais esportivos usa a imagem desses atletas “heróicos”. Temos claro que todo esse processo de

maximização do rendimento presente na sociedade como um todo, e que refletiu nos vestiários e quadras de esporte, contribui para o processo de aceleração da busca por resultados, fato que acaba por sobrepor as etapas da formação de jovens esportistas, visto que tais alunos são submetidos a horas de treinamento, especificamente buscando a perfeição técnica e necessitando alcançar o mais alto padrão do movimento perfeito, tornando estereotipado e mecanizado. Neste processo, acabam por serem descartados todos os benefícios que os jogos lúdicos possuem nesta etapa de formação, e tornando a prática do esporte maléfica para o crescimento e o desenvolvimento do indivíduo. Escolinhas de esportes ou treinamentos bons são aqueles em que o profissional da Educação Física repete exercícios de categorias maiores ou de seleções estrangeiras, pois assim os menores vão se habituando ao ritmo que terão pela frente, sem pensar nas etapas de crescimento e desenvolvimento humanos. Analisando pelos olhares de uma filosofia de trabalho, encontramos vários estudos de autores nacionais que se baseiam na teoria crítica marxista acusando a enganosa ideologia do esporte alimentada pelas vontades da classe dominante burguesa, tais como Betti (1998), Bracht (1986, 2000), Kunz (2004), Medina (1990), Presoto, Machado e Gouvêa (2006). Todos eles, de uma forma ou de outra, inclinam-se a criticar essa “barbarização do esporte”, e suas características de racionalização, supervalorização, sacrifícios e repetições, metrificação e funcionalidade do corpo, repressão, consciência coisificada, autoritarismo e caráter manipulador. Entendemos que essas considerações fazem parte de uma reflexão crítica diante do problema da iniciação e da especialização esportiva, sem controle e rigor, afim de que se possa entender tal fenômeno e o sentido de sua prática como tal. Esse esclarecimento deve, como afirma Machado (2006), trazer um foco de luz ao que está encoberto, desmistificando este caráter de desumanização e alienação dos indivíduos, possibilitando a valorização, a emancipação e a libertação dos sujeitos inseridos em tal contexto. O entorno do espetáculo esportivo: inferno de Dante Em todo evento esportivo, seja do nível que for a presença da torcida é de fundamental importância, pois pode ser fonte de motivação para muitos atletas e equipes em geral. No entanto ela, que deve ser considerada como aspecto fortemente intrínseco no entorno esportivo, pode trazer influências positivas e negativas, pois a mesma é “despertada” segundo as atuações das equipes. Ou mais: a ligação entre equipe-torcida-equipe forma um clima tensional que demanda estudos e manejos. Em meio a este processo, segundo Isler (2003),

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18 pode haver transferências dos processos emocionais entre atletas e público, fato este explicado pelas teorias de contágio social, transferência de disposição e sugestão de massa, apontados por Thomas (1983). Uma grande questão da influência da torcida no problema da formação esportiva está no fato de a mesma, pela sua simples presença nos “palcos” esportivos, culminar em um processo de observação. Diante desta questão, a observação pode ser encarada com diferentes olhares pelos observados. Isso porque ela terá diferentes pesos para cada um dos atletas assistidos, pois existem três fatores que interferem nessa questão: a experiência, a modalidade e a personalidade do indivíduo (ISLER, 2003). O fato de alguém da torcida gritar aleatoriamente, atinge ao grupo, mas atinge um deles em especial: o menos preparado para ouvir tal grito. E isso fará diferença na performance do atleta, portanto do grupo. O interessante é que a torcida não percebe que cada um dos observados (atletas, em questão) recebe sua presença de uma forma: uns gostam muito, outros só gostam e outros não gostam. Mas alguns a odeiam. O comportamento não é padrão, apesar de a torcida torcer em uníssono, o que não garante percepção igual e resposta igual por parte dos observados. Desta diferença de recepção surgem os conflitos internos, exacerbam-se os conflitos externos e está formada a discordância entre grupos sociais diferentes, com interesses convergentes: vencer um jogo. Analisando esses fatores, Isler (2003) indica alguns autores que se posicionam em relação às influências da torcida no esporte: para Singer (1982), quanto mais complexa e de precisão for a habilidade da modalidade em questão e também a exigência do nível de concentração, mais prejudicial pode ser a presença da torcida, mesmo que o indivíduo tenha um bom domínio da modalidade; este fato é explicado por Magill (1984), acusando que a complexidade da tarefa aumenta os níveis de ansiedade-estado. No entanto, vale a pergunta: alguma torcida, alguma vez, se preocupou com a ansiedade de seus heróis? Ao menos considerou que eles podem estar ansiosos ou que seus alaridos e batuques podem aumentar seu estado de ansiedade? O que podemos observar é que a torcida exerce sua função sem considerar o lado pessoal ou grupal de quem eles torcem. E ignorando esse fator, concorrem para destruir uma estabilidade nem sempre real ou alicerçada, causando mais danos do que benefícios. Estudos de Cirulli e Machado (1997) demonstram que a presença da torcida em momentos de prática em que o atleta possui um bom nível de habilidade e aprendizado da técnica do esporte pode ser positiva, motivando-o. Mas caso o mesmo não possua um bom nível de habilidade da técnica do esporte em questão, o fato de ser observado pelos expectadores pode causar uma maior inibição dos movimentos e descontrole motor, incapacitando-o de atuar perante eles. É neste momento que parece que a torcida se torna inclemente e cobra o sangue do atleta. No Futsal, grande parte dos acidentes de contato ou

lesões individuais acontece quando a torcida se descontrola e passa a cobrar além do possível pelo atleta. E ele, que não consegue discernir naquele momento, tenta dar mais do que pode, avançando sinais e rompendo com barreiras impossíveis; é o momento ideal para lesões, sejam física ou mental. Pensando na iniciação esportiva do futsal, este fator presencial da torcida torna-se mais complicado ainda, pois os iniciantes ou aprendizes encontram-se na fase de refinamento dos movimentos, e nem todos sairão com uma execução precisa e coordenada. Nem todos os profissionais da Educação Física estão atentos a este detalhe e expõem seus atletas a algumas situações inusitadas, tanto do ponto de vista técnico, como tático e psicológico (MACHADO, 1998, 2006; MAGNANE, 1969). Desta forma, o fato de serem observados pode gerar o sentimento de vergonha, diminuição da concentração, distração e aumento dos estados de ansiedade. Vamos lembrar que a torcida é uma massa que reage instintivamente e nem sempre dá o melhor apoio necessário; além disso, os pais também são componentes dela, o que causa maior impacto aos pequenos atletas (CRATTY, 1984, ISLER, 2003) A quem compete liderar e organizar? Refletindo sobre o relacionamento que técnico e atleta(s) mantêm dentro de uma equipe esportiva, devemos considerar alguns fatores, como a formação profissional de tal técnico seguido dos laços interpessoais de respeito, reciprocidade, confiança e amizade que eles comungam entre si. Estes elementos devem ser bem distintos e devem ser bem cultuados, visto que colaboram para o desenvolvimento individual e da equipe de Futsal, como um todo. Quando levantamos os fatores que podem fazer com que jovens esportistas abandonem o esporte, devido à postura dos técnicos com os quais não se compactuam, precisamos analisar como foi a formação profissional daquele indivíduo que lidera uma determinada equipe, qual sua visão de ser humano, seus valores e qual é a sua linha de trabalho. Esta análise permitirá entender se os valores morais estão sendo trabalhados ou se cada atleta representa apenas algumas cifras, no final de um contrato milionário. Por meio dos estudos de Betti (1991) sabemos que os profissionais de Educação Física tiveram, ao longo dos anos 70 e 80, uma formação profissional extremamente esportivista e mecanicista, na qual a execução da técnica metricamente refinada e perfeita era considerada como fator preponderante, dando-se valor exclusivo aos gestos estereotipados e mecanizados, e pensando-se apenas na competitividade esportiva e na busca da vitória a qualquer preço. Esta concepção funcional na qual se encontrava a Educação Física brasileira era fortemente apoiada pelo governo do estado, que via no esporte a possibilidade da ascensão da economia e do mercado, fortalecendo a imagem do país internacionalmente através das conquistas esportivas (BETTI, 1991). Ter atletas brasileiros fora do país seria exportar aquilo que o Brasil produzia de melhor,

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19 portanto, quanto mais forte esse atleta fosse, melhor seria a propaganda. Então, foi por isso que os princípios da Educação Física, inclusive no aparelho escolar, eram os de seleção e de rendimento, exclusão dos menos habilidosos e a busca por vitórias a todo custo. Refletindo sobre essas questões, se no ambiente escolar as exigências para a conquista de resultados já era pesada, imaginem em clubes esportivos, associações ou escolinhas de esportes. Acreditamos, pois, que devido às circunstâncias contextuais da época, enraizou-se – e ainda se mantém presente – essa apreciação maléfica pela vitória na formação e no crescimento de jovens indivíduos inseridos na prática esportiva. Além dessas considerações, Sobrinho, Mello e Peruggia (1997) nos alertam que devemos considerar fatores de ordem econômica, de ordem política e outros de ordem social. Por exemplo, as pressões que os técnicos sofrem por parte dos patrocinadores e dirigentes, tendo que sempre apresentar um bom resultado em determinada competição ou temporada, questões contratuais e salariais, prêmio em dinheiro por vitória, bônus e outras coisas mais. E mais: também notamos a influência da mídia interferindo nessa relação, pois a mesma enaltece sempre os que conquistam as vitórias, e apedreja aqueles que não obtiveram um resultado satisfatório. Em suma, todos esses fatores devem ser pensados para entendermos a relação entre técnicos e atletas, e talvez porque tais técnicos venham a ter uma postura com exigências enormes diante de seus atletas (o que não justificava tal fato), mesmo os que estejam iniciando no esporte. De uma forma crítica, entendemos que o importante talvez seja conscientizar os próprios atores principais do cenário esportivo – técnicos e atletas – dessas informações, para que os mesmos saibam lidar com essas questões, e não ocorram desistências e abandono de atletas da prática esportiva, especialmente dos iniciantes, pela pressão e cobrança na busca de resultados. Para que um técnico saiba respeitar o tempo de formação de jovens esportistas, se faz necessário que o mesmo tenha domínio dos seguintes conteúdos: de Crescimento e desenvolvimento humano, que favorecerá o conhecimento sobre os princípios e fatores que regulam o crescimento, e as influências da atividade física neste processo, puberdade, adolescência e desenvolvimento sexual; das condições de aprendizagens de movimentos com suas aquisição e fases de aprendizagem das habilidades motoras. Saber da formação de jovens esportistas, dos treinamentos para crianças e adolescentes, freqüência e duração de treinos, critérios para formação de grupos, procedimentos e sistemáticas de formação atlética e da preparação física de jovens no esporte, com as: capacidades físicas envolvidas, princípios gerais de treinamento e preparação muscular e sobrecarga facilitarão um trabalho equilibrado e bem dosado, sem que se avance sinais que comprometerão o desenvolvimento dos atletas em formação. Os aspectos psicopedagógicos de formação esportiva, com suas noções de formação de

personalidade, desenvolvimento cognitivo, questões afetivas, estados emocionais e estados de humor, aspectos motivacionais, agentes estressores, socialização, relações intrapessoais e interpessoais, resolução de problemas, estimulação da criatividade e autonomia, princípio da diversidade e da alteridade, e formação e coesão grupal permitirão que seja respeitado cada um em sua individualidade e a formação do grupo tenderá a ser mais equilibrada e menos danosa. Afinal, o técnico esportivo é um maestro de uma orquestra afinada? Ou cabe a ele ter elementos para afinar sua orquestra e dar a ela um tom adequado em cada apresentação? O técnico esportivo necessita lidar com dirigentes, mídia, torcida e atletas, além de preparar estes últimos para o sucesso, sem ultrapassar limites nem romper com sonhos, sem antes analisar as conseqüências a que exporá cada um dos seus comandados. Entendemos, então, que a orquestra está por ser afinada, por um especialista hábil. Elementos contextuais: bônus e sanções Temos a percepção de que a família exerce uma influencia muito grande na vida dos indivíduos, pois é o primeiro contato social logo após o nascimento, constitui-se na primeira comunidade e colabora pela compreensão do mundo, de forma inicial. No processo de desenvolvimento, alguns comportamentos e atitudes, assim como os valores morais, são influenciados e internalizados pelos comportamentos observados nos pais. Esse processo de imitação ou modelação de comportamentos é explicado por alguns autores, como por exemplo, por Gusson (1989), como um processo de facilitação social, sendo que a influência recebida por um indivíduo na presença de outros passa a ser um facilitador e um modelo na vida social. Isto é explicado por Bandura (1995), pela Teoria da Aprendizagem Social, afirmando que o sujeito internaliza os comportamentos e condutas freqüentemente observadas. Partindo dessa importância da família na vida dos indivíduos, como será essa relação na vida de jovens atletas que estão em um processo de formação esportiva, especializando-se em uma modalidade q u a l q u e r, m e r g u l h a n d o e m u m m u n d o d e competições, comparações e exigências? Estas crianças são expostas aos olhares de seus próprios pais e de pessoas próximas à família, que concordam com o plano de desenvolvimento esportivo do miniatleta. Em função do peso que a família exerce na vida da pessoa, Sobral (2000) relata que na iniciação esportiva os jovens atletas recebem uma grande quantidade de influências externas, e as de maior valor são as da família. Para Machado (1994) a relação de intimidade entre pais e filhos pode ter algumas conseqüências negativas na vida dos jovens esportistas, como por exemplo, pais que se sentem mais próximos e mais à vontade, ou até mesmo proprietários dos filhos podem exercer uma excessiva cobrança em cima dos mesmos, com o intuito de que estes alcancem melhores resultados ou aumentem o desempenho.

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20 Pelo fato dos pais estarem presentes e acompanharem a vida atlética dos filhos podemos entender de que se trata de uma importante fonte de motivação para os jovens atletas. Isso porque os filhos dão grande importância aos julgamentos dos mesmos, e querem sempre ser bem vistos diante da presença dos pais e em especial por eles. Mas o efeito também pode ser contrário se, por exemplo, tornarse comum os pais assistirem aos jogos dos filhos e realizarem diversos comentários nos momentos posteriores, principalmente se os desempenhos dos jovens não forem tão bons, e os comentários mais infelizes ainda. Do ponto de vista da Psicologia do Esporte, a dimensão deste problema pode ser ampliada, de acordo com Curro (2000), se os pais forem ex-atletas. Mas ainda não é o ponto final: essa relação pode ficar ainda mais complicada, e piora, se os pais forem técnicos dos próprios filhos. Segundo dizeres do autor descrevendo o relacionamento dos pais – técnicos de basquetes – e seus filhos – atletas das equipes dirigidas pelos pais – os jovens sentem-se muito mais cobrados em relação aos demais companheiros de equipe, mesmo os pais afirmando que cobram o mesmo empenho de todos do grupo, o que acontece é que o pequeno atleta necessita ser um astro para evitar a vergonha do pai. Numa outra situação constrangedora e um pouco parecida, porém mais complexa, Machado (1998) afirma que pais ex-atletas frustrados com suas carreiras esportivas podem transmitir esse sentimento a seus filhos, ou ainda buscar nos filhos as realizações, desejos e vontades que não conseguiram alcançar ou realizar enquanto atletas: meu filho será campeão..., meu filho jogará na Europa..., meu filho ganhará muito dinheiro em..... Estas situações descritas pelo autor são extremamente negativas para jovens atletas, que muitas vezes se vêem pressionados, aumentando a suas responsabilidades tendo que satisfazer alguma vontade ou sonho dos pais. E o grande problema é que essas situações são corriqueiras e comuns, e são motivos de desistências e abandonos por parte dos jovens no esporte, quase sempre sem que a família perceba que ela foi o componente de tal fracasso. A crescente cobrança e a real percepção do universo esportivo soam como um peso demasiado grande para um jovem atleta em formação. Os pais, por sua aproximação afetiva em relação aos filhos, e também seus poderes de autoridade, tornam-se os torcedores mais ácidos, impondo uma cobrança acima da média, achandose no direito de gesticular, esbravejar e insultar. Essas condutas podem comprometer as relações dos filhos atletas com os demais companheiros de equipe e até técnicos, gerando problemas de entrosamento e coesão grupal, e conseqüentemente o abandono dos mesmos do esporte. O ambiente de reclusão esportiva existe para que, teoricamente, o atleta seja preparado para entrar no jogo no seu estado de mobilização máxima. O treinamento psicofisiológico é um excelente exemplo de estratégia designada para melhorar a performance, reestruturar processos de pensamentos ineficientes e manter a mobilização

máxima dos atletas durante toda a competição (ROST, 1996). O prazer e a satisfação dos atletas na prática desportiva deve ser um dos objetivos principais a serem considerados pelo técnico. Conseqüentemente, os resultados aparecem já que o indivíduo tende a repetir experiências prazerosas e evitar uma não prazerosa. Como já citado, a reclusão pré–evento esportivo, chamada de “concentração”, supostamente é apresentada como “terapia coletiva” para equilibrar o estado emocional dos jogadores, afastando–os de quaisquer outros estímulos e contatos extraesportivos (sejam sociais, e até familiares). Nessa reclusão, os jogadores permanecem basicamente se distraindo com TV, jogos de baralho e sinuca. (TOLEDO 2002) Se por um lado temos essa má impressão, de uma “prisão”, por outro lado, temos um número de atividades que se somam às rotinas dos treinos, e , são considerados fundamentais para a preparação do atleta para o evento esportivo, visando “moldar” o “espírito” do atleta para a competição. (TOLEDO 2002). Pa r a a l g u n s p r o f i s s i o n a i s o v e t o à s informações já virou rotina de trabalho e uma opção em que acreditam ser positiva, porém, é necessário analisar o outro lado da moeda, onde o jogador fica apreensivo por notícias de familiares e pode até recebê-la na beira do gramado antes do início da partida, emitida por um repórter esportivo. Os princípios metodológicos aplicados pelos professores devem obedecer a critérios rigorosos da ética e do senso de humanidade que cada profissional deve conter, para no mínimo respeitar nossas crianças como seres humanos que querem aprender algo e não vê-las como robôs prontos para render. Para finalizar a análise sobre a reclusão/concentração em véspera de competições fica a sugestão de que nenhuma informação seja vetada ao jogador dentro do período de concentração (que deve ser curto – 12 horas a 24 horas antes da partida), porém, toda informação que chegar até o atleta deve ser trabalhada evitando dessa forma um desgaste psicológico do mesmo, tentando minimizar os problemas que possam ocorrer. Chorar ou não chorar? Reside ai o problema? O acompanhamento e monitoramento das fases de desenvolvimento do jovem inserido no esporte de rendimento pode ser considerado como o ponto fundamental para a elevação do nível do nosso esporte de alta performance. As capacidades físicas necessárias para a prática têm nas fases anteriores da adolescência, o desencadeamento de sua base de sustentação, assim existem condições de serem desenvolvidas de forma mais intensa através de um treinamento mais sistemático (ZAKHAROV e GOMES, 1992). A potencialização das condições de assimilação dos regimes e cargas de treinamento faz com que, exatamente, neste período surja uma busca intensa, muitas vezes, desproporcional e inadequada pelo talento esportivo. Essa “galinha dos ovos de

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21 ouro” é definida por Weineck (1999) como sendo aquele que, com disposição, prontidão para o desempenho e possibilidades, apresenta um desempenho acima da média comprovada para aquela faixa etária (desempenho este comprovado por competições). Este resultado é obtido graças ao acompanhamento de um treinamento - orientação intencional, ativa e pedagógica - visa o desenvolvimento do desempenho. Atualmente, estes jovens identificados como “talentosos” são vistos, muitas vezes, como grandes negócios, fontes de renda para a família e, principalmente, para os chamados “agentes esportivos”, conhecidos também como: procuradores, empresários, representantes, pais, técnicos, dirigentes, dentro outros. Brunoro e Afif (1997) destacam dois tipos de profissionais que atuam junto aos atletas: de um lado, os experientes, conhecedores da legislação e do capital. De outro, os franco-atiradores que só pensam no lucro fácil e rápido, escondendo dos clubes interessados eventuais problemas que alguns jogadores apresentem. Os atletas têm sofrido o assédio destes profissionais de forma sistemática e, conseqüentemente, se associado a eles durante seus primeiros anos de treinamento. Podemos dizer que este fenômeno reforçou ainda mais o modelo da e s p e c i a l i z a ç ã o p r e c o c e . Pa s s a n d o a s e r, praticamente, o único norteador do esporte na infância e adolescência, em detrimento do desempenho e desenvolvimento mais harmônico das etapas de formação. A ausência da visão de desenvolvimento multilateral do jovem tem levado ao surgimento de alguns problemas: muitos jovens estão comprometidos profissionalmente, antes mesmo de terem maturidade para compreender o que é ser profissional (REBUSTINI, 2005); proporcionam ao jovem atleta um ambiente que não corresponde às necessidades de seu desenvolvimento. Crianças e adolescentes competem com uma estrutura e um ambiente de pressão proporcionada por adultos e para adultos. (BENTO, 1989). Os meios e métodos utilizados nas faixas etárias mais tenras são na sua maioria reproduções parciais ou fiéis dos elaborados e utilizados por adultos (GALDINO, 2000). Antecipam as etapas de formação para que este atleta renda antes do esperado; (GALDINO, 2000); pode ser responsável, em muitos casos, pelo abandono precoce do esporte (LOS FAYOS RUIZ e VIVES BENEDICTE, 2002), provoca no jovem uma saturação e cria perspectivas de futuro muito acima daquelas que podem atingir, ignora-se nas decisões o aspecto de desenvolvimento técnico que mais tarde será cobrado dela. Vemos que estas constatações não se firmam apenas no campo biológico, as alterações e as exigências sobre os jovens atletas também interferem nos aspectos psicossociais; por essa razão ocorre uma interação com o campo das emoções e suas complexidades. As alterações nas emoções são provocadas por estímulos externos (MACHADO e CALABRESI, 2003). A análise complexa do campo emocional por ser vista com propriedade por meio da afirmação de Kleiniginna e Kleiniginna (apud BOUTCHER, 1991)

que estabelecem uma definição de emoção com a intenção de abordar todas a multidimensionalidade do tema: emoção é um complexo de interações entre fatores subjetivos e objetivos, mediada pelo sistema neural/hormonal o qual pode (a) elevar as experiências afetivas como as sensações de ativação, prazer/desprazer; (b) processos cognitivos gerais como a percepção dos efeitos de emoções relevantes; (c) ativação expressiva dos ajustamentos fisiológicos para condição de ativação; e (d) conduz ao comportamento freqüente, mas não permanente, expressivo, objetivo e de adaptação. Exatamente em decorrência desse imenso repertório de possibilidades que compreendem a emoção humana é que há divergências entre os autores. Alguns destacam a reação como componente principal da emoção e os que destacam as percepções das situações ou os efeitos da emoção sobre o comportamento normal (MACHADO e CALABRESI, 2003). Esta referência às emoções se fez necessária para compreendermos que o ambiente esportivo e os mecanismos que regem as ações e reações não são decorrentes apenas do enfoque biológico. Últimas reflexões Como pudemos analisar, a questão da formação esportiva e todo o contexto que envolve a prática esportiva pode receber um olhar muito mais abrangente, contextualizando os problemas, reflexões e pressupostos da sociedade como um todo, como foi feito em nosso primeiro momento, parafraseando com alguns autores e fazendo uma profunda discussão a respeito do tema. Neste momento caminhamos no intuito de encerrar nossa linha de raciocínio, mesmo sabendo que não demos conta de pautar todo o assunto relacionado aos fatores externos que podem ser associados com a especialização precoce, no esporte em geral, mas arranhamos a todas as perspectivas que colaboram para um trabalho consciente e adequado, desde que desempenhado por um profissional qualificado. Discutimos que a grande expectativa dos torcedores no contexto esportivo pode contribuir para o agravamento da problematização considerada. Conforme anteriormente comentado, a lista de fatores externos que podem influenciar na formação esportiva necessita ser pertinentemente melhor estudada e compreendida pelos profissionais das áreas da Educação Física e Psicologia do Esporte. Neste contexto temos alguns detalhes de suma importância, como a interferência da família, namorados, pais, técnicos, amigos, imprensa, fãs, torcedores, entre outros. Isso porque todas essas vertentes podem gerar uma alteração dos estados emocionais desses jovens atletas no decorrer do momento esportivo. Conforme afirma Machado (2006, p.63), não há motivo para negligenciarmos nossas atenções diante de qualquer manifestação externa, uma vez que qualquer tipo de torcida e sua atuação são fatores que interferem direta ou indiretamente em atletas, com uma composição que vai da família do jogador até a torcida organizada, do telespectador no campo ou ginásio ao telespectador

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22 pela televisão ou rádio, da imprensa ao técnico, e os próprios companheiros de equipe, entre outros elementos. Enfim, tendo conhecimento do impacto psicológico e sócio-afetivo que a presença dos expectadores pode causar (ou não) no ambiente esportivo, essas reflexões devem ser consideradas por aqueles que trabalham, dirigem e atuam no “palco” do esporte, para que, usufruindo as palavras de Sobrinho, Mello e Peruggia (1997, p. 79), “[...] a vida do atleta não se resuma em jogar e ganhar (ou perder), mas em sentir prazer diante da atividade físico-esportiva por ele escolhida, e que deve ter caráter duradouro [...]”. Aos técnicos esportivos, educadores físicos e psicólogos do esporte, aos pais de atletas e aos torcedores de esportes cabem a função de entender das regras lógicas que orientam a modalidade. Muito além disso, está a necessidade de aprender a aplaudir as iniciativas dos jovens atletas, além de concorrer para sua autonomia e liberdade de escolha pelo gesto esportivo dos jogadores em formação. Apenas com um encorajamento e uma demonstração de confiança nossas equipes em formação conseguiram galgar espaços, sem sofrer danos emocionais irreparáveis no futuro. È u m trabalho em grupo: pais-torcidas-profissionais do Esporte. Mas é muito viável. Referências Bibliográficas Sugeridas APA – American Psychological Association. How can a psychologist become a sport psychologist? http://www.psyc.unt.edu/apadiv47, 1999. BERESFORD, H. A ética e a moral social através do esporte. Rio de Janeiro: Sprint, 1994, 98 p. BRACHT,V. As ciências do esporte no Brasil. In: Ferreira Neto,A.; Goellner, S.V.& Bracht,V. (orgs.). As ciências do esporte no Brasil. Campinas: Autores Associados, 1995. CAILLOIS, R.Les jeux et les hommes.Paris: Folio Essais, 1993. CRATTY, B.J. Psychologie et activité physique. Paris: Seuil Éd., 1989. DERTER,B.& WEBER,M. O aspecto da emoção no ensino e na educação. Petrópolis: Vozes, 1975. DISHMAN, R.K. Identity crises in North American Sport Psychology: academic in professional issues. Journal of Sport Psychology. 5, 123-134, 1983. DURANT, M.El niño y el deporte.Madrid: Ediciones Paidós, 1990. FELTZ. D.L.. The nature of sport psychology. In: T.S.Horn (Ed.). Advances in sport psychology. Champaign: Human Kinetics, 1992. GILL, D.L. Psychological dynamics of sport. Champaign: Human Kinetics, 1986. GOLDBERG,J.P. Psicologia da agressividade. São Paulo: Editora ICC, 1991. GUAY,H. La culture sportive. Paris: PUF, 1993. JOLIBOIS,R.P.L'initiation sportive, de l'enfance à l'adolescence. Tournai: Casterman, 1995. MAFESSOLI,M.Essais sur la violence: banale et fondatrice. Paris: Librairie des Méridiens, 1991. MARTENS, R. Anxiety and motor behavior. New York: J.Wiley& Sons, 1971. MORGAN,W.P. Sport psychology in its own context:

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23 EMOÇÕES NO ESPORTE E NA ATIVIDADE FÍSICA Prof. Dr. Daniel Presoto Escola Superior de Educação Física de Jundiaí

RESUMO Quando tratamos de Emoções no Esporte e na Atividade Física logo vem a seguinte pergunta: Esporte e Atividade Física emocionam? Para respondê-la precisamos ter em mente o que vem a ser chamado de Emoção e de como ela pode ser ativada via esses fenômenos. O Contexto Esportivo e da Atividade Física, em geral, representam verdadeiros encontros entre seres humanos, no sentido de compartilharem momentos de realizações e dificuldades sentidas em seus corpos. Como tal, são ocasiões em que, graças aos relacionamentos, não só são expressas comunicações corporais, tanto verbais quanto não verbais. Os corpos postos em movimento no Esporte e na Atividade Física encontram o cenário possível para expressar no corpo, ou na relação entre os corpos, uma gama enorme de emoções. Daí, já poder dizer, conforme ditam os dicionários, que Emoção seria tudo o que nos perturba a Mente ou o cérebro, sem controle consciente. Só que essa agitação nos coloca em ação em função de um determinado evento. A Emoção, então, vem a ser um estado passageiro, porém potente e passível de registro na memória, em que o indivíduo é colocado em ação frente a algo que o afeta. Consolida-se, desta maneira o que se costumou chamar de experiência emocional. Logo, para que nos emocionemos é necessário um gatilho emocional que coloque em andamento mecanismos internos cerebrais. Esses mecanismos são os denominados de autoavaliadores cerebrais automáticos (Ekman, 2011). Sendo assim, ao emocionarmos, não temos controle consciente, mas estamos sob controle de mecanismos automáticos que nos controlam. Esses mecanismos foram adquiridos via seleção natural, portanto, ligados a nossa sobrevivência. As emoções foram, ao longo do tempo, incorporadas ao nosso aparato cerebral e representam nossa maneira de controle automática como resposta a eventos que acontecem e inviabilizam o uso de aspectos racionais conscientes e mais evoluídos no presente momento. Assim, emocionar-se implica em utilizar-se de mecanismos arcaicos evolutivos e que permitem, além de sobreviver, viver de maneira mais colorida. Imagine-se um mundo todo racionalizado, sem emoções. Seria um mundo de senhores Spock do seriado “Jornada nas Estrelas”, onde o sentir é visto e analisado como desnecessário e o aspecto racional supervalorizado. Sendo desta forma, razão e emoção sempre caminharam juntos na humanidade, só que o primeiro é mais recente evolutivamente falando (neocortex), já o segundo, mais primitivo, chegou primeiro e ainda domina no âmbito automático (sistema límbico). Na verdade, os automatismos corporais convivem com a controlabilidade das várias funções e ações do nosso corpo. Os diversos esportes e atividades físicas desenvolvidos pelos seres humanos propiciam momentos (ativação) de expressão para várias emoções. Podemos dizer que são um cadinho (contexto esportivo) para que as

emoções possam fluir. Os gatilhos emocionais que falei acima estão presentes nesses contextos. Com efeito, as pessoas que praticam ou que assistem eventos esportivos demonstram emoções as mais diversas. Dentre elas, a alegria, a surpresa, o medo, a tristeza de uma derrota, etc. Os eventos nos provocam, nos afetam, nos emocionam. Mecanismos tão antigos embutidos dentro de nós são postos em andamento e provocam em nossos corpos sensações que vão desde as mais agradáveis (regozijo,alegria) até as mais desconfortantes (como a angustia, o medo, a raiva, etc). Um senhor Spock não entenderia o que, ou que colorido as emoções trazem ao mundo esportivo humano. Portanto, as emoções, expressas no rosto, no corpo, na fala humana, são formas de comunicação empreendidas ao longo do tempo e que no Esporte e na Atividade Física propiciam raros momentos de estar vivo e em interação com os demais. No contexto esportivo, as emoções afloram, demonstrando tanto nosso lado animal (violência) quanto nosso lado humano (amorosidade). Somos seres emotivos e como tal necessitamos expressar essa emotividade. Criamos, então, espaços onde possamos fazer isso de maneira divertida e prazerosa. Assim, a resposta a questão inicial seria, sim o Esporte e a Atividade Física emocionam, ativam experiências emocionais potentes e passíveis de registro. Que o Esporte e a Atividade Física sejam momentos de experiências emocionais ricas e plenas de significados, é o que propõe esse texto. Referências ANOLLI, Luigi. A Vergonha: surge quando nossa auto-imagem faz-se em pedaços e o que mais queremos é dasaparecer. São Paulo: Paulinas, Edições Loyola, 2003. EKMAN, Paul. A linguagem das emoções: Revolucione sua comunicação e seus relacionamentos reconhecendo todas as expressões das pessoas ao redor. São Paulo; Lua de Papel, 2011. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: A Teoria revolucionária Que Redefine o que é ser Inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.

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24 CONTEXTUALIZAÇÃO DAS EMOÇÕES NO ESPORTE E NA ATIVIDADE FÍSICA Prof. Dndo Mauro Klebis Schiavon

Podemos afirmar que exercício físico e emoção estão intimamente ligados, pois todas as experiências vivenciadas por nós são acontecimentos simultâneos, ou seja, uma experiência física é acompanhada simultaneamente por uma experiência psíquica, tal como uma experiência psíquica é acompanhada por uma experiência física. Um indivíduo ao praticar uma sessão intensa de exercícios musculares (musculação), além da exigência física, há um desencadeamento de processos emocionais que regulados por neurotransmissores, como a endorfina e serotonina, produzem um estado de euforia e a regulação do humor (MIRANDA, R.). Em uma situação emocional positiva que proporciona alegria, provoca ao mesmo tempo um aumento do fluxo sanguíneo e da pressão arterial e, para preparar o organismo a agir diante a situação propriamente dita. Nesse conjunto pode-se proferir que o ser humano sempre se expressa através da relação simultânea corpo-mente e vice-versa e esses estão constantemente presentes na dinâmica pessoal. Deste modo, as emoções são imprescindíveis nas tomadas de decisões, das mais simples as mais complexas e é possível afirmar que as emoções organizam e dirigem o comportamento tanto como os motivos que impulsionam as pessoas agirem. Não obstante, as emoções podem ter efeitos desorganizadores sobre o comportamento. Em suma, as emoções são bastante afins da motivação (força ou motivo que nos impulsiona em direção a algo). De acordo com Miranda (2008) o comportamento é facilitado por um motivo até certo grau de força e depois o motivo é desorganizador: o ponto de “mutação” depende da dificuldade da tarefa. As tarefas mais difíceis tendem a provocarem um comportamento desmotivado e desorganizado, repercutindo ansiedade. As tarefas (força de motivo) com dificuldade adequada tendem a provocarem um comportamento motivado e produtivo (organizado). O autor supra citado afirma ainda que quando de uma regulação da exigência do grau de dificuldade do exercício físico (treinamento), além de providenciar uma sobrecarga ideal para a pessoa, uma adaptação emocional favorável será verificada, pois haverá harmonia entre a exigência da tarefa (motivo) e a capacidade psicofísica da pessoa. O resultado dessa combinação será uma motivação ideal para a execução da tarefa e como consequência oportunidade de sentimento de alegria, satisfação, recompensa, bem-estar e envolvimento com a atividade. Do mesmo modo, ao persistir esse equilíbrio entre tarefa e capacidade pessoal interveniente, o comportamento motivado e organizador das emoções, projetará o praticante de exercícios físicos para um nível de execução de alto grau de sofisticação e mobilização psicofísica, sem terem consciência de problemas ou alternativas fora da

atividade presente. É como se naquele momento nada mais importasse a não ser suas próprias ações de treinamento.

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25 CIBERVIOLÊNCIA NO ESPORTE: UMA VISÃO SOBRE AS TORCIDAS ORGANIZADAS (cyberhooligans) Guilherme Bagni Mestrando em Desenvolvimento Humano e Tecnologias na UNESP- RC e membro do LEPESPE Com o crescimento e avanços das novas mídias, temos o crescimento da ciberviolência, sendo que ela irá permear todos os agrupamentos sociais, muitas vezes independente da sua vontade e/ou de estar conectado na rede, já que qualquer um pode colocar uma foto, um texto ou qualquer outro item com a intenção de violentar algum indivíduo. Por um lado temos o ciberbullying, o qual está presente tanto nas escolas quanto no esporte, talvez o mais interessante dessa migração do bullying para o ciberespaço seja a possibilidade alteração do agressor que, enquanto no bullying normalmente é o maior, o mais forte, o mais velho, no ciberbullying pode ser o menor, o mais jovem, o mais novo, o qual muitas vezes é a vitíma do bullying (YBARRA; MITCHELL, 2004). Esse fato indica que uma das características presente na ciberviolência é o aparente ou suposto anonimato do agressor, por isso que muitos se sentem encorajados a serem agressores, por acreditarem cegamente nesse anonimato, entendendo que, assim, pode-se realizar qualquer tipo de ação na rede, especialmente aquelas que não se pode realizar no mundo real, pois tais atitudes não serão passíveis de punição. Sullivan (2000) destaca que existem aproximadamente 20 membros violentos ou “hardcore” como o autor denomina a cada 100 membros das “firms” que são agrupamentos de hooligans. Murad (2012) destaca que nas torcidas organizadas brasileiras existem cerca de 5% de membros violentos. A polícia britânicas divide os torcedores em 3 categorias: “A” onde estão presentes os “típicos fans”, “B” onde estão os hooligans que às vezes se envolvem em episódios violentos e “C” onde estão os hooligans “hardcore” que sempre estão envolvidos com violências. A polícia ainda estima que existem cerca de 600 integrantes da categoria C e 250-300 da categoria B que se envolvem em episódios violentos sob influência do álcool. (SULLIVAN, 2005). Segundo o autor o que inicialmente parece ser uma violência espontânea se tornou coordenada e orquestrada e a rede como um todo facilitou tanto na mobilização dos membros da própria torcida quanto para desafiar torcidas adversárias. Apesar da denominação hooligans ser utilizada no Brasil, existem algumas diferenciações entre os hooligans ingleses e as torcidas organizadas brasileiras. Dentre elas destaca-se a organização, enquanto as torcidas brasileiras constituem entidades jurídicas e possuem estrutura formal com estatuto, eleições, dentre outros, os hooligans possuem estrutura hierárquica, porém são intuições bem mais informais; os vínculos, onde os torcedores organizados brasileiro estabelecem tanto com outras torcidas quanto com outros setores da sociedade, enquanto os hooligans acabam por realizarem apenas alianças estratégicas que favoreçam suas ações violentas; a sede, a qual para os hooligans são

os bares e pubs, os torcedores organizados possuem uma sede fixa a qual também é utilizada para outros eventos; as questões políticas, que estão muito mais presentes nos holigans; as vestimentas, enquanto os hooligans utilizam, geralmente, roupas relacionadas com o clube, os torcedores organizados brasileiros utilizam roupas com símbolos que fazem referência as torcidas e não ao clube (LOPES; CORDEIRO; MOMBERGER, 2010). Em relação aos cyberhooligans, temos um grupo que age especificamente no esporte e nada mais é do que uma migração dos hooligans, isto é, dos membros violento de torcidas organizadas para o ciberespaço. Inicialmente é importante destacarmos que as torcidas organizadas têm, cada vez mais, membros jovens, os quais se agrupam nelas e aderem a identidade coletiva da torcida por terem o sentimento da pertença em relação à este grupo. Outro fato importante é a inversão de papéis, onde os torcedores ganham destaque em detrimento dos atletas, isso acaba se expandindo também com as redes sociais e o jogo não se restringe mais aos 90 minutos (MENEZES MARTINS; MOMBERGER, 2008). Rocco Junior (2007) analisou quatro sites de torcidas organizadas no Estado de São Paulo e encontrou alguns elementos comuns tais como: importância dedicada ao samba e ao carnaval, a questão da violência na agressividade dos textos, no desprezo aos outros, especialmente adversário e o que o autor considera serem “torcedores comuns”, isto pode ser percebido pela utilização de palavras de ordem e também desprezo às autoridades e a ordem social. O terceiro elemento em comum notado pelo auto é a importância destinada ao clube o qual a torcida apoia, mesmo que este espaço seja muito menos que o destinado a própria torcida em si. Menezes Martins e Momberger (2008) analisaram comunidades no orkut de Grêmio e Internacional após um episódio envolvendo a morte de dois torcedores do Internacional em confronto entre as duas torcidas e verificaram a existência de subgrupos heterogêneos dentro das comunidades, destacam-se os que apoiavam as mortes, os que eram contrários e os que culpavam a mídia. Ainda neste estudo os autores verificaram que o resultado do jogo e o desempenho da equipe ficam em segundo plano em detrimento da guerra contra o rival, sendo que o orkut foi identificado como a face permanente dos cyberhooligans brasileiros. Ainda não se tem claras as medidas a serem tomadas visando evitar a ação dos cyberhooligans, Murad (2012) defende como medidas contra a violência entre as torcidas: a curto prazo a punição, a médio prazo a prevenção e a longo prazo a reeducação. Possivelmente essa medidas também possam valer para os cyberhooligans, especialmente as medidas de prevenção que podem evitar confrontos agendados pela internet. Referências Bibliográficas:

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26 LOPES, F. T. P.; CORDEIRO, M. P. Torcidas organizadas do futebol brasileiro: singularidades e semelhanças com outros grupos de torcedores da América do Sul e da Europa. Revista Espaço Acadêmico, v. 9, n. 104, p. 75-83, 2009. MENEZES MARTINS, F.; MOMBERGER, J. CIBERCULTURA E IMAGINÁRIO HOOLIGAN: RITUAIS TRIBAIS E VIOLÊNCIA SOCIAL NO ORKUT. Razón y Palabra [On-line], Monterrey, 2008, v.13, n.64, set./out., 2008. Disponível em: . Acesso em 26 set. 2014. MURAD, M. A violência no futebol. São Paulo: Saraiva, 2012 ROCCO JUNIOR, A. J. O “cyberhooligan” brasileiro: hacker, cracker ou cyberpunk? In: MARQUES, José Carlos. (org.). Comunicação e esporte: diálogos possíveis. São Paulo: Intercom, 2007. SULLIVAN, J. P. Gangas, hooligans, and anarchists – the vanguarda of netwar in the streets. In: ARQUILLA, J.; RONDENFELDT, D. (Org.) Networks and netwars: the future of terror, crime, and militancy. California: Santa Monica, 2000. YBARRA, M. L.; MITCHELL, K. Youth engaging in online harassment: Associations with caregiverchild relationships, Internet use, and personal characteristics. Journal of Adolescence, v. 27, n. 3, p. 319-336, 2004. Disponível em: . Acesso em 13 set. 2014.

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27 VIOLÊNCIAS ESCOLARES: A NECESSIDADE DE PROBLEMATIZAR TAIS QUESTÕES PARA ALÉM DOS REDUCIONISMOS Profª Drª Mara Rosana Pedrinho Centro Universitário Rio Preto O fenômeno da violência é caracterizado pela polissemia conceitual, por controvérsias sobre sua delimitação e pela falta de consenso sobre sua natureza. Na perspectiva de Ristum e Bastos (2004), a violência deve ser concebida como um fenômeno socialmente construído e que sua compreensão só é possível a partir de uma aproximação das realidades sociohistóricas e culturais nas quais os atores sociais estabelecem relações dialéticas. Teixeira (2010), por sua vez, entende a violência como exclusão de possibilidades de cidadania e de desestímulo ao exercício de direitos. Em Lopes (2007) foi possível identificar uma concepção de violência engendrada nos meandros sociais, de forma a caracterizá-la como um fenômeno complexo, multifacetário, resultante de múltiplas determinações e que se articula com processos sociais assentados em uma estrutura social desigual e injusta. Galvão et al (2010) utilizam o termo “violências escolares” (no plural) por entenderem que a escola é autora (quando produz e reproduz exclusão social), vítima (na hostilização sofrida por docentes e gestores – e m parte como reflexo produzido por ela mesma – e no vandalismo) e palco (quando se torna ambiente em que as violências ocorrem e quando se torna lugar de aprendizagem de violências). Ristum (2010), a partir de Charlot (2002) se refere à violência na escola (que se reproduz dentro do espaço escolar, sem estar ligada à natureza e as atividades da instituição), da escola (violência institucional, simbólica) e contra a escola (atos de vandalismo, incêndios e destruição, roubo ou furtos que envolvem tanto os membros da escola como à comunidade e estranhos a ela). É na área da Psicologia e da Educação que, segundo Sastre (2010) que o tema da violência e suas manifestações ganham representatividade e legitimidade, mas com um recorte disciplinar, ora socializando, ora psicologizando o fenômeno resultando em textos “nos quais, ou se faz abstração das características sociais, históricas e culturais ou se faz abstração dos elementos que dizem respeito às subjetividades e estruturas internas dos indivíduos envolvidos em tais experiências.” (SASTRE, 2011, p.14). Sem a realização da crítica à apologia das normas e regras pode-se, segundo o autor, chegar a um moralismo ingênuo, ao acreditar que a falta de valores o ensino compulsório das mesmas “é suficiente para descrever um fenômeno complexo como o da violência nas escolas e seus correlatos: o Bullying, o Preconceito e a Discriminação”. (idem) Aos pesquisarmos as temáticas da violência, é possível notar o destaque reservado ao fenômeno do bullying , sendo o mais recorrente o bullying escolar, cujo estudo teve início nos anos de 1990 e sua motivação se dá no contexto do crescimento da violência nas escolas. O termo foi adotado por facilitar a classificação, reconhecimento, diagnóstico de tal modalidade de violência, bem como para promover a intervenção, além de facilitar a

comunicação entre os estudiosos do bullying (ANTUNES, 2008; RISTUM, 2010). O cyberbullying se caracteriza, por sua vez, como um tipo de bullying, cuja especificidade é o fato de ocorrer no ambiente virtual ou cyberspaço. Ou seja, é a agressão entre pares praticada por meio de comunicações virtuais. A sua abrangência é maior do que a forma tradicional de bullying, devido à dinâmica e velocidade dos meios de propagação, os quais possibilitam a quebra de barreiras geográficas, além de permitirem sua permanência. Importante destacar que o fenômeno bullying tem sido abordado na perspectiva dos sujeitos individuais, em suas características segundo o papel que desempenham no processo – vítima, agressor, expectador (FANTE, 2005). Tal perspectiva, utilizando o mecanismo classificatório, acaba por retirar o foco explicativo das relações sociais (mecanismo compreensivo), encerrando nos sujeitos (aluno, pais, professores) culpas e responsabilidades, sem que se analise aspectos histórico-sociais que atravessam tais atos e que interferem na função da escola de socializadora de conhecimentos. Autores como Antunes e Zuin (2008) entendem que o fenômeno denominado de bullying é uma nova nomeação para o preconceito, existente em sociedades que se pretendem democráticas, mas que, em realidade, são extremamente autoritárias. Estudos recentes estudos recentes sinalizam as representações sociais positivas e negativas (preconceitos) na base de muitas formas de bullying existentes tanto na escola como na sociedade e que propõem, dessa forma, que se compreenda o fenômeno em sua relação com a cultura, com os modelos e padrões socialmente valorizados, e com os grupos excluídos e desprezados (TV UNICAMP, 2010). Desta forma, o caminho proposto para a reflexão sobre os temas da violência e do (cyber)bullying vai na mesma direção dos entendimentos de Soligo (2001) e PATTO et al. (2008): a de que estudar o preconceito parece ser hoje um ponto de partida necessário e indispensável para a compreensão dos modos como se constituem subjetividades em relação aos modelos socialmente valorizados (pela sua proximidade ou distância, muitas vezes marcado pelo estigma da inferioridade) e como estas se articulam com a cultura e com as experiências de sujeitos concretos. Assim, entendemos, é possível visualizar uma forma de escapar dos reducionismos dos recortes disciplinares, que contribuem para que a culpabilização se encerre nos sujeitos, relegando a um segundo plano aquilo que ocorre na e sob as regras instituídas. BIBLIOGRAFIA: ANTUNES, D. C. Razão instrumental e preconceito: reflexões sobre o bullying. São Carlos: UFSCar, 2008. 230 f.

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28 ANTUNES, D.C.; ZUIN, A. A. S. Do bullying ao preconceito: os desafios da barbárie à educação. Psicologia e Sociedade, Porto Alegre, vol. 20, n. 1, p. 33-42. 2008. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext;pi d=S010271822008000100004;lng=en;nrm=iso>. Acesso em 08 Out. 2013. CHARLOT, B. A violência na escola: como os sociólogos franceses abordam essa questão. Sociologias, ano 4, nº 8, p 432-443, jul-dez . Porto Alegre/RS, 2002. FANTE, C. Fenômeno Bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Campinas: Verus Editora, 2005. GALVÃO, A. et al . Violências escolares: implicações para a gestão e o currículo. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 18, n. 68, Set. 2010. Disponível em . Acesso em 19 Nov. 2013. LOPES, T. A. Professoras negras e o combate ao racismo na escola: um estudo sobre a autopercepção de professoras negras da rede pública de educação do Estado do Paraná, de escolas localizadas no bairro do Boqueirão, do município de Curitiba, acerca de suas práticas de combate ao preconceito e a discriminação racial no interior da Escola. 2008. 108f. Dissertação (Mestrado em Educação) - UFPR/EDUCAÇÃO. Curitiba, 2008. PATTO, M. H. S. et al. Perspectivas teóricas acerca do preconceito. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008. RISTUM, M. Violência na Escola, da Escola e contra a Escola. In: ASSIS, S. P. J.; CONSTANTINO, P.; AVANCI, J. Q. Impactos da violência na escola. Rio de Janeiro: Ministério da Educação/Editora Fiocruz, 2010. RISTUM, M; BASTOS, A C de S. A violência urbana e o papel da mídia na concepção de professoras do ensino fundamental. Paidéia, Ribeirão Preto, v. 13, n. 26, dez. 2003. Disponível em . Acesso em 14 dez. 2013. SASTRE, E. A. Panorama dos Estudos Sobre Violência nas Escolas no Brasil: 1980 -2009. Brasília, DF: Portal do Professor- Ministério da Educação do Brasil, 2010. SOLIGO, A. F. Análise do preconceito racial no Brasil a partir de adjetivos e contextos. 213 f. Tese (Doutorado em Psicologia)-. Campinas, Instituto de Psicologia. PUC, 2001.

TEIXEIRA, J. D. O sistema sócio-educativo de internação para jovens autores de ato infracional do estado de São Paulo. São Carlos: UFSCar, 2010. TV UNICAMP. Bullying. Vídeo produzido e disponibilizado pela TV Unicamp., 2010.

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29 BULLYING VIRTUAL NO AMBIENTE ESCOLAR Antonio Carlos Araujo; Silene Fontana Docentes do Departamento de Pedagogia das Faculdades Integradas Padre Albino, Catanduva/SP.

O bullying é hoje, sem dúvida, um problema mundial e um dos temas mais discutidos, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, local de trabalho e entre vizinhos. Em meio às discussões, surge uma infinidade de opiniões, ideias, sugestões, estudos, publicações, que tentam explicar o fenômeno e os motivos que leva um indivíduo ou grupo a agir de forma deliberada e, muitas vezes, cruel. Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento. Insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos levando-os à exclusão, além de danos físicos, morais e materiais, são algumas das manifestações do "comportamento bullying (FANTE, 2005). De acordo com Silva (2010) os problemas mais comuns da vítima de bullying são: desinteresse pela escola; problemas psicossomáticos; problemas comportamentais e psíquicos como transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade generalizada, entre outros. O bullying também pode agravar problemas preexistentes, devido ao tempo prolongado de estresse a que a vítima é submetida. Em casos mais graves, podem-se observar quadros de esquizofrenia, homicídio e suicídio. Outra forma de violência também derivada do bullying é o bullying virtual ou ciberbullying, uma prática muito popular entre as crianças e adolescentes que acontece pelo mundo da internet. Segundo Maldonado (2011, p.62) O cyberbullying é a prática da crueldade online. Com o rápido desenvolvimento da tecnologia, os agressores passam a criar muitas outras formas de atormentar suas vítimas. A pessoa que, em um momento, é agressor, no momento seguinte pode tornar-se vítima, porque também passa a ser atacada. O cyberbullying caracteriza-se por ataques usando mensagens de texto do celular, câmeras, ou o computador por meio de redes sociais, sites de vídeo, e-mails com o objetivo de depreciar, humilhar, difamar, fazer ameaças e aterrorizar uma pessoa ou um grupo escolhido como alvo. No ciberbullying a agressão pode ser identificada, mas o agressor é dificilmente identificado e talvez nunca saia do anonimato. No bullying, o agressor pode observar ao vivo e cores as reações da vítima; no cyberbullying, apenas imagina e com freqüência, “não consegue relacionar a crueldade de seus ataques com a repercussão na vida de quem está sofrendo tamanha perseguição, apesar de sentir prazer em provocar sofrimento”

(MALDONADO, 2011, p.63). Além disso, no ciberbullying a vida das vítimas não está exposta somente para um grupo, mas sim para toda a rede A escola é um ambiente propício para o combate à violência, mas é necessária uma ação multidisciplinar entre escola e comunidade, por meio da articulação de projetos e diálogos com as famílias e os alunos. Albino e Terêncio (2009) subdividiram as ações preventivas contra o bullying em três grupos principais: 1. Intervenção individual, quando é apresentada pré-disposição a violência, com resultados mais evidentes em crianças pequenas; 2. Intervenção curricular, através de atitudes anti-bullying dentro da escola por meio de vídeos, discussões em grupo, embora os autores entendam que esse tipo de intervenção desfavoreça os grupos de crianças menores, por se tratar de um processo sistemático direcionado a um único tipo de grupo; 3. Intervenção integral, que deve abranger todas as disciplinas, através de atividades que compreenda o ambiente em que o bullying acontece, incluindo toda a equipe da unidade escolar. Outra atitude a ser tomada, pelas escolas, é conscientização de crianças e adolescentes quanto ao uso de redes sociais, mostrando os riscos de uma exposição exagerada e lembrando que os pais são responsáveis jurídicos sobre um menor agressor. Além disso, caso o bullying ocorra no ambiente escolar, a escola pode ser responsabilizada também. Decorrente o exposto, fica claro o quão importante é necessário debater o cyberbullying no ambiente da educação. No entanto, não é apenas dos educadores a responsabilidade de prevenir e combater o bullying, mas eles têm um papel fundamental para que o bullying não faça parte do cotidiano escolar. REFERÊNCIAS ALBINO, P. L.; TERÊNCIO, M. G. Considerações críticas sobre o fenômeno do Bullying: do conceito ao combate e à prevenção, 2009, Disponível em: http://portal.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/1 8_03_2010_15.21.10.2af5ca0c78153b8b4a47993d 66a51436.pdf Acesso em: 29 set. 2014. FANTE, C. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2ª edição. Campinas. Editora Versus, 2005. 224 p. MALDONADO, M. T. Bullying e cyberbullying: o que fazemos com o que fazem conosco? São Paulo: Moderna, 2011. SILVA, A.B.B. Cartilha: Bullying - justiça nas escolas. 1ª ed. Conselho Nacional de Justiça. Brasília, 2010.

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30 AFINAL, ESPORTE EDUCA? Prof. Dr. Marcelo Callegari Zanetti Universidade Paulista – UNIP – São José do Rio Pardo

Afinal, Esporte educa? parece ser um título bastante provocativo, indagativo e ao mesmo tempo fazer parte do ideário e do senso-comum, já que é notória a ligação que muitas pessoas e até boa parte da sociedade faz entre esporte e educação, acreditando que o esporte por si só educa. A relevância da temática proposta também se faz notar pela série de projetos envolvendo esporte e educação. Ao realizar uma breve busca no Google no dia 26 de setembro de 2014 com a frase: “Projeto esporte e educação”, foram apontadas 67.700 fontes (Figura 1). Figura: Busca no Google pela frase: "Projeto esporte e educação"

!Contribuir para a melhoria da qualidade de vida (auto-estima, convívio, integração social e saúde); !Contribuir para a diminuição da exposição aos riscos sociais (drogas, prostituição, gravidez precoce, criminalidade, trabalho infantil e a conscientização da prática esportiva, assegurando o exercício da cidadania). !Em relação a seus princípios temos: !Da reversão do quadro atual de injustiça, exclusão e vulnerabilidade social; !Do esporte e do lazer como direito de cada um e dever do Estado; !Da universalização e inclusão social; !Da democratização da gestão e da participação. !

Fonte: Próprio autor Já, no site do Ministério do Esporte (2014a), em pesquisa realizada no dia 2828 de setembro de 2014, na área destinada ao “esporte, educação, lazer e inclusão social” foram encontrados 10 diferentes programas e projetos (Figura 2) envolvendo essa temática (Segundo Tempo, Esporte da Escola, Recreio nas Férias, Esporte e Lazer da Cidade, Competições e Eventos de Esporte e Lazer, Jogos Indígenas, Rede Cedes, Prêmio Brasil de Esporte e Lazer de Inclusão Social, Pintando a Cidadania, Pintando a Liberdade). Dentre tais programas, aquele que parece mais se destacar no cenário nacional parece ser o Programa “Segundo Tempo”, que segundo o Ministério do Esporte (2014b): “tem por objetivo democratizar o acesso à prática e à cultura do Esporte de forma a promover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, como fator de formação da cidadania e melhoria da qualidade de vida, prioritariamente em áreas de vulnerabilidade social”. Seus objetivos específicos são: !·Oferecer práticas esportivas educacionais, estimulando crianças e adolescentes a manter uma interação efetiva que contribua para o seu desenvolvimento integral; !Oferecer condições adequadas para a prática esportiva educacional de qualidade; !Desenvolver valores sociais; !Contribuir para a melhoria das capacidades físicas e habilidades motoras;

Já, em relação aos resultados esperados, os mesmos são divididos em impactos diretos e indiretos: Impactos diretos: !Melhoria no convívio e na integração social dos participantes; !Melhoria da autoestima dos participantes; !Melhoria das capacidades e habilidades motoras dos participantes; !Melhoria das condições de saúde dos participantes; !Aumento do número de praticantes de atividades esportivas educacionais; !Melhoria da qualificação de professores e estagiários de educação física pedagogia ou esporte envolvidos. !Impactos indiretos: !Diminuição da exposição dos participantes a riscos sociais; !Melhoria no rendimento escolar dos alunos envolvidos; !Diminuição da evasão escolar nas escolas atendidas; !·Geração de novos empregos no setor de educação física e esporte nos locais de abrangência do Programa; !·Melhoria da infra-estrutura esportiva no sistema de ensino público do país e nas comunidades em geral. Figura 2: Projetos envolvendo “esporte, educação, lazer e inclusão social” do Ministério do Esporte

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31 Fonte: Próprio autor Sem fazer qualquer juízo de valor do projeto“Segundo Tempo”, nos parece que o mesmo apresenta princípios bastante relevantes em relação ao esporte educacional, tais como: promover o desenvolvimento integral, promover cidadania, qualidade de vida, integração social, autoestima, saúde, etc., porém, apesar de suas propostas de capacitação e treinamento dos professores/monitores envolvidos, tais princípios parecem bastante genéricos e de difícil desenvolvimento. O tema esporte/educação também parece ser bandeira de inúmeros candidatos e políticos, que buscam relacionar esporte a mudanças sociais e avanços educacionais. Nesse sentido, buscamos verificar o tratamento dessa temática nas propostas de governo disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (2014) dos presidenciáveis 2014. Ao verificarmos as propostas dos 3 primeiros colocados nas intenções de voto (Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves), segundo o Datafolha (2014), em pesquisa realizada entre os 25 e 26 de setembro de 2014 (Figura 3) pudemos verificar o tratamento dado pelos candidatos ao esporte educacional Figura 3: Intenção de votos para presidente em 2014

Fonte: Próprio autor Vejamos as propostas dos candidatos para o esporte educacional: ·Dilma Rousseff !A frase: “esporte e educação” não apareceu em sua proposta; !A palavra esporte apareceu 10 vezes na proposta de governo; !Não há um índice específico sobre o tema esporte, porém, é nítida a propaganda governista sobre aquilo que já foi feito, por meio de frases como: “Os governos do PT investiram muito em esporte e cultura, implementando políticas que se tornaram instrumentos de inclusão social e desenvolvimento econômico. Pela primeira vez a cultura e o esporte foram concebidos como programas de Estado, fomentando o mercado de trabalho e as potencialidades do nosso povo” e até de menção ao esporte de rendimento e à busca por talentos esportivos: “Daremos continuidade ao Bolsa Atleta, auxílio financeiro que permite a nossos jovens atletas se dedicarem com afinco à sua

formação e aprimoramento técnico. Avançaremos também na construção de 285 unidades dos Centros de Iniciação ao Esporte (CIE) em 163 municípios de todos os Estados e no Distrito Federal. Estes centros propiciarão infraestrutura adequada ao surgimento dos futuros talentos esportivos brasileiros, e elevarão a um novo patamar as condições e a estrutura para a prática dos mais diversos esportes em nosso País”, porém, em momento algum da proposta o esporte é vinculado à educação; ·Marina Silva !A frase: “esporte e educação” não apareceu em sua proposta; !A palavra esporte apareceu 6 vezes na proposta de governo; !Não há um índice específico sobre o tema esporte. A palavra esporte aparece de forma genérica em frases como: “A educação integral deve instituir escolas abertas aos tempos e espaços das comunidades, inserindo-as nos contextos locais, regionais, nacional e mundial, mantendo diálogo com as demais instâncias formadoras dos setores de cultura e esportes”; “Como forma de promover melhorias à saúde e não apenas cuidar das doenças, deve-se inscrever a prática de esportes e atividades corporais como parte do conceito de assistência integral à saúde”; “Trata-se de uma educação integral que articula esportes e cultura e busca conexão com os novos conhecimentos, o pensamento científico e as novas tecnologias”; “A Coligação promoverá políticas de cultura, esporte e lazer, integrando-as às políticas de juventude, com a finalidade de ampliar o convívio na diversidade e aumentar a disponibilidade de bens culturais e alternativas de lazer e recreação da população”. ·Aécio Neves !A frase: “esporte e educação” não apareceu em sua proposta; !A palavra esporte apareceu 19 vezes na proposta de governo; !No índice a palavra esporte aparece apenas no sub-item: “II.VII. ESPORTE E LAZER” do item: “II. CIDADANIA”; !Na abertura do subitem “II.VII. ESPORTE E LAZER” há uma apresentação que aponta: “O esporte deve ser tratado como objeto de políticas públicas e como instrumento da formação educacional e da integração social, disseminando as boas práticas de convivência em comunidade e aprimoramento pessoal”; !Ainda no subitem: “II.VII. ESPORTE E LAZER” há 18 diretrizes, porém, somente a diretriz: “10. Integração da política de esporte com as demais políticas públicas, especialmente de Educação e de Saúde”, faz menção à educação; !No subitem: “II.IX. JUVENTUDE”, há 2 diretrizes que apontam o esporte, mas sem

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32 nenhuma menção à educação: “14. Fomento, em parceria com estados e municípios, à construção de áreas de lazer, em especial nas periferias das grandes cidades, para práticas de esportes e de atividades culturais” e “15. Estimulo à prática de esportes e de atividades culturais pelos jovens”; !Já no subitem: “VIII.I. COMBATE AO USO DE DROGAS” do item: “ VIII. SEGURANÇA PÚBLICA”, a palavra esporte aparece na diretriz: “3. Desenvolvimento de um programa nacional de prevenção ao uso abusivo de álcool e outras drogas, em parceria com estados, municípios, empresas privadas e entidades do Terceiro Setor, priorizando os jovens, com ações nas áreas de cultura, lazer e esportes”. A bandeira do esporte educacional dos candidatos parece não muito clara ao analisarmos suas propostas de governo, já que, nenhum dos mesmos promove uma articulação adequada entre esporte e educação. Mas, afinal, o que seria educação? Segundo a Wikipédia, a Educação (2014) engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de socialização e endoculturação, mas não se resume a estes. E o esporte? Para Elias (1992) apud Gomes, Silva e Queirós (2004) o desporto, ou os primórdios daquilo que hoje conhecemos como desporto, desempenhou um papel civilizador na nossa cultura, nomeadamente quando regulou a violência de práticas físicas guerreiras, tornando-as relativamente não violentas, dado que opositores resolviam as suas diferenças e divergências segundo regras respeitadas por ambas as partes. Para esses mesmos autores, é exatamente pelas suas características civilizacionais e culturais, pela sua linguagem universal e possibilidades educativas que o desporto franqueia as portas das escolas, tornando-se assim matéria de ensino e, hoje em dia, dá sentido e justifica a disciplina de Educação Física no currículo escolar, que para esses autores, baseados nos apontamentos de Bento (1998) é a disciplina escolar que toma o desporto como conteúdo e como forma específica de lidar com a corporalidade. Porém, Gomes, Silva e Queirós (2004) nos chamam atenção para o fato de que a importância do esporte na história da humanidade é acrescida quando a ciência estabelece relações inequívocas entre a atividade física, a saúde e o bem-estar das populações. Essa relação inequívoca, para exemplificar acontece em relação à construção de gêneros, já que o desporto ilustra e perpetua características fundamentais da corporalidade masculina, tais como: força,

competitividade, agressividade e domínio do espaço. A questão de gênero também é abordada por Corsino e Auad (2012) que apontam que na Educação Física escolar há por meio das relações de poder, formas de organização e tratamento dos conteúdos, com mecanismos que se postam a favor das diferenças, principalmente quando os meninos acabam por dominar e controlar boa parte das aulas. Muitas vezes, há a aprendizagem do silenciamento, que busca um ambiente pacífico por meio de uma atitude conformista, que utiliza o sexo como argumento para diferenças de rendimento entre meninas e meninos, que geralmente são separados nas aulas para que os conflitos sejam negados, em um verdadeiro aprendizado da separação. Poderíamos pensar ainda nas diversas formas de preconceito racial, violência, uso de drogas e anabolizantes como forma de melhorar cada vez mais precocemente o rendimento e a estética dos atletas. Seria esse um modelo de esporte educativo? Parece óbvia a resposta! Por outro lado, cabe-nos pensar que o esporte também poderia promover maior socialização entre seus praticantes, respeito às individualidades e diferenças, emoldurar princípios éticos/morais, regular e possibilitar a expressão de diferentes emoções e sentimentos, possibilitar diferentes formas de manifestação cultural e identitária e acima de tudo proporcionar a ampliação das relações humanas. Porém, tais questões não perpassam apenas por modelos de projeto e/ou propostas de governo, mas sim, pelas mãos daqueles que tem a função de trabalhar diretamente tais desafios, que são os professores/profissionais de Educação Física. Porém, talvez um dos maiores problemas esteja relacionado à formação desses indivíduos, pois, para Borges (2005), ainda há predomínio de um modelo técnico/esportivo nos programas de formação de Educadores Físicos. A divisão entre bacharelado e licenciatura em 1987 parece não ter dado conta de resolver tal problema e principalmente promover uma formação mais ampla e sólida, principalmente em relação a questões educativas. Outro fator apontado pela autora é o de que antes de iniciar a formação profissional muitos desses futuros profissionais já trazem uma bagagem de experiências, certezas e crenças, geralmente atreladas a vivências passadas, carregadas de questões técnicas. Poderíamos apontar ainda a indiferença e falta de compromisso por parte desses futuros profissionais para com disciplinas de formação humana como psicologia, sociologia, antropologia, entre outras, que além de serem bastante escassas nas grades curriculares, figuram como meras coadjuvantes nesse processo. Portanto, estaria esse profissional apto a lidar com as questões educativas que o esporte poderia promover? Para finalizar cabe o apontamento de Paulo Freire de que “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”. Parafraseando Freire concluiria que o esporte não é bom, nem ruim, ele é apenas o que se faz dele. Referencias

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33 BORGES, C. A formação dos docentes de educação física e seus saberes profissionais. In. BORGES, C. e DESBIENS, J-F. (org.). Saber, formar e intervir para uma educação física em mudança. Campinas, SP: Autores Associados, 2005, p.157-190. CORSINO, L. N.; AUAD, D. O professor diante das relações de gênero na educação física escolar. São Paulo: Cortez, 2012. DATAFOLHA. [2014]. Disponível em: http://datafolha.folha.uol.com.br/. Acesso em: 28 set. 2014. EDUCAÇÃO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2014. Disponível em: . Acesso em: 27 set. 2014. GOMES, P. B.; SILVA, P.; QUEIRÓS, P. Para uma estrutura pedagógica renovada, promotora da coeducação no desporto. In.: SIMÕES, A. C.; KNIJNIK, J. D. (org.). O Mundo Psicossocial da Mulher no Esporte: comportamento, gênero, desempenho. São Paulo: Aleph, 2004. p. 173-189. MINISTÉRIO DO ESPORTE. [2014a]. Disponível em: . Acesso em: 28 set. 2014. MINISTÉRIO DO ESPORTE. [2014b]. Disponível em:. Acesso em: 28 set. 2014. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. [2014]. Disponível em: . Acesso em: 28 set. 2014.

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34 DIÁLOGOS ENTRE A PSICOLOGIA, A EDUCAÇÃO FÍSICA E O ESPORTE: POR QUE NÃO? 1Ednei Sanchez; 2Camila Freitas Teodoro 1Unip/Unilago, 2FEFISA/CRP São Paulo

Os hábitos esportivos da sociedade moderna, bem como a transformação do esporte em produto da indústria cultural requerem atenção e análise crítica dos profissionais da área da saúde. Assim, Pedagogos, professores de Educação Física, Psicólogos, Nutricionistas, Assistentes Sociais, Fisioterapeutas, enfim, os envolvidos com a intervenção na competição esportiva, na reabilitação ou na área educacional devem enxergar esse contexto não como áreas segregadas, mas ambientes multi e interdisciplinares, favorecendo uma atuação mútua que possa contribuir efetivamente para o desenvolvimento humano. Portanto, a contribuição dessas diferentes áreas na atuação profissional não deveriam limitar territórios de atuação, mas sim integrá-los, visto a necessidade de enxergar o indivíduo em toda sua plenitude. Para tanto, deve-se buscar estratégias de integração e socialização de conhecimento. Elaborar possíveis ações integradas, especialmente da psicologia e da educação física. Esse diálogo é possível, bem vindo e necessário para o bom desempenho dos profissionais e o fortalecimento da área. Referências Bibliográficas MACHADO, A. A. Qual Psicologia do Esporte para quais Jogos Olímpicos? análise do contexto atual. Revista Brasileira de Psicologia Aplicada ao Esporte e à Motricidade Humana Volume 3 . Número 1 . Setembro 2012

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35 EDUCAÇÃO E ESPORTE CAMINHAM JUNTOS? Prof. Mda. Arlete Scaramuzza Nicoletti Faculdade e Colégio Dom Bosco de Monte Aprazível – FAECA

Em tempos de eleição, o que vimos há pouco foi um grande engodo em uma corrida desenfreada por votos, em um embate no qual o ataque ao adversário não foi poupado entre os candidatos mais populares. Este panorama de uma ética sombria que ora existe no Brasil, repercute diretamente na educação de seu povo constituindo um frágil pilar. É de fundamental importância que a educação seja compromisso vital do governo eleito e que seus ideais estejam pautados numa estreita relação com toda a sociedade. Somente uma força política integrada com a força de sua gente fará com que uma mudança significativa na estrutura do sistema educacional seja possível. Este preceito seguido de uma grande vontade política pode e deveria fazer a diferença nos próximos anos. É sabido que uma Nação com educação, e dentro disso subentende-se cultura e qualidade de vida, é a única possibilidade de formar as novas gerações em uma concepção científica de mundo desenvolvendo o indivíduo em toda plenitude. Isso envolve as capacidades intelectuais, físicas e sociais do cidadão. Brandão (2007) conta que há um tempo atrás nos E.U.A., dois estados fizeram um acordo de paz envolvendo seis nações indígenas diferentes. Os governantes enviaram cartas às estas nações (para tirar proveito político do momento) com o “delicado” pedido de enviarem alguns de seus jovens para que pudessem estudar em escolas nos E.U.A., para surpresa dos governantes houve carta de recusa dos chefes indígenas: Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de todo o coração. Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa ideia de educação não é a mesma que a nossa. Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formandos nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltaram para nós, eles eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportarem o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros. Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão, oferecemos aos nobres senhores que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos deles, homens. A educação é um bem conquistado, é produto do processo de humanização. Para Nunes (2006), a educação permite ao homem inventar, criar, produzir,

diferenciando-o das demais espécies vivas. Já para Gadotti (1997) a educação é muito mais do que instrução, do que treinamento ou a simples repetição. A Educação é eminentemente transformadora, deve se enraizar na cultura dos povos. A educação é atemporal e não necessita de espaços específicos. Os saberes não são constituídos apenas no interior das escolas e os professores são alguns dos agentes de transmissão. Em que momento então, estamos prontos para definir os conteúdos de esporte que devem ser aplicados enquanto saberes na Educação Física Escolar? Esporte educa? Durantes décadas estamos reproduzindo um modelo de esporte e educação vindo das propostas governamentais que ao que pudemos ver, nem sempre são pensadas para a transformação e emancipação do indivíduo e as condições reais não são àquelas escritas nos documentos. Como pensar a representação do corpo social no mundo contemporâneo (alguém ou algum partido, apresentou alguma proposta que pensasse corpos mutilados ou híbridos como inclusão real e necessária nas aulas de Educação Física?), os significados e sentidos da prática escolar da Educação Física como fator que agrega pessoas, socializa grupos e proporciona afetos e desafetos? Quais as influências que a cultura produz na atuação de professores e alunos nas aulas de Educação Física e nos diversos esportes? As Diretrizes Curriculares Nacionais trazem desafios e contradições para a formação de professores de Educação Física, assim como questões que rompem com o que o Estado apresenta e a realidade social no desenvolvimento das propostas de suas políticas públicas. Cidadão do mundo real - o professor, profissional da educação, deveria ser compreendido como aquele que possui “conhecimentos específicos de sua área e os saberes pedagógicos necessários para sua aplicabilidade na escola, respaldado por uma competência, um agir social com vistas à transformação da realidade como um todo” (DAVID, 2001, p.121 ). Infelizmente, a disciplina e o profissional de Educação Física não apresentam visibilidade e importância no interior da escola e também na sociedade em geral (para os alunos, um momento de jogo e descontração; para pais, treino e competição; para os demais partícipes da escola, momento no qual os alunos podem soltar as energias) seus p r o f e s s o r e s s ã o c o n s i d e r a d o s “d e m e n o r importância” e suas ações muitas vezes se restringem à preparação de eventos, danças nas datas comemorativas ou participação em campeonatos que podem proporcionar à escola algumas medalhas e status nos anúncios, outdoors e propagandas de matrícula. De acordo com Duckur (2004) durante sua construção histórica, a Educação Física se apropriou

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36 dos fundamentos do esporte com o objetivo de educar, mas a falta de especificidade da Educação Física Escolar permitiu o desenvolvimento da disciplina independente das reais necessidades da escolarização como prática pedagógica. A dificuldade em estabelecer uma relação na qual a Educação Física tenha um compromisso crítico-emancipatório sem necessariamente pautarse em competições acirradas e treinamentos, se constitui um grande desafio. Desafio para os especialistas do MEC e conselheiros do CNE que precisam repensar a necessidade da construção de currículos que possam dialogar com as pesquisas sérias e comprometidas das Universidades brasileiras e o mundo real, as novas dinâmicas sociais e os reordenamentos históricos sociais, quer em práticas competitivas ou cooperativas, para uma proposta voltada consequentemente para uma práxis transformadora e humana. Práxis, esta, que possa demonstrar a importância dos saberes constituídos historicamente para a compreensão e superação de uma prática esportiva voltada para a competição, para a humilhação do “perdedor”, para o esporte enquanto demonstração de poder, status social e perpetuação de valores pautados na disciplinação dos corpos e mentes, em direção a uma prática voltada a inclusão, para a não discriminação, para o respeito à diversidade, para a não balização de atribuição de gênero, a socialização e uma forma de estar com o outro respeitando-o sem segregação ou mortificação de indivíduos que se sentem à margem. Kunz (1994, p.18) sabiamente coloca que o esporte só conseguirá atender a uma concepção crítico-emancipatória (assim como a Educação Física Escolar) se: [...] quando conseguirmos ensinar um esporte às nossas crianças de tal forma que as mesmas possam crescer, se desenvolver e se tornar adultas através dele, e quando isto acontecer, quando se tornarem adultas, possam praticar esportes, movimentos e jogos como crianças. Referências BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação? São Paulo: Brasiliense, 2007. DUCKUR, Lusirene Costa Bezerra. Em busca da formação de indivíduos autônomos nas aulas de educação física. Campinas: Autores Associados, Coleção educação física e esportes, 2004. GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã. São Paulo: Editora Cortez, 1997. KUNZ, Eleonor. Transformação DidáticoPedagógico do Esporte. 6. ed. Ijuí: Unijuí, 2004. NUNES, César Aparecido. Educação, Pedagogia e Sociedade: matrizes políticas e estigmas culturais da instituição escolar no Brasil. In: ROMÃO, Lucília Maria Souza. Leitura, História e Educação: um diálogo possível. Ribeirão Preto:

Alphabeto,Editora 2006. REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, Temática: Educação Física Escolar. v. 23 n. 2. p.119 à 131. Campinas: 2002.

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37 PERSPECTIVAS PARA O ESPORTE E A PSICOLOGIA Afonso Antonio Machado, Prof. Dr. LEPESPE-D.E.F.-I.B.-UNESP

Muitos foram os progressos registrados na Psicologia do Esporte, do ponto de vista teóricoprático; todos consideráveis, porém pouco difundidos. Em alguns países, a Psicologia do Esporte foi reconhecida apenas como um contributo válido para o enriquecimento do potencial atlético, compondo junto com a Treinamento Esportivo. Em outros, a sua história caminhou por outros lados, possibilitando a recuperação de lesões psicológicas e físicas, enriquecendo a Medicina do Esporte e, ainda em outros, auxiliou no entendimento e resolução dos problemas humanos a que os envolvidos com o esporte se defrontam, aproximando- se de uma visão Psico- Pedagógica do Esporte. Mas, em qualquer destas, pairou uma questão: quem é aquele profissional? De onde ele veio? O que pode fazer? Outra grande dúvida: se tal profissional é um elemento importante em qualquer dos níveis da prática esportiva, como tal, qual a razão pela qual a Psicologia do Esporte não contribuiu ainda mais significativamente com seu campo de aplicação? As diferenças científicas, éticas e educacionais entre os profissionais que atuam na área levam a promover ou a impedir as oportunidades que a Motricidade Humana pode vir a usufruir. A Psicologia do Esporte sofre, ainda, uma crise de identidade, muito mais profunda do que outras áreas das Ciências do Esporte, por conta desta identidade pouco delineada. Ë com este intuito que estaremos discutindo nosso texto, tentando explanar e analisar cada uma das etapas que demarcam as questões ligadas à formação e a atuação de um profissional da Psicologia do Esporte. Talvez alguns limites tenham que ser estabelecidos e outros superados, mas deverão ser discutidos e refletidos, para que possamos entender o universo profissional e acadêmico envolvidos. Somente assim estaremos aptos a responder: Mas o que é a Psicologia do Esporte? O que um psicólogo do esporte pode fazer? O que é que a psicologia do esporte tem para oferecer às Ciências do Esporte? Universo a ser tratado O universo de estudo e atuação da psicologia do esporte já foi sugerido por vários estudiosos da área, bem como já se estabeleceu campo de atuação; porém, numa visão interdisciplinar, como a que aqui se configura, seria necessário que tal reflexão fosse fruto de debates e amadurecimentos de opiniões de um grupo de profissionais de interesses convergentes mas de formação diferenciada (Singer, 1997; Derter & Weber, 1975; Morgan, 1998; Machado, 1999; Rubbio, 1999 ). Estes, entre outros, ofereceriam-nos análises e alternativas contextualizadas da situação contemporânea e sugestões para o desenvolvimento dos trabalhos. Isto demandaria uma identificação e delineamento dos contributos possíveis para a Motricidade Humana, de uma maneira a pensarmos

em seu macro- universo, afinal apenas o Esporte é merecedor de alguém para estudar e trabalhar com as divergências sócio- afetivas- emocionais? Partindo da possibilidade do modelo já conhecido, das áreas de atuação, teremos a possibilidade da Psicologia do Esporte estar desenvolvendo projetos na docência, na pesquisa e na assessoria. Entretanto, dizer isto, desta forma, parece-nos não esclarecer nem situar precisa e adequadamente os profissionais que queiram com ela trabalhar, pois sempre teremos uma indagação: mas quem pode fazer isto? O professor de Educação Física ou o Psicólogo? Qual o papel a ser desempenhado em cada uma das três propostas? Como atuar em cada uma delas? Diante deste volume de questionamento, Stafford & Gibbs ( 1999 ) oferecem-nos saídas que entendemos como viáveis, para este nosso momento, na Psicologia do Esporte do Brasil. Interessante dizermos que, em pesquisas realizadas pelos membros do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte ( LEPESPE ), da UNESP, campus de Rio Claro, foi possível quantificar o número de trabalhos apresentados em quatro grandes simpósios/ encontros de Educação Física/ Esporte e a constatação é de que a maior parte dos pesquisadores da área vem da Educação Física/ Esporte. Este quadro parece contrapor o da ISSP ( International Society of Sport Psychology ), onde o número de psicólogos- membros é maior do que o de educadores físicos- membros, nos Estados Unidos e Europa Ocidental. Tal comparação merece uma análise mais apurada e uma interpretação que busque entender o processo de formação dos profissionais das áreas, em outros países, o que não é foco de interesse deste documento. É com esta idéia, a do volume de pesquisadores na área, que estaremos trabalhando agora. Se a pesquisa tem sido liderada pelos educadores físicos e consumidas em cursos de graduação e pós- graduação em Educação Física, não nos parece contraditório o campo profissional ser de exclusividade do psicólogo clínico? Acaso o trabalho a ser desenvolvido na Psicologia do Esporte tem que ser aquele delimitado pelos estudiosos da clínica, exclusivamente? Outra questão que nos faz ecos: porque os cursos de formação em Psicologia não tratam da disciplina Psicologia do Esporte, mas apenas fazem uma inclusão do tema, na disciplina de Psicologia Organizacional? Não sendo um tema de análise aprofundada, estaremos colocando no mercado de trabalho pessoas que entendam da “Lógica do Esporte”, conforme entende Bourdieu, em seu estudo “Sobre a Educação” , de 1978? Mais uma questão de detalhe: porque os cursos de mestrado e doutorado em Psicologia não se dedicam à uma linha de pesquisa que contemple o “Esporte/ Motricidade Humana/ Educação Física”, como fazem os de Educação Física? Até onde

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38 entendemos ( ou sentimos ) e vivemos ( ou sofremos ), tais distanciamentos apenas resultam em negativo, para uma área emergente, no Brasil. Talvez, ainda, um primeiro momento de discussão deva pairar sobre a terminologia: será que é de Esporte, mesmo, que estamos falando? Ou da Motricidade Humana? Verifiquemos que, em nossas análise, estaremos considerando não apenas aos atletas do alto rendimento, mas aos freqüentadores de academias de ginástica, aos bailarinos, aos que praticam caminhadas, aos em recuperação cirúrgica ou traumática, aos que buscam momentos de recreação e lazer, aos portadores de deficiências...a toda a população que, através do movimento, diferencia seu modo de vida. Desta forma, por que Psicologia do Esporte? Pensar e propor apenas em Esporte não seria delimitar sobremaneira um vasto universo? Outro elemento para reflexão: acaso necessitam dos cuidados desta Psicologia do Esporte apenas as equipes que disputam campeonatos nacionais? Ou seria possível estender os benefícios deste trabalho às equipes menores e iniciantes, que proverão as demais, num futuro? A situação atual, no Brasil, é bastante ímpar: estudantes e recém- formados buscam estágios e empregos apenas nas grandes equipes, sobrecarregando os departamentos de pessoal com currículos e propostas de trabalhos. Por outro lado, em muitas das vezes, os currículos apontam para uma formação básica, sem aprofundamento ou conhecimento da área de atuação, o que concorrerá para um trabalho enviesado, independente da área de formação básica do postulante ao cargo. O abandono e descaso, até, para com equipes de base e iniciações esportivas, ou mesmo aos demais segmentos da Motricidade Humana, conforme já elencamos, ocorre em função da busca da fama e crescimento profissional rápido, que apenas uma equipe vitoriosa, no cenário nacional, pode oferecer. Salvo melhor juízo. Talvez isto seja o motivo de não encontrarmos pretendentes ao cargo de Psicólogo do Esporte em academias de ginástica ou natação, entre grupos de atividades físicas para terceira idade ou recuperados, em corpos de baile ou escolas de dança, locais que demandariam profissionais conhecedores da Natureza Humana, em sua essência. Pensando nisto, entendemos que as propostas para atuação, de Serpa e Jolibois ( ambas de 1995 ), esteja indicando caminhos interessantes para nós, brasileiros. Diante da formação dos profissionais da Psicologia e da Educação Física, temos uma variedade de possibilidades que apontam para conhecimentos específicos, seguidos de práticas pontuais. E a intervenção? Falar em intervenção, em Psicologia do Esporte, é falar do diabo na Capela Sistina. Em função da falta de cuidado com nosso própria língua falada e escrita, talvez tenhamos tantos problemas para resolver. Em dicionários da Língua Portuguesa, dos mais tradicionais aos mais desconhecidos, encontramos que “intervir é o ato de exercer uma

ação em ou sobre...” , de onde se conclui, sem muito esforço de nossa rede neuronal, que uma aula seria bem vista como uma forma de intervenção. Ressalto: uma aula de educação do movimento ou de conhecimento psicológico. Tanto faz. O mesmo se dá, quando estivermos numa conferência, diante de alunos, atletas, adeptos de atividades físicas radicais ou “jogging”, e manifestarmos nossos pontos de vista. Também será uma intervenção a adoção de uma atividade mais aeróbica ou de uma volta- a- calma com música mais compassada (Caillois, 1993; Cratty, 1989). Todas estas ações são tidas como intervenções, sem exceção. E, se formos analisar cada uma delas, estaremos diante de atuações que resvalam nos dois universos: tanto no da Educação Física/ Esporte quanto no da Psicologia. Por que estas intervenções seriam específicas do educador físico ou do psicólogo? Onde está a característica de exclusividade de uma profissão diante da outra? Estas questões apenas reforçam que, no âmbito da intervenção, não há limites de atuação para este ou aquele profissional, como bem querem alguns dos atuais estudiosos da Psicologia do Esporte. Garantir que ao graduado em Psicologia cabem a pesquisa e a docência e ao graduado em Psicologia cabem todas as tarefas seria, no mínimo, hilário, visto que o universo de atuação é duo, em gênese, e enquanto resolução os procedimentos necessitam de encadeamentos interdisciplinares. Com que fundamentação se limita a atuação do graduado em Esporte, impedindo-o de intervir? Acaso uma aula não seria uma intervenção? E os psicodramas ensinados pelos professores de Psicologia Geral ou da Educação, aos seus alunos da graduação em Educação Física, não devem ser adotados como procedimentos adequados? Como se justifica seu ensino? Este terreno é muito delicado e de difícil consenso, visto que se debate por campos de atuação, com uma visão pouco socializadora. Parecenos, até onde pudemos perceber ( ou sentir ) que a exclusão funciona com mais eficácia, sem se considerar a abrangência e a aplicação da terminologia. Muito mais uma luta de egos do que de princípios. E isto é ruim para a Psicologia do Esporte. Nosso entendimento é baseado em situações reais e teorias conhecidas através de Beresford ( 1994), Guay ( 1993 ), Dishman( 1983), Richards( 1998) e Segré ( 1995) que nos garantem excelentes níveis de intervenções psicológicas exercidas por profissionais maduros e conscientes, que atuam na Psicologia do Esporte e que são g r a d u a d o s e m Pe d a g o g i a , S e r v i ç o S o c i a l , Comunicações e, inclusive, Educação Física/ Esporte e Psicologia. Nada comprometedor em intervir. O comprometimento está em como intervir? Qual a qualidade desta intervenção? Com o que se trabalha? Qual o conhecimento necessário e a possibilidade de tratar daquele tipo de assunto, o profissional possui? Estas inquietações parecem-nos encaminhar para algumas soluções que permitem uma vida profissional sadia e adequada: a formação do profissional deve estar centrada no universo a que

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39 ele se destina como interventor. A dupla formação seria a ideal e adequada, para nossa questão, mas podemos dispor de pessoas capacitadas, com uma graduação e especializações em outra área, que venham a contemplar nossos interesses. Isto é o que temos no cenário brasileiro, em grande número. Inquietar-nos pela intervenção ou pela formação é uma etapa que precisamos superar; nossa inquietação deve se projetar para algo maior: por um código de ética, onde os profissionais que buscarem abraçar a Psicologia do Esporte estejam aptos ao bom trabalho, amadurecidos e sábios o suficiente para uma boa atuação, quer seja docente, ou científica, ou psicodiagnosticando, otimizando ou aconselhando. A área de atuação será tão forte quanto seus membros atuantes. Como o gabinete de trabalho ( ou clínica ) do Psicólogo do Esporte deve vir a ser as quadras, os salões de danças, as piscinas, os campos de futebol, ou seja, o próprio contexto onde se desenvolve a atividade física, as intervenções serão tanto mais adequadas quanto se aproximarem de seus contextos...logo, distante das atitudes clínicas e convencionais da Psicologia, apregoou Garry Martin, Psicólogo do Esporte de equipes olímpicas canadenses, em seu mini- curso, em Campinas, no Encontro de Medicina do Comportamento Humano. Intervir, muito mais do que uma ação profissional, é um ato de consciência, numa dupla configuração: a do que exerce a ação e a do que sofre esta interferência. Isso apenas garante a relação interpessoal, sem dar garantias de bons procedimentos, o que nos remete ao conhecimento ético e moral, assunto central de nosso trabalho. Intervir é atuar com critério ético, através de procedimentos profissionais, num determinado contexto. Tal identificação está a premiar todos os profissionais graduados em áreas afins à Psicologia e Esporte; a seletividade está na ética e na moral da conduta profissional. Encaminhamentos finais Do ponto de vista de um profissional da Educação Física, a situação brasileira do Psicólogo do Esporte é muito diferente daquela vivida pelo norteamericano, europeu ou asiático, por conta de sua própria formação básica. Enquanto os eixos centrais de conhecimentos permanecerem excluindo seus complementares, no Brasil, as dificuldades tendem a persistir: educadores físicos que fogem de aulas de Psicologia e psicólogos que fogem de aulas de Educação Física. Parece simplória tal citação, mas atende aos objetivos e propósitos da atuação do profissional. Segundo Singer ( 1997 ), como pode estar preparado para trabalhar na interface o profissional que na sua graduação não se motivou para conhecer a outra área? É possível entender aquilo a que não se conheceu? Como lidar com estas questões iniciais? Outra questão que passa pela formação universitária nacional é o grau de aplicabilidade ( ? ) dos conhecimentos veiculados: o volume de teorias ensinadas e a pequena relação estabelecida entre teoria- prática resulta num descrédito daquilo que é ensinado. Para Guay ( 1993 ), não concretiza o saber,

o que pode vir a ser a gênese da ignorância da área de interface. O afastamento do saber e do saberpara quê faz diferença no desenvolvimento de comportamentos interdisciplinares, como o que aqui sugerimos. E, finalizando nossa argumentação, a existência de um banco de dados comuns, onde todos pudessem vir a sanar suas dúvidas e depositar suas descobertas, seria de grande proveito para o fortalecimento da área, visto que possibilitaria a manutenção de teorias e práticas atuais, a discussão de elementos clássicos das áreas envolvidas e incrementaria a busca por novos projetos e procedimentos. Estimularia o processo criativo nesta interface. O saber não tem dono; e pode ser sempre aprimorado. Independe da graduação do interessado. Sua aplicação exige padrões éticos, em qualquer profissão ou ação humana. Independe, igualmente da formação do interessado. Pensando na Psicologia do Esporte, para que ela cresça entre as Ciências do Esporte, será necessário que i n t e n s i f i q u e m o s a b u s c a p e l o s a b e r, c o m procedimentos éticos adequados. Independendo de nossas formações.

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(*) Afonso Antonio Machado é licenciado em Educação Física e Filosofia; docente da UNESP e coordenador do Laboratório de estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte. Foi professor efetivo na rede pública de ensino do Estado de SP e técnico de modalidade competitiva. Pesquisador e autor de livros.

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43 DIMENSÃO PSICOLÓGICA NA DETECÇÃO DE TALENTOS ESPORTIVOS Kauan Galvão Morão; Renato Henrique Verzani UNESP Rio Claro

A detecção de talentos é um assunto ainda muito debatido, visto que envolve um processo que necessita ser muito bem estruturado e com uma série de cuidados para que realmente possa resultar em algo fidedigno. A descoberta do talento esportivo não é tão simples quanto muitos acham, sendo que no Brasil este processo ainda apóia-se muito no virtuosismo, isto é, na questão da sorte de encontrar algum talento. (DANTAS et al., 2004) Utiliza-se o termo “talento esportivo” com o intuito de caracterizar os atletas que expressam níveis elevados de capacidades biológicas e psicológicas, demonstrando alto desempenho dependendo do contexto social ao qual está inserido, necessitando de condições ambientais adequadas (LANARO FILHO; BÖHME, 2001). Ao pesquisar o contexto esportivo internacional, Dantas et al. (2004) também encontraram que a antiga União Soviética utilizava quatro áreas de conhecimento: a genética desportiva, a bioquímica desportiva, a metodologia do treinamento e a psicologia desportiva. Isto demonstra que não é recomendado se basear na sorte para esta finalidade, mas sim na ciência. Para Matsudo et al. (2007), a detecção de talentos estaria ligada com as chances de realizar um prognóstico de longo prazo sobre um sujeito (frequentemente crianças e adolescentes), evidenciando desta forma capacidades que são fundamentais para que o mesmo possa integrar uma população de atletas de excelência esportiva. Desta forma, os talentos seriam crianças que foram selecionadas por apresentar performance alta devido as suas capacidades acima da média. O atleta de elite passa por quatro etapas de desenvolvimento segundo sugestões explicitadas em estudos de Durant-Bush e Salmela (2002), começando o processo pela iniciação, passando pela especialização, aperfeiçoamento e, por fim, manutenção, sendo que é confirmada a colocação que os atletas de elite, de modo geral, vivenciam as três primeiras etapas, entretanto somente alguns passam pela última, denominada de manutenção. Pensando na detecção de talentos de maneira precoce, Lanaro Filho e Böhme (2001) destacam a necessidade do incentivo às crianças vivenciarem diversas práticas esportivas, experimentando distintas atividades motoras que os esportes possibilitam-nas experienciar, realizando o processo de detecção de talentos especificamente para uma modalidade por meio de métodos corretos e habilidades obtidas durante todo o processo, dando início a etapa da especialização. Sendo assim, diversas questões necessitam ter uma atenção muito grande para que haja resultados realmente positivos neste processo, e dentre todos os aspectos que devem ser valorizados está a psicologia do esporte, pois os aspectos psicológicos dos atletas tem uma importância muito grande no rendimento esportivo e podem ser determinantes no cenário do

esporte. Com isso, questões como o medo, a ansiedade, o estresse, a interferência dos pais e treinadores no rendimento esportivo, o bullying, a especialização esportiva precoce, dentre diversos outros aspectos que podem influenciar nas questões psicológicas destes atletas e contribuir para prejuízos ao rendimento devem ser estudados, bem como os conhecimentos acerca destas questões, colocados em destaque para cada vez mais proporcionar uma intervenção mais eficaz. Portanto, é nítido que a psicologia do esporte passou a ser cada vez mais utilizada no âmbito do esporte, passando a ter um papel fundamental nas modalidades esportivas, somando-se aos pilares básicos que acarretam o desempenho esperado, ou seja, o treinamento global passou a implicar em preparação técnica, tática, física, nutricional e psicológica, uma vez que esta última pode auxiliar atletas, treinadores e toda a comissão técnica de uma equipe, sendo essencial na detecção de talentos esportivos, devido à necessidade de maior equilíbrio emocional, principalmente nas etapas iniciais do processo de seleção de esportistas. Referências DANTAS, E. H. M.; PORTAL, M. N. D.; SANTOS, L. A. V. Plano de expectativa individual: uma perspectiva científica para a detecção de talentos esportivos. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 72-100, 2004. MATSUDO, V. K. R.; ARAÚJO, T. L.; OLIVEIRA, L. C. Há ciência na detecção de talentos? Diagn Tratamento,12(4):196-9. 2007. LANARO FILHO, P.; BÖHME, M. T. S. Detecção, seleção e promoção de talentos esportivos em ginástica rítmica desportiva: Um estudo de revisão. Rev. paul. Educ. Fís, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 154168, 2001. DURANT-BUSH, N.; SALMELA, J. The development maintenance of expert athletic performance: Perception of world and Olympic champions. Journal of Applied Sport Psychology, v. 14, p. 154-171, 2002.

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44 TREINAMENTO FUNCIONAL

Prof. Esp. Marcelo Jamil Humsi Instituto de Reabilitação Lucy Montoro – S.J.do Rio Preto O Treinamento Funcional tem se popularizado pela internet, com reprodução de vídeos, executado por indivíduos atléticos, mas o seu enfoque é uma organização de um programa de treinamento físico diferenciado, com a utilização do peso corporal e acessórios. O corpo sob a perspectiva do movimento, utilizando planos e eixos do movimento corporal, princípios biomecânicos conceituado nos princípios do treinamento e capacidades físicas. A proposta é elaborar toda a estrutura de um treinamento de forma objetiva e organizada, pois devido à amplitude temática, muitos profissionais fazem a utilização, esquecendo-se dos princípios básicos do treinamento desportivo e do movimento corporal. O conteúdo programático foi elaborado sobre a visão assim citada, com a etimologia do treinamento funcional, anatomia, ativação do core, sistemas energéticos musculares, capacidades físicas: definição e prática, exercícios convencionais x funcionais, acessórios e equipamentos para a prática, método de treinamento do core, laboratório prático de exercícios.

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45 DANÇA: CRIAÇÃO, CONCEPÇÃO E PERFORMANCE Prof. Frank Tavantti Professor Especialista em movimento para o ator SESI-SP, Diretor e coreógrafo da KD Cia de Dança, Diretor Artístico do T.F.Style Cia de Dança, de São Paulo. Atualmente o corpo tem sido foco de uma era em que um simples toque pode abrir janelas que nos carregam para o desconhecido, um emaranhado organizado de frestas pelas quais podemos ver mundos totalmente diferentes e que nos possibilitam navegar no passado, em um presente compartilhado ou até mesmo em um futuro que anseia tudo isso com o mínimo de esforço. Podemos nos transportar em uma fração de segundo sem sair do lugar, um simples toque e temos o mundo na ponta dos dedos. Somos impulsionados então a abrir essas janelas, deslizar, tocar e compartilhar o nosso próprio universo. Há nisso tudo um movimento pouco percebido que nos acompanha desde que nos entendemos como forma e somos estimulados a nos mantermos, sustentados em uma estrutura. O desejo, a necessidade, o precisar é o impulso interno que nos move àquilo que nos faz buscar. Acredito, a princípio, que não há como pensar criação, concepção e performance sem que se atente pelo desejo, aquilo que nos faz mover e então buscar algo que seja interessante e que de alguma forma nos faça sentido, satisfaça. Não há dança sem sensação, sem sentir, sem um estímulo, sem movimento. “O Homem se movimenta afim de satisfazer uma necessidade. Com sua movimentação, tem por objetivo atingir algo que lhe é valioso” (LABAN, 1978. p.19). Nesta definição de Laban, sobre o movimento, sempre me instigou a palavra “valioso”. Entendo valioso como algo importante, de valor, algo muito merecido, mas que também contém validade, um tempo de duração, um fim. O indivíduo então tem como objetivo o desejo, que pelo movimento, seja possível atingir esse “valioso”. Assim, o movimento torna-se um trajeto, uma ponte para conquista do mesmo. Esse entremeio, esse lugar de experimento é o local, como o próprio Laban intitula de uma cultura humanitária, na qual se compartilham desejos de se chegar a um “valioso” comum. Inge Baxmann afirma que “A dança desenvolveu-se numa arqueologia das maneiras de vida. Gesto, movimento e espaço são elementos de uma estética de atravessar fronteiras, que busca desenvolver uma nova maneira de perceber, em oposição a mundos prontos de imagens que adulteram nossas formas de ver (BAXMANN, 1990. p.60)”. Percebo que há mais coisas na dança do que somente a interpretação de certa corêutica, termo utilizado por Laban para descrever harmonia espacial, impulsos expressivos e atitude. Há muito mais dança dentro de cada um do que de fato imaginamos, mesmo que eu nunca tenha sequer dançado, o que considero quase impossível. Imagem, espaço, objeto, contorno, forma. Pensar então nesse princípio básico que é ocupar e em como o meu corpo pode perfurar lugares tem sido um disparador para minha pesquisa em dança e nos processos criativos que tenho desenvolvido nestes anos de prática. O processo de criação é hoje, algo que não se restringe somente a coletivos profissionais

de dança e ou de teatro, chegando a uma boa parte de pessoas interessadas em pensar a dança e não apenas se movimentar. Abrir um leque de possibilidades, de ocupar um espaço com seu próprio corpo, é partir para a busca de resgate de memórias, possibilitar agentes criativos a uma matéria cuja essência é geradora de movimento. Como seres vivos temos por necessidade movimentar, gerar espaço, movimento, impulsos internos que consciente ou inconscientemente criam caminhos e percursos no nosso fazer vital. “As reflexões de um tal ser se efetuam e se exprimem dinamicamente. O pensamento é, para ele, um movimento interior, intercorporal; o espírito é, para ele, uma essência movimentada, talvez o próprio movimento (LABAN apud MIRANDA, 2008. p.17)”. Essa ideia de que o corpo possui uma forma e com essa forma pode ocupar um lugar ou até mesmo se ocupar pode despertar a consciência de ocupação e em consequência o espaço criativo. Um olhar para dentro fazendo reverberar no que está fora, lançar ou impulsionar movimento. Possibilitar um espaço para criação coletiva ou individual é antes de tudo poder dar voz e refletir sobre sua própria trajetória, suas experiências e sua cultura de movimento que ao longo da vida colecionou. Partindo dos registros do arquiteto, filósofo e coreógrafo Rudolf von Laban sobre o estudo do movimento, tenho a honra de pensar e compartilhar desta pesquisa no “IV Congresso Brasileiro de Psicologia Aplicada ao Esporte e à Motricidade Humana”, apresentando uma parcela dos estudos dos quais ele formulou um sistema de observação, experimentação e análise de movimento complexo e poético. Poder chegar mais próximo dos conteúdos fomentando outras formas de gerar dança/movimento é conceder ferramentas para a busca desse valioso, de uma dança pura e criativa. O que é dança? Onde ela começa? É possível dançar sem uma “experiência” prévia? Onde moram os desejos? Pensar essas possibilidades de criação coletiva ou individual da dança é estimular outros caminhos para que os professores sejam coorientadores de uma obra sem que para isso seja necessário passar somente pelos mesmos padrões ou estilos formais de escolas e academias de estudo técnico da dança, mas também gerar e fornecer opções, atividades que provoquem criações a partir do movimento interior, próprio, individual, autoral. De uma forma mais simples, a intenção é promover uma vivência, a experiência de uma linguagem próxima ao universo dos encontros, aulas e as peculiaridades de cada turma, podendo perceber e dar voz a esse coletivo. É compartilhar um trabalho artístico sem que pra isso seja preciso impor padrões e técnicas tradicionais que os façam perder sua essência e sua individualidade. A dança criativa pode tornar-se um facilitador e um colaborador em matéria de pensar o corpo em suas funções básicas, não somente reproduzir ou

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46 gerar movimento, mas antes de tudo, sentir e poder criar algo que seja genuíno. Se pensarmos que a dança também pode ser gesto, esses movimentos corporais utilizados na vida diária, no processo criativo ele ganhará uma função estética, podendo ser estruturados, estilizados e até mesmo coreografados. A dança então se torna uma linguagem simbólica podendo ser associada ao desenvolvimento humano físico e psíquico. Como afirma Jacques Lacan, "é também através da linguagem simbólica que o ego não apenas interage com o mundo, mas é em si mesmo construído física e psiquicamente, em sua imagem corporal (LACAN apud FERNANDES, 2000. p.29)”. Aproximar o movimento do universo cotidiano de cada indivíduo é trazê-lo para o mais simples, chegando mais facilmente ao seu contexto histórico e de sua realidade. A dança, assim, pode chegar mais facilmente a essa cultura humanitária de movimento, não privando qualquer interessado em praticá-la. Referências LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. São Paulo: Summus editorial, 1978. RENGEL, Lenira. Dicionário Laban. São Paulo: Annablume, 2003. Cadernos de Corpo e Dança – os temas de Rudolf Laban (I, II, III, IV) . São Paulo: Annablume, 2006. FERNANDES, Ciane. O corpo em movimento: O sistema Laban/Baternieff na formaca ̧ o ̃ e pesquisa em artes cen ̂ icas. Sao ̃ Paulo: Annamblume, 2002. FERNANDES, Ciane. Pina Bausch e o Wuppertal. Danca ̧ -Teatro: Repetica ̧ o ̃ e Transformaca ̧ o ̃ . Sao ̃ Paulo: Hucitec, 2000. LAUNAY, Isabelle. Laban, ou a Experiência da Dança. In KATZ, Helena et aL. Lições de Dança 1. UniverCidade. s/d. MIRANDA, Regina. Corpo-Espaço: Aspectos de Uma Geofisiologia do Movimento. Rio de Janeiro. 7Letras. 2008 BAXMANN, Inge. Dance Theater: rebellion of the body, Theater of images and inquiry into the senses of the senses. Ballet International. Berlin, n. 1 (13), p. 55-61, janeiro de1990. SIQUEIRA, D. D. C. O. Corpo, Comunicação e Cultura: a dança contemporânea em cena. Campinas: Autores Associados, 2006.

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ARTIGOS

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49 A INFLUÊNCIA DA PRIVAÇÃO VISUAL NAS RESPOSTAS PSICOLÓGICAS DE INDIVÍDUOS ADULTOS APÓS EXERCÍCIO EM LEG PRESS 45° Luciana Botelho Ribeiro¹, Eric Francelino Andrade², Gustavo Puggina Rogatto², Priscila Carneiro Valim-Rogatto¹ 1. Laboratório de Pesquisa em Psicologia do Exercício – UFLA 2. Laboratório de Investigação e Estudos sobre Metabolismo e Exercício Físico - UFLA RESUMO O objetivo do presente estudo foi verificar se a privação visual interfere na percepção de capacidade física de jovens durante um teste de força máxima dinâmica. Participaram do estudo 14 homens saudáveis e praticantes de exercício resistido. Após a definição da carga, os indivíduos realizaram duas sessões distintas de exercícios nas cargas relativas a 50%, 75%, 90% e 100% de 10 Repetições Máximas em Leg Press 45º. Em uma das sessões foi feita a privação visual, enquanto na outra sessão os participantes visualizavam a carga deslocada. Em ambas as situações as cargas relativas foram selecionadas de forma aleatória. Ao final de cada sessão, os voluntários responderam à subescala “Capacidade Física Percebida” da “Escala de Autoeficácia Física”. Os dados foram analisados pelo teste de ShapiroWilk e para a comparação dos resultados utilizou-se o teste Wilcoxon (p. Acesso em: 27/06/2011. INTERNATIONAL BRAZILIAN JIU-JÍTSU FEDERATION. Disponível em: . Acesso em: 28/06/2011. COSTA, R.A.; SOARES, H.L.R; TEIXEIRA, J.A.C. BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA E DO EXERCÍCIO FÍSICO NA DEPRESSÃO. Disponível em: . Acesso em: 16/09/2011. GUIMARÃES, H.P.; AVEZUM, A. REVISTA DE PSIQUIATRIA CLÍNICA – O IMPACTO DA ESPIRITUALIDADE NA SAÚDE FÍSICA. Disponível em: . Acesso em: 17/09/2011.

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RESUMOS TEMA LIVRE E PAINÉL

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121 AMBIENTAÇÃO À CIDADE SEDE NA COPA SÃO PAULO DE FUTEBOL JÚNIOR: UMA NOVA PROPOSTA Lucas Ribeiro Cecarelli1,2, Carlos José Martins1, Afonso Antonio Machado1,2 1. UNESP/IB/DEF - Rio Claro; 2. LEPESPE No Brasil o futebol aparece como principal modalidade esportiva para jovens que sonham com uma mudança de vida por meio do esporte, uma espécie de caminho para obter melhores condições financeiras, reconhecimento e sucesso. A Copa São Paulo de Futebol Júnior, é reconhecida como a maior e mais disputada competição de futebol para atletas juniores do Brasil. Pelo grande destaque no cenário do futebol brasileiro, recebe cobertura dos diversos meios de informação e a atenção de grandes clubes e empresários do país e do mundo. Neste sentido, a realização deste estudo torna-se interessante ao destacar o que Cecarelli (2011) aponta: a “adaptação à cidade sede” é um dos principais fatores que influenciam na diminuição da ansiedade o que possivelmente melhora o desempenho destes jovens atletas. O objetivo geral deste estudo é o de contribuir para a compreensão de quais estratégias podem ser realizadas pelo Psicólogo do Esporte (além das comumente realizadas no trabalho do dia a dia) visando a ambientação ao local sede de disputa da competição. Para identificar qual estratégia pode ser adotada pelo Psicólogo do Esporte, foi realizada entrevista via redes sociais com membros da comissão técnica de 5 equipes que participaram da competição. Entre os resultados obtidos pela pesquisa identificouse um método de trabalho distinto dos demais, onde: foi designado aos atletas que buscassem em grupos informações sobre a cidade sede, local de alojamento, pontos turísticos, local de treino e estádio onde os jogos seriam disputados, principalmente utilizando-se de ferramentas tecnológicas, sites, softwares, entre outras ferramentas. Em momento posterior isto foi apresentado pelos grupos de atletas, utilizando-se das ferramentas tecnológicas, e discutido conjuntamente com membros da comissão técnica e demais atletas visando uma organização do cronograma de modo a facilitar a adaptação aos locais. Observa- se então a importância do profissional de psicologia do esporte que como membro da comissão técnica tem que estar preocupado com a adaptação dos atletas e elaborara estratégias para que esta seja realizada da melhor forma possível para o grupo em questão. Órgão de fomento: CAPES Autor: Lucas Ribeiro Cecarelli Endereço: Avenida 32, n°1728 Jardim Bela Vista, Rio Claro –SP, CEP 13500-560. E-mail: [email protected] Telefone: (19) 99396-6997

O CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO E A ORIENTAÇÃO SOBRE OS RISCOS E PREJUIZOS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Mayara Arina Bertolo, Letícia Fernanda Feitosa Masson UNILAGO O estudo tem por objetivo conhecer de maneira mais detalhada a relação existente entre adolescentes, consumo de bebidas alcoólicas e a conscientização por parte dos professores. A escolha pelo público, parte do pressuposto de que a adolescência se converte em uma etapa facilitadora para o início de condutas de risco, por conta das ofertas e as inúmeras mudanças fisiológicas e emocionais. Nesse sentido o consumo de bebidas alcoólicas é apontado como um dos fatores da tríade por ser considerado atualmente um problema de grande importância para a sociedade, tanto pela magnitude do fenômeno, oferta das bebidas e pelos riscos e prejuízos atrelados ao uso. O estudo verificou qual o consumo de bebidas alcoólicas dos alunos do ensino médio de duas escolas públicas de S.J.do Rio Preto. Foi realizada uma pesquisa de campo com utilização do AUDIT, questionário que permite verificar qual o grau do consumo de álcool. Foram aplicados 194 questionários, no qual, do total de participantes, 14,9% tem 15 anos, 49,5% 16 anos, 26,3% 17 anos e 9,3% tem 18 anos. Com relação ao consumo de bebidas alcoólicas, seja ele, semanal, mensal, anual ou que tenha sido feito uma vez na vida foi de 76,3% dos entrevistados que informaram consumir ou ao menos ter provado a bebida. Do total de pesquisados, 12,4% tiveram a pontuação entre 8 e 15 no AUDIT, que segundo a OMS, é considerado um consumo de risco. O uso de alto risco foi de 2,6% que se refere a pessoas que pontuam entre 16 e 19 e os alunos que apresentaram provável dependência tendo pontuado 20 ou mais, foi de 2,1%. No entanto ao fazermos o cruzamento entre faixa etária e consumo de bebidas alcoólicas os dados nos chamam a atenção por conta da baixa idade dos pesquisados. Concluímos que se faz necessário desenvolver diferentes práticas educativas nas aulas de educação física e um trabalho de conscientização dos alunos por parte dos orientadores físicos sobre as possíveis consequências do uso e abuso do álcool. Contudo, é evidente a ampliação do papel educativo para ir além da escola formal, com possibilidade de desenvolvimento pessoal e social. Palavras Chave: Ensino Médio, álcool, consumo e prevenção

A INFLUÊNCIA DO CONSUMO REGULAR E DELIBERADO DE ÁLCOOL NO RENDIMENTO FÍSICO Giordano Bruno Teixeira Medrado – UNIP JK INTRODUÇÃO: O consumo de álcool hoje está associado a diferentes formas de lazer do brasileiro, seja em casa, no “barzinho” ou logo depois de um “racha”, um jogo, disputado entre amigos.

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122 Culturalmente existe uma relação entre prática esportiva como lazer e a ingestão de álcool, entretanto, deve-se questionar se as pessoas têm informações a respeito das consequências e dos efeitos do álcool se ingerido em excesso ou os benefícios se ingerido regulamente em moderação. OBJETIVO: especificamente este trabalho tem por objetivo analisar se o alto consumo de álcool associado à atividade física prejudica o rendimento físico e, ainda, verificar se a ingestão regular e moderada diminui o risco de doenças cardíacas P R O C E D I M E N TO S M E TO D O L Ó G I C O S : n a tentativa de encontrar informações a respeito do problema de pesquisa, este trabalho tem como base a pesquisa qualitativa, descritiva, e como foco a revisão de literatura. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS: O material bibliográfico consultado indica que o fato do álcool não estar associado a proteínas e gorduras, pode levar à desnutrição por diminuir a ingestão alimentar e reduzir a absorção de nutrientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: ao final do levantamento de informação na literatura disponível, verificou-se que a ingestão de álcool em excesso prejudica o rendimento físico por interferir no metabolismo proteico e na utilização de carboidratos. Isso indica que se ingerido regularmente, sem exagero, não causa danos ao organismo, mas sim uma qualidade melhor na função cardiovascular. Vale a pena lembrar que só as bebidas fermentadas promovem uma melhora nesse sistema. Palavras chave: Atividade Física. Ingestão de álcool. Saúde.

ASPECTOS MOTIVACIONAIS E INSATISFAÇÃO CORPORAL DE MULHERES PRATICANTES DE ACADEMIA DE GINÁSTICA 1

Geovana Ferreira da Silveira; 2Ana Carla Ferreira Silveira; 3Caciane Dallemole Souza 1 FAMERP, 2UNIP, 3UNIFEV

Está cada vez mais notável o aumento da procura de mulheres por academia de ginástica, e existindo uma maior preocupação delas com a aparência física. Havendo uma busca eterna por um corpo ideal, muitas das vezes influenciada por meio da mídia que acaba por colocar um padrão físico para mulheres, assim tornando o corpo um bem de consumo. Sendo, assim cada vez mais mulheres acabam procurando a prática de exercício físico para modificar seu corpo. A presente pesquisa teve por objetivo verificar qual o motivo que as mulheres buscam ao frequentar academias de ginástica. Foram investigadas 21 mulheres, com faixa etária de 20 a 40 anos, com tempo de prática de no máximo dois anos, sendo todas atualmente praticantes de aula de treinamento funcional numa academia na cidade de Frutal/MG. Foi realizado um questionário de múltipla escolha, onde as alunas foram questionadas por qual motivo elas praticavam exercício físico, e as mesmas poderiam assinalar duas opções. Os dados foram tabulados e apresentados em porcentagem. Constatou-se que, 31% delas buscam por estética, 21,4% por qualidade de vida, 19% pela saúde, 14,3%

por condicionamento físico e 14,3% buscam bem estar. Juntamente foi verificado a insatisfação de imagem corporal, por meio teste de escala de silhueta proposto por Kakeshita et al. (2009). Para tanto foram coletadas medidas antropométricas, e assim calculado o índice de massa corporal (IMC). Posteriormente comparou-se as silhuetas com o IMC e assim verificou-se a insatisfação corporal. Foram perguntadas duas questões, como elas se vêem e como elas gostariam de ser. Notou-se que 52,4% se veem obesas, 33,3% com sobre peso e 14,3% se vêem como realmente são. A presente pesquisa notou uma acentuada insatisfação corporal em mulheres que frenquentam academia, sendo que a maioria delas possuem distorção de imagem corporal e como consequência elas procuram a prática de exercício físico prioritariamente para fins estéticos. Pa l a v r a s - c h a v e : A s p e c t o s m o t i v a c i o n a i s ; insatisfação corporal; mulheres; academia de ginástica.

OS BENEFÍCIOS DO KUNG-FU PARA AS PESSOAS QUE SOFREM COM O ESTRESSE André Luis Bueno; Thiago Cassiano da Rocha; Ednei Sanches UNILAGO O presente trabalho objetivou-se em verificar, através de pesquisa bibliográfica, se o Kung-fu diante das suas praticas de exercícios físicos, posturas corporais e exercícios de respiração tem a função de aliviar o estresse que o individuo sofre no decorrer das suas atribuições que a vida lhe impõe. De acordo com algumas literaturas pode-se dizer que o kung-fu vai provocar reações benéficas, onde toda essa carga estressora sofrida pelo individuo na vida em sociedade se aliviará, melhorando assim sua saúde física e mental. “Lida com o treinamento e aplicação de energia cósmica para nossas inúmeras necessidades, particularmente a saúde, força interior, o desenvolvimento mental e o crescimento espiritual”. (Wong Kiew Kit 1984, p.11 - Grão Mestre – Shaolin Wahman Chi Kung Institute). Doenças cardiovasculares, Distúrbios Psicológicos, Afecções Muscoesqueléticas, Acidentes no local de trabalho, Suicídio, Câncer, Úlceras e Distúrbios no Sistema Imunológico, são as doenças mais comuns que agridem o ser humano, causando desconforto e intranquilidades na maioria das pessoas, isso se pode chamar “estresse”. Neste propósito, podemos verificar que o Kung-fu e suas atividades físicas globais nos levam a adquirir, força e disciplina melhorando assim a estrutura mental, ampliando a qualidade de vida, que é regida por três dimensões, dimensão física, dimensão psicológica e dimensão social, que quando trabalhados de maneira adequada e atividade física orientada o organismo reage nas três dimensões citadas acima e envolvem os três eixos fisiológicos, que são, Neural (Sistema nervoso simpático e parassimpático), Neuroendócrino (aumentando a atividade da espinha e glândulas suprarrenais) e por fim o sistema Endócrino (controlando a liberação de

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123 glicocorticoides). Portanto, com a prática do kung-fu como atividade física pode se observar uma melhora significativa na redução dos níveis de estresse, já que o exercício físico aciona o sistema endócrino liberando hormônios como a serotonina e a endorfina, possibilitando um controle melhor sobre o estresse e proporcionando uma sensação de bem estar para o praticante.

Palavras-Chave: Desenvolvimento humano, tecnologias, mídia, esportes.

André Luis Bueno E-mail:[email protected]

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A MÍDIA NOS MANIPULOU DURANTE A COPA DO MUNDO? André Luis Aroni, Kauan Galvão Morão, Renato Verzani, Raphael Moura, Guilherme Bagni, Afonso Antonio Machado INTRODUÇÃO A televisão é imagem e fala, fala e imagem. Não somente a imagem, como se diz algumas vezes quando se trata de denunciar seus efeitos manipuladores, mas imagem e fala numa solidariedade tal, que não se saberia dizer de qual das duas depende a estruturação do sentido (CHARAUDEAU, p.109, 2011). OBJETIVO O objetivo deste estudo foi comparar o tipo de notícia veiculada por dois telejornais da região de Campinas/SP, no período que antecedeu, e durante a Copa do Mundo de dois mil e catorze. PROCEDIMENTOS Este estudo se caracterizou como qualitativo, uma pesquisa descritiva. Os objetos de análise foram dois telejornais de canais abertos da região de Campinas/SP, cada um com sessenta minutos de duração total. Como instrumentos, utilizamos um cronômetro para contabilizar o tempo de cada notícia, e um caderno de campo para a anotação do tipo de notícia. COLETA E ANÁLISE DE DADOS Realizamos a categorização, que segundo Richardson (1999), é o agrupamento de dados em unidades que permitem uma representação do conteúdo, seguindo regras específicas. Para tal, escolhemos duas categorias: a) Notícias sobre a Copa do Mundo e b) Notícias e informações gerais da região. Conforme os telejornais apresentavam suas matérias, contabilizávamos o tempo total das notícias para cada uma das duas categorias. RESULTADOS No período que antecedeu o megaevento, o tempo total de notícias sobre a Copa do Mundo foi de cinquenta e dois minutos, enquanto as notícias e informações gerais da região de Campinas apresentaram o tempo de sessenta e oito minutos. Durante o megaevento, o tempo total de notícias sobre a Copa do Mundo foi de oitenta e seis minutos, enquanto as notícias e informações gerais da região, apresentaram um tempo total de trinta e quatro minutos. DISCUSSÃO Charaudeau (2011) destaca as contradições das práticas midiáticas e as suas transgressões às regras de informação. Neste estudo percebemos que o apelo de um megaevento no país causou grande direcionamento no tipo de notícia veiculada, na época da coleta, a região de Campinas sofria com a falta de água e um surto de dengue, e essa notícias foram pouco veiculadas durante a Copa do Mundo.

INÍCIO E ADESÃO À PRÁTICA ESPORTIVA: O QUE TE MOTIVA A PRATICAR VOLEIBOL? Gustavo Lima Isler1,2; Mauro Klebs Schiavon1,2; Vivian Oliveira,2; Afonso Antonio Machado2 Claretiano – Faculdade – Rio Claro/SP; 2 LEPESPE – IB/UNESP – Rio Claro/SP

A motivação, segundo a Teoria da Autodeterminação (TAD), é um fenômeno complexo que varia em um continuum, no qual se encontram a desmotivação, a motivação extrínseca e a intrínseca. Atualmente é a teoria motivacional mais aceita e tem sido amplamente utilizada nos estudos referentes a prática esportiva e de exercício físico. Objetivando verificar a relação entre a teoria da autodeterminação e os motivos de adolescentes para o início e a aderência à prática do voleibol, a coleta de dados desta pesquisa qualitativa foi realizada através de uma anamnese e do Inventário de Motivação para a Prática Esportiva de Gaya e Cardoso (1998). Envolveram-se neste estudo 46 adolescentes do sexo feminino, com idade média de 15,24, residentes na cidade de Limeira/SP. Os dados coletados foram analisados com base na estatística descritiva. Sendo que esta análise apontou que a motivação para iniciar a prática do voleibol se baseou na vontade própria (80,43%), no incentivo de amigo já praticante (21,74%), na influência da mãe (10,87%), no incentivo do professor e na influência do pai (8,7%). Quanto aos motivos para aderir à prática do voleibol, predominaram os relacionados à competência desportiva (2,54 ± 0,28), seguidos pelos motivos relativos à saúde (2,36 ± 0,38) e amizade e lazer (1,75 ± 0,26). Na subescala competência desportiva destacaram-se os motivos, gosto pela prática (2,93 ±0,33) e o desenvolvimento de habilidades (2,87 ±0,34). Na subescala saúde foram importantes a necessidade de se exercitar (2,80 ±0,45) e a importância da prática na manutenção da saúde (2,76 ±0,52). Quanto à amizade e lazer, os mais referenciados foram “para me divertir” (2,11 ±0,77) e “para fazer novos amigos” (1,89 ±0,64). Portanto, a vontade e o gosto por praticar o voleibol foram os principais motivos. No entanto, cabe destacar os motivos extrínsecos com regulação externa (influência de amigos, pais e professores) que influenciaram a iniciação. Confirmando o presuposto pela TAD, para a aderência à prática esportiva destacaram-se os motivos extrínsecos (regulação introjetada e integrada) e os motivos intrínsecos, considerados os mais autodeterminados. Devido às constantes variações do processo motivacional, cabe destacar a necessidade de reavaliação periódica e da não generalização destes dados. Palavras-chave: Desenvolvimento Humano; Teoria da Autodeterminação; Motivação; Voleibol; Psicologia do Esporte

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124 ANÁLISE DO PERFIL DEMOGRÁFICO E MOTIVOS QUE LEVAM A PARTICIPAÇÃO DAS PESSOAS NOS EVENTOS DE CORRIDA DE RUA NA CIDADE DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO Marlon Souza Freitas, Pedro Alex Carniato, Mayara Bertolo. UNILAGO Atualmente grande parte da população, vem sendo incentivada, pela mídia, por programas governamentais e até mesmo por instituições privadas a praticarem atividade física, por conta do sedentarismo e as patologias associadas, além da constante busca pelo corpo perfeito. Sendo assim, dentre as várias modalidades esportivas existentes, optou-se em mencionar a corrida de rua por conta do fácil acesso e por sua prática trazer inúmeros benefícios para a saúde e auxiliar nos fatores corporais, psicológicos e sociais. Nesse sentido devido a estes pontos positivos, o número de adeptos a modalidade tem aumentado significativamente e por consequência a oferta de eventos direcionados a esse público estão cada vez mais atraentes. O estudo tem por objetivo analisar o perfil demográfico e os motivos que levaram as pessoas a praticarem a corrida de rua. Esse estudo foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica que partiu de uma análise interpretativa e crítica de conteúdos obtidos através do acervo da UNILAGO e sites acadêmicos e pesquisa de campo, na qual foram aplicados questionários que abordavam o contexto social e os motivos da escolha da modalidade. Os dados foram coletados nos eventos, no período de dois meses no ano de 2014. Foram aplicados 71 questionários, nos quais, verificou-se um maior predomínio de participantes do sexo masculino 78% com idade entre 45 a 59 anos. O peso da maioria dos participantes 45% era de 61 a 75 Kg. 93% começaram a praticar a corrida de rua por vontade própria, enquanto, 7% foram por prescrição médica. 40% buscam por saúde, 14% melhor desempenho e 46% ambas. Na opinião dos participantes, o aumento da adesão se deve a busca da qualidade de vida 40%, socialização 4% e o baixo custo 10%. Portanto conclui-se que a necessidade da população por uma vida mais saldável e social, contribui para que as pessoas procurem cada vez mais a corrida de rua. Pois além da prática, as pessoas comungam de momentos agradáveis, trocam informações e experiências sobre a corrida, além de vários outros fatores que justificam o aumento do número de adeptos. Palavras chaves: corrida de rua, motivação da prática de corrida e treinamento de corrida.

ALTERAÇÕES POSTURAIS E LESÕES NA CORRIDA EM ATLETAS PROFISSIONAIS E AMADORES Willian Lopes Da Graça – UNIP JK INTRODUÇÃO: É sabido através de relatos científicos que o desequilíbrio muscular induz a alterações posturais como meio de compensação,

afim de, se adaptar a essa nova condição. A prática de atividade física é um fator importante na prevenção de determinadas doenças, porém a prática de atividade física intensa, com gestos específicos, sobrecarga exagerada ou sem orientação profissional em longo prazo podem desencadear processos lesivos ao praticante. Desse modo, as corridas por serem atividades praticadas com posições e gestos específicos do esporte juntamente com erros na técnica de execução dos movimentos, podem aumentar a prevalência de lesões em atletas de alto nível ou corredores amadores. OBJETIVO GERAL – Analisar as alterações posturais provocadas pela corrida em atletas e não atletas. OBJETIVO ESPECÍFICO – Investigar possíveis lesões decorrentes de posturas inadequadas. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Este trabalho é de abordagem qualitativa, tem como base a pesquisa bibliográfica a partir de uma revisão de literatura nas principais referencias das bibliotecas físicas e virtuais. CONSIDERAÇÕES FINAIS – Considerando a revisão de literatura foram constatados que o grupo de atletas apresentou posturas específicas como hiperlordose lombar, anteversão pélvica e protusão de cabeça, decorrentes de desequilíbrios retracionais. Entre os corredores adultos e idosos houve um comportamento de movimento diferente por parte dos idosos, apresentando menor excursão de flexão de joelho e de rotação medial da tíbia. Os desequilíbrios musculares retracionais, déficit de força muscular, variação do tônus e trofismo muscular, dominância lateral, entre outros fatores, a médio e longo prazo podem ocasionar lesões agudas ou crônicas que comprometem em demasia o rendimento do desportista Ramos e Netto (apud Neto, 2004, p.197). Palavras Chave: Desequilíbrios musculares. Corridas. Gestos específicos. Lesões.

O NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE A MODALIDADE ESPORTIVA BASQUETEBOL NA ESCOLA ¹,²Anderson Bençal Indalécio; ²Henrique Ribeiro Carrasco; ¹,²Higor Thiago Feltrin Rozales Gomes ¹UNIFEV – Centro Universitário de Votuporanga / ²SME – Secretaria Municipal da Educação de Votuporanga/SP RESUMO: O presente estudo teve como objetivo principal identificar o conhecimento dos alunos do ensino médio sobre a modalidade esportiva basquetebol, alunos estes matriculados em uma escola estadual do município de Riolândia/SP. Essa importante modalidade esportiva trabalhada na escola tem vários benefícios ao aluno. Nesse sentido, as práticas das aulas de educação física proporcionam, além do desenvolvimento das qualidades físicas, a possibilidade de aumentar a capacidade de adaptação social e também de desenvolver a habilidade na prática de próprio basquetebol. Para atingir tais propósitos, foram entrevistados 63 alunos do ensino médio da escola

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125 E.E Clarinda Machado de Souza, consultados através de um questionário contendo 10 questões. Verificouse que apesar do Basquetebol ser muito conhecido no Brasil, ele é pouco praticado na escola pesquisada, excluindo os alunos da pratica e conhecimento dessa modalidade. Apesar do baixo conhecimento dos alunos entrevistados, há uma grande vontade entre a maioria de aprender mais sobre a modalidade esportiva Basquetebol, o que mostra que o professor de Educação Física deve dar uma maior atenção para essa modalidade esportiva, apesar do pouco tempo que há para se trabalhar com ela. Desse modo não privar o aluno das diversas possibilidades de aprendizagem que esse esporte possibilita levando em conta a importância da aplicação dessa modalidade esportiva na escola. A qualidade de transmissão desses valores vai depender da prática desta modalidade esportiva e também pela importância dada pelo(a) professor(a) de Educação Física que tem um papel importante na facilitação da aprendizagem e transmissão dos valores agregados ao basquetebol. Palavras-chave: Basquetebol. Ensino Médio. Saberes. ESTUDO SOBRE APLICABILIDADE DOS JOGOS PRÉ-DESPORTIVOS AO ENSINO DO VOLEIBOL EM DOZE ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE VOTUPORANGA/SP ¹,²Anderson Bençal Indalécio; ²Henrique Ribeiro Carrasco; ¹,²Higor Thiago Feltrin Rozales Gomes ¹UNIFEV – Centro Universitário de Votuporanga / ²SME – Secretaria Municipal da Educação de Votuporanga/SP O presente trabalho pretende demonstrar a utilização do Voleibol na Educação Física escolar no Ensino Fundamental e, por meio da pesquisa de campo analisar quais os reais valores que são passados ao voleibol na instituição escolar. Os objetivos destacados foram estudar e analisar o voleibol em escolas públicas da rede municipal de ensino por meio de análise e pesquisa, assim como verificar a utilização do conteúdo jogos pré-desportivos ao ensino do Voleibol sob a visão do professor nas aulas de Educação Física. A metodologia foi embasada em um questionário aplicado aos professores das escolas pública da rede municipal de ensino de Votuporanga/SP. Foram entrevistados 26 professores, e após a coleta dos dados verificou-se por meio das informações levantadas e discussão mediante a prática desta atividade nas escolas públicas (12) do município de Votuporanga, assim como da tabulação dos dados coletados direcionado ao objetivo proposto. O trabalho realizado possibilitou observar que os professores têm condições de explorar o Voleibol distinguindo-o como relevante conteúdo no processo de ensino-aprendizagem e como ferramenta pedagógica para a Educação Física escolar. Na pesquisa efetuada os professores demonstram ter preocupação em planejar as aulas para a turma, e estão engajados no desenvolvimento dessa atividade como inserção na sociedade e no grupo, pois é uma atividade em grupo, não isolado,

desmembrado de responsabilidades com a formação dos indivíduos. Assim a Educação Física deve ser compreendida como fundamental no processo de ensino aprendizagem no Ensino Fundamental e que faz parte da vida escolar do aluno de corpo inteiro, pois o Voleibol, assim como os outros esportes, tem grande importância se bem trabalhado pode ser um rico instrumento pedagógico como conteúdo nas aulas de Educação Física com o objetivo de transmitir ao aluno o conhecimento além do esporte e não apenas para condicioná-lo. Palavras-chave: Voleibol. Educação Física. Ensinoaprendizagem. O COMPORTAMENTO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE A OBESIDADE E A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ¹,²Anderson Bençal Indalécio; ²Henrique Ribeiro Carrasco; ¹,²Higor Thiago Feltrin Rozales Gomes ¹UNIFEV – Centro Universitário de Votuporanga / ²SME – Secretaria Municipal da Educação de Votuporanga/SP RESUMO: O presente estudo teve como objetivo principal verificar o comportamento do aluno com obesidade nas aulas de Educação Física e sua relação quanto as atividades propostas pelo professor assim como sua relação com os colegas durante as aulas em duas escolas estaduais de Votuporanga/SP. Para realização deste trabalho foi elaborado um questionário com questões fechadas e observações. Colaboraram com a entrevista 211 alunos obesos e não obesos. Durante as observações realizadas nas escolas “E.E. Uzenir Coelho Zeitune Prof.ª” e “E.E. Maria Nívea Costa Pinto Freitas Prof.ª”, os alunos obesos tinham dificuldade de participar das atividades proposta pelo professor e também apresentavam sua relação com os colegas de sala. Após as observações realizadas nas duas escolas de Votuporanga/SP, podemos verificar como é o comportamento do aluno obeso do ensino médio durante as aulas de Educação Física, e a relação desse aluno com os colegas de sala. Durante as aulas verificamos que o professor passava algumas atividades praticas e o aluno obeso se negava a fazer tal atividade, pois ele mesmo acabava se limitando e se auto excluindo dizendo que não conseguia fazer tal exercício devido sua característica física. Quando esse aluno não se auto excluíam, os colegas de sala acabavam fazendo isso por ele, por muitas vezes não quererem ele no time/equipe, ou deixavam ele para ser escolhido no final como uma ultima opção. Porém a relação do aluno com obesidade e dos demais colegas fora das aulas praticas é uma relação saudável e satisfatória. Após essas observações e a pesquisa aplicada com os questionários chegamos à conclusão de que os alunos obesos são excluídos durante as aulas praticas devido à falta de habilidade, coordenação e agilidade, e durante as aulas teóricas eles são tratados normalmente e sempre são incluídos nos trabalhos em grupo. Palavras chaves: Obesidade. Ensino Médio. Educação Física escolar.

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126 OS ASPECTOS SOCIAIS RELACIONADOS AO VOLEIBOL NA ESCOLA ¹,²Anderson Bençal Indalécio; ²Henrique Ribeiro Carrasco; ¹,²Higor Thiago Feltrin Rozales Gomes ¹UNIFEV – Centro Universitário de Votuporanga / ²SME – Secretaria Municipal da Educação de Votuporanga/SP RESUMO: Este artigo tem como intuito mostrar como a modalidade esportiva voleibol pode influenciar e melhorar o convívio entre professores e alunos e, alunos e alunos e como isso pode refletir diante ao convívio social dentro e fora da escola. Desta forma foi realizada uma pesquisa, com os alunos de uma escola estadual localizada no Município de IturamaMG, a fim de desvendar junto aos alunos como eles veem essa modalidade e saber como Voleibol pode influenciar em sua qualidade de vida e quais as mudanças alcançadas ao desenvolvê-la. Os alunos que praticam o esporte, mostram que sentem uma grande diferença, com relação a interação, cooperação, e que o convívio entre os alunos, amigos e familiares melhora muito dentro e fora da escola. Com isso a postura dos alunos é diferenciada com a prática do esporte. O Voleibol contribui na autoestima, no desenvolvimento intelectual nos valores éticos, sociais e morais dos alunos. Com isso a prática do esporte além de trazer benefícios à saúde, influenciar nas decisões do cotidiano, tendo atitudes mais eficazes que influencia nos atos sociais, as modalidades esportivas de caráter coletivo influencia para uma postura não preconceituosa e discriminatória perante aos grupos étnicos e sociais, desta forma o voleibol vem contribuir de forma significativa no bem estar dos alunos promovendo melhor condição vida em seu cotidiano. Palavras Chaves: Voleibol. Aspectos Sociais. Escola.

PROPRIOCEPÇÃO PARA A PRÁTICA DE MUSCULAÇÃO: MÉTODO DE PREVENÇÃO DE LESÕES Frederico Gonçalves da Costa – UNIP Campus JK INTRODUÇÃO: Há um grande aumento no número de praticantes de musculação atualmente, e, por se tratar de uma atividade com elevado risco de lesões, há uma preocupação por parte dos profissionais da área para preveni-las. Este estudo visa encontrar nos métodos proprioceptivos uma forma de prevenir as principais lesões decorrentes da musculação, pois, segundo Pinheiro (1998 apud Domingues, 2008) permite que o indivíduo estabeleça relações com o meio, fornecendo informações sobre a posição dos segmentos anatômicos e padrão de movimento, sendo que é um fator decisivo na correção gestual, estabilidade dinâmica e prevenção de lesões. OBJETIVO: Analisar a eficácia do treinamento proprioceptivo para a prática segura de musculação, identificando as lesões mais recorrentes e as

propostas para a sua prevenção. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Este trabalho está baseado na pesquisa bibliográfica, com uma revisão de literatura de literatura nas principais bases de dados das bibliotecas virtuais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Foi constatado que muitas lesões decorrentes da prática de musculação têm origem na instabilidade e imaturidade articular e músculo-esquelética de seus praticantes. Isso advém da ansiedade por resultados quase imediatos. Para tentar sanar essa lacuna, as propostas dos métodos proprioceptivos visam fortalecer e preparar essas estruturas para o impacto específico do treinamento resistido, nas áreas articular, muscular e tendinoso. Os métodos adequados devem atender a estímulos com o “máximo de informações aferente, estimulação reflexa da contração muscular, treino excêntrico da musculatura estabilizadora, estímulo da cocontração muscular (SILVA; RODRIGUES, 2005 apud DOMINGUES, 2008. p)”. Palavras Chave: Musculação. Lesões. Métodos proprioceptivos. ANÁLISE HISTOLÓGICA DE FIBRAS MUSCULARES APÓS EXERCÍCIO RESISTIDO NA NATAÇÃO ASSOCIADO A INGESTA HIPERPROTEICA Karina Duque Amantini; Jerônimo Augusto Galvão; Wilson Mancini Neto UNIRP O objetivo do presente estudo foi o de analisar através de técnica histológica, se o exercício de natação induziria alterações nas fibras musculares do músculo Tibial Anterior, associado a ingesta hiperproteica. Foram utilizados 30 ratos adultos, machos, da linhagem Wistar, divididos em seis grupos: dois grupos controle e quatro grupos treinados, sendo que dentre os treinados, dois foram com resistência. Ainda com relação aos seis grupos, três grupos receberam dieta normal e outros três dieta hiperproteica. Após 45 dias de treinamento de natação, amostras do músculo foram coletadas e coradas pelo método HE, para análise histológica. Verificou-se por essa análise que os grupos controle não apresentaram alterações celulares significativas. As diferenças morfológicas observadas nas fibras musculares, mostraram- se muito mais em conseqüência da atividade física ( citoplasma maior, maior densidade vascular, vasos mais calibrosos e núcleos maiores, hipercorados ), que indicam maior atividade celular e maior demanda de oxigênio. Isso torna-se evidente pela semelhança histológica encontrada entre os grupos com e sem dieta hiperproteica. Palavras-Chave:Nutrição, natação, hábitos alimentares, atividade física.

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127 A RELEVÂNCIA E EFICÁCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA DEPRESSÃO Pamella Natally Figueiredo Marzochi e Mayara Bertolo Unilago O presente estudo tem como objetivo descrever qual a relação existente entre a atividade física e a depressão, grande aliada na prevenção, tratamento e reabilitação de pacientes depressivos. Verifica-se a relevância dessa discussão, pois segundo dados da Organização Mundial da Saúde a depressão é uma das causas pioneiras de incapacidade no mundo e os números de suicídio associado a essa doença, vitima cerca de 850.000 pessoas por ano, Who (2006). No Brasil, dados do Ministério da Saúde, sobre a Política da Saúde Mental referentes aos anos de 2003 a 2005, mostram que 3% da população sofrem com transtornos mentais severos e persistentes e 12% da população necessita de algum atendimento referente à Saúde Mental. Entre as doenças neurológicas e mentais, a depressão vem representando a maior parte da carga. As associações entre suicídios e transtornos mentais são de mais de 90%, entre os transtornos mentais associados ao suicídio, a depressão se destaca. Estudo realizado pela UNICAMP, relacionando suicídio e depressão, revelou uma taxa alarmante de 150 tentativas de suicídio para cada 100.000 habitantes. Nesse sentido a prática de atividade física pode proporcionar aos seus adeptos, autoestima, autoeficácia, controle do estresse, aumento do estado de humor, liberação da tensão, reaquisição e manutenção do equilíbrio psíquico. O método utilizado nesse trabalho é de âmbito bibliográfico realizado a partir do acervo da UNILAGO e sites acadêmicos através de uma analise critica e interpretativa das palavras chave: atividade física, depressão, benefícios, reabilitação e tratamento. Portanto conclui-se que a atividade física além de ocasionar o bem estar emocional ou psicológico, representado pelo predomínio do afeto positivo sobre o negativo, pela satisfação com a vida e a capacidade de apreciá-la, aumenta a resistência do indivíduo frente ao estresse psicossocial. Promove a interação social, que naturalmente têm função ansiolítica e antidepressiva, através do sentimento de prazer pela interação em grupo e do reforço social recebido pelas pessoas do seu convívio nas atividades. No entanto mesmo com toda a discussão levantada nesse trabalho, verifica-se a necessidade de mais estudos sobre essa tríade, atividade física, depressão e seus benefícios.

A CULPA É DO ESPORTE: educação por meio do jogo Fernando Ferreira da Silva Graduando em Educação Física – UNIP / Campus JK - S.J. Rio Preto INTRODUÇÃO: Alguns estudos demonstram a importância do jogo na construção de regras, valores morais e condutas pessoais de crianças/adolescentes.

Nesse sentido o trabalho com as atividades recreativas deve ser contextualizado nas dimensões procedimentais, conceituais e atitudinais, utilizando o jogo como agente de transformação pessoal e com poder de implantação de objetivos comportamentais e disciplinares. Como hipótese, o indivíduo poderá desempenhar um papel social com mais solidariedade, respeito, altruísmo, visando a construção do Ser como Ser Social, que pode se tornar apto a perceber o jogo e suas dimensões educativas. OBJETIVO: Apresentar a experiência obtida por meio do projeto social desenvolvido no núcleo “PROJETO CIDADÃO – PLANALTO” e “PROJETO ESCOLA VIVA II”, nas intervenções realizadas nas de Educação Física (Recreação). PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Inicialmente foi realizado um Inventário Cultural a fim de determinar uma raiz antropológica local para, a partir deste diagnóstico, definir as atividades e planejar o trabalhar com as crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social de maneira democrática e participativa. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em toda intervenção prática, independente das características da população, o professor deverá estar atento para não perder o objetivo central da dimensão atitudinal, que é a educação integral do aluno, especialmente na educação de valores. Deste modo, foi possível notar mudanças na conduta de alguns alunos no cotidiano escolar e no desenvolvimento das aulas. Percebeu-se que assimilaram determinados valores e condutas cooperativas para o trabalhado nos jogos. Resta saber se estas atitudes são transferidas em suas ações diárias alterando positivamente o modo de reagir aos problemas que ocasionalmente enfrentam. Deste modo, é significativo que os professores atuem na perspectiva das dimensões procedimentais, conceituais e atitudinais, tendo em vista que as aulas de Educação Física podem apresentar o esporte e o jogo aos alunos como instrumento para a competência de vida. Palavras chave: Dimensões dos conteúdos. Educação Física. Esporte-Educação. Educação de valores.

O PADRÃO DE BELEZA CORPORAL PARA PRATICANTES DE ATIVIDADES FÍSICAS. 1

Francieli Pires Barbosa, 1,2Marcelo Callegari Zanetti, 1 Deivison Luis Corrêa 1 Unip – São José do Rio Pardo – SP; 2 LEPESPE/IB/UNESP - Rio Claro

(Introdução) Final do século XX e início do século XXI momento em que o culto ao corpo tornou – se uma verdadeira obsessão. A sociedade clama determinados tipos de constituição corporal, sendo o corpo malhado o ícone da sociedade brasileira (PEREIRA; KEHL, 2004). Matsudo (1990) também aponta a importância do corpo ser definido e de se conquistar massa muscular. Dentre os diversos modelos de corpos ditos como padrões corporais contemporâneos, a magreza também se faz dominante em nossa sociedade, o que faz com que muitas pessoas busquem a prática de atividades

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128 físicas, às vezes de forma desenfreada, principalmente dentro de academias de ginástica e musculação. (Objetivo) Pensando nisso, esse trabalho teve como principal objetivo identificar o padrão corporal almejado por tais praticantes. (Procedimentos metodológicos) A coleta de dados ocorreu entre os meses de outubro a dezembro de 2013 em três academias de ginástica e musculação da cidade de Santa Cruz das Palmeiras. A amostra foi composta por 100 (cem) sujeitos, sendo 50 homens e 50 mulheres, com idades variando entre 18 a 38 anos (± 24,32 anos/DP: 5,72). O instrumento utilizado foi 1 (um) questionário aberto contendo diversas questões, porém, nesse trabalho foi utilizado apenas a questão: “Descreva qual tipo de corpo você gostaria de ter?”. (Resultados) A partir dos resultados verificamos que: 33,3% (42 pessoas) relataram querer um corpo definido; 18,2% (23) estão satisfeitos com seu próprio corpo; 9,6 (12) querem medidas pequenas; 8% (10) massa muscular; 7,1% (9) ter um corpo musculoso; 7,1% menos gordura corporal; 7,1% outros; 4,8% (6) malhado e 4,8% (6) forte. (Conclusão) Diante dos resultados encontrados foi possível perceber que os praticantes de atividades físicas buscam padrões corporais dos tipos: corpo definido com massa muscular e medidas pequenas, sendo estes os padrões corporais mais propagados pelas mídias e aceitos pela sociedade como ideais. Faz-se necessário uma atenção diante desta busca, já que muitas vezes os exercícios são realizados com grande intensidade, duração e frequência que poderão provocar lesões musculares, por excesso de atividade física, além de possíveis distúrbios que podem surgir tais como: anorexia, bulimia e compulsão por exercício. Palavras–chave: Corpo ideal. Beleza. Distúrbios de imagem corporal.

BRASIL, PAÍS DO FUTEBOL. VERDADE OU MITO? Bruna Garcia, Laila Muller Centro Universitário de Rio Preto - UNIRP INTRODUÇÃO: O Futebol, esse magnífico e apaixonante esporte está muito além das habilidades que os craques demonstram dentro das quatro linhas.Envolve investimento, administração, torcedores, emoções, sentimentos, respeito, entretenimento, marketing, popularidade, enfim, uma enorme gama de atributos quepodemser explorados pelas grandesempresas esportivas. É de a cultura brasileira,todos os setores da sociedade,dar muita ênfase ao futebol, preenchendo aspectos sociais, políticos, econômicos, psicológicos e emocionais do seu dia a dia. Entretanto, como é de conhecimento geral o Brasil é o país da desigualdade, e isso, não é diferente no esporte. Financeiramente o que se aplica somente no futebol é o equivalente ao gasto com dez modalidades olímpicas. A derrota histórica para a Alemanha pode serum aspecto positivo, na medida em que o Brasil deixe de ser visto apenas como país do futebol e explore melhor outros elementos de sua

identidadeesportiva. OBJETIVO: Investigar as conquistas de seleções brasileiras de diferentes modalidades e, comparativamente, analisar comoo futebol não pode ser considerado o número um do país.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Foi realizadauma busca do quadro de medalhas dasseguintesmodalidades: Futebol feminino e masculino, Vôlei feminino e masculino e Basquete feminino e masculino nas seguintes competições: Jogos Olímpicos, Campeonatos Mundiais e Jogos Pan-americanos. O total de medalhas do futebol masculino soma vinte e uma medalhas, o futebol feminino, somam sete medalhas. No Vôlei Masculino vinte e quatro medalhas, o Vôlei feminino soma quinze medalhas. No Basquete Feminino dezesseis medalhas e no masculino 22 medalhas. CONSIDERAÇÕES FINAIS : Em síntese, se comparado os investimentos no futebol com as demais modalidades olímpicas, o futebol deveria aparecer em primeiro lugar em conquistas internacionais. Entretanto, é difícil afirmar que somente investimentos financeiros poderiam levar outras modalidades a conquistar mais medalhas, especialmente em competições importantes, como os Jogos Olímpicos, por exemplo. Acredita-se que outros fatores estejam diretamente ligados à transformação do Brasil em potência olímpica. Mas é certo que, em número de conquistas, outros esportes aparecem à frente do futebol, mas não lhes garante a mesma popularidade. Palavras Chave: Futebol, Investimento, Conquistas.

O ENSINO DOS JOGOS COLETIVOS ESPORTIVOS POR MEIO DE JOGOS NA INICIAÇÃO Souza, V. V.; Gomes, G. M.; Buffo JunioR, L. E.; Pavan, P. H. B.; Zanetti, M. C. Universidade Paulista – São José do Rio Pardo – São Paulo – Brasil [email protected] (Introdução) Um dos grandes desafios do professor é ministrar suas aulas de jogos esportivos coletivos utilizando o modelo de aulas à partir de jogos, de modo que o aprendiz desenvolva de forma motivada todas suas competências essenciais, potencializando um ambiente de aprendizagem significativo, descartando o modelo de ensino tradicional utilizando como ponto de partida o ensino do jogo através do jogo. (Objetivos) Por esse motivo, o objetivo do presente estudo foi verificar como o professor pode trabalhar suas aulas substituindo o modelo de ensino tradicional pelo método de ensino pelos jogos. (Metodologia) Como proposta metodológica optamos por uma ampla revisão de literatura nacional e internacional. (Resultados) Como principal resultado constatamos que esse método de trabalho parece possibilitar maior entendimento sobre a lógica do jogo, além de maior envolvimento dos componentes do treinamento (físico, tático, técnico e psicológico) de forma integrada, ampliando os processos de tomada de decisão, leitura das jogadas, comunicação por meio da ação e uma eficaz relação com a bola a fim de

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129 executar as jogadas com maior êxito. Na iniciação em um primeiro momento o método procura desenvolver a lógica do jogo deixando o aluno descobrir na imprevisibilidade o que fazer e como fazer de modo a desenvolver ações inteligentes dentro do contexto. (Considerações Finais) Apesar de muitos professores ainda utilizarem o modelo de ensino tradicional (analítico) onde o ensino é simplificado para a sistematização de movimentos, esse método tende a proporcionar uma maior amplitude de desenvolvimento gradativo de capacidades essenciais ao iniciante e ao mesmo tempo proporcionar um ambiente prazeroso, mantendo os alunos mais envolvidos e motivados durante as aulas. Palavras-Chaves: Iniciação por meio de jogos, Jogos Coletivos, Motivação.

A RELAÇÃO ENTRE JOGOS ELETRÔNICOS E A DEFICIÊNCIA MOTORA APRESENTADA EM CRIANÇAS PRATICANTES DE NATAÇÃO Chafic Chaves dos Santos; Victor Reia Pinheiro Acquática Escola de Esportes Considerando o avanço tecnológico nos últimos anos, e a praticidade que os pais encontram em manter seus filhos entretidos com tais eletrônicos, aliado ainda à falta de estímulos de vivências motoras, todos esses variáveis tem refletido em uma grande dificuldade no desenvolvimento de habilidades motoras das crianças envolvidas nesse processo. Com o objetivo de resgatar brincadeiras tradicionais que sirvam como estímulos para desenvolver e aprimorar habilidades motoras é que relatamos as experiências vivenciadas enquanto professores de natação na Aquática Escola de Esportes, com crianças de 5 a 12, de classe média alta, que frequentam duas aulas semanais. Durante um período de seis meses foi desenvolvido um trabalho de consciência corporal que consistia em executar brincadeiras tradicionais tais como, pular corda, amarelinha, barata no ar, pique-bandeira, e pega-pega, durante o trabalho de aquecimento em solo, além de exercícios de deslocamentos, saltos, agachamentos e trabalho em equipe, com duração média de 20 minutos, com finalidade recreativa, além de fornecer estímulos que contribuem para a melhora de capacidades e habilidades físicas individuais, tais como; equilíbrio, controle motor, força, tomadas de decisões rápidas, lateralidade, entre outras. O resultado dessa intervenção foi muito positivo, pois foi percebida uma melhora significativa no aumento da consciência corporal, além de notório aumento de acervo motor dessas crianças. Isso consequentemente refletiu numa maior naturalidade na execução dos movimentos utilizados na natação, tornando os movimentos mais eficientes dentro de uma técnica de nado mais aprimorada e refinada. As melhoras também foram percebidas nas tomadas de tempo aferidas mensalmente, em tiros de 25m e 50m. Considerando as circunstâncias vivenciadas, concluímos que quanto maior o tempo que essas crianças passam entretidas com jogos eletrônicos, maior é a dificuldade em execução de movimentos, e

menor o acervo motor apresentado pelas mesmas, e essa problemática pode ser amenizada com o resgate de brincadeiras e jogos que até certo tempo atrás eram tradicionais, e que hoje em dia perderam espaço para o avanço da tecnologia e os cyberjogos. Palavras-chave: Natação, jogos eletrônicos, crianças.

ATLETAS INTELIGENTES: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA ¹Guilherme, Silva, ¹Deivison, Correa, ¹José Guilherme, Carvalho, ¹Luan, Lopes, 1,2Marcelo, Callegari Zanetti. 1 UNIP- São José do Rio Pardo – SP – Brasil 2 LEPESPE/I.B./UNESP – Rio Claro - SP – Brasil (Introdução) Em todo e qualquer esporte, coletivo ou individual, a busca por atletas inteligentes deveria ser uma constante, pois, esses indivíduos parecem ser capazes de superar as dificuldades impostas a eles com mais naturalidade e facilidade. Porém, mais importante que encontra-los deveria ser formá-los, utilizando técnicas que visem aperfeiçoar a capacidade cognitiva dos mesmos. Dentre os vários componentes cognitivos, destacamos a Tomada de Decisão (TD), que parecer ser importante mecanismo de percepção-ação na formação de atletas inteligentes. (Objetivos) Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi pesquisar métodos de trabalho que possam contribuir para o aprimoramento da TD de atletas. (Procedimentos Metodológicos) Adotamos como estratégia metodológica a revisão de literatura nacional e internacional sobre a temática proposta. (Resultados) Após a revisão, constatamos que um dos métodos mais eficaz no desenvolvimento da TD parece ser a Abordagem Baseada nos Constrangimentos (ABC), que visa criar situações próximas às existentes em competição, o que pode aumentar o repertório de ações técnico/táticas, contribuindo na formação de um atleta autônomo, inteligente, capaz de decidir por si, e não um atleta mecanizado, engessado e que só executa aquilo que seu treinador lhe ordena, prática muito comum no esporte. (Considerações Finais) Fica claro que, no atual contexto esportivo que vivemos, parece imprescindível a formação de atletas inteligentes, para tanto, professores e treinadores devem lançar mão de estratégias que permitam o alcance desse objetivo. Nessa linha, nossa proposta foi a Abordagem Baseada nos Constrangimentos (Individuo, Tarefa e Envolvimento) como uma ferramenta para tal, porém, faz-se necessário maior entendimento dos aspectos cognitivos que envolvem o treinamento esportivo. Palavras Chave: Tomada de Decisão, Abordagem Baseada nos Constrangimentos, Psicologia do Esporte.

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OBESIDADE INFANTIL, ATIVIDADES FÍSICAS E SEDENTARISMO EM CRIANÇAS DO 1º CICLO DO ENSINO INFANTIL DA CIDADE DE MOCOCA ¹Luan, Lopes, ¹Leticia, Bertasso, ¹Paula, Cardoso, ²Pedro, Coelho, ¹Graziela, Feltran. ¹UNIP - São José do Rio Pardo - SP – Brasil ²UNIFAE - São João da Boa Vista – SP - Brasil

(Introdução) O Índice de Massa Corporal (IMC) é uma medida utilizada para medir a obesidade, hoje em dia, o IMC é utilizado como forma de comparar a saúde de populações na identificação das pessoas obesas; neste estudo, o diagnóstico e avaliação da obesidade infantil. Quanto mais cedo for realizado este diagnóstico e avaliação da obesidade em crianças, mais cedo se pode intervir e prevenir as futuras complicações. (Objetivos) O objetivo do presente estudo foi descrever a prevalência do sobrepeso e obesidade entre as crianças de uma escola publica do município de Mococa, para que possamos com o diagnostico precoce intervir e prevenir futuras complicações que essas crianças podem desenvolver como: doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, alguns tipos de cânceres, diabetes, sedentarismo, além de distúrbios sociais. (Metodologia) O material utilizado para mensuração do (IMC) foi uma balança e um estadiometro da marca Welmy ambos aferido pelo IMETRO. Os protocolos utilizados foram: para (IMC) peso em quilogramas dividido pela altura em metros quadrados (kg/m²) categorizado pela classificação da Organização Mundial da Saúde. A amostra foi composta por 239 alunos com idade media de 8,35 anos, sendo máxima de 12 e mínima de 06 anos, onde o professor coletou os dados, após explicar os objetivos da pesquisa e realizar as devidas aferições. (Resultado) Na avaliação do IMC 54,81% é da amostra do sexo masculino e 45,18% do sexo feminino. Sendo que na amostra do sexo masculino 11,45% estão no sobrepeso e 13,74% obesos, já na amostra do sexo feminino 15,74% estão no sobrepeso e 10,18% obesas. (Conclusão) Considerando esses dados em comparação ao gráfico de IMC por idade e sexo identifica-se que a prevalecia de crianças que apresentam excesso de peso foi na amostra do sexo masculino. Sendo assim, faz-se necessário aumentar a atividade física para prevenir o aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade entre crianças e adolecentes. Palavras-Chaves: IMC, Obesidade, Sobrepeso, Atividade Física, Sedentarismo. RISCOS SOBRE O USO INDEVIDO DE ANABOLIZANTES ESTEROIDES POR PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO Raphael Magosso – UNIP – Campus JK Os esteroides anabolizantes são hormônios sintéticos que utilizados de maneira incorreta podem vim a causar um grande prejuízo a saúde. O uso indiscriminado deste produto vem crescendo cada vez mais dentro das academias do país. Este estudo teve como objetivo a coleta de dados que ajudam a comprovar que em muitos usuários de esteroides

anabolizantes ocorre alterações de personalidade, sentem nervosismo, alterações de humor e falta de vontade de praticar exercícios físicos decorrente do uso de anabolizantes, além dos efeitos apresentados, estudos clínicos têm demonstrado uma associação entre o uso de EAA e uso de opiáceos e/ou outras substâncias psicoativas, como maconha, cocaína, anfetaminas ou de LSD (Dietilamida do Ácido Lisérgico). Foi realizada uma revisão de literatura baseada em artigos com estudos em academias de São Paulo e Bahia. Entendemos que o uso prolongado de anabolizantes pode vir a prejudicar a saúde de maneira grave causando problemas não somente físicos mas também psíquicos, em jovens que buscam por um corpo perfeito ou que praticam musculação apenas por lazer. Palavras chave: Musculação. Anabolizantes. Saúde. FATORES MOTIVACIONAIS PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DOS HABITANTES DO MUNICÍPIO DE TABAPUÃ-SP Gabriel Bossolani da Guarda, Gabriela Blasquez UNIP - Universidade Paulista INTRODUÇÃO: A cidade de Tabapuã é uma pequena cidade do interior do estado de São Paulo, pertence à região de São José do Rio Preto e tem cerca de 11.363 habitantes (IBGE 2010) , dentro da cidade, os esportes mais difundidos são musculação, futebol e handebol. OBJETIVO: Diagnosticar quais são os fatores que motivam ou impedem a pratica de atividade física dos habitantes de Tabapuã-SP. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Participaram do estudo 73 pessoas com idades entre 15 e 69 anos, sendo 26 do sexo feminino com uma idade média de 24,15 anos e 47 do sexo masculino com uma idade média de 26,55 anos. A pesquisa foi realizada em locais como academias de musculação, pista de caminhada, praças e ginásio de esportes. Para se verificar os motivos que levam as pessoas a aderirem à prática de atividade física realizou-se uma entrevista estruturada composta por vinte questões, agrupadas em cinco categorias: estética e performance, saúde física, divertimento, socialização e auto-estima, para cada resposta pontuava-se a alternativa em uma escala de 1 a 4 pontos. As alternativas possíveis eram: Não sei responder=1; Sem importância=2; Razão secundária=3 e Razão principal=4. Para justificar motivo da pessoa não praticar atividade física foram elaboradas seis respostas: Falta de tempo, Situação econômica, Não gosta, Timidez, Orientação médica e Outros motivos. RESULTADOS: Das 73 pessoas entrevistadas, 17 não praticavam atividade física, o principal motivo relato de não praticarem é a “falta de tempo” (10), seguido por “outros” (3), ”não gosta” (2) e “situação econômica” (2), timidez e orientação médica não foram escolhidos por nenhum individuo. Dentre os 56 que praticam atividades físicas, a categoria com maior media foi “divertimentos” (3,32±0,53) seguido por “saúde física”(3,23±0,39), “auto-estima” (3,11±0,56), “socialização” (3,08±0,55) e “estética e performance” (2,96±0,49). Os esportes mais praticados entre os entrevistados são: Musculação,

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131 futebol, corrida e caminhada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Observamos uma maior prevalência de praticantes de atividade física na amostra estudada (73.71%), e os resultados sugerem que o principal motivo para a prática é o divertimento. Por outro lado, as pessoas que não praticam atividades físicas, relataram que o principal motivo é a falta de tempo. Palavras-chave: Atividade física; Tabapuã-SP; Fatores motivacionais. IMAGEM CORPORAL DE PRATICANTES DA TERCEIRA IDADE DE ATIVIDADES FÍSICAS DA CIDADE DE MOCOCA ¹Leticia, Bertasso, ¹Luan, Lopes, ²Pedro, Coelho, ¹Graziela, Feltran. ¹UNIP - São José do Rio Pardo - SP – Brasil ²UNIFAE - São João da Boa Vista – SP – Brasil (Introdução) A imagem corporal é uma ideia que se tem sobre a forma, tamanho e imagem do corpo, envolvendo as atitudes perceptuais e emocionais. Esse distúrbio apresenta uma prevalência na população mais jovem, mais atualmente tem se apresentado na terceira idade. A imagem corporal ultimamente tem envolvido um complexo de fatores como: psicossociais, culturais e biológicos que determinam como os indivíduos se vêem e como acham que são vistos. O envelhecimento, enquanto fenômeno, desperta de forma significativa o interesse de pesquisadores em diferentes áreas do conhecimento, entre elas, a educação física. (Objetivos) O objetivo do presente estudo foi descrever a auto - percepção da imagem na terceira idade entre mulheres praticantes de atividade física de um ginásio da cidade de Mococa. (Metodologia) Participaram deste estudo 30 mulheres de 48 a 70 anos, que praticam atividades físicas, rítmicas e expressivas. O material utilizado para a avaliação foi um questionário sobre imagem corporal, Body Shape Questionnaire (BSQ), este questionário verifica o grau de preocupação com a forma do corpo e do peso, auto - depreciação relacionada à aparência física e alguns componentes adotados em função desta autodepreciação durante os últimos meses. (Resultado) A terceira idade 10,14% é ausente de distorção de imagem, 17,33% tem distorção leve, 69,17% tem distorção moderada e 3,35% tem distorção grave. (Conclusão) Conclui-se que 69,17% das mulheres da terceira idade avaliadas nesse estudo possuem uma distorção da imagem corporal moderada. Tal fato sugere que a influencia de um padrão de beleza imposto pela sociedade está induzindo até a classe da terceira idade, onde elas necessitam se manter nesse padrão de beleza para serem aceitas pela sociedade. Os resultados deste estudo indicaram preliminarmente que as atividades físicas podem ser uma importante aliada para que os idosos tenham uma melhor compreensão de suas individualidades fisiológicas, psicológicas e sociais, o que deverá se configurar em uma melhor percepção da imagem corporal. Palavras-Chaves: Atividade Física, Terceira Idade, Imagem Corporal, Distorção de Imagem.

A INFLUÊNCIA DA ANSIEDADE NO DESEMPENHO ESPORTIVO Patrícia Tais de Oliveira; Aline Luzia Perez; Ednei Previdente Sanches - Unilago A ansiedade atualmente é um dos objetos de estudos mais investigados pelos profissionais da área desportiva, por suas características ameaçadoras e preocupantes dentro do ambiente competitivo. Está inserida e atua constantemente no cotidiano de cada atleta, seja de uma forma facilitadora ou debilitante. Este estudo objetivou revisar a literatura acerca das relações entre a ansiedade e o desempenho esportivo. Destacando suas causas e consequências, e mostrando a importância da preparação psicológica para os atletas, evidenciando o valor do controle emocional para o aperfeiçoamento das práticas desportivas vivenciadas pelos jogadores em ambientes competitivos. Esta pesquisa se caracteriza como sendo bibliográfica, de caráter qualitativo com vistas à compreensão do fenômeno em estudo. A literatura revisada demonstrou que a preparação psicológica é uma característica importante a ser desenvolvida pelos jogadores. Nesses casos, os atletas que possuem um maior controle emocional têm a possibilidade de alcançar resultados favoráveis na hora da competição. Para que o desempenho esportivo tenha bons resultados, é preciso haver interação entre preparação física, tática, técnica e psicológica. Demonstrou também, que a ansiedade está inserida e interfere constantemente no cotidiano dos atletas. Destacando a importância da relação entre comissão técnica e atletas, afim de, identificar a ansiedade de cada atleta, e assim, trabalhar seu controle emocional. Pa lavra s - chave: A nsi e dade . D e se mpe nho Esportivo. Preparação Psicológica.

ANSIEDADE NA ESTREIA ESPORTIVA: ANÁLISE POR MEIO DE DEPOIMENTOS MIDIÁTICOS Matheus de Oliveira Martins; Afonso Antônio Machado Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho“, Departamento de Educação Física – Instituto de Biociências – Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte. Introdução: O presente trabalho é de importância para a psicologia do esporte, pois se trata de uma analise do momento especifico da vida de um atleta: a estreia em uma competição, quando todos os olhos estão voltados para aquele exato individuo e todos os seus gestos esportivos. O uso das mídias para a análise permitirá uma visão distanciada e séptica do investigador e acreditamos justificar o tema o fato da singularidade do momento de estudo, o uso de recursos midiáticos e a correlação com a ansiedade presente na ocasião. Objetivo: o objetivo foi analisar se os participantes da copa do mundo 2014 (jogadores, técnico e arbitro) disseram em seus depoimentos se estavam ou não ansiosos na estreia da copa do mundo. Metodologia: O método da

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132 presente pesquisa se deu por uma breve investigação em portais de internet por depoimentos de jogadores, árbitros e técnicos que atuaram na estreia da Copa do mundo, foram analisadas entrevistas coletivas que tinham como tema principal uma provável ansiedade na estreia. Resultados: Dentre os 12 depoimentos analisados, todos disseram estar ansiosos pelo fato de estrearem em uma competição de alto escalão como a Copa do Mundo, não houve distinção pelo fato de os indivíduos serem de nacionalidades diferentes e nem por ocuparem responsabilidades igualmente diferentes dentro dessa competição, um ponto interessante foi que a grande maioria dos depoimentos destacou a importância da disputa de jogos dessa grandeza. Conclusão: Ao analisar os depoimentos chegamos a conclusão de que a ansiedade pode estar presente em qualquer atleta que disputa uma competição que este considera de grande importância. Outra importante conclusão é que a autoconfiança e os treinamentos preparatórios foram destacados como possíveis fatores que podem amenizar o fato dos entrevistados estarem ansiosos. Palavras - chave: Psicologia do esporte, desenvolvimento humano e tecnologias, estados emocionais. COGNIÇÃO E AÇÃO TÁTICA NO BASQUETEBOL Renan Franco – UNIP Campus JK INTRODUÇÃO: O basquetebol, assim como outras modalidades esportivas coletivas, possui elementos estruturais que o caracterizam como tal. Espaço, objeto, alvo, equipes e regras formam o contexto geral desta modalidade esportiva. Contudo, são as ações táticas que promovem o dinamismo e a imprevisibilidade do jogo. A ação tática tem origem nos aspectos cognitivos pertinentes a cada jogador e inerentes à capacidade motora, resultando no gesto técnico, dentro do contexto de jogo. OBJETIVO: Verificar a relação dos aspectos cognitivos e as ações táticas no basquetebol a partir de uma abordagem bioecológica de aprendizagem. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, e de revisão de literatura. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS: as dinâmicas executadas pelos jogadores refletem a integração e a consolidação dos processos cognitivos, táticos e técnicos. Assim, a relevância da cognição para o resultado tático parece ser inquestionável nas praticas esportivas coletivas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: De acordo com os autores consultados, algumas estratégias metodológicas podem dar melhor suporte no processo de ensinoaprendizagem-treinamento em modalidades esportivas coletivas, entre elas a abordagem baseada na dinâmica ecológica. Em suma, a dinâmica ecológica sugere que o comportamento de cada indivíduo deverá se adaptar as interferências do ambiente e as relações deste com o praticante. Sendo assim, a inteligência tática é o resultado, principalmente, das interações cognitivas, motoras e

ambientais. Palavras Chave: Basquetebol; Tática; Cognição. CAPOEIRA E BRINCADEIRA: OS DESAFIOS DE SE ENSINAR DE FORMA LÚDICA 1

Maria Jose de Matos Laurentino, 1, 2Marcelo Callegari Zanetti 1 UNIP - São José do Rio Pardo - SP – Brasil, 2 LEPESPE/I.B./UNESP – Rio Claro - SP - Brasil e-mail: [email protected] (Introdução) Atualmente podemos observar a presença de atividades culturais e esportivas nas escolas, sendo uma destas a Capoeira. A modalidade se difere das demais lutas por utilizar o ritmo de instrumentos e cânticos para a execução da luta. A Capoeira passou por muitas adaptações, enfrentando resistência de alguns praticantes mais antigos, que parecem fechados diante destas adaptações alegando o risco da perda de aspectos tradicionais da arte. (Objetivo) Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi empregar uma metodologia de aula pautada em aspectos lúcidos e posteriormente identificarmos a eficácia desse modelo de aula no processo de ensino/aprendizagem. (Metodologia) Como proposta metodológica optou-se pelo emprego de uma pesquisa-ação com crianças de 6 a 13 anos da escola SESI da cidade de Mococa – SP durante os meses de agosto de 2013 a agosto de 2014. Dentre as principais alterações na estrutura da aula, foi a do posicionamento do professor (mestre), que tradicionalmente ensina a Capoeira à frente dos alunos dispostos em fileiras, com separação dos mais graduados na frente e iniciantes atrás. Esse posicionamento foi banido, buscando agregar o lúdico e transmitir conhecimentos básicos da luta considerando a espontaneidade natural das crianças. (Resultados) Após o período de investigação foi possível perceber a evolução dos alunos quanto à desenvoltura em realizar a capoeira e também em identificar os toques dos instrumentos. Tal posicionamento parece também colocar todos em posição de igualdade, devido principalmente à utilização de jogos e brincadeiras adaptados para a transmissão dos golpes da Capoeira. Atividades essas facilmente adaptáveis como: pega-pega da Capoeira, a Capogincana, etc., sendo estas atividades uma junção da recreação e da Capoeira. Também houve utilização dos instrumentos musicais da Capoeira (berimbau, pandeiro, atabaque, agogô e reco-reco), as cantigas, além dos golpes da luta, no qual, o mais importante parecia ser a diversão. (Conclusão) Por meio dos resultados dessa pesquisaação espera-se consolidar a proposta de que o trabalho de forma lúdica pode contribuir para a transmissão de elementos tradicionais da Capoeira, contribuindo para a manutenção das tradições e ainda promover maior satisfação e envolvimento dos pequenos praticantes, já que tal metodologia parece promover o protagonismo desses indivíduos. Palavras Chaves: Capoeira, Lúdico, Pesquisa-ação.

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133 A IMPORTÂNCIA DA COMPREENSÃO DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO PARA A VISÃO DE UMA NOVA EDUCAÇÃO FÍSICA. Arthur Santana Santos da Silva; Mara Rosana Pedrinho Centro Universitário de Rio Preto - UNIRP RESUMO: Na atual conjuntura esportiva midiática, a exposição do homem e seu corpo por meio das práticas corporais, requerem do professor de Educação Física uma compreensão contextualizada da Cultural Corporal do Movimento e da sua influência sobre as práticas corporais. Esse estudo foi baseado em revisão de literatura que consiste em busca de informações bibliográficas, seleção de documentos relacionados com o problema da pesquisa e o respectivo fichamento das referências para que sejam posteriormente utilizadas de fatos. Tem como fatores principais desta pesquisa ressaltar a importância do conhecimento do Professor de Educação Física a questões externas que influenciam as práticas corporais nos dias atuais, auxiliando com informações que podem ser usadas para contribuir amplamente na relação mídia-indivíduo, oferecendo subsídios com relação a exercícios físicos, saúde, qualidade de vida entre outros, propondo uma discussão aprofundada sobre o tema, para que ocorra uma maior e real conscientização dos indivíduos sobre a Cultura Corporal do Movimento. Palavras Chaves: Cultura Corporal, Mídia, Compreensão. ANÁLISE DOS RESULTADOS DO BRASIL NA COPA DO MUNDO: A VERGONHA NA MÍDIA. MAS QUE VERGONHA? 1, 2

Arlete Guisso Scaramuzza Portilho Nicoletti, 1 Afonso Antônio Machado, 3 Lucas Portilho Nicoletti. 1 LEPESPE | 2 Faculdade Dom Bosco | 3 UERR Introdução: Segundo Machado (2013), ao vermos o desempenho de um atleta de alto nível, não pensamos, em todo processo vivenciado por ele para alcançar tal patamar e quais as dificuldades sociais, físicas e psicológicas que passou. Tantas variáveis aumentam os fatores estressantes e motivantes, dos atletas, em especial em um jogo de copa. Após a “vergonha” de um resultado tão ruim em Alemanha 7 X Brasil 1, como ficam esses profissionais? Justificativa Fez-se necessário olhar e investigar o assunto com seriedade, através de estudo e pesquisa diante de tantas notícias e comentários na mídia após o fatídico resultado. Objetivos: Realizar uma análise do uso da palavra “vergonha”, e seus derivados, nos comentários e postagens nos blogs de três jornalistas esportivos, direcionada ao resultado do jogo Brasil e Alemanha, aos atletas e/ou a equipe brasileira de futebol. Metodologia: Realizou-se uma pesquisa qualitativa, de cunho descritivo, que procurou diagnosticar opiniões de uma população específica. Houve uma busca em três blogs de comentaristas da Jovem Pan, rede de emissoras de rádio brasileira direcionada ao jornalismo e à transmissão esportiva. Resultados: Foram selecionadas várias postagens

para análise, dos comentaristas Fábio Seródio, Luis Carlos Quartarollo e Vanderley Nogueira, nos três dias consecutivos ao jogo nos quais usavam a palavra “vergonha” referindo-se ao desempenho e/ou resultado da seleção brasileira de futebol no jogo. Discussão: Com relação ao uso da palavra vergonha e seus derivados os comentaristas a usaram no sentido de constrangimento, humilhação, desonra considerando tanto o resultado do jogo, quanto a atuação da equipe brasileira de futebol como ato falho. A ansiedade dos jogadores e de toda a equipe brasileira em apresentar resultado tão negativo em um jogo de semifinal, possibilita o surgimento de sentimentos que envolvem sintomas fisiológicos e psicológicos, que podem prejudicar a atuação dos atletas em jogos futuros e em toda sua vida profissional. Conclusão: Esse estudo possibilitou a investigação de um fenômeno atemporal, a vergonha, e estimulou a reflexão sobre a atuação da mídia no favorecimento do sentimento de fracasso ou de sucesso de um sujeito ou grupo social. Ele pode contribuir como passo fundamental para que novos estudos possam ser realizados em relação à atuação de nossos comentaristas na mídia, colaborando de forma construtiva para a compreensão do fenômeno.

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