Revista Unidade (Editorial) #1 #2

September 5, 2017 | Autor: Pedro Bragança | Categoria: Critical Theory, Architecture, Politics, Realism, Polis
Share Embed


Descrição do Produto

Revista Unidade ∫ Número oito Fascículo um

1

Revista Unidade Polis, Arquitectura e Crítica www.revistaunidade.com

Equipa Editorial Hugo Barros Marta Nogueira Pedro Bragança Pedro Ferreira Autores Nuno Júdice, Nuno Travasso, Paolo Giordano, Miguel Von Hafe Pérez, João Pedro Serôdio, Isabel Menezes, Manuel Graça Dias, Nuno Brandão Costa, Paulo Cunha e Silva, Álvaro Domingues, Tiago Casanova Equipa de Tradução António Freitas, Clara Nogueira, Inês Cara d’Anjo, Maria João Latas Revisão Sara Araújo, Sofia R. de Valdoleiros, Tom Woodward Conceção gráfica Equipa Editorial Contacto [email protected] Rua do Gólgota, 215 4150-351 Porto Portugal Enquadramento Institucional/ Secretariado Associação de Estudantes da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto Preço 15 euros ISSN 0874-3673 Depósito Legal 55843/92 Ⓒ

Revista Unidade, 2014

Agradecimentos Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Instituto Português do Desporto e da Juventude, Direção Geral de Cultura Norte, Porto Lazer, EM Álvaro Siza, Adalberto Dias, Ana Sofia Pereira da Silva, Camilo Rebelo, Filip Dujardin, Jonathan Sergison, Madalena Pinto da Silva, Tiago Mota Saraiva, Valerio Olgiati, Walter Rossa

Patrocinador exclusivo/ Exclusive Sponsor

Revista Unidade ∫ Número oito Fascículo um

Editorial

O

espaço de crítica e discussão aberto no fascículo #0 do número 8 da Revista Unidade não se fechou nos fascículos #1 e #2. Pelo contrário. Enquanto a ideia de cidade, cidadão e polis encontra as suas dificuldades de representação no espaço público contemporâneo, o arquiteto, esse, como agente privilegiado na operação, sofre da sua desregulação e desarticulação e é parte inseparável da crise. Não serão estes fascículos #1 e #2 mais, ou menos, dirigidos aos arquitetos do que o anterior #0. Continuamos no campo da compreensão pública e abrangente da disciplina, com o objectivo de construir uma revista de arquitetura e crítica assente numa ideia de recusa da hiperespecialização disciplinar. A permanente (des)ilusão da leitura do real, seja qual for a distância do seu observador, cumulativamente agente do próprio real, encontra o seu reduto nestes fascículos, através do desdobramento de formatos: textos, fotografias, conversas, projetos – narrativas hyperlinkadas cuja intersecção pode e deve sugerir uma leitura indisciplinada, de reação e provocação ao nosso horizonte autorizado. A Expedição ao Real formula uma imersão, campo nu para a crítica do observador e agente, permitindo expor visões próprias “in situ”, seja por afirmação e confirmação ou negação, exclusão ou incorporação, adaptação ou negociação. Convocamos, intencionalmente, discursos distanciados na sua construção política e disciplinar, procurando nos espaços criados por essas distâncias encontrar a ressonância de um debate crítico inteligente. Lançaram-se na expedição Manuel Graça Dias, Paulo Cunha e Silva, Nuno Brandão Costa e Isabel Menezes. A produção contemporânea do espaço, processo de permanente transformação do real, lê-se como um procedimento abrangente re-

T

he space of criticism and discussion opened in fascicle #0 of Revista Unidade’s 8th issue did not end in fascicles #1 and #2. On the contrary.

sultante das condições sociais e artísticas, culturais e económicas. A literatura, como a arquitetura, regista as flutuações da incorporação e leitura do real, como nos dá conta Nuno Júdice. Na arte, e da arte, que autonomia se espera e se deseja do real? “Imagens” dos territórios construídos, escritos, desenhados, falados e fotografados são-nos apresentadas no fascículo #1 por Nuno Júdice, Nuno Travasso, Miguel Von Hafe Pérez, João Pedro Serôdio, Paolo Giordano, Álvaro Domingues e Tiago Casanova.

Whilst the idea of city, citizen and polis finds its representation difficulties in the contemporary public space, the architect suffers from its deregulation and disarticulation, as a privileged agent in the operation and inseparable part of the crisis. Fascicles #1 and #2 are not more nor less aimed at the architects than the previous one #0. We continue in the field of public and broad understanding of the discipline, aiming onto with the aim of constructing an architecture and criticism magazine based on a refusal of the idea of disciplinary hyper specialization.

Pretende-se que a revista Unidade seja um espaço sem paredes, confinado apenas pelo desconfinado espaço do seu objecto – o Real – e determinado apenas pelo seu chão comum. Todo o espaço desconfinado anseia por expedição. O perturbador carácter incomensurável, indizível e inextricável do Real – mais do que uma epígrafe de fruição – é um repto para continuarmos à procura de estratégias e procedimentos operativos para a sua leitura, eventual compreensão e intervenção. Um caminho que fazemos sem nunca ter a certeza de onde poderemos chegar, convictos de que mais importante do que os sítios a que chegamos são os caminhos que fazemos – erráticos, hesitantes e plenos em contradições e dúvidas. A coerência não é o tema, senão a heterodoxia.

The permanent (des)illusion about the real, whichever the distance between its spectator, cumulatively the agent of its own Real, finds his strongholds in this fascicles, through the unfolding of shapes: texts, photography, dialogues, projects – hyperlinked narratives which its intersection can and should suggest a nonchalant reading, both reactional and provocative to our authorized horizons. The Expedition to Real states an immersion, a nude camp for the critic of the observer and agent, allowing the exposure of singular, “in situ”, points of view, or by affirmation and confirmation or denial, exclusion or incorporation, adaptation or negotiation. We deliberately convened distant speeches on its political and disciplinary composition, seeking to find, on the spaces made by those same distances, the resonance of a critical and intellectual debate. On the Expedition took part Manuel Graça Dias, Paulo Cunha e Silva, Nuno Brandão Costa and Isabel Menezes.

O fascículo #2, exclusivamente dedicado à participação pública, através de duas convocatórias lançadas pela Direção Editorial – um Call for Papers e um Call for Projects – abre espaço aos ensaios que publicamos. Por aqui se ficou o nosso critério, a participação – mais que do leitor, ouvinte ou observador – do público; para que o público possa – não só ler, ouvir e ver – participar num processo coletivo de construção. A participação teve por base um mecanismo de seleção de painéis de avaliação: para o Call for Projects (formado por Valerio Olgiati, Jonathan Sergison e Camilo Rebelo)

The contemporary production of space, a permanent process of transformation of the Real, can be read as a wide procedure resulting of the social, artistic, cultural and 5

economic circumstances. Literature, like architecture, registers the fluctuations of incorporation and perusal of the Real, as is professed by Nuno Júdice. In art, and from art, which autonomy do we expect and want from the Real? “Images” of the built, written, drawn, spoken and photographed territories are presented to us – in fascicle #1 – by Nuno Júdice, Nuno Travasso, Miguel Von Hafe Pérez, João Pedro Serôdio, Paolo Giordano, Álvaro Domingues and Tiago Casanova. Unidade aspire to be a space without walls, confined only to the unconfined space of its own object – the Real – and determined only by its common ground. All unconfined space yearns for expedition. The Real’s disturbing measureless, unspeakable and inextricable character – more than one epigraph of fruition – is a challenge to keep on pursuing the operational strategies and procedures for its perusal and eventual comprehension and intervention. A path we take without ever being sure of where we can arrive, convinced that more important than the places we reach are the trails we take – erratic, hesitant and fraught with contradictions and doubts. The coherence is not the motif, but the heterodoxy. The fascicle #2, exclusively dedicated to the public participation, through two convocations launched by the Editorial Direction – a Call of Papers and a Call for Projects – introduces the essays we are publishing. Here is defined our criteria, the participation – not only of the reader, listener or observer – of the public; so that the public – not only reading, hearing and seeing - can be part of a collective construction process. The participation is based on a selection process of rating panels: to the Call for Projects (composed by Valerio Olgiati, Jonathan Sergison and Camilo Rebelo) and for the Call for Papers (composed by Madalena Pinto da Silva, Walter Rossa, Aurora Carapinha, Ana Sofia Pereira da Silva and Tiago Mota Saraiva). The integration of such a diverse

e para o Call for Papers (formado por Madalena Pinto da Silva, Walter Rossa, Aurora Carapinha, Ana Sofia Pereira da Silva e Tiago Mota Saraiva). A integração de contributos de pessoas tão diversas vincula a Unidade 8 à abertura do seu espaço de discussão tradicional, do seu chão comum, espaço público que suprime a construção de muros, e se possível, ambiciona a destruição de outros.

lot of people’s contributions binds Unidade 8 to the opening of its own space of traditional discussion, of its common ground, the public space that suppresses the erection of walls and, if possible, the destruction of many others.

6

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.