\'Rio Maior, plano de partida\' (2012)

ARQUITETURA Ana Assis Pacheco

Rio J\ lê:tior Plano de partida 1

er No interior deste nosso pequeno país, onde se escondem as 'mães de água' setecentistas, a casa de Lucius Caecilius, a VIla Africana e muitos outros pedaços essenciais do Património Edificado, há também novas propostas arquitetónicas que merecem uma viagem ao pé da porta. A sobriedade do desenho de um

único plano, que constrói a nova estação rodoviária de Rio Maior, é uma delas. Inaugurada em 2008, o seu projeto é da autoria do arquiteto Pedro Tormenta Pinto, que criou um edifício coberto por um plano curvo, construido em betão armado de tonalidade branca. De um lado faz uma curva perfeita e

Estação Rodoviirla de Rio Maior Um projeto de Pedro Tormenta Pinto

cilíndrica, e do outro prolongase para cobrir o movimento dos passageiros. O programa do edifício não é muito complexo,

afinal quem parte ou chega a Rio Maior, não é uma multidão, são apenas umas quantas pessoas, por isso, na caixa de vidro, ali

designada por 'cais', cabem a bilheteira, uma sala de espera e um café, todos pequenos, e no piso superior o apoio administrativo. Para a caixa de vidro sobe-se por meia dúzia de degraus, entrando-se por uma porta principal destacada por um grande relógio, centralizado, sob o qual o chefe de estação se sentava, quando ali chegamos. Duas ou três perguntas ao chefe, e já se comentava em voz alta, 'então fizeram-lhe uma entrevista?' 'Está calor lá dentro' , dissera- me; está também cá fora, pensei. Agosto às vezes ainda é Agosto, e este ano foi-o. E em Agosto, nenhuma caixa de vidro é lugar apetecível quando o ar condicionado não funciona. Ainda assim, sombra ali não falta. É só sair da caixa, porque cá fora o plano desenhado pelo arquitecto é grande que baste para uma pequena multidão se pôr ao fresco .