Romance de sensação: os monstros morais de A Emparedada da Rua Nova.

June 14, 2017 | Autor: D. P. Silva | Categoria: Naturalism, Brazilian Literature, Brazilian gothic, Carneiro Vilela
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Entre o final do século XIX e o início do XX, mudanças foram promovidas na forma como a literatura brasileira era feita e divulgada. Esse período possui relações com a chamada Pulp Era, um momento de criação literária nos Estados Unidos em que houve um barateamento dos custos de produção, de edição e de compra de livros e revistas. No Brasil, circulavam diversos romances voltados ao gosto popular com edições baratas e preços bastante acessíveis, os chamados romances de sensação. Os temas literários diversificaram-se, tornando-se comuns assuntos característicos da pulp fiction, como sexo, violência e crimes. Nesses livros, é possível perceber como os limites éticos daquela sociedade eram postos em foco, tanto para demarcá-los quanto para espelhar uma atração pelo interdito. Nesse sentido, percebe-se que são criados verdadeiros monstros morais, cujas atitudes suspendem as normas de conduta aceitas pela sociedade. A Emparedada da Rua Nova, romance-folhetim escrito pelo pernambucano Carneiro Vilela (1846-1913), também causou impacto nos leitores ao retratar o emparedamento de uma mulher, grávida, por seu próprio pai. Com personagens que agem, diversas vezes, fora das regras sociais estabelecidas, trata-se de um bom exemplo de romance de sensação que também se enquadra na noção de literatura do medo brasileira.
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