Rotas Culturais e Turísticas: instrumentos de projecto e gestão Nuno Martins (Escola Superior Artística do Porto / membro do CEDTUR)
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As rotas estão na definitivamente na moda. Em particular em Portugal. Focando motivos dos mais variados, da cortiça à maça bravo esmofo, do românico ao Infante, da cereja ao queijo da serra, dos vinhos aos doces conventuais, dos pombais aos pauis, dos escritores aos dinossauros, a história e gastronomia portuguesas, sobretudo, mas também a natureza, a arqueologia, a mitologia e as lendas, fornecem um inesgotável manancial temático para o aparecimento de rotas ditas turísticas. Mas turismo pressupõe actividade económica, criação de empregos e de riqueza. Acontece, porém, que muitas das centenas de rotas espalhadas por este país, criadas para afirmação da cultura autóctone, mas também para constituirem veículos
de
escoamento dos produtos turísticos (tal como definidos no PNT- Plano Nacional de Turismo) apresentam um desempenho claramente insuficiente. Na tentativa de reforçar a sua visibilidade, de aumentar a chegada de turistas, de multiplicar os seus dias de estadia, de incrementar os seviços e bens ao dispor destes, académicos e profissionais de planeamento vem trabalhando no aperfeiçoamento de instrumentos de projecto e gestão aplicáveis às rotas turísticas. De abordagens heurísticas ou algoritmicas, assentes na optimização matemática e sistemas infomáticos de apoio à decisão; do trabalho centrado nos guias-interpretes, como dinamizadores qualificados das rotas; do uso de sistemas de informação geográfica e de guias inteligentes, que asseguram interfaces privilegiados com o visitante, combinando o recurso à Internet a dispositivos móveis, a tecnologias wireless e a sistemas de navegação GPS; do design de roteiros com base às teorias da percepção e ao uso de métodos de projecto do território que apostam no resgatar da identidade produtiva e na capacidade comunicativa do território através de figuras como os parques patrimoniais- assistimos a um crescente interesse por dar corpo e substância a rotas que apenas evidenciam um contributo para o desenvolvimento sustentavel dos territórios onde estão inseridas. Prova disso é o fraco envolvimento das populações locais em todas as fases do processo e a falta de enquadramento das rotas nas dinâmicas territoriais e nos instrumentos de gestão territorial. Este painel de comunicações pretende dar espaço à apresentação de investigações, baseadas ou não em estudos de caso, que explorem o potencial do instrumental teórico, prático e tecnológico transferível para as rotas culturais e turísticas. O objectivo é bem claro: criar know-how que permita superar as dificuldades e
ineficiências que condicionam o desempenho social, ambiental e financeiro e institucional das rotas, comprometendo asssim a sua plena sustentabilidade. Palavras-chave: rotas culturais, roteiros turísticos, tecnologia aplicada ao turismo, guia inteligente, projecto do território, parques patrimoniais
