SALA DE AULA INVERTIDA E A INTERDISCIPLINARIDADE DOS RECURSOS MIDIÁTICOS

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SALA DE AULA INVERTIDA E A INTERDISCIPLINARIDADE DOS RECURSOS MIDIÁTICOS Professor Cláudio de Musacchio

Você, professor, por certo, já se utilizou deste expediente, em suas estratégias educacionais. A Sala de Aula Invertida, é na realidade, uma técnica que utilizam vídeos, na relação ensino e aprendizagem, e possibilita que os alunos tenham condições de assistir as falas expositivas do professor, fora do ambiente físico de sala de aula. Desta forma, esta possibilidade, utiliza primariamente a tecnologia disponível, o vídeo, para uma condição meramente proveitosa para os modelos de educação, que são os cursos a distância, MOOCs e outros. Primeiro é bom salientar que o uso do vídeo em sala de aula, gravando a fala dos professores, é de uma pedagogia que data de mais de 20 anos, desde que surgiram as máquinas de filmar a preços bem competitivos. Segundo que esta postura deve ser revista, pois os atuais métodos de ensino dão aos vídeos um papel de muito mais destaque do que simplesmente este a que se refere a sala de aula invertida. Para compreender melhor as metodologias inovadoras, revolucionárias e comprometidas com a contemporaneidade, vamos elencar algumas ideias que podem ser implementadas e aí sim, ter uma ideia de sala de aula, que inverte não só os conteúdos e suas autorias, mas também o papel dos autores envolvidos na educação.

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INTERDISCIPLINARES

Para realizar a interdisciplinaridade, professores e alunos precisam conhecer o método e as suas aplicações em sala de aula. A seguir um exemplo de interdisciplinaridade: 1) Professores de diferentes disciplinas se agrupam em torno de um tema comum. 2) Elaboram um projeto de conteúdo, onde todos terão a sua fala em sala de aula. 3) Durante o encontro, professores e alunos debatem o tema escolhido, dando a noção exata de que as abordagens das diferentes epistemes estão sendo levadas em consideração. 4) Na aula interdisciplinar as perguntas e respostas são impregnadas de pontos de vistas de cada disciplina, o que sugere uma melhoria substancial na exploração do assunto, que não se esgota, mas melhora muito o entendimento dos alunos. 5) Para barateamento dos custos de ter dois ou mais professores em sala de aula, os professores podem se agrupar segundo a grade de disciplinas. Assim nenhum professor deverá se deslocar fora de seu horário, apenas juntarão as turmas para estudar o tópico planejado.

Para a aplicação da ideia de sala de aula invertida nesta concepção, os alunos e professores gravam os vídeos que ocorrem destes encontros e colocam a disposição dos alunos, em ambientes virtuais para que possam assistir várias vezes e de qualquer lugar que tenham acesso a um computador e internet. Diferente da ideia original da sala de aula invertida, que apenas expõe vídeos a distância, aqui, os vídeos foram produzidos pelos alunos e professores, tornando os alunos mais protagonistas e construtores dos conteúdos. Com isso, se melhora substancialmente os resultados para uma aprendizagem que se deseja. MÍDIAS SOCIAIS NA EDUCAÇÃO O uso de mídias sociais hoje em dia pelos grandes centros educacionais globais já é um fato e estão completamente inseridos em seus programas pedagógicos. Enquanto no Brasil ainda se discute se devemos desligar ou não os celulares, muitos países estão colocando os celulares como principal ator das novas tecnologias auxiliando a educação. Existem hoje em dia milhares de aplicativos educacionais, utilizados em sala de aula, potencializando e dinamizando a sala de aula. É impossível se falar em sala de aula invertida sem que a proposta de inclusão de redes sociais na sala de aula esteja contemplada. Como uma importante ferramenta tecnológica contemporânea, moderna, holística e sobretudo integradora, as redes sociais, antes uma tecnologia que nasceu fora da escola, na vida dos estudantes, agora se vê com possibilidades de uso pedagógico, potencializando as relações, melhorando a comunicação, alterando as velocidades de circulação da informação, aumentando significativamente a interação entre os alunos e permitindo condições muito melhores para atividades colaborativas. Longe de imaginar que esta tecnologia irá substituir professores e estruturas físicas da escola, as redes sociais já estão provocando modificações radicais na forma de obter informações, trocar ideias, manter-se informado sobre os principais fatos que circulam no mundo na velocidade da luz. Eventos importantes como política, guerras, esportes, educação, etc., são vistos hoje, ao vivo, pelas redes sociais. Uma das principais funções das redes sociais é permitir que pessoas estabeleçam contatos virtuais em torno de um propósito comum, estabelecido nas regras claras de sua utilização. Quando se fala em educação e sala de aula, o seu uso pedagógico precisa ser construído de tal forma que seja possível, alunos e professores, estabelecerem condições de construção de conhecimentos. Como que as redes sociais podem tornar o ensino e a aprendizagem realmente significativos em termos de ganhos reais na cognição e no aumento expressivo do intelecto dos alunos? Não é fácil ainda, responder esta questão, mas o que já sabemos é que as aulas tradicionais estão perdendo o interesse da maioria dos estudantes e professores com

sistemas tradicionais de ensino que não conseguem mais ter a atenção da turma, prejudicando o resultado da aprendizagem, o que é notável nas avaliações e no ENEM, só para citar uma das avaliações. Então, o modo de se pensar uma educação atual, moderna, colaborativa, é proceder de tal maneira que se possa ter todas as mídias que se deseja em sala de aula. As aulas expositivas não devem terminar, nunca, mas elas não podem ocupar todo o espaço dos professores durante as aulas, devendo este, distribuir pelas diferentes formas de abordagem dos conteúdos programáticos. Por exemplo, um professor pode falar durante 10 minutos, expor um vídeo nos minutos seguintes, logo após, sugerir trabalho em grupo, propor uma reflexão do tema estudado, pedir que os alunos gravem em áudio esta reflexão, solicitar separar a turma em grupos e sugerir que gravem um vídeo entre eles. Todos estes materiais são colocados em ambientes nas redes sociais, como por exemplo, o Grupo de Estudos do FACEBOOK. Este assistir depois, em casa, fora da escola, torna a sala de aula invertida, muito mais interessante, porque a construção dos objetos educacionais foram construídos por eles, a preparação e o roteiro foram deles, é uma construção conjunta entre professores e alunos, remodelando o sistema escolar, potencializando as diferentes mídias, e conseguindo com isso, alterar gradativamente o sistema atual e tradicional da sala de aula para um modelo de sala de aula invertida muito mais eficiente que aí está.

WEB RÁDIO NA EDUCAÇÃO Outra grande contribuição na educação para tornar a sala de aula invertida com melhoria substancial na educação é o uso de web rádios na escola. Esta tecnologia permite que se publique num meio virtual, através da Internet, os arquivos que os alunos produziram em sala de aula. Para isto, é preciso instalar e configurar uma web rádio na escola. Em seguida, preparar professores para ouso, capacitando-os e habilitando-os para o uso pedagógico da construção de áudios e vídeos em sala de aula. O primeiro passo, é ensinar os alunos a perderem o medo de gravarem entrevistas, escolhendo em sala de aula temas que sejam do universo imaginário dos alunos. Depois, agrupar os alunos e propor projetos de construção dos conteúdos disciplinares. Assim eles se tornam investigativos e pesquisadores, indo para a Internet e buscando informações sobre o tema proposto. A fase seguinte é elaborar o projeto de roteiro de como eles vão gravar os conteúdos, quem irá falar, quem pergunta para quem e de que forma este áudio ou vídeo será construído. Esta dinâmica da construção dos conteúdos em mídias de áudio e vídeo produz nos alunos um outro ambiente, muito mais propício para a aprendizagem. No curso WEB RÁDIO NA EDUCAÇÃO, elaborado pelo PORTAL EAD BRASIL são discutidos temas pedagógicos de alta significância para o entendimento dos professores sobre a matéria. Entre os assuntos destacam-se o conhecimento sobre os novos territórios

educacionais proporcionados pelas mídias e como estes deslocamentos e usos de novos espaços são utilizados para construção de conhecimentos. A desterritorialização na educação vem ocorrendo desde a introdução do computador na sociedade, nos idos da década de 50. Ao transpor outros territórios além daquele tradicional de sala de aula, professores e alunos participam de experiências inovadoras, em ambientes completamente novos, e introduzindo novas atribuições aos atores já conhecidos. Professores passam a exercer funções diferentes, se permitindo muitas vezes de se colocar no papel de aprendiz, junto com seus alunos, pois em muitos casos, professores e alunos precisam aprender a tecnologia em si. A deslocalização e espacialização de sala de aula também é notada ao se introduzir estas mídias de áudios e vídeos em sala de aula. Os alunos utilizavam anteriormente apenas alguns procedimentos, como comprar cadernos, canetas e lápis, borrachas, copiar a matéria das lousas, utilizar a leitura como forma de estudar os temas abordados em sala e realizar no final do processo, uma avaliação, que costuma ser de questões abertas ou fechadas. Uma nota será atribuída e o aluno passará ou não de ano, avançará ou repetirá novamente o ano letivo, se a nota que conseguir ficar abaixo daquela estipulada. Hoje os territórios são outros, as deslocalizações foram progressivamente sendo introduzidas na educação, onde se conseguiu colocar várias mídias produzindo novas necessidades de materiais por parte dos alunos e dos professores. Hoje os alunos precisam de gravadores de áudios e vídeos, quase sempre os celulares conseguem cumprir este papel. Os alunos precisam de habilidades para lidar com páginas na Internet onde colocam seus trabalhos e desenvolvem suas planilhas de cálculo, textos nos editores e apresentações nos aplicativos do tipo Powerpoint. A informação sofreu transformações radicais, e um novo guarda-roupa lhe foi oferecido. Hoje as informações estão em diferentes mídias, embora ainda continuam os livros, revistas, os alunos também podem contar com áudios, vídeos, figuras e movimentos, sons e cores, ambientes virtuais, e também estações de rádios como as web rádios. Mais do que estudar e entender o que seja uma sala de aula invertida é preciso analisar todos estes fatores que contribuem para um ensino que nasce da tentativa de unificar estas tecnologias para uso pedagógico em sala de aula. Sala de aula invertida não é mais o termo adequado a se utilizar, tendo em vista que o que estamos invertendo não é só ouso das tecnologias, mas também as nossas próprias práticas pedagógicas, tornandoas interdisciplinares, virtuais e presenciais, utilizando diferentes letramentos, além da escrita e leitura, e permitindo avanços significativos na nova relação que se estabelece entre os atores da educação. Para mais informações sobre os cursos do PORTAL EAD BRASIL, entre no site: http://www.portaleadbrasil.com.br/facebook.htm

Professor Cláudio de Musacchio é sócio e fundador do PORTAL EAD BRASIL, onde exerce a função de diretor educacional, propondo e lecionando cursos como o FACEBOOK NA SALA DE AULA e WEBRÁDIO NA EDUCAÇÃO.

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