Ser Paranaense: construindo políticas de difusão para o Acervo do Museu de História e Arte Helenton Borba Cortes

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Ser Paranaense: construindo políticas de difusão para o Acervo do Museu de História e Arte Helenton Borba Cortes Gerson Levi Lazzaris, PhD1 O museu de Arte Helenton Borba Corte localiza-se na Avenida Dr. Luiz Teixeira Mendes 2500, zona 05, na cidade de Maringá, Estado do Paraná. Fonte da foto: Prefeitura Municipal de Maringá, Secretaria de Cultura, editada pelo autor.

Introdução e Objetivo Esta pesquisa tem por objetivo analisar as políticas de difusão para o público do Museu de História e Arte Helenton Borba Cortes a partir de seu acervo, localizado no município de Maringá, Estado do Paraná2. Criado em 1996 com o objetivo de preservar e divulgar a história local, este museu soma em suas instalações o Teatro Calil Haddad e abriga o último painel produzido pelo artista plástico Poty Lazzarotto, falecido em 1997. O arquivo do museu conta com jornais locais e do Estado do Paraná, revistas, fotografias, livros, objetos pessoais doados por cidadãos de Maringá e região, assim como quadros, fitas cassetes e VHS, entre outros tipos de suporte de informação. As exposições são periódicas e pauta-se em um diálogo com outras entidades fora do museu, mediadas pela Secretaria de Cultura do município.                                                                                                                           1

Aluno de pós-graduação da FGV em MBA em Bens Culturais. Bacharel em História, Mestre em Arqueologia (USP, 2003, 2007), Master of Arts em Antropologia (Vanderbilt, 2012), PhD em Antropologia (Vanderbilt University 2015). Culture Chief Officer, coordenador das áreas de Pesquisa & Desenvolvimento e da Knowledge Business do Grupo Documento Ltda desde 2013. Ex-servidor público federal do Ministério da Justiça em Roraima, coordenou a Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami. Nascido em Curitiba, Estado do Paraná, com residência em Maringá e em São Paulo. 2 Uma primeira tentativa foi realizada para estudo do Museu Lasar Segal em São Paulo, mas o mesmo encontra-se em reforma e sua reserva técnica fechada até março de 2015.

Missão, Valores e Acervo

“Já vi e já sabia que é uma pasta complicada [Secretaria de Cultura de Maringá]. Estamos com um grande déficit de funcionários, está bem complicado. Há dez anos, de oito a dez pessoas trabalhavam no Patrimônio Histórico; agora estamos só com duas pessoas trabalhando lá. Em todas as áreas, estamos precisando de pessoal. Não dá para trabalhar com o número de pessoas que nós temos hoje. Estamos precisando inclusive de bibliotecário. Estamos também precisando de instrutores para o CAC (Centro de Ação Cultural).” Olga Agulhon, Secretária de Cultura em entrevista ao Diário de Maringá, em 13.01.2014. Acima, ultimo mural de Poty Lazzarotto, na estrutura predial do Museu. O Museu de História e Arte Helerton Cortes está vinculado à Secretaria de Cultura do Município de Maringá, assim como o Teatro Calil Haddad e a Divisão de Patrimonio Histórico ocupam o mesmo espaço. São conectados pelo Foyer Elfrida Wunderlich Biscaia que, com dois acessos, interliga teatro e museu. Em conjunto museu, teatro e Divisão de Patrimônio Histórico de Maringá têm terreno de 9.415m2 e área construída de 7.837m2. Situado em uma zona nobre da cidade, o museu homenageia o seu idealizador, fundador e autor da Lei Municipal nr. 299 de 1964 que o instituiu. Maringá é uma cidade importante no circuito cultural paranaense e, apesar de sua jovialidade na constelação de cidades tradicionais do Estado, modela e reproduz de forma veemente a identidade do ser paranaense. A gênese paranaense, diferente de outras identidades forjadas no Sul do Brasil, concilia um forte discurso agrário e desenvolvimentista do interior paulista, não encontrando oposição do Estado do qual se desmembrou em 1853 até recentemente. Confrontando e conciliando gêneses de identidades de indígenas, colonos europeus,

orientais e do Meio-Oriente, a arte em Maringá se dá em um cadinho de encontros e diálogos que marcam os discursos públicos do ser paranaense, notadamente do discurso pioneiro. Por esta mesma razão, a Divisão de Patrimônio Histórico e Cultural de Maringá ocupa o mesmo espaço. Artes e formação de identidade fazem parte de uma mesma necessidade política do Estado: marcar sua identidade na esfera nacional e dar valor ao trabalho dos pioneiros que colonizaram o norte-paranaense. Em entrevista ao autor deste paper3, o historiador João Laércio Lopes Leal da Divisão de Patrimonio Histórico do município enfatiza o caráter do acervo: “Hoje 80% do acervo artístico do museu é de artistas paranaenses e entre os artefatos do acervo histórico, este numero é quase exclusivamente relacionado à história de Maringá, especialmente dos pioneiros”. Este acervo desvela por si a missão e natureza da instituição: dar voz à produção cultural paranaense que não se resume apenas aos versos de Leminski ou dos taciturnos contos de Dalton Trevisan, que personificam expoentes diametralmente opostos do ser paranaense (adoto o conceito sociológico de cultura cf. Mauss 2003). Com menos de 20 anos de história, abriga em seu acervo mais de 100 artefatos pertencentes a pioneiros e naturais de Maringá, incluindo o piano que pertenceu ao compositor Joubert Carvalho4, quem fez da cidade um ícone famoso da música romântica na década de 1930. O salão do segundo piso é o espaço preferencial para exposições que ocorrem atendendo temáticas desenhadas entre a Divisão do Patrimonio histórico Cultural e a Secretaria de Cultura. A Divisão de Patrimônio Histórico e Cultural foi criada em 1984 e, embora mantenham sua divisão jurídica, compartilha desde 1996 o mesmo prédio do museu e do teatro, o que aumentou o intercambio cultural de dados entre as instituições municipais5. O acervo está dividido em documentos orais (fitas cassete, vídeos VHS, vídeos digitais, cadastro dos pioneiros, entrevistas e discos), documentos escritos (recortes de jornais, coleção de teses, livros, arquivo de periódicos, acervos particulares em geral), iconografia (fotografias, slides, mapas e quadros). No acervo de quadros, conta-se com                                                                                                                           3

Entrevista concedida em 06.02.2015 por telefone a Gerson Levi Lazzaris em sua instituição de origem. Compositor mineiro (1900-1977) que compôs letra e música “Maringá, Maringá”, que deu à cidade o nome de “Cidade Canção”. Cantada por muitos cantores nacionais e internacionais, a versão mais importante na memória paranaense é do tenor Gastão Formenti, de 1932. Ouça-a em: https://www.youtube.com/watch?v=cJsj0c7TlWg. 5 A Lei Municipal Complementar n. 904 de 22 de Dezembro de 2011 instituiu o “Inventário do Patrimônio Histórico Cultural de Maringá”, momento pelo qual a Divisão de Patrimonio Histórico Cultural renova sua missão e valores conforme o artigo primeiro desta lei. Ver http://www2.maringa.pr.gov.br/sistema/arquivos/1b3f970d8fa7.pdf 4

uma pintura abstrata do pintor Paolo Ridolfi, um importante expoente da arte em Maringá. As reservas técnicas de arte são mantidas em natureza diferente da do acervo histórico, incluindo condições técnicas de preservação diferenciadas e especializadas para cada tipo de suporte. Se as condições da reserva técnica constituíram um primeiro passo institucional para que um acervo fosse constituído, aliou-se a este processo de ampliação do mesmo as entrevistas e oferecer aos pioneiros um local em que seu legado fosse valorizado quando comparado com as outras instituições culturais e museus no município. Atualmente a meta da Secretaria de Cultura é não apenas integrar a agenda cultural da cidade ao espaço do Museu Helerton Cortes, o que já faz através de exposições temporárias, mas constituir um quadro especializado para alavancagem de linguagens expositivas que narrem a história da cidade sob diversas perspectivas. A difusão ampla ao público do acervo é uma meta que entrou na agenda da instituição em 2015 após equacionar-se internamente o que a Secretária de Cultura Olga Agulhon indicou em 2014 como uma questão de recursos humanos.

Políticas de difusão para o público

Paolo Rindolfi. Sem título, Acrílica sobre tela, 200 x 100xm, 2013. Acervo: http://www.simgaleria.com/ Por ser uma instituição que ganhou projeção há poucos anos, especialmente na última gestão liderada por Olga Agulhon, a política de acervo ainda está fortemente centrada na qualidade das reservas técnicas e nos inventários de peças e seus catálogos, todavia não catalogadas digitalmente. Há um catálogo interno do acervo de arte e do acervo histórico em sistemas diferentes e não integrados. Já a Divisão de Patrimônio

Histórico e Cultural tem um registro em suporte papel, em fichas arquivos que teve início 31 anos atrás, quando a Divisão foi criada. Um banco Access existe e comporta já todo acervo, mas ainda não se emprega um software em que os artefatos tenham sido registrados com suas medidas e metadados para fácil disponibilização em um museu virtual ou um catálogo online. Em diálogo com os técnicos da área (um historiador, um técnico arquivista e dois estagiários), este processo ainda é incipiente na área e os esforços têm-se centrado tanto em questões técnicas de preservação, como estantes móveis, climatização de determinados ambientes para manter a estabilidade do acervo e desumidificadores. Esta preocupação técnica foca-se, sobretudo, nos artefatos em papel, tecidos, esculturas e pinturas. Um escopo atualizado do plano diretor do museu ainda está sendo elaborado, em acordo com diretrizes da Secretaria de Cultura do Estado do Paraná6. Em contraponto a este estágio inicial de desenvolvimento voltado para a política de acervos, o peso do Museu Helerton Cortes e da Divisão são marcantes nas suas ações de sinergia social, veiculado especialmente pelos vigorosos programas do CAC (Centro de Ação Cultural), que transformam o espaço do Museu e do Foyer Elfrida Biscaia em espaço de contínuas exposições temporárias que marcam o calendário cultural do município. A partir de meados de fevereiro de 2015, a exposição “Memórias da Divisão de Patrimônio Histórico e Cultural” narrará o desenvolvimento do acervo coligido nos últimos 31 anos, centrando-se, sobretudo, nos primeiros anos dos pioneiros no município, oriundos do centro-sul do Paraná, Oeste paranaense e catarinense, assim como do Sudoeste do Estado de São Paulo e de Minas Gerais. A Secretaria de Cultura conta com planos de ação cultural que permitem uma variada contribuição à vida cultural do município, desenvolvendo projetos em parcerias com outros departamentos culturais, aumentando a transdiciplinaridade das ações culturais no município7. Tais atividades incluem: promoção de mostras, encontros, palestras e seminários com temáticas de historia, música, teatro, antropologia, etnografia, literatura, cinema, desenho, modelagem com enfoque para as culturas paranaense, brasileira e latinoamericana, especialmente no tocante às relações históricas com o país fronteiriço, o Paraguai. Em resumo, se a política de acervo ainda está se consolidando em sua                                                                                                                           6

As diretizes podem ser obtidas no documento indicado no seguinte link: http://www.cultura.pr.gov.br/arquivos/File/downloads/p_museologia.pdf 7 A diversidade das ações culturais e técnicas podem ser vistas na Agenda Cultural do Município http://www2.maringa.pr.gov.br/cultura/?cod=programacao-cultural, assim como no link http://www2.maringa.pr.gov.br/site/////index.php?sessao=20b0127ec35520&id=21688

construção e aplicação, a política de difusão deste acervo e o uso de seu espaço como veiculo cultural interinstitucional encontra-se em um processo de ascensão, incluindo a promoção de artistas paranaenses no cenário local, estadual e servindo de passe para as principais galerias de arte do país.8 A Secretaria de Cultura tem uma abordagem integradora de suas diversas instituições, e seu organograma, apesar de estar estruturado em uma matriz burocrática do município, apresenta forte tendência matricial na atual gestão. As seguintes unidades são abarcadas pelas Secretaria: i) Museus de Arte e Histórico; ii) Teatro Calil Haddad; iii) Teatro Reviver; iv) Teatro Barracão; v) Cine Teatro Plaza; vi) Biblioteca Central; vii) Biblioteca Mandacaru; viii) Biblioteca Alvorada; ix) Biblioteca Vila Operária; x) Biblioteca Parque das Grevíleas; xi) Centro de Ação Cultural; xii) Salão Social CSU – Centro Social Urbano; xiii) Espaço Cultural Avenida Center; xiv) Sala no Espaço da Juventude Brinco da Vila; xv) Sala Joubert de Carvalho; xvi) Centro das Artes e dos Esportes Unificados Iguatemi; xvii) Espaço Mais Cultura; xviii) Praça da Catedral Cultural. Todos estes espaços podeme devem dialogar entre si, seja pelas ações do CAC, seja por outras iniciativas de museus e bibliotecas. A gestão de todos estes espaços é regido pela Lei do Plano Nacional de Cultura (Lei Federal 12.343/2010), pela Lei Municipal 8.399/2009 que estabelece as diretrizes para a Política Municipal da Cultural e redefine o Conselho Municipal de Cultura e reestrutura o Fundo Municipal de Cultura, além da Lei Municipal 9.437/2013 que institui o CEFAR, o Programa de Formação Artística no Município de Maringá9. O perfil de gerenciamento e documentação de acervos segue indicações orientadas pela Lei Complementar n.904 de 2011, assim como das orientações da Secretaria de Cultura do Estado do Paraná, conforme indicado no Quadro 1. Muitas das fichas catalográficas ou livros de tombo abarcaram universos similares durante a década de 1980 na Divisão de Patrimonio Histórico e Cultural e apenas em 2007 começaram a operar de acordo com as diretrizes museológicas definidas pelo Estado e ganharam maior vigor após a lei complementar 904. Este processo ganhou corpo em 2011 e ainda

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Um exemplo claro desta ascensão é marcada pela trajetória do artista local Paolo Rindolfi que expôs no Museu antes de ganhar espaço no cenário nacional e internacional. Ver: http://www.simgaleria.com/ptBR/Exposicoes/Exposicao?exposicaoId=23 9 Para detalhamento do organograma de funcionamento da aplicação e gestão cultural no município ver leis indicadas neste parágrafo nos seguintes links: para Lei 8.399/2009 http://www2.maringa.pr.gov.br/sistema/arquivos/7b39f5e53625.pdf e Lei 9.437/2013 http://www2.maringa.pr.gov.br/sistema/arquivos/5e9ebedad7eb.pdf .

está em andamento, pois o quadro técnico ainda não atingiu seu coeficiente mínimo para implementar o modus procedendi desenhado legalmente no município. Síntese dos dados sobre visita e dados levantados

Espaço expositivo do Museu Helerton Borba Cortes. Fonte: Secretaria da Cultura, Prefeitura de Maringá, Estado do Paraná. O Museu de Arte e História Helerton Borba Cortes é, independente de seus aspectos organizacionais em pleno desenvolvimento e após uma organização legal de suas atribuições dentro do município, um espaço destinado ao pensar a identidade paranaense (cf. Bauman 2005). Ao promover um espaço de diálogo com a música, as artes literárias, a cultura material e imaterial e ações em sinergia com o Centro de Ação Cultural, lança-se na cartografia cultural do município mesmo em seu estágio insipiente de organização do acervo. A importância deste fato é a predominância das políticas de divulgação sobre as políticas de acervo, dando significado a este mesmo antes de seu pleno conhecimento técnico (Horkheimer 2003). Às políticas de difusão deste acervo ainda não bem delimitadas por pesquisas mais aprofundadas e legitimadas por sua matriz cultural, sobrepõe-se a somatória das unidades na promoção da cultura em relação às políticas segregacionistas desta unidades culturais antes de 1996 no município, momento em que os aspectos culturais da cidade se dissociavam das bibliotecas, dos museus e dos espaços de formação de cultura. Com a forte tendência de se regionalizar dentro do Sul e opor-se ao Sudeste mais recentemente, estereotipado no movimento O Sul é Meu País, este movimento cultural de auto-significação ocupa o cenário local desde 2000, reinventando-se a figura do

colono pioneiro, observável em monumentos de muitas praças da cidade10, uma reinterpretação da gênese de criação desta comunidade (Steiner 2003). Trata-se de um espaço regional com forte tendência às histórias locais (cf. Andersen 2006), que marcam sua diferença na manifestação do ser paranaense no Estado: o espírito pioneiro, do colonizador deslocado de sua terra de origem e lançado nos sertões por conquistar, liderando o discurso positivista do progresso paranaense desde sua casa de madeira em meio às araucárias11. Também espaço da criatividade e reinvenção na música, na literatura, nos artefatos e na arte das diversas nuances em que a cultura paranaense encontra sua gênese e se comunica com tendências nacionais e internacionais. De qualquer forma, o viés local sempre predomina sobre o nacional. Um último fator relevante é que a fusão das instituições de acervos e suas temporalidades diversas começaram de fato a dialogar: a coleção de arte de 1964, a divisão de patrimônio histórico cultural de 1984, o teatro Calil Haddad de 1996 e todas as outras bibliotecas e espaços culturais que, independente de suas origens de classe ou de contexto histórico, encontram-se no mesmo espaço com a Secretaria de Cultura. Este ponto de contato que transformou o Foyer Efrida Biscaia em um espaço de transição, tornou-se, também, uma das artérias culturais de Maringá. A arquitetura monumental potencializou todos os diálogos culturais possíveis entre os acervos, independente das tradicionais políticas positivistas de acervo. Novas identidades ali se forjam, seja da cabocla Maringá, seja da nova identidade paranaense a ser criada sob a simples intenção de se diferenciar e reinterpretar sua própria gênese.

                                                                                                                          10

O Monumento ao Desbravador na Praça Sete de Setembro é o mais significativo destes monumentos, situado na Praça Sete de Setembro na Avenida Brasil. Ver panorâmica de 360 graus do monumento em http://www.maringa.com/turismo/desbravador.php . 11 O Museu da UniCesumar conta com estruturas de casa paranaense típica e atrelada a esta identidade, assim como os modos de vida dos primeiros colonos europeus no Estado do Paraná, com especial atenção aos colonos vênetos e alemães. Ver: http://www.unicesumar.edu.br/museu/ . Em contraponto ao Museu Helerton Cortes, o Museu Histórico UniCesumar tem por missão “pesquisar, conservar e divulgar a história da cidade de Maringá. Esse é o pilar fundamental da missão do Museu UniCesumar. Trabalhando com recursos de alta tecnologia, o Museu visa, através de pesquisa, ações educativas e procedimentos de salvaguarda, promover o conhecimento através da valorização do conhecimento histórico na cidade de Maringá. contribuindo para o fortalecimento da identidade e cidadania”.

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