Sérvia (Projecto segundo a Europa)

July 25, 2017 | Autor: Anamarija Marinovic | Categoria: Diplomatic History, Cultural Studies, Intercultural Communication, Portuguese Studies, Balkan Studies, Public Diplomacy, Intercultural Education, Culture, Diplomacy, Serbian history, InterCultural Studies, Intercultural dialogue, Portugal, Serbian Politics, Serbia, Cultural Development, Diplomacy and international relations, Intercultural and Interreligious Dialogue, Communication and Media, Diplomatic Relations, Portuguese Language and Lusophone Studies, Српска историја (Serbian History), Portuguese Literature and Culture, History of Serbian Culture, Serbian and Portuguese Literature, Serbian Culture, European Social Politics History. Serbian History. Jas History. Jews History. Romain History. Niniva Heritage. Ur Heritage. Aryan Heritage. France Modern as Well Ancientearly History., sSerbia and Portugal, Serbs in Portugal, relations between Serbia and Portugal, iberian and Slavic cultural relations, Serbian and Portuguese studies, Public Diplomacy, Intercultural Education, Culture, Diplomacy, Serbian history, InterCultural Studies, Intercultural dialogue, Portugal, Serbian Politics, Serbia, Cultural Development, Diplomacy and international relations, Intercultural and Interreligious Dialogue, Communication and Media, Diplomatic Relations, Portuguese Language and Lusophone Studies, Српска историја (Serbian History), Portuguese Literature and Culture, History of Serbian Culture, Serbian and Portuguese Literature, Serbian Culture, European Social Politics History. Serbian History. Jas History. Jews History. Romain History. Niniva Heritage. Ur Heritage. Aryan Heritage. France Modern as Well Ancientearly History., sSerbia and Portugal, Serbs in Portugal, relations between Serbia and Portugal, iberian and Slavic cultural relations, Serbian and Portuguese studies
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Sérvia

Identificar as referências sobre Portugal nas fontes sérvias não é uma tarefa fácil por vários motivos: primeiramente, compete-nos contextualizar a actual Sérvia no âmbito diacrónico e observar as relações entre Portugal e um outro país, em diferentes épocas designado como o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos (criada em 1918), o Reino da Jugoslávia (1929), a República Federativa Socialista da Jugoslávia (1945-1991), a República Federativa da Jugoslávia (1992-2003), Sérvia e Montenegro (2003-2006) e posteriormente Sérvia (2006 até ao presente).
Contudo, é equívoca a ideia que se tem da Sérvia como de um país novo e recente, uma vez que, historicamente, a Sérvia surgiu na Idade Média e tem quase tantos séculos de existência quantos tem Portugal. Porém, devido à ocupação turca da Península Balcânica entre os séculos XIV e XIX, este espaço cultural ficou em grande medida desconhecido para a Europa Ocidental, representando uma parte do mundo encarada no Ocidente como retrógrada, assustadora ou fonte de vários estereótipos negativos. Curiosamente, o território da Jugoslávia no Ocidente europeu, incluindo Portugal, começou a suscitar curiosidade dos meios de comunicação social após a morte do Marechal Josip Broz Tito (1980) e das sucessivas crises políticas e a guerra civil (1991-1995), que causou a desintegração do país. Acerca do tema, foram publicadas diversas obras, geralmente por jornalistas que acompanharam a situação, como Carlos Santos Pereira (PEREIRA, Da Jugoslávia…), Pedro Caldeira Rodrigues e Stevan Nikšić (NIKŠIĆ, RODRIGUES, O Vírus…), Ricardo Alexandre Encarnação Sousa, que assina as suas obras apenas como Ricardo Alexandre (ALEXANDRE, Por uma…). Nestas publicações pretende-se dar uma abordagem objectiva e imparcial do conflito jugoslavo e desmanchar alguns estereótipos negativos sobre a Sérvia e os sérvios em Portugal, que se devem provavelmente `à propaganda dos meios de comunicação social americanos e da Europa Ocidental. Justamente por esta atitude, os jornalistas portugueses em questão são considerados como adeptos e amigos da Sérvia podendo as suas reportagens e livros contribuir para a criação de uma imagem de Portugal como país que acompanhou de perto a situação nos Balcãs e que tem uma opinião bem formada, que não assenta nos estereótipos mais comuns que sobre o assunto prevalecem no Ocidente.
Por seu turno, sobre Portugal e o espaço cultural português e lusófono, no território da ex-Jugoslávia e da actual Sérvia, na nossa opinião, sabe-se mais, parcialmente graças ao excelente e exigente sistema de ensino que o regime de Tito fomentava e promovia, e por outro lado, porque os jornalistas jugoslavos e sérvios acompanhavam alguns acontecimentos políticos e culturais importantes para Portugal (a morte de António de Oliveira Salazar, a Revolução do 25 de Abril de 1974, o fim da Guerra Colonial em Angola). As gerações mais antigas reconhecem quase imediatamente os nomes de Salazar, Mário Soares, Álvaro Cunhal (este último talvez devido às ideias comunistas) e de algumas figuras da Revolução dos Cravos.
O escritor sérvio e vencedor do Prémio Nobel de Literatura Ivo Andrić, na sua obra homónima (ANDRIĆ, Portugal…) qualificou Portugal como "terra verde", referindo-se à beleza da natureza e das paisagens por que tinha a oportunidade de passar. No seu livro de viagens, publicado pela primeira vez em 1934 e traduzido para português para os efeitos da Feira do Livro Internacional em Belgrado de 2011,o escritor e diplomata sérvio tem muitas palavras de elogio sobre Portugal e os portugueses. Entre as suas impressões, podemos referir: "a terra perfeita", "a terra festiva", "o lugar mais calmo no mundo", em que até o som do relógio é uma música agradável que faz com que o passageiro se sinta parado no tempo e que esqueça contar as horas. As suas impressões positivas continuam com a descrição das peixeiras lisboetas, cujas conversas alegram a cidade, com a descrição da dignidade real de Sintra e culminam com a frase: "Você sente-se feliz e calmo: está em Portugal".
Com estas ideias, o mais célebre escritor sérvio terá contribuído para a difusão da imagem de Portugal como um espaço simultaneamente belo, alegre e calmo, de "delicada gente" e uma cultura rica, profunda e misteriosa. Todos estes estereótipos têm uma conotação positiva, que desperta em quem lê o livro, um desejo de conhecer este país, de sentir essa paz espiritual e essa felicidade de que o autor escreve com tanto fascínio. Outros dois escritores e diplomatas sérvios em Portugal foram Jovan Dučić, poeta, prosador, pensador, filósofo e autor de livros de viagens, e Miloš Crnjanski, romancista e poeta. Os dois têm opiniões favoráveis sobre Portugal e os portugueses. Segundo refere o tradutor e publicista sérvio Dejan Tiago Stanković (STANKOVIĆ, Crnjanski…) escreve que este autor estava particularmente fascinado pelo "oceano e os barcos no porto, os edifícios barrocos, e o específico céu azul sobre Lisboa e a tourada". Como observamos, os aspectos da natureza, arquitectura e cultura impressionaram particularmente o escritor sérvio Miloš Crnjanski, que transmitiu aos seus leitores uma imagem de Portugal como um país belo, de rica história e costumes interessantes. O facto de mencionar a tourada, a nosso ver, aproxima o público que desconhece Portugal quase completamente da Espanha e de uma das primeiras associações que se têm na Sérvia sobre a cultura espanhola: a corrida de touros. Ainda que em Portugal exista a tourada, ligeiramente diferente da tradição espanhola, dada a proximidade geográfica entre estes dois países, pode chegar a criar ideias equívocas ou não completamente correctas sobre determinadas semelhanças entre os povos português e espanhol.
Deste modo, as primeiras associações sobre Portugal que um sérvio pode ter são os Grandes Descobrimentos e as navegações (uma vez que desde o sétimo ano de escolaridade na ex-Jugoslávia se estudavam no âmbito da disciplina de História, bem como nas escolas secundárias e liceus), sendo os nomes de Bartolomeu Dias, Vasco da Gama e Fernando de Magalhães sobejamente conhecidos. Outra associação infalível a Portugal no espaço cultural sérvio são as antigas colónias portuguesas ultramarinas e a difusão da língua portuguesa em vários continentes, uma longa ditadura do Estado Novo e a revolução pacífica e quase sem vítimas. Em termos de geografia portuguesa, os sérvios reconhecem imediatamente Lisboa como capital deste país, e conseguem enumerar algumas outras cidades, como nomeadamente Porto, Coimbra ou Braga. Sabe-se também que os arquipélagos da Madeira e dos Açores pertencem a Portugal, que se trata de um país atlântico e mediterrânico, que o Cabo da Roca é o ponto mais ocidental na Europa, que o rio Tejo passa por Lisboa e que em Portugal "há menos uma hora" que na Sérvia. Isto é, quando na Sérvia é meio-dia, em Portugal continental são onze horas. Conhece-se o facto que em Portugal a religião maioritária é o catolicismo, que a língua portuguesa pertence ao grupo românico, sendo estas bases adquiridas no ensino primário. Na Sérvia, é de conhecimento geral que a moeda nacional em Portugal antes do euro tinha sido o escudo, que este país faz parte da União Europeia, das Nações Unidas e da NATO e que em território e em número de habitantes estes dois países são bastante semelhantes.
As gerações mais recentes imaginam Portugal como um país de clima ameno e boa gastronomia, rica em peixe, azeitonas e vinho, um "povo de poetas", um país de bom futebol, sendo imediatamente reconhecidas as principais equipas e os nomes mais sonantes dos membros da seleção nacional portuguesa (desde Eusébio até Cristiano Ronaldo). Os futebolistas sérvios também jogaram ou ainda jogam em clubes portugueses e por causa de um elevado número de desportistas que numa temporada faziam parte do Benfica, Lisboa começou a ser popularmente conhecida como "cidade com mais sérvios que colinas" (uma vez que Lisboa tem sete colinas, enquanto os jogadores sérvios neste clube eram oito). Deste modo, no espaço cultural sérvio acentua-se a ideia de Portugal como um país que aprecia muito o futebol e que atrai desportistas do mundo inteiro. Quer como rivais desportivos, quer como público nestes eventos, os sérvios têm a ideia dos portugueses como correctos, apaixonados pelo desporto, e particularmente pelo futebol, mas não fanáticos, o que é mais um na série de estereótipos positivos que na Sérvia persistem sobre Portugal.
Com a popularização da música fado e com as visitas de algumas estrelas internacionalmente conhecidas como Mariza ou Cristina Branco, entre a juventude sérvia este género musical é bastante bem recebido, havendo na Sérvia até uma banda de músicos que canta fado, cujo nome é Os Fadistas de Belgrado (Beogradski fadisti). A ideia que se tem da música faz com que se crie uma imagem de Portugal como um país calmo e tranquilo, talvez melancólico, romântico e pensativo, diferentemente da primeira associação à Espanha, como um país mais alegre, temperamental e "vivo".
Em termos políticos, na Sérvia pensa-se que, apesar de Portugal pertencer à NATO e ter participado nos bombardeamentos da Jugoslávia em 1999, é um país amigo, tradicionalmente em boas relações diplomáticas com o nosso, que apoia a adesão da Sérvia à União Europeia e que a cooperação bilateral poderia desenvolver-se e aprofundar-se mais, particularmente a nível cultural e económico. Devido ao facto de entre estes dois países nunca terem existido guerras ou rivalidades políticas, a imagem de Portugal é bastante positiva, baseada em estereótipos mais comuns no mundo. Após o bombardeamento, arraigou-se na Sérvia a ideia (embora não absolutamente confirmada) de que os pilotos portugueses, em vez de bombardearem as cidades e aldeias sérvias, atiravam as bombas para o Mar Adriático, causando danos na natureza em vez de aumentarem vítimas humanas. Como nenhum estereótipo pode nascer sem qualquer fundamento real, esta, para os sérvios, poderia ser mais uma prova de uma amizade emergente, que se poderá fortificar no futuro. O que está confirmado é que os soldados portugueses que fazem parte da Missão das Nações Unidas no Kosovo (KFOR) tomam conta de alguns mosteiros ortodoxos nesta província sérvia, que procuram proteger os habitantes sérvios de algumas aldeias e cidades, o que aumenta entre os sérvios o respeito por Portugal e pelos portugueses. Para além destas referências generalizadas, o público sérvio mais culto, conhece os nomes de alguns poetas e escritores, sendo a obra quase completa de José Saramago traduzida para a língua sérvia.
Ao começar a investigar sobre o assunto, deparámo-nos com uma flagrante escassez de fontes bibliográficas, fidedignas, sobretudo a nível de livros e estudos académicos. Porém, pode surgir uma maior variedade de artigos, fontes electrónicas ou digitais, informação colocada nas páginas Web das Embaixadas dos respectivos países, entrevistas nos jornais dos antigos Embaixadores, material turístico ou desportivo. Nos arquivos, antigos jornais ou programas televisivos da Sérvia (e da antiga República Federativa Socialista da Jugoslávia) podem encontrar-se notícias e reportagens esporádicas sobre Portugal, geralmente referentes à área do turismo ou à visita de algum político português à Sérvia.
Uma ideia geral é que, não obstante o pouco conhecimento mútuo e a grande distância geográfica, Portugal e a Sérvia têm alguns elementos em comum: ambos são países situados em penínsulas (Ibérica ou Balcânica), ambos são maioritariamente cristãos, passaram por períodos de ocupação islâmica (pelos mouros em Portugal e pelos turcos na Sérvia), longas ditaduras (da direita em Portugal ou da Esquerda na Jugoslávia), passaram por um período de transição e democratização de forma semelhante. Nos últimos anos, ambos os países têm sido afectados por uma grave crise económica, com o aumento do desemprego, sobretudo entre a população jovem na faixa etária entre os 20 e os 30 anos, o que é mais um paralelismo que se pode traçar entre Portugal e a Sérvia.
Sua Exa. Caetano Luís de almeida Sampaio, um dos anteriores Embaixadores de Portugal na Sérvia, na entrevista ao jornal Profit, refere que em termos de gostos, maneira de pensar, estilos de vida, os portugueses e os sérvios são bastante semelhantes. A estas afirmações acrescentaríamos os resultados das nossas investigações académicas (MARINOVIĆ. Motivos…) em que estudámos o lirismo, a saudade (equivalente simbólico e conceptual do sentimento de čežnja), a expressão dos afectos e em particular do sentimento amoroso na poesia lírica popular, uma determinada inclinação para a poesia e o misticismo, a religiosidade popular, baseada em muitos elementos pagãos combinados com as tradições cristãs. Tudo isso faz com que se criem estereótipos geralmente positivos, favoráveis a uma futura criação de sólidas e firmes relações culturais entre os dois países. Duško Lopandić, o anterior Embaixador da Sérvia em Lisboa na entrevista à Raia Diplomática afirmou que os sérvios olham com simpatia para Portugal e que é possível identificar algumas semelhanças entre o folclore minhoto e o sérvio. No seu entender, os sérvios observam a cultura portuguesa mais através das características comuns que compartilha com a sérvia e que as diferenças podem apenas ser apreciadas como atraentes e nunca como algo que causa desconforto ou qualquer outro sentimento negativo.
Em termos de diferenças, para além das "superficiais" (língua, alfabeto, religião), a primeira que gostaríamos de salientar, talvez por ser a mais evidente: a continuidade histórica e a inviolabilidade das fronteiras (Em Portugal), e numerosas guerras, ocupações, conquistas e recuperações de partes do território (na Sérvia). Precisamente devido à multissecular ocupação turca e ao facto de a Sérvia ter sido uma das repúblicas federativas da Jugoslávia, em Portugal pensa-se que a Sérvia é um país novo e recente, o que não está correcto, já que a Sérvia como país independente existe desde a Idade Média, só que a independência, na época moderna, após a ocupação islâmica lhe foi concedida no Congresso de Berlim (1878).
Verdade seja dita, na última década têm aparecido algumas investigações científicas e académicas, apresentações em conferências internacionais, traduções literárias, dissertações, teses e outros projectos pioneiros, que englobam aspectos culturais, literários e linguísticos, fazendo com que se desenvolvam as relações bilaterais entre Portugal e a Sérvia, no âmbito cultural, mais do que a nível histórico, político ou diplomático. Há que destacar os trabalhos na área da lexicografia do investigador sérvio Mladen Ćirić, a cuja autoria (conjuntamente com Joana Câmara) se deve o primeiro dicionário de bolso das línguas portuguesa e sérvia, com indicações de determinadas diferenças entre o português europeu e o português do Brasil (CÂMARA, ĆIRIĆ Portugalsko-srpski…), que, dado o grande interesse dos alunos universitários e do público em geral, já teve a segunda edição melhorada e aumentada. Antes deste dicionário, em 2005, Pavle Živković (ŽIVKOVIĆ, Portugalsko-srpski...) tinha publicado uma volumosa obra lexicográfica do dicionário português-sérvio, que abrange mais de 90 000 palavras e expressões. Esta edição está esgotada. Para os efeitos da Feira do Livro de 2011, a editora Narodna knjiga de Belgrado decidiu fazer uma nova edição, que também esgotou rapidamente, o que testemunha uma grande curiosidade do público sérvio por Portugal e pela cultura portuguesa. Apesar de o autor não ter formação linguística e de o dicionário não ter a vertente sérvio-portuguesa, todos os exemplares das duas edições foram vendidos, o que poderá ser mais um indicador a favor da imagem positiva que na Sérvia predomina sobre Portugal e a sua herança cultural. Para além destes dois dicionários, na Sérvia existem mais alguns manuais de conversação ou livros de bolso com frases básicas para ajudar a aprendizagem de português como língua estrangeira, embora com bastantes incorrecções e incongruências, de pouco valor científico. Mesmo assim, estes livros também se vendem e procuram, destacando o desejo dos sérvios de aprender e conhecer mais uma língua, ou pelo menos de adquirir conhecimentos básicos sobre uma cultura, que por vários motivos lhe parece atraente.
No âmbito da difusão da cultura portuguesa no espaço cultural sérvio, compete-nos mencionar os trabalhos dos tradutores Jovan Tatić, Mladen Ćirić, Ana Kuzmanović, Tanja Štrbac, Jasmina Nešković, Dejan Tiago Stanković, Tatjana Manojlović, Vesna Vidaković e algumas traduções nossas entre outras. Em termos de teses e obras científicas, salientaremos a Dissertação de Mestrado de Maja Makarić- Pavlović (MAKARIĆ-PAVLOVIĆ, Ensino…), referente ao ensino da língua portuguesa a falantes do sérvio. Para aumentar o interesse do público sérvio pela cultura portuguesa no espaço cultural sérvio, temos vindo a desenvolver trabalhos científicos comparados, que focam aspetos semelhantes entre as culturas portuguesa e sérvia, de forma a esclarecer o modo de pensar e escrever dos portugueses, abrir novas perspectivas analíticas, diminuir os eventuais estereótipos existentes e deixar mais espaço para uma reflexão objectiva e académica sobre Portugal e os portugueses. Neste sentido, elaborámos numerosos artigos, comunicações, e a nossa Dissertação de Mestrado (MARINOVIĆ, Visão…) e Tese de Doutoramento (MARINOVIĆ, Motivos….).
Em termos de relações culturais, vale mencionar que a partir do ano 2005, na Faculdade de Filologia da Universidade de Belgrado começou a estudar-se a língua portuguesa, primeiramente a nível de curso livre, destinado ao público adulto em geral e não apenas a estudantes universitários, para depois se tornar a cadeira opcional (popularmente conhecida como "segunda língua estrangeira) para alunos desta Faculdade. Desde o primeiro ano lectivo até agora, o número de alunos inscritos na cadeira de Língua e Cultura Portuguesa tem sido aproximadamente cem, com a tendência para o crescimento. Devemos sublinhar que a 56ª Feira internacional do Livro em Belgrado, em que o português foi a língua convidada. Para o efeito da Feira, foram traduzidas obras de muitos célebres autores portugueses e lusófonos para a língua sérvia, entre eles. Eugénio de Andrade, Fernando Pessoa, José Saramago, Alice Vieira, Eduardo Lourenço e outros. Em 2014 foi assinado um acordo bilateral entre a Fundação para a Ciência e Tecnologia e o Ministério da Ciência e Desenvolvimento Tecnológico da Sérvia, que facilitaria o intercâmbio de estudantes e investigadores altamente qualificados dos dois países e que poderia fortalecer os laços entre Sérvia e Portugal nos domínios de ciência, educação, tecnologia e investigação académica. Independentemente deste protocolo, na última década tem havido casos esporádicos de estudantes universitários da Sérvia a nível de Mestrado, Doutoramento ou Pós-Doutoramento, que realizaram os seus estudos em Portugal, como bolseiros do Instituto Camões, Fundação Calouste Gulbenkian ou Fundação para a Ciência e Tecnologia, aumentando os seus conhecimentos científicos e culturais.
Contudo, a primeira impressão quando se mencionam as relações bilaterais entre Portugal e a Sérvia é que estes dois países se conhecem pouco mutuamente, embora tenham vários elementos em comum: Esta situação pode dever-se a vários factores: em primeiro lugar, resulta que as relações diplomáticas bilaterais entre os países em questão são relativamente recentes e que oficialmente datam do início do século XX. Historicamente, de facto, parece ter havido poucos contactos entre os dois países, talvez devido à distância geográfica, diferenças religiosas (entre o cristianismo católico em Portugal e o ortodoxo na Sérvia), pouca semelhança entre as línguas (sendo que o português pertence ao grupo das línguas românicas e o sérvio às eslavas). Dado o facto de ainda não existir nenhum departamento ou Cátedra de Estudos Portugueses ou Lusófonos na Sérvia e que em Portugal já não há Leitorado de Língua e Cultura Sérvia (em Lisboa existiu entre 2007 e 2009 e no Porto houve uma tentativa no ano lectivo de 2008/2009), há relativamente poucas traduções de obras de referência nas áreas de História, Geografia, Linguística, Política, Sociologia ou outros ramos científicos que possam aprofundar os conhecimentos e fortalecer ainda mais o diálogo intercultural e as relações bilaterais entre Portugal e a Sérvia.
Embora haja indicações de que o Rei português D. Pedro I nas suas "sete partidas do mundo" teria passado também pelos Balcãs (na altura ocupados pelos turcos) e que conheceu algumas cidades do atual território sérvio, sobre esse período ou ainda eventuais anteriores conhecimentos ou contactos mútuos a nível de Portugal e Sérvia, pouco ou nada se pode saber com certeza, dada a ausência de documentos concretos e fontes fidedignas que o confirmariam. Os dados oficiais apregoam a ideia de que as relações diplomáticas entre os países em questão são mais recentes, sendo a primeira Embaixada de Portugal em Belgrado aberta em 1917, sendo o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos (posteriormente o Reino da Jugoslávia) um dos primeiros países europeus a reconhecer a República Portuguesa. Um ano mais tarde, a Jugoslávia enviou uma missão diplomática a Lisboa, sendo deste modo, estabelecidas as relações diplomáticas bilaterais.
Sobre as relações diplomáticas entre os países em questão, há que mencionar que desde o reconhecimento oficial da independência da Sérvia após a ocupação turca no Congresso de Berlim de 1978 e a abertura do primeiro consulado do Reino da Sérvia em 1903 passaram exactamente vinte e cinco anos. E até ao início das relações diplomáticas continuadas entre os dois países passaram-se ainda mais dezasseis anos. Mesmo assim, antes do começo oficial das relações diplomática , a recém-reconstruída monarquia sérvia procurou afirmar-se e reivindicar o direito a ser reconhecida internacionalmente abriu muitas missões diplomáticas nos países europeus. Deste modo, a 25 de Maio de 1882 deu-se em Lisboa, no Palácio da Ajuda o encontro entre o rei português D. Luís I e o diplomata sérvio Jovan Marinović acreditado em Paris e ministro plenipotenciário. Com a entrega das insígnias da Ordem de Takovo ao rei português, foi realizado o primeiro passo na tentativa do estreitamento das relações dos dois países. A 4 de Agosto de 1882, o rei sérvio Milan I Obrenović foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Militar do Nosso Senhor Jesus Cristo. Em 1884, o Rei Milan I condecorou o D. Luís I de Portugal com a Ordem da Águia Branca e a 5 de Agosto de 1893 o filho do rei Milan, Alexandre I Obrenović foi condecorado com a Banda das Três Ordens (de Cristo, Avis e Santiago). Com esta série de condecorações o desenvolvimento das tentativas da aproximação de Portugal e da Sérvia começou a crescer, para as boas relações entre os países continuarem até à abertura do primeiro consulado do Reino de Sérvios, Croatas e Eslovenos em Lisboa. Desde os primórdios diplomáticos, a Sérvia teve consulados e cônsules honorários em Lisboa e no Porto. O primeiro consulado português em Belgrado foi aberto em 1919, para posteriormente, na década dos anos vinte do século passado se abrirem consulados em Zagreb (actual Croácia) em (1922) e Liubliana (actual Eslovénia) em 1923, como refere Humberto Nuno de Oliveira (OLIVEIRA, Subsídio…) Após o triunfo do regime republicano na Espanha, O Reino da Jugoslávia interrompeu as relações diplomáticas com este país, enquanto as manteve com Portugal até ao desfecho da Segunda Guerra Mundial, dadas as divergências políticas entre os regimes de Salazar e Tito. Após o 25 de Abril de 1974 foram restabelecidas as relações bilaterais e os consulados foram elevados ao nível de Embaixadas. O Primeiro Embaixador da República Socialista Federativa da Jugoslávia (entre 1974-1978) foi Milan Stojanović, enquanto o primeiro representante diplomático português a desempenhar o mesmo cargo na Sérvia foi Francisco Ramos da Costa, fundador do Partido Socialista.
Não obstante a renovação das representações diplomáticas apenas após a Revolução dos Cravos, nos anos setenta do século passado, nomeadamente entre 1970 e 1976, as informações sobre Portugal foram bastante presentes nos telejornais, reportagens e programas televisivos de caráter informativo. Segundo os dados do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra, na Sérvia, no período em questão foram acompanhadas as inundações em Portugal no ano 1970, com uma breve notícia de trinta e cinco segundos, a visita do líder da África do Sul a Portugal, a informação arquivística sobre Macau, a doença de António de Oliveira Salazar (que mereceu sois minutos e cinco segundos de atenção do público sérvio), a sua biografia, a conferência anti-colonial em Roma, a prestação das últimas homenagens a Salazar, o "socialista exilado Mário Soares" (que mereceu determinada atenção no programa informativo, dado o regime político em vigor na Jugoslávia na altura. O processo da descolonização, a democratização de Portugal, as visitas de determinados políticos ao Partido Comunista de Portugal, A entrevista que Boro Krivokapić fez a Álvaro Cunhal durou mais de 17 minutos e provocou muito interesse entre o público da orientação política da Esquerda. A revolução do 25 de Abril de 1974 foi bastante bem acompanhada pelos jornalistas sérvios, sendo para esse efeito, realizado um programa, intitulado Círculo, dedicado à "Primavera de Portugal", com 36 minutos de duração, abrangendo e explicando detalhadamente as causas e o contexto deste grande momento na História portuguesa. A imagem que se criou então acerca de Portugal foi maioritariamente positiva, observada como a vinda de um regime mais justo, enquanto os portugueses foram vistos como corajosos e lutadores, e simultaneamente determinados e pacíficos, sendo a sua revolução um exemplo de mudança de regimes sem sangue.
Foi acompanhada também a visita do Presidente português Gomes à Jugoslávia ou a assinatura do Acordo do Comércio Jugoslavo-português em 1976. Nos programas e reportagens da televisão na Jugoslávia dessa época estiveram presentes informações que não diziam respeito apenas a Portugal, mas também a outros países de língua portuguesa, oferecendo desta forma, um contexto mais amplo a todos os acontecimentos históricos e políticos que englobam Portugal. Também, compete-nos dizer que na televisão e nos jornais jugoslavos foram acompanhados os ataques católicos ao Partido Comunista em Portugal, e as declarações de determinados portugueses em Fátima de 1975, que afirmaram que os valores tradicionais começaram a perder o sentido. Estas últimas notícias, embora com um tom aparentemente neutro, eram transmitidas na Jugoslávia, na altura país em que a religião não desempenhava um papel importante, com a implícita intenção anti-religiosa. Se durante o regime de Salazar Portugal podia ser visto como um país extremamente católico, estas manifestações poderiam criar na Jugoslávia uma visão diferente deste país, como mais aberto, mais laico e mais "progressista", com que valeria a pena estreitar as relações e aprofundar a comunicação.
Durante a desintegração da Jugoslávia e até ao ano 1999, Portugal não tinha Embaixadores em Belgrado, apenas Encarregados de Negócios, e o mesmo acontecia com as representações diplomáticas jugoslavas em Lisboa. Sobre as razões destas decisões poder-se-ia especular (desde a ideia da Jugoslávia como zona de conflito e as possíveis questões de segurança, como eventuais motivos portugueses, ou os cortes financeiros e reduções orçamentais como razões de a Sérvia não ter Embaixador em Lisboa nessa altura. Outros motivos importantes para estas decisões podem ser as relações históricas não demasiado próximas e o reduzido número de cidadãos sérvios a residir em Portugal ou portugueses na Sérvia.
Segundo refere Humberto Nuno de Oliveira (op.cit.) Portugal retoma o cargo de Embaixada na sua representação diplomática em Belgrado em Março de 1999, poucos dias antes do início do Bombardeamento da Jugoslávia pela NATO. Do lado da República Federal da Jugoslávia, o cargo de Embaixador em Lisboa, foi restabelecido em 1997. Dado que nem todas as antigas repúblicas jugoslavas conseguem ter missões diplomáticas em Portugal, a Embaixada da República da Sérvia cobre também as necessidades de Montenegro, Bósnia e Herzegovina e Macedónia. O mesmo acontece com a Embaixada de Portugal em Belgrado, cujo Embaixador está acreditado também para o representante diplomático em Podgorica, Sarajevo e Skopje.
As Embaixadas e os Embaixadores nos dois países permanecem até ao presente, procurando melhorar as relações existentes e criar novas e diferentes formas de fomentar a cooperação entre os países em questão. Se bem que Portugal reconheceu a independência do Kosovo, essa decisão não afectou as boas relações diplomáticas entre Portugal e a Sérvia. Sobre este assunto, a Sua Exa. Caetano Luís de Almeida Sampaio, um dos últimos Embaixadores de Portugal na Sérvia, na entrevista à revista Profit (SAMPAIO, in: Profit…), pronuncia-se da seguinte forma: refere que, quando o seu mandato de Embaixador tinha começado, a decisão do Governo português de reconhecer o Kosovo como um país independente (o que a Sérvia não fez), e que ele procurou garantir que essas relações não ficassem perturbadas. Duško Lopandić, o anterior Embaixador da Sérvia em Portugal, na entrevista à Raia Diplomática (LOPANDIĆ, Raia…) partilha este ponto de vista com o seu colega português, referindo que a Sérvia tomou nota da decisão de Portugal, mas explica essa atitude pela pressão de potências externas, sobretudo dos Estados Unidos, e que Portugal não estava inicialmente inclinado para reconhecer o Kosovo como um país independente da Sérvia. Por isso, entre outras razões, Portugal foi o único país a reconhecer a independência do Kosovo, com que a Sérvia não interrompeu as relações diplomáticas, nem retirou o Embaixador como sinal de protesto.
Na Sérvia, tem-se a impressão de Portugal como um país que apoia a integração da Sérvia na União Europeia. Nisso concordam os grandes intelectuais e políticos portugueses como Eduardo Lourenço (LOURENÇO, A Europa…), que refere que, em termos de valores e cultura, a Sérvia, não apenas merece ser mais um membro da família europeia, mas que é um dos pilares da Europa, se bem que criticou a política do regime de Milošević em vários ensaios seus, como o actual primeiro-ministro de Portugal Pedro Passos Coelho, que, numa entrevista (PASSOS COELHO, in: Diário…) referiu que "a Sérvia tem todas as condições para ser o próximo país a integrar a União Europeia".
Acerca da adesão da Sérvia à União Europeia, o Embaixador Almeida Sampaio (Sampaio, in: Profit afirma que a Sérvia é um dos países que mais merece estar nesta organização, e se dependesse apenas de Portugal, a candidatura da Sérvia seria recebida muito antes, se bem que elogia o trabalho do Governo da Sérvia no sentido do cumprimento dos critérios necessários e no processo do diálogo entre Belgrado e Priština). Este diplomata é da opinião de que as relações bilaterais económicas são uma área em que se deve apostar mais, sobretudo no domínio das energias renováveis, comércio e turismo. Duško Lopandić, seu colega sérvio refere que há que apostar mais na economia e na cultura, para fomentar e aumentar a cooperação luso-sérvia.
Resumindo, em pouco mais que um século, Portugal e a Sérvia têm vindo a construir relações bilaterais com uma tendência positiva, pacífica, sem conflitos nem grandes divergências, baseando a cooperação nas semelhanças culturais e políticas, podendo aproveitar o aumento do interesse pelos países eslavos em Portugal e por Portugal na Sérvia. Em suma, Portugal segundo a Sérvia, é um país tradicionalmente amigo, com que as relações diplomáticas têm sido correctas, sem muitas perturbações, mas que podem e devem ser aprofundadas. Trata-se de um país que suscita curiosidade, por causa da rica cultura, História indissociável dos Grandes Descobrimentos, música, especialmente fado, literatura que possui um vencedor do Prémio Nobel (se bem que Portugal tem outro vencedor do mesmo Prémio na área de Medicina, Egas Moniz, que, entre outras descobertas tem méritos como inventor da lobotomia) e numerosos poetas universalmente conhecido. O clima ameno, a geografia virada para o mar, a gastronomia rica em proteínas (sobretudo a nível do peixe), o vinho e os sabores mediterrânicos, cores vivas dos trajos populares, a amabilidade das pessoas com os turistas, o gosto pela arquitectura antiga, o amor pelo desporto, particularmente pelo futebol, uma língua bonita e melodiosa, difundida por vários continentes, antigo passado colonial e muito mais que apenas pode chegar a interessar os habitantes da Sérvia. É uma, "terra verde", vista como tranquila e menos stressante que a Sérvia, em que a poesia, a cultura dos cafés e a peregrinação a Fátima a treze de Maio (dadas as aparições da Virgem Maria aos pastores Lúcia, Francisca e Jacinto nessa localidade) ocupam um lugar importante e em que está a aumentar o interesse pela Sérvia, principalmente devido aos recentes sucessos desportivos do nosso país, o grande número de futebolistas que passaram pelo Benfica.
Os estereótipos que na Sérvia prevalecem sobre Portugal, geralmente têm um cariz positivo, se bem que, alguns sérvios que já residiram ou residem em Portugal podem também transmitir a ideia de que os portugueses podem ser relaxados ou ligeiramente desleixados relativamente aos prazos e datas-limite para a conclusão de algum trabalho, que por sua vez, se atribui à "mentalidade mediterrânica" ou é comparada à "educação comunista" em que se respeitam o rigor e a disciplina em maior medida.
Contudo, ainda há bastante que aprender sobre Portugal e a Sérvia, ainda há muito que investigar, e esperamos que este seja apenas mais um contributo científico e académico neste sentido.
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Afamaria Marinović




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