SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA “TRATADOS DE ARTE EM PORTUGAL” Pedro Albuquerque dos Santos e Zulmira Andrade de Ceita
[email protected] e
[email protected]
Resumo:
Este artigo apresenta o desenvolvimento do sistema de informação de suporte ao projecto de investigação “Tratados de Arte em Portugal”, financiado pela “Fundação para a Ciência e Tecnologia” e desenvolvido pelo “Instituto de História da Arte” da “Faculdade de Ciências Sociais e Humanas” da “Universidade Nova de Lisboa”. O objectivo do nosso projecto é acima de tudo fornecer um sistema simples, fiável e acessível a ser utilizado pela equipa responsável pelo projecto de investigação para introduzir, consultar e analisar os dados recolhidos ao longo do seu trabalho. Desta forma a informação recolhida no âmbito do projecto estará disponível de forma centralizada a todos os intervenientes e possíveis interessados. Apresentaremos de forma resumida os vários aspectos desenvolvidos no decurso desde projecto, começando pela fase de análise e especificação de requisitos, ao enquadramento da organização proponente, até ao desenho e especificação técnica do sistema desenvolvido, finalizando-se com uma breve ilustração do seu funcionamento.
Abstract: This article contains summarized information about the development of the information system to support the “Tratados de Arte em Potugal” research project funded by “Fundação para a Ciência e Tecnologia” and developed by the “Instituto de História da Arte” of the “Faculdade de Ciências Sociais e Humanas” of the “Universidade Nova de Lisboa“. The objective of our project is to deliver a simple, reliable and accessible system to be used by the team responsible for the research project so that they can access, insert and analyze the information gathered during their work. This way, the information created in the scope of the project will be centrally available to all intervenients and other interested parties. We will present the different aspects of development during the project, starting with the requirements analysis and specification, followed by the organization setting and the design and technical specification of the system, finishing with a short demonstration of the system working.
Trabalho supervisionado pelos Professores: Rui Neves Madeira, José Pereira e Leonor Pires
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
1
11ª Workshop de Projectos de Fim de Curso de Informática
2010
1 INTRODUÇÃO O trabalho apresentado surge no âmbito da unidade curricular de Projecto de Fim de Curso da Licenciatura em Engenharia Informática da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal Instituto Politécnico de Setúbal (ESTSetúbal-IPS) e tem como objectivo o desenvolvimento de um sistema de informação de apoio a um projecto de investigação conduzido pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL). O projecto em questão é denominado “Tratados de Arte em Portugal” e é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e desenvolvido no Instituto de História da Arte da FCSH-UNL. O projecto conta ainda com a colaboração da Faculdade de Letras e da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Os objectivos requeridos ao sistema desenvolvido destinam-se primeiramente em criar uma base de dados que irá suportar todos os dados que poderão ser consultados e manipulados conforme as necessidades do projecto de investigação. Servirá de apoio a trabalhos de história da arte, onde se poderá investigar tratados de arte, de entre outras obras literárias com relevância nesta área de estudos. Com base no sistema desenvolvido será possível agilizar, centralizar e disponibilizar a investigação realizada de uma forma moderna e actual para a posteridade, permitindo a fácil consulta a todos os interessados. O sistema permite a inserção, edição e remoção das informações relativas às publicações, ficando estas armazenadas numa base de dados. Para além da manipulação básica de dados estão também disponíveis diferentes níveis de pesquisa e listagens para a consulta da informação bem como uma área de estatísticas que permite a visualização de gráficos para a análise dos dados armazenados no sistema. O sistema tem implementado um módulo de autenticação e permissões para impedir acessos não autorizados. Estão também disponíveis funcionalidades avançadas de exportação de dados em diversos formatos e de classificação manual e automatizada do nível de relevância e importância das obras. Para efeitos de gestão do sistema está ainda disponível um painel de administração para a gestão da aplicação. Ao longo deste documento iremos focar o trabalho desenvolvido no âmbito do enquadramento organizacional da entidade proponente (FCSH-UNL), para o qual realizámos uma caracterização da organização e uma análise ao seu meio envolvente, bem como a sua análise de um ponto de vista estratégico. Segue-se a apresentação da análise e especificação de todo um conjunto de requisitos a que a aplicação deverá responder para satisfazer o cliente, o desenho e especificações técnicas da aplicação e o software desenvolvido. Por fim, iremos ilustrar sucintamente o funcionamento do sistema desenvolvido na óptica do utilizador. Terminaremos o artigo com algumas conclusões, considerações finais e perspectivas de trabalho futuro.
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
2
11ª Workshop de Projectos de Fim de Curso de Informática
2010
2 ENQUADRAMENTO ORGANIZACIONAL DO PROJECTO Este projecto surgiu no âmbito de um projecto mais vasto, o “Art Treatises in Portugal” da FCSH-UNL, e servirá como ferramenta de apoio à investigação de tratados e obras de arte existentes nas principais bibliotecas do país.
2.1 Apresentação da Organização A FCSH-UNL foi criada em 10 de Novembro de 1977, na sequência do desenvolvimento da Área das Ciências Humanas e Sociais na Universidade Nova de Lisboa (UNL) por um grupo de docentes e investigadores. É actualmente a segunda maior unidade orgânica da UNL, em número de alunos e dotação orçamental. A faculdade tem uma cultura de relacionamento com o exterior, isto é, mantém ligações estreitas com diversas universidades portuguesas e estrangeiras, quer relativas ao intercâmbio de docentes e estudantes, quer no âmbito de inúmeros projectos de investigação, nacionais e europeus. Nesta faculdade são ministrados vários cursos de 1.º ciclo (licenciatura), 2.º ciclo (mestrado) e 3.º ciclo (doutoramento), que abarcam as áreas mais diversas desde a Ciência Política, as Línguas e Literaturas passando pela Sociologia, Filosofia, entre outros cursos. Tem como objectivos: a excelência no ensino e na investigação das áreas de especialização das ciências sociais e humanas, tanto no plano nacional como internacional; um compromisso claro com a inovação e a interdisciplinaridade; a criação, a difusão e o apoio da cultura humanista e a prestação de serviços à comunidade nessas mesmas áreas.
2.2 Análise Estratégica A sobrevivência de qualquer organização depende, em primeiro lugar, da sua capacidade de interacção com o meio envolvente. Devido à evolução constante do mercado, deve ser feita uma identificação de oportunidades e ameaças potenciais vindas do exterior a que a organização deve saber dar resposta. A análise SWOT consiste em detectar pontos fortes e pontos fracos no interior da organização, que juntamente com as oportunidades e ameaças do mercado surge o resultado do processo de uma análise estratégica. Com base nisso, foi feita uma análise à FCSH-UNL como ilustra a tabela presente na Figura 1.
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
3
11ª Workshop de Projectos de Fim de Curso de Informática
2010
Figura 1 – Análise SWOT FCSH-UNL
2.3 Fundamentos, Objectivos e Efeitos Esperados do Projecto Com este projecto pretendemos desenvolver um sistema de informação que responda aos requisitos pretendidos pela FCSH-UNL, desde autenticação e consulta das obras, até à exportação de relatórios estatísticos relativos às mesmas. O principal motivo da criação deste projecto é o facto de não existir qualquer aplicação que efectue da mesma forma o que pretendemos realizar: pesquisa de tratados e obras de arte existentes em Portugal, que permita aos utilizadores obtenção da informação de uma forma mais fácil e intuitiva.
3 SISTEMA DE INFORMAÇÃO Nesta secção ficarão expressos os aspectos mais técnicos do projecto desenvolvido, desde a análise de requisitos ao produto final. Começaremos, na primeira Subsecção, com uma breve apresentação dos requisitos funcionais e de qualidade a que o sistema tem de atender. Seguidamente, falaremos das especificações técnicas, arquitectura e desenho do sistema e finalizaremos com uma apresentação da estrutura, navegação e colocação do projecto em funcionamento. Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
4
11ª Workshop de Projectos de Fim de Curso de Informática
2010
3.1 Análise de Requisitos Nesta secção ficarão definidos os requisitos e especificidades da aplicação a ser desenvolvida no âmbito deste projecto. Começamos por definir o ambiente em que a aplicação se vai integrar, seguidamente definem-se os requisitos funcionais e os casos de utilização do sistema. Identifica-se ainda a informação a armazenar pelo sistema, sendo que as primeiras decisões respeitantes à interface também ficam definidas. Os requisitos ambientais são enumerados e os requisitos de qualidade são identificados, analisados e definidos. 3.1.1
Requisitos Funcionais
Os inúmeros requisitos funcionais definidos, 68 no total, foram separados ao longo de 9 módulos que foram ordenados pela sua prioridade de implementação (ver Figura 2). Autenticação
• Must Have
Publicações
• Must Have
Pesquisa
• Must Have
Estatísticas
• Should Have
Administração
• Should Have
Ficheiros
• Could Have
Troca de Dados
• Could Have
Classificação
• Want to Have
Internacionalização
• Want to Have
Figura 2 – Tabela com os módulos e respectivas prioridades
Seguidamente, os módulos são apresentados de forma mais detalhada tendo em consideração os requisitos que os compõem, ainda que apareçam de forma breve e resumida. Módulo de Autenticação – Este módulo agrupa os requisitos funcionais relacionados com o controlo de acesso às diversas áreas da aplicação apenas pelos utilizadores com as responsabilidades certas. As diferentes permissões correspondem, para já, aos 3 níveis de acesso identificados:
Visitante – Utilizador não registado que acede ao website
Utilizador Individual – Um indivíduo autorizado a aceder ao website e a proceder a alterações de conteúdo do mesmo
Administrador – Utilizadores com todas as permissões. Capazes de criar outros utilizadores e de efectuar tarefas de administração.
Módulo de Publicações – O módulo de publicações refere-se às diversas manipulações de dados das publicações e entidades relacionadas. Este módulo compreende as operações básicas de inserção, edição, remoção e visualização de dados das publicações e das referidas entidades
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
5
11ª Workshop de Projectos de Fim de Curso de Informática
2010
relacionadas, e ainda de uma imagem de rosto para a identificação de uma publicação. As tais entidades relacionadas são:
Autores
Assuntos
Géneros Literários
Localizações (incluindo Bibliotecas, Cidades, Regiões e Países)
Línguas (em que as obras se encontra escritas)
Tipos de Imagens (que se encontram nas publicações)
Módulo de Pesquisa – O módulo foca-se em fornecer aos utilizadores uma forma de procurar informação no sistema. Inicialmente, decidiu-se fornecer o acesso a uma pesquisa simples e a uma pesquisa avançada. Ambas foram implementadas. A pesquisa simples é uma caixa de entrada de texto sempre presente na interface do site em que o utilizador pode inserir a sua query de pesquisa. A pesquisa avançada é uma página com um formulário que aceita múltiplos parâmetros de pesquisa tornando a pesquisa mais refinada a gosto do utilizador. Módulo de Estatísticas – Este módulo foca-se em fornecer aos utilizadores um modo de aceder a alguma informação estatística acerca dos dados armazenados no sistema. O sistema apresenta dados estatísticos nas páginas de detalhe das várias entidades e são apresentados dados na forma de gráficos numa secção especificamente criada para o efeito. Módulo de Administração – Este módulo é de acesso reservado a utilizadores com o nível de acesso de administrador. Na área de administração é permitida a criação de utilizadores e atribuição/criação de permissões e a gestão de todos os dados armazenados no sistema sem qualquer tipo de restrição. Módulo de Ficheiros – No módulo de ficheiros o foco é a disponibilização de ficheiros que estão associados com uma dada publicação. Foca-se na possibilidade de adicionar, remover e fazer download de ficheiros, respectivamente. Módulo de Trocas de Dados – O módulo de troca de dados representa o conjunto de funcionalidades que permitem ao sistema exportar os seus dados para o exterior e à possibilidade de serem exportados e reutilizados noutros contextos relevantes. Este módulo disponibiliza uma Feed em formato Atom com as últimas publicações inseridas, exportação das fichas das publicações em XML e JSON para a utilização noutros sistemas e em PDF para arquivo por parte dos utilizadores. Módulo de Classificação – Este módulo dedica-se à classificação das publicações com vista a melhorar as capacidades de pesquisa e apresentação de informação. Os requisitos deste módulo cobrem a contabilização do número de visualizações e edições de uma publicação como um factor para a sua classificação, a classificação explícita dada pelos utilizadores através de um sistema de votação e valores calculados com base nos dados da publicação com vista a
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
6
11ª Workshop de Projectos de Fim de Curso de Informática
2010
tentar determinar a sua importância e relevância. Estes valores servem para ordenar as listagens da publicação, para melhorar a relevância dos resultados das pesquisas e para dar feedback aos visitantes acerca do valor da obra. Módulo de Internacionalização – Este módulo foca-se na capacidade de possuir a interface da aplicação disponível em diferentes línguas. Actualmente encontra-se disponível em Inglês e Português, sendo fácil a troca entre estas, e futuramente é relativamente fácil adicionar outras línguas a esta lista. No entanto, tal implica a criação de alguns ficheiros XML e a adição de mais uma língua em alguns formulários. 3.1.2
Requisitos de Qualidade
Para além dos requisitos funcionais, a aplicação tem que cumprir determinados critérios de qualidade para ser considerada apta para utilização em produção. Para tal, foram definidos e efectuados testes de sistema para cada uma das seguintes qualidades (separadas em 4 categorias):
Desempenho o Capacidade de Processamento o Capacidade de Armazenamento o Capacidade de Resposta Disponibilidade o Fiabilidade o Manutenibilidade o Integridade
Adaptabilidade o Extensibilidade o Portabilidade o Acessibilidade Usabilidade o Facilidade de Aprendizagem o Eficiência na Utilização o Resistência a Erros o Satisfação
Para além dos testes de sistema desenvolvidos para verificar os requisitos de qualidade também foram desenvolvidos testes unitários e funcionais ao longo do desenvolvimento do código. Estes servem para testar algumas das funcionalidades e unidades desenvolvidas, tendo uma vez mais o objectivo de assegurar a melhor qualidade possível do sistema.
3.2 Especificações Técnicas A especificação técnica do sistema é muito importante para o sucesso da aplicação, na medida em que um bom planeamento nesta fase irá simplificar a fase de implementação. Uma decisão inicial importante passou por basear o desenvolvimento do projecto em tecnologias open source para evitar a necessidade de custos de licenciamento. Sendo assim, escolheu-se uma combinação considerada “clássica” pela popularidade de uso que apresenta: Apache1, MySQL2 e PHP3. Para agilizar e estruturar melhor o desenvolvimento utilizou-se
1
http://httpd.apache.org/
2
http://www.mysql.com/
3
http://www.php.net/
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
7
11ª Workshop de Projectos de Fim de Curso de Informática
2010
uma framework de desenvolvimento Web, com preferência para uma que seguisse o modelo MVC (Model-View-Controller). Após alguma pesquisa e experimentação a escolha recaiu sobre o Symfony4 pois apresentava-se como uma das soluções mais completas e bem documentadas, apesar da complexidade acrescida face a outras opções, seguia vários padrões de desenho incluindo o referido MVC. Outra decisão que teve que ser tomada foi a escolha do ORM (Object-relational mapping), visto que o Symfony oferece duas opções (Doctrine5 e Propel6). A escolha recaiu sobre o Doctrine pois na versão actual do Symfony é a escolha feita por omissão e visto que pelo que pode ser apurado não existe nenhuma vantagem clara de um sobre o outro decidimos manter a predefinição do Symfony. Entre outras bibliotecas utilizadas na implementação do projecto destacam-se:
jQuery7 – Biblioteca de JavaScript para assistir na criação de páginas dinâmicas e interactivas Open Flash Chart8 – Bliblioteca para a criação de gráficos para mostrar as diversas estatísticas TCDPF9 – Biblioteca para gerar documentos no formato PDF Zend Lucene10 – Para a implementação de um motor de full text search no sistema.
Outro ponto importante a definir foi o modelo relacional que iria suportar o armazenamento de dados do sistema. Apesar de se ter definido inicialmente o modelo entidaderelação na fase de análise, este teve que ir sofrendo algumas alterações para acomodar os pedidos e especificidades dos proponentes. O resultado final, com vista a acomodar todos os requisitos e a informação necessário pode ser visualizado na Figura 3. Quanto à arquitectura utilizada para o sistema, tendo por base as tecnologias mencionadas, esta pode ser vista na Figura 4. O acesso ao sistema é depois feito pelo utilizador através do seu browser que faz um pedido ao servidor em Apache HTTP Server. Por sua vez o pedido é direccionado ao Controller que é executado em PHP, determina a acção correcta e irá fazer os acessos necessários à base de dados via o Model (utilizando a biblioteca Doctrine em PHP), que por sua vez irá aceder à base de dados através de comandos SQL. O resultado das queries é depois retornado ao controlador que irá disponibilizar os dados para serem apresentados na View. Por fim a View é enviada ao
4
http://www.symfony-project.org/
5
http://www.doctrine-project.org/
6
http://www.propelorm.org/
7
http://jquery.com/
8
http://teethgrinder.co.uk/open-flash-chart/
9
http://www.tecnick.com/public/code/cp_dpage.php?aiocp_dp=tcpdf
10
http://framework.zend.com/manual/en/zend.search.lucene.html
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
8
11ª Workshop de Projectos de Fim de Curso de Informática
2010
utilizador, após processada, com a página contendo o conteúdo correspondente ao pedido do utilizador. Este comportamento pode ser observado na figura 5.
Figura 3 - Modelo Relacional da Base de Dados
Interface do utilizador, conjunto de páginas web com controles que contêm queries para alterar/visualizar informação.
View - Interface/ páginas web (HTML gerado por PHP)
Disponibiliza ao utilizador todas as funções implementadas ao nível do Controller. Dependencias: Controller e Apresentação das páginas
Package que representa a folha de estilo que faz com que a interface tenha um design mais profissional e agradável.
Apresentação das páginas (CSS)
Dependências: Nenhuma
Package que implementa a lógica da aplicação segundo as funcionalidade desejadas reflectindo as mudanças necessárias no Model e na View.
Controller - Código da Aplicação (PHP)
Dependências: Model Package que faz o mapeamento da base de dados para objectos. É através destas classes que o Controller comunica com a base de dados.
Model – Mapeamento da Base de Dados (Doctrine)
Dependências: Base de Dados
Package que representa a estrutura de base de dados MySQL, conjunto de tabelas com entradas que guardam a informação necessária ao funcionamento da aplicação.
Base de Dados MySQL (SQL)
Dependências: Nenhuma
Figura 4 - Arquitectura Lógica Geral
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
9
11ª Workshop de Projectos de Fim de Curso de Informática
2010
Figura 5 - Modelo MVC no Symfony
Em termos da estrutura das classes, estas seguem as convenções sugeridas pelo Symfony. Normalmente, a maioria das classes desenvolvidas implicam extensão de classes base préexistentes e a reescrita e adição de novos métodos de acordo com o necessário. Utilizando-se estas regras e convenções obtém-se um sistema muito mais modular e de manutenção mais fácil, pois qualquer pessoa entendida em Symfony terá menos dificuldades em continuar o desenvolvimento da aplicação. No entanto, a curva de aprendizagem que a framework requere é bastante acentuada pois implica o conhecimento de imensos aspectos para que esta possa ser operada e utilizada ao gosto do programador. Alguns destes conjuntos de classes que são estendidas para implementar o sistema podem ser considerados sub-frameworks do Symfony (podendo até funcionar de forma independente da framework). Exemplos disso são as classes relacionadas com:
Modelos (com o apoio do Doctrine) Formulários Validação de Dados
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
Widgets HTML Acções/Controladores Visualizações
10
11ª Workshop de Projectos de Fim de Curso de Informática
2010
3.3 Software Desenvolvido O software desenvolvido possui alguns requisitos ambientais para o seu funcionamento. Ao nível do servidor necessita de um qualquer sistema operativo capaz de correr um servidor web (recomenda-se Apache HTTP Server) com suporte a PHP e um RDBMS suportado pelo PDO11 e Doctrine. O sistema foi testado em Ubuntu 10.04 LTS Server e Windows Server 2008 Standard com as versões iguais ou superiores Apache HTTP Server 2.2.14, PHP 5.3.1 e MySQL 5.1.4112. Em termos de requisitos de hardware, para correr o sistema bastará ter um computador capaz de executar o sistema operativo escolhido e o restante software de apoio em boas condições, no entanto, os requisitos reais irão variar de acordo com a quantidade de acessos, operações e dados armazenados. O software desenvolvido é um sistema baseado em páginas Web e como tal apresenta uma navegação através de menus e links que interligam as diferentes áreas e funções da aplicação. Esta pode ser visualizada, de forma simplificada, na figura 6. Actualmente, o sistema responde a 64 dos 68 requisitos funcionais definidos e atinge satisfatoriamente os requisitos de qualidade definidos e testados. A generalidade desses requisitos já foi brevemente descrita na secção 3.1.1 deste artigo, sendo que estas vão desde as operações básicas de capacidade de inserção, edição, remoção e listagem, passando por capacidades de pesquisa simples e avançada, apresentação de valores estatísticos informativos na forma de texto e de gráficos, gestão de ficheiros associados a publicações, exportação de dados do sistema em diversos formatos, um sistema de classificação manual e automático de publicações e suporte total à internacionalização da interface e determinadas entidades informacionais. Estão ainda disponíveis duas ferramentas para realizar tarefas de manutenção e gestão do sistema, sendo uma destas um back office de administração para a criação de utilizadores e atribuição de permissões, acesso total aos dados armazenados pela aplicação e outras tarefas de administração e manutenção pertinentes. Além do back Office, também é dado o acesso a uma ferramenta de linha de comandos que permite, entre outras coisas, reindexar as publicações no índice do Zend Lucene.
11
PHP Data Objects: http://php.net/manual/en/book.pdo.php
12
A configuração do sistema passo a passo é explorada na versão completa do relatório do projecto.
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
11
11ª Workshop de Projectos de Fim de Curso de Informática
2010
Register Log In
Publications
Authors
Search
List
New
List
Change language
Genres
New
New
List View
List View
Edit
Edit
Rating
Edit
New
List
New
View
Delete
Picture Types
Languages
Subjects
View
View View
New
Statistics
Edit List
Delete
Delete Comments
Edit Edit
Delete
Backoffice
View Statistics
Delete
Country
Delete
Locations
Administrate List
Cities
New View
List
New
Regions List
Edit
View View
Delete
New
Edit Edit Delete Delete
Figura 6 - Diagrama de Navegação entre páginas
4 ILUSTRAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA Esta secção apresenta algumas ilustrações e breves descrições do funcionamento do sistema13. Na figura 7 pode-se ver a página inicial do sistema.
Figura 7 - Página Inicial
13
Aconselha-se a consulta do manual de utilizador para uma explicação mais detalhada do funcionamento.
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
12
11ª Workshop de Projectos de Fim de Curso de Informática
2010
Acedendo à opção “Publications”, e clicando em “New” no fim da lista, poderá inserir uma nova publicação ou clicando numa publicação existente poderá no fim da ficha clicar em “Edit”. Em qualquer dos casos verá um formulário semelhante ao da figura 8, sendo a correspondente ficha de publicação apresentada na Figura 9. .
Figura 8 - Formulário de publicação
Figura 9 - Ficha de publicação
Em termos de pesquisa podemos, por exemplo, considerar a pesquisa avançada da figura 10 (acessível no submenu Publications).
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
13
11ª Workshop de Projectos de Fim de Curso de Informática
2010
Figura 10 - Formulário de pesquisa avançada
E um exemplo dos respectivos resultados é visível na figura 11 (semelhante à listagem de publicações).
Figura 11 - Resultados parciais da pesquisa
Um exemplo da estatística do número de publicações para cada língua é visível na Figura 12.
Figura 12 - Exemplo Estatística
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
14
11ª Workshop de Projectos de Fim de Curso de Informática
2010
5 CONCLUSÕES E TRABALHO FUTURO A realização deste projecto foi um desafio às nossas capacidades de trabalho, sendo que implicou o aprofundamento de conhecimentos adquiridos ao longo do curso, nomeadamente na área das bases de dados e programação Web, bem como ao nível de Engenharia de Software. Um dos principais desafios é, sem dúvida, ir de encontro às necessidades da entidade proponente, pois neste caso já não nos encontramos num projecto puramente académico, mas sim no desenvolvimento de um sistema para ser utilizado no mundo real. Como tal, a aposta numa comunicação e feedback constantes foi da maior relevância para o sucesso do projecto. No seu estado actual, o projecto considera-se completamente funcional e cobre quase a totalidade dos requisitos funcionais inicialmente definidos. Através de uma fase de análise cuidada, dinâmica e iterativa foi possível definir de forma bastante precisa os requisitos do sistema, tendo ajudado a agilizar o desenho e especificação de sistema e posteriormente a implementação. A rápida escolha das tecnologias a utilizar também foi muito importante pois permitiu começar desde cedo a familiarização com a framework de desenvolvimento e assim conseguir ultrapassar a sua longa curva de aprendizagem. Consideramos que, de forma geral, o projecto foi um sucesso, esperando que vá de encontro às necessidades da entidade proponente. No entanto, e apesar de o projecto cobrir as necessidades da entidade proponente, a sua entrega não marca a sua finalização. Há ainda que garantir a fase de manutenção, desde a manutenção do hardware que o aloja até ao próprio código. Há que garantir que problemas que ainda possam ser encontrados sejam resolvidos, que afinações ao funcionamento da aplicação sejam feitas, caso se justifiquem, e que alguns aspectos estéticos da aplicação sejam melhorados (neste caso aconselha-se a intervenção de um designer profissional). Futuramente, poder-se-á também finalizar os poucos requisitos que não foram implementados, ou expandir o âmbito dos existentes, bem como adicionar novas funcionalidades que não foram inicialmente planeadas. Assim sendo, ainda teremos que manter contacto com o projecto durante algum tempo após a sua entrega para garantir a manutenção do sistema.
AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Instituto de História da Arte da FCSH-UNL por nos ter proposto o tema que serviu de base à realização deste trabalho. Estamos particularmente gratos à Prof.ª Dr.ª. Ana Rodrigues e à Mestre Ana Glória pela disponibilidade demonstrada no acompanhamento da realização do projecto, fornecendo toda a informação e esclarecimentos necessários. Gostaríamos também de expressar a nossa gratidão para com os nossos orientadores, o Professor Rui Neves Madeira, o Prof. José Pereira e a Prof.ª. Leonor Pires. Foram uma peça fulcral para o sucesso do projecto tendo-nos guiado no caminho correcto com vista a apresentar bons resultados.
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
15
