Social TV: uma nova experiência televisiva

September 30, 2017 | Autor: D. Maria Veiga Si... | Categoria: TV, Social TV, Second-screen, Social TV Analytics, Segunda Tela
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16/12/2014

Social TV: uma nova experiência televisiva | LIGA TV

LIGA TV Laboratório de Investigação e Análise Crítica de Televisão da ECA­USP

Social TV: uma nova experiência televisiva DEZ 16 Publicado por Liga TV

(https://ligatvusp.files.wordpress.com/2014/12/iphone‑472197_640.jpg) Colaboração de Daiana Sigliano (UFJF) Publicada anualmente pelo Massachusetts Institute of Technology o Breakthrough Technologies lista as dez tecnologias emergentes consideradas mais promissoras pelos pesquisadores do instituto. A seleção abrange distintas áreas de pesquisa, os escolhidos vão desde a criação de biocombustíveis, células solares mais eficientes, combate ao aquecimento global, desenvolvimento de medicamentos para doenças, mapeamento cerebral, armazenamento de dados em nuvem, até telas 3D em dispositivos móveis (TECHNOLOGY REVIEW, 2014). Para entrar em uma das listas mais influentes do mundo, capaz de impactar as esferas comerciais, políticas e sociais, basta se enquadrar em uma pergunta: ela tem potencial transformador?[1]. Segundo o MIT este é o cerne do Breakthrough Technologies, não importa a área de aplicabilidade, mas a capacidade de transformação da tecnologia empregada (BULKELEY, 2010). Foi assim que a Social TV ficou conhecida pelo grande público. Apesar ter sido cunhado em 2008 por Klym e Montpetit – do Research Lab for Electronics do MIT – o http://ligatvusp.wordpress.com/2014/12/16/social­tv­uma­nova­experiencia­televisiva/

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Social TV: uma nova experiência televisiva | LIGA TV

fenômeno só se popularizou depois de ser apontado pelo instituto como uma das principais promessas de 2010 (TECHNOLOGY REVIEW, 2010). A Social TV se refere à utilização das redes sociais, em especial o Twitter, de maneira síncrona à programação televisiva (PROULX e SHEPATIN, p. ix, 2012). O fenômeno resgata elementos que sempre fizeram parte da televisão: o watercooler[2] e a experiência compartilhada. A TV favorece a interação social, os comentários durante a programação integram seu modo de recepção. Entretanto, na Social TV as impressões que antes esvaneciam na sala de estar dos telespectadores são transportadas para o ciberespaço. Jeffrey Cole, diretor do Centro para o Futuro Digital da University of Southern California, afirma que essa integração entre o conteúdo televisivo e o Twitter fez com que o público redescobrisse a experiência coletiva e o appotintment televison[3] na Post‑Network Television. Segundo o pesquisador, em 1974 a média estadunidense era de 16 horas semanais em frente à TV, em 2010 esse número chegou a 36 horas (ISTO É NEGÓCIOS, 2011). Jeffrey afirma que o crescimento é uma consequência do co‑ viewing virtual. A Social TV resgata o modelo de televisão da década de 1970, em que toda família se reunia em torno do aparelho. Porém, na contemporaneidade, o núcleo familiar dá lugar ao ciber‑watercooler e estabelece novos laços sociais.  Wolton (1996, p.123‑124) defende que a televisão tem o poder de reunir sujeitos de distintas camadas sociais em torno de uma atividade simultânea. A TV se torna peça fundamental na construção e no compartilhamento de uma esfera pública de debates; e na formação de laços entre o indivíduo e a massa, o particular e o geral. Na Social TV este laço social se estabelece também no ciberespaço, pois além de comentar a programação com os amigos, vizinhos ou colegas de trabalho os telespectadores compartilham suas opiniões nas redes sociais. O público tem a oportunidade não só de integrar o backchannel[4], mas de produzir e interagir com as distintas camadas narrativas dos programas através de aplicativos e ações devolvidas pelas emissoras. As novas dinâmicas do watercooler e da experiência compartilhada são apenas o ponto de partida para o espectro de possibilidades criadas pela Social TV. Além de proporcionar a simbiose entre o ambiente televisivo e o computacional, a TV em duas telas funciona como uma espécie de monitor cardíaco da audiência. Através da Interface de Programação de Aplicações do Twitter e da mineração das hashtags, as emissoras podem acompanhar em tempo real o perfil demográfico e psicográfico do seu público. Hill (2014) pontua que os vestígios digitais deixados pelos telespectadores ao comentarem uma atração na rede social possibilitam que os canais reúnam, de uma maneira até então inédita, informações sobre os hábitos e preferências da audiência. Com base nesses dados, os anunciantes e as emissoras tem a oportunidade de criar produtos mais eficazes e segmentados. As produções ficcionais seriadas estadunidenses sempre estiveram na vanguarda no que se refere à aplicação dos fenômenos da Cultura da Convergência (JENKINS 2008; ROSE, 2010). Programas como Lost (2004), Chuck (2007) e Fringe (2008) fundamentaram a transmídia e a cultura participativa de uma maneira inédita, o mesmo pode ser observado na Social TV. As séries de TV se destacam não só por incorporarem as características do fenômeno, mas por serem pioneiras no desenvolvimento de ações. Porém, Montpetit (2012) destaca a complexidade do ecossistema da TV em duas telas. Segundo a autora, cada gênero, cada programa se comporta de forma distinta diante das possibilidades imersivas, participativas e interativas do fenômeno.

A Social TV marca uma nova fase na produção, recepção e interação do sujeito contemporâneo2/5

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Social TV: uma nova experiência televisiva | LIGA TV

A Social TV marca uma nova fase na produção, recepção e interação do sujeito contemporâneo com conteúdo televisivo. Conforme defende Proulx “The TV today has become, once again, a new media[5]” (LOST REMOTE, 2011). Uma TV que não só se atualiza diante das potencialidades do ambiente de convergência, mas resgata características que sempre a integraram em uma experiência imersiva que vai além da tela. [1] Livre tradução para: “Is the technology likely to change the world?” (BULKELEY, 2010) [2] Comentários feitos durante ou depois da programação televisiva. [3] “Assistir em tempo real”, ou popularmente chamado “televisão com hora marcada”. [4] Comentários gerados nas redes sociais a partir de um evento televisivo (PROULX; SHEPATIN, 2012). [5] A TV hoje tornou‑se, mais uma vez, uma nova mídia” (LOST REMOTE, 2011) (livre tradução da autora). Referências 10 Breakthrough Technologies, 2010. Disponível em:
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