Sombras e Silêncios na Cidade-Luz

June 19, 2017 | Autor: C. Pereira da Sil... | Categoria: International Relations, Terrorism, International Terrorism, Refugee Studies, International Security, Political Violence and Terrorism, Nationalism, Islamophobia, Counter terrorism, War on Terror, Relaciones Internacionales, Terrorism and media, Paris, Xenophobia, al-Qaeda, Relações Internacionais, Refugees and Forced Migration Studies, International Relations, Security, Strategic Studies, Politics, Global War on Terror, Politics and International relations, Terrorismo, Proxy Wars, Islamic State, French Nationalism, Relations Internationales, European Union Common Foreign and Security Policy, Terrorism and Counterterrorism, Domestic and International State Policies That Counter Islamic Terrorism, Syrian Civil War, Syria Civil War, Islamic State of Iraq and the Levant, Charlie Hebdo, Political Violence and Terrorism, Nationalism, Islamophobia, Counter terrorism, War on Terror, Relaciones Internacionales, Terrorism and media, Paris, Xenophobia, al-Qaeda, Relações Internacionais, Refugees and Forced Migration Studies, International Relations, Security, Strategic Studies, Politics, Global War on Terror, Politics and International relations, Terrorismo, Proxy Wars, Islamic State, French Nationalism, Relations Internationales, European Union Common Foreign and Security Policy, Terrorism and Counterterrorism, Domestic and International State Policies That Counter Islamic Terrorism, Syrian Civil War, Syria Civil War, Islamic State of Iraq and the Levant, Charlie Hebdo
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Sombras e Silêncios na Cidade-Luz Carlos Frederico Pereira da Silva Gama1 Publicado em 14 de Novembro de 2015 em NOO http://noo.com.br/sombras-e-silencios-na-cidade-luz/ “As luzes estão se apagando por toda a Europa, não as veremos acesas de novo em nossas vidas”2 O secretário de relações exteriores do Império Britânico Edward Grey definiu com essa frase a importância da declaração de guerra contra o Império Alemão em 3 de Agosto, 1914. A declaração britânica transformou o conflito entre duas alianças de impérios europeus em uma guerra mundial. 13 de Novembro, 2015. Sirenes tocam em Paris. Pela primeira vez desde a (segunda) guerra mundial. A cidade está fechada, como em 1942 (e 1871). As fronteiras da França com seus vizinhos, numa Europa integrada, estão lacradas. O presidente François Hollande declara estado de emergência e mobiliza o exército. De todas as partes da França para Paris, les enfants de la Patrie chegam: 1500 homens. Luzes acabam de se apagar na Europa. A Torre Eiffel se apagou em homenagem das centenas de mortos de um dia de horror em Paris. Mais de 100 mortos no famoso Bataclan, fãs de Rock assistindo ao show dos Eagles of Death Metal. Metralhados por terroristas que mantiveram reféns durante parte do dia, tornado uma matança. Hollande declarou que não haverá shows de rock na França por 3 dias. Nos bairros (arrondissements) X e XI, homens armados atiraram em frequentadores de restaurantes (como o Le Petite Cambogne) e galerias (como Les Halles). Entre mortos e feridos, 3 brasileiros. Torcedores assistindo ao jogo de futebol masculino entre França e Alemanha testemunharam a explosão de dois homens-bomba. O barulho foi ouvido no estádio durante o jogo. O presidente Hollande estava presente e foi prontamente escoltado pelas forças de segurança. Os torcedores permaneceram no Stade de France. Desceram das arquibancadas para o gramado. Ninguém entra, ninguém sai de Paris, onde não haverá disputas esportivas nos próximos dias. Hollande orientou os moradores a ficarem em casa. Aqueles que visitam a capital francesa (e que anualmente são milhões) ou que, expulsos de suas casas e terras, na Cidade-Luz buscam abrigo e refúgio (na casa dos milhares nos últimos meses) dependem da solidariedade dos moradores. Num dia em que os muros se erguem, nem todas as portas estão abertas.

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Professor de Relações Internacionais na Universidade Federal do Tocantins https://en.wikipedia.org/wiki/The_lamps_are_going_out

A solidariedade lança luz sobre outros muros que estão sendo erguidos na França e alhures. Em discurso logo após os atentados terroristas, Hollande disse que as fronteiras estavam fechadas pois os terroristas vinham “de fora” para atacar a França. Essa analogia entre a violência, o terror e o estrangeiro já fora utilizada pelo mandatário em Janeiro, após os ataques terroristas que mataram jornalistas do periódico Charlie Hebdomadaire, feito por uma ramificação do grupo Al-Qaeda3. A frase de solidariedade Nous Sommes Charlie se tornou um muro simbólico e um grito de guerra. Ao longo do ano, Hollande utilizou os atentados para justificar a participação francesa nos bombardeios à Síria em guerra civil, de onde 8 milhões de pessoas fugiram para todo o mundo. Junto com os EUA de Barack Obama e a Grã-Bretanha de David Cameron (e sem autorização do Conselho de Segurança da ONU), a França de Hollande bombardeia a Síria na expectativa de forçar a mudança de regime. O ditador Bashar Al-Assad (apoiado por Rússia e Irã) enfrenta grupos rebeldes (apoiados por Turquia e Arábia Saudita). O mais famoso desses grupos é o “estado” islâmico/ISIS. Apenas nos últimos 15 dias, uma série de violentos acontecimentos conecta os participantes dos bombardeios na Síria. O conflito internacionalizado tem desdobramentos que vão além da guerra por procuração entre estados, o ditador, grupos insurgentes e terroristas. No segundo semestre de 2015, o presidente russo Vladimir Putin interveio na Síria para salvar o ditador Assad, aprofundando os bombardeios sobre grupos rebeldes. Em 31 de Outubro, um avião russo explodiu quando sobrevoava o deserto do Sinai, no Egito, após deixar a cidade de Sharm ElSheik. 240 pessoas morreram. Após negar a possibilidade de atentado, autoridades russas (como o primeiro-ministro Dmitri Medvedev) admitiram que o avião não caiu por problemas mecânicos nem foi vítima de fenômenos naturais. O ISIS posteriormente clamaria responsabilidade pelo atentado. Em 12 de Novembro, numa região de maioria xiita de Beirute, capital do Líbano, 43 pessoas foram mortas e mais de 200, feridas, em atentados simultâneos envolvendo atiradores e homens-bomba – em ações deprimentemente similares às do dia seguinte, em Paris. O Líbano é o país que mais acolheu refugiados do conflito no país vizinho – atualmente, representam mais de ¼ de sua população. O ISIS, novamente, se disse autor dos atentados. Mais cedo no dia 13, o “garoto-propaganda” das decapitações do ISIS, “Jihadi John”, cidadão britânico, foi morto num ataque de drones na Síria, coordenado por EUA e Grã-Bretanha. O primeiroministro Cameron defendeu a morte de um concidadão dessa forma como “ato de justiça”. Horas depois, Obama e Cameron antecediam Hollande: falaram para o mundo sobre os atentados em Paris, mas sem menções ao conflito sírio. Seriam ações bárbaras de grupos desconhecidos. Nas redes sociais, integrantes do ISIS “comemoravam” seu bárbaro feito. Não estavam sozinhos. No momento em que os jornais de todo o mundo anunciavam que “o governo da França fechou as fronteiras do país para evitar a entrada de terroristas”, forças políticas islamófobas, xenófobas e racistas comemoravam, não apenas na França. Revivendo discursos como o do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, que chamava imigrantes de origem africana de “la canaille”. 3

http://noo.com.br/expectativas-desalinhadas/

As fronteiras da Europa já tinham se fechado ao longo de todo o ano, inviabilizando o acordo de Schengen e a livre-mobilidade na União Europeia. A justificativa era controlar o “fluxo” de refugiados, que seria ameaçador para uma Europa às voltas com uma grave crise econômica4. A internacionalização do conflito sírio não será “resolvida” com ações unilaterais dos participantes. A escalada das ações do ISIS demanda concertação, o que implica compartilhar expectativas e responsabilidades. Diante de um problema de segurança internacional, Hollande apela para um nacionalismo em declínio e empurra a política externa francesa (intervenções na Líbia, Síria, Mali, Iraque) para debaixo do tapete, no compasso da mídia que amplifica a narrativa do horror súbito. O horror cala fundo e o silêncio nunca é neutro5. Ao invés de assumir graves falhas de inteligência e a inutilidade das medidas de surveillance adotadas em seu governo, Hollande investiu na “ameaça externa”, num ano em que o presidente chamou de “imigrantes” os milhares de refugiados sírios em fuga. A reação do governo francês, via seu presidente, dá concretude à narrativa de grupos terroristas e grupos xenófobos: a cidade murada no país fechado num continente encapsulado6. Ninguém (“ameaças”) entra. Ninguém (“reféns”) sai. A tentativa de securitizar os refugiados encontra ampla ressonância em grupos políticos que se pudessem, apagariam as conquistas sociais de séculos de lutas por Liberté, Egalité, Fraternité. Algumas luzes se apagam ao desligar o interruptor. Outra vezes, a interrupção acontece nas palavras e nos silêncios. Simbolicamente, sem que vejamos, nos fechamos para possibilidades de evitar o pior. O Velho Continente da Cidade-Luz não pode se dar ao luxo de aguardar a penumbra.

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http://www.sidneyrezende.com/noticia/254709 http://ofuror.com/2015/11/12/rupturas-do-silencio-agonia-relacoes-empatia/ 6 http://noo.com.br/zooropa-desintegrada/ 5

14/11/2015

SOMBRAS E SILÊNCIOS NA CIDADE­LUZ

INSIDE OUT Em um mundo paralelo ao universo de Wes Anderson Todas as Matérias

COPA MARCANTE As marcas que mais se deram bem nesse Mundial

FOI TUDO ARMAÇÃO O Brasil não ganhou aquela Copa: a Itália foi a verdadeira campeã

A CHEGADA EM BERLIM Nossa colaboradora conta que os alemães não tavam aquela simpatia toda

AMIGO, DESAPEGA DA COPA O que fazer pra preencher esse vazio

OS BAIXINHOS DA COPA Registramos a vinda dos Player Escorts do McDonald's nessa Copa 1/1 ALLSOMBRAS E SILÊNCIOS NA CIDADE­LUZ 14/11/2015 às 2:36 am ­ por Carlos Frederico Pereira da Silva Gama

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“As luzes estão se apagando por toda a Europa, não as veremos acesas de novo em nossas vidas.” 3 de Agosto, 1914. O secretário de relações exteriores do Império Britânico, Edward Grey, definiu com essa frase a importância da declaração de guerra contra o Império Alemão. A declaração britânica transformou o conflito entre duas alianças de impérios europeus em uma guerra mundial.

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SOMBRAS E SILÊNCIOS NA CIDADE­LUZ

  13 de Novembro, 2015. Sirenes tocam em Paris. Pela primeira vez desde a (segunda) guerra mundial. A cidade está fechada, como em 1942 (e 1871). As fronteiras da França com seus vizinhos, numa Europa integrada, estão lacradas. O presidente François Hollande declara estado de emergência e mobiliza o exército. De todas as partes da França para Paris, les enfants de la Patrie chegam: 1500 homens. Luzes acabam de se apagar na Europa.  A Torre Eiffel se apagou em homenagem das centenas de mortos de um dia de horror em Paris.

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SOMBRAS E SILÊNCIOS NA CIDADE­LUZ

 

Rachel Bishop  @rfm511

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Sirens at Les Halles but all else quiet. Praying no further violence  here. #fusillade #chatelet #staysafe  20: 52 ­ 13 nov 2015

 

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Mais de 100 mortos no famoso Bataclan, fãs de Rock assistindo ao show dos Eagles of Death Metal. Metralhados por terroristas que mantiveram reféns durante parte do dia, tornado uma matança. Hollande declarou que não haverá shows de rock na França por 3 dias. Nos bairros (arrondissements) X e XI, homens armados atiraram em frequentadores de restaurantes (como o Le Petite Cambogne) e galerias (como Les Halles). Entre mortos e feridos, 3 brasileiros.

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SOMBRAS E SILÊNCIOS NA CIDADE­LUZ

  Torcedores assistindo ao jogo de futebol masculino entre França e Alemanha testemunharam a explosão de dois homens­bomba. O barulho foi ouvido no estádio durante o jogo. O presidente Hollande estava presente e foi prontamente escoltado pelas forças de segurança. Os torcedores permaneceram no Stade de France. Desceram das arquibancadas para o gramado.



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SOMBRAS E SILÊNCIOS NA CIDADE­LUZ

  Vincent Menichini  @v_menichini

 Seguir

Hélicoptère, pelouse envahie, scènes surréalistes.  19: 03 ­ 13 nov 2015

 

 2.910 

 2.033

Ninguém entra, ninguém sai de Paris, onde não haverá disputas esportivas nos próximos dias. Hollande orientou os moradores a ficarem em casa. Aqueles que visitam a capital francesa (e que anualmente são milhões) ou que, expulsos de suas casas e terras, na Cidade­Luz buscam abrigo e refúgio (na casa dos milhares nos últimos meses) dependem da solidariedade dos moradores. Num dia em que os muros se erguem, nem todas as portas estão abertas.

  A solidariedade lança luz sobre outros muros que estão sendo erguidos na França e alhures.

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SOMBRAS E SILÊNCIOS NA CIDADE­LUZ

Em discurso logo após os atentados terroristas, Hollande disse que as fronteiras estavam fechadas pois os terroristas vinham “de fora” para atacar a França. Essa analogia entre a violência, o terror e o estrangeiro já fora utilizada pelo mandatário em Janeiro, após os ataques terroristas que mataram jornalistas do periódico Charlie Hebdomadaire, feito por uma ramificação do grupo Al­Qaeda. A frase de solidariedade Nous Sommes Charlie se tornou um muro simbólico e um grito de guerra. Ao longo do ano, Hollande utilizou os atentados para justificar a participação francesa nos bombardeios à Síria em guerra civil, de onde 8 milhões de pessoas fugiram para todo o mundo. Junto com os EUA de Barack Obama e a Grã­Bretanha de David Cameron (e sem autorização do Conselho de Segurança da ONU), a França de Hollande bombardeia a Síria na expectativa de forçar a mudança de regime. O ditador Bashar Al­Assad (apoiado por Rússia e Irã) enfrenta grupos rebeldes (apoiados por Turquia e Arábia Saudita). O mais famoso desses grupos é o “estado” islâmico/ISIS. Apenas nos últimos 15 dias, uma série de violentos acontecimentos conecta os participantes dos bombardeios na Síria. O conflito internacionalizado tem desdobramentos que vão além da guerra por procuração entre estados, o ditador, grupos insurgentes e terroristas.

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No segundo semestre de 2015, o presidente russo Vladimir Putin interveio na Síria para salvar o ditador Assad, aprofundando os bombardeios sobre grupos rebeldes. Em 31 de Outubro, um avião russo explodiu quando sobrevoava o deserto do Sinai, no Egito, após deixar a cidade de Sharm El­Sheik. 240 pessoas morreram. Após negar a possibilidade de atentado, autoridades russas (como o primeiro­ministro Dmitri Medvedev) admitiram que o avião não caiu por problemas mecânicos nem foi vítima de fenômenos naturais. O ISIS posteriormente clamaria responsabilidade pelo atentado. Em 12 de Novembro, numa região de maioria xiita de Beirute, capital do Líbano, 43 pessoas foram mortas e mais de 200, feridas, em atentados simultâneos envolvendo atiradores e homens­bomba – em ações deprimentemente similares às do dia seguinte, em Paris. O Líbano é o país que mais acolheu refugiados do conflito no país vizinho – atualmente, representam mais de ¼ de sua população. O ISIS, novamente, se disse autor dos atentados.

Mais cedo no dia 13, o “garoto­propaganda” das decapitações do ISIS, “Jihadi John”, cidadão britânico, foi morto num ataque de drones na Síria, coordenado por EUA e Grã­Bretanha. O primeiro­ministro Cameron defendeu a morte de um concidadão dessa forma como “ato de justiça”. http://noo.com.br/sombras­e­silencios­na­cidade­luz/

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SOMBRAS E SILÊNCIOS NA CIDADE­LUZ

Horas depois, Obama e Cameron antecediam Hollande: falaram para o mundo sobre os atentados em Paris, mas sem menções ao conflito sírio. Seriam ações bárbaras de grupos desconhecidos. Nas redes sociais, integrantes do ISIS “comemoravam” seu bárbaro feito. Não estavam sozinhos. No momento em que os jornais de todo o mundo anunciavam que “o governo da França fechou as fronteiras do país para evitar a entrada de terroristas”, forças políticas islamófobas, xenófobas e racistas comemoravam, não apenas na França. Revivendo discursos como o do ex­presidente francês Nicolas Sarkozy, que chamava imigrantes de origem africana de “la canaille”. As fronteiras da Europa já tinham se fechado ao longo de todo o ano, inviabilizando o acordo de Schengen e a livre­mobilidade na União Europeia. A justificativa era controlar o “fluxo” de refugiados, que seria ameaçador para uma Europa às voltas com uma grave crise econômica. A internacionalização do conflito sírio não será “resolvida” com ações unilaterais dos participantes. A escalada das ações do ISIS demanda concertação, o que implica compartilhar expectativas e responsabilidades. Diante de um problema de segurança internacional, Hollande apela para um nacionalismo em declínio e empurra a política externa francesa (intervenções na Líbia, Síria, Mali, Iraque) para debaixo do tapete, no compasso da mídia que amplifica a narrativa do horror súbito.

(Membros do governo francês reunidos após os ataques)   O horror cala fundo e o silêncio nunca é neutro. Ao invés de assumir graves falhas de inteligência e a inutilidade das medidas de vigilância adotadas em seu governo, Hollande investiu na “ameaça externa”, num ano em que o presidente chamou de “imigrantes” os milhares de refugiados sírios em fuga. A reação do governo francês, via seu presidente, dá concretude à narrativa de grupos terroristas e grupos xenófobos: a cidade murada no país fechado num continente encapsulado. Ninguém (“ameaças”) entra. Ninguém (“reféns”) sai. A tentativa de securitizar os refugiados encontra ampla ressonância em grupos políticos que se pudessem, apagariam as conquistas sociais de séculos de lutas por Liberté, Egalité, Fraternité. Algumas luzes se apagam ao desligar o interruptor. Outra vezes, a interrupção acontece nas palavras e nos silêncios. Simbolicamente, sem que vejamos, nos fechamos para possibilidades de evitar o pior. O Velho Continente da Cidade­Luz não pode se dar ao luxo de aguardar a penumbra.

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SOMBRAS E SILÊNCIOS NA CIDADE­LUZ

  Carlos é Doutor em Relações Internacionais, Professor na Universidade Federal do Tocantins. *Nota a quem interessar possa: as opiniões explicitadas nesta matéria são exclusivamente do autor. A NOO é um espaço aberto ao debate, queremos estimular a troca de ideias. Se você tem uma visão diferente sobre esta ou outras questões, sinta­se mais do que livre para enviar sua opinião pra cá: [email protected] –  Se ela for construtiva e bem embasada, ficaremos felizes em publicá­la ; ) 

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