Spyller - Quando a casa fica feliz.

July 15, 2017 | Autor: Sonia Vaz | Categoria: Literatura, Psicología clínica, Psicologia
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Spyller - Quando a casa fica feliz

Spyller veio de volta do arco-iris que pairava numa terra muito, muito distante.
No caminho seu caldeirão espalhava cintilantes susbstâncias de intensidade e a cada vez que borbulhava, o caldeirão pulava, ribonbava, rodopiava e saia da rota que logo era corrigida pela sua colher de pau com a qual ia remando pelo céu.
Taipã a viu de longe com seu olhar de águia e cheirando o ar disse ao morcego do radar: Sebastian temos visita, vamos nos preparar!
Sebastian imediatamente colocou seus óculos. Sem eles Sebastian não enxerga nadinha de nada. Taipã foi à frente e preparou uma clareira com balanço. Sabia que Spyller adorava.
O morcego Sebastian colheu flores e frutas para a conversa se animar.
Spyller pousou com seu caldeirão e logo foi se balançar, rindo muito com o frio na barriga quando alcançava uma grande altura, enquanto Sebastian fazia volteios por sobre a sua cabeça.
Vou lhes contar uma história, anunciou Spyller. Era o que todos estavam esperando.
E começou assim:
Era uma vez e não era uma vez, eu estava numa casa com muitas pessoas alegres, tristes, cansadas, animadas, risonhas e choronas, vejam vocês!
Uma delas, em especial, me chamou muito a atenção. Ela não tinha rosto, era invisível.
Só sabíamos que estava ali devido suas roupas que não eram, como ela, invisíveis.
Ela estava retocando sua maquiagem junto ao espelho quando alguém chegou dizendo-lhe que seu sobrinho havia aceitado seu convite para o jogo de xadrez e que a esperava na sala.
Olhou para mim e me disse como quem diz a si mesmo:
- Não gostaria que meu sobrinho me visse invisível, mas eu o amo tanto, não posso deixar de ir recebê-lo.
Assim dizendo foi correndo para a sala, ao se virar para o menino que ainda estava à porta, sorriu com muito carinho e, nesse exato instante, já não era mais invisível!
Quando sai de lá, ambos, tia e sobrinho, conversavam animadamente.
E essa é uma história de muita gente contente. Muita gente descontente. Muita gente rica. Muita gente pobre. Muuuiiitaaaa gente de longe e de perto.
Sebastian, rindo um hihihihihihiiii, comentou que o menino tem poder sobre ela.
Taipã, mais velho, mais sábio, mais desprovido de defesas deu o fecho de ouro à história de Spyller, dizendo simplesmente assim:
"Ela não existe sem o afeto."
E toda a casa se alegrou.



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