TEATRO SAO PEDRO

October 3, 2017 | Autor: Lucas Moura | Categoria: Historia
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A revolução Industrial (1760 a algum momento entre 1820 e 1840) é um divisor de águas na história e estava sendo descoberta na europa. Os ideais do iluminismo e um renovado interesse pela cultura da antiguidade clássica se faziam presentes. No Brasil, existem relatos de que começa uma revolução no Rio Grande do Sul. Um relatório, de 1835, que era escrito pelo governador em todo 1º dia do mês de Dezembro prestando contas - trazia queixas da falta de segurança nas cidades e vilas devido à ação de malfeitores. A situação do estado era crítica, com impostos altos, o baixo valor do charque e o ultrapassado sistema escravocrata, a economia era precária, a população começou a rebelar-se e o número de saqueadores aumentar. Revoltados com a falta de segurança e poucos investimentos - havia uma única escola na capital e dois hospitais no estado: Porto Alegre e Rio Grande - a população entrou em conflito com os governantes e logo iniciou-se a Revolução que durou 10 anos. A obra do teatro já havia iniciado antes mesmo dos conflitos, a construção havia ido além das fundações, porém não puderam ser aproveitadas por que o presidente Soares d'Andrea pôs que o novo teatro fosse de maiores dimensões o que implicou na total reformulação do projeto.

La Scala, Milão

Teatro de Berlin

O teatro surgiu partir da iniciativa de uma sociedade acionária de doze pessoas, na verdade mais que isso, a ideia era dar à província um edifício representativo que a elevasse simbolicamente ao nível das principais capitais e que correspondesse às atuais tendências da época em nível internacional. O centro da Capital e o seu próprio desenvolvimento deveria ser marcado com esse edifício-símbolo. Era o Theatro São Pedro de Alcântara, cujos rendimentos seriam destinados para auxílio da Santa Casa de Misericórdia. O Presidente da Província, Manoel Antonio Galvão, doou um amplo terreno na praça da matriz e solicitou ao Rio de Janeiro um plano segundo modelos europeus. As obras foram iniciadas em 1834, mas estiveram interrompidas por dez anos, ainda na fase dos alicerces, em função da Revolução Farroupilha ocorrida entre 1835 e 1845.

Depois da guerra, para continuidade das obras foi constituída uma nova sociedade, ainda de caráter privado. Os trabalhos foram retomados em 1850 com o projetista Phillip Normann. E as verbas para a construção do teatro vinham de uma autorização do governo que concedeu lucros de um programa de loterias. Assim, em junho de 1858 com a apresentação do drama “Recordações da Mocidade” estava inaugurado o Theatro São Pedro. Com decoração em veludo e ouro e capacidade para 700 espectadores, o São Pedro inseria a pequena Porto Alegre e seus 20 mil habitantes no mundo efervescente das artes.

Em abril de 1973, o Theatro São Pedro foi interditado por "absoluta falta de condições técnicas". O imponente prédio quase sucumbiu a falta absoluta de manutenção. As obras de restauração iniciaram em 1975, sob a orientação de Eva Sopher, que na época dirigia o Instituto Proarte, com a idéia de "integração do passado com o presente". A reinauguração aconteceu em nove anos mais tarde, e em sua nova fase, o teatro tem sido administrado pela Fundação Theatro São Pedro, criada em 1982 e desde então dirigida por Dona Eva Sopher, ligada de forma autônoma à Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo, o Teatro São Pedro faz parte de um patrimônio cultural mais amplo, latino-americano e até mesmo europeu-americano, inserindo a capital gaúcha na série de cidades do continente e da Europa que possuem até hoje nas suas casas de espetáculos edifícios emblemáticos, determinantes de imagens urbanas e de identidades.

Georg Karl Phillip Theodor von Normann (18181862), nasceu em Halle (Alemanha) e se formou em engenharia e arquitetura. Após a formatura foi trabalhar na construção de uma estrada de ferro no sul da Suécia. Inicialmente foi para a colônia de Freiburgo, perto de Petrópolis. Em 1848, veio a Porto Alegre onde foi encarregado da administração da distribuição de ferramentas entre os imigrantes. Seus conhecimentos de arquitetura se tornaram rapidamente conhecidos (provavelmente por ter realizado projetos para particulares) e logo foi contratado pelo governador Soares d'Andrea para projetar as obras mais importantes de sua administração. Esta afeição provavelmente deve se estabelecido porque o governador descobriu que ele tinha conhecimento da nova arquitetura francesa que estavam divulgando no Rio de Janeiro. Por isso Soares d'Andrea o tomou sob sua proteção e não o desamparou mesmo quando os ataques sobre sua atuação se tornaram agressivos.

Com linguagem arquitetônica historicista de inspiração clássica possui uma volumetria simples e sóbria que transmite a ideia de solidez palacial. O pórtico avançado, simétrico, identifica a entrada principal, emoldurado por arcos plenos, com divisão frontal tripartida de quatro pilastras iguais, encimadas por um entablamento coroado pela balaustrada do terraço superior. As aberturas são amplas, dispostas ritmicamente e arrematas, na parte inferior, por delicadas balaustradas. No andar inferior são encimadas por arcos plenos compondo, na fachada principal, com a arcada do pórtico. Já no andar superior, a verga da abertura é reta, mas as janelas são realçadas por pequenos frontões.

O projeto, inicialmente, era de um edifício gêmeo ( a Casa da Câmara, também do arquiteto ) em uma das laterais da Praça Marechal Deodoro. A praça, por si, continha uma fonte no centro, que criava um ambiente tipicamente neoclássico. Durante as obras, surgiram discussões sobre a concepção do projeto, e Normann foi duramente criticado, e esse por sua vez tentou fugir da rigidez prismática do neoclassicismo, ainda que seu partido continuasse preso a este estilo. Os frontões triangulares sobre cada uma das aberturas, as platibandas com saliências e reentrâncias e a cornija modilhonada acentuam os jogos de luz e sombra.

3 2 1

ACESSO

TERRAÇO

GALERIAS

FOYER/ CAFÉ

CAMAROTES PALCO HALL

PLATEIA PORÃO/ ADM.

Foram muitas reformas que modificaram o projeto original, entre 1943 e 1946, passou por uma adaptação, quando foram encobertos seus elementos arquitetônicos e decorativos originais. Em 1975, quando estava em precárias condições de conservação, foram iniciadas as obras de recuperação e restauração, reabrindo as portas em 1984. Buscando-se o resgate de suas características originais, alguns elementos internos puderam ser recuperados, como os gradis das galerias; outros foram recriados, como os lustres e a pintura do forro da plateia. As modificações que chamam primeiramente a atenção são a substituição das tesouras do telhado por estrutura metálica e a remoção dos restos do forro primitivo.

No forro substituído continham formas clássicas, com inspiração grega. Nas imagens mostramos fases de sua desconstrução.

O lustre foi redesenhado pelo arquiteto Carlos Mancuso, inspirado no original com 68 mangas de cristais. Tem aproximadamente 4m de comprimento e 600 kg.

A pintura do forro com motivos da fauna e da flora gauchesca, foi elaborada por Léo Dexheimer, Plínio Bernhardt, Danúbio Gonçalves e Carlos Mancuso.

Bibliografia:

http://www.ctac.gov.br/tdb/portugues/teatro_saopedro2.asp http://www.ctac.gov.br/tdb/portugues/teatro_saopedro1.asp http://www.iphae.rs.gov.br/Main.php?do=BensTombadosDetalhesAc&item=16116 http://www.procempa.com.br/ http://www.teatrosaopedro.com.br/tsp/historia http://pt.wikipedia.org/wiki/Theatro_S%C3%A3o_Pedro_(Porto_Alegre) Síntese Rio-Grandense ARQUITETURA - Weimer, Günter - Editora UFRGS (pg.80 à 85)

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