Teatro Vs Cinema (2009)

May 27, 2017 | Autor: A. Cardeira | Categoria: Cultural Studies, Theatre Studies, Digital Cinema, Cinema, Theatre
Share Embed


Descrição do Produto

Teatro Vs Cinema Perspectivas da plateia. O comando que o cinema faz com a câmara integra-nos numa maneira de ver pré-concebida pelo realizador. Ao passo que no teatro temos uma maior liberdade para olharmos para onde queremos mesmo estando reduzidos a uma ou mais cenas... (Reflicto sempre no geral.... Fica aqui um cheirinho.)

Exfoliação Há temas que me preocupam bastante. Tudo bem, desde pobreza em que a relação Homem-Homem já quase não existe, e ao que parece querem nos reduzir a um terço neste mundo. Mas são problemas que já estamos cientes. Poderei estudá-los mas acho que uma boa conversa de café (ou milhões) dá para debater estes temas. O que venho expor é outro tipo de problema. Desde que tive uma aula de Pintura (e que aula! aprendi mais em uma hora e meia que num ano do secundário) que tenho pensado numa situação... Provavelmente já a maioria dos cineastas, realizadores, encenadores (tudo o que estiver relacionado com estes campos) já pensaram mas não encontro nada sobre esta diferenciação em escrito algo, tanto em papel como em digital. O Cinema obriga a pessoa a tomar a visão do realizador, então e o encenador com o teatro? Campo aberto, plateia a olhar para o que quiser. Tanto pode tomar atenção à peça como pode dormir, jogar telemóvel.

Fonte http_upload.wikimedia.org_wikipedia_commons_a_a1_Plateia_teatro_22111940



Também no Cinema, podemos ir dormir é certo mas o que quero problematizar é no plano de observação.



Censura

Felizmente que os Irmãos Lumière inventaram o cinema no fim do século XIX, não afirmo o contrário. Simplesmente deparo-me obrigada a mirar o que o realizador quer que vejamos. Não existe tempo presente no cinema, também existe esta problemática. Apesar de no teatro haver uma continuidade (agora começam a aparecer os intervalos mas esquecendo este pequeno pormenor), o encenador consegue criar tempo na acção. Minutos a anos, com mudança de espaço, luzes, máscaras artísticas, tudo mais. Mas o espectador está dentro desse acontecimento. No cinema não sabemos quanto tempo levam a filmar a cena, contudo consegue produzir, por vezes, melhor esclarecimento de cenas (introdução de fade out/in, legendas com explicação nas passagens de cena). Apesar de tudo, o cinema consegue evoluir em apenas um século. Mesmo havendo uma progressão ao nível do teatro, não se pode comparar à da indústria cinematográfica. Desde que existe cinema que se tem tentado passar do real teatro para a tela do cinema. Como sabemos o teatro vem já do tempo dos gregos e tem se mantido algo semelhante. É claro que em termos de acústica e iluminação não se comparam mas o meio é sempre o mesmo, o homem. O cinema consegue obter efeitos melhores mas também não passa muito mais disto porque os actores (por enquanto) são humanos como no teatro, como sempre foram porque ambos os campos são humanos. O temas retratados em cada âmbito são semelhantes em muito casos, os problemas do homem, a consciência humana, a humanidade. Mas em todo o caso, o teatro consegue um impacto maior que o cinema. Felizmente que a emoção ainda não foi substituída pelos efeitos especiais, mas acabará em breve. O teatro, por outro lado, está bastante restringido nos efeitos, mais especificamente, nos efeitos especiais. Não se pode comparar a qualidade de imagem. O olho humano é a melhor câmara da humanidade. Contudo, resvala bastante em termos de espaço cénico. Os actores estão fechados num só espaço, mesmo que dentro desse espaço, o cenário mude, o espaço em si não. Façamos uma comparação de vistas.

Inevitável Câmara

Aqui vai disto. Uma vista do cinema, o plano de visão, condicionado pelo ecrã.

Fonte http-_galalitescreens.com_images_Cinemascreen3forweb

Uma vista do teatro, plano total, condicionado pelo espaço cénico.

Fonte http-_www.freewebs.com_debcox_view%20from%20the%20stage

Teatro: Temos o palco à nossa frente, respiramos o mesmo ar dos actores, entramos na cena, fazemos parte da história. Conseguimos observar tudo o que nos aparecer, desde luzes, sombras, caras a papeis no chão. O espectador tem uma maior liberdade. Já para não referir a sua reflexão de ethos. Podemos colocar-nos tanto do lado do bom como do mau, da mulher ou do homem. Naturalmente que as mulheres terão uma sensibilidade maior para colocarem-se so lado do seu sexo, e os homens assim também como seu. Mas já é um estudo psicológico do teatro. No teatro sai-se com a cabeça a doer em reflexões, pensamentos, ilações... No cinema é raro porque é raro o filme forte de senso. Que pensará o encenador. Com certeza que tem de fazer um estudo social e tentar perceber para onde é que a maioria vai tomar atenção. Quem pensa que é para a personagem que fala, engana-se. Não funciona assim, nunca funcionou. Tanto que existem vozes off. Cinema: Primeira vantagem em relação ao teatro é a câmara subjectiva que é impossível obter no teatro. Mas a obrigação de observarmos o que o realizador deseja não descansa, tanto que nem com o uso do close-up como com o contra campo ou com o travelling consegue substituir a curiosidade do espectador atento. Talvez a panorâmica ou o plano geral salve um pouco esta agonia. Por vezes a vontade de rasgar com o plano e espreitar é grande. Perde-se o interesse pelo cinema. Mas cresce com a fascinação pelos efeitos especiais que o cinema tem conseguido desenvolver. Que pensará o realizador. Com certeza que com a câmara não é difícil de direccionar o olhar dos espectadores para onde ele quer. (Nem vou falar das legendas... Apesar de muitas vezes ser essencial como nos filmes russos ou japoneses, qualquer com uma língua que não tenhamos conhecimento, que é essencial, tudo bem. Mas filmes em português, inglês, francês, espanhol ou italiano; fico perturbada ao pensar que as pessoas passam a maior parte do tempo a olhar para as legendas! Como puderam elas tomar atenção à acção? Bem, abomino completamente os filmes dobrados, acho ridículo... É um dos problemas da linguística já nem vou desenvolver o problema de significado porque difere de língua para língua, isso é uma questão semiológica. Tudo bem, o homem que se adapte.)

Fonte cinepe_plateia.http-_www.revistaogrito.com_page_wpcontent_uploads_2008_05_cinepe_plateia

The End Pois bem, a questão fica. Se calhar com uma ajuda poderei aprofundar isto (talvez nas férias). Mas o meu grande plano de focagem assenta mais no cinema que no teatro. O teatro como exemplo de liberdade visual para afundar o cinema. O cinema como exemplo de prisão visual.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.