Tempos de Crise e Oportunidades

July 26, 2017 | Autor: C. Pereira da Sil... | Categoria: International Relations, Foreign Policy Analysis, International Political Economy, Foreign Policy, International Economic Relations, History of Brazilian Foreign Relations, Brazilian Foreign policy, Economic Crises, Economic Crisis, BRICS, Relações Internacionais, Política Externa, História da Política Externa Brasileira, Politics and International relations, governo Lula, Lula's government, Politica Externa brasileira no governo lula, Estudos de Defesa, Defesa Estratégica, Segurança Estratégica, Segurança Externa, Segurança Interna, Segurança Pública, Gestão Estratégica Internacional, Sistema Interestatal, Guerras e Conflitos, Poder, Ciência Política, Sociologia, Antropologia., Emerging powers of Global South: Rising BRICS Countries, Emerging powers, Global power shift, Rise of BRICS Countries, BRICS nations (Brazil, Russia, India, China and South Africa), BRICS including South Africa, Política Externa Brasileira, Economia internacional, Relations Internationales, Política Externa do Governo Lula, A política externa Brasileira, relevance of BRICS in contemporary politics, Dilma Rousseff Foreign Policy, Fernando Henrique Cardoso, Política no Brasil Governo Lula e Dilma, History of Brazilian Foreign Relations, Brazilian Foreign policy, Economic Crises, Economic Crisis, BRICS, Relações Internacionais, Política Externa, História da Política Externa Brasileira, Politics and International relations, governo Lula, Lula's government, Politica Externa brasileira no governo lula, Estudos de Defesa, Defesa Estratégica, Segurança Estratégica, Segurança Externa, Segurança Interna, Segurança Pública, Gestão Estratégica Internacional, Sistema Interestatal, Guerras e Conflitos, Poder, Ciência Política, Sociologia, Antropologia., Emerging powers of Global South: Rising BRICS Countries, Emerging powers, Global power shift, Rise of BRICS Countries, BRICS nations (Brazil, Russia, India, China and South Africa), BRICS including South Africa, Política Externa Brasileira, Economia internacional, Relations Internationales, Política Externa do Governo Lula, A política externa Brasileira, relevance of BRICS in contemporary politics, Dilma Rousseff Foreign Policy, Fernando Henrique Cardoso, Política no Brasil Governo Lula e Dilma
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23/03/2015 11h23

Artigo: Tempos de Crise e Oportunidades Carlos Frederico Pereira da Silva Gama*

27.2K 1993 não parecia um ano promissor para a política externa brasileira. Tweet

No day after do impeachment de Fernando Collor de Mello, Itamar Franco assumiu uma economia em retração. O produto interno bruto era inferior ao de 1989. A inflação atingiu cifras difíceis de se imaginar: 1182% em 1992 e 2477% em 1993. A moeda nacional (o cruzeiro real) era motivo de piada. Nesse contexto, um evento memorável foi a renegociação da dívida externa brasileira, tarefa que coube ao então chanceler Fernando Henrique Cardoso. O Brasil aderiu ao Plano Brady, formulado em 1987, auge da década perdida e ano em que a Bolsa de Nova York voltou a quebrar. Um voto de confiança foi dado pelos credores à economia com a então maior dívida externa do globo. Um outro evento de 1993 passou despercebido, diante da urgência de evitar uma nova moratória da dívida que aprofundaria os dilemas de uma economia combalida e instável. Em 1993, o Brasil estabeleceu uma parceria estratégica com a República Popular da China. A China também vivia uma época de turbulência política e desaceleramento econômico. Após a repressão às manifestações da Praça da Paz Celestial, o país ficou isolado politicamente. A economia que crescia a taxas superiores a 10% nos anos 1980 começou a década seguinte a menos de 3%. Os Estados Unidos viviam um boom econômico pós-Guerra Fria impulsionado pela alta tecnologia durante o primeiro governo Bill Clinton. Nesse momento, uma parceria estratégica com os chineses parecia algo exótico e distante dos dilemas mais urgentes da economia brasileira. http://www.sidneyrezende.com/noticia/247253

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20 e poucos anos depois, a China é a maior economia do globo e o Brasil, uma das 10 maiores. Integrantes do grupo BRICS acabam de oficializar o Novo Banco de Desenvolvimento, dotado de centenas de bilhões de dólares para investimentos nos emergentes e países menos desenvolvidos. China e Brasil, não obstante, desaceleraram seu crescimento econômico recentemente, após responderem rapidamente à crise econômica de 2008. Medidas anticíclicas adotadas em 2008/2009 colocaram os BRICS na dianteira da economia mundial. À medida que EUA e Europa (epicentros da crise, que começou nos mercados imobiliários) se retraíam, China e Brasil mantinham taxas de crescimento robustas - beirando os 10% no caso chinês e chegando a 7,5% no Brasil em 2010. As medidas contra a crise - corretamente adotadas - também tiveram seus custos, bastante visíveis em 2015. No caso chinês, um incremento da dependência de combustíveis fósseis e os impactos no infraestrutura urbana de um êxodo rural calculado em 180 milhões de pessoas até 2021. O Brasil de Lula optou por incentivar o consumo das novas classes médias (via incentivos de crédito), manter os níveis de emprego e o valor da moeda, sem mudanças na matriz econômica. Diante do retraimento de tradicionais parceiros comerciais/investidores, o Brasil aprofundou parcerias Sul-Sul (como os BRICS) e buscou alavancar o investimento externo de suas maiores empresas via BNDES. A Petrobras ocupava lugar central nessa estratégia - maior empresa da América Latina e detentora de um patrimônio recém-descoberto que poderia sustentar voos mais altos (o Pré-Sal). A realização de megaeventos esportivos era outra alternativa para aquecer a economia. Recentemente, a China declarou guerra à "poluição" e implementou uma série de medidas para redirecionar o país para uma economia verde. Estas incluem a desativação de centenas de milhares de indústrias nas principais metrópoles do país (10.000 somente na região de Shanghai/Pudong). Os efeitos da mudança de rumo na economia chinesa derrubaram os índices de crescimento para a casa de 5% (tornando a Índia a economia mais dinâmica do planeta em futuro próximo). Enfrentada a crise, o Brasil se depara com obstáculos estruturais. A capacidade instalada da indústria se encontra próxima do nível máximo e a produtividade parou de crescer. Isso dificulta concorrer com os principais mercados - e ironicamente, com os emergentes como a Índia e a China. O consumo das classes médias emergentes é impactado pela desaceleração industrial e pela lenta retomada da inflação, ainda bastante longe dos índices de décadas atrás. Os impactos econômicos da realização da Copa do Mundo de 2014 ainda estão sendo avaliados. No plano externo, a recuperação das economias do G-8 não foi acompanhada por um boom de commodities. O preço do petróleo permanece baixo mesmo com o Oriente Médio em meio a guerras civis e terrorismo. Investimentos no Pré-Sal se tornaram improváveis, face à crise de governança da Petrobras: no centro de um escândalo político de magnitude crescente, perdeu valor de mercado e credibilidade. O duro ajuste anunciado pela Presidenta Dilma não é surpreendente. Foi defendido pelas duas candidaturas no segundo turno de 2014. Medidas similares estão em curso nos outros BRICS. Nos resta saber o impacto futuro das medidas anunciadas e como a sociedade lidará com elas. http://www.sidneyrezende.com/noticia/247253

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A urgência dolorosa das crises nos amarra ao curto prazo, nos faz perder de vista janelas de oportunidade futuras. Se o ajuste se limitar à crise de 2008, o enfrentamento de problemas estruturais será mais uma vez adiado, e seus efeitos indesejados continuarão a penalizar o país. Sem amplo diálogo do governo com a sociedade brasileira, o ajuste pretendido terá fôlego curto. O país demorará mais a crescer de modo sustentado, correndo o risco de termos novas décadas perdidas. A despeito da crise, o Brasil recebeu 67 bilhões dólares em investimentos externos diretos em 2014 (mais do que em 2011) e as principais economias da União Europeia manifestaram recentemente sua intenção de participar do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura liderado pela China. Não são as más notícias de 2015 que motivam essas decisões, mas o horizonte amplo do futuro. Contra todos os prognósticos, 1993 foi o ano em que o Brasil começou a estabilizar sua economia. Também o ano em que o Brasil encontrou seu maior parceiro comercial futuro - e colega nos BRICS. As crises vividas pelos BRICS e também pelos mais importantes parceiros sul-americanos do Brasil são oportunidades de crescimento. Mais do que nunca, é preciso criatividade e visão de longo prazo.

*Carlos Frederico Pereira da Silva Gama é professor de Relações Internacionais da PUC-Rio, em colaboração com o SRZD

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