Texto de seis vilancicos de Natal cantados na catedral de Mondonhedo no primeiro quartel do século XIX [1989]

July 31, 2017 | Autor: J. Montero Santalha | Categoria: Literatura galega
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JOSE-MARTINHO MONTERO SANTALHA Conselheiro das Irmandades da Fala (Galiza )

TEXTO DE SEIS VILANCICOS DE NATAL CANTADOS NA CATEDRAL DE MONDONHEDO NO PRIMEIRO QUARTEL DO SECULO XIX

FUNDAÇÃO EUROPEIA VIQUEIRA INSTITUTO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA

PONTEVEDRA • BRAGA 19 89

.TEXTO DE SEIS VILANCICOS DE NATAL CANTADOS NA ,CATEDRAL DE MONDONHEDO NO PRIMEIRO QUAR:TEL DO SÉCULO XIX * por JOSÉ-MARTINHO MONTERO SANTALHA Conselheiro das Irmandades da Fala (Galizà)

Ao Prof. Ernesto Guerra da Cal, mestre admirado e amigo entranhável, que nasoeu em Ferrot na diocese de Mondonhedo, pelos dias 'em' que se cantam os vilancicos de Natal (19 de dezémbro de 1911).

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s vilancicos de Natal constituem um 'êkpíÍulÓ' íriteressante ' da lit~ratura galega durante a época de p~núJ'ia lingu(stico-liteàfria 'que vai do s{culo XVI aos meados do XIX e que nas hist'6rias da literatura se conhece como «Os séculos obscuros»:-Nesses 't rês longos séculos a Galiza foi uni ermo lit'edrio, no' quedi:z; respeito ao cultivo escrito da' ' lfng'lfa portugUesa, -idioma próprio do ' ;Pi:t1s. ' (Natutralmente,' apesar~ de que "quáse não >se escrevià; o' português seguia a ser, como ainda o 'é hoje, o idioma falado dã maioria da p6pura~ã6 galega)." . , ' ': r ! Dentre os vilancicos natalícios que diiem respéito ;à Galiza 'de\ iêmos distinguir duas cr;i~ses, corresporidentés a dois ~rribitos 'geogtificos , djferentes' (a sah~r: fó:t:a 'e dentro da Galiza) 'e a -duas etapas bem diferericia'das cronologiCamente. ' i));..j

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* o texto esta redigido ' na 'Ortogràfia Simplifiéadá do Acordo 'dé 1986q~e unificou pela primeira vezl .grafitamente"gàlego, .português e brasílei:tfo '(N; 'dos R) , LITERATURA

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Um começo paradoxal: os «vilancicos de galegos»

Na paisagem devastada desse período da nossa literatura a Galiza faz-se presente nos vilancicos, primeiramente, fora do prÓprio pais: ,. nos «vilancicos de galegos», cantados sobretudo nos pafses vizinhos (Portugal e Castela). São uma modalidade do g€!nero de «vilancicos de forâneos», nos quais aparece alguma personagem estrangeira para os ouvintes mas facilmente reconhecfvel pelas suas caracterfsticas, especialmente de linguagem. A personagem do galego introduz-se assim nos vilancicos portugueses e castelhanos com os caracteres linguísticos e pessoais que nessas zonas se atribula aos nossos paisanos, bem conhecidos ali como emigrante~ Ainda que a l(ngua que tais textos fazem falar ao galego apresenta muitos traços disparatados, e apesar de ser ofensiva com fre!CJu~ncia a imagem pessoal que de nós oferecem, os «vilancicos» não deixam de ser um testemunho literário da Galiza, embora distorcido; . No entanto, a sua import~ncia para a história da literatura galega estriba principalmente no facto de que, quando levavam já mais de um s~culo de exist~ncia, foram assumidos na própria Galiza, com a natural rectificação, purificados dos disparates 'lingutsticos e das ofen- '. sas à colectividade g alega. Os «vilancicos de galegos», de fora da Galiza, deram assim origem, na mesma Galiza, aos «vilancicos (propriamente) galegos», isto é, na língua portuguesa realmente falada na Galiza.

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Vilancicos na mesma Galiza Tamb~m na Galiza vinham cantando-se vilancicos já desde a primeira metade do século XVII, como no resto das terras hisp~nicas; mas os seus te~tos estavam em castelhano, a llngua impostaeD. Entretanto, o idioma prdprio do paIs, o português, ficava silenciado pela força da imposição politica espanhola, reduzido à categoria de fala quase exclusivamente oral: uma situação violenta e antinatural, que contrasta com o estado normal da mesma língua apenas uns quil6metros mais ao sul, em Portugal. Quando nos acercamos ao fim do s~culo XVIII os vilancicos galegos em português aparecem brotando, na vas,t a gândara litedria que a Galiza continua a ser, como florinhas ventureiras, de feitura humilde mas viçosa, que nos impressionam por essa feliz mestura de natural singeleza e de vigor vital, devida ao facto de haurirem a sua seiva num terreno de contacto entre o popular e o culto.

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· Claro está que não são obras de elevado valor literário. Nem o pretendiam ser. Ainda assim, o seu nascimento no meio desse páramo desertizado não pode menos de atrair a nossa olhada, reconfortada ao descobrir tãoespMndidos sinais de vida: uma vida oculta pelas sobreposições histÓricas, mas nunca apagada) esperando cirounst~ncias propicias para ressurgir. Destarte, com várias d~cadas de adianto, os vilancicos preanunciam e preparam o ressurgimento literário galego (e ao dizer «galego » entendemos sempre, como é bbvio, em língua portuguesa) que teria lugar a partir dos meados do século XIX, e cujas figuras mais representativas são, como se sabe, Rosalia, Pondal e Curros .

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De Compostela a Mondonhedo É sabido que, de toda a Galiza, foi na catedral de Mondonhedo onde o vilancico em l{ngua portuguesa arreigou com mais firmeza e com mais longa vitalidade, até o ponto que, numa perspectiva de história da literatura galega (em l(ngua portuguesa), resulta justificado falar de uma «escola mindoniense de cantores do Natal» No entanto, o ponto de partida da tradição galega do vilancico parece ter sido Santiago e não Mondonhedo: na catedral compostelana cantaram-se vilancicos na língua nativa antes que navMondonhedo, e da primeira parece ter-se transmitido esse costume à segunda. Na catedral de Santiago cantou-se por primeira vez, que saibamos, um vilancico em l{ngua portuguesa no ano 1790 {«Da Ulha a meu cabo venho»), com texto de Marcos Parcero e m~sica do maestro de capela Melchor López. Mas, apesar de que ainda em anos seguintes se repetiu esse feito, não chegou a converter-se em tradição, seguramente como consequ~ncia de um fen&meno de extensão mais ampla que veio a dar-se por aqueles anos: a gradual, mas d pida, desaparição de todo gt!nero de vilancicos na liturgia oficial da Igreja. De faoto, depois de

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1795 não achamos já outros vilancicos galegos na catedral compostelana~ Em Mondonhedo, pelo contrÂrio, as cousas iam ser bem distintas, talvez como reflexo da sua condição de pequena vila rural, de vida mais independente - embora, naquela altura, fosse ainda capital de província - . Na catedral mindoniense o costume de cantar um vilancico na l{ngua nativa inicia-se em 1793 (três anos depois que em Santiago, portanto), durante a t!poca do maestro de capela Angelo-Cust6dio Santavalha (t 1804)€J Há dados sobre as boas relações entre ambas as catedrais, que nos autorizam a concluir que o exemplo da catedral de Compostela deveu de ser determinante. De resto, Santiago era já então a 2t. metropolitana da Galiza e portanto com certo ascendente _ sobre as demais dioceses galegas, suas sufragáneas. Num princfpio o maestro Santavalha até se valeu de textos procedentes da catedral compostelana, aos q~ ele pôs nova música; mas é provavel que já I'f(~ú nalgum caso excitasse para essa conjuntura a inspiração dalgum !poeta local. De qualquer modo, isto foi o que com toda segurança fez o seu sucessor, o famoso maestro Pacheco: já nos primeiros anos do seu longo desempenho como compositor musical do cabido catedr~co emerge o nome do poeta Castro Neira, a quem se atribuem varios dos textos de vilancicos em português e há boas razões para atribuir bastantes mais~

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Mtfsica e texto

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Os vilancicos de Natal são cantos: poemas musicados. Não carece de import~ncia metodológica, segundo cremos, dis,t inguir nitidamente o aspecto musical e o aspecto litertírio dos vilancicos. O costume de que os historiadores tanto da müsica como da literatura falem ambos simplesmente de «vilancicos.....>f m referência a um aspecto diferente em cada caso - m-6sica ou poesia - , tem conduzido a uma certa confusão. Embora ambos os elementos se tenham determinado mutuamente assim na sua gênese como na sua estrutura, não por isso deixam de ser entidades claramente diferenciadas, não só metodologicamente separáveis mas historicamente separadas com frequ~ncia, como demonstra o facto de texto e mnsica serem obra de autores distintos e terem surgido em diferentes momentos criadores (normalmente primeiro o texto e depois a ml1sica sobre ele). Com efeito, o texto parece ter nascido ~e#n~ antes que a mJsica, de modo qJ.le, em linha de regra pelo menos, foi a melodia a que se LITERATURA

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adaptou ao texto e não viceversa: a m~sica configurou-se sobre um poema preexistente. Sucedeu assim porque - embora possa parecer paradoxal- a ml1sica era, de ambos os elementos, o que se considerava mais importante: prova disto é que tinha que ser original, criada pela inspiração do maestro de capela para cada vez, enquanto o texto podia ter sido já usado anteriormente. Deu-se efectivamente o caso de que um mesmo texto tenha recebido diversas melodias) e ge' que fragmentos de poemas distintos tenham sido «recompostos» para servirem de suporte textual a uma nova peça muscial. O importante era, pois, a rndsica; o texto constitu(a em certa maneira um simples pretexto>, em: Estudios Mindonienses (Ferrol) 2 (1986hJ>p. 11-12 (especialmente pp. 14, 22-23, 25, 28, COIm as respectivas l'efer~ncias às Actas do cabido catedI1allcio). 3 Fo~am parte deste grupo os poetas Ant6nio-Maria Castro Neira (1771-1826), considerado com razão como «fundador» da «escola», Lufs Corral Rodrfguez (1784-1.s30), Jacinto-Romualdo U~pez (1808-1895), e talvez Jaime-Maria Corral Rodrtguez (1783-1843) e Josl-Maria Chao Ledo (1, em: Estudios Mindonienses (Ferrol) 4 (1988) 265-307 (sobre Santavalha pp. 265-272, e transcrição do seu te stamento em pp. 300-301): Â'ngelo Custddio Gonçhlvez Santavalha nasceu provavelmente em Tui por volta de 1745, e foi maestro de capela da catedral de Mondonhedo desde 1782 a 1804; faleceu nesta cidade a 15 de dezembro de 1804. Restam-nos dele mais de 500 composições musicais. 7 Sobre o maestro José Pacheco veja-se o artigo de CAL PARDO e BOURLIGUEUX citado na nota 6, pp. 272-295, e documentação nas pp. 302-305, com ulterior bibliografia (nota 62, pago 273): José Pacheco nasceu em Mondonhedo o 15 de dezembro de 1784; foi maestro da capela da catedral desde fevereiro de 1806 até a sua morte, que lhe sobreveio na mesma cidade o 25 de março de 1865 aos oitenta anos de idade; conservam-se dele no arquivo da catedral de Mondonhedo mais de 300 peças musicais, e outras mais em diversos arquivos doutr as cidades. 8 Conservamos tambt'm algum fragmento textual que, apesar de nascer destinado para o canto, ao parecer nem sequer chegou a ser usado musicalmente, por causas que hoje não poderfamos definir (talvez porque o compositor o considerou menos digno literariamente, ou simplesmente porque o poema resultava longo de mais para a obra musical) ; dá-se esta circunst~cia no texto do vilancico mindoniense do Natal de 1830. 9 Sobre a vida e a obra deste poeta pode ver-se o nosso estudo no artigo "Sacerdotes da diocese de Mondonhedo que foram escritores em língua portuguesa», em: Estudios Mindonienses (FerroI) 2 (1986) 455-512 (sobre Castro Neira pp . 460-471 , com ulterior bibliografia). 10 A de scrição musical está tomada das catalogações realizadas, por uma parte, pelo maestro Saavedra, sucessor de Pacheco, e, ultimamente, pelos nossos am igos J. Trilho e C. Villanueva, que puseram à nossa disposição uma versão provisdt-ia do catllogo do arquivo musical da catedral mindoniense que eles têm p reparado para edição; queremos deixar aqui const~ncia do nosso agradecimento

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a ambos. Tambl m oferecem descrição das peças musicais Cal Pardo e Bourligueux no artigo citado nas notas 4 e 6. 11 Eis a ficha com que o maestro Saavedra catalogou esta peça musical; «Num[er] .o 4.° / Ninguef'1 faga bulIa, etc.", / Partitura de un Vi- / llanc[ic] .o Gallego, en / Sol mayor, a 4 / voces, y orquesta, / deI / M[aes]tro, / Pacheco.» Ficha de Trilho e Víllanueva: «715. Ninguém faga bulha, en So, a 4 v. SATB y orqu.: FI., 2 Cor., 2 VI., VIa., Conto (B.). Sólo partitura. 1806». 12 Literatura popular de Galicia: Colección de copla\; ,~illancicos, diálogos, ro~mances, cuentos y refranes gallegos recogidos por D. Juan Antonio SACO y ARCE; Edición e estudio preliminar de Iuan Luis SACO CID, Diputación Provincial de Ourense, Ourense, s.d. [l987?], pág. 203: no apartado intitulado «Villancicos de Navidad» (pp. 203-204) recolhe como primeira composição um texto localizado em Alongas, freguesia do concelho de Toém, perto de Ourense, e terra natal de Saco Arce, e formado por cinco quadras, das quais as duas primeiras procedem do nosso vilancico; ei-las, transcritas exactamente: «Co'as vágoas n-os ol1os / Quedou durmidi:fto ... / rme, que che preste, / Meu inocentifío. / jAi, mifía xoi:fta! / jCántos traballifíos / Veu pasar ó mundo / Para redimirmos!» São, como pode ver-se, os vv. 13-14 e 17-18 a primeira quadra, e 9-12 a segunda. Variantes em Saco: 11 vem W er no] veu pasar Ó, 14 durmidifzo. Não nos parece que as restantes três quadras transmitidas por Saco correspondam às copIas perdidas do vilancico mindoniense, por possufrem uma fndole liter~ria, e até lingu!stica, diferente. 13 Eis a descrição musical que desta peça fez o maestro Saavedra: «Num[er].o 2.° / Ora ben, meus amigazos, etc.", / Partitura de un / Villanc[ic].o Gallego, / en Re mayor, / a 7 voces y / orquesta, / deI M[aes]tro. / Pacheco,». Ficha de Trilho e Villanueva: «716. Oram bem, meus amigos [sic, lapso por amigaços] , en Re, a 7 v. ATB, SATB y orqu.: FI., 2 Cor., 2 VI., Conto (Fag., B.). Sólo partitura. 1813». Está tambem errado o titulo que Cal Pardo e Bourligueux atribuem a este vilancico de Pacheco (na pago 295 do artigo citado nas notas 4 e 6: peça numero 25 da lista): «Ora ben, meus amiguiftos», em vez de amigaços, que é o que a partitura original de Pacheco traz claramente; pelo contrato, é exacto esse mesmo titulo a proposito do vilancico de Saavedra de 1870 (ibidem, pago 298: numero 16). 14 Já Augusto Epifânio da SILVA DIAS na sua Sintaxe histórica portuguesa, publicada postumamente em 1917, advertia (citamos respeitando a ortografia original do autor) : «Na conversação descurada não se extranha dar aos verbos impessoaes por sujeito gramatical o pronome elle»; e aduzia como exemplo a seguinte frase de Corja, de Camilo Castelo Branco: «Não que ele há marotos muito grandes na tropa!». Veja-se ainda o que escrevem a este respeito Celso CUNHA e Luís F. LINDLEY CINTRA na sua Nova Gramática do Português Contemporâneo (Edições João Sá da Costa, Lisboa 1984, p. 284): «Na linguagem popular ou popularizante de Portugal aparece por vezes um pronome ele expletivo, que funciona como sujeito gramatical de um verbo impessoal, à semelhança do francês il (il y a): 'Ele haveria no mundo nada mais acertado' (Miguel Torga, CM, 24); 'Pois ele pode haver maior colondrina por esses mundos fora' (Aquilino Ribeiro, M, 102); 'Ele há tanta mulher por aí! .. .' (Fernando Namora, TI, 258). É provável que este pronome expletivo tenha vitalidade em outras áreas do idioma, pois aparece na pena de um escritor angolano: 'Ele há tantas amarguras!' (Agostinho Neto, SE, 99). Os raríssimos exemplos que dele se colhem em escritores brasileiros, como este de Machado de

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Assis 'Que ele também há eleições no Amazonas; é o tempo da salga política, a quadra das barracas e dos regatões' (OC, II, 698), representam simples imitação da construção portuguesa». Como fica dito, poderiamos acrescentar a essa lista alguns exemplos de autores galegos (por exemplo: Curros Henriquez, Leiras Pulpeiro e, sobretudo, Alvaro Cunqueiro). À vista dos testemunhos antes aduzidos é claro que carece de fundamento a pretensão dalgum escritor galego que, com o animo de provar que o português falado na Galiza constitui um idioma independente do português do resto do mundo, quer ver no uso popular galego - de resto, muito restringido hoje - desse ele impessoal uma das «máis importantes diferencias morfosintácticas en re galego e portugués» (Xesus FERRO RUIBAL, em: VARIOS, I Encontros Labaca: Ponencias, Ed. do Castro, Sada-A Corunha 1984, pp. 221-222). 15 Descrição do maestro Saavedra: «Num[er].o 3.° I E cistumbre, etc.", I Partitura de un I Villanc[ic].o Gallego I aI S[an].'o Nacim[ient]." / de N[uestro]. S[enor]. J[esucristo]., en I Fa nat[ur]." mayor, I a 4 voces y I orquesta, I deI I M[aestro. ] Pacheco». De Trilho e Villanueva: «704. É costume já sabido, en Fa, a 7 v. SAT, SATB y orqu.: Fl., 2 Cor., 2 Vl., VIa., Conto (Fag., B.). 1814». 16 Sobre essas circunstancias politicas pode ver-se a obra colectiva de Antonio UBIETO, Juan REGLA, José María JOVER, Carlos SECO, Introducción a la Historia de Espana, Editorial Teide, Barcelona, 16: ed. 1986, pp. 527-543 (redactadas por J. M. Jover); e tambem Raymond CARR, Espana 1808-1975, Editorial Ariel, Barcelona, 3: ed. 1985, pp. 101-109 e 123-129. 17 Ficha da catalogação do maestro Saavedra: «N[umer].o 3.° I Canto, canto me refeas, I Vil1anc[ic].o Gallego al S[an].'o Nacim[ien]'o de I N[uestro]. S[efíor]. J[esucristo]., en Sol I mayor, a 4 voces, I y orquesta, Idel I M(aes]tro. I Pacheco». De Trilho e Villanueva: «698. Quanto me recreas, en So, a 4 V. SATB y orqu.: 2 Cor., 2 Vl., Conto (Fag., B.). Con partitura. 1815». 18 Assim catalogou o maestro Saavedra a composição de Pacheco: «N[úmero]. 4.°. I Pastores todas de esta I Comarca, I Villanc[ic].o Gallego I aI S[an].'o Nacim[ien]'o. I de Nfuestro]. S[enor]. J[esucristo]., len Fa nat[ur]". may[o]'., I a 8, y orquesta, I deI I M[es]tro. I Pacheco». Não aparece entre os vilancicos galegos no catalogo provisorio de Trilho e Villanueva; eis, no seu lugar, a ficha de Cal Pardo e Bourligueux: «28. Pastores todos desta comarca. 1817. SATB-SATB, 2 V., va., fl., fag., cor., Bass. tut., violón. (Partitura, partichelas)>>. 19 Descrição de Saavedra: «N.o 9.0 I Alegria meus amigos, &:, I Villanc[ic]0. Gallego aI I S[an]'o. I de N[uestro]. S[efir]. J[esucristo]., I en Re mayor, I a 4, y con I Orquesta; I deI I M[aes]tro. I Pacheco». De Trilho e Villanueva: «696. Alegria, meu amigos, en Re, a 4 V. SATB y orqu .. : Fl., 2 Cor., 2 Vl., VIa., Conto (Fag., B.). Con partitura. 1819». 2() Habitualmente supõe-se que a particula aque era palavra paroxitona; mas nalgum caso pelo menos aparece como oxitona, aqué, pois rima com outros vocabulos com e aberto: CSM 135. 190; 405. 36. Será em atenção a este facto que Rodrigues Lapa na sua edição das Cantigas d'escarnho e de maldizer (Editorial Galaxia, Vigo, 2: ed. 1970) prefere interpretá-la como vocabulo agudo tambem em interior de verso (345. 18: «aqué-m' un infançom vem>, B 1629, V 1163, de Pero da Ponte).

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21 Na 0'bra que deixam0's citada na n0'ta 12, n0' apartad0' intitulad0' «Villancic0's de Navidad» (pp. 203-204), pago 203, rec0'lhe c0'm0' segunda c0'mp0'siçã0' um text0' que ele localiza na z0'na galega d0' ri0' Lima e cuj0's seis primeiros vers0's pr. C0'm alguma adaptaçã0', 0'S 6 primeir0's vers0's sã0' os mesmos d0' n0'ss0' vilancic0'; 0'S d0'is ultim0's, pel0' c0'ntrari0', sã0' alhei0's a ele. Variantes em Sac0': 2 placer. 3 A que] E que; Rei d'os ceos. 4 xamais. 5 Gil, acende] Rita, encende. Tambem neste vilancico, p0'r razões de estrutura f0'rmal d0' poema nã0' crem0's que 0' rest0' da c0'mp0'siçã0' rec0'lhida p0'r Sac0' f0'rmasse parte 0'riginariamente d0' vilancic0' mind0'niense.

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