“The geographical discoveries: new economic opportunities in a globalising world”, in Amândio BARROS (Coord.), Os descobrimentos e as origens da convergência global. The discoveries and the origins of global convergence. Porto, 2015. pp. 170-201 ISBN 978972914790-6

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OS DESCOBRIMENTOS E AS ORIGENS DA CONVERGÊNCIA GLOBAL

THE DISCOVERIES AND THE ORIGINS OF GLOBAL CONVERGENCE

Amândio Barros (Coord.)

Câmara Municipal do Porto Associação para a Divulgação da Cultura de Língua Portuguesa

Porto 2015

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África e Ásia/Africa and Asia Prima pars descriptionis itineris navalis in Indiam Orientalem… Willem Lodewijcksz; Cornelis Claeszoon 1598 CMP/BPMP, RES-XVI-C-5

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SUMÁRIO/TABLE OF CONTENTS Pág. 13

Abertura|Opening Rui Moreira Paulo Cunha e Silva Associação para a Divulgação da Cultura de Língua Portuguesa

Pág. 19

1 – A CONCRETIZAÇÃO DE UM PROJETO The accomplishment of a project

Pág. 21

Um novo ciclo na Casa do Infante A new cycle in Casa do Infante Olga Maia, Sofia Alves, Helena Gil Braga

Pág. 29 O Porto e as Terras de Vera Cruz – reflexões para um espaço museológico Porto and the lands of Vera Cruz - Reflections for a Museum José Pereira Herdeiro Pág. 41

2 – OS DESCOBRIMENTOS E AS ORIGENS DA CONVERGÊNCIA GLOBAL The discoveries and the origins of global convergence

Pág. 43 Histórias que percorreram os mares. Os descobrimentos portugueses e as transferências culturais entre oceanos Histories that travelled along the seas. The Portuguese discoveries and the cultural transfers between oceans Amândio Barros Pág. 63 A Casa da Moeda do Porto na Casa do Infante Porto’s Mint at Casa do Infante Mário Pastor Pág. 87 “Russos Além!”. A conquista de Ceuta pelos Portugueses em 1415 “Grey hairs to the fore!”. The Portuguese conquest of Ceuta in 1415 Luís Miguel Duarte Pág. 109 A Carreira da Índia. Percursos comparativos de uma empresa marítima The India route. Comparative paths of a maritime venture Francisco Contente Domingues Pág. 125 O Brasil na Expansão Portuguesa Brazil in Portugal’s overseas expansion Joaquim Romero Magalhães Pág. 169 Los Descubrimientos Geográficos: nuevas oportunidades económicas en un mundo en proceso de globalización The Geographical Discoveries: new economic opportunities in a globalizing world Hilario Casado Alonso

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Pág. 201 O homem que sabia fazer bergantins e outras histórias de transferências de saberes entre Oceanos The Man who knew how to make brigantines and other stories of the transfer of knowledge between Oceans Amândio Barros Pág. 241 Fluxos transnacionais e transimperiais na expansão ultramarina portuguesa Trans-national and trans-imperial flows in the Portuguese overseas expansion Amélia Polónia Pág. 273 Os nossos navios no fundo do oceano Our ships at the bottom of the Ocean Alexandre Monteiro e Filipe Castro Pág. 303

3 – PARA LÁ DO TEMPO E DO ESPAÇO Beyond time and space

Pág. 305 Pedro Tudela – Sem título Pedro Tudela – No title Fernando José Pereira Pág. 309 João Onofre – VOX: O Sonho do Campista ou a Valsa dos Cegos João Onofre – VOX: The Camper’s Dream or the Waltz of the Blind Francisco Milheiro Pág. 313 Julião Sarmento – O “Fim do Mundo”, acabado de ver Julião Sarmento – The “End of the World” just seen João Silvério Pág. 317 Albuquerque Mendes – Infante, Casa, Mar Albuquerque Mendes – Prince Henry, House, Sea Maria de Fátima Lambert Pág. 321

4 – CATÁLOGO Catalogue

Pág. 323 A investigação científica na Casa do Infante Scientific research at Casa do Infante Manuel Luís Real, Paulo Dordio Gomes, Ricardo Teixeira e António Silva Pág. 335 Catálogo do centro interpretativo O INFANTE D. HENRIQUE E OS NOVOS MUNDOS Catalogue of the interpretive centre Henry the Navigator and the New Worlds

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OS DESCOBRIMENTOS E AS ORIGENS DA CONVERGÊNCIA GLOBAL / THE DISCOVERIES AND THE ORIGINS OF GLOBAL CONVERGENCE

Câmara Municipal do Porto Presidente / Mayor – Rui Moreira Vereador da Cultura / City Councillor for Culture – Paulo Cunha e Silva PARCERIA / PARTNERSHIP José Pereira Herdeiro Associação para a Divulgação da Cultura de Língua Portuguesa PELOURO DA CULTURA / CITY COUNCIL FOR CULTURE Adjunto / Assistant – Guilherme Blanc Comunicação / Communication – Patrícia Campos COORDENAÇÃO GERAL / GENERAL COORDINATION Paulo Cunha e Silva Olga Maia COORDENAÇÃO DE PROJETO / PROJECT COORDINATION Sofia Alves Helena Gil Braga COORDENAÇÃO CIENTÍFICA / SCIENTIFIC COORDINATION Amândio Barros

D. Sebastião (pormenor/detail) Monumenta rerum memorabilium… Frutuoso de São João [1607?] CMP/BPMP, Ms. 716

TEXTOS / TEXTS Alexandre Monteiro Amândio Barros Amélia Polónia António Silva Fernando José Pereira Filipe Castro Francisco Contente Domingues Francisco Milheiro Helena Gil Braga Hilario Casado Alonso Joaquim Romero Magalhães João Onofre João Silvério José Pereira Herdeiro Luís Miguel Duarte Manuel Luis Real Maria de Fátima Lambert Mário Pastor Olga Maia Paulo Cunha e Silva Paulo Dordio Gomes Ricardo Teixeira Rui Moreira Sofia Alves DESIGN Atelier João Borges TRADUÇÃO / TRANSLATION Ad Verbum Alfredo Marques Carlos Cardoso Graça Lacerda Rute Reimão REVISÃO / REVISION Daniela Ferreira Rute Reimão

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FOTOGRAFIA /PHOTOGRAPHY Bruno Branco Manuel Araújo FINANCIAMENTO / FINANCING Câmara Municipal do Porto Associação para a Divulgação da Cultura de Língua Portuguesa AGRADECIMENTOS / ACKOWLEDGEMENTS Albuquerque Mendes Arquivo Distrital do Porto Arquivo Nacional Torre do Tombo Biblioteca Nacional de Portugal Direção-Geral do Património Cultural/Arquivo de Documentação Fotográfica Galeria Cristina Guerra João Onofre Julião Sarmento Mosteiro de Santa Maria da Vitória – Batalha Museu do Dinheiro/Banco de Portugal Museu Nacional de Arte Antiga Museu Nacional Soares dos Reis Pedro Tudela Vitor Bilhete CRÉDITOS / CREDITS ACL – Academia de Ciências de Lisboa ADP – Arquivo Distrital do Porto ANTT – Arquivo Nacional Torre do Tombo BB – Burgerbibliothek Bern BnF – Bibliothèque nationale de France BNP – Biblioteca Nacional de Portugal CMP – Câmara Municipal do Porto CMP/AHMP – Arquivo Histórico Municipal do Porto CMP/BPMP – Biblioteca Pública Municipal do Porto CMP/CMMOS – Casa Museu Marta Ortigão Sampaio CMP/CVR – Coleção Vitorino Ribeiro CMP/GN – Gabinete de Numismática CMP/RM – Reservas Municipais CSB – Catedral de Santa Bárbara, Kutna Hora DGPC/ADF – Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica

MD – Museu do Dinheiro/Banco de Portugal MN – Museo de Navarra MNAA – Museu Nacional de Arte Antiga MNM – Museo Naval, Madrid MNSR – Museu Nacional Soares dos Reis ONB – Österreichische Nationalbibliothek RB – Real Biblioteca. Copyright © Patrimonio Nacional (Espanha) RK – Rosgartenmuseum Konstanz Pedro Mota Teixeira Pedro Neves Albuquerque Mendes João Onofre Julião Sarmento Pedro Tudela ISBN 000000000 DEPÓSITO LEGAL 000000000 EDIÇÃO / PUBLISHED Câmara Municipal do Porto Associação para a Divulgação da Cultura de Língua Portuguesa IMPRESSÃO / PRINT Orgal 2015

Pág. seguinte / Next page Novo mapa de África/New map of Africa Theatrum orbis terrarum Abraham Ortelius 1592 CMP/BPMP, Res-XVI-C-7

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Lisboa/Lisbon Civitates Orbis Terrarum Georg Braun; Frans Hogenberg 1572 CMP/BPMP, Res-XVI-C-4

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Los descubrimientos geográficos: nuevas oportunidades económicas en un mundo en proceso de globalización The geographical discoveries: new economic opportunities in a globalising world

Hilario Casado Alonso Universidad de Valladolid University of Valladolid

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Cádis/Cádiz (pormenor/detail) Civitates Orbis Terrarum Georg Braun; Frans Hogenberg 1572 CMP/BPMP, Res-XVI-C-4

Los descubrimientos geográficos: nuevas oportunidades económicas en un mundo en proceso de globalización / The geographical discoveries: new economic opportunities in a globalising world

Hilario Casado Alonso

Los descubrimientos geográficos, desarrollados a partir del siglo XV, no sólo permitieron a los europeos, especialmente a los portugueses y españoles, el conocimiento de nuevas tierras y la formación de sus respectivos Imperios ultramarinos, sino la apertura de una multitud de oportunidades para hacer nuevos negocios con los consiguientes enriquecimientos personales y patrimoniales. Si anteriormente su universo mercantil y mental se circunscribía a Europa, al norte de África y a una parte de Asia, ahora éste se prolongó a otros territorios totalmente distintos. Esto supuso contactos, conflictos e interacciones humanas hasta ese momento desconocidas. De ahí que, recientemente, se comience a calificar a los siglos XV y XVI como la época de la “primera edad global”, la “soft globalization” o la de los inicios de la globalización. Aparte de las connotaciones geopolíticas y religiosas, que supusieron la formación de los Imperios portugués, hispánico, francés, holandés, etc., estamos ante un momento de cambio de mentalidad, en el que los objetos jugaron su protagonismo. Estos circularon de una parte del mundo a otra, por medio de mercaderes u otros agentes, que vieron en estos nuevos intercambios una forma de incrementar sus negocios tradicionales. Pero con los objetos, los productos y los regalos circulaban también los símbolos de una cultura que, cada vez, se estaba haciendo más globalizada. Parte de ellos eran viejos, otros nuevos, algunos muy originales y raros, pero todos ellos se fueron haciendo habituales con el paso de los años. Pero en esta cotidianeidad jugó su papel el Poder. Tener objetos nuevos, beber y comer alimentos exóticos, vestir de manera diferente y a la última moda, regalar cosas singulares y sorprendentes, etc. eran formas de marcar el prestigio y la gloria de su propietario, bien fuera monarca, papa, noble, eclesiástico o mercader. De ahí que los descubrimientos trajeran una nueva cultura material y, en consecuencia, unas nuevas oportunidades económicas, sin las cuales no se puede comprender el Renacimiento europeo. 1. LOS SIGLOS XV Y XVI: UNA ÉPOCA DE CRECIMIENTO ECONÓMICO Y DE CAMBIOS EN EL MUNDO DE LOS NEGOCIOS. Como es bien sabido, Europa durante los siglos XV y XVI vivió una época de esplendor comercial y financiero. La salida de la crisis tardomedieval, desigual en el espacio y en el tiempo según los diversos territorios, va a provocar que desde 1450 hasta finales del siglo XVI asistamos a una época de crecimiento económico de gran alcance. Uno de sus frutos más

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The geographical discoveries, initiated in the 15th century, not only permitted Europeans, in particular the Portuguese and Spanish, knowledge of new lands and the creation of their respective overseas empires, but also a multitude of opportunities for new business with the consequent personal and patrimonial riches achieved. If their commercial and mental universe was previously limited to Europe, North Africa and a part of Asia, now it extended to other totally different territories. This implied human contacts, conflicts and interaction until then unknown. Thus, recently, some have begun to regard the 15th and 16th centuries as the “first global era”, the age of “soft globalisation” or that of the beginnings of globalisation. Apart from the geopolitical and religious connotations, which led to the creation of the Portuguese, Spanish, French, Dutch, etc., empires, this represented a moment of shifting mentality, in which objects played a major part. These moved from one part of the world to another by means of merchants and other agents who saw in these new exchanges a way of increasing their traditional businesses. However, with these objects, products and gifts also became the symbols of a culture which was becoming increasingly globalised. Some of these were old, others new, some very original and rare, but all of them gained familiarity with the passing of the years. Also involved in these everyday events, however, was the question of power. To have new objects, to drink and eat exotic foods, to dress in a different way and in the latest fashion, to offer unique and surprising gifts, etc., were ways of marking the prestige and glory of their owner, whether it was the sovereign, the Pope, aristocracy, clergy or merchants. Therefore, the maritime discoveries brought a new material culture and, consequently, new economic opportunities, without which the European Renaissance cannot be understood. 1. THE 15TH AND 16TH CENTURIES: AN ERA OF ECONOMIC GROWTH AND CHANGE IN THE WORLD OF BUSINESS As is well known, Europe experienced an era of commercial and financial splendour in the 15th and 16th centuries. The end of the late medieval crisis, whose effects were felt differently in spatial and temporal terms in different regions, caused from 1450 to the end of the 16th century an era of extensive economic growth. One of its most outstanding outcomes was the conquest of markets and lands outside Europe. Continents only tenuously linked, such as Asia and parts of Africa, and the unknown, such as America, were integrated into the

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sobresaliente fue el salto a la conquista de mercados y tierras situados fuera de Europa. Continentes débilmente conectados, como Asia y parte de África, o desconocidos, como América, se integraron en los circuitos comerciales de los europeos. Es, a partir de entonces, cuando podemos decir que ha comenzado la primera globalización del mundo, marcando una trayectoria que se desarrollará en centurias posteriores. Pero, al mismo tiempo, los siglos XV y XVI fueron tiempos de integración de los mercados interiores europeos. Viajeros, eclesiásticos, estudiantes, peregrinos, intelectuales, soldados y otras diversas gentes recorrieron el continente en el Renacimiento, elaborando una idea del concepto de Europa, que sigue siendo vigente aún en la actualidad. Aunque sus creadores fueron muchos y diversos, unos de sus principales protagonistas fueron los hombres de negocios, tanto los pequeños como los grandes comerciantes y financieros, que con sus tratos, con el intercambio de mercancías, de libros, de cartas y de información, y con sus numerosos viajes y estancias en el extranjero intercomunicaron económica y culturalmente los diversos espacios europeos. a) La crisis bajomedieval: “una destrucción creadora”. La crisis bajomedieval marcó el final de un periodo en la historia europea y el inicio de otro nuevo. Como se dice en la historiografía más reciente e, incluso, se aplica por los economistas para analizar las actuales turbulencias financieras, estos años se caracterizaron por una “destrucción creadora”, en la que el desarrollo de la producción para el mercado y los procesos de centralización política y fiscal, acompañados de la peste negra y las guerras, supusieron el comienzo de nuevos tiempos en todos los ámbitos de la Europa medieval. Desde el punto de vista meramente económico, se aceleró la integración de los mercados y nació la denominada protoindustrialización. Los fenómenos acaecidos fueron múltiples y de diversa naturaleza. A ello hay que unir un desigual panorama según las diversas regiones europeas, ya que, mientras zonas como Castilla, Portugal, Lombardía, Liguria, Toscana, el Véneto, algunos territorios de los Países Bajos o el sur de Alemania, desde mediados del siglo XV están en un proceso de crecimiento económico, otras no lo inician más que a partir de finales de la centuria. Frente a viejas interpretaciones que califican a los siglos XIV y XV como “El Otoño de la Edad Media”, marcados por las profundas catástrofes, las abundantes pestes y guerras, acompañados del fantasma del hambre, hoy se analiza esta crisis

trade routes of the Europeans. It is from that moment onwards that we can say that the world’s first globalisation started, marking a trajectory that would unfold in later centuries. But, at the same time, the 15th and 16th centuries were a time of integration of Europe’s interior markets. Travellers, clergy, students, pilgrims, intellectuals, soldiers and a multitude of other people circulated around the continent during the Renaissance, creating a notion of the concept of Europe which continues to exist to this day. Even though there were myriad different people involved, some of the main actors were businessmen, both small merchants and financiers and large ones, who with their deals, with the exchange of goods, books, charts and information, and their numerous journeys and sojourns abroad, they established economic and cultural interaction between the different parts of Europe. a) The late medieval crisis: “creative destruction” The late medieval crisis marked the end of a period in European history and the start of another. As the latest historiography has pointed out and economists also apply to analyse the current financial unrest, these years were characterised by a “creative destruction”, in which the development of production for market and the processes of political and fiscal centralisation, accompanied by the black death and wars, led to the start of a new age in every sense of medieval Europe. From a purely economic point of view, there was more rapid integration of markets and the birth of what is called “protoindustrialisation”. The phenomena which occurred were myriad and diverse in nature. To this must be added a panorama of unequal development according to the various European regions, since while areas such as Castile, Portugal, Lombardy, Liguria, Tuscany, Venice, some parts of the Low Countries and the south of Germany had been undergoing a process of economic growth since the mid-15th century, others only began at the end of the century. The old interpretations which regard the 14th and 15th centuries as “The autumn of the Middle Ages”, marked by major catastrophes, abundant plagues and wars, accompanied by the phantom of hunger have given way today to the view that this crisis was the product of the continuous exchanges which the European economy had been experiencing since the mid13th century. Before the neo-Malthusian and Marxist explanations, the idea is taking root within more modern historical thinking that the reasons had to do with the fact that certain economic, social, political and feudal structures which had

Hilario Casado Alonso

entendiéndola como el fruto de los continuos cambios que experimentó la economía europea desde mediados del siglo XIII. Frente a las explicaciones neomalthusianas y marxistas, se está imponiendo en la historiografía más actual el planteamiento que analiza las razones que hicieron que determinadas estructuras económicas, sociales, políticas y culturales feudales, surgidas en los dos siglos anteriores, entraran en crisis, dando lugar a otras nuevas o a la reconversión de ellas mismas. Indudablemente, este proceso no se dio de manera igual en el tiempo y en el espacio, existiendo zonas, como Castilla, Portugal, Valencia, Toscana, Flandes, Brabante, París o la región de Londres, en donde se sale antes de la depresión, mientras que Cataluña, Navarra y otras zonas de Inglaterra y Francia, la crisis se prolongó hasta mediados e, incluso, finales del siglo XV. Los viejos postulados, que abordaban la economía de dicha centuria y, por extensión, de toda la época preindustrial, calificándola como de subsistencia, aislada, pobre y fuera de las influencias del mercado, deben arrinconarse. Así, por ejemplo, los últimos trabajos de C. Dyer, uno de los medievalistas más lúcidos, insisten en que, en el periodo comprendido entre 1375 a 1520, la economía y la sociedad inglesas experimentaron importantes cambios: mejoras en la dieta, aumentos del consumo per cápita en el vestido, en la casa, en determinados pequeños objetos de lujo y en bienes y servicios. Para él, dicho crecimiento económico vino propiciado por los influjos del mercado y por el impulso del crédito y de la demanda, por lo que sostiene que hay que reconsiderar este periodo de la historia inglesa e, incluso, llega a hablar de una “Nueva Edad Media”1. Esta debe de estudiarse fuera de los tradicionales planteamientos que sobre el crecimiento económico se han derivado de la Revolución Industrial. Puede haber crecimiento y desarrollo sin necesidad de que haya aumentos demográficos. Ideas que coinciden con lo que ahora se afirma acerca del funcionamiento de las economías preindustriales. Visión que ya fue apuntada años antes por el profesor Larry Epstein, que incidió en estos aspectos en el caso de la economía italiana, añadiendo el influjo del nacimiento de las nuevas instituciones privadas y públicas, el papel de la difusión tecnológica, el nacimiento de los gremios, el centralismo político y la nueva fiscalidad2. Estamos, en conclusión, ante una economía cada vez más volcada hacia el mercado, donde las ciudades ocupan cada vez un protagonismo más importante, que podemos denominar en cierta medida como capitalista. Eso no significa que sus

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appeared in the preceding centuries had reached crisis point, and were being replaced by others or readjusted. This process certainly did not take place in the same way everywhere and at the same time, with some areas, such as Castile, Portugal, Valencia, Tuscany, Flanders, Brabant, Paris and the London region, starting before the depression, while in Catalonia, Navarra, and other parts of England and France, the crisis continued until the mid- and even late-15th century. The old assumptions, which saw the economy of that century and, by extension, the whole of the pre-industrial era, as based on subsistence, isolation and poverty and unaffected by the market, must be put to one side. Thus, for example, in his most recent work, C. Dyer, one of the most incisive scholars of the medieval era, emphasises that English society and economy in the period stretching from 1375 to 1520 experienced important changes: improvements in diet, higher per capita spending on clothes, the home, certain small luxury objects and goods and services. This economic growth, he argues, was spurred by market forces and a boom in credit and demand and, consequently, he feels, this period in English history should be looked at afresh and relabelled the “New Middle Ages”.1 This must be studied outside the conventional approaches which see economic growth as stemming from the Industrial Revolution. Growth and development can take place without the need for demographic increase. Ideas that coincide with what is currently accepted as the functioning of pre-industrial economies. This view was put forward years earlier by Professor Larry Epstein, who examined these aspects in the case of the Italian economy, adding the influence of the founding of new public and private institutions, the role of the dissemination of technology, the birth of associations, political centralisation and a new approach to taxation.2 In conclusion, what we can see is an economy increasingly focused on the market and in which the cities play an ever more important role, one which, to a certain extent, can be called capitalist. This is not to say that it operated along similar lines to contemporary capitalist society, and even less so free market principles. What determines its dynamism is the power of the private and/or public institutions. Which explains why today one tends to speak of a “moral economy”, to use an expression coined by E. P. Thompson many years ago, in which the importance of family, relatives, neighbouring communities, social networks, guilds, charities or instruments of absolute monarchy were determinant. But an economy which, at its very least, as some historians have suggested, was immobile but nevertheless grew and changed.

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pautas de funcionamiento fueran semejantes a la economía capitalista contemporánea, ni mucho menos que estemos ante un libre mercado. Aquí, el peso de las instituciones privadas y/o públicas es el que marca su dinamismo. De ahí que hoy se tiende a hablar de una “economía moral”, siguiendo el calificativo dado hace muchos años por E. P. Thompson, en la que el peso de la familia, las parentelas, las comunidades vecinales, las redes sociales, las corporaciones, las solidaridades o los instrumentos de la monarquía absoluta fueron determinantes. Pero una economía que en lo más mínimo, como se ha pretendido decir por algunos historiadores, fuera inmóvil, sino que crecía y cambiaba. b) El crecimiento del comercio internacional en los siglos XV y XVI. Una vez superados los efectos de la crisis, el comercio - tanto local como regional e internacional - va a experimentar a partir del siglo XV un fuerte desarrollo. Nuevas técnicas mercantiles, mercados, demandas, mercancías, rutas, etc. van a irrumpir y generalizarse en el panorama mundial. Los descubrimientos geográficos no solo van a permitir el conocimiento de nuevas tierras y culturas, sino la posibilidad de hacer negocios a mayor escala. Todo ello transformó las economías de las sociedades locales que, cada vez se ven más influidas por los impulsos del mercado. Pero, al mismo tiempo, estas transferencias de mercancías a escala mundial no solo comportaron intercambios económicos sino también la transposición a las sociedades extraeuropeas de modelos y símbolos culturales nuevos. No se nos debe de olvidar que con los objetos de cualquier tipo y precio, al igual que ocurre en la actualidad, no solo circulan gustos y modas, sino también modelos culturales. Estamos, pues, en los inicios de una nueva época. Varias fueron sus manifestaciones. Si dejamos aparte los cambios acaecidos en la agricultura y en la manufactura, las mayores mutaciones se produjeron en el mundo del comercio y de las finanzas. A lo largo de los siglos XV y XVI hubo claras mejoras en los intercambios, tanto de géneros alimentarios como de productos industriales. Aunque los más beneficiados fueron los consumidores urbanos, también lo fueron los campesinos. Un ejemplo de ello fue la proliferación de ferias locales y regionales de carácter estacional y anual que, apoyadas por los poderes públicos, actuaban como motores del comercio local e interregional, pero que permiten que lleguen productos venidos desde muy lejos a todo tipo de consumidores. A su vez, este aumento de los

b) The growth of international trade in the 15th and 16th centuries Once the affects of the crisis had been overcome, trade – local, regional and international – developed strongly from the 15th century onwards. New trading techniques, markets, demand, goods, routes, etc. emerged and became widespread at a global level. The geographical discoveries not only brought knowledge of new lands and cultures, but the possibility of more large-scale business opportunities. All of this transformed the economies of local societies, which became increasingly influenced by market forces. However, at the same time, the exchange of goods at the global level brought trade but also introduced new cultural models and symbols into societies outside Europe. One must not forget that alongside objects of whatever type and price, as occurs today, it is not only tastes and fashions which are in movement, but also cultural models. What can be seen then is the beginning of a new era, which manifested itself in various ways. If we put aside the changes in farming and industry, the largest changes which took place were in the world of trade and finance. Throughout the 15th and 16th centuries, there were evident improvements in trade, both in food products and industrial goods. Although the greatest effects were felt by urban society, rural communities also benefitted. One example was the proliferation of local and regional fairs. Seasonal and annual in nature, these were supported by the public authorities and acted as drivers of local and inter-regional trade, allowing consumers to obtain products from far away. This increase in regional and international traffic, in turn, sparked greater mobility amongst master artisans and workers, thus spreading new technologies. Some worked in urban workshops, while others settled in the country as part of the putting-out system (Verlagssystem), in search of lower production costs. The boom in linen textiles production, the spread of carding, enabling the use of more types of wool in spinning compared to the limits of combing, the use of fulling for finishing cloth, the use of Castilian merino wool, shorter but finer than English wools, the spread of boot and sock swabs, the use of new dyes, expanding the range of clothing colours, new salting techniques for herring, sardines and, later, cod, the use of hops in beer, the better preparation and ageing of wine, cheaper glassmaking in Venice, the spread of indirect metal welding; the introduction of windmills to drain flooded land for cultivation; the industrial production of gunpowder for the arms industry, and the improvement of firearms, the progress in ceramic kilns and so on are some

Hilario Casado Alonso

tráficos regionales e internacionales sirvió como impulsor de una creciente movilidad de los maestros artesanos y de los trabajadores, difundiéndose, pues, las nuevas tecnologías. Unas se aplicaron en los talleres urbanos, pero otras se radicaron en el campo mediante el sistema de encargo a domicilio (verlagssystem), buscando unos menores costes de producción. El auge de los tejidos de lino; la difusión del cardado, que permite utilizar más tipos de lana en la hilatura frente a las limitaciones del peinado; el uso del batán para el acabado de los paños; el empleo de las lanas merinas castellanas, más cortas que las lanas inglesas, aunque más finas; la difusión de las calzas y las medias; el uso de nuevos tintes, que amplían la gama de colores de los vestidos; las nuevas técnicas de salazón del arenque, la sardina y, más tarde, el bacalao; el empleo del lúpulo para la fabricación de la cerveza; la mejor elaboración y envejecimiento del vino; el abaratamiento en la elaboración del vidrio en Venecia; la difusión del método de fusión indirecta en la siderurgia; la introducción de los molinos de viento en la desecación de los terrenos inundados para su posterior cultivo; la producción industrial de la pólvora para la industria armamentística, así como la mejora de las armas de fuego; los progresos en los hornos cerámicos; y otras más fueron algunas de las manifestaciones de una economía y una tecnología cada vez más volcada hacia el mercado. Otra de las mutaciones fue la mejora en el transporte. Tradicionalmente se ha insistido en las innovaciones navales, con los nuevos tipos de barcos (galeras, carabelas, naos, carracas, urcas, pinazas, etc.); en los adelantos en las técnicas de navegación y de cartografía; y en la pacificación de las rutas marítimas. Estos cambios permiten, indudablemente, unas mejores travesías marítimas, mayores cargamentos y un menor coste de transporte, pero también más seguridad en la navegación. Sus características son muy conocidas para el conjunto de Europa. Pero tanta importancia o más en la historia del transporte náutico tuvieron la proliferación de pequeñas naves dedicadas a la pesca y al comercio de cabotaje o las mejoras ocurridas en dichos años en los sistemas portuarios. El resultado de todo ello, desde el punto de vista que ahora nos interesa, fue el aumento de la oferta de embarcaciones al servicio de los mercaderes. Barcos con maestres que conocen

Prato/Plate Catálogo/Catalogue, n.º 118

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of the manifestations of an increasingly market-oriented economy and technology. Another of the changes was the improvement in transport. Traditionally, more effort had been put into naval innovations, with new types of boats (galleys, caravels, naus, carracks, hulks, pinnaces, etc.), advances in navigation and mapping techniques, and in protecting maritime routes. These changes undoubtedly led to better sea voyages, larger loads and lower costs, and also greater safety and were introduced throughout the whole of Europe. However, equally important or more so for the history of nautical travel was the proliferation of small boats dedicated to fishing and cabotage trade and the improvements at this time to ports. The result of all this, from the perspective of what interests us here, was the increase in the number of vessels available for use by merchants. Boats with captains who were better trained and could carry all sorts of cargo and sail in very different places and sea conditions. The Mediterranean was sailed not only by the ubiquitous and well-known Venetian, Catalan and Genoan vessels, but also, with ever increasing frequency, by boats from the Ragusa, Andalusia, Portugal, Provence, Galicia, Cantabria and the Basque country. The Atlantic was filled with a veritable proliferation of vessels: from Portugal, Cantabria, Bordeaux, Brittany, Normandy, Flanders, Holland, England and the Hanseatic League. The number of vessels was undoubtedly one of the aspects which explain the boom in international trade at the end of the middle Ages. But the same can be said about land transport. Although very little is known here, studies on the Rhine area, England and the transalpine routes show a decline in real

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mejor su oficio, transportan todo tipo de cargas y navegan por zonas y mares muy diversos. En el Mediterráneo no solo nos encontramos las ya conocidas y siempre presentes embarcaciones venecianas, catalanas o genovesas, sino que, junto a ellas, aparecen, con mayor frecuencia, las ragusinas, andaluzas, portuguesas, provenzales, gallegas, cantábricas y vascas. En el Atlántico asistimos a una autentica proliferación de flotas: portuguesas, cantábricas, bordelesas, bretonas, normandas, flamencas, holandesas, inglesas y hanseáticas. Tal oferta de embarcaciones fue, sin duda, uno de los aspectos que explica el auge del comercio internacional a fines de la Edad Media. Pero, lo mismo puede decirse acerca del transporte terrestre. Aunque es un tema bastante desconocido, los estudios que se han hecho sobre el área del Rhin, Inglaterra y las rutas transalpinas constatan una caída de sus costes reales. Incluso, algunos autores llegan a afirmar que el comercio terrestre era en aquella época tan competitivo como el marítimo. Un tercer aspecto, en este panorama de cambios en el mundo comercial de los años finales del siglo XV, fue la difusión de las técnicas e instrumentos mercantiles surgidos en Italia y los Países Bajos a finales del siglo XIII. Es, en definitiva, el “Poder del Saber Mercantil”. Elementos, como el sistema toscano de compañías, la correspondencia mercantil, los libros de comercio, la contabilidad por partida doble, las matemáticas empresariales, los seguros marítimos, la letra de cambio y la proliferación de las bancas internacionales, conectadas a bancas locales, supusieron una auténtica revolución en las formas de comerciar y hacer negocios. En los siglos XV y XVI pasaron de ser técnicas conocidas y empleadas por unos pocos, a ser utilizadas por un creciente número de hombres de negocios. También se produjeron cambios en los sectores financieros y comerciales con el nacimiento de un mercado internacional del dinero. Los préstamos al Estado, la creación de bancos públicos, los avances en la estandarización de los sistemas monetarios – con la aparición de poderosas monedas de oro y plata, como el florín, la libra de gros, la libra tornesa o el ducado –, el aumento de la oferta monetaria, como consecuencia de los descubrimientos de las minas de plata del sur de Alemania, la llegada del oro africano y, posteriormente, los metales preciosos americanos, y el progresivo descenso en la tasa de interés facilitaron la circulación del dinero, tanto para cubrir las necesidades de los particulares, como, sobre todo, de las hambrientas arcas de las Haciendas estatales y municipales. Por otro lado, la creación de grandes bancos privados y

costs. Some writers have also noted that overland trade was as competitive as maritime trade in this period. A third aspect in this panorama of change in the world of trade at the end of the 15th century was the spread of commercial techniques and instruments which appeared in Italy and the Low Countries at the end of the 13th century. Here was the defining “Power of Mercantile Knowledge”. Elements such as the Tuscan system of companies, commercial correspondence, ledgers, double-entry bookkeeping, business mathematics, maritime insurance, bills of exchange and the proliferation of international banking, linked to local banks, led to an absolute revolution in the way trade and business were conducted. In the 15th and 16th centuries, these changed from being techniques known about and used by only a few to become the common knowledge of a growing number of businessmen. Change also occurred in the financial and commercial sectors with the emergence of an international money market. Loans to the state, the creation of public banks, advances in the standardisation of monetary systems – with the appearance of valuable gold and silver coins, such as the florin, the groat, the French livre and the ducat – the increase in the money supply, as a result of the discovery of the silver mines in the south of Germany, the arrival of African gold and, later, precious metals from America, and the progressive drop in interest rates facilitated the circulation of money, as much to cover the needs of individuals as, above all, to feed the state and municipal coffers. Furthermore, the creation of large private and public banks, united in jointly founding a system of large fairs of payment at the end of the 15th century (Antwerp, Medina del Campo, Lyon, Geneva, Piacenza, Besançon, Frankfurt, Leipzig, etc.) enabled the creation of multilateral payment systems, through which money could be transferred internationally. The sharp rise in the number of wars in this period made financiers essential to monarchs and princes. As the saying goes, “pecunia nervus belli” (money is the nerve of war). From the perspective of economic management, these commercial instruments and techniques allowed transaction costs to be reduced, by reducing existing uncertainties in the commercial world: the length of voyages, the conditions in which goods arrived, the price at which they should be sold, the cost at which they should be bought from the returning fleets, the value of coins, and the break in communications because of frequent epidemics and wars, etc. The reality is that the spread of “mercantile knowledge” during the 15th century, from its initial Italian focus, meant that the world of business was not

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públicos, unido a la conformación a partir de finales del siglo XV de un sistema de grandes ferias de pagos (Amberes, Medina del Campo, Lyón, Ginebra, Piacenza, Besançon, Fráncfort, Leipzig, etc.) permitieron que se crearan sistemas multilaterales de pagos, mediante los cuales poder transferir dinero a escala internacional. El fuerte incremento en el número de conflictos bélicos en la época convirtió a los financieros en imprescindibles para los monarcas y los príncipes. Ya se sabe, “pecunia nervus belli”. Desde un análisis económico gerencial, tales instrumentos y técnicas mercantiles permitieron disminuir los costes de transacción, al reducir las incertidumbres existentes en el mundo comercial: la duración del viaje, las condiciones en que llegaban las mercancías, el precio al que se debían de vender, el coste al que debían comprarse las de los fletes de retorno, las cotizaciones de las monedas, la ruptura de las comunicaciones a causa de las frecuentes epidemias y guerras, etc. La realidad es que la difusión del “saber mercantil” a lo largo del siglo XV, a partir del primigenio foco italiano, supuso que el mundo de los negocios no solo estuviera mejor informado, sino que la información de que se disponía fuera de mejor calidad. No ha de extrañarnos, pues, que todo ello, como han constatado múltiples autores, permita un clima de mayor desarrollo y una mayor acumulación de capital por parte de aquellos mercaderes que conocían dichas técnicas. Una cuarta faceta a tomar en consideración, para comprender el mundo del comercio internacional a fines de la Edad Media, son los cambios acaecidos en la demanda y en las pautas del consumo. La proliferación de estudios acerca de la historia del consumo y de la cultura material, aunque centradas cronológicamente a partir del siglo XVII, van demostrando cómo en el siglo XV se va a producir, también, la extensión de pautas de consumo, cada vez más amplias y diversificadas, entre las oligarquías urbanas. La mejora en los niveles de vida, unida a una mejor comercialización y a la aparición de determinadas formas de “marketing”, van a hacer que dichos grupos sociales urbanos imiten los gustos de la alta nobleza y de la corte, con el consiguiente aumento de la demanda de productos tradicionales o nuevos. No es extraño que la más moderna historiografía denomine a este periodo la “prehistoria del consumo”. Estamos ante la difusión del “Imperio de las cosas”. El consumo de tejidos, más variados en sus fibras, colores y apariencias - con el consiguiente incremento en el empleo de tintes (el pastel, la rubia o la cochinilla) y mordientes (el alumbre) para incrementar su diversidad y resaltar su aspecto -, tapices,

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only better informed, but that the information it had access to was of better quality. It is no surprise, then, that all of this, as a multitude of writers have noted, enabled a climate of greater development and a greater accumulation of capital by those merchants who were familiar with these techniques. A fourth factor to take into consideration in understanding the world of international trade at the end of the Middle Ages are the changes which occurred in demand and consumption patterns. The proliferation of studies on the history of consumption and material culture, though centred chronologically on the 17th century onwards, demonstrate how in the 15th century the extension of increasingly greater and more diversified consumption patterns also occurred between urban oligarchies. The improvement in living standards, coupled to greater trade and the appearance of certain forms of marketing, led to these urban social groups imitating the tastes of the high nobility and the Court, with the subsequent rise in demand for traditional and new products. It is no surprise that the most recent historical studies call this period the “pre-history of consumption”. What we see here is the spread of the “empire of things”. The consumption of textiles, more varied in its fibres, colours and appearance – with a subsequent increase in the use of inks (woad, madder and cochineal) and mordents (alum) to increase its diversity and emphasise its appearance - carpets, painted canvases, furniture, alabaster, porcelain, pewter, metal objects, weapons, jewellery, printed books, manuscripts, etc. became increasingly more usual amongst these urban populations and also in certain rural groups. The same, tied to rises in demand and changes in consumption patterns, can be seen in the boom in wines, beers and salt from certain regions. Also in the arrival of exotic foods, such as rice, oranges, nuts or sugar cane, added to the spices from distant lands. A situation which repeats itself if one analyses the boom in construction of houses, castles, palaces and public works by private individuals and public bodies. All of this conjures a new view of the Renaissance, in which the demand for artistic objects and mundane articles took on a new significance. These changes, initially small, increased as the 15th century progressed and caused alterations in the trade routes, since it was necessary to seek new sources of supply of these products, foods and raw materials. These variations allowed new markets to be opened. A similar situation occurred in the world of manufactured goods, in which the rise in demand for certain objects brought imitators (for example, Venetian

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telas pintadas, muebles, alabastros, porcelanas, estaños, objetos metálicos, armas, joyas, libros impresos, manuscritos, etc. se hace cada vez más habitual entre dichas poblaciones urbanas, pero también en determinados grupos campesinos. Los mismos caracteres, vinculados a aumentos en la demanda y a cambios en las pautas de consumo, se observan en el auge de los vinos, cervezas y sal de determinadas regiones. Igualmente, en la llegada de alimentos exóticos, como el arroz, las naranjas, los frutos secos o el azúcar de caña, que se suman a las especias venidas de tierras lejanas. Situación que se repite si analizamos el auge constructivo por parte de particulares y organismos públicos para edificar casas, castillos, palacios y obras públicas. Todo ello nos lleva a una nueva visión del Renacimiento, donde la demanda de objetos artísticos y de artículos mundanos adquiere un nuevo significado. Estos cambios, en un primer momento débiles, aumentan conforme avanzamos en el siglo XV y van a provocar reorientaciones en las rutas del comercio, ya que hay que buscar nuevas fuentes de aprovisionamiento de dichos productos, alimentos y materias primas. Dichas variaciones permiten abrir nuevos mercados. Parecida situación es la que acontece en el mundo de las manufacturas, donde el incremento de la demanda de determinados objetos trae consigo su imitación (por ejemplo, los vidrios de Siria por los venecianos; las armas de Milán por las de Nüremberg; los paños de Werwicq en el valle del Lys en Flandes por los denominados vervins o bervíes hechos en múltiples zonas; etc.). En muchos casos, son meras sustituciones de importaciones, pero en otros dan lugar a reexportaciones importantes, con los consiguientes ascensos y declives de determinadas industrias y regiones. En este contexto de cambios es como se ha de hacer el análisis de las relaciones entre Europa y el Mundo Atlántico a lo largo de la Edad Moderna. 2. MERCANCÍAS, PRODUCTOS Y OBJETOS QUE VAN Y VIENEN: LA APERTURA DE NUEVAS OPORTUNIDADES PARA HACER NEGOCIO Y FORTUNA En los últimos 10 años han surgido dos corrientes historiográficas que han puesto de moda los estudios de las relaciones mercantiles a lo largo del mundo: la Global History y la Atlantic History. El actual proceso de globalización ha venido acompañado de un espectacular crecimiento de los intercambios

Peanha (para um Bom Pastor?)/Plinth (for a Good Shepherd?) Catálogo/Catalogue, n.º 90

copies of Syrian glass, Nuremburg copies of Milanese weapons and the so-called vervins or bervies made in myriad places which copied the Werwicq cloth from the Lys Valley in Flanders, etc.). In many cases, these were merely replacements for imports, but in others they gave rise to important re-exports, with the resulting rise and fall of certain industries and regions. In this context of change, it is necessary to examine the relations between Europe and the Atlantic world during the modern era. 2. GOODS, PRODUCTS AND OBJECTS COMING AND GOING: THE OPENING OF NEW OPPORTUNITIES FOR DOING BUSINESS AND MAKING FORTUNES In the last 10 years, the study of global trading relations has become fashionable within history, what is known as “global history” and “Atlantic history”. The current process of globalisation has been accompanied by a spectacular growth in commercial exchange, showing the different levels of economic progress in the contemporary world. This explains the interest in analysing and comparing the development of different continents and, in particular, discovering in what periods in the past they occurred and what the current differences consist of. Thus, in the words of its maximum exponent, K. Pomeranz, the “great divergence” was coined, which in this case applied to Europe and Asia (especially China), which he identifies as having taken place from the 18th century onwards.3 Based on these premises, there has been a boom in research publications and projects in the last five years in which the various regions of Europe are compared, especially those in England, which had then begun the process of industrialisation, with what is currently occurring in China, and explaining the economic hegemony of Europe. Some writers even pinpoint these divergences to earlier moments, and the very start of the modern era. In sum, the reasons for the lack of economic dynamism are being questioned based on different assumptions and methodological patterns to those of the 1960s and ‘70s. This vogue in historiography circles, fruit of the interest in this Asian giant, has been preceded and accompanied by research comparing the history of different countries and territories in different eras, so-called “global history”, which emphasises the inter-relations between the different parts of the world from the end of the Middle Ages to the present day. A few

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comerciales, que ha mostrado los diferentes niveles de progreso económico existentes en el mundo contemporáneo. De ahí el interés por analizar y comparar los desarrollos de los diferentes continentes y, especialmente, buscar en que épocas del pasado se han producido y de qué manera las actuales diferencias existentes. Es lo que, en palabras de su máximo exponente K. Pomeranz, se ha denominado la “gran divergencia”, en este caso acontecida entre Europa y Asia (especialmente China), que el señala que sucedió a partir del siglo XVIII3. A partir de esas premisas, estamos asistiendo en los últimos cinco años a un boom de publicaciones y proyectos de investigación, donde se comparan las diversas regiones europeas, especialmente las inglesas, que estaban comenzando entonces el proceso de industrialización, con lo acontecido en ese momento en China, explicando las razones de la hegemonía económica de Europa. Incluso, algunos autores rastrean tales divergencias en momentos anteriores, desde los mismos comienzos de la Edad Moderna. En suma, se vuelven a cuestionar las razones del atraso económico desde unos postulados y pautas metodológicas diferentes a las de los años 60 y 70 del pasado siglo. Tal moda historiográfica, fruto del interés por el gigante asiático, ha venido precedida y acompañada por las investigaciones que comparan en diversas épocas la historia de diversos países y territorios, destacando las interrelaciones entre las diversas partes del mundo desde finales de la Edad Media hasta la actualidad. Es la denominada Global History. Unos años antes, tal tipo de análisis se enfocaba exclusivamente en el área atlántica, investigando las fuertes interconexiones de Europa con África y América. Es la llamada Atlantic History. La principal crítica que se puede hacer de estas historiografías es que están profundamente sesgadas por la visión anglosajona de la historia, donde sólo se toma en consideración como protagonistas a los agentes ingleses y al Imperio Británico, mientras que los mercaderes y colonos españoles, portugueses, franceses e italianos, así como el Imperio portugués y español – más importantes que el británico en los siglos XVI y XVII -, pasan casi desapercibidos. No en vano se habla de la “Anglosaxon Global History” y de la “Anglosaxon Atlantic History”. Sin embargo, estas investigaciones han tenido el mérito de volver a colocar al comercio como elemento de enorme importancia para el estudio de las conexiones que, a escala global, se han dado a lo largo del tiempo. El comercio sirve, pues, para analizar, como ha hecho el profesor C. A. Bayly, la globalización arcaica y el nacimiento de la primera globalización

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years earlier, this type of analysis focused solely on the Atlantic area, examining Europe’s close inter-connections with Africa and America, in what is known as “Atlantic history”. The main criticism that can be levelled at these currents of historical study is that they are deeply skewed by an Anglo-Saxon view of history, in which the only actors considered are British middlemen and the British Empire, while Spanish, Portuguese, French and Italian merchants and settlers, as well as the Portuguese and Spanish empires – which more important than their British counterpart in the 16th and 17th centuries – are almost invisible. There is good reason why people speak of “Anglo-Saxon global history” and “Anglo-Saxon Atlantic history”. Nevertheless, this research has had the merit of focusing again on trade as a hugely important element in the study of the links which have been created globally over the course of time. Trade, then, as Professor C. A. Bayly has done, helps to analyse the old globalisation and the birth of the first modern globalisation. It identifies the intensification of local economic activity, which was the main driver of change even prior to large-scale industrialisation, and the inter-connections and inter-dependence between different societies which were not only economic but also cultural. It concludes that, due to the development of trade and communications, similarities and parallels had already existed across the globe since the earliest times. The spread of the same fashion in clothes, habits, customs and behaviour on both sides of the Atlantic foreshadowed the major globalisations of the 18th and 19th centuries. For the whole of local, national and regional history, in key aspects there must be a global history.4 In this game of inter-connections between different societies, one of the most illustrative aspects of this phenomenon is the analysis of the economic, cultural and symbolic value of goods. The first of these is the area which has traditionally been studied by economic history, but in recent years it has been accompanied by a surprising interest in the cultural and symbolic value of many of the goods which have been traded since the end of the Middle Ages. Objects, then as now, did not only have an economic significance but also a cultural one too. For that reason, many of the products have to be put into context in terms of the social world in which trade took place. The same applies to the trading of certain goods which were conceived as a gift and symbols of power and grace in some societies in the late Middle Ages and which acted as a lubricant in social relationships: between families, spouses, guilds, institutions and political authorities. These objects should not

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moderna. Señala la manera en que se intensificaron las economías locales, que fueron los principales motores del cambio incluso antes de la industrialización a gran escala. Interconexiones e interdependencias entre las distintas sociedades que no solo fueron económicas sino también culturales. Concluye que debido al desarrollo del comercio y de las comunicaciones ya hubo similitudes y paralelismos en todo el planeta desde épocas arcaicas. La difusión de unas mismas modas de vestir, de usos, de hábitos, de costumbres y de comportamientos a ambos lados del Atlántico están anticipando las grandes globalizaciones de los siglos XVIII y XIX. Para él toda historia local, nacional o regional tiene que ser, en aspectos importantes, una historia global4. En este juego de interconexiones entre las diversas sociedades, uno de los aspectos más ilustrativos de dicho fenómeno es el análisis del valor económico, cultural y simbólico de las mercancías. El primero es el que tradicionalmente ha estudiado la historia económica, pero en los últimos años ha venido acompañado por un inusitado interés por el valor cultural y simbólico de muchas de las mercancías que se intercambiaban desde finales de la Edad Media. Los objetos, entonces como ahora, no sólo tenían un significado económico sino también cultural. Por esa razón muchos de los productos deben de contextualizarse en el mundo social donde se desenvuelven los intercambios. Otro tanto se puede decir del intercambio de determinadas mercancías, concebidas como regalo y símbolos de poder y de gracia en algunas sociedades de fines de la Edad Media, las cuales servían como lubrificante de las relaciones sociales: entre las familias, los esposos, las corporaciones, las instituciones y las autoridades políticas. El objeto no debe ser considerado únicamente como una mercancía sino que es, también, un distintivo de prestigio social, donde el valor económico se mezcla con el valor simbólico. En suma, estamos ante el nacimiento de un mundo en el que la distinción, el lujo, el decoro y las apariencias son muy importantes y, en consecuencia, los objetos, los regalos y las mercancías tienen múltiples acepciones y significados. Valores que se desarrollaron ampliamente entre determinadas capas de la sociedad europea de los siglos XV y XVI. Sin embargo, la circulación de estas mismas élites sociales europeas en un espacio cada vez más abierto hizo que dichos símbolos culturales se propagaran por otros continentes. Al mismo tiempo, otro de los aspectos a analizar es la existencia de cadenas de mercancías de unos espacios geográficos a otros en un mundo cada vez más interconectado. Por un lado, estudiar

be seen solely as goods, but as a mark of social prestige too, in which economic value is combined with symbolic value. In sum, what we see here is the birth of a world in which distinction, luxury, embellishment and appearances are very important and, consequently, objects, gifts and goods have a multitude of meanings and significances. Values which were fully developed between certain echelons of European society in the 15th and 16th centuries. However, the movement of these same European social elites within an increasingly open area meant that these cultural symbols spread to other continents. At the same time, another of the aspects to be analysed is the existence of commodity chains linking one geographic area to another in an ever more interlinked world. Furthermore, studying the interactions between supply and demand in certain products, in order to understand the reasons explaining the demand for such and such a product at a given moment and, as a result, why its supply rises. The question is to understand if the rise in demand for certain products and their supply has a specific dynamic, or if, on the contrary, it is the fruit of better commercialisation and marketing. In sum, we can establish how the phenomenon of globalisation began in the 15th century, even before many of the geographical discoveries. It is not, then, something which occurred chronologically in the 18th century, even though the pace of change certainly accelerated in that century. Without doubt, the overly skewed Anglocentric view prevents lots of historians from realising that many of the phenomena which Anglo-Saxon historians attribute to periods prior to the industrial revolution also took place in the Spanish and Portuguese Empires too and at an early date. Undoubtedly, in the 15th and 16th centuries, commodity chains on both sides of the Atlantic were scarce and limited. These applied to products which were highly sought after and largely subject to very speculative trade, only within the reach of those agents who could invest large sums of money, which they could pay off in no more than 3 or 4 years, and who had access to very advanced information networks. The products from Asia, Africa and America were large in number and highly varied: foods, colourings, textile fibres, slaves, spices, tobacco, skins, precious metals, specific wood, porcelain, exotic animals, sumptuary goods, etc. All of these were transported from there to here and from here to there, creating a more globalised world. On these pages, I have focused on only some of these goods, since this is a very large and complex subject. In my opinion, they reflect the interactions between supply and demand

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las interacciones entre la oferta y la demanda de determinados productos, para de esta manera entender las razones que explican la demanda de tal o cual mercancía en un momento dado y, en consecuencia, por qué aumenta su oferta. La pregunta a hacernos es saber si el aumento de la demanda de determinados productos y la oferta de éstos mismos tiene su propia dinámica o es, por el contrario, fruto de una mejor forma de comercialización y de marketing. En suma, podemos comprobar cómo el fenómeno de la globalización comenzó en el siglo XV, antes incluso que muchos de los descubrimientos geográficos. No es, pues, algo que haya que situar cronológicamente en el siglo XVIII, aunque es indudable que en dicha centuria los cambios se aceleraron. Sin duda, la visión anglocéntrica, demasiado sesgada, impide a muchos historiadores percibir que en el Imperio Hispánico y en el Imperio Portugués se dieron también y de manera precoz muchos de los fenómenos que los historiadores anglosajones sitúan en los momentos anteriores a la revolución industrial. Indudablemente, en los siglos XV y XVI las cadenas de mercancías que se dieron a ambos lados del Atlántico fueron muy escasas y limitadas. Se produjeron sobre productos muy demandados y en gran medida objeto de un comercio muy especulativo, al alcance de sólo aquellos agentes que podían invertir fuertes sumas de dinero, que no se amortizaban más que pasados 3 o 4 años, y que disponían de unas redes de información muy avanzadas. Los productos llegados de Asia, África y América fueron muchos y muy variados: alimentos, colorantes, fibras textiles, esclavos, especias, tabaco, pieles, metales preciosos, maderas particulares, porcelana, animales exóticos, objetos suntuarios, etc. Todos ellos fueron de allá para acá y de aquí para allí, creando un mundo más globalizado. En estas páginas me centraré en algunas de estas mercancías, ya que el tema es muy amplio y complejo. A mi entender, reflejan las interacciones entre la oferta y la demanda existentes entre ambos lados del océano, al mismo tiempo que su comercio generó fuertes beneficios, llegando a ser mercancías estratégicas y objeto del interés político de los diferentes monarcas españoles y portugueses. Pero, igualmente, muestran el elevado desarrollo que el comercio y las redes mercantiles españolas y portuguesas alcanzaron en los siglos XV y XVI5. a) Los alimentos: la caña de azúcar. Una de las cuestiones más conocidas en la historia de la alimentación es la de la difusión de los productos alimentarios

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which existed between both sides of the ocean, while their trade brought major benefits, involving strategic goods of political interest to the different Spanish and Portuguese monarchs. But, equally, they show how highly developed Spanish and Portuguese trade and commercial networks were in the 15th and 16th centuries.5 a) Food: sugar cane One of the best-known issues in the history of food is that of the spread of food products around the world and how each of them went from being an exotic product, and the subject of botanical studies, to become a day-to-day food. Some came to Europe from Asia and were later transported to America and Africa. Others, on the contrary, made the opposite voyage. However, behind their spread always lies the presence of commercial networks. The examples are myriad: rice, oranges, spices, coffee, chocolate, maize, tomatoes, potatoes, sugar, tea, cinnamon, tamarind, mangos, cassava, etc. Some spread during the Middle Ages, others had to wait until the 18th century. A few, such as chocolate, changed in symbolism: from being used in Mexico in religious rites by Aztec priests, they became the symbols of the new tastes of the Spanish Court, whose princesses then spread them to the French and Austrian Courts. Here, I shall look at one of them, sugar, since it perfectly encapsulates this process of transfer of a product and the opening of new opportunities. But, at the same time, it is the best example of the successful attempt to transplant a product from another place to the new world. The spread of sugar cane is well documented within history. It began with its origins in East Asia and continued with its arrival in the Mediterranean at the hands of the Arabs, Egypt being its main producer in the 12th and 13th centuries. However, from the end of the 14th century, it ceased to be an ornamental plant in North Africa and on the island of Sicily and started to be cultivated for sugar for international trade. We know a great deal about this evolution in the Sicilian economy at the end of the Middle Ages, when, at this time, sugar, together with silk, became the main commodity on the island, creating a highly intense pattern of labour. However, for this change to occur, windmills first had to be introduced, requiring heavy investment. Thus its cultivation was in the hands of highest echelons of society, who entered into contact with the foreign merchants, Genoese and Florentine, responsible for finding outside buyers, as was the case previously with Egyptian sugar.

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a lo largo del mundo y cómo cada uno de ellos pasó de ser un producto exótico, objeto de estudios botánicos, a ser un alimento cotidiano. Unos salieron de Asia para recalar en Europa y ser, posteriormente, aclimatados en América y África. Otros, por el contrario, hicieron el viaje al contrario. Pero, detrás de su expansión, siempre está la presencia de redes mercantiles. Los ejemplos son abundantes: el arroz, la naranja, las especias, el café, el chocolate, el maíz, el tomate, la patata, el azúcar, el té, la canela, el tamarindo, el mango, la mandioca, etc. Unos se difundieron en la Edad Media, otros tuvieron que esperar hasta el siglo XVIII. Alguno, como el chocolate, cambiaron de simbolismo: de ser consumidos en México para usos religiosos por los sacerdotes aztecas, se convirtieron en el símbolo de los nuevos gustos alimentarios de la corte española, cuyas infantas se encargaron de difundirlo por las cortes francesa y austriaca. Aquí, me detendré en uno de ellos, el azúcar, ya que

The link between sugar production and the outside market is what marks the evolution of sugar cultivation. The major foreign merchants, who had lots of capital and commercial networks throughout Europe, were constantly searching for lands more conducive to its development. This explains its widespread expansion in the western Mediterranean during the 15th century: Valencia, the Nasrid Kingdom of Granada and the Algarve. Companies such as Spinola, Nigro, Bardi, Alberti, Marchionni, etc. were behind this expansion. Most of this sugar, largely considered a luxury product, was meant for northern Europe markets, with Bruges being the chief destination from the early 15th century. Italian, Spanish and Portuguese boats set sail for the coast of Flanders carrying this commodity, with which they also brought cargos of almonds, figs, olive oil, nuts, oranges and lemons, a clear indication that food habits were changing at the time, essentially for the higher social

refleja a la perfección lo que es el proceso de transmisión de una mercancía y la apertura de nuevas oportunidades de negocio. Pero, al mismo tiempo, es el mejor ejemplo de ensayo exitoso de la implantación de un producto originario de otro lugar en las nuevas tierras descubiertas. La historia de la expansión de la caña de azúcar es un tema muy bien conocido por la historiografía. Comienza con sus orígenes en el Asia oriental y continúa con su llegada al Mediterráneo de la mano de los árabes, siendo Egipto su principal productor en los siglos XII y XIII. Sin embargo, a partir de finales del siglo XIV, en el norte de África y en la isla de Sicilia dejó de ser una planta ornamental para pasar a ser cultivada con el fin de obtener azúcar con destino a la comercialización internacional. Conocemos muy bien dicha evolución sobre la economía siciliana a fines de la Edad Media, cuando desde esas fechas el azúcar, junto con la seda, se convirtieron en la

classes. From Bruges, as the records of Britain’s ports reveal, most of this sugar was distributed to other parts of Europe. Thus sugar cane, sold in the form of sugar loaves and molasses, was an essential element is making preserves, which started appearing as a symbol of prestige on the best tables of the time, revealing one of the myriad changes that took place in consumption patterns in the 15th and 16th centuries. Rising demand meant that the foreign merchants sought new sources of production. The first step was to transplant cultivation to the Atlantic islands from the mid-15th century, especially Madeira and the Canaries, and the western coast of Morocco. The same process was repeated: first the crop was planted, followed by the building of sugar mills by the nobility, after which the foreign merchants arrived. In this case, accompanying the traditional Genoese and Florentines, based in Lisbon and Seville, were the Portuguese, Spanish and Flemish.

Sevilha/Seville Civitates Orbis Terrarum Georg Braun; Frans Hogenberg 1572 CMP/BPMP, Res-XVI-C-4

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principal mercancía en expansión de la isla, generando una elevada intensidad de trabajo. Pero, para que se diera tal cambio, era necesaria la introducción de los molinos, lo que exigía fuertes inversiones de dinero. Por ello su cultivo estuvo en manos de las altas capas sociales, que se encargaban de contactar con los mercaderes extranjeros, genoveses y florentinos, dedicados a su comercialización exterior, situación que ya se daba anteriormente con el azúcar egipcio. La vinculación entre la producción azucarera y el mercado exterior es la que marca la evolución espacial del cultivo de la caña azucarera. Los grandes mercaderes extranjeros, poseedores de abundantes capitales y de redes de comercialización por toda Europa, van a ir buscando en cada momento las tierras más propicias para su desarrollo. De ahí la gran difusión de dicho cultivo por el Mediterráneo occidental a lo largo del siglo XV: Valencia, la Granada nazarita y el Algarbe. Compañías como las de los Spinola, Nigro, Bardi, Alberti, Marchionni, etc. están detrás de su expansión. Gran parte de estos azúcares, considerados en gran medida como productos de lujo, estaban destinados a los mercados del norte de Europa, siendo a este respecto Brujas su principal destino desde principios del siglo XV. Barcos italianos, españoles y portugueses alcanzaban las costas de Flandes trayendo dicha mercancía, a la que acompañaban con cargamentos de almendras, higos, aceite, frutos secos, naranjas y limones, en una constatación clara de que estaban cambiando los usos alimentarios del momento, fundamentalmente para las clases altas de la sociedad. Desde Brujas, tal como constatan las cuentas de los puertos británicos, gran parte de este azúcar se distribuía por otras zonas de Europa. Así pues, el azúcar de caña, comercializado en forma de panes de azúcar y de melazas, es el elemento indispensable para hacer conservas, las cuales comienzan a aparecer como símbolo de prestigio en las mejores mesas de la época, mostrándonos pues uno de los múltiples cambios acontecidos en las pautas de consumo de los siglos XV y XVI. El aumento de su demanda hizo que los comerciantes extranjeros buscaran nuevos espacios productivos. Su primer salto fue a las islas atlánticas a partir de mediados del siglo XV, especialmente a Madeira y Canarias, y a la costa occidental de Marruecos. El esquema se repite de nuevo: aparición de su cultivo e instalación de ingenios azucareros de la mano de los señores nobiliares, acompañado de la llegada de mercaderes extranjeros. En este caso a los tradicionales genoveses y florentinos, fuertemente asentados en Lisboa y Sevilla, se suman los portugueses, españoles y flamencos. Pero éstos no podían

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But these merchants could not just be anyone, since the sugar trade was highly speculative and monopolistic. For that reason, it was the exclusive preserve of those with connections to the northern markets (Bruges, Bristol, London and Rouen), where they had partners and agents. The following stage in the sugar trade is well known. Little success was achieved in attempts to cultivate sugar cane in Madeira, Azores and Cape Verde, but in the islands of Santo Tomé is was a huge success. In the latter, a system was introduced that would last throughout the modern age: the interrelationship between sugar cane cultivation and the slave economy.6 This method was implemented by the Spanish in the Caribbean and by the Portuguese in Brazil in the early 16th century, where you see the same people trading in slaves and sugar. However, as with earlier times and places, its production appears tied to the existence of external markets and, as a result, to the presence of trading networks connecting both edges of the Atlantic. Thus what we see is a commodity chain which changed the economies and societies in which it was implanted, which depended on external agents and traders. These not only transported the product, but, in order for their business to flourish, created their own demand, introducing new consumption patterns and new cultural and mental values into European, American and African societies. Otherwise one could not understand the gift presented by the embassy of the Captain of Funchal to Pope Leo X, which consisted of a replica of the “Sacred Palace made of sugar with the cardinals made of golden icing in places, which made them look very nice”, which pleased the Holy Father and the cardinals enormously. Or the sending of countless sugar loaves from Madeira by the Portuguese King Manuel to his factor in Antwerp for parties. Sugar cane in the early 16th century was above all a symbol of social prestige, rather than a mere food. However, from the middle of that century, the consumption of sugar, syrup and “second molasses” became more usual at European tables. While production continued on the Atlantic islands, it took off very strongly in the Caribbean territories and, above all, in Brazil. The protagonists of this were the merchants of Porto, Viana do Castelo and Vila do Conde, who became the suppliers of the rich markets of Antwerp, France and the Iberian Peninsula. Followed, some years later, by the British, French and Dutch, and, as a result, the spectacular rise in the trade in slaves for the sugar plantations.

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ser cualquiera, al ser el comercio del azúcar muy especulativo y altamente monopolista. Por eso el negocio azucarero estaba exclusivamente al alcance de aquellos que tenían conexiones con los mercados norteños (Brujas, Bristol, Londres y Ruán), donde poseían socios o agentes. El siguiente salto de la caña de azúcar es bien conocido. Intentos con escaso éxito en las islas Madeira, Azores y de Cabo Verde y un enorme triunfo en las de Santo Tomé. Incluso, en esta última se impone un sistema que va a durar durante la Edad Moderna: la correlación entre cultivo de la caña de azúcar y economía esclavista6. Método que impondrán los españoles en el Caribe y los portugueses en el Brasil desde principios del siglo XVI, donde incluso vemos a los mismos personajes comerciando con esclavos y con azúcar. Pero, al igual que en espacios y épocas anteriores, su producción aparece vinculada a la existencia de mercados exteriores y, en consecuencia, a la presencia de unas redes de comercialización que relacionaban ambas orillas del Atlántico. De ahí que estemos ante la cadena de una mercancía, que cambió las economías y las sociedades donde se fue implantando, las cuales dependían de unos agentes y comerciantes exteriores. Estos no solo transportaban dicho producto, sino que, para que su negocio prosperase, creaban su propia demanda, introduciendo en las sociedades europeas, americanas y africanas nuevas pautas de consumo y nuevos valores culturales y mentales. Cómo si no entender el regalo que la embajada del capitán de Funchal hizo al Papa León X, consistente en la reproducción del “sacro palacio feito de açúcar e os cardeais iam todos feitos de alfenim dourados a partes, que lhe davam muita graça”, el cual agradó enormemente al Santo Padre y a los cardenales. O los envíos por parte del rey portugués D. Manuel a su factor en Amberes de numerosas cajas de panes de azúcar de Madeira para hacer fiestas. El azúcar de caña era a principios del siglo XVI sobre todo un símbolo de prestigio social, más que un simple alimento. Sin embargo, a partir de mediados de dicha centuria el consumo de azúcar, almíbares y “remieles” se vuelve más habitual entre las mesas europeas. Mientras se sigue produciendo en las islas atlánticas, surge con gran fuerza en los territorios del Caribe y, sobre todo, en Brasil. Aquí los protagonistas serán los comerciantes de Oporto, Viana do Castelo y Vila do Conde, que se convertirán en los abastecedores del rico mercado de Amberes, Francia y la Península Ibérica. A ellos les seguirán en años posteriores los británicos, franceses y holandeses y, como resultado, el espectacular incremento del comercio de esclavos para las plantaciones azucareras.

b) The world of colour and clothes: dyes and fabrics Another commodity that was subject to intense speculative consumption in the pre-industrial era was dyes. These varied over time, not only by virtue of the fact that new colourings were discovered, but also because of the existence of trading networks that trafficked dyes. To this must be added another very important element: changes in fashion and the mental and cultural significance of colour. Furthermore, as mentioned above, the development of textile manufacture from the end of the Middle Ages saw a boom in dye consumption and, also, that of mordents (alum). This has only been highlighted by scholars of the textiles industry, which is more concerned in analysing the type of fibres used, their bonds and the organisation of manufacturing work. However, we have to bear in mind that studies which have looked at the costs structure in textiles note that the importing of dyes accounted for around 6/15% of the price of cloth, the third highest import after raw material and weaving. The work of the dyers was not afforded the same respect as weavers, but it added greater value to fabrics which were of medium to high quality. But, at the same time, in studying dyes it is also very important to analyse the symbolic, social and cultural value given to certain colours over others. This is a subject about which we know little, except for the magnificent studies of M Pastoureau.7 The questions which arise are many and diverse: Were there different colours for rich and poor? Were there colours for men and women? Were there colours and types of clothes for the different stages in life? And so on. The answer to the first is simple: non-dyed fabrics – in raw and brown colours – were the cheapest and intended for the lowest social classes. However, from this point on, the value of colour varies according to tastes and eras, showing an outpouring of colour in the late Middle Ages, of which we have copious accounts in the sumptuary laws which began to proliferate from then onwards. But one colour imposed itself above all others from the 13th century on: blue – the colour of the Virgin Mary and royalty. However, it was from the mid-15th century that this colour and its wide range of derived hues – obtained by successive tinctures, such as grey, silver, marine blue, purple and, above all, black – became a standard feature of the clothes of the socially powerful. Compared to gold and red, black was used to symbolise virtue, chivalry and nobility, values which continued to dominate in the 16th and 17th centuries. These changes are seen in the colour of the fabrics sold in the Bruges

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b) El mundo del color y de la ropa: los tintes y los tejidos. Otra de las mercancías que fue objeto de un intenso consumo especulativo en la época preindustrial fueron los tintes. Estos fueron variando en el tiempo no solo en virtud de que se fueran descubriendo nuevos colorantes, sino también a causa de la existencia de redes de comercialización que traficaban con dicha mercadería. A ello hay que sumar otro elemento muy importante, los cambios en la moda y en el significado mental y cultural de los colores. Por un lado, como he señalado anteriormente, el desarrollo de las manufacturas textiles a partir de finales de la Edad Media disparó el consumo de los tintes e, igualmente, el de los mordientes (el alumbre). Este protagonismo apenas ha sido resaltado por los estudiosos de la industria textil, más preocupados por el análisis del tipo de fibras empleadas, del de sus ligaduras o de la organización del trabajo manufacturero. Sin embargo, hemos de tener en cuenta que los estudios que se han hecho sobre la estructura de costes de los tejidos, señalan que el importe del teñido suponía en torno al 6/15% del precio de los paños, el tercer importe más elevado, después de los de la materia prima y el tisaje. La labor de los tintoreros no era, pues, accesoria con respecto a la de los tejedores, sino que, incluso, creaba un mayor valor añadido en los tejidos que eran de calidad alta y media. Pero, al mismo tiempo, en el estudio de los tintes también es muy importante analizar el valor simbólico, social y cultural que se daba a unos determinados colores sobre otros. Un tema sobre el que conocemos poco, salvo los magistrales estudios de M Pastoureau7. Las preguntas a hacerse son numerosas y diversas: ¿Había colores de pobres y colores de ricos?; ¿hay colores de hombres y colores de mujeres?; ¿había colores y tipos de ropa según las diferentes etapas de la vida?; etc. Una primera respuesta es sencilla: los tejidos sin teñir – de colores crudos y pardos – eran los más baratos y estaban destinados a los grupos sociales inferiores. Pero, a partir de ese punto, las valoraciones del color difieren según gustos y épocas, mostrando una exaltación del color a fines de la Edad Media, de la que quedan abundantes testimonios en las leyes suntuarias que comenzaron a proliferar desde entonces. Pero por encima de todos los colores, se impone desde el siglo XIII el color azul: el color de la Virgen y el color de la realeza. Pero, será desde mediados del siglo XV cuando éste y su amplia gama de derivados – obtenidos pos sucesivas tinturas del azul -, como el gris, el argentado, el ferrete, el morado y, sobre todo, el negro, se imponen en la vestimenta

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market, where dark colours were popular in the late 15th century, a change which can also be seen if we analyse the numerous portraits of the early Flemish. This change did not occur by chance. It represented the triumph of Burgundian fashion in all areas of social and ceremonial life in the European Courts of the time. In sum, it was the triumph of the “Flemish style”, which would later be called Spanish fashion. This evolution in the colour of fabrics occurred in every European country, even though, unlike today, fashion was reflected in men’s clothing, while women’s clothing changed more slowly. By way of a summary, we can establish the following characteristics: the use of Brown as a synonym for the fabrics of the poor; the use of yellow to line clothes; and the triumph of black over red and gold as a symbol of distinction. Other colours, such as green, blue and marine blue, while highly popular, would succumb to black in rich fabrics the further one moved into the 16th century. In velvets and silks the use of red continued, remaining more lasting. Red, on the contrary, became ever more frequent in women’s clothes, but unlike today, it was men’s clothes which reflected the latest fashions. This was even commented upon by an anonymous Milanese merchant, who visited Burgos in 1518, of which he said that “è assay bella et populatta et molto mercantile” and of its inhabitants: “le signore sone belle et ben inbellatatte et vano con gran gravitate et acompagnatte da servitori che le susteneno; portano le sue cibre altte uno somese et alcune una spanna, vesteno de belle sottane et di sopra per la magiore parte di saya negre, et portano li mantelli forte alti e longhi de dicta saya. È bella et bon città”. The use of black as a symbol of distinction indicates that Castilian high society followed the fashions of Burgundy, the most sophisticated in Europe. Given that this was not surprising, since the taste for all things in the “Flemish style” – as the inventories of the time put it – was a constant feature of these years in Castille and Portugal. While Flemish dress was popular, houses were decorated with fabrics and carpets from the same place, and objects (alabaster, hats, embossed leather for covering walls and furniture, chests, trunks and caskets, rosaries, boxes, tables, bureaus, jewellery, Mechelen bells and “dolls”, bronze or brass candlesticks, trays from Dinant, mirrors, window glass, books – illuminated, printed and blank for accounting – musical instruments, weapons, etc.). However, the triumph of black was not just a simple question of a change in taste, but rather the success of certain commercial dye trading networks. In the case of blue and black,

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de los grupos sociales poderosos. Frente al dorado y al rojo, el negro aparece como el símbolo de la virtud, la caballerosidad y la nobleza, valores que continuaran dominando en los siglos XVI y XVII. Tales cambios se ven en los colores de los tejidos vendidos en el mercado de Brujas, donde a finales del siglo XV se imponen los colores oscuros. Mudanza que vemos, igualmente, si analizamos los numerosos retratos conservados en los cuadros de los primitivos flamencos. Pero, tal cambio no fue fruto del azar sino que es la representación del triunfo de la moda borgoñona en todas las manifestaciones de la vida social y ceremoniosa de las cortes europeas del momento. En suma, es el triunfo de la moda “al uso de Flandes”, que más tarde se llamara moda a la española. Tal evolución en los colores de los tejidos ocurre en todos los países de Europa, aunque, a diferencia de hoy, la moda la marcan los hombres, mientras que en la ropa femenina los cambios fueron más tardíos. A modo de síntesis, podemos establecer las siguientes características: el uso del color pardo como sinónimo de tejidos de los pobres; el empleo del amarillo para los forros de la ropa; y el triunfo del negro sobre el rojo y el dorado como símbolo de distinción. Otros colores, como el verde, el azul y el ferrete, aunque son muy apreciados, van a sucumbir según nos adentramos en el siglo XVI, ante el negro entre los paños más caros. En los terciopelos y las sedas la presencia del rojo sigue siendo más duradera. Dicho color rojo, por el contrario, se sigue imponiendo en la vestimenta femenina, pero, a diferencia de ahora, la vestimenta masculina es la que marca las tendencias. Tal hecho fue, incluso, observado por un anónimo mercader milanés, que paso por Burgos en 1518, el cual nos dice de la ciudad que “è assay bella et populatta et molto mercantile” y de sus habitantes, “le signore sone belle et ben inbellatatte et vano con gran gravitate et acompagnatte da servitori che le susteneno; portano le sue cibre altte uno somese et alcune una spanna, vesteno de belle sottane et di sopra per la magiore parte di saya negre, et portano li mantelli forte alti e longhi de dicta saya. È bella et bon città”. La presencia del negro como símbolo de distinción nos indica que la alta sociedad castellana seguía las pautas de la moda más refinada de Europa, la borgoñona. Hecho que no es sorprendente, ya que el gusto por las cosas “al uso de Flandes” – como dicen los inventarios de la época - fue una constante en estos años en Castilla y Portugal. Se viste a la “flamenca”, las casas se decoran con tejidos y tapices de dicha procedencia, y se tienen objetos de allá (alabastros, sombreros, cueros repujados para cubrir paredes y muebles, arcas, baúles y cofres, rosarios, cajas,

trade was conducted by the merchants of woad and, later, indigo. The first dye, woad or glastum, was obtained from the isatis tinctoria plant, belonging to the indigotine family. It was much used at the end of the Middle Ages – and became even more popular during the plague – to obtain a range of colours ranging from light blue to black. Its use was widespread since alongside its dyeing properties it did not require mordents. The history of the dye includes several stages: Lombardy woad, traded by the Genoese – le bleu de Gênes, from which the words “blue jeans” derive – which entered into decline in the mid-15th century, with a resurgence in the late 16th; Lauregais woad – traded out of Toulouse – and Azorean woad, whose golden era was from the mid-15th to the late 16th century; Thuringian and English woad during the 17th and 19th centuries; and Japanese woad in the 18th-20th centuries. In this history of movement from the large areas of production to international markets, the large merchants, particularly those from Burgos, had a role to play. I refer here to the boom in woad and, to a lesser degree, that of the Azores. As different writers have noted, and myself in earlier work, behind the growth in the trade of this dye – with the lead of Toulouse and its export via Bordeaux rather than the tracks through the Pyrenees or the ports of Bayonne and the Mediterranean – were families such as the Bernuy, López de Villanueva, Quintanadueñas, Astudillo, Gallo, San Esteban, Castro and Lerma. The Castilians, together with converts from Aragon, triumphed over other local and foreign competitors by pouring in as much capital as was necessary for its production – highly delicate and subject to frequent speculative variations – and a network for its distribution to the international textiles centres, since it coincided with their points of sale for merino wool. Thus the European trade in woad, from 1460-70 to 1550, was largely in the hands of the Burgos merchants, where the Bernuy family was king. When exports of woad via Bordeaux or Narbonne, and Thuringia, were cut off due to the religious wars in France and Germany, it was necessary to find new sources of production. It was thus these same trading companies which promoted its cultivation on the islands of the Azores and intended to do the same, but without success, in the Caribbean. This interest was shared by the king Philip II himself, aware that the trade in dyes was key to manufacturing in Europe. It is no surprise, then, that this king had encouraged the cultivation of logwood in Mexico to obtain black, but with varying results. The most success was obtained with Guatemalan indigo, which

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mesas, escritorios, joyas, campanillas y “muñecas” de Malinas, candeleros de bronce o latón, bandejas de Dinant, espejos, vidrios para las ventanas, libros - iluminados, impresos y en blanco para contabilidad -, instrumentos musicales, armas, etc.). Pero, detrás del triunfo del negro no estamos solo ante un simple cambio de gusto, sino ante el éxito de determinadas redes comerciales que trafican con los tintes. En el caso del azul y del negro son los comerciantes del pastel y, más tarde, del añil. El primer colorante, el tinte pastel o glasto, se obtiene de la planta isatis tinctoria, perteneciente a la familia de las indigotinas. Fue muy utilizado a fines de la Edad Media – incluso se expandió a partir de la peste negra-, para la obtención de una gama de colores que iba desde el azul claro hasta el negro. Su empleo fue mayoritario, ya que a sus capacidades tintóreas unía su utilización sin el uso de mordientes. En la historia de este tinte se pueden apreciar diferentes fases: desde la del pastel lombardo, comercializado por los genoveses – lebleu de Gênes, de donde deriva la palabra blue jeans -, que entró en decadencia de mediados del siglo XV, para resurgir a finales del XVI; el pastel del Lauregais - comercializado desde Toulouse - y el de las Azores, cuyo esplendor abarca desde mediados del siglo XV hasta finales del XVI; el de Turingia e Inglaterra durante los siglos XVII y XIX; y el del Japón en los siglos XVIII - XX. En esta historia de desplazamientos de las grandes zonas de producción con destino a los mercados internacionales los grandes mercaderes, especialmente los burgaleses jugaron su papel. Me estoy refiriendo al auge del pastel tolosano y, en menor medida, del de las Azores. Como han señalado diferentes autores y yo mismo en anteriores trabajos, en el crecimiento del comercio de dicho tinte – con el protagonismo de Toulouse y su salida al exterior a través de Burdeos frente a las vías pirenaicas o los puertos de Bayona o los mediterráneos , están familias como los Bernuy, López de Villanueva, Quintanadueñas, Astudillo, Gallo, San Esteban, Castro o Lerma. Los castellanos, junto con conversos aragoneses, triunfaron sobre otros competidores locales y extranjeros al poseer tanto abundantes capitales necesarios para su producción – muy delicada y sometida a frecuentes variaciones especulativas - , como una red de distribución por los centros textiles internacionales, ya que coincidía con sus puntos de venta de la lana merina. De ahí que el comercio europeo del pastel, desde los años 1460/70 hasta 1550, estuvo en gran medida en manos de burgaleses, donde los Bernuy fueron sus emperadores.

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since the end of the 16th century had replaced European woad, despite a certain reticence by the dyers. However, before the Spanish stood, the other European powers, especially England and Holland, who were keen to control this highly lucrative market which resorted in the 17th century to every ploy possible, including piracy and industrial espionage, to take over the trade and production of blue dye. A similar and equally exciting story surrounds the colour red. This dye was obtained in the Middle Ages from different plants, molluscs and insects: scarlet, safflower, madder, purple, orchilla, brazilwood and kermes. Its use varied over time, depending on the appearance of new dyes and, above all, powerful commercial networks which traded it. During the 15th and 16th centuries, therefore, one of the objectives of the conquistadores, explorers and traders was the search and trade in the new colourings needed by the textile industry, in line with the latest fashion trends. Generally, most dyes came from Asia, generating important traffic from these parts to Europe and America. An example of this is brazilwood, which came from India and Insulindia and which, from Alexandria, was imported into Spain with relative success, after which it was transplanted by the Portuguese to America, wherein originated Brazil’s name. But its poor quality led to other alternatives being sought. In this case, in the 16th century, a different itinerary arose: from America to Europe. The product in question was cochineal, or grana cochinilla, as it is called in Mexico and which, as with the rest of the dye trade, had great international success, creating a commodity chain and changing the local communities involved in its production. This dye, obtained from an insect which reproduces in a parasitic manner on the nopal cactus, was used by the native American Indians, especially the Zapotecs, who had managed to cultivate the insect’s larvae on nopal plantations. This allowed then to obtain three annual harvests. Once the insect had been crushed, a reddish dye of high quality was obtained due to its high content of carminic acid. It is no surprise, then, that Hernan Cortés himself admired the variety and intensity of the red fabrics which the indigenous Mexicans used. Its dyeing quality meant that the cultivation of the cochineal and the production of the resulting ink caught the attention of the merchants and the King himself, who saw in it a product of high value, as it was in great demand for dyeing expensive fabrics, especially silk. It is known that after 1563 there were constant exports from Mexico to Seville and, from there, to the rest of Europe, especially the silk-making centres of

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Cuando las salidas del pastel tolosano, a través de Burdeos o de Narbona, y del de Turingia se cortaron por las Guerras de Religión en Francia y Alemania, fue necesario potenciar nuevas zonas de producción. De ahí que estas mismas compañías mercantiles fueran las que promovieron su cultivo en las islas Azores e intentaron hacer lo mismo, aunque fracasaron, en las del Caribe. Interés que era compartido por el propio monarca Felipe II, consciente de que el comercio de los tintes era fundamental para la actividad manufacturera en Europa. No es extraño, pues, que dicho monarca promoviera el cultivo del palo del Campeche en México para obtener el color negro, aunque con resultados desiguales. Por el contrario, mayor éxito se obtuvo con índigo americano, el añil de Guatemala, que desde finales del siglo XVI sustituyo, a pesar de ciertas reticencias por parte de los tintoreros, al pastel europeo. Pero, frente a los españoles estaban el resto de las potencias europeas, especialmente Inglaterra y Holanda, ansiosas de controlar este mercado tan lucrativo, las cuales recurrieron en el siglo XVII a todo tipo de estratagemas, incluida la piratería y el espionaje industrial, para apoderarse del comercio y de la producción de las tinturas azules. Una historia parecida y también apasionante es la del color rojo. Dicho tinte se obtenía en la Edad Media a partir de diferentes plantas, moluscos e insectos: la grana, el cártamo, la rubia, la púrpura, la urchilla, el palo del brasil y el kermes. Su utilización fue variando en el tiempo, conforme aparecían nuevos tintes y, sobre todo, poderosas redes mercantiles que les intercambiaban. Así, durante los siglos XV y XVI, uno de los objetivos de los conquistadores, descubridores y negociantes fue la búsqueda y el comercio de los nuevos colorantes que demandaba la industria textil, conforme a las nuevas pautas de la moda. Generalmente, la mayor parte de los tintes procedía de Asia, generando un importante tráfico de esas zonas hacia Europa y América. Un ejemplo de ello es el palo del brasil, que venía de la India y de Insulindia y que, a partir de Alejandría, se implanto en España con relativo éxito, para posteriormente ser trasplantado por los portugueses a América, dando lugar al nombre del Brasil. Pero su mediocre calidad hizo que se buscaran otras alternativas. En este caso, en el siglo XVI nos encontramos con un itinerario distinto, de América a Europa. Es el ejemplo de la cochinilla o la grana cochinilla, como se denominó en México y que, al igual que sucedió en el resto del comercio tintóreo, tuvo un gran éxito internacional y generó una cadena de mercancías, alterando las comunidades locales por donde pasó. Este colorante, obtenido

Italy. Over the course of the 17th, 18th and 19th centuries, a whole commodity chain was developed that went from the local indigenous communities – especially from the Tlaxcala and Oaxaca areas – responsible for the cultivation of the nopal cactuses and the production of the larvae, their drying and conversion into powder, to the merchants in Mexico City who acquired the dye and shipped it to Veracruz, from which it was sent to Spain. In sum, this was the merchandise which transformed the economy of the communities it touched, enriching many of those involved, but which depends on European demand and, above all, the existence of a trading network. It is no surprise, therefore, that we once again find the same people and companies involved in the sugar, wool, woad and spice trades. Products in high demand amongst European consumers, which require heavy investment and very good knowledge of the markets, via advanced control of information flows, since through small-scale production prices fluctuated widely. We therefore see how, in the mid-16th century, among the major importers of cochineal based in Seville, were the Maluenda, Salamanca, Ruiz, Jorge, Espinosa and Astudillo companies, etc. All of these dye boxes were chiefly intended for foreign markets (Antwerp, Rouen, Nantes, Venice and Florence), where all of them had partners and agents charged with redistributing them to the most important European textiles centres. To improve business, they in turn relied on other partners and agents in Mexico and Veracruz, who were responsible for contacting the local indigenous communities and shipping the goods. So there was a dense network which controlled the entire cochineal cycle – the same one that was simultaneously producing woad or sugar – from the nopal cactuses plantations to the dyer’s workshop. Without these networks, the highly speculative and monopolistic cultivation and trading makes little sense. However, the inter-relations between Europe and the newly discovered lands not only developed through the lucrative trade in dyes for the textiles industry, but were also influenced through the arrival of new fashions in fabrics and clothing., A foretaste was documented in the book Suma Oriental by Tomé Pires, in the service of Alfonso de Albuquerque, which mentions the arrival, along with spices and cloth, especially cotton, from India, Java, Sumatra and other parts of Asia. To these fabrics were soon added those from China, after the Portuguese settled in Macao. Thus the taste for Chinese silk was introduced into the clothing of the European elites and even

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de un insecto, que se reproduce de manera parasitaria en el nopal, una especie de cactus, era utilizado por los indios americanos, especialmente por los zapotecas, que habían conseguido cultivar las larvas de dicho insecto en las plantaciones de nopal. Tal habilidad les permitió obtener tres cosechas anuales. Una vez triturado el insecto, se obtenían un colorante de alta calidad rojiza, dado su elevado contenido en ácido carmínico. No es extraño, pues, que el propio Hernán Cortes se admirara de la variedad e intensidad de los tejidos rojos que empleaban los indígenas mexicanos. Su elevada calidad tintórea hizo que el cultivo de la cochinilla y la producción del tinte resultante llamaran la atención de los mercaderes y del propio monarca, los cuales vieron en dicho colorante un producto de alto valor, ya que era muy demandado para teñir los tejidos caros, especialmente las sedas. Se sabe que desde 1563 hubo exportaciones constantes desde México a Sevilla y, desde allí, a Europa, especialmente a los centros sederos de Italia. A lo largo de los siglos XVII, XVIII y XIX se desarrolló toda una cadena de mercancías que iba desde las comunidades locales indígenas – especialmente de las zonas de Tlaxcala y Oaxaca -, encargadas del cultivo de los nopales y de la producción de las larvas, pasando por su secado y conversión en polvo, hasta los mercaderes de la ciudad de México que adquirían el tinte, que transportaban a Veracruz, desde donde era enviado a España. En suma, estamos ante una mercancía que transforma la economía de las comunidades por donde pasa, enriqueciendo a muchos de sus componentes, pero que depende de la demanda europea y, sobre todo, de la existencia de una red de comercialización. No es extraño, pues, que nos encontremos de nuevo con los mismos personajes y compañías que se dedicaban al comercio del azúcar, de la lana, del pastel y de las especias. Productos altamente demandados por el consumidor europeo, que requieren fuertes inversiones y conocer muy bien la situación del mercado, mediante un avanzado control de los flujos de la información, ya que al ser la producción pequeña los precios oscilaban mucho. Así, vemos como a mediados del siglo XVI entre los grandes importadores de cochinilla asentados en Sevilla estaban las compañías de los Maluenda, Salamanca, Ruiz, Jorge, Espinosa, Astudillo, etc. Todas estas cajas de colorante tenían como principal destino los mercados extranjeros (Amberes, Ruán, Nantes, Venecia y Florencia), donde todas ellas disponían de socios y agentes que se encargaban de redistribuirlas en los más importantes centros textiles europeos. Para hacer mejor

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into the liturgical habits of the Church. However, fabrics from China did not only reach Europe by means of the Portuguese and later by the Dutch and English. From the mid-16th century, the route opened by the Spanish between the Philippines and Mexico was also operating, that of the Manila galleon, which set sail with cargos of silk, spices and porcelain in exchange for silver ingots and coins and European products. The markets of Brazil, Peru and Mexico were also in turn supplied with a multitude of European fabrics, some made in Spain and Portugal, but many others, especially linens, from Holland, Normandy, Brittany and Italy8. In fact, at the fairs of Medina del Campo, the main centre of textile redistribution in the Iberian Peninsula in the 16th century, most of the sales were made to send the fabrics to America. With them went hats, clothes, shoes, swords, armours, Cuir de Cordoue, necklaces, etc. Fabrics, dyes and fashion in clothing were thus beginning to globalise. c) Luxury objects Another commodity which moved copiously around Europe and between it and America, Africa and Asia were luxury objects. Recent studies on the economy during the Renaissance have shown that one of its facets was the growth of movable wealth in certain social groups. There are various fields of analysis of material culture in pre-industrial times. Firstly, household assets: the home (palace, ordinary household, peasant’s house, etc.) and its contents (shoes, hats; furniture, beds and chests; clocks; vases, crystal, crockery, plates and kitchen utensils; metallic objects; books; fans; weapons; carriages, coaches and sedan chairs; …); and, secondly, food. Moreover, there is the distinction between the material assets of the rich compared to the poor. In the first case, studies have been done on the expenditure of the aristocratic families, based on their inventories and accounts from the time “luxury and decoration” became the badges of high society. To this, the analyses of the appearance of certain objects (furniture, porcelain, fans and clocks) in these households can be added. Compared to the material culture of the rich is that of the poor, whether peasants or simple town folk and domestic servants. Questions concerning household items, the standard of living, diet, kitchen utensils and day-to-day objects have focused the attention of historians researching consumption. But a key concern in this analysis is to know if all these things were homemade or acquired at market, since from the answer stem very diverse consequences and, especially, explanations

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los negocios, estas mismas contaban a su vez con otros socios y agentes en México y Veracruz, que eran los encargados de entrar en contacto con las comunidades locales de indígenas y de transportar las mercancías. Estamos, en consecuencia, ante una tupida red que controla todo el ciclo de la cochinilla – lo mismo que simultáneamente se estaba produciendo con el pastel o el azúcar -, desde las plantaciones de nopal hasta el taller del tintorero. Sin la existencia de estas redes no se entiende dicho cultivo y su comercio, muy especulativos y monopolistas. Pero las interrelaciones entre Europa y las nuevas tierras descubiertas no solo se concretaron en el lucrativo comercio de tintes para la industria textil, también ésta se vio influenciada por la llegada de nuevas modas en los tejidos y en la vestimenta. Una primera muestra nos la señala el libro Suma Oriental de Tomé Pires, al servicio de Alfonso de Albuquerque, que nos habla de la llegada, junto con las especias, de telas, especialmente de algodón, desde la India, Java, Sumatra y otros puntos de Asia a Portugal. A dichos tejidos se sumaron pronto los precedentes de China, más cuando los portugueses se asentaron en Macao. Así pues, el gusto por las sedas chinas se introdujo en las vestimentas de las élites europeas e, incluso, en los hábitos litúrgicos de la Iglesia. Pero los tejidos de China no sólo llegaron a Europa por medio de los portugueses y más tarde por de los holandeses e ingleses, a partir de mediados del siglo XVI se sumó la ruta que los españoles abrieron entre Filipinas y México, la del Galeón de Manila, que partía con cargamentos de sedas, especias y porcelana a cambio de lingotes y monedas de plata y productos europeos. A su vez, a los mercados de Brasil, Perú o México llegaban multitud de tejidos europeos, parte de ellos fabricados en España y Portugal, pero muchos otros, especialmente los de lino, estaban hechos en Holanda, Normandía, Bretaña o Italia8. De hecho, en las ferias de Medina del Campo, el principal centro de redistribución textil de la Península Ibérica en el siglo XVI, una gran parte de las ventas se hicieron para enviar los tejidos a América. Junto a ellos se despachan sombreros, ropas, zapatos, espadas, armaduras, guadamecís, collares, etc. Los tejidos, los tintes y la moda en la vestimenta estaban, pues, comenzando a globalizarse. c) Los objetos suntuarios Otra mercancía que circuló ampliamente por toda Europa y entre este continente, América, África y Asia fueron los objetos suntuarios. Los recientes estudios sobre la economía durante

of the forms of economic growth. Thus it is crucial not only to understand the material culture at a specific time, but to see its temporal evolution within a social group or within society as a whole. But, at the same time, as P. Bourdieu notes, how the taste, tendency and appropriation (material and/or symbolic) of certain types of object and practice creates a style of life which distinguishes between different social groups over time and space.9 Luxury objects, therefore, were used to identify social standing and thus the importance of understanding and valuing them. Existing historical studies note how, since the 15th century, the consumption patterns of urban populations had begun to change, tending to spend more and, above all, to imitate the standards of behaviour of the nobility and the Court. In the words of the Professor R. Goldthwaite, this amounted to the spread of “the empire of things”, in which the hoarding of objects started to become a symbol of high social status.10 Of course, these changes only affected a minority of the population in the 15th and 16th centuries, that part belonging to the nobility, high clergy and the urban patriciate, but its influence extended to other social groups, even affluent peasants. This aspiration for luxury and decoration undoubtedly came with the generalisation of the chivalrous tastes and mentalities among those urban groups consisting of merchants, gentry, cathedral clergy and large artisans. But these changes were also influenced by the great boom in international trade in these centuries, which brought products which until then had been exotic and expensive within reach. Amongst this group of products, of particular note were artistic and luxury objects – ranging from paintings and sculptures to what we today put in the broad category of the decorative arts and the history of clothes – whose markets were constantly growing. In parallel with the interest today surrounding the economy of culture, areas such as the use and trade of books, luxury crafts, curios and the exchange of artistic objects of whatever manufacture and quality are also being researched. This does not include the traditional work produced through cultural and artistic patronage, but rather other research. The focus is not so much the study of the major artistic works and objects but those which were less elaborate, cheaper and more accessible to the general population: brocade, lace, embroidery, rugs, gold and silver fabrics, painted twill and, above all, tapestry amongst textiles, together with alabaster, hats, embossed leather for wall and furniture coverings, Cuir de Cordoue, chests, trunks and caskets, clocks and

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el Renacimiento están demostrando que una de sus facetas fue el crecimiento de la riqueza mueble en determinados grupos sociales. Varios son los campos de análisis de la cultura material en los tiempos preindustriales. En primer lugar, el conjunto de bienes domésticos: la casa (el palacio, la casa popular, la casa campesina, …), y el ajuar (zapatos, sombreros; muebles, camas y arcas; relojes; vasos, cristales, vajillas, platos y menaje de cocina; objetos metálicos; libros; abanicos; armas; coches, carrozas y sillas de mano;…); y, en segundo lugar la alimentación. Por otro lado, es la distinción entre los bienes materiales de los ricos frente a los de los pobres. En el primer caso se han estudiado los gastos de las familias nobles, a partir de sus inventarios y libros de contabilidad, desde los momentos en que el “lujo y el decoro” pasan a ser los distintivos de la alta sociedad. A ello se suman los trabajos que analizan la aparición de determinados objetos (muebles, porcelanas, abanicos o relojes) en dichas casas nobiliares. Frente a la cultura material de los ricos está la de los pobres, bien sean campesinos o simples trabajadores urbanos y criados domésticos. Cuestiones, como el ajuar campesino, sus niveles de vida, su alimentación, sus menajes y los objetos de su vida cotidiana, han centrado la atención de los historiadores del consumo. Pero, en este análisis una preocupación fundamental es saber si todos estos bienes son de factura doméstica o han sido adquiridos en el mercado, ya que de su respuesta se derivan consecuencias muy diversas y, especialmente, explicaciones de las formas de crecimiento económico. De ahí que sea muy importante no tanto conocer la cultura material en un momento determinado, sino ver su evolución temporal dentro de un grupo social o en el conjunto de la sociedad. Pero al mismo tiempo, como señala P. Bourdieu, el gusto, la propensión y apropiación (material y/o simbólica) de un determinado tipo de objetos y prácticas generan un estilo de vida que marca la diferencia entre los diferentes grupos sociales a través de tiempo y del espacio9. Los objetos suntuarios sirven, pues, para marcar la preeminencia social y de ahí la importancia de su conocimiento y valoración. La historiografía existente señala cómo desde el siglo XV están comenzando a cambiar las pautas de consumo de las poblaciones urbanas, que tienden a gastar en mayores cantidades y, sobre todo, a imitar las normas de comportamiento de la nobleza y de la corte. En palabras del profesor R. Goldthwaite, estamos ante la difusión del “imperio de las cosas”, donde el acaparamiento de objetos comienza a convertirse en el símbolo de posesión de un status social elevado10. Evidentemente,

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automata, furniture, cases, jewellery, metallic objects, mirrors, clocks, window glass, books, musical instruments, weapons, etc. All of this presents a new idea of the Renaissance, in which the demand for artistic objects and “mundane things” acquires new cultural and economic significance. All of these goods came from various parts of Europe and everywhere were bought and, in what interests us here, sold in America and Asia. Over the course of the 15th and 16th centuries, the Portuguese and Castilian elites, besides accumulating clothes and household linen, acquired and stockpiled great quantities of movable assets, which we can consider luxury goods. The few studies which exist, which have undertaken post-mortem inventories for these centuries, show that most of the nobility, religious aristocracy and, above all, urban oligarchies possessed large quantities of objects such as paintings, sculptures, musical instruments, maps, furnishings, clocks, weapons and, especially, a high number of gold and silver utensils and jewellery. For example, the post-mortem inventories of some members of the Spanish oligarchy from the 15th and 16th centuries show that around 50-60% of their movable property consisted of sumptuary goods. The level of consumption was in some cases spectacular, but in the rest of these social groups, though at a lower level, it was also considerable. Despite the lack of precise quantitative studies, I believe it was superior to other European societies. As B. Bennassar noted some years ago, compared to groups in northern Europe, “I find in 16th-century Valladolid a society whose primary source of pleasure was ostentation.”11 However, if we look at many of these luxury objects, leaving their economic value to one side, we can observe that through them similar cultural models were being spread. Mythology, chivalry, heraldry and the glorification of the monarchy and the Catholic religion are themes which repeat themselves in paintings and, above all, on carpets, objects highly valued and appreciated by the Iberian social elites. In fact, one dares to ask if what we see here is the spread and circulation of similar cultural values between the different parts of the Portuguese and Spanish empires. Thus being, it would be another form of “globalisation” of the values of the monarchy and the Catholic religion. A peculiar case was the trade in books, engravings and images, which circulated in Europe and from there to America, conveying values, but also generating wealth. An example of this is the Gran Compañía de Lyon, based in Medina del Campo. Its fairs were the centre of the book trade for the whole of the Iberian Peninsula and America. The Lyon merchants

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estos cambios afectaron en los siglos XV y XVI a una minoría de la población, la perteneciente a la nobleza, al alto clero y al patriciado urbano, pero sus influjos se extendieron a algunos otros grupos sociales e, incluso, a los campesinos acomodados. Indudablemente, esta aspiración al lujo y al decoro vino acompañada de la generalización de los gustos y de las mentalidades caballerescas entre aquellos sectores urbanos formados por mercaderes, pequeños nobles, clérigos de las catedrales y grandes artesanos. Pero, también, en estos cambios influyó el gran auge que experimentó el gran comercio internacional en dichos siglos, el cual permitió que productos, hasta ese momento exóticos y muy caros, pudieran comprarse o imitarse. Y entre este conjunto de productos hay que señalar los objetos artísticos y suntuarios desde las obras de pintura o escultura hasta los que hoy catalogamos dentro del amplio abanico de las artes decorativas y de la historia del traje - cuyos mercados se están expansionado de manera continuada. Paralelo al interés que hoy suscita la economía de la cultura, se están analizando temas como el uso y el comercio de libros, la artesanía de lujo, las curiosidades y el intercambio de objetos artísticos de cualquier factura y calidad. No estamos ante los tradicionales trabajos sobre el mecenazgo cultural y artístico, sino ante otras investigaciones. No interesa tanto estudiar las grandes obras y objetos artísticos como los de hechura menos elaborada, más baratos y más accesibles al gran público: los brocados, los encajes, los bordados, las alfombras, las telas de oro y plata, las sargas pintadas y, sobre todo, las tapicerías entre los objetos textiles, junto con los alabastros, los sombreros, los cueros repujados para cubrir paredes y muebles, los guadamecíes andaluces, las arcas, baúles y cofres, los relojes y autómatas, el mobiliario, las cajas, las joyas, los objetos de metal, los Antuérpia/Antwerp Civitates Orbis Terrarum Georg Braun; Frans Hogenberg 1572 CMP/BPMP, Res-XVI-C-4

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espejos, los relojes, los vidrios para las ventanas, los libros, los instrumentos musicales, las armas, etc. Todo ello nos lleva a una nueva visión del Renacimiento, en el que la demanda de objetos artísticos y de “cosas mundanas” adquiere un nuevo significado cultural y económico. Todos estos bienes procedían de diversas partes de Europa y en todas partes se adquirían y, lo que ahora nos interesa, se vendían en América y Asia. A lo largo de los siglos XV y XVI las élites sociales portuguesas y castellanas, aparte de acumular ropa de vestir y de casa, adquirían y almacenaban gran cantidad de bienes muebles, que podemos considerar suntuarios. Los escasos estudios, que sobre inventarios post-mortem se han realizado para dichas centurias, muestran que gran parte de la nobleza, la aristocracia religiosa y, sobre todo, las oligarquías urbanas tenían grandes cantidades de objetos tales como cuadros, esculturas, instrumentos musicales, mapas, muebles, relojes, armas y, especialmente, un gran número de utensilios y joyas de plata y de oro. Por ejemplo, los inventarios post-mortem de algunos miembros de la oligarquía española de los siglos XV y XVI muestran que en torno al 50/60% de su patrimonio mueble estaba compuesto por bienes suntuarios. Tal nivel de consumo fue en algunos casos espectacular, pero en el resto de estos grupos sociales, aunque a menor escala, es igualmente considerable. Incluso, creo, a falta de estudios cuantitativos precisos, que fue superior al de otras sociedades europeas. Como dijo hace años B. Bennassar, frente a las colectividades del norte de Europa, “descubro en el Valladolid del siglo XVI una sociedad cuya primera fuente de placer es la ostentación”11. Pero, si analizamos muchos de estos objetos suntuarios, dejando aparte su valor económico, observamos que a través de ellos se difunden modelos culturales similares. Los temas mitológicos, caballerescos, heráldicos o de exaltación de la monarquía y de la religión católica se repiten en cuadros y, sobre todo, en los tapices, objetos muy valorados y apreciados por las élites sociales ibéricas. Incluso, me atrevo a pensar si no estamos ante la difusión y circulación de similares valores culturales entre las diferentes partes del Imperio portugués e hispánico. Sería, pues, otra forma de “globalización” de los valores de la monarquía y de la religión católica. Caso peculiar el del comercio del libro, los grabados y las imágenes, que circulan dentro de Europa y de dicho continente hacia América, transmitiendo valores, pero también generando riquezas. Un ejemplo de ello es la Gran Compañía de Lyon asentada en Medina del Campo. Sus ferias fueron el centro del comercio del

controlled this traffic, importing books from the publishers in Lyon, the Low Countries and Germany and selling them in these territories and loading them on to the Indies-bound fleets for their sale on the other side of the ocean. However, at the same time, some of these objects came from other continents. In the homes of the Andalusia nobility in the early 16th century, it was no unusual to find, alongside the navigation maps and charts, fabrics, ornaments, jewels, weapons and furnishings, objects from the Indies: bells, animal figurines, feathers, arrows, feather skirts, fabrics and hammocks. They were not intended for use, of course, only to be exhibited as part of a cabinet of curiosities. The same applies to those from Asia. Interestingly, when Mantegna painted the Adoration of the Magi in Venice in 1500, he was presented with a Chinese porcelain cup, a faithful reflection of the Portuguese discoveries of those same years. Or that the first blue and white porcelain with a European motif (an aquamanile with the coat of arms of King Manuel I) dates from 1520, just three years after the first Portuguese boat had reached China. These were followed by other objects, creating a strong flow of trade between Asia and Europe. Added to these were Persian rugs, Indian cotton fabrics, ivory, pearls and seed pearls, and Japanese Namban art, etc. The Portuguese also exported these tastes to Africa, where we find that some of the elites in Lamu, Mombasa, Zanzibar and Mozambique collected these objects and even those who traded with the Swahilis in the hinterland. But, equally, the African coast supplied Portuguese traders with products, such as Benin coral, pearls, precious gems and diamonds, which, when set in gold and silver, were highly prized by the Courts of Europe. A magnificent example of this trade in luxury objects is provided by the businesses of the Függers, a German family of great traders and bankers. In 1548, Jakob instructed his employees in Antwerp to trade copper for large quantities of Benin ivory to make precious objects. His son, Max, in the 1560s devoted himself to buying precious gems and necklaces for King Philip II. To obtain them, he resorted to his factors in Seville and Lisbon, but often he acquired them through the sizable colony of Portuguese and Castilian merchants resident in Antwerp. Conversely, the Portuguese ordered bronze bracelets from artisans in the Low Countries to trade for slaves and other objects along the African coast. This chivalrous taste and cultural mentality, characterised by ostentation and the possession of luxury goods, also reached the other side of the Atlantic. The homes of the patricians and

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libro para toda la Península Ibérica y América. Los negociantes lyoneses controlaron dichos tráficos, importando de las imprentas de Lyon, Países Bajos y Alemania los libros y revendiéndoles en dichos territorios y cargándoles en las flotas de la “Carrera de Indias” para su venta al otro lado del océano. Pero, al mismo tiempo, parte de esos objetos procedían de otros continentes. En las casas de la nobleza andaluza de principios del siglo XVI no es extraño encontrarnos, junto con mapas y cartas de navegación, telas, ornamentos, joyas, armas y muebles con objetos procedentes de las Indias: cascabeles, figurillas de animales, plumas, flechas, faldillas de plumas, telas o hamacas. Evidentemente, no eran para ser usados, sino para ser expuestos formando parte de un gabinete de curiosidades. Otro tanto se pude decir de los que procedían de Asia. Sorprende que cuando en 1500 Mantegna pinta la Adoración de los Reyes Magos en Venecia, lo haga ofreciendo una copa de porcelana china, fiel reflejo de los descubrimientos portugueses de esos mismos años. O que la primera porcelana azul y blanca con decoración europea (un aguamanil con el escudo de armas de D. Manuel I) date de 1520, tan sólo tres años después de la llegada a China del primer barco portugués. A estos envíos se sucederán otros, creando un fuerte corriente comercial entre Asia y Europa. A ellos se sumaron las alfombras persas, los tejidos de algodón, los marfiles, las perlas y aljôfares de la India, las obras de arte nambam del Japón, etc. Pero, también los portugueses llevaron dichos gustos al continente africano, donde nos encontramos que algunas de las elites de Lamu, Mombasa, Zanzibar y Mozambique coleccionaban dichos objetos e, incluso, los comerciaban con los swahilis del interior. Pero, de la misma manera, las costas africanas proveen a los comerciantes portugueses de productos, como el coral de Benim, las perlas, las piedras preciosas o los diamantes, que, engarzados con oro y plata, serán muy valorados en las cortes europeas. Un magnífico ejemplo de este comercio de objetos de lujo nos lo proporciona los negocios de la familia de grandes comerciantes y banqueros alemanes de los Függer. Jakob en 1548 ordeno a sus empleados en Amberes que intercambiaran por cobre grandes cantidades de marfil de Benim con el fin de hacer objetos preciosos. Su hijo Max en los años 1560 se dedicó a comprar piedras preciosas y collares para el rey Felipe II. Para conseguirlos recurrían a sus factorías en Sevilla y Lisboa, pero a menudo les adquirían a través de la numerosa colonia de comerciantes portugueses y castellanos residentes en Amberes. En sentido inverso, son los brazaletes de bronce (manillas) que los portugueses encargan a los

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royal officials in Spanish America and Brazil in the 16th century were full of large quantities of chattels. They had great sums of gold and silver ingots, plate and coins, a variety of jewels, numerous European weapons, horses with various types of tack, slaves, books, European-made furnishings (caskets, benches, German bureaus, cabinets, dressers, beds, decorated and plain chairs, canopies, comb boxes, etc.), copious kitchen utensils (jars, plates, bowls, wineskins, etc.), plentiful table linen (tablecloths, towels, pillows, cushions from Brittany, linen from Holland and Rouen), huge amounts of clothes, footwear and gloves, musical instruments, Venetian crystal buttons and necklaces, etc. Like their Spanish compatriots, the bedrooms of their homes were decorated with cordovan, portières, tapestries, rugs and canvases of figures. The fashion in these clothes and fabrics was, unsurprisingly, identical to Europe: black was the dominant colour for outer clothing, while clothes below that were more varied in colour. But it was not uncommon to find examples of Asian exoticism, in the form of silks, lacquerware, vases, fans, bowls and salt cellars from China, fabrics from India and screens from Japan. In the case of Brazil, these would have arrived via the Lisbon and Porto merchants, but in the case of Mexico and Peru, their arrival would have been via the Manila galleon, which linked America to Asia and, via New Spain, the latter to Europe. d) Exotic animals Other goods which merchants invested in and wrought the gains from were rare and exotic animals. This not only involved economic issues but also cultural ones. All the medieval monarchs were great aficionados of falconry and in all their palaces had facilities for rearing and keeping them, but from the time of the voyages of discovery the demand for animals from the new lands and, as a consequence, gave rise to the creation of animal collections, in the style of primitive zoos, in which they were shown to visitors as a symbol of modernity, wealth and power. However, behind all of this was a network of merchants charged with obtaining and selling these animals in Europe and America. The best example is given to us by the Court of the Kings of Portugal12. King Manuel I, apart from being very fond of falcons and goshawks, some of which he imported from Flanders, ordered exotic birds to adorn his gardens and palaces in Lisbon (parrots, budgerigars, macaws, birds of paradise, canaries, etc.). Some came from Africa, where the Portuguese factors organised their capture and export, others from India and Indonesia,

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artesanos de los Países Bajos para intercambiarles por esclavos y otros objetos en las costas africanas. Igualmente, este gusto y esta mentalidad cultural caballeresca, caracterizada por la ostentación y la posesión de bienes suntuarios, llegaban a la otra orilla del Atlántico. Las casas de los patricios y oficiales reales de la América española y del Brasil estaban en el siglo XVI llenas de grandes cantidades de bienes muebles. Tenían grandes sumas de oro y plata en barras, planchas y monedas; joyas diversas; numerosas armas europeas; caballos con varias monturas y atalajes; esclavos; libros; muebles de factura europea (cofres, bancos, escritorios de Alemania, bargueños, bufetes, camas, sillas guarnecidas y de otras formas, doseles, cajas de peines, etc.); abundante menaje de cocina (jarros, platos, escudillas, botas de vino, etc.); cuantiosas ropas de mesa (manteles, sabanas, almohadas, cojines de Bretaña, lencería de Holanda y de Ruán.); formidables cantidades de ropa de vestir, calzado y guantes; instrumentos musicales; botones y collares de cristal de procedencia veneciana; etc. Al igual que hacían sus compatriotas de España, las habitaciones de sus casas estaban decoradas con cordobanes, antepuertas, tapices, alfombras y lienzos de figuras. La moda de estas vestimentas y tejidos era, como no, idéntica a la europea: domina el color negro para la ropa exterior, mientras que en la de abajo hay más variedad de colorido. Pero, no es raro encontrarnos con muestras de exotismo asiático, con la presencia de sedas, lacas, jarros, abanicos, escudillas y saleros de la China, telas de la India y biombos del Japón. En el caso del Brasil habían llegado a través de comerciantes de Lisboa o de Oporto, pero en el caso de México y del Perú lo hicieron a través del Galeón de Manila. Itinerario que no solo conectó América con Asia, sino, a través de la Nueva España, a esta última con Europa. d) Los animales exóticos Otra mercancía que movilizó recursos y dio beneficios a los mercaderes fueron las naturalia: el comercio de animales raros y exóticos. En su intercambio no solo se mezclan cuestiones económicas sino también culturales. Todos los monarcas medievales habían sido muy aficionados a la cetrería y en todos sus palacios tenían instalaciones para su mantenimiento y cría, pero a partir de los descubrimientos geográficos se disparará la demanda de animales traídos de las nuevas tierras y, en consecuencia, el nacimiento de los animalarios, a la manera de primitivos zoológicos, donde mostrarles a los visitantes como símbolo de modernidad, riqueza y poder. Pero detrás

to which can be added those from Brazil. They were all domesticated, especially the parrots which were trained to speak so that they might entertain at banquets and ceremonies. They were even given as luxurious gifts, such as the parrots Manuel offered to the Medici Pope Leo X in 1514. All these animals symbolised the newly discovered worlds and, as a result, the grandeur of the Portuguese Crown. This policy was imitated by the Spanish monarchs who also imported great quantities of birds from Spanish America. But apart from these Royal orders, the fashion for exotic birds and for their richly coloured plumage extended throughout Europe in the 16th century, creating a market which was skilfully exploited by Portuguese and Spanish traders as well as by those foreigners based in the ports of Seville, Lisbon and Porto. Their success was such that there was no European aristocrat who did not have his own aviary with a parrot, a cockatoo or some budgerigars. With these birds they also demonstrated symbols of culture and power. It is no surprise that when painters of this era depicted paradise, they did so with birds like this in the background. While this mental universe was transmitted by painting, more important was that made by way of the tapestries which decorated the palaces and grand houses of Europe. One of the preferred themes of the Flemish tapestries of the 16th century was that called “in the manner of Portugal and of the Indies” and which are decorated with parrots, macaws, budgerigars, monkeys, apes, elephants, giraffes and exotic flowers. A theme which can be seen in other varieties of tapestries, carpets, hangings, portières and other fabrics produced in the workshops of the Low Countries and which were found throughout Europe and America. But yet more surprising is the case of the elephants, protagonists of a novel by Jose Saramago. This is based upon the adventures of the elephant Salomon who was given as a gift by King Juan III to his nephew Maximilian II of Austria for his triumphal entry into Vienna in May 1552, it being the first elephant ever seen in central Europe. The fondness for these animals came from King Manuel, who was the first European monarch to collect them in the same way as had the Indian rulers and who, in 1514, gave one to the Pope. Such ambition was in imitation of the ways of the Roman Empire and represented, thus, the glorious achievements of Portugal. It is no surprise then that it was a much appreciated gift and that the king used it in diplomatic relations with the Pope and other European kings. Behind this there was not only a complicated transport infrastructure, but also real benefits for

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de todo ello, había una red de mercaderes encargados de conseguirles y venderles en Europa y América. El mejor ejemplo nos lo proporciona la corte de los reyes de Portugal12. D. Manuel I, aparte de ser muy aficionado a los halcones y azores, algunos de los cuales importaba de Flandes, se encargó de traer, para adornar sus jardines y palacios de Lisboa, pájaros exóticos (papagayos, periquitos, guacamayos (araras), lorís, aves del paraíso, canarios, etc.). Unos procedían de África, donde los factores portugueses se encargaban de su caza y exportación, otros de la India y de Indonesia, a los que se añadieron los procedentes del Brasil. Todos eran domesticados, especialmente los papagayos, que se les ejercitaba en el habla para que hicieran las delicias en banquetes y ceremonias. Incluso, eran objeto de regalos suntuosos, como los papagayos que D. Manuel ofreció al papa Medici León X en 1514. Todos estos animales simbolizaban los nuevos mundos descubiertos y, en consecuencia, la grandeza de la corona portuguesa. Tal política fue imitada por los monarcas españoles, que también importaron gran cantidad de pájaros de la América española. Pero, aparte de estos encargos reales, la moda por las aves exóticas y por sus plumas de ricos colores se extendió por la Europa del siglo XVI, creando un mercado que explotaron hábilmente los comerciantes portugueses, españoles, así como los extranjeros asentados en los puertos de Sevilla, Lisboa y Oporto. Su éxito fue tal que no había noble europeo que no tuviera su consiguiente jaula con un papagayo, un guacamayo o unos periquitos. Pero con estos pájaros se transmitían, también, los símbolos culturales y del poder. No es extraño que cuando los pintores de esa época describen el paraíso, lo reflejen con dichas aves al fondo. Si este universo mental circulaba a través de la pintura, más importante fue la difusión hecha a través de los tapices que decoraban los palacios y las casas principales de Europa. Uno de los temas preferidos de los tapices flamencos del siglo XVI fue el que se denominaba “à la manière de Portugal et de l’Inde”, que están decorados con papagayos, guacamayos, periquitos, macacos, monos, elefantes, jirafas y flores exóticas. Temática que encontramos en otras variedades de tapices, alfombras, reposteros, antepuertas y otros tejidos producidos en los talleres de los Países Bajos y que circularon por toda Europa y América. Pero más sorprendente aún es el caso de los elefantes, protagonistas de una novela de José Saramago. Esta se basa en las peripecias del elefante Salomón, que fue regalado por el rey D. Juan III a su sobrino Maximiliano II de Austria para entrar

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the merchants. From that moment on, the theme of the Asian elephant and ivory became features of the European cultural imagination, symbolising the arrival of the fashions of India in Europe; something which had not happened since antiquity. It is represented in paintings, engravings – the drawings of elephants and rhinoceroses by Durero, Rafael and G. Romano are famous – tapestries and sculptures. They even form a part of some of the Avis dynasty tombs at the Monastery of Jeronimos in Lisbon. If the elephant is the prime example of the arrival of Asian fashions, exotic animals also arrived from Arica: baboons, camels, leopards, birds, African civets and, above all, rhinoceroses. These last were used, in the ancient manner, in tournaments of animals for the pleasure of courtiers and ambassadors and especially for its horn. This last was much appreciated in the West where in the European imagination the horn of the rhinoceros replaced that of the narwhal in representing the unicorn. From there on both the living animal and its decorated and bejewelled horn were collected and sold throughout Europe. It is not surprising that during these years of the 16th century the Cabinets of Curiosities were born – the best example of which is Fugger’s ‘Wunderkammer’ – containing apes, parrots, wild cats, oranges, almonds, pomegranate trees, exotic plants, together with pearls, camphor, leopard skins, elephant tusks, rhinoceros horns, musical instruments, maps, charts, terrestrial globes, gems and precious stones. Here then are the origins of the museums of natural sciences.

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triunfalmente en Viena en mayo de 1552, siendo el primer elefante en ser visto en la Europa central. La afición a dichos animales venía de D. Manuel, que fue el primer monarca europeo en coleccionarles a semejanza de lo que hacían los gobernantes de la India y que en 1514 regaló uno al papa. Tal gusto era por imitación de las antiguas modas del Imperio Romano y representaba, pues, la gloria alcanzada por Portugal. No es extraño, entonces, que fuera una dádiva muy apreciada y que dicho rey la utilizara como presente en las relaciones diplomáticas con el papa y otros reyes europeos. Tras dicha práctica no sólo había una complicada infraestructura de transporte, sino también pingües beneficios para los mercaderes. El tema del elefante asiático y de los marfiles aparece, en consecuencia, a partir de ese momento en el imaginario cultural europeo, simbolizando la llegada de la moda de la India a Europa, cosa que no ocurría desde la Antigüedad. Se representa en cuadros, grabados – famosos son los dibujos de elefantes y rinocerontes de Durero, Rafael o G. Romano -, tapices y esculturas e, incluso, forman parte de algunas de las tumbas de la dinastía Avis en el monasterio de los Jerónimos de Lisboa. Si el elefante es el ejemplo del advenimiento de la moda asiática, de África llegaron también animales exóticos: babuinos, camellos, leopardos, pájaros, jirafas, gatos almizcarados y, sobre todo, rinocerontes. Estos últimos se emplearon, a la manera antigua, en torneos de animales para agrado de cortesanos y embajadores, y especialmente su cuerno. Dicha protuberancia era muy apreciada en occidente, ya que el imaginario europeo de la representación del unicornio sustituyó en el siglo XVI el cuerno del narval medieval por el del rinoceronte. De ahí que, tanto el animal en vivo como su cuerno decorado y enjoyado, se coleccionaran y se comerciaran en toda Europa. No es raro que sea durante estos años del siglo XVI cuando nazcan los Gabinetes de Curiosidades, cuyo mejor ejemplo es el Wunderkammer de los Függer, donde había monos, loros, papagallos, gatos salvajes, naranjos, almendros, arboles de romero, plantas exóticas, junto con perlas, alcanfor, pieles de leopardo, cuernos de elefante y rinoceronte, instrumentos musicales, planos, mapas, globos terráqueos, gemas y piedras preciosas. Estamos en los orígenes de los museos de ciencias naturales.

Elefante/Elephant Tractado de las drogas, y medicinas de las Indias Orientales… Cristóvão da Costa 1578 CMP/BPMP, U-3-2

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Notas Notes

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DYER, C., An age of transition? Economy and Society in England in the later Middle Ages. Oxford, Clarendon Press, 2005. 2 EPSTEIN, S. R., Freedom and Growth. The rise of states and markets in Europe, 1300 – 1750. London, Routledge, 2000. 3 POMERANZ, K., The Great Divergence: China, Europe and the Making of the Modern World Economy. Princeton: Princeton University Press, 2000. 4 BAYLY, C. A., The Birth of the Modern World: 1780-1914. Oxford: Wiley-Blackwell, 2004. 5 CASADO ALONSO, H.: El Triunfo de Mercurio. La presencia castellana en Europa (siglos XV y XVI). Burgos: Cajacírculo, 2003. MIRANDA, F., Portugal and the Medieval Atlantic. Commercial Diplomacy, Merchants, and Trade, 1143-1488 (en prensa). BARROS, A., Porto. A construção de um espaço marítimo no início dos tempos modernos (en prensa). 6 MAGALHÃES, J. Romero, “O açúcar nas ilhas portuguesas do Atlántico. Séculos XV e XVI”, Varia Historia, Belo Horizonte, vol. 25, nº 41, jan/jun 2009, pp.151-175. 7 PASTOUREAU, M., Dicionário das cores do nosso tempo: simbólica e sociedade. Paris, Bonneton, 1992. 8 PECK, Amelia (ed.), Interwoven Globe. The worldwide textile trade, 1500-1800. London: Thames & Hudson, 2013. 9 BOURDIEU, P., Distinction: A Social Critique of the Judgment of Taste. Cambridge: Harvard University Press, 1984. 10 GOLDTHWAITE, R. A., Wealt and the Demand for Art in Italy, 1300-1600. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1993. GOLDTHWAITE, R. A, The Economy of Renaissance Florence. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2009. 11 BENNASSAR, B., Valladolid au siècle d’or: une ville de Castille et sa campagne au XVIe siècle. Paris: Mouton, 1967. p. 433. 12 PÉREZ DE TUDELA, Almudena and JORDAN GSCHWEND, Annemarie, “Renaissance Menageries. Exotic Animals and Pets at the Habsburg Courts in Iberia and Central Europe”, in Karel A. E. ENENKEL and Paulus Johannes SMITH (eds.), Early Modern Zoology: The Construction of Animals in Science, Literature and the Visual Arts. Leiden, Brill, 2007. pp. 419-447.

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DYER, C., An age of transition? Economy and Society in England in the later Middle Ages. Oxford: Clarendon Press, 2005. 2 EPSTEIN, S. R., Freedom and Growth. The rise of states and markets in Europe, 1300 – 1750. London: Routledge, 2000. 3 POMERANZ, K., The Great Divergence: China, Europe and the Making of the Modern World Economy. Princeton: Princeton University Press, 2000. 4 BAYLY, C. A., The Birth of the Modern World: 1780-1914. Oxford: Wiley-Blackwell, 2004. 5 CASADO ALONSO, H.: El Triunfo de Mercurio. La presencia castellana en Europa (siglos XV y XVI). Burgos: Cajacírculo, 2003. MIRANDA, F., Portugal and the Medieval Atlantic. Commercial Diplomacy, Merchants, and Trade, 1143-1488 (in print). BARROS, A., Porto. A construção de um espaço marítimo no início dos tempos modernos (in print). 6 MAGALHÃES, J. Romero, “O açúcar nas ilhas portuguesas do Atlântico. Séculos XV e XVI”, Varia Historia, Belo Horizonte, Vol. 25, no. 41, Jan-Jun 2009, pp.151175. 7 PASTOUREAU, M., Dictionnaire des couleurs de notre temps. Paris: Bonneton, 1992. 8 PECK, Amelia (ed.), Interwoven Globe. The worldwide textile trade, 1500-1800. London: Thames & Hudson, 2013. 9 BOURDIEU, P., Distinction: A Social Critique of the Judgment of Taste. Cambridge: Harvard University Press, 1984. 10 GOLDTHWAITE, R. A., Wealth and the Demand for Art in Italy, 1300-1600. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1993. GOLDTHWAITE, R. A, The Economy of Renaissance Florence. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2009. 11 BENNASSAR, B., Valladolid au siècle d’or: une ville de Castille et sa campagne au XVIe siècle. Paris: Mouton, 1967. p. 433. 12 PÉREZ DE TUDELA, Almudena and JORDAN GSCHWEND, Annemarie, “Renaissance Menageries. Exotic Animals and Pets at the Habsburg Courts in Iberia and Central Europe”, in Karel A. E. ENENKEL and Paulus Johannes SMITH (eds.), Early Modern Zoology: The Construction of Animals in Science, Literature and the Visual Arts. Leiden, Brill, 2007. pp. 419-447.

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