TRATADOS DE DANÇA EM PORTUGAL NO SÉCULO XVIII O lugar da dança na sociedade da época moderna
Descrição do Produto
DANA EM PORTUGAL SCULO XVIII
TRATADOS DE NO
O
lugar
danga na sociedade poca moderna
da
da
Maria Alexandra Canaveira de
Dissertaco de Mestrado
em
Campos
Histria Moderna
(JULHO, 2008)
Faculdide de Cincias Sociais
Universidade Nova
e Humanas
de Lisboa
Disscrtaco
aprcscntada para cumprimcnto dos requisitos necessrios
obtcnco do grau de Mestrc
em
Historia
Moderna, realizada sob
a
orientaco cientifca do Profcssor Doutor Pedro Almeida Cardim.
^^^WAsTSr^
Co-financiada
pelo Programa Operacional da Cincia Social
t'irii
.i.Iion assvel
ttocas
escrita do movimento?
como se
Ser
nas
contcdo dessa leimra.
o
e
de
adopco
responder
postura,
forma
seguida,
que d
objecto
o
e
tipografos. Assumimos,
os autores e os
da danca. Nessas
arte
se
-
maior
apresentaco
passamos
publicaco, poh'tica
a sua
caractersticas formais
principais
apresentada
Como
Para
uma
sentido
somente um
em
Ser tambm
receptores perante
produco culmral,
contexmalizando
so
mumlado A tratadstica da danca
-
Haver
abordagem
uma
peninsular.
contexto
num
mglesa?
e
dinmica desta
a
valorizando
impresso,
procuramos analisar, de
Depois
as
especial
em
da histria do
sentido de
o
da danca?
partir
protagonistas,
danca,
qual
como meros centtos
italiana, francesa
de difuso
Questionando-nos
mas
da
prtica
e
Portugal
sobre
interrogarmo-nos
mportante
senhora
que e o
os
proprios
cavalheiro.
autores
dos ttatados
Representam
idealizam,
uma certa
imagem
7
Introduco
verdadeiro
de "nobreza" modelar que visa cativar
o
obras. Na anlise dos "leitores
confronto
mimtica para
pnncipais
momentos
ponderar
as
um
da
privado e/ou pblico
mstituico de ensino
prtica
e
a
preceitos, que
das
a
se
rua ou o
a
Na
imagens. nossas
e
revela
em
diferentes
de
o recurso
a
nos
relaco imediata selecco
com a
foi
maioria das
inteiramente dedicada.
Daniel Trcio
(1996)
vivncia da danca socorrermos
construdas entre
e
em
pelos
registos
vez
ttatados
e
iconogrficos
rica, pois
e
esmdo da construco da tratadstica
scleccao
poca
da Cmara
prescrices
sobre danca e
(tabela 3),
ordenaco das
(tabelas
numa
principais
1
c
Por
ou
seus
mais
so elas
pblicos.
movimentos,
o
sentido
leitura do
uma
prprias
mais
gerais,
da
sua
este
interesse so com uma
esta
impossvel
gravuras
embora
presenca. Esta ttabalho
leimra notivel da
razo, decidimos no
comparaco
poca,
outta
ttabalhos de
os
acrescentar novos
na
por
um
sem
contributos
entte
lado,
nos
gravuras
e,
por outto,
as
tabelas de
da ttatadstica.
2)
e
dissertaco, outta com
uma
obras desta temtica se ttata
e
(2000)
tentativa de realizar
modema. Mesmo sabendo que no
baile, julgamos
para reforcar
merecendo
valor
grande
seria
e
enconttar marcas
testemunhos escritos da
diversos
um
das fontes da presente dissertaco. Mas
disso, optmos por apostar
outtos
de
corao
recorremos
algum, exaustivos, de
tempo de
vivncia mais interiorizada dos
Servem
fim, elabormos alguns instrumcntos de apoio
Por
europeia
possvel
Gago
conta o
em
a
visualizaco, por gestos, palavras
uma
imagens azulejares portuguesas.
desta fonte visual to
ou
registos iconogrficos
Exemplos
Maria Alexandra
ttabalhos. Em
dois
onde
mas
que
integrante de
partido
a
assembleia,
a
sociabilidade, privados
indispensvel.
figuras
estudo no foram, de modo
e
invesugaco
aos
danca,
aula
uma
manifestarmos por gestos,
imagem
intencao tirar
particular,
coordenaco esttica dos
uma
envolve consttuir
da ttatadstica da danca e, por isso, parte nossa
de
intenco
nossa
diversidade de manifestaces da
a
com uma
contextos
do corpo,
arte
expresso
a sua
estudo da danca, visto que
tambm foi
tempos de
E
dois
nos
classificando-as de acordo
tambm tendo
-
de tempo
e
apresentaco.
e a
habitaco
a
passeio pblico
ensinamentos dos ttatados
mpossibilidade
palavras,
corte,
a
Pretendemos, assim, realcar
uma
falar sobre
ou
os
danca
mdios urbanos".
"grupos
aprendizagem
a
-
da danca. Para alm do espaco
Como
ou
e
duraco.
sua
pernnente relacionar
pensar
manifestaco:
sua
instrumento de acco
um
da danca parte da noco de espaco
prtica
leimra destas
na
presenca da danca
enttc a
expenncias proporcionadas pela danca,
diferentes
espaco
realizaco
a
propositado
seu recurso como
e o
de ascenso social dos
desejos
os
O ltimo olhar sobre
seus
o
ideia de criacao da elite aristocrtica
numa
com
reais",
interessado
pblico
de
no
uma
um
a
da
principal
hteratura
raro
de pesquisa,
Europa
Ocidental da
ttabalho
contexto
listagem
como
totalmente exaustiva, ainda
8
Introduco
assim, decidimos realizar esta enumeraco
dos esmdos dedicados
Julgamos
que,
a
abrangente, pois
danca que consultimos para
despeito
dos
seus
a
no
a
encontramos em
nenhum
elaboraco da presente disscrtaco.
Iimit.es, tal listagem constitui
um
bom insttumento de
ttabalho.
9
A circulaco de livros sobre
2.1. A
produgo
literria sobre
Na introducao do
editados
Portugal
em
decisao de estudar
discutamos,
importncia
recolha para
um
que
forma de
a
uso
pessoal,
manuscrito,
o
que
pormenorizada,
o
contexto
Convenhamos que, c,
sem
o
vendido
conhecimentos
ibrico,
a
partir do
lido,
e
o
de
gmpos aristocrtico
cenrio europeu
simples
tambm no
impresso abrange,
a
manuscrita de
ou uma
igual modo,
burgus.
e
clivulgaco mcomparvel
e
que
dan^a. Todavia,
privada,
A
com o
e, numa
No
registo
escala mais
movimento editorial de danca.
cronologico
mas
nem
e aos
de fixaco
alterando
danca,
comprado,
impresso implica
de
Um livro
de danca,
investigaco.1
produco
a
biblioteca
uma
intenco de estudar
no contexto
aplicados
ou
material
impressos
divulgaco.2
meio urbano
ao
possibilidade
inquestionvel,
rcalmente,
de
mtuito
a nossa
registo
impressos
centtal da
literria no descura
edico dc luxo para
uma
justifica
produco
uma
espaco relativamente limitado
objecto
o
um
tts ttatados
os
circulaco de livros
a
a esta
seja, forcosamente,
entanto, -lhe inerente
que sero
e
da danca attavs de
impacto
que concedemos
apresentmos
XVIII,
primeiro lugar,
em
danca, seja sob
implica
o
sculo
no
dan-ja
ttabalho
nosso
danga
no
da
s6
tambm de
nossa
investigaco,
hbitos novas
de
o
leitura
peso do e
de
relaces de autoridade,
impresso
prtica entte
de
autor,
defa^er todos os differentes passos do minuete, com todas as suas regras, e cada hum delles o modo de condufrir os brafos: obra muito conveniente, nao s mocidade, prinpaimente civit, que quer aprender a bem ctasse depessoas, dancar; mas ainda a quem ensina as regras para bem andar, saudar, efa^er as corteyas, que convm quatquer Luiz Francisco Patriarcal de 1760; Officina Ameno, Lisboa: Julio Sevenn Jos Toms CABREIRA (trad.), Offiona Patriarcal de Lisboa: as com a ou perfeifao danfar contradanfas, PANTEZZE, Melhodo, expticafam para aprender mutto tiiil, Francisco Lniz Ameno, 1761; e Natal )acome BONEM, Tratado dos principaes fundamenlos da danfa. Obra ensina as na somenlepara esta mocidade, que quer aprender a danfar bem, mas aindapara as pessoas honestas, epolidas, as quaes do mundo a todos chama, todas as corte^ias, que convem em as Assembleas adonde o u^o regras para bem andar, saudar, efa^er 1
Arte de
ensina
danfar francesa, Que
o
modo
_
a
Coimbra: Officma dos Irmos Ginhoens, 1767.
Portugal, encontramos os seguintes manuscritos mais directamente relacionados com dan^a, supondo-se que digam respeito ao universo da encomenda pnvada, sem um especial Col. Pombalina n 63:
.
ftbtlflmtu | "
I_V
*
vl, j_
ai
">^
-
cm
dancar
-
DADANCA
_
1
_
Obra muito ulil, na>
_
_
flrr,
;* polidas e
bera
ma
,
pelloas honcflas. quts cnfma
as
it
fwer todaa
s
cortezias
que
,
Ctinwn' em as AliemWeas a_onde o u_o do mundo a todot cbairj.
Pociug--.
OffttCIOO A
1 0 R
THOMAS CABB.EIRA.
10SEPH
.
d3nc,ar as
bem aodar, l_udar> regraa para
__,.
JULIO SEVERIN PANTEZZE;
.
a
tiada para
fO R.
*_"'
.
Tia___ do Idkmi Fnoctx
K I SS I
fut fr_-
/im/A i/iut* urtnii i-l" xcitjjr,
MDCCL.X.
Cem
5
Fig. 4,
e
i
lii?ct ' rrrrr.:< i_i
6. Folhas de
No que
fornecidas
para
autores e o
desvendadas personagens vo sendo diferentes
questes
a
ttulo,
e
se
sem
inserem
as
150
30
pginas. Cnam-se,
pginas,
especfica desejo
que
no
no
o
csnnto
mais
expresses
Cfr.
e a
J. J.
A.
designadamente nos
as
pistas
modo de
o
remetero, por
exemplo,
profisso. Assim,
e
pginas, respeitando
destas
tratados,
a estes
grande medida,
local de trabalho
e
logo
e
a
o
as
ritmo das
ttulos esclareccm
uma
o
no
-
ensino
correcta
acentuado de abcrtura
encontrar, do
vamos
e a
de Cabreira
por
o
em
sintonia
respondc-se,
seu
das contradancas;
maneira de
no
formato,
lado,
e
mais
para
mesmo
modo,
conta umas
com uma
prtica
directamente,
simples
c
de Bonem espera-se que
divulga^o
do que
Fran^a, Espanha, Tnglaterra
DIAS, Iniciafo..., cit., 1994, p. 34. 5,5cm.
a
estar.
renovaco cultural. Estas
consumo e
ao
curto,
XVIII, poca j anteriormente caractenzada por e
as
de Bonem atinge
obra de Cabreira
transportveis,
francesa, Pantezze,
meados do sculo
do movimento de
caso
,
linguagem. Transpondo
dimensao, apenas
quanto
e
isto
primeiro olhar,
ao
pginas,
manuseveis
assim, Hvros
diferentes pontos de difusao:
85
em
apreco,
de Pantezze pouco passa das 60
da danca confira em
seguir,
contedo
o
oitavado85
formato
remetendo imediatamente para
Estamos
j,
incio destas
dos portugueses dancarem
experincia
seu
longo
ao
mencionar, para
enquanto
os
o
didctica
natureza
anlise que fizemos
livros que
em
sculo XVI II.
colocadas.
As trs obras so de dimenso
por
o
figuras iigadas
as
local das edices, dimenses que
eventual naturalidade dos mesmos,
a
obras
optmos
dimenso matenal das obras
dos
sobre
informa^es biogrficas
extremamente escassas,
pela
apresentaco
s
durantc
publicados em Portugal
dos trs tratados dc danca
conceme
elas so
como
rusto
e
vem
publicaces
de fora
e
so
uma
relacionam-se
um
das com
Itlia. Para alm da evidncia dos
A obra traduzida por Cabreira mede
13,5cm,
a
de Bonem 14cm
de Pantezze 1
37
A circulaco de livros sobre danca
ttulos
apontando dos
nomes
deles relaciona-se directamente
um
-
o
com
universo cultural francs
o
ensino das contradancas, deixa adivinhar
autores
maior parte da
, gualmente,
so elucidativos.
informa^o
sobre
autores
os
na
influncia
a
folha de
rosto
(ou tradutores), cujos
inglesa
-,
prprios
os
recolher
podemos
que
outro,
e
a
esto, por sinal, bem
nomes
visvcis.
Apenas de Arte de
portugus, Jos
danfar franceya.
dados sobre
raros os
a
ser
um
partir do
as suas
Desta
nome.
Os
de
ser o caso
vidas,
entendemos que ser
es
trangeiro.
legtimo presumir
a sua
Como so
ascendncia
nas
Pantezze, chegavam
pginas a
anteriores. Bailarinos
grosso do grupo
o
normalmente
Portugal
e
estudo
coreografos,
intcgrados
relacionado
profissional
o
cm
com
como
companhias a
danca
no
pas.87
nosso
Inocncio Francisco da Silva sugere para de
possibilidade
francesa do autor,
popular,
estarmos
muito pouco
hipotese
lendo
a
tanto
jocosa
mais que
Ihe escorregou
direito
jusri^as
nas
os
hora fatal
at
frecheiro,
embrenhar-se
ao
que
em
em
que
o
ftancezes,
p,
ladeira de flres,
ministro
satricas
poca,
o
francez
muito
ella l vai
ficado
[...]
esquiva
com
o
na
tinha aos
Jos
partida
memria uma
filha dos deus
conde-baro d'Alvito
Sebastio
s
leis,
de Carvalho. O miiiistro
crer em
uma
origem
com o
bravcjou, pediu vinganca
que ter levado
a
amores
de danca
sornram, sob capa, do atribulado dancarino. A
inspirou coplas
e
este
ter
n'um difficil passo de minuete
e...
mestre
omnipotente
dvida sobre
respeita
E
pseudonimo.
ou
Bonem parece
mestre
amavios
florestas de Cintra. O
internacionaL,
do
no
crnica de Camiio Castelo Branco:
de
pai,
figura
a
Bonem, de clara aparncia francesa,
de
criptononimo
um
sustentvel, sobretudo
discipulos
seu
o nome
presenca de
na
esbeltissima, engracada de todos
a sua
claramente
tradutor
como o
forma, Julio Severin Pantezze ser italiano, relembrando-nos
de opera italiana, consrituindo
a
Cabreira, assumindo-se, alis,
restantes ostentam um nome
da presenca artstica italiana abordada
poderia
Toms
Camilo,
esta
de Bonem de
e
ao
as
histria tambm
Portugal,
deixando
filha para trs.89
Cfr. Arte de danfar francesa..., cit., 1760. Pantezze so confirma a referncia nglesa das contradancas no ntenor da obra: facilito o modo para se aprenderem as Contradancas Inglezas. J. S. PANTEZZE, Metbodo..., t, 1761, 86
87
Vejamos,
que
comeca
exemplo, por dirigir o
por
que 1 752
marca a
chegada
Novo Teatro da Rua dos
de David
Condes,
Perez, clebre compositor da escola napolitana,
no
qual
se
instala
uma
companbia
de danca bem
guamecida. J. SASPORTES, Trajectoria da aanfa teatral em Portugai, Amadora: Instituto de Cultura Portuguesa, 19^9, p. 41. O nome de Pantezze aparece mal escto nalgumas monografias ("Pontezze"). Ser, sem dmnda, por lapso, pois 88
a sua
grafia
bem
perceptvel
na
folha de
rosto
da obra.
SILVA, TA Ln w afa inmao
.
se
autor.
l'Al __.-'
Fig.
se
0ARJE?J\6AKR. jMHzaxTOJxiSii
.
duvidar
bailarinos
como
italiana. Da talvez
i
c i
Na
Choregraphie...
Como assinalaremos
Portugal,
em
a
corte.
sejam
que
do manuscrito
rosto.90
estrangeira, sobretudo francesa
origem
de destacar
importncia
estas
folha de
na
de danca
mestres
criadores das dancas de
pases
na
se,
estratgia comercial, permitindo
uma
Kinski, tradutor
Felix
apresentarem
maior parte dos
a
universo literrio
no
de danca, apesar de
1751,
trataria de
se
autoridade dos
tratados
os
no
fictcios,
existir sobre pouca informaco que parece
nomes
mestres
a
de
acionar directamente
re
alguma especulaco, poder-se-ia questionar
encontrando espaco para
Mas
cidade, destinando
obra lemos Author
o
seguinte:
tem
em
a
Lisboa.
sua
obra
Consegue, alis, a
D. Manuel de
nenhum inconvemente se
mais
pde haver
no encontraro facilmente
e partes, que para deixar de se fazer publico, [...] para que de Cabreira, cfr. Cabreira em outro Professor. J. S. PANTEZZE, Methodo..., at., 1761, p. LXII. Para o caso s. d., n Grande Enciclopdia Portuguesa e Brasiieira, VoL V, Lisboa: Editonal Enciclopdia, p. 316. os Tomaz) 91 163. Trcio coloca duas hipteses quanto D. TRCIO, Historia..., cit., 1996, ongem de Kinski, francesa ou
o mesmo
as
p.
polaca.
39
A circulaco de livros sobre danca
Figueroa.92 assim uso
possvel
manuscrito,
o
que
Figueroa, enriquecendo
I_bro de Diferentes Danzas que Distintas
Cortes,
Mesmo
aula aberta
como
fontes para
sem
de Camilo coloca-o
escrito
em
o
Lisboa
grupo de artistas,
danca
nunca
Lisboa, sede da
corte
rgia
Podemos adiantar
um
ambiente da
o
apesar de
simples
o
produco
tinham
em
Coimbra,
livreira.
sero trs irmos saboianos:
Ter-se-o estabelecido
recebido
iresmo
Baptista
Provavelmente,
se
estas
simultneo
tiveram
o
em
na
pois
-
hbito de
efectivamente oficina
duas
em
capital?
Coimbra?
de
privilgio
Cfr. Manuel
oficinas,
polira
uma
obra
a
em
Lisboa
itinerncia
certa
de
mestres
impressa
podemos
supor
folha de
rosto
e
Gtnioux
Iisboa, c
ao
fora de
lucro,
Felgueiras GAYO, Figueroas
permitem
de
em
o
mesmo
do
a
a
apelido).
porm, em
1762. Ora,
a um
uma
o
a
abertas
sobrinho
-,
elas.94 Se Bonem reside
encomenda para
que
Joo
que
Joo Baptista Ginioux,
por
mas
irmo mais velho ter
1771 entregue entre
do
Bonem, tambm
(a grafia original
Po^o-Novo,
obra
enviado
Impressores
mercadores de livros,
1755,
com
escolha
uma
Coimbra, que estiveram
outra em
a sua
nos
que
na
estratgia comercial, optando maior
crnica
mais vivel estar relacionada
1740. Rm
e
tipgrafo, de seguida,
um
a
bmto diamante
presenca de
especulativas,
impressores
estes
1730
loja
o
uma
de livreiro da Universidade. Consta,
uma em
procurando
da Costa
no
Mas
Coimbra,
lapidra
ter a sua
partiihar encomendas, ajudando-se
este
e
em
Irmas Ginhoens,
de Coimbra fechou apenas
a casa
E ter
Ser
Jos
entre
ter aberto
e
Palacios de
en
rosto.
os
Jacob, Joo e Jos Baptista
Coimbra
obra
a sua
tambm
mas
Lisboa ter entregue, inicialmente,
concorrncia editorial,
92
sabe sobre
se
em
deixou Coimbra
questo em
carta
com um
dos tratados tivessem
os autores
referncia
meramente
apresentam
se
como
Lisboa. Pouco
casa em
para
cultural artstica.
mfluenciada por factores comerciais. Sabemos que Santo Officio
de
folha
a
facto de Bonem
opco pessoal,
ou
de sociabilizaco
apesar de existir
qualquer
algumas hipoteses,
produco
percurso
da
tanto
Jos I.93 Alis,
encontrou
se
centro
e
publicar
Rste franccz que
-
Coimbra, sendo difcil justificar
em
estudar
normal seria que
o
provar,
das damas lisbonenses da crte de D. num
com certeza
Polticos y
saraos
en
anteceder
a
Seria
publicaco.
costumes
os seus
particular, justificando-se
este caso.
Veja-se Bonem,
Iisboa.
em
encomenda
uma
estilan Bailar
se
aparece
de momento,
aprofundaremos,
de
nenhuma intenco expressa de
sem
da farnlia
pessoal
justamente,
trate,
se
os seus
cidade
in Nobiiirio de famlias de
Portugal,
rmos menos
com
preco de venda
ao
com
pblico
vol. V
(tomos
XIII, XJV e XV), 3* ed., Braga: Carvalhos de Basto, 1992, pp. 90-95. 9 C. C. BRANCO, A dan$a in Noites..., vol. IV, cit., p. 266. 94
Sobre
os
rmos Ginioux consulte-se:
135; Femando GUEDES, O livro
e a
J.
ieitura
LOUREIRO, Livreiros e livrarias..., vol. XII, cit., 1954, pp. 95 e Lisboa: em PortugaL Subsdios para a sua bistoria. Scuios XV a XIX,
P.
Editonal Verbo, 1987, p. 241.
40
A drculaco dc livros sobre danca
fosse mais elevado que consideraces sobre Por razes
o
Lisboa? So apenas
em
evidentes,
as
condices de venda
pode
tiragem, Joao
relaco
uma
a
que
tinja
1 500
os
o
do
nteresse
conseguimos
custo
o
leitor
pblico
encontrar
as
lado,
o
fora de Tisboa, por
impresso que
um
por
o
o
impressor
algumas
tecer
local de venda
nem
o
para
sobre
lado,
outro
como
o
a
(cidade
e
ao
preco,
livraria),
nem
o
que
tem
j veremos) apenas
ou em
sobre
o
uma
muito
e
de
uma
tipogrfico,
notoriedade do
autor
tiragem. Porm,
no
preco.
produtos
de trabalho de
maior nmero de
impresso
so desenhadas
simples
Coimbra.
dependeria
material
a
dessa
escoamento
ttragem,
livros a
os
edico de mil livros
uma
que apresenta
capitulares,
Porto
no
variavam
Portugal
por isso,
e,
produco (papel, tinta,
total da
tratado de Bonem
nem
riragem
valor dos trs livros, enquanto
imagens (quando inseridas,
inclui timbre de
maior
exemplares.95 Quanto
esperado
informaces
Resta-nos apenas avaliar
tipografia. Se,
uma
suportar
2 mil
a
tcmpo de trabalho, encadernaco), e
pcrmitem
cidades de
principais
Lus Lisboa considera rentvel
quantidade,
entre esta
nas
precos mais acessfveis do que
publicados recebem, normalmente,
lucrativa
nos
que
percurso destes tratados.
bastante. O mercado de Lisboa
Quanto
suposices
vinhetas
pginas
mais
e
modesta,
est em
mo. Tambm no no
final de
alguns
captulos. J
o
tratado traduzido por Cabreira
e o
da autoria de Pantezze apresentam
um
trabalho
dc maior cuidado. Sacm ambos da Officina Patriarcal de Francisco Luiz Amenow, aberta
1748,
que s
mas
dcnominaco.97
1755,
em
No que diz
Ameno ficou conhecida
ao
mudar-se para
respeito
pela
sua
concepco
qualidade:
junto
do
largo
material do
bcm
provida
livro,
da a
Patriarcal, recebeu
em
esta
oficina de Francisco Lus
de excellentes typos,
e
[...]
esmero e
exemplares amda hoje conheados, de Pantezze apenas localizmos (BN). Da obra traduzida por Jos Toms Cabreira New encontram-se trs, um igualmente na BN, ourro na Biblioteca Nacional de Espanha (BNE) e outro na York Public Library (NYPL). Por sua vez, o livro de Bonem ter uns dez ou onze exemplares em diferentes bibliotecas: para alm de trs exemplares na BN, um na BNE e outro na NYPL, tambm se conhece outro numa biblioteca pnvada e em cada uma das seguintes insntuigcs: Biblioteca Estadual de Wrttemberg, em Estugarda, Biblioteca Nacional do Brasil, Bnstish Library e Library of Congress. Sabemos ainda que exisria um exemplar na Livraria do Real Colgio dos Nobres, em 1829. No entanto, possvel que este livro seja agora um dos 95
J.
L.
LISBOA, Cincia..., cit., 1991, p. 55. Quanto o
existentes
na
que existe
na
aos
Biblioteca Nacional de Lisboa
BN.
actual e refere-se Cfr. A. BELO, As ga^etas..., cit., 2001, p. 30. A unica referncia monetria encontrada est cotada no bastante esta em nota de rara, em de Bonem. Mrio obra, obra Costa, 1962, escreve, rodap, que Historia, figuras, usos e costumes, Lisboa: mercado por 600$00. Mno COSTA, Danfas e danfarinos em Usboa Omara Murucipal de Lisboa, 1962, p. 295. Na verdade, na pesquisa apresentada na nota anterior, observmos se encontram mais exemplares. que do tratado de Bonem que, actualmente, 97 Sobre este ripgrafo realizmos o seguinte trabalho: Francisco Lui^Ameno (1713-1793) e a sua oficina tipogrfica, e Hierarqvuas Sociais. O estudo visa reconst_ruir a sua casa tipogrfica, para o seminrio de mestrado Grupos corao a sua nserco num grupo soaal de cresccnte relevo e a produco estudando o percurso do ripografo, bem
96
-
da
sua
ofiona, tendo
sobretudo, dois pontos de anlise: a qualidade do matenal npogrfico e a prelo. Nesta ltima rea, decidimos aprofundar o estudo das artes de palco escolha de Ameno tornou-se ccrteira, por ser o principal tipgrafo lisboeta, desta poca,
em
conta,
temca das obras sadas do
sctecentistas, pelo que a
trabalhar
com
a
obras de danca,
pera
e
teatro.
41
A circulaco de livros sobre danca
correcco das
impresses, chegou
obras, durante cincoenta
infinidade de
uma
diiigida
pelo
sempre
se na arte
que
seu
a
ou
annos,
infatigavcl proprietario
trabalho. Somente
que no poupava
requinte. Contudo,
impnmiu boa
uma casa com uma
tamanha procura. Esta
quantidade
encontramos
algum
so
vrios timbres
tem a
folhas de
nas
capitulares
dos trs tratados de danca
casa
tido
justificando-se,
serem
aperfeicoar-
italiana. No que
e
contradancas
as
realidade,
do autor,
ao nome
incio dos trs
demasiado
mesmo
publicaco
concerne estas
mais
esta
das
I. F. da SILVA, Francisco Lus Ameno in
marcas
da obra.
tipogrfica
Teatro, Anbal Pinto de CASTRO (pref.),
facto de dois
consecurivos,
em anos
realidade,
pera
da difuso
trs
como
inglesa
para
comunidades
tomo
teatro
de Antnio
que compoz
na
Jos
ingua
da
Italiana
o
pnncipal impressor
europeia
as
Silva, tambm conhecido o
da
mencionados
textos
mas
tambm
j aludimos,
a
obra
resume-se, na
contradancas coloca
estrangeiras
em
pginas posteriores,
II, p.
e
431. Estudos mais
a
Portugal.
dedicatoria
recentes
tambm
o
com o mais
dos libretos das como o
do teatro,
e
p. 210. Francisco Luiz Ameno foi
esta
modemo maquinismo. Catiogo da Coimbra: BibUotcca Geral da Universidade, 1974,
que dotou
coiecco de miscelneas.
seus
veremos,
A evidncia itaiiana
reservada para
Diccionario..., t,
prelo
como
o mero
rea da
os
duas ltimas,
principais
montou
livros de
de duas obras sobre danca.
representativa.
questo,
positiva
obras. A
Iisboa. Na
em
do
as
ambas
principais
ripgrafo,
dedicado
assumir da referncia
uma
oficina
textos
Nesta perspecnva,
confirmam: Ameno
uma
dar resposta
texto em
deixemos claro que
mas
especialmente
corte.
a
mas o
obra debaixo da influcncia de
aprofundarmos
a
competncia
influncias, fundamentalmente francesa,
de
junco
de Pantezze sobre
99
dura^o,
constantemente,
corpo do
dos tratados enquanto
das dancas de
clara
espanhola, inglesa
98
para
ilustre assembleia lisboeta
impressos pelo
cultural,
apresentaco
uma
no
de Ameno,
trabalho
um
interesse
neste
recepco portuguesa
Sem
de
Ameno inclui dois dos
Ginioux,
relevncia da oficina de Ameno
em conta na
Voltemos
a
estampou
teve
clara indicaco da
uma
no
a uma
ricas vinhetas
e
figura
destacou-se sempre por
evidenciam
se
tratados de danca que saram do
esmero nos
insere gravuras
rosto e
Regressaremos, ainda,
ser
diligencias
podena significar,
no
possivelmente por ser destinada
presenca de
dever
que
produtividade conseguiria
desta oficina. Ao contrrio do trabalho dos irmaos
de Pantezze,
menos
pouco
n'ella
e
professava.
As mais de 300 obras que Ameno seu
das melhores de Lisboa,
a ser uma
Judeu.
peras
dc Pedro Metastsio
Cfr. Theatro drammatico,
Abbade Pedro Metastasio Poeta Cesareo, Traduvidas
em
Portugue^por
ou
e
das pecas de
Collecfo
das
operas
Fernando Luca( Aivim,
Tomo I, Lisboa: Ofiona Patriarcal de Franasco Luiz Ameno, 1755; e Theatrv comico portugue^ ou Collecfao das operas Publico do Bairro Alto de IJsboa, 4 vols., lisboa: Offiana Patriarcal que se representaraS na casa do Theatro
portuguesps,
de Francisco Luiz Ameno: 1759-1761.
42
A circulaco de livros sobre danca
de Pantezze
Senhores Assinantes da Assembleia da Casa do Bairro Alto faz todo
aos
se:tido, pois
consta
a numerosa e
que
A obra de Pantezze
srie de
apenas listar
uma
numa
determinada
coreografia.
ou mesmo
da
leitor for realmente "bailes
o
o
pblico
da tal
de
parecendo
numa
comunidade
ter
a
em vez
duvidar da
o
que talvez
expericnte
na
integradas
qualidade pedagogica
da
na
a
pelos
dedicatria
a um
obra
a
se
e
utilidade de
nao
ser
sucesso
uma
prtica, explicando
sua
este
gosto
prtica
questionar
enquadrasse
de danca. Se
prvio
de esperar que tenha
Podcmos inclusive
ingls.
ensinar
as
o
manual de pouca utilidade. No entanto, conhecimento
um
de
da obra de Pantezze est patentc
encomenda da propna assembleia,
figuras
j
leva um
Assembleia,
pblica
espaco de sociabilidade, sobretudo uma
peculiaridade
leitor ideal
seu
A dimenso
ingleses".
Esta
reurna nesta casa.
tambm dedicadas s contradancas por
outras
isoladas de danca,
figuras
do autor,
forma^ao
Pantezze sublinha que
dc
distingue-se
autor
obra
mportantc comunidade britnica
o
carcter
este
101
i
excepcional. Outro elcmento que
contradancas
explicada adaptadas
tnglesas,
como
mais adiante.
os
afirma,
mas
foi referido que
J
na
mais
mas
uma
esta
porventura,
Toma-se
identificar
as
mplica
cujo
autor,
os
e
ngls
com
o
estilo
contradan^a ftancesa,
vivido
notaco francesa,
a
na
a
um
perante
so
rapidamente do espaco,
quadrado). Porm,
ingls.
Nesta
verso mais
segunda
em
Assembleia do Bairro Alto
voga,
justifica,
autor. reconstmir
obras que
o
Raoul-Auger Feuillet,
na
do
de que
identifica, por
este mestre
por
da obra de Pantezze,
concepco
os mesmos
Pantezze no
publicadas
genealogia
a
guiaram
sinais das gravuras sero
contradanca distintas das
ou
estarmos
reorganizaco
uma
quatro pares, formando
ou
quadrilha,
difcil, portanto,
leituras
indica-nos que
do
opco
a
convvio
o
vez,
era
facto de
o
countrydances inglesas
Pantezze apresenta sempre trs pares, mais de acordo
metade do sculo XVIII,
obra
registadas scgundo
estas
que normalmente
o
quadrilha (dois
em
pares
estranhcza
alguma autor
o
gosto francs,
ao
funcionando
causa
francs.
scu
manual. Por
se usa na
outro
Corografia
ou
seja,
um
lado,
da
Danfa,
lado, descreve figuras de
"
denominar as poderem com perfeica dancar as Contradancas, he preozo conhecer, e saber a Naco com as executa o conforme Briramca, por voltas de ellas sa diferentes estylo que compostas [...] que 1 1. ser este o mais ntroduzido, e prarico em todas as Assembleas. J. S. PANTEZZE, Methodo..., t, 1761, p. 101 as contradancas sugerem resulta numa maior liberdade de acco O ambiente mais descontrado e soaal 100
Para
se
que
dos pares: ln
practise
the dancers could chose their
own
sequence of
f_gures
M.
ESSES, Dance...,
pp. 456 457. 102
No entanto, dancas
com
trs parcs so
muito raras, tanto em
GUILCHER, La contndanse..., cit., 2003. 103 Cfr. Raoul-Auger FEUILLET, Chorgraphie
lesquels
on
apprend facikment
de
Pantezze tenha contactado
Idem, Reciieii...,
soy-mme
com a
ou
toutes sortes
registos ingleses,
como
l'art de dcrire ia dance par caracteres, figures et (V ed. 1700), Paris: Dezais, 1713.
de dances
1992,
franceses. Cfr.
J.-M.
signes demonstratifs,
,
seguinte obra do mcsmo autor, mas mais especifica sobre difol confirmar a constru^o to singular de Pantezze
at., 1706. Mas dada
cit,
as
avec
alis, provvel que contradancas: cfr.
este
dado.
43
A circulaco de livros sobre danca
Feuillet,
das personagens mais importantes para
uma
XVLII europeu, tambm no
notaco
que tenham de
mais
nomes
em este
sa
Senhores Bocham
Balon.?'5
a
sua
de referncia para
Pablo
Minguet
Franca.107
Do
sobressaiam ao
e
Irol
e
Natal
arqutipos
nvel europeu. Cmzando
seus
somente
j
espanhois,
pares
em
conjunto desta
como
a
igualmente,
alguns
enumcra
sua
diferentes
seja,
ou
dos
Mestres de Franca, que sa
os
Sol, Blondi,
e
de
[Rameau];
Portugal.1136
danser, de 1725,
Le matre
como
ou
seja,
autores
uma
da obra de Bonem
presenca de
a
nos
temas,
cpia
de
um
um
mas
torna-se num texto
estilo
fora de
publicaram umas
comum
poucas obras
de dancas de
tambm da de Cabreira
e
texto-raiz idntico. No
contedos,
matenal,
que
forcoso que um
publicada,
Bartolom Ferriol y Boxeraus,
John Essex,
de leitura para conslruir
genealogia
obra de relevo
tem
litcratura sobre danca,
clara
para
Ramo
Rameau
Jacome Bonem,
s necessrias influncias
apontamos,
apenas Bonem
principais
os
particular,
a
As regras que procuramos estabelecer
[Pcourt],
Apcnas
contemporneos,
os
escrito
tem
Pecour
da danca.
presenca
corte:
em
nem
autoridades francesas eram, realmente, referncias conhecidas
estas
portugus
desconhece-se
que
[Beauchamp], se
danca
registadas.104 Na verdade,
as mesmas
Resta saber
universo
no
ser
historia da danca do sculo
tratados portugueses,
outros
uma
universo das dancas de
sonantes no
Tratado,
nos
pois nenhum deles ensina
coreogrfica,
coreografias
referido
vem
a
conselhos
e
regras da
nos
arte
corte
com os
referimos da
dan^a,
assumir total da informaco recebida,
traduzindo-a. Mesmo que no
mdirectamente, provada na
realidade, mais
anahsado
com
um
detalhe
se
no
saiba da presenca do livro de Rameau trabalho de Bonem, que, apesar de
nas
pgmas
O ttulo dado por Bonem
104
o
manuscnto
Portugal,
ela est,
nunca se assumir como
tal,
c,
tradutor desta obra modelo. O contedo do Hvro de Boncm ser
mita^o.
Apenas
em
de Kinski rcgista
seguintes, por agora urge apenas defimr
original.
as
dancas
Na folha de
em
notaco
rosto
apenas traduz
coreogrfica,
sem
a
o
nvel de
parte sobre
nenhuma
explicaco
a
ou
Resta questionar se legenda do cdigo. Relembramos que se trata, aparentemente, de uma encomenda particular. os Deixaremos a reflexo comum. sena do conhecimento esta escrita da danca captulos seguintcs. para de Blondi, 105 N. J. BONEM, Tratado..., at., 1767, p. 11. A escoLha de dancas de Felix Kinski apresenta cnaces
Balon
e,
sobretudo, Pcourt.
danser, (la ed. 1725), Paris: Rollin fils, 1748. algumas das obras estrangeiras sobre danca que se localizam, ad -almente, nalgumas bibliotecas portuguesas. Foi mpossvel determinar ao certo a data de cntrada no pas. Na Biblioteca da Academia das Cincias de Lisboa, pertenca da Livraria do Convento de Nossa Senhora de Jesus de Lisboa: Cesarc NEGRI, Ls gratie d'amore, Milo: Pacifico Pontio, & Gio. PiccagHa compagni, 1602; e Jean1 760. Na Gcorges NO VERRE, Letires sur les danses et sur les baliets, Estugarda-Lyon: Aim Delaroche, Impnmeur, Biblioteca Pblica Muniapal do Porto: L. de CAHUSAC, La danse..., dt, 1754. Jos Sasportes indica a presenca danca na biblioteca de D. Joao TV, sendo uma delas de Fabnno Caroso, // de obras directamente hgadas Balienno (Veneza: 1581). Cfr. J. SASPORTES, Trajectna..., cit., 1979, p. 34. 106
Cfr. P. RAMEAU, Abbreg..., cit., Paris, 1725; e Arnbos os livros foram xitos editoriais. Estas so
Idem, Le matre
_
107
Cfr.
em
anexo, Tabela 3
Literatura europeia sobre danca.
44
A circulaco de Livros sobre danca
utilidade da obra, todavia
pequenas adaptacoes. A maior
os
inseridas
num
corpo do Rameau
a
num
gravuras
Assim,
refcre
se
ser
imagens,
Bonem
ignora
s gravuras.
totalidade dos da obra
com
segundo
certeza,
at
dcixa de interessar
a
ao
a
ensino de
portuguesas levam-nos
da
pas
no caso
de
um
a
ser
espanhol, impresso jrancesa,
aornado
adornado
l(H
con
Como por
con
no
se
que
gravuras criadas
indicaces
ou
aplicados
a
veremos
ou
a
que
ensinar
a
se
no
rmportncia
das
"extra", que
antes ou
depois
raras
a
excepces apontadas
ordem de
uma
dan^a.
pode
mo
menos
hipoteses
de tratados estrangeiros,
de circulaco
muito
falar
ou
encontrado
numa
Bonem
um
fontc.110
Na
duas obras de Pablo
livrinho
laminas
(3a ed.,
Minguet
Rameau
pode
Madrid: ed. autor,
o
j
ed.
(la
no caso
Francez,
e
e
de
1725)
no
de
Jos
possvel um texto
Lrol: Arte de dan^ar
Arte de
1758).
la
a
dan^ar a lafrancesa,
Tambm
estas
so,
com
puisque c'est par elle [a danca] que nous nous cet air qui fait briller n_____N_tic_i)>; Bonem sentiu
escrever
RAMEAU, _? matre..., cit, 1748, p. 2
-
-
obras
mestre
verdade, Cabreira traduz
quarenta figuras (3a ed., Madrid: ed. autor, s.d.) tantas
as
Portugal.
leitura directa da fonte,
tradutor de
com essa
em
um
danser
N. J. BONEM, Cfr. exemplar da Biblioteca Nacional de Lisboa, com a seguinte cota: Res. 3896 P. Os M. 715 P. e SA. 20323 P.; BNE M/889 e o consultados no contm os desenhos: BN
restantes exemplares exemplar digitalizado
(http://memory.loc.gov/cgi-bin/ampage?comd=musdi&meName=024/musdi024.db&recNum=0). Arte
informava que danfar francesa..., cit, 1760, p. VI. Tambm j na folha de rosto, Cabreira ao em Portugue^. Acreditamos que o forcar desta hgaco do Idioma pnncipal centro Tradu^ida France^ e credibilidade. dan^as de corte seja mais uma estratgia comeroal para ganhar prestgio Arte de
no
conhecimento dos
ou
possivelmcnte,
109
110
da
alguns exemplares,
em
obra de Pierre Rameau, Le matre
assume como o
pelo
importaco
avec cette bonne grace & final para que faz lustrar a todas as Nacocns. P. Tratado..., cit, 1767, p. 14 (sublinhado nosso).
emLOG
que
dos diferentes passos de danca
complexidade
se comeca a
t-la- trazido
comportons dans le monde e
em
ao
e
este
para
leitor,
apenas
pelo
nenhuma alteraco
pretendemos apontar
Jacome Bonem,
com a
ou
exemplo: enquanto
necessidade de mudar
as
pargrafos
imprcssor
com
consultados apenas esto
implicar
Mais adiante
mao,
difcil estudar
primeira
em
quarentay
conjunto
desenhos de Bonem esto annimos
os
original.
considerar diferentes
de Bonem,
contacto em
a
em
coreografias.
origem
Toms Cabreira, que referir
exemplares
obra, ela mantm-se (salvo
ou em
francs, ter contactado
Se,
pensada
valor.
tratados de referncia. Sendo Natal
no seu
J
intenco do autor,
momento em
Bonem,
isso, apesar de
Por
o seu
organizaco
proximo captulo)
o
sido
ter
diferentes
os
tratado de danca. De momento,
Quanto
no mtegra
de forma
sempre
feitos compra. Os descnhos,
encareceriam,
cinco
nos
que
paginas
entre as
cxplicitamente
acrescentado
ou
danca
portugus poder
deles.109 So 22 desenhos aguarelados, que copiam
texto.
reproduzem
vcnda
deste tratado
Rameau, colocados
ptprio
podia
adaptaco
Rcferimo-nos s
tipografos.
ainda
no necessitando mais do que
literal,
texto
1(18
~
j
urnas
traducao do corpo do
a
esta
era
difusor das
45
A circulaco de livros sobre danca
inspiradas
certeza,
nos
principais
historiador Mauricc Esses realizou
obras, franccsas
franceses, Raoul-Auger Feuillet
autores
um
trabalho muito interessante de
espanholas, juntamente
e
Boxeraus, Reg/as utiles para los aficionados dixcta francesa
assim,
as
conccpco
na
21 gravuras
Desta
fonte a
forma,
pnmria:
o
tratado do catalo Bartolom Ferriol y
o
espanholas,
Minguet, revclam,
na
obra de Cabreira
tanto a
na
traduco de
rcalidade, como o
uma
de Cabreira,
Lembrando de
papel
o
o contexto
Espanha
tratado
como
nas
a
via catal,
pela
na
exportava elementos
as
dancas
espanholas
recepcao
implica
espanhol
como
francesa.
como
seus,
em
Portugal, j
a
recepco
no
e
contacto entre
Irol
sua
difuso hterria foi
de transformaco do
outro
Ser
portugus.
costumes
impressas
em
semprc
produto,
lirnitador
o
e
no
Portugal
e
Madrid.
Espanha nao que tambm
estrangeiros, j
prtica
de
negada. Qualquer processo
de
dancas. No entanto,
suas
mesma
pginas anteriores, exemplifica-se,
intermecliria
de
a
ser traduco indirecta
pnmeira
leimra de Bartolom Ferriol y Boxeraus fica por provar. Mas
servia apenas de evenmal filtro
das
copia
livro de Bonem desvendam a
-
gravuras
so
Cabreira, que
origern
Franca, via produco castelhana, atravs das obras de Minguet
J
influncia
a
texto como nas
tanto no
trabalho de Pierre Rameau. No entanto,
segunda directa.112
caso
das obras
entre estas
comparaco
dan^ar, de 1745.111 M. Esses prova
a
esquemas presentes
e
lminas trabalhadas por
com
Pierre Rameau. O
e
h relatos da
se
vlido
que
uma
apontar
tanto
qualquer
para
o
caso
subordinaco
cultural. Estas
problcmtica "i
112
de
questes
traduco, adaptaco, rescrita
da autoria, por
vezes
e
difcil de determmar
reedico levam-nos ncstes
Cfr. M. ESSES, Dance..., cit, 1992, pp. 442-451. Como j referimos, na folha de rosto, Bonem traduz de Rameau
reflectir sobre
a
casos.114 Nenhum dos tratados
parte sobre
a
a
a
utilidade da obra: Obra
mocidade, que quer aprender a dancar bem, mas ainda para as pessoas utiL, convem em ensma as as e honestas, polidas, regras para bem andar, saudar, e fazer todas as cortezias, que quaes 1767. as Assembleas adonde o uzo do mundo a todos chama. N. J. BONEM, Tratado..., cit., Apenas o final P. des RAMEAU, Le matn..., distinto da verso original: [...] tes revennces convenab/es dans toutes sortes compagnies. muito convenientc, de Obra rosto de Cabreira, tradu^o Minguet: cit, 1748. Vejamos a semelhanca na folha de mas ainda a bem a dancar, na s quem ensina as regras moddade, pnncipalmente civil, que quer aprender Arte de danfar francesa..., de a classe convm e fazer as cortezias, que pessoas. qualquer para bem andar, saudar, laminas (3a ed.), tantas con de a la adornado Arte MINGUET E Pablo 1760. Cfr. IROL, dan^ar quarentay francesa, t, M.idrid: ed. autor, 1758. Nas diferentes partes dos textos, h sempre grande semelhanca, residindo a prinapal diierenca numa maior sntese por parte do autor espanhol. Podemos, porventura, deixar uma questo no ar na smente para
muito
esta
numa pnmeiro que a de Bonem, sete anos antes, ser possvel pensarmos entre semelhanca uma mfluncia entre os dois mestres? Sendo a fonte original a mesma, grande compreensvel no ter de lido a traduco de ter se Bonem, Cabreira, quendo as duas obras. Podemos antes
tendo
a
obra de Cabreira
apareado
depois
quesuonar
obra francesa que lhe servia de referncia? 113 de Felix Kinski tambm est escnto cm castelhano. Para alm de Espanha ser um ponto de manuscrito O a Portugal e de estada quase obrigatria para certos artistas mais itinerantes, a lngua passagem para chegar ser considerada de referncia cultural, particularmente no espaco bnco. Cfr. BPMP castelhana tambm tr?
balhar directamente
a
-
podia n geral 1394: Choregraphie..., at., 114 Ainda no sculo XVHI, a figura
1751.
autoral
um
pouco difusa.
Veja-se
cenno cditonal
o caso
portugus.
franccsa, assumindo, todavia,
a
trat-lo
do Tratado dos principaesfundamenios da danca
como o
legtimo
autor
sua
autona
no
de
Por
Bonem, tradutor de esta mesma
uma
obra
razo, decidimos
(1767).
46
A circulaco de livros sobre danca
espanhois Minguet
como
aprcsenta
se
assumem a sua
trabalho final de cada Um
parntesis
traduco
autoria,
para voltar
Com formaco iniciada
intervenco
sua
a
Assumiu, igualmente,
passando Para
do
impressor
forma,
vrios
a
recorrcu
pessoal. Respondem
sob
Regressando gravador,
o
Hstadas sob
a
e
que sua
separadamente.117 Toms
Cabreira
mais
explicar
Tomemos
e
como
na
os
pedaggicas.
c
evidenciar, os
E sob
a
sua
pseudnimos
Lucas Moniz Cerafino
e
Irol, tambm ele
e
amda assma
ltimo
nome
que
apresenta
como
impressor
este
as
ntegra,
As vrias obras que esto
de diferentcs
duas obras de o
se
literria.
ordenam-se
sobre dancas
nas
que funcionam
acima referidas.
Minguet
Porm, para alm deste texto,
est,
textos
primeiro captulo, presente
contratempos do minuete,
outros, claro
repetem-se
e
compilaces
exemplo
editorial do momento, conciliando assim e
seu nome.
produco
sua
maiona,
la francesa.
sobre
francesa
entre outros,
a
na
traduz,
apenas
Minguet
muito da
autoria so,
especficos
coreogrfica
autor
suposto
del danzar
Explicacion uns
ao
do
perfeito
anagrama
Silva,
antes
ou
obras,
certas
dos libretos de Metastsio.
primeiras tradu^es
as
o
e
mestre
fabricaco material.
de Ameno,
nome
o
Pantczzc,
e
tendo sido tambm
intelectual de
mascarar,
para
Nicolau Francs Siom, Leonor Tomsia de Sousa Fernando Lucas Alvim,
e
sobremdo de obras literrias
pseudonimos
distinto
desta dimenso autoral.
limitou
se
o
como
sculo XVIII.
pleno
concepco
na
conta
em
dos tratados de Cabreira
livreira no
activa
tendo
exemplo perfeito
um
produco
na
justifica
se
Universidade de Coimbra
participaco
uma
de cariz mais
participaco
na
modo,
pela responsabilidade autoral,
mesmo
Ameno
tal,
certa
certo
autor existcntc cm
figura
Direito
em
de
das fontes francesas. Tanto Ferriol
adaptaco
que, de
imagem
um e a
Francisco Lus Ameno, que, de
de escola,
o
ou
espanholas.
vrias obras de
um mesmo
Minguet
ambas,
livros incluem outros,
os
sobre
outros
em
Jos
o
ensino da notaco
Estes vrios
cademos,
conforme
objectivo
o
interesse comercial por dancas francesas
espanholas. Na traduco de
particulares gerais
sobre
Jos
no
contexto
o
bom modo
Toms Cabreira, novamente,
tradicional so e
a
ignoradas,
base inicial da
as
partes mais
apenas intercssando
principal
danca de
corte
os
complexas
ou
ensmamentos
francesa:
o
mmuete.
ao trabalho de [...) Tradu^das em Portugue^por Fernando Lucas Alvim, cit., 1755. Quanto mera imprcsso. O tipgrafo passou a da este no se limitou Antnio Silva, Jos dramaturgo escrito muitas das pecas do Judeu, sendo responsvel pela sua edico. Para uma anhse mais desenvolvida sobre consulte se: Jos Oliveira BARATA, a ntervenco de Ameno na elaboraco do esplio deste dramaturgo, no Histria do Teatro em Portugal (sc. XVUI). Antnio Jos da Silva (ojudeu) palco Joanino, Lisboa: DifeL, 1998. 11( como mestre de danca, o que leva a crer que no se assume Apesar de Minguet se apresentar como autor, e no outras escntos estes distintos textos seriam muito provavelmente personagens, profissionais da arte, por ser encaradas, muitas vezes, vimos de e vrias edices Minguet podem reedi^es que pclo proprio Minguet. As rentabiliz-lo por como iniciativas dos prprios tipgrafos que, dispondo do matenal nas oficinas, procuram
115
Cfr. Theatro drammaco
Ameno
com o
diferentes motivos. Cfr. M. ESSES, Dance..., cit, 1992. 117
Cfr.
em
anexo, Tabela 3
-
Literatura europeia sobre danca.
47
A
s alteraces
Quanto do
trabalho,
semelhante uma
no
de Natal
ao
adaptaco
matrias que
espanhol,
ao
uma
explicaco
slida deste
aprovcitou
de danca que
fim, algumas palavras
dar tambem
novas e
possvel Bonem
com os
disso nlo h
ou
da
aprofundamento
de
outro
um
possibilidade
acompanhamento
do
meras
a se
pblico
este
que
publicadas,
explorar cada
por enquanto,
as
tipo
uma
tal
as
e
dispensado se
Arte de
a estes
junta,
contradancas,
com
nesta
tanto no
Com
Musica,
a
tanto
para
a
o
Danca de
reprezentar
ao
diversas
as
(como
ou
rastciras,
accos,
cumpridas,
os
com os
pelo
ou
estudo da reacco do mercado
prometidas
complexidade. uma
dc obras? Vnas so
de maior
so todas
inglesas,
e
dancas de corte;
significar
sala,
a
Figuras
e
modo de fazer todos
e um
com
o
registo
esmdo das dancas
Ser de supor que, falta de interesse
as
hipoteses
ou
lancar,
a
na
de
mas
delas.
aprovacoes das obras
pclas
formalidades, so sempre de considerar quanto
instncias censorias.
Apesar
celeridade dos processos
darifar francesa..., cit., 1760, p. [XXIII]. Esta parte final, intitulada >.9 Rejeita-se qualquer artificialidade
sua
or
natureza
menos
no-interiorizaco da
nonchalance
6
pelo
nascemos,
rela^o
socialmente criticveis
as marcas
a
estranhamento esmdo sobre
num
uma
como
disguise,
um
aparncia
controlled
cooling
de
of
musicalidade sentimental assooada
certa
movimentaco do corpo. 7
Raphael BLUTEAU,
Vocabulario portugue^
Jesu, 1712, p. 150. *Arte de danfar francesa..., dt., 1760, p. Minguet e Irol, no s se critica, como pies, como algunos, que porque sepan
VTI.
e
latino,
tomo
I, Cotmbra: Real Collcgio das
Porm, Jos Toms Cabreira
tambm
se
ndiculariza
a mesma
no traduziu
Artes da
a
Companhia
de
frase toda. Na obra de
imagem: procurando
el
no arrastar
los
danzarines, los arrastran, y parece que vn barnendo las calles que tantas laminas (3* ed.), con ellos. Pablo MINGUET E IROL, Arte de dan^ar a iafrancesa, adornado con quarentay Madrid: ed. autor, 1758, p. \T 9 N. J. BONEM, Tratado..., at., 1767, pp. 6-7. son
A uatadstica da danca
emotional responses
-
na
uma certa
realidade, percebe-se
artificialidade
aparncia
de
"regramento"
de
nesta
naturalidade.1 Pode-se afirmar que uma
"graca natural",
"disfarce" honesto, visto que advm do
um
aperfeicoada pela
apenas
que
literatura ulica dos sculos XVI namreza e
domnio de poucos,
XVII que
e
mas
A postura ideal percorre, inaltervel,
regista
Cabreira,
-
personncs honntes &
ou as
polies,
A tratadstica da danca assume, ento, a
graca
ao
sintuta uma
hombros bem
os
firme,
as
ideia de
ccrpo,
os
corpo,
se
cintura
a
que estudaremos
contnua
e
os
adivinha. Os
mais
frente)
ombros para
um
mas
nem
encaixa
peito
e
se
-
ttulo da obra de
no
pormenonzadamente,
pelo
(sinal da
constrangrmento
sem
mais
largo,
abertas,
e
fechadas,
nem
outro.
na
vigor
-
a
"firmeza" da
prontido
uma
em
num
eixo vertical,
para
o
en-dehors,
da colocaco do corpo
amplitude visvel
do
parte inferior,
Quanto
com
superior
parte
a
Sobressai
todo
desenhando, desta forma,
prolonga
da mayor
voltados para fora.'
ps
apresentar
prolongamento
oposto surge descrito, por exemplo,
the Chin;
peito
o
atitude consciente,
o
maior
o
corpo Hnha
uma
ngulos
sem
centro.
There still remain
some
Stooping
other Defects
in the Shoulders;
Bellv.14 A postura incorrecta
10
observaco
trs, abrindo se
as
bicos dos
se
da
da danca.
um
entanto, por
cabeca direita
ter a
quadriz,
uma
privilgio
como
do tratado de Pierre Rameau.
virados para fora
ps
so
harmoniosa. Tudo
dcsviantes do O
se
no
aparece
que faz parecer
de pose, no deixa de
primeira
literatura do sculo XV III
descontracco, especialmente
"extenso" das pemas indicam
movimento que
puxando
imagem
o
e os
presta mais facilmente
ser uma
-
trs,
estendidas, e
a
necessidade de descrever,
a
altura dos
bracos cahidos
pernas muito
apesar de e
para
amplitude, proporco
qual
a
puxados
como
no caso
social: he precizo postura reveladora de virtude
algum,
Assim,
nobre, divulgando-os,
classe de pessoas,
qualquer
a
aperfeicoada pela aprendizagem
ser
cronologia.11
esta
idnticos atributos de condico
nmcro de pessoas
de
passvel
entendida
"graca"
esta
colocaco". Desde
"justa
sua
Shirley WYNNE, Complaisance,
nasce
an
de
(...]:
no
Such
Bendmg uma
tratado do
are
too
the
ingls John Weaver,
Holding down
the Head;
sensaco de
eighteenth-century cool,
desequilbrio
e
de
Dance scope, vol. 5, n 1
Putting out
Thmsting
much forwards; and,
1712:
em
out
deselegncia
(Outono 1970),
the
num
pp. 22-
23.
ALVARINO, Corte y cortesanos en la Monarquia de Espana n Educan iicorpo, educan laparola nella trattatistica del Rinasamento, Giorgio PATRIZI; Amadeo QUONDAM (coord.), Roma: Bulzom Editore, 1998. 12 P. RAMEAU, Le maitn..., at., 1748. 13 N. J. BONEM, Tratado..., t, 1767, pp. 15-16. 14 Wherein rules and institutwns for that art an laid down John WEA VER, Anatomicai and mechanicai lectuns upon dancing. Graves e and demonstrated. As they wen nad at theAcademy in Chancery I*ne, Londres: J. Brotherton, W. Meadows, J. 11
Cfr. Antonio ALVAREZ-OSSORIO
W.
Chetwood, 1721, p. 94. Nicole Pellegrin,
num
estudo que procura reconsmrir
o uso
do corpo
no
quoddiano
54
A tcatadstica da danca
corpo out
ciirvilneo, torcido
[...] thmsting out),
cima,
Sendo Mereau
esta
divulga
faire sentir soutenant
ce
para baixo
imagem
os
eixo
dispersa-se
(holdmg down)
e
para diante
projecco
numa
para dentro
comum
s diferentes reflexes de
(stooping in),
dfaut
en
leur
sentir que pour tre
appuiant
tte,
droit, il
a correeta
vers
le
(putting no para
e
faut retirer
avec
la
arriere
en
mam
gauche;
cette
partie
colocaco da cabeca para que todo
Fig.
o
danca,
par
du
corpo
sur
ce
se
francs
le menton, &
moyen
visage
o
On pourra leur
adequados:
du milieu de la main droite
doigt
le haut,
de
mestres
mtodos de correcco que considera mais
le derriere de la
doigt.15 Basta
O
anguloso.
anterior.
figura
como a
e
leur fera
on
o Pon
en
a
pos
le
endireite.
9. A postura ideal do corpo, segundo o tratado modelo dc j'ai rch de donner cette Figure l'expression afin qu'en la voiant on puisse se poser le corps tel qu'il
Pierre Rameau:
_
possible,
attitude prt marcher, c'est & le picd droit prt devant, pourquoi parrio>. P. RAMEAU, Le maitrt..., cit, 1748, p. 3. O braco doit tre.
lui ai donn
Je
clle
a
le
une
picd gauche
uma das imagens esquerdo segura o chapu. rcproduzida pclos tratados portugueses.
que no foi
liI?Afflf--7-J/J
Uma cette o
vez o
position
andar
a
il corpo devidamente composto,
vous
partez, soit pour marcher,
primeira
acco natural
e
movimentaco vertical
rmcdiata.
faire
ou
no
est
as
une
homem,
Contudo, para prevenir
tratados de danca descreve, detalhadamente,
prt
e
de faire
reverence,
uma
tout ce
veut:
soit pour danser.
aprendizagem
corrigir
que l'on
certos
instintiva
viaos,
a
de
Ora, e uma
maioria dos
vrias partes desta acco.
projectado para a frente costumava ser aprendizagem do andar. Estas ras de pano, com consequncia avoir induit une dmarche qui se seguram as cnancas pela cintura para as ensinar a andar, semblent que devient le centre sur lequel accoutume l'enfant, puis l'adult " se jeter en avant dans une attude o la poitnne a histonadora acrescenta porte le poids du corps". Por ser um objecto usado, pnncipalmente, pela aristocracia, Nicole PELLEGRTN, nobreza no da Corps du perodo ps-revolucpo. que esta magem serviu como caricatura Alain COURTINE; Histoin du in CORBIN; Georges Jean-Jacques corps, commun, usages communs du corps VIGARELLO (dir.), vol. 1, De la Renaissance aux Lumins, Georges VIGARELLO (dir.), Paris: ditions du Seuil, francs do
aicarada
Antigo Regime, conclui que
como uma
do
uso
esta
imagem
de
das andadciras
um
corpo
na
129. Nos tratados de educaco fisica portugueses de finais do sculo XVIII, nas observaces sobre a andar, tambm se crticam os mtodos que impedem a natural evolucao do corpo, desaconselhandopostura forcem o cresamento das cnancas, como os "andadores". Cfr. comummente, o uso de instrumentos
2005, p.
e o
se,
que
FRANCO, Tratado da educafo jysica dos meninos, para uso da nafo portugue^a, publicado por ordem daAcademia Real das Sciencias, Lisboa: Officina da Academia Real das Cincias, 1790, pp. 88-89. lf' MEREAU, Reflexions..., at, 1760, pp. 26-27. 16 P. RAMEAU, Le mattn..., at., 1748, p. 4. Franasco de Mello
55
A tratadstica da danca
realidade, saber andar
Na
bem.17
dancar
determinado percurso, mais
ou
transferncia de peso de
pema para
que faz
o executante
ornamenta
seguindo
corpo,
um
Assim sendo,
particular, o
para
Bonem,
pcstura; he c o
e
calcanhar
se
se
estender-se,
de
que
pr
o
a
o
que eila executa,
distancia de hum cha
no
corpo
direita,
a
,
racionalizar
algo
movimento
e
graciosos
o
cima,
em
que faz
que
que he
antes
propsito
o
to natural
regist-lo
17
um
N.
ao
com um
de obras
a
rigor
discutir
o
seu
o
descrico,
mas,
em
corpo
do bico,
que faz
o
a
que
remete
Segundo
corte.
direito
joelho
si, observando-se
a
que
a
a
quarta
se
dobra,
esquerda,
pema
que estando dobrado, procure
pelo joelho,
o
quarta postura,
a
o
-
diante
a
corpo descancando sobre
diante de
a
o
tempo
que di
diantar
de na
levar
a
proporca
a
corpo sobre
o
desta ser
explicaco reside, cssencialmente,
humano
como
andar
o
das
uma
ao
a
mais
passo,
p,
o
particular se toma
LAUZE, Apologie Genebra: Mmkoff, 1977, p. 27. 18 Como ser explicado mais adiantc, o seu
ps
no
cdigo
na
sua
no
de
que
e
se
tratadstica da danca consiste
prpno
p. 18. Mais de
das dancas de
um
escrita, revelando
sculo antes,
j
corte
o
na
no
o
o
uma
primeiro
mestre
a
prpna
notaco da danca do sculo
das regras
divulga^o
cuja denominaco,
-
como
Francois de LAUZE afirmava:
auec vne aux
grande cavaliers
facilit
qu'aux
la danse.
dames
XVIII, conhecida pelo
(1623),
sistema
outras. Quando suposto o regra da transferncia de peso, entre tem de ser ndicada, pois numa sequncia de passos, por defeito, s6
-
BLUTEAU, Vocabulario...,
de
bailarino acabar
pema suporta o peso do corpo. 19 N. J. BONEM, Tratado..., cit., 1767, pp. 19-20. 20 No dicionrio de Bluteau, na entrada para Posttira, A postura do corpo a mais e de Ccero -
Rstudar
p.
cho, tal posico
da autondade clssica. R.
desafio de
caractersticas da
principais
contedo, pois
toute
Francois de
Feuillet, baseia
seu
estar
ou
graue & noble, luy [ao aluno] apportera de la danse et de ia parfaite mthode de l'enseigner tant
Ceste facon de chemmer
seja dire>ta
a
corpo ideal."
modelo de corpo que
dois
do
p esquerdo seja
o
e ao mesmo
faz
se
que
quase cientfico, do que do
J. BONEM, Tratado..., cit, 1767,
com os
o
resto
movimento, de modo
o
que provoca
palavras, codificando-o,
por
Outra caracterstica
de
ao outro
do
elegantes
e
so com
tratadstica da danca. A novidade das descrices advm mais da
gnero
uma
cha.
Dir-se-ia que
disciphna
implica
seguir
construco da tcnica da danca de
na
passando
p,
com o
Supponho,
pelo movimeto,
levanta
calcanhar
em o
poem
o
um
por
da danca. Danca porque
figuras
as
do funcionamento articulado do
segumte:
o
levanta
seguintemente
longe,
precisa
descancar
precizo
e um a
passo,
tratados de danca preocupam-se no
os
andar ideal
o
um
movimentos
com
passo de danca
e
ritmo musical.
conscincia
a
seja,
forma
certa
uma
para saber
importncia
extrema
Qualquer
espaco, cnando
no
do conttibuto da anatomia
tema
o
movimentar-se
ou
outra,
a
motivos da acco, isto
com os
leitor tenha
elaborados.
menos
andar, coordena-o
seu
o
de
ar
mais do quc caminhar de
A danca no
uma
grande
com um
encontram
se
Quintiliano Que a postura reforcar estes preceitos com figuras
citaces dc
natural, de modo VI, 1720, p. 650.
a
uma
-
at, t
56
A tratadstica da
viinos, identifica
concepco cortes,
uma
outros
por
ptjicpios
de controlo para
generalizada, que "saber A
a
seguir
ou a
elevaco moral
e
A
sinais de
como
este
-
o
modelo
social
estreita relaco
Atendendo
de
do
qualidades
e
se
expresso
dan^a
corte
eram
em
avaliadas sempre
que
as
o
"corpo
verticalidade
se
mais
como
dancarinas
mimos
e
o
alguma
com
e
reinado de D.
o
ingls
o
D. Rosa,
a
William
aquando
de
uma
bailado executado por
a
a
e
cumb
como o
com
o
lundum lundum
grosseiros
e
estranheza
e
relatos de estrangeiros que passaram de bom- tom, actualmente,
mais hediondos
Famtlia Real anda
melhor,
compita
e
favorita da Rainha, preta, beicnda
festa oferecida
pelo marqus
negra de Africa
e
um
e
se
o
quem de
nanz
refere
de Marialva,
ano do
nesta
vesti-los
a ver
Beckford.23 James Murphy tambm
uma
uma nova
Mas no so
quadns.
visto
ou
mesmo
ao
ou o
2
os
ganhando
brasileiras
Bluteau descreve
-
brasileiros
Maria, que
exemplo:
africanas
que so considerados
em
"corpo
um
choque perante
um
reserva
expanso e
torcido"
sculo XVIII, vai-se
indecorosamente
agitam
e
so tambm
ultramarinas.21 Porm,
inevitvel
pretinhos africanos, quanto
caricias
personagem da D. Rosa, um
terras
em
desproporcional. I-se,
possa. A soberana d
esborrachado, afirma
ofereceu
o
vontade
da
popula^es no-europeias.
e
pelas populaces
corpo dos povos africanos
prprio
portuguesa durante
melhor que
se
danca, durante
curiosidade cultural,
uma
andar-se rodeado de
que faz
entre
forma,
interiores. Desta
do corpo. As dancas consideradas exoticas,
exotismo, classificado
corte
em
movimentos de maior liberdade
mdecentes,
pela
da postura
formas exoticas trazidas
novas
verifica
origem africana,
os
"ser", tendo
dependem
corpo
civilizacional. O
e
estado por portugueses que tenham
como uma
sc>
contexto
ao
gosto por
tempo que atimde
ou
que sobressai dos conselhos
corporal
alinhamento
e
sendo reflexo de
hierarquia
numa
destorcido", servindo para classificar gmpos sociais inferiores
mesmo
divulgacao
uma
todos conseguem "estar"
imitar assenta, ento,
justa organizaco
responsabihdade inclividuais,
um certo
de
possibihdade
de
conjunto
o
parec-lo".
observados.
vistos
nem
-
de rectido para
padro
um
Todavia, apesar da
danca.
magem mantm-se distinta
a
imagem
corporal
expresso corporal,
a
de
praticantes
e
publicaco
Iistas descrices ditam, fundamentalmente, espacos de sociabilidade.
impressa,
leitores
agora, por via da
dispersa
se
que
dan^a
em
que
marqus
de
onde uma das deias que ali se publica-se uma obra intitulada Consethos que d hum Bra^leiro, Brasil concedia aos ao movimento do corpo que uma prolongada permanncia no dizia respeito expunham Histna homens. Esse movimento natural dos nossos patrcios era designado por "quindim". Danicl TERCIO, em de doutoramento tese Lisboa: dj danca em Portugai. Dos ptios das comdias fundacao do Teatro So Carlos, Humana da de Motricidade Faculdade de Da__
^hur
(Wt~ifur
/
.%
Os
danca".
a
lej dcuu.
.
\
cUvc. 16. Descrico de Raoul-Auger Feuillet criados para descrever, neste caso, saltos notados sobre a linha do trajecto (cfr. fg. 18
Paj
plul
et
_/ (U Jautt maicnc ..
cip>P c.'tc
sur
cc
. .
.
e'lu/.
ta
os
so
quais
depois
19).
e
/ambe-
publicadas
complemento
da
baseava-se,
em
do corpo
especiaJ, adapta-se
corporais. Assim sendo, o
trabalho de
De resto,
distin^o para
da notaco
tcnica
a
notam os
o
e
pernas,
uma
das
mulher),
no
maior
mais
preocupaco
sem a
o
do trabalho. que usamos ao longo 8y P. RAMEAU, Le mailn..., cit., (la ed.
a
com as
regras
gerais
do teatro,
ou
percorrer
ao
o
posico
dos
com
a
de
j
foi
e
XVIII
observado,
etiqueta
e
o
harmoma
corpo do bailarino
(identificado
dos passos das dancas
perpenchculares
topo da
significa
e
em
coordenaco do movimento dc bracos.
trajecto
posices
minuciosas
francesas dos sculos XVII
dan^as
com
mcialmente desenvolvido por Feuillet apenas
notacao
espaco da sala
o
msica, identificados por barras
Actualmente, "coreografia"
tm
coreogrfica
sistema de
smbolos das
sumariamente escrita
e
do sistema de notaco
fornecem descnces
Estas
por reaccao, de acordo
ps
e
aperfeicoamento
o
movimento dos membros inferiores. Como
no
representa-se
homem
1725.89
ano
no
explicaco
bracos. Na realidade,
88
passos,
:clk
duas obras
se
e
c/ti'on i
Pierre Rameau tambm contribuiu para
registava
dos diferentes smbolos
(1706)
Fig.
qual
que
pU.
Pas
resto
-
crt
Pas
I
"Coreografia"
drottrr
a
.
.Jtn
-
deux-
turnanlr un. ne/ni four qaiiche..
pier
y.\>
um novo termo
en.tour/uuUrun,
(/e/riy*
-r-
"-
A
C^D
_
B
_i
mmm^im "-_-_
i.
Fig.
19.
(1751).
Figura
Num
um
minuete do manuscrito de Fclix Kinski
tom mais escuro
mais claro
tom
num
final dc
(a
est notado
vermelho
o
percurso do C-valheiro
original)
no
o
e
da senhora. Os
o par csto no incio do trajecto de cada de um drculo. Dcpois o par dingefigura quai sc para o fundo da sala (base da folha de papel), terminando a danca costume. exactamente na mesma posico em que comccou, como No primeiro e terceiro compassos cst notado um passo simples de
smbolos que representam um,
comcca com a
o
***
minuete.
\, %^7--1
, precisamente, sistema.
podem
Apesar
ser
se
encadeados
ou recusa
foi criando
que
dos passos
Estes campos dificuldade
no
este
ao
se
estarem
nvel
menos
notaco da msica que surge
refere
divididos por compassos musicais,
rtmico,
dentro de cada compasso, est
especficos,
ccmo
de detalhe, levam-nos
sistema,
bailarino. Na realidade,
a sua
leitura
impossvel
droit vis-a-vis le haut de la sale,
en
a
notaco dos
no^o
quelque
espedca
destes tratados. Recordamos
a
forma
como
da
ou
eies
msica, por
rigor cientfico
muito da sensibilidade de cada
com
que
mestre e
da diversidade de estilos das vrias formas
mouvement
que l'on fasse le hvre
situation Raoul-Auger FELTLLET, ReciieiL., cit., 1706, p. [VII]. da danca mphca um certo manusear do hvro, o que pode codificada representaco in N-F.
a
indeflnico deste
ausente.
bra^os
acreditar que, apesar do
dependeria
termos
sorte, que
a
naturelle.
caractersttca
outra
importante ser
pomt de
ne sorte
notar
considerado
ataco to visual de Voltaire: danser
hvre
que
sa a
como uma
ouvert.
Cit
CITRISTOUT, L'criture..., cit, 1982, p. 175.
85
A tratadistica da danca
de danca. Da teoria
grande
sobre
questes
a
concluir que
, precisamente,
do sculo XVIII,
proporces, os
apenas
contornos
os
vestgios
e os
atimdes do corpo
a
1810), bailanno, coreografo
sistema
Noverre, valoriza, das
apenas
no
O trabalho deste
provavelmente,
neste
apenas
contexto
apenas
aos
tem um
influncia de
de
uma
portugus,
se.r
nem
do mrito
danca.^2
testemunho,
chegam
o
superior,
trabalho de
registado
pelo
a
os
sem
contrrio.
outros
Feuillet
das
e
franceses, contudo
fria
folha de
explicaco
Seria
muda
(1727-
bailarino
num
em
do ballet,
arte
a
-
papel.
francesas
notaco
um
e
Noverre
corte
nem
cabecas,
a
apenas
numa
significar, obrigatoriamente,
referncia
certos mestres
acompanhada
pantomina
data, mais nenhum registo de
bem
olhos, perccbo
de reforma da
por smbolos
recolha de dancas
de Feuillet: As
meus
de Kinski apresenta dancas de
Relembramos que uma
aos
pela expresso
projecto
metade
partir da segunda
1760, Jean-Georges
em
O
No entanto, convm
que no
pelos ps,
tece-a,
a
trabalho de
num
nota^o coreogrfica
olhos de poucos eruditos das dancas,
minuete no contm sequer a
terico da
Mas tal no dever
permanecido manuscrito.93
apontar
crtica,
investigaco.
teatrais que,
de braco
impcrfeita
o manuscnto
mestre
no
acco feita
encontrando, at
se
(c__r. fig. 19).
leitura
sombra
paixes -, impossvel
Portugal,
Feuillet,
notaco
e
dan^as
efectivamente no
uma
inimitiveis.>> Esta
originais
Em
de
nossa
validadc da
a
pelas posices
nem
de
representaco
questionar
tracos
cpia
central da
espaco das
agradveis
que oferecem apenas
movido por
o tema
neste
se comeca a
suma,
dessa
interpretaco pcssoal
a
da notaco colocam-se sobretudo
interpretaco
que, relembramos, no
palco,
espaco de hberdade para
o
peso.
As
pelas
prtica,
em
coreogrfica.
do
de
codigo
domnio habitual
destinado,
pelo prprio
muito
facto de
ter
dois tratados portugueses sobre sua
notaciio. Bonem
mesmo o nome
de
o
o
nico
Beauchamp
a
no
always explained exphcitly m the sources. A detailed choreographic account of a parricular anstocrac dance-type does not necessanly represent the only acceptable manner of performance; instead, it may simply illustrate one of several possible reahzations. M. ESSES, Dance..., cit, 1992, p. 421. J em 1623, quase um sculo antes da pubhcaco do sistema Feuillet o mestre de danca Francois de Lauze apontava a multiphadade de contributos de esrilos de ensino para o desenvolvunento da tcmca da danca: car si l'on mge de bien danser, ont apns en diuers heux & soubs quc tant de personnes qu'on scait auoir attaint la perfecrion differents Maistres, & qu'eux mesmes par leur exerace & ugement y ont apport quelque chose de leur, on nuent tout ce qui est auiourd'huy receu estre bien faict: mais scaura que i'ay raison de dire qu'vn seul n'a pas moins ont contnbu leur industrie. F. de LAUZE, Apologie..., cit, 1977, p. 20. Esta y qui quc plusieurs, qui plus, vanedade de leituras das regras de danca e de intt rpretaco das coreografias, que se apresenta como uma dificuldade para o estudo da prrica da danca, , na reahdade, uma caracterstica defimdora da efemendade desta
91
This freedom is
not
arte.
^ean-Georges NO\__J_RE, Novem: Cartas sobre a Danca, Marianna MONTEIRO (trad., notas, crtica e interpr.), So Paulo: Editora da Universidade de So P'aulo, FAPESP, 1998, p. 341. ^ n geral 1 394: Choregraphie o arte para saber danzar todas suertes de danzas por choregraphie con BPMP cancteres figuras senales demonstrativas, Fclix KJNSKJ (trad.), Porto: 1751.
92
-
86
A tratadstica da danca
aparece relacionado inventadas
com o
trabalho do senhor Bocham.
pelo
Existe, porm, notaco que
se
Pantezze
nico
o
colocaco
sua
musicais em
o
a
no
indicar
particular,
17
e
as
apenas
Danfa,
as
figuras
da danca
18).
Como
a
de Pantezze de
obra
uma nova
pblico portugus
(o trajecto
para
os
passos
vinte
com
e
linha
podem
encontrando tal documentacao,
nao se
sobre
nvel de conhecimento deste mtodo de escrita da danca
J se uma
obras de tendncia francesa
nas
maior presenca da notaco
Boxeraus, de 1745,
publicadas
Minguet
captulos
inteiros dedicados
explicaco
idea, que
se
ha discumdo
Arte,
las Danzas
jamas estas
se
aprendidas,
obras
registam
autoctones.
Apesar
ao
texto
con
de Ferriol
ignorar
Minguet
Estamos perante
la
e
Chorographia,
um
caso,
as
dancas a
em certa
ibricas foi
registada
uma
nota^o
94
N.
95
J.
uraa
questo
tornou-a
de
notaco Feuillet.
especificidade
a
da promessa
Musica,
poderemos
ter certezas
scculo XVIII, verifica-
1758
entre
e
1764, incluem La
"Coreografia":
con
ella,
executar
canta, y
toca
no
solo
se
estas
e
tm
mejor
repassan
las nuevas, y las que
la Musica.
Todavia,
no incluindo notaco de
descrico
Figuras
e
uma
explica^o
gneros
forte presenca rccorre
medida, diferente do portugus, visto que
so consideradas tratadisticamente.
com
se
Apesar
explicaco
a
na
sempre
e
sistema de notaco.
espanholas
em
compassos
Portugal.
no
em
pues
espanholas, sua
a
obra de Bartolom Ferriol y
a
pueden
se
repertorio francs,
Irol. Porm,
e nunca a um
castelhano
notaco de dancas
la misma facilidad que
apenas dancas do
escrito
es
e os
construdas,
com
em
Irol, datadas
e
sino que tambien sin. Maestro
danzar,
literria de
produco apenas
visto
hayan
en este
e
cm
francesa. Tanto
coreogrca
de Pablo
as
como
ser
nunca
a
o
presenca do corpo,
a
pontuada)
quatro Contradancas
novas,
que,
recorre
notaco Feuillet. No
a
colocaco das mos.
e
de Pariz.
descrico de nenhuma contradanca
a
quc clas
com
e a
fora
Assim sendo,
obra de Feuillet de 1700.
a
ao
Opcra
[que]
contradancas,
universo das
o
obra no contm
pnncipais figuras avanca
das Dancas da
sinais de base da notaco:
principais
os
da notaco de Feuillet no
verdade
Compositor
explicar
e
apresentar
espaco,
(cfr. figs.
da
Corografia
cinco posturas
mas antes com as
tratado de Pantezze que, para
na
usa
resume-se a
entanto,
sistema de notaco,
do
__
exclusivamente francesa,
ou
dan^as
Contudo, nenhuma das dancas autctones
razo
c(Sdigo
as
poder
ser
criado. O
seja,
bastante
contexto
destinada
e
simples, prendendo-se em
adaptada
que ao
se
fixou
esta
vocabulrio das
J. BONEM, Tratado..., cit, 1767, p. 27. S. PANTEZZE, Methodo..., t, 1761, p. 12. A
adapta^o
s
contradancas,
da
pubhcaco de Feuillet sofreu vrias reedices, traduces e prprio autor: cfr. R-A. FEUILLET, Kecueil..., at., 1706. responsabihdade do
at., 1761, p. 60. P. MTNGUET E IROL, Arte de dan^ar..., cit., 1758, p. 36. Cfr. B. FERRIOL Y BOXERAUS, Reglas..., at., 1745; Pablo MINGUET E IROL, Bnve exphcacion de difenntes dan^as, j contradan^as, demonstradas con media
96
J. S. PANTEZZE, Methodo...,
97
Chorvgrafia,
Madnd: ed. autor,
[1764?].
87
A tratadstica da danca
de
dan^as
francesas. Desta
corte
transforma,
notaco
a
forma, de
incapaz
torna-se
Terminando, depois dc abordarmos danca
e
criaco de
a
De
'Teitor de danca"
alfabeto
mestres,
leitores
ponderando
as
com
das dancas de
o
desenvolvimento de
do
caso
que
uma
reflectir sobrc
rela^o
uma
qual
ajudam
a
escrita sobre
analisaremos
de
categoria
esta
entre o
quando
cria
se
um
dispensar
noutro
questo
um
bem forte
grupo social da danca,
o
se
registo.
maioria das obras reclama
a
delimitar
a
contexto
o
linguagem
alfabetizaco. Sobretudo
o
para
praticantes. Todavia,
especificidades
outras
importante
corte e a
dan Defendia modemos. clssica at aos a medicina dominou humores dos A teoria tempos 2005, p. 291. galnica e do equilbno dos seus humores, isto , dos da fsica e mental dos indivduos a
nobreza,
qce
e
depencia
condi^o
qualidade
fluidos que o corpo segregava. A sua estagna^o ou quantidade excessiva seriam as pnncipais causas de doenca. Assim scndo, a actividade fsica ajudana a expulsar esscs fluidos de forma benfica, pela agitaco e aqueamcnto Motus est causa caloris, afirma a doutrina aristothca. Mas a teoria dos humores tambm fornccia
corporal parmetros -
morais
para
hierarquizar
diferentes partes do corpo. nobres
Dependendo vis. Para
da
natureza
um maior
dos
fluidos,
desenvolvimento
degradantes, fun^es que eram dignas sobre a matra consulte-se, entre outros: Jorge CRESPO, A histria do corpo, Lisboa: Difel, 1990, pp. 537-542, X\TI como XVIII, seguem a teoria com exemplos de tratados de higiene portugueses que, tanto no sculo indicavam-se
quais
ou
as
ou
cfr. Franasco jusrificaco dos benefcios decorrentes do exerdo fsico medicinal conservar a vida com saude, Lisboa: Officina da Msica, 1721. Ancora HENRIQUES, para Relembramos a crrica s andadeiras, objecto de apoio aos prmeiros passos de uma crianca. A
galcnica
-
na
102
da
Fonseca
crtica
ao uso
de mtodos arrifiaais: parecedo corpete, sobrctudo em dadcs menores, tece-se no mesmo do e no forca msculo, que acaba por ficar sc estar e andar direito apenas pela forga do "ap_.relho" pela Franasco M. F. de 1790; Cfr. Tratado..., -"RANCO, Jos de ALMELDA, atroado no seu desenvolvtmento. contexto de
Tratado da educaco
fysica
dos meninos,
para
uso
da naco
recusa
portugue^a, pubhcado por ordem
da Academia Real das
Sciencias,
89
A tratadsrica da danca
compreender
a
comecaremos
sobre
perspectiva
aparncia pode
condizente A
com o
literatura de cariz como
hoje
escntos,
pedagogico So
constrangimento
ao
a
e
revelar
pode
uma
nova
fsico por razes de
imitaco social. O progresso de
valorizaco de
uma
imagem de corpo
implica, ento, mudancas
longo prazo,
a
e
a
higinico,
a
partir
cnaco de do sculo
sentido mais hteral da
mas num
XVII,
comeca a
proliferar
expresso
uma
cuidados de sade
-
que surgem tratados
finais do sculo seguinte
nos
cultura de educacao fsica
conselhos de educaco fsica, no
integra j
que
uma
de ordem
e
rea,
nesta
maioritariamente, por mdicos. Referimo-nos, por exemplo, s obras de Francisco de
MeUo Franco, de 1790,
algumas
critica
dinmica de referncia
portugus,
contexto
corporal.104
bem-estar
de modelos
da viso clssica de exerccio fsico
entendemos,
o
a
oposi^o
lhe d sentido. grupo social que
No
abrangente.
pois
numa
social, que permitiro,
e
esta
corpo individual contnbui para
um
transforma^ao
cientfica mais
entendida
ser
conhecimento de
do corpo,
uso
o
como
de Francisco
e
Jos
caractersticas dos tratados de educaco fsica, da danca
incegraco
aconselhado
vesturio,
conselhos
diferentes
em
infantil, juvenil
nos
a
e
entre
outros.
Assim
em
comeca
que
ser
a
comum
a
vivncia do corpo. Para alm do exerccio
(incluindo,
sendo,
a
mais
com
cuidados de
frequncia,
idade
higiene, alimenta^o,
sobre
influem
a
gestos,
hbitos
e
pcrspcctrva dc utilicadc social.
Lisboa: Officina da Academia Real das construco.
a
tratados dedicam-se
estes
numa
sobre
da vida
momentos
gravidez),
repouso,
comportamcntos,
gerais
podem exemplificar
de Almeida, de 1791, que
1791. O corpo deve 990, p. 553.
Cincias,
A histria do corpo, cit, 1
J. CRESPO, anatomique
ser
o
prprio
instrumento da
sua
bouleverse la dfinition physique de l'organisme humam et l'institurion de rgles de fixe, travers le controle de son mantien, une nouvelle reprsentation du corps comportement soaahs. Damel ARASSE, La chair, la grce, le sublime in Histoin du corps..., cit, voL 1, 2005, p. 434. 103
la science
ou
104
Jorge Crespo
"civiht"
cita
a
obra de Femo Sohs da Fonseca,
Regimento para
conservar a
saude
e
vida, de 1626,
como o
Se em lngua portuguesa.>. J. CRESPO, A histria do corpo, dt, 1990, p. 537. pnmeuro tratado de higiene construda com ainda de sobre cuidados numa obra tambm sade, avangarmos para o inao do sculo XVIII, base na teona galmca, venficamos que, na hteratura de pedagogia e higiene, a danga no merea grande e exerccios, Francisco da Fonseca destaque como exercao til. Na enumeraco de diversos movimentos e em a cavalo andar o andar a destaca correr, saltar, carruagens, o jogo da peia, a esgnma, o remar,
Hennques cantar, gritar
p,
e
ler
alto,
mas
no faz nenhuma refernaa
dancpa. Cfr.
p. 487. 105
Cfr. F. de M. FRANCO, Tratado..., rit, 1790
e
F.
J.
dc
F. da F.
FIENRIQUES, Ancora..., cit.,
ALMEIDA, Tratado..., dt, 1791. O pnmeiro
1
'21,
autor
exphatamente, segundo da Soaedade Real de [...] Correspondente designaco Medicina de Pars, o que remete, de gual modo, para a mfluncia francesa neste gnero de literatura. A ideia a necessidade de educaco fsica de toda a geral de base com que estes textos se constroem e com que justificam e debilidade, a de uma certa degeneraco, criricando o seu estado de oaosidade prpno ao contexto populaco toda a de finais do sculo X\TTI. Esta ongem da despovoaca, e da degeneraca da especie humana merece apresenta-se,
na
folha de
de mdico,
rosto
mas
da
sua
obra,
como
Mechco
em
Iishoa. O
subentende-se atravs da folha de
no recorre,
rosto:
Ministerio; porque sem vassallos, e vassallos robustos, o Estado necessariamente vu_ a ficar como inteira ruma. Sem gente robusta nem a sem forcas, sem energia, e tendendo cada dia para a sua
atrenca do
paralyrico agncultura, nem as fysica dirigida pelos
artes,
nem as saenoas
dictames da
namreza.
podera F. de M.
dar passo;
e esta so se
pode
formar por
FRANCO, Tratado..., t, 1790,
mao
da educaca
p. VI.
90
A tratadstica da danca
de
capacidades relembrando
a
partir
especifica, igualmente, visto que exercitar e
o
ltimo
este
o
corrige
da
previne
como
propria
sua
distinco
a
exige
uma
corpo da maneira mais
utilitrio nestas
com
os
pacos,
que
obras,
importante
correcta
se
que lhes adestra
e
ou
promove
de
aprovaco
a
a
vivo, que excita alegria,
semelhantes que que lemos
nos
danca, j
acompanham
grandement
la
sant, numa
da danca.
Health,
todas
a
tempers
lhes fortifica Mais
exerccio
uffia
a
em
j
danca,
musculos, que lhes
os
vez, est
patentc
o
sentido
encontramos,
sociedade hum entretenimento
e
vida ciosa,
e
Galien dit
sua
arte com
des ieunes
filles109 a
-
pour
doibt
se
cette
crtica moral que
a
as
inclui
urna
noco mais
abrangente
de la
sant,
exercer
ocasion elle
par sert
que destaca
as
desaconselha da
1712, tambm afirma: nothing contributes em
benefcios
doutnna do
regime
atente-se na nota
Body, apoiando-se
argumentos
principais
liure du
& que l'on
[...]
mais
sedentaria.
da
en
o
he hum movimento muito
na
la dance
est
than the moderate Exercise of the
medicina. Esta noco de "sade"
a
idades,
importncia
clara tentativa de temperar
John Weaver,
fsico,
as
mouuoir,
se
comme
mesmement
o
vontade consciente de
uma
evoluco dos estudos de anatomia. Os
pelo aquecimento corporal:
douLx &
jovens raparigas, prtica
convem a
vimos, defendem a
quais
benefcios de bem-estar: Maiormente approvo
outros
chose naturellemt desire de
mouuements
seja,
e
tratados de finais do sculo XVI at incios do XVIII seguem
movimento dos fluidos toute
movimento
danca, j que, para alm dos benefcios fsicos,
hum remedio mais prompto para emendar
Os tratados de
que
marcha.1117
distracca. Na houve ainda
e
atravs das
John Weaver,
e
possveis males,
contra
Ora, aqui tobem pertencem
possvel.106
a
nas
de autonomia fsica
e
corpo
simples
entre
participacao activa,
exercicio forte das contradancas: elle
nem
o
encontram-se
A tratadstica de finais do sculo XVIII
estrutura.
baile, pois oferecem hum exercicio tegukr, que
desembara^a
util,
aperfeicoamento
tais Laws of Mechanism da citaco inicial de
as
organiza
se
corpo
s
no
tambm de
mas
exerccio
do
benefcios
os
argumentos,
fortalecimento,
exerccio
O
mental.
de
encadear
Neste
more to our
citaces de tratados de de "bem-estar" fsico
e
mental.110
t06
Na
realidade,
esta
distin^o
no
novidade
nestes
tratados de finais do sculo XVIII.
Veja-se
o
que diz F. da
movimento, para se dizer exercido, se na que ha a utihdade com que se valonza o de ser movimento com vehemenda. O que muda. ao longo do sculo, do calor do corpo. Idem, tbidem, p. 486. exerddo, que nesta obra ainda se resume ao aumento i7 F. 79. J. de ALMEIDA, Tratado..., cit, 1791, p. 108 de notar como neste contexto de sade fsica a dan^a surge caracterizada como um Idem, ibidem, p. 79.
HENRIQUES, Ancora..., cit, 1721, p. 486:
F.
na basta s
o
_
remedio. 109
110 a
ARBEAU, Metode..., dt., 1972, p. 6v. WEAVER,y_ essay..., cit, 1712, p. 32. Uns J. T.
prpna
Natureza
exige
que
o
corpo
se mexa
anos
para
antes, tambm Claude-Francois Mnestrer sahentava que delasser quelquefois de ses fatigues, & de ses travaux
se
des choses seneuses. Claude-F____c.ois aussi bien que I'esprit qui ne peut pas tojours tre apphqu du Pars: Ren les et modernes selon Guignard, 1682, p. 29. MNESTRIER, Des ballets anciens rgies thtn,
continuels,
91
A tratadistica da
Assim, certos
apelo
a
serem
homem para
o
relembrando
Proportions, modema
posta
nele
pois
constante,
se
o
tcnica fundamentada
fazendo
Os tratados portugueses seguem
tradico
nica referncia
uma
danca
Pantezze,
a
totalidade
e no
til porque
torna-se
sobre
o
a
reflectirmos
organiza^o genunas
que est
um
um
pouco sobre
principais
intuito de
rigor,
ir apresentar
o autor
de scavoir bien
observaces
especfico
aps
leitor conheca
colocando
compreender a
1 112
T.
RIBAS,_4
fornecendo na
prendre
os
as
quc
ses
J. P.
115
perfeica
Bonem
com o
autor, analisando
seu
leis da
cstudam
superiores
en
sobre
posices
a
e
justes,
organicidade
Julio
do corpo,
e
Severin na
sua
de Pierre Rameau, e
decises de
algumas
do
mecnica
o
humana para
incorporar estes
crtica
e
movimento
interpr.),
esta
francs
no
na sua
os
a
partir
do
papel
estas
possibilita
obra, altera
dc
tudo.'
que
J
a
ordem,
Tentando
captulos podem ganhar
0 bailanno comediante in
temrica
integra
&
mais consciente dos
prtica
final
connotre,
do ensino mais
mas antes
contedos
pginas
essentiel pour bien danser
encadeamento que uma
o
vrios movimentos
os
mestre
deciso, entendemos que, desta forma,
dt, 1959, p. 71. (trad., notas,
inferiores. Estas
il faut bien les
cortesias,
as
Compreende-se
movimenta^o ao
pour les faire
plus
scavoix le mobile114 O as
e
cientfica para
jusuficaco
uma
Nvverre..., cit, 1998, p. 148. A autora reflecte sobre reforma da dan^a teatral no final do sculo XVIII. 114
da
de autonomia desta obra portuguesa
capacidade
a
mouvemens;
captulos
razo de tal
aanca...,
Jacome
continuaco da obra: Comme le
Cfr. Mananna MONTEIRO
'
leis
movimento dos
no
da medicina. Como afirma
articulaces dos membros
passos. Porm, Bonem, os
as suas
danser, de 1725, apresenta captulos distintos sobre
dos passos de danca de corte.
complexos
So
linha de pensamento, no
esta
para mayor
anatomia
como a
de Bonem.
pour les bien connotre il faut
o
concorre
tratado de Natal
o
obra Le matre
na
funcionamento das
tm
galnica
domnio de conhecimentos de anatomia do
Rameau,
Rules of harmonical
as
princpios
nos
o
domnio das vrias partes.
Convm apenas comparar
por forma
uma
que
ensino da danca
no
trabalho de racionalizaco
bailarinos, porque permitem criar
natureza
psico-fisiologicas
finalmente, podemos perceber.
que,
um
proporcionalidade.112
leis
e
encontram
da natureza humana que garantem
da
s leis da
citaco inicial de Weaver, de 1721. A forma
a
servico da danca
ao
espaco
Danca, dir Tornaz Ribas.111 Desta forma,
a
movimento natural
um
no
salientar-se
comecam a
perfeitamente adequados
leis fsicas de movimentaco do corpo
-
impelem
do conhecimento anatomico,
danca, defendidos por
benefcios da
humana
aprofundamento
com o
dan$a
de
J.-G. NOVERRE,
Jean-Georges
Noverre
na
S. PANTEZZE, Methodo..., dt, 1761, p. VII.
RAMEAU, Le mattn...,
Cap.
at,
XIII. Discurso sobre
bracos in N.
1748, p. os
67.
movimentos
J. BONEM, Tratado..., dt, 1767,
em
geral
pp. 122-129
e
e
Cap.
XIV. Discurso sobre
os
movimentos dos
130-138.
92
A tratadstica da danca
uma
intenco distinta.
conhecimentos
papel
outro
continua
especficos,
ensinados
na
deve estender
se
corpo ficaria torto, estando
opposto.117 transmitir
uma
identificar
o
corpo de de
poder
pr
em
justeza, verdade,
anatomia, ganham No entanto, com
uma nocao
Para
um novo
autores
pginas
errado
estar
so
posico
trs,
um
na sua
ao
leitor de
entre
dan^a,
de
Conmdo,
acessvel
pela
aprofundado
outros autores
danca
exige
si
trabalho
e
calcanhar
natural.
idcia ao
coadril,
e
sustm por
a
o
seu
orgnica
necessidade de
leitor dos tratados
ao
forma
justa proporcao
a
no
a
para
cha,
do
que facilita
o
como os
o
atnbutos
da autoridade cientfica da
o
leitor
ilude-se, por
estmulo
aprendizagem.
para alm de
do corpo. Esta conscincia mdividual que
a
um
a
aprender
a
danca
de facilitismo. A
conhecimento
prope
est
Os
que faz
prpnos movimentos,
imagem
vezes,
ensinado.
conhecimentos necessrios para
contranar essa
dedica das a destacava-se elevado. Assim, plano geomtricas percepco 160
Esta
106
A tratadistica da
passaria
se
que
esquema anterior,
o
com
leitura das
a
leitor,
mesmo ao mais
inexperiente, bastando
papel:
Estando
a
arregrada, toda
a
que
certo
fazer bem todos
chama
se
aonde
passos contados por
os
estes
seguir o
passos differentes
frma de S. que
a
afigurar
o
ser muito mais acessvel
caminho desenhado
minuete, do qual devemos obrigaca
graca, que tem; mudando
a
para tal
figuras
era a sua
mantm
as
dan^a
ao
folha de
na
deve formar huma
se
ao
figura
senhor Pecour, que lhe deu
principal figura
pessoas, que danca
de Z.
aquella
em
com
a
mesma
regularidade.161 J>.'i
-^u-
i
_jg__g*>j__?_.
do minuete, aqui represcntada no sistcma de de Felix Kinski (Porto: 1751). Neste manuscrito Fcuillct, ou caso, cada elemento do par descrcve uma metadc de um Z invemdo de um S "anguloso", terminando a mcio do trajecto para dar sequncia
Fig.
22.
Figura principal
notaco
figura
no
final dcsta
coreografia, (cfr. fig. 19).
noutro momento
Havia
uma
grande
principal
atractivo das
deve
pelo
ter
que la
no
ntenco,
no caso
161
nserimos
desenho das
se
das obras
Minguet
passa
a
figuras, constitumdo-se,
est
no
trs-necessaire pour
e
o
pelo
forma,
o
de danca
de Ballet aussi bien
par.
as
ibricas, de sobrepor
a
Minguct
gravura
ao
as
IroL, seguido por Cabreira, insere a uma mera
e
Irol,
principais figuras
enquanto Rameau coloca
assemelhar
um mestre
gosto que
Compositeur
un
desta
minuete, existem algumas figuras de execuco quase
Toms Cabrcira traduz de Pablo
explicaco. AUs,
corpo do texto, mesmo, que
)
tratado de Pierre Rameau, ensina
inspirada
e
Contudo,
Jos
que
dancas. Pierre Rameau realca
qui
ce
no
do Z para alm do desenho
A obra que
descrico
Mable,
liberdade
novas
desenho:
Musique.162
obrigatria,
Minuet de la
-s.
legenda
das
qual,
por
desta danca,
texto, isto
gravuras as
a
em
magens
,
com
vez,
numa
clara
muito pouca
pginas
na
sua
mancha
parte do
grfica
do
mesmas.
N. J. BONEM, Tratado..., cit., 1767, pp. 114-115.
RAMEAU, Le matn..., at., 1748, p. 10. Consta que, para ter novas ideias para as figuras coreogrficas das procura de comida. seus dan^as, o mestre Pierre Beauchamp se mspirava nos percursos que os pombos faziam Ci. Jos SASPORTES, 0 bailado: geometnzaco, rmtaco, subhma^o e renasomento de um corpo, Colquio Artes, n 78 (Setembro 1988), p. 45. u,::
P.
-
107
A tratadistica da danca
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25.
Sequncia (Ijsboa:1760).
Cabreira
e
de trs
figuras
s'lop outro ->
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Sequncia dc trcs figuras iniciais do portugus vai copiar as gravuras.
28.
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Minguet
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(Madrid: s.d.),
trabalho do
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