Um método de apoio ao diagnóstico de demandas por serviços tecnológicos no Programa SEBRAETEC

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UM MÉTODO DE APOIO AO DIAGNÓSTICO DE DEMANDAS POR SERVIÇOS TECNOLÓGICOS NO PROGRAMA SEBRAETEC RAMON BAPTISTA NARCIZO - [email protected] UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF ALLAN MARTINS CORMACK - [email protected] UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF DIOGO CEVOLANI CAMATTA - [email protected] UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ Resumo:

O PRESENTE ARTIGO APRESENTA O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE UM MÉTODO DE APOIO AO DIAGNÓSTICO DE POTENCIAIS INEFICIÊNCIAS RELACIONADAS AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP) EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (MPES). ESSE MÉTODO, IMPLEMENTADO PPOR MEIO DA APLICAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO COMPOSTO POR PERGUNTAS OBJETIVAS, FOI ESTRUTURADO A PARTIR DE UM PROJETO-PILOTO DEMANDADO PELO SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (SEBRAE-RJ). SEU OBJETIVO ERA O DESENVOLVIMENTO DE UM INSTRUMENTO DE APOIO AO DIAGNÓSTICO DE DEMANDAS POR CONSULTORIAS TÉCNICAS SOBRE PCP NAS MPES, REDUZINDO A COMPLEXIDADE DO PROCESSO DE DIAGNÓSTICO DESSE TIPO ESPECÍFICO DE DEMANDA NO PROGRAMA SEBRAETEC, QUE SUBSIDIA O ACESSO A CONSULTORIAS TECNOLÓGICAS ESPECIALIZADAS. O MÉTODO DE AVALIAÇÃO FOI ELABORADO A PARTIR DE UM ESTUDO SOBRE OS FUNDAMENTOS E CONCEITOS ESSENCIAIS SOBRE O PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS E DE UM LEVANTAMENTO TEÓRICO-CONCEITUAL SOBRE OS MÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS PARA AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO EMPRESARIAL. APESAR DE A EXPERIÊNCIA PRÁTICA TER REVELADO QUE O MÉTODO NÃO DEVE SER USADO COMO MECANISMO ISOLADO NA IDENTIFICAÇÃO DE UMA DEMANDA, O MESMO APRESENTOU RESULTADOS PROMISSORES, COM DIVERSAS POSSIBILIDADES DE APLICAÇÃO E EXPANSÃO.

Palavras-chaves: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO; MICRO E PEQUENAS EMPRESAS; SEBRAE; PROGRAMA SEBRAETEC; DIAGNÓSTICO. Área: 1 - GESTÃO DA PRODUÇÃO Sub-Área: 1.2 - PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

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A SUPPORT METHOD FOR DIAGNOSING DEMANDS FOR TECHNOLOGY SERVICES IN THE SEBRAETEC PROGRAM Abstract: THIS ARTICLE PRESENTS THE PROCESS OF BUILDING A METHOD FOR ANALYSIS OF POTENTIAL INEFFICIENCIES RELATED TO PRODUCTION PLANNING AND CONTROL (PPC) IN SMALL AND MEDIUM ENTERPRISES (SMES). THIS METHOD, IMPLEMENTED THROUGH THE APPLICATION OF A QQUESTIONNAIRE WITH OBJECTIVE QUESTIONS, WAS STRUCTURED FROM A PILOT PROJECT DEMANDED BY THE BRAZILIAN SUPPORT SERVICE FOR MICRO AND SMALL COMPANIES IN THE STATE OF RIO DE JANEIRO (SEBRAE-RJ). THE GOAL WAS TO DEVELOP AN INSTRUMENT FOR ANALYSIS OF DEMANDS FOR TECHNICAL CONSULTINGS ON PPC IN SMES, BY REDUCING THE COMPLEXITY OF THE DIAGNOSTIC PROCESS OF THIS SPECIFIC TYPE OF DEMAND IN SEBRAETEC PROGRAM, WHICH SUBSIDIZES ACCESS TO SPECIALIZED TECHNOLOGICAL CONSULTANCY. THE EVALUATION METHOD WAS DEVELOPED FROM A STUDY OF THE FUNDAMENTALS AND ESSENTIAL CONCEPTS ABOUT PLANNING AND PRODUCTION CONTROL IN MICRO AND SMALL BUSINESSES AND A THEORETICAL AND CONCEPTUAL SURVEY OF QUANTITATIVE AND QUALITATIVE METHODS FOR EVALUATION AND DIAGNOSTICS BUSINESS. ALTHOUGH PRACTICAL EXPERIENCE HAVE SHOWN THAT THE METHOD SHOULD NOT BE USED AS A SINGLE MECHANISM FOR IDENTIFYING A DEMAND, IT SHOWED PROMISING RESULTS, WITH DIFFERENT POSSIBILITIES OF APPLICATION AND EXPANSION. Keyword: PRODUCTION PLANNING AND CONTROL; SMALL AND MEDIUM ENTERPRISES; SEBRAE; SEBRAETEC PROGRAM; DIAGNOSTICS.

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1. Introdução O presente artigo apresenta o desenvolvimento de um método de avaliação orientado ao diagnóstico de potenciais ineficiências relacionadas ao planejamento e controle da produção (PCP) em micro e pequenas empresas (MPEs). Esse método, implementado por meio da aplicação de um questionário composto por perguntas objetivas, foi estruturado a partir de um projeto-piloto demandado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro (SEBRAE-RJ). Seu objetivo era o desenvolvimento de um instrumento de apoio ao diagnóstico de demandas por consultorias técnicas sobre PCP nas MPEs, reduzindo a complexidade do processo de diagnóstico desse tipo específico de demanda no Programa SEBRAETEC. O Programa SEBRAETEC “é o principal produto do SEBRAE com o objetivo específico de levar tecnologia e inovação às micro e pequenas empresas em todo o território nacional” (SANTOS, 2011, p. 50). O programa subsidia o acesso a consultorias tecnológicas especializadas, geralmente relacionadas à projetos de inovação nas MPEs. Dentre as diversas soluções oferecidas pelo programa SEBRAETEC, há as seguintes grandes áreas: “Design”, com foco na aparência de produtos e de loja; “Produtividade”, com foco em ganhos de desempenho operacional; “Propriedade Intelectual”, com foco na gestão de ativos intangíveis como marcas e patentes; “Qualidade”, com foco em análises laboratoriais, conformidade e adequação a normas técnicas; “Inovação”, com foco em prototipação, estudos de viabilidade técnica e econômica, desenvolvimento de novos produtos etc., “Sustentabilidade”, com foco em certificação ambiental e eficiência energética, entre outros; e “Tecnologias de Informação e Comunicação”, com foco em automação, e-commerce, desenvolvimento de sites e redes sociais etc. (SEBRAE, 2015). Conceitualmente, no Programa SEBRAETEC, o PCP está inserido na grande área “Produtividade”. Essa grande área oferece os seguintes tipos de serviços: orientação para melhoria do planejamento e controle de produção; apoio na alteração do layout (para indústria ou comércio); adequação de estoques; aplicação de técnicas de logística e distribuição; e avaliação das condições para exportação e importação de produtos (SEBRAE, 2015). Como consequência, para fins de classificação, nesse contexto específico o PCP pode ser entendido como uma subárea de conhecimento na grande área de produtividade das MPEs. As soluções oferecidas pelo Programa SEBRAETEC são disponibilizados por meio da articulação entre as demandas apresentadas pelas MPEs, identificadas por especialistas do SEBRAE, e as ofertas de competências e conhecimentos técnicos, fornecidas pelos

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prestadores de serviços tecnológicos (PSTs). Em geral, os PSTs são empresas especializadas em serviços de consultoria tecnológica, credenciadas e cadastradas pelo SEBRAE em áreas de conhecimento específicas do Programa SEBRAETEC (SANTOS, 2011). A dinâmica da articulação entre oferta e demanda tecnológica é representada pela Figura 1 a seguir.

FIGURA 1 – Articulação entre demanda e oferta no Programa SEBRAETEC. Fonte: Zoldan (2012).

Para o desenvolvimento de um projeto nesse programa, o primeiro passo geralmente consiste no atendimento do gestor ou representante legal da MPE cliente, que apresentará as necessidades da sua empresa ao SEBRAE. Com base no discurso do empresário, um técnico do SEBRAE trabalhará na caracterização da natureza dessa demanda. Caso seja considerada enquadrada no escopo de soluções disponibilizadas pelo SEBRAETEC, inicia-se o segundo processo, que é o encaminhamento da demanda para os PSTs credenciados nas áreas de conhecimento pertinentes à necessidade identificada. Os PSTs, por sua vez, elaboram propostas de serviços de consultoria tecnológica, visando solucionar a necessidade apresentada pela MPE cliente. Finalmente, a MPE cliente, auxiliada pelo SEBRAE, decide sobre qual proposta irá contratar, considerando a aderência da proposta às suas necessidades, bem como às suas próprias limitações financeiras e sociotécnicas (SANTOS, 2011). Contudo, ao longo do processo de articulação entre demanda e oferta, que envolve diversos processos de comunicação e “tradução” de uma fala coloquial em termos técnicos, “ruídos” podem influenciar a adequada especificação da demanda no sistema SEBRAETEC. Esses ruídos podem surgir a partir do próprio empresário, na articulação das necessidades da sua empresa; do técnico do SEBRAE, no processo de interpretação e diagnóstico dessas necessidades e posterior classificação da demanda no sistema; e, por fim, pelo PST, na aderência entre a sua proposta de serviços e o real problema da MPE cliente. Essas “falhas de tradução” abrem espaço para o envio de propostas incompletas, desalinhadas com a real necessidade da MPE, ou desnecessariamente onerosas. Na eventualidade da contratação de

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uma proposta com essas inconsistências, podem ocorrer atrasos desnecessários na prestação dos serviços, e, em último caso, em consultorias insatisfatórias, sem uma adequada solução do problema original. Esses riscos se agravam em algumas áreas de conhecimento em particular, onde a compreensão de uma necessidade específica ou o diagnóstico de um problema estão além da experiência cotidiana ou do senso comum. Um exemplo é a área intitulada como “Produtividade”, para qual a compreensão dos problemas enfrentados pelas MPEs depende do domínio de um conjunto de conceitos técnicos relacionados ao layout fabril, à organização dos sistemas produtivos e à programação da produção, dentre inúmeros outros. Tendo em vista a importância do Programa SEBRAETEC para o SEBRAE em todo o território nacional, bem como a origem dos recursos que subsidiam suas consultorias, a existência de um instrumento de diagnóstico capaz de auxiliar a tomada de decisão mais adequada sobre a real natureza da demanda de uma MPE revela-se pertinente, uma vez que esse instrumento pode tornar-se: (1) uma forma de validação do diagnóstico efetuado pelo técnico SEBRAE; e (2) um mecanismo de rápido alinhamento entre a demanda e as ofertas de soluções tecnológicas disponíveis, reduzindo os riscos de fornecimento de consultorias desalinhadas, com atrasos ou potencialmente insatisfatórias. Assim, este artigo apresenta o processo de construção de um método de apoio ao diagnóstico de potenciais ineficiências relacionadas aos conteúdos mínimos do planejamento e controle da produção em micro e pequenas empresas brasileiras. Por “conteúdos mínimos”, entendemos os fatores operacionais mínimos, representados na forma de variáveis, que impactam diretamente o desempenho do PCP nas MPEs. Ressalta-se porém que, apesar de apresentar todas as variáveis de avaliação que serviram como base para a construção das assertivas do instrumento de diagnóstico, a versão final do mesmo, por questões éticas, não será apresentada, uma vez que constitui propriedade intelectual do SEBRAE.

2. Sustentação teórica e conceitual Segundo Tubino (2000, p. 17), os sistemas de produção exercem uma série de atividades operacionais visando atingir seus objetivos. Essas atividades envolvem o projeto e desenvolvimento de novos produtos e serviços, gestão de estoques, recrutamento e treinamento, gestão dos recursos financeiros, vendas e distribuição dos produtos etc. Conceitualmente, essas atividades podem ser agrupadas em “funções dos sistemas de produção”, que se dividem em centrais (ou básicas) e de apoio (ou suporte).

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A FIGURA 2 mostra um diagrama contendo as principais funções dos sistemas de produção. As funções básicas (localizadas ao centro) são: “produção”, “marketing” e “finanças”, enquanto as funções de apoio (ao redor) são: “desenvolvimento de produtos”, “manutenção”, “recursos humanos”, e “compras e suprimentos”. Logo, podemos supor que o sucesso de um sistema produtivo vai depender diretamente da maneira como essas funções se relacionam (TUBINO, 2000; SLACK et al. 2009). Assim, de forma geral, temos:

FIGURA 2 – Funções centrais e de apoio. Fonte: Adaptado de Tubino (2000) e Slack et al. (2009).

Apesar de a literatura de referência tradicionalmente abordar a “Função Produção” na perspectiva das grandes empresas de manufatura, o processo de planejamento e controle da produção, que é um típico desdobramento dessa função, está presente em qualquer tipo de empreendimento, seja em uma empresa de manufatura ou prestadora de serviços, grandes multinacionais ou microempresas (MEZGÁR et al., 2000; BONNEY, 2000; DE PAULA e TUBINO, 2000). Assim, conceitualmente, em qualquer tipo de empreendimento, os problemas enfrentados pela gerência são semelhantes, envolvendo “planejar a produção, sequenciar as atividades, motivar e treinar a mão de obra, administrar os estoques, manter padrões de qualidade etc.” (TUBINO, 2000, p. 17). O planejamento e controle da produção (PCP) é responsável pela formulação de planos visando atingir as metas e estratégias definidas para um sistema produtivo,

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administrando os recursos humanos e físicos com base nesses planos, direcionando a ação dos recursos humanos sobre os físicos e acompanhando essa ação, permitindo a correção de possíveis desvios (TUBINO, 2000; SLACK et al. 2009; RITZMAN e KRAJEWSKI, 2003; SHEHAB, 2004). No entanto, o PCP também pode ser entendido como um departamento de apoio à produção, sendo “responsável pela coordenação e aplicação dos recursos produtivos de forma a atender da melhor maneira possível aos planos estabelecidos em níveis estratégico, tático e operacional” (TUBINO, 2000, p. 23). A natureza do PCP é complexa e dinâmica, mudando em diferentes horizontes de tempo. No longo prazo, o foco está em planos sobre o que se pretende fazer no futuro, quais objetivos se espera atingir e quais recursos serão necessários para isso. Mudanças em grande escala nas metas e objetivos dos planos ou na execução dos mesmos são mais factíveis. No médio prazo, os planos são detalhados, desdobrando os objetivos em planos de ação e comprometendo a alocação dos recursos para as operações. Já no curto prazo, os recursos já terão sido definidos e alocados, tornando qualquer mudança em grande escala difícil ou custosa. Assim, ao fazer intervenções no curto prazo, os gestores tentarão equilibrar a qualidade, a rapidez, a confiabilidade, a flexibilidade, os custos de operações etc. (SLACK et al., 2009; CORRÊA e CORRÊA, 2008; TUBINO, 2000; 2007). 2.1 Os “conteúdos mínimos” do PCP nas MPEs Partindo de um amplo, porém não extensivo, levantamento conceitual na literatura de referência (não apresentado aqui em função do espaço disponível para o documento), os chamados “conteúdos mínimos” relacionados ao PCP em micro e pequenas empresas brasileiras foram identificados. Assim, a Tabela 1 sintetiza as informações encontradas, ou seja, as principais variáveis que impactam diretamente o desempenho do PCP nas MPEs, no que diz respeito às funções centrais dos sistemas de produção. TABELA 1 – Funções centrais dos sistemas de produção e suas relações com o PCP Função central

Produção

Finanças e contabilidade

Relação com o PCP O PCP envia para a função produção informações fundamentais sobre as operações e os processos de fabricação, montagem, armazenagem, movimentação etc. O PCP envia informações pra a função finanças informações sobre os custos unitários de produção, bem como sobre as necessidades de investimentos para ampliação da capacidade em longo prazo e para a automação da produção.



Variáveis fundamentais Roteiros de fabricação e montagem Tempo de ciclo Instalações e maquinário Arranjo físico (layout) Produção, atividades e processo produtivo



Contabilidade de custos

   

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O PCP demanda da função marketing e vendas informações sobre a previsão de  Logística de saída Marketing e vendas vendas para os próximos semestres, bem  Previsão de vendas (demanda estimada) como sobre os pedidos em carteira já  Pedidos em carteira (confirmados) confirmados pelos clientes. Fonte: Adaptado de Tubino (2000; 2007), Slack et al. (2009), Carvalho e Pacheco (2015), Ritzman e Krajewski (2003), Corrêa e Corrêa (2008), Vollmann et al. (2006), Persona et al. (2004), Koh e Saad (2006).

De forma análoga, a Erro! Fonte de referência não encontrada. sintetiza as principais variáveis que impactam diretamente o desempenho do PCP nas MPEs, em termo das funções de apoio aos sistemas de produção. Assim, temos: TABELA 2 – Funções de apoio aos sistemas de produção e suas relações com o PCP Função de apoio

Relação com o PCP Variáveis fundamentais O PCP usa as informações da função Desenvolvimento de desenvolvimento de produtos para  Listas de materiais e componentes produtos identificar o quê e como produzir, visando  Desenhos técnicos e especificações atender ao que foi solicitado pelos clientes. O PCP envia informações para a função compras e suprimentos sobre o planejamento das quantidades de materiais  Logística de entrada Compras e e prazos necessários para o atendimento de  Gestão de estoques suprimentos um programa de produção, solicitando,  Relacionamento com fornecedores quando necessário, a reposição dos materiais. O PCP demanda da função manutenção  Plano de manutenção Manutenção informações sobre as condições físicas dos  Garantia da qualidade equipamentos e instalações.  Condições de saúde, ambiente e segurança O PCP define patamares de produção necessários para o atendimento das  Programas de capacitação e treinamento Recursos humanos previsões de demanda e programa os  Recrutamento recursos produtivos onde os funcionários serão alocados. Fonte: Adaptado de Tubino (2000; 2007), Slack et al. (2009), Carvalho e Pacheco (2015), Ritzman e Krajewski (2003), Corrêa e Corrêa (2008), Vollmann et al. (2006), Persona et al. (2004), Koh e Saad (2006).

Analisando conceitualmente o conteúdo apresentado nas tabelas 1 e 2, entendemos que as variáveis fundamentais responsáveis pela relação entre cada função dos sistemas de produção e o PCP constituem os conteúdos mínimos se buscava identificar. No entanto, é importante observar que, por si mesmas, essas variáveis não nos oferecem condições suficientes para avaliarmos ou diagnosticarmos potenciais ineficiências relacionadas ao PCP em MPEs brasileiras. Assim, devemos entender as variáveis como “mediadoras” da relação entre o PCP e cada função dos sistemas de produção. É também importante ressaltar que, em função da natureza ampla e genérica necessária ao instrumento de diagnóstico, questões relativas às particularidades do PCP em tipologias específicas de MPEs foram intencionalmente negligenciadas (vide COSENTINO e ERDMANN, 2008). Como consequência, a solução mais aderente a esses requisitos consistiu

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em identificar os potenciais problemas associados às variáveis listadas nas tabelas 1 e 2. Assim, a TABELA 3 a seguir faz o desdobramento dessas variáveis vinculadas às funções centrais dos sistemas de produção, redigidas na forma de potenciais problemas tradicionalmente associados ao PCP nas MPEs. TABELA 3 – Relações entre funções centrais, variáveis e problemas associados Função central

Variáveis fundamentais Roteiros de fabricação e montagem Tempo de ciclo Instalações e maquinário

Produção

Arranjo físico (layout) Produção, atividades e processo produtivo

Finanças e contabilidade

Contabilidade de custos Logística de saída

Marketing e vendas

 

Potenciais problema(s) associado(s) à variável Atrasos ou falhas nas emissões de ordens de produção Tempo de ciclo oscilante (alta variabilidade) Tempo de setup elevado Paradas de produção não planejadas Arranjo físico (layout) inadequado Baixos índices de produção Baixo índice de automação da produção Gargalos na produção Capacidade de produção ociosa Custos unitários de produção desconhecidos Preço de venda formulado de forma incoerente com os custos de produção Altos custos de entrega dos produtos aos clientes Atrasos nas entregas dos pedidos aos clientes



Dificuldades ou falhas na previsão da demanda



Atraso no recebimento, processamento ou faturamento de pedidos



Previsão de vendas (demanda estimada) Pedidos em carteira (confirmados)

         

Fonte: Os autores.

Analogamente, a Tabela 4 faz o desdobramento das variáveis vinculadas às funções de apoio aos sistemas de produção redigidas na forma de potenciais problemas tradicionalmente associados ao PCP nas MPEs. Assim, temos: TABELA 4 – Relações entre funções de apoio, variáveis e problemas associados Função de apoio Desenvolvimento de novos produtos

Variáveis fundamentais Listas de materiais e componentes Desenhos técnicos e especificações



Potenciais problema(s) associado(s) à variável Lista incompleta ou divergente de materiais para a produção



Desenhos técnicos ou especificações inconsistentes

 

Atraso no processamento interno de pedidos de aquisição de matéria prima Custos de manutenção de estoques de matéria prima desnecessários



Atrasos dos fornecedores nas entregas

  

Equipamento apresentando defeitos recursivos Desperdícios de matéria prima na produção Alto índice de não conformidades

Condições de saúde, ambiente e segurança



Problemas ambientais ou de saúde dos trabalhadores

Programas de capacitação e treinamento

  

Mão de obra ociosa Ocorrência de acidentes de trabalho Mão de obra com pouca flexibilidade

Logística de entrada Compras e suprimentos

Gestão de estoques Relacionamento com fornecedores Plano de manutenção

Manutenção

Recursos humanos

Garantia da qualidade

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Recrutamento



Sobrecarga de trabalho para a mão de obra

Fonte: Os autores.

3. Construção do método de avaliação O método de avaliação foi elaborado em duas macro-etapas: (1) levantamento teóricoconceitual e (2) construção do instrumento de diagnóstico. Na primeira fase, foi efetuado um estudo sobre os fundamentos e conceitos essenciais sobre o planejamento e controle da produção em micro e pequenas empresas. Em paralelo, também foi efetuado um levantamento teórico-conceitual sobre os métodos quantitativos e qualitativos para avaliação e diagnóstico empresarial (HAIR Jr. et al., 2007). Esse conjunto de conhecimentos deu suporte à elaboração da etapa seguinte. Assim, na segunda fase, que constituiu a construção do instrumento de diagnóstico, inicialmente, para cada função dos sistemas de produção, foram levantadas as principais variáveis envolvidas no contexto do PCP, as quais constituíram os conteúdos mínimos. Num segundo momento, partindo das variáveis identificadas e do arcabouço conceitual e teórico sobre o PCP, um conjunto de possíveis problemas associados às variáveis foi identificado. Finalmente, partindo dos problemas identificados, assertivas para a avaliação desses problemas foram elaboradas. As assertivas do instrumento de avaliação foram construídas em duas etapas. Primeiramente, foram identificados os potenciais problemas relacionados a cada variável. Em seguida, cada problema (ou seja, uma não-conformidade) foi reescrito, invertendo-o na forma de uma característica, ação, comportamento adequado ou desejável (ou seja, conforme). O objetivo dessa lógica foi possibilitar a avaliação de cada variável de forma direta e objetiva, porém sem partir da premissa de que a empresa em avaliação possui necessariamente alguma ineficiência ou não-conformidade relacionada ao seu PCP. Ademais, o instrumento de avaliação foi projetado para ser respondido pelo gestor ou representante legal da empresa em avaliação. Portanto, idealmente, o respondente deve possuir conhecimento integrado da empresa, particularmente em termos das funções do sistema de produção (centrais e de apoio) e como se inter-relacionam. É desejável, porém não uma condição necessária, que o entrevistador ou facilitador (técnico do SEBRAE) domine conceitos básicos sobre a dinâmica do planejamento e controle da produção nas perspectivas estratégica, táctica e operacional. Considerando essas premissas, um diagrama representando uma proposição para a condução do processo de diagnóstico é retratada na FIGURA 3 a seguir.

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Página 1 de 2 Atendim ento ao em preendedor via SEBRAEtec

Página 2 de 2 Demanda PCP Facilitador SEBRAE Prestadores de Serviços Tecnológicos

Identificação das não conformidades

Correlação com problemas associados

Interpretação dos resultados

FIGURA 3 – Método de aplicação do instrumento de diagnóstico. Fonte: Os autores.

3.1. Mecanismos de interpretação dos resultados Apesar de o questionário ter sido projetado para ser autoexplicativo, contendo todas as instruções necessárias ao processo de preenchimento pelo respondente, a interação entre o técnico do SEBRAE e o empreendedor é um aspecto fundamental para a obtenção de um diagnóstico preciso. Essa premissa se justifica na medida em que, para uma correta identificação da demanda – havendo ou não um problema relacionado aos conteúdos mínimos de PCP na MPE – será necessária a interpretação de todo o contexto do atendimento. Assim, a eficiente união de diversos aspectos proporcionará, ao final do atendimento, a identificação de uma demanda precisa, rica em detalhes e aderente ao real problema da MPE cliente. Ou seja, o técnico do SEBRAE identificará a demanda a partir de três fatores fundamentais: o discurso do empreendedor, a sua própria experiência técnica e o quadro de diagnóstico obtido. No diagnóstico haverá informações sobre os problemas identificados e seus respectivos graus de criticidade e priorização. Todo esse contexto deverá ser levado em consideração, analisado e interpretado, visando obter uma demanda claramente definida e representativa do real problema enfrentado pela MPE. Essa perspectiva de avaliação foi posta em prática no processo de validação do instrumento de diagnóstico. Ao final do projeto, um conjunto de MPEs respondeu ao questionário. Após o tratamento dos dados e a identificação dos potenciais problemas, a equipe de projeto realizou uma reunião com os gestores de cada MPE e os técnicos do SEBRAE, e, os diagnósticos coincidiram satisfatoriamente com os problemas reais das empresas, mas com um benefício: um maior nível de detalhamento sobre as especificidades de cada demanda, que não poderia ser obtido por meio do processo tradicional de atendimento pelo programa.

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3.2 Análise crítica: benefícios e limitações do método Como qualquer instrumento de avaliação, o questionário possui benefícios e limitações inerentes ao seu escopo e à sua aplicabilidade (HAIR Jr. et al., 2007). A relação entre os benefícios e as limitações está mediada pelo adequado equilíbrio entre a abrangência do contexto de análise e o nível de detalhamento do problema identificado. Obviamente, para fornecer respostas precisas e confiáveis, as orientações sobre a aplicação e interpretação dos resultados devem ser integralmente respeitadas. Assim, indicamos a seguir os principais benefícios e limitações do método de avaliação. Em relação aos benefícios, podemos citar: (1) o amplo escopo de aplicação, já que o instrumento pode ser aplicado em qualquer MPE instalada no território brasileiro, independentemente do seu setor de atuação, mercado ou contexto econômico; (2) a simplicidade de aplicação e interpretação, já que técnicos do SEBRAE podem ser rapidamente capacitados para aplicar o questionário e interpretar o diagnóstico relativo a qualquer MPE atendida pelo SEBRAE; e, por fim, (3) o potencial caráter prospectivo, uma vez que o instrumento de avaliação pode ser aplicado em atendimentos in loco nas empresas. Por exemplo: um técnico ou consultor do SEBRAE, após realizar o diagnóstico referente ao seu programa ou projeto, pode também solicitar ao empresário mais alguns minutos, para aplicar um questionário de prospecção de demandas tecnológicas para o Programa SEBRAETEC. Já em termos das limitações, avaliamos: (1) a prioridade de utilização, já que o questionário deve ser utilizado primordialmente como um mecanismo complementar de validação e detalhamento da demanda identificada pelo técnico do SEBRAE, por isso não é recomendado ser usado como único mecanismo de diagnóstico; (2) o grau de aderência, na medida em que, em função das características técnicas do PCP, as variáveis identificadas são intrinsecamente mais aderentes às empresas de manufatura que às de serviços. Como consequência, em empresas de comércio, familiares, com poucos funcionários ou baseadas em serviços de baixa complexidade (por exemplo), é possível que os resultados da aplicação do instrumento sejam inconclusivos; e, por fim, (3) os conceitos e técnicas intencionalmente negligenciados, já que, como forma de simplificar o processo de interpretação dos resultados, bem como de deixar o instrumento mais aderente à realidade da maioria das MPEs brasileiras, diversos conceitos complexos relacionados a um maior nível de maturidade do PCP foram intencionalmente negligenciados. Dentre eles, citamos: Just in time; manufatura enxuta; Kanban; plano mestre de produção, dentre diversos outros.

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4. Conclusões e perspectivas de continuidade Nesse artigo apresentamos a construção de um método de apoio ao diagnóstico de demandas por soluções tecnológicas relacionadas ao PCP nas MPEs atendidas pelo Programa SEBRAETEC. Esse método, ainda que tenha sido desenvolvido num projeto-piloto, apresentou resultados promissores, com diversas possibilidades de aplicação e expansão. Contudo, a experiência prática nos mostrou que o método não deve ser usado como mecanismo isolado na identificação de uma demanda, já que a contextualização da interação entre o técnico do SEBRAE e a MPE em atendimento é considerada um fator fundamental para um diagnóstico acurado e preciso. O método desenvolvido demonstrou potencial para ser expandido em vários níveis ao longo do Programa SEBRAETEC. O primeiro nível de expansão está situado na própria área “Produtividade”, já que o PCP corresponde a um único aspecto desse grande campo de conhecimentos, que ainda engloba serviços relacionados a layout, estoques, logística, importação e exportação. O segundo nível de expansão envolve o desenvolvimento de métodos abrangentes de diagnóstico para as demais grandes áreas do programa, a saber: “Design”, “Propriedade Intelectual”, “Qualidade”, “Inovação”, “Sustentabilidade” e “Tecnologias de Informação e Comunicação”. Se essa expansão fosse alcançada, o SEBRAE teria um sistema completo de diagnóstico, capaz de identificar a natureza da demanda de uma MPE em qualquer área de conhecimento ao longo de todo o Programa SEBRAETEC. Considerando outras abordagens possíveis, há a oportunidade de desdobramento do método no aprofundamento da compreensão dos problemas diagnosticados, apresentando, por exemplo, suas possíveis origens, problemas associados, sucessores, predecessores etc. Nessa abordagem, o instrumento deveria ser dividido em duas grandes etapas: um processo de prospecção inicial e identificação das características essenciais do problema, e um processo seguinte, de detalhamento do problema. Por fim, um último caminho envolveria vincular perfis de diagnósticos a conjuntos de soluções pré-definidas, não apenas ofertadas por consultores credenciados (PSTs), mas também pelo próprio SEBRAE, visando desenvolver uma carteira de opções baseada nos produtos atualmente já disponibilizados ao mercado pela instituição.

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Disponível

em:

. Acesso em: 2 jul. 2015. SHEHAB, E. M.; SHARP, M. W.; SUPRAMANIAM, L.; SPEDDING, T. A. Enterprise resource planning: An integrative review. Business Process Management Journal, v. 10, n. 4, p. 359–386, 2004. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R.; CORRÊA, H. L. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 2009. TUBINO, D. F. Manual de planejamento e controle da produção. São Paulo: Atlas, 2000. TUBINO, D. F. Planejamento e controle da produção: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2007. VOLLMANN, T. E.; BERRY, W. L.; WHYBARK, D. C.; JACOBS, F. R. Sistemas de planejamento & controle da produção para gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: Bookman, 2006. ZOLDAN,

G.

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7.

Dez.

2012.

Brasília,

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