UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA -UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EDUCAÇÃO -CCHE CURSO DE PEDAGOGIA -ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR Patrícia de Paula Rêgo Tânia Elídia Monteiro Camorim O CONSTRUTIVISMO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: A VISÃO DE ALGUMAS EDUCADORAS

July 27, 2017 | Autor: יוליוס אליהו אנריקה | Categoria: Educação Infantil
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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EDUCAÇÃO - CCHE CURSO DE PEDAGOGIA - ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Patrícia de Paula Rêgo Tânia Elídia Monteiro Camorim

O CONSTRUTIVISMO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: A VISÃO DE ALGUMAS EDUCADORAS

Belém 2001

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EDUCAÇÃO - CCHE CURSO DE PEDAGOGIA - ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Patrícia de Paula Rêgo Tânia Elídia Monteiro Camorim

O CONSTRUTIVISMO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: A VISÃO DE ALGUMAS EDUCADORAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Humanas e Educação da Universidade da Amazônia, como requisito à obtenção do Grau de Licenciatura Plena em Magistério e Administração Escolar, sob a orientação do Prof. Fernando Costa.

Belém 2001

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EDUCAÇÃO - CCHE CURSO DE PEDAGOGIA - ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Patrícia de Paula Rêgo Tânia Elídia Monteiro Camorim

O CONSTRUTIVISMO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: A VISÃO DE ALGUMAS EDUCADORAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Humanas e Educação da Universidade da Amazônia, como requisito à obtenção do Grau de Licenciatura Plena em Magistério e Administração Escolar, sob a orientação do Prof. Fernando Costa.

Aprovado em : _____ / _____ / _____ Média: _____ / _____ / _____

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A Deus, pela vida. Aos nossos pais, que nos ensinaram a amar e respeitar o próximo. Aos nossos esposos, pelos incentivos que nos deram durante a graduação. Aos nossos filhos, pela ausência.

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AGRADECIMENTOS

Ao professor Fernando Costa, pela orientação competente, conhecimento transmitido, conselhos, críticas, enfim, pela sua presença marcante.

As escolas, que nos receberam com atenção e Interesse, as professoras, pela colaboração e participação.

Em especial, A professora Maria do Socorro Costa e Silva, Diretora Pedagógica: Escola Nuremberg Borja Filho – Fundação Aquarela.

A professora Natália Moura de Lucena Nunes, Diretora: SESC.

A professora Elza Ezilda Valente Dantas, Psicóloga: Espaço de Construção e Aprendizagem Girassol.

A professora Nadir de Oliveira Moura, Psicopedagoga: Escola Padre Guido Del Toro.

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RESUMO

Este trabalho visa conhecer e compreender o posicionamento de educadores belenenses, sua formação profissional e sua prática docente, no trabalhado da Educação Infantil com base construtivista. Está pautado em material teórico e científico de autores e segmentos, que alicerçam a Teoria Construtivista, nos referenciais e legislação brasileira que regem a Educação Infantil, amparando e respaldando a fundamentação do mesmo, com uma explanação crítica e realista da situação estrutural e funcional da préescola. Dispusemo-nos a registrar resultados obtidos com a aplicação de questionários aos profissionais dessas instituições de Educação Infantil, que efetivamente abordam o construtivismo na práxis de seu dia-a-dia. Propiciando, uma analise crítica e reflexiva, sobre a postura e a formação de educadores envolvidos no processo ensino-aprendizagem voltado à faixa etária de zero a seis anos de idade, que requer consciência e comprometimento por parte dos envolvidos, em busca da aplicação de uma educação continuada de qualidade.

PALAVRAS-CHAVE: Construtivismo, Educação Infantil, Brincar

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APRESENTAÇÃO

Preocupadas e intrigadas, com a árdua tarefa dos profissionais belenenses em executar de forma comprometida e dedicada, uma nova maneira de ver e interagir a Educação com base no Construtivismo. Fomos motivadas a pensar, sistematizar e executar este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), como um requisito essencial para obtenção do grau de Licenciatura Plena em Pedagogia – Habilitação Administração Escolar. Sentindo necessidade de conhecer e estudar autores Construtivistas

e regimentos da Educação

Infantil, que nos dessem embasamento teórico para podermos nos posicionar e registrar questões que fazem parte deste contexto. Por acreditarmos, na concepção desta Teoria e na importância da Educação Infantil, que abre as “portas” do saber às nossas crianças, priorizando o indivíduo no centro do processo ensino-aprendizagem e na troca entre os sujeitos (professores e alunos), que avaliam e são avaliados, nos voltamos a verificar e conhecer o trabalho desenvolvido em nossa cidade, ouvindo e registrando opiniões dos profissionais engajados nesta proposta. Sendo assim, o nosso trabalho propicia a reflexão e a criticidade, na análise investigativa de todos os interessados na Educação Infantil construtivista. Expondo idéias e opiniões de profissionais habilitados e inseridos no contexto, abrimos entendimento da realidade aplicada e trabalhada nas escolas, com isso buscamos difundir e aguçar o interesse de educadores na prática educativa construtivista. Contudo, não queremos parecer sonhadoras e utópicas. Deixando claro, que a Educação Infantil ainda hoje se apresenta como um desafio, devido a graves problemas sociais, econômicos, políticos, culturais e históricos. Com uma educação pública de modo geral de baixa qualidade, com um quadro de educadores pouco qualificados e mal remunerados, estruturas físicas impróprias, mães e pais geralmente oprimidos e pouco participativos na dinâmica das instituições, reconhecendo neste ambiente de ensino um favor da sociedade e não um dever e um direito do cidadão.

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O RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil) e a própria LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), são muito vagos em algumas definições e conceitos relacionados aos direitos e deveres do Educador na educacao infantil e da própria criança, ao espaço físico e o meio que faz parte do contexto ensino-aprendizagem. Para tanto, pautadas em documentos que regem as leis atuais, fazemos uma leve crítica, na tentativa de chamar a atenção dos indivíduos envolvidos, levando-os a uma reflexão analítica consciente na busca de melhorias e mudanças significativas para a Educação Infantil brasileira, que representa a base para o “futuro” da nossa Nação. Sem deixar que este discurso interfira no tema de nossa real proposta de pesquisa sobre as opiniões dos profissionais da Educação Infantil num espaço construtivista, apenas, lançamos mão desta problemática, como forma de alicerçar e aproximar os resultados da realidade que a mesma vive nos dias de hoje.

Sala de Aula

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1- INTRODUZINDO O PROBLEMA

O Construtivismo, consolidou-se através dos estudos de Jean Piaget sobre questões cognitivas e das relações pautadas na troca de experiências e no interagir com o meio. Outros teóricos, como, Vygotsky, Freinet, Wallon forneceram a

sustentação

científica necessária à sua viabilização. O Construtivismo defende a construção progressiva de estruturas cognitivas que acontece no interior de cada indivíduo, sendo este conhecimento fruto da interação entre o sujeito e o meio, resultado da ação que o sujeito realiza sobre o objeto que deseja conhecer. Sendo assim, idealiza-se a escola como espaço prazeroso,

aberto às

descobertas, interessante aos olhos da criança, um lugar de extensão e manipulação e experimentação do conhecimento, com material didático apropriado à criança pequena, onde ação do professor acontece de forma investigativa (vínculo entre ensino e pesquisa), dialógica com formação e socialização de experiências diversas inerentes a uma prática reflexiva que transforma e se reconstrói pela análise crítica. Os resultados do investimento profissional do educador não lhe pertencem à finalidade de sua ação não é propriamente sua, mas do outro. A criança aprende por si, em um espaço propício ao teste de hipóteses em um processo contínuo de fazer e refazer, onde o indivíduo é o centro do seu próprio percurso. Chamando a atenção para importância do brinquedo e do ato de brincar, como forma de comunicação e materialização de idéias e descobertas que, valorizam, estimulam e facilitam a construção do conhecimento.

Nós, enquanto educadoras, acreditamos que o papel principal da Educação Infantil é o de favorecer o acesso das crianças a um universo cultural, amplo e diversificado, centrado no sujeito do conhecimento e suas interações com o contexto social. A criança, ou o ser criança não pode mais ser encarado como um “adulto em miniatura”, pois a mesma tem uma maneira particular de vivenciar o estar no mundo e com o mundo, usando o brinquedo para se manifestar, em relação ao entendimento e seus sentimentos.

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Este trabalho visa conhecer as educadoras engajadas no processo ensinoaprendizagem, sua atuação, seu pensamento, e em que autores estão amparados na sua prática pedagógica, na Educação Infantil Construtivista da cidade de Belém. Através de pesquisa de campo coletamos opiniões, fundamentações e experiências dessas Educadoras atuantes em instituições belenenses que adotam o Construtivismo em seus Projetos Político-Pedagógicos, que proporcionam uma visão ampla das idéias, a prática e formação acadêmica dos profissionais da Educação Infantil construtivista em nossa cidade. Vale ressaltar que fora do papel e na vida real, existem dois tipos de Educação Infantil: uma voltada à criança de classe média e alta, e outra à criança de baixa renda (classe baixa). No primeiro tipo conseguimos encontrar todos ou quase todos os requisitos necessários para o atendimento de qualidade da criança, como: espaço físico apropriado, prática pedagógica direcionada, profissionais capacitado e remunerado, condições de acesso e estímulos capazes de favorecer a construção do conhecimento. Já no segundo tipo de educação, os itens citados são precários ou quase nulos. Com o intuito de trazer a tona à problemática da Educação Infantil seus limites e expectativas, buscamos meios de obter parâmetros de relevância em nossa pesquisa, fazendo uma análise crítica do RCNEI, da LDB, e das propostas e posturas sociais, citamos a avaliação como forma de consciência e apontando alguns pontos importantes no que tange a formação da criança de zero a seis anos, mostrando brechas de uma má formulação e um desconhecimento da realidade precária em que vivem as instituições infantis e dos profissionais diretamente envolvidos com as crianças oriundas da população de baixa renda.

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2- OBJETIVOS: 2.1- GERAL

# Oportunizar uma reflexão critica da aplicação da Teoria Construtivista no contexto da Educação Infantil, seus resultados, benefícios e contribuições no campo educacional belenense.

2.2- ESPECÍFICOS

# Proporcionar uma visão da realidade belenense na Educação Infantil a partir das referências da Teoria Construtivista;

# Evidenciar a prática de educadores da educação infantil;

# Identificar avanços, limites e dificuldades no contexto da Educação Infantil de base Construtivista.

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3- CONSTRUTIVISMO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

A concepção Construtivista é um conjunto articulado de princípios em que se faz possível diagnosticar, julgar e tomar decisões fundamentais sobre o ensino. É um referencial excludente, mas aberto, na medida, em que ainda deve aprofundar muito em seus próprios postulados e na medida em que precisa enriquecer-se, em geral e para cada situação educativa concreta, partindo daquilo que se possui e ir progredindo à medida que as condições o permitam. O Construtivismo é filho do movimento iluminista, fiel defensor da capacidade humana de guiar-se pela razão, e através dela criar e recriar o mundo. Afirma que o desenvolvimento intelectual é determinado pela relação do sujeito com o meio. A Teoria baseia-se em que o ser humano não nasce inteligente, e também não é totalmente moldado pela força do meio, pelo contrário, interage com o meio respondendo aos estímulos externos e de acordo com seu desenvolvimento orgânico, analisando, organizando e construindo seu conhecimento. Jean Piaget (1896-1980), psicólogo e epistemólogo, estudou o desenvolvimento da inteligência, do nascimento à maturidade do ser humano, analisando a evolução do raciocínio. É tido como o pai do Construtivismo, a linha pedagógica mais difundida entre professores que defendem a “Escola Ativa” em contraposição à “Escola Tradicional”. Piaget tem seus estudos respaldados cientificamente e registrados em diversas obras publicadas, que dão base consistente a Teoria Construtivista. Também outros estudiosos, obtiveram resultados relevantes,no estudo do desenvolvimento humano, que reforçam a construção do conhecimento e a essência da abordagem construtivista. " Na teoria de Piaget, a autonomia do sujeito é afirmada em alto e bom tom! É certamente por esse motivo, alias, que vários apaixonados pelo humanismo, ou seja, aqueles para os quais o ser humano goza de grande estima, sentem-se atraídos pela teoria construtivista. Diga-se de passagem que cada um de nós cientistas humanos, via de regra, escolhemos seguir uma teoria tanto pela ética que ela traduz quanto pelos dados empíricos e coerência conceitual que contém" (Yves,1992, p.112).

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Nesta linha e com objetivo de fundamentar a Teoria Construtivista, lembramos alguns cientistas humanistas, dentre eles: Henry Wallon (1879-1962), filósofo e médico, estudou o desenvolvimento da inteligência humana, acreditando na construção mútua, sujeito e objeto, afetividade e inteligência, onde tudo está ligado a tudo, além de estar em permanente devir. Acredita na ação pedagógica que preserve tanto quanto discipline, uma vez que depende da preservação das idéias originais a possibilidade do pensamento criador, passando com segurança à construção do conhecimento. Com o mesmo objetivo de fundamentar a Teoria Construtivista, buscamos outro humanista: Lev S. Vygotsky (1896-1934), formado em literatura e direito, estudou medicina e os fatores biológicos e sociais do desenvolvimento psicológico humano. Para ele a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento desde o nascimento da criança; A aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que só podem ocorrer quando o indivíduo interage com as outras pessoas; O processo ensino-aprendizagem que ocorre na escola, propicia o acesso dos membros imaturos da cultura letrada ao conhecimento construído e acumulado pela ciência. Contudo, não podemos deixar de ressaltar que os teóricos humanistas acima citados, fazem parte de linhas, correntes e segmentos que se contrapõem e se confrontam em suas polêmicas abordagens, diferenciando e separando radicalmente seus seguidores, que são chamados distintamente de Piagetianos, Wallonianos e Vygotskianos. A princípio, pareceu-nos incoerente mencioná-los em uma mesma abordagem. Porém, constatamos que tais teóricos humanistas influenciam e contribuem com a base da Teoria Construtivista e a formação de Educadores atuantes. Logo, a instauração de uma ligação entre eles reforça a sustentação da nossa pesquisa. Sem nos aprofundarmos em seus estudos, para não fugirmos do nosso tema principal, evidenciamos algumas

interpretações

sintetizadas

que

respaldam,

amparam

e

colaboram

na

fundamentação da teoria em questão. A Teoria Construtivista, traz consigo a amplitude do novo em detrimento do tradicional, na verdade é uma ruptura com o tradicional, na vontade de edificar a aprendizagem consistente como um desafio na arte de ensinar, em uma ação pedagógica que envolve dois pólos: o ensino e a aprendizagem, representados, respectivamente pelo professor e pelo aluno.

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Os teóricos construtivistas não têm, em princípio, como preocupação científica o estudo do “ensino" e sim "aprendizagem". De modo mais preciso, não estão voltados à questão do "como ensinar, mas ao como o indivíduo aprende". “O como ensinar" é tarefa a que devem se dedicar os especialistas em educação, aproveitando os avanços teóricos conquistados por esses pesquisadores.

" Os teóricos do construtivismo constatam que o aluno é sujeito de sua própria aprendizagem, o que equivale a dizer que ele atua de modo inteligente em busca da compreensão do mundo que o rodeia, automaticamente estão dando uma grande "dica" aos educadores, e lançando também um grande desafio. É como se dissessem: "sejam o centro do processo de ensino; criem, junto com os alunos, os seus próprios caminhos; descubram alternativas pedagógicas em sala de aula" (Rosa, 1997, p.41).

Nesse sentido, Rosa (1997) nos mostra com clareza o papel do professor mediador, que a cada momento, em cada experiência, toma decisões pedagógicas conscientes: nunca está limitado a corrigir, pois além de informar, ele pode problematizar, questionar, ajudar a construir, descobrindo alternativas pedagógicas em sala de aula baseado em sua experiência. Não existem “fórmulas" nem "receitas" na ação do professor, apenas, o dia-a-adia e o trabalho mostrará o caminho certo, onde o indivíduo é o centro do seu próprio percurso em direção ao conhecimento. Ao abordar a Teoria Construtivista, como referencial útil para a análise, reflexão e atuação na Educação Infantil, não estamos propondo um referencial igualmente útil para todos os âmbitos em que o professor deve mover-se, nem estamos apontando uma fórmula suficiente para obter um ensino de qualidade. Quisemos precisamente esboçar o que ele representa, bem como aquilo que consideramos que deveria caracterizar uma "teoria" útil para os professores, para que tanto as virtualidades quanto às limitações possam ficar evidentes no processo de aprendizagem infantil. Desta forma, evidenciamos o posicionamento de Vygotsky, com relação à instituição escolar no processo ensinoaprendizagem, participante direto do desenvolvimento da criança.

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"... a particular importância da instituição escola nas sociedades letradas: os procedimentos de instrução deliberada que nela ocorrem (e aqui destaca-se a transmissão de conceitos inseridos em sistema de conhecimento articulado pelas diversas disciplinas cientificas) são fundamentais na construção dos processos psicológicos dos indivíduos dessas sociedades" ( Kohl, 1992, p.32).

Com esta afirmação, podemos verificar que a obtenção do êxito no processo ensino-aprendizagem é fundamental na construção dos processos psicológicos dos indivíduos, assim, aparecem algumas inquietações; questioná-se a qualidade de uma “boa escola", uma “educação eficiente", e o desafio de como uma escola pode aproximar-se de cada um e ajudar cada um a progredir. Portanto, para desvendarmos estas inquietações não devemos nos deter apenas no desempenho do professor, mas também, no bem estar que a escola oferece e ao desenvolvimento geral da criança. Como explica Piaget, o desenvolvimento do indivíduo consiste em um processo de equilibração progressiva de suas dimensões sociais, de equilíbrio pessoal e cognitivo. A criança gradativamente vai elaborando novos conhecimentos, pautados na experiência e na interação com o meio físico social. Observa-se, a relação entre o desenvolvimento e a aprendizagem. Para Vygotsky, a aprendizagem da criança se dá desde o seu nascimento e se efetiva mais rapidamente com a aquisição da linguagem a cada aprendizagem efetivada, chama-se desenvolvimento real sério o primeiro nível, enquanto o segundo nível, Vygotsky chamou de desenvolvimento potencial, este concretizado com o auxílio do adulto, mais gradativamente a criança (re) elabora outros a partir do auxílio/ajuda de outrem. Neste contexto, observa-se a importância do adulto/outrem, que se manifesta no papel da escola e no educador. " ...A intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. A importância da intervenção deliberada de um indivíduo sobre outros como forma de promover desenvolvimento articula-se com um postulado básico de Vygotsky: a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento desde o nascimento da criança. A aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que só podem ocorrer quando o indivíduo interage com as outras pessoas..."(Kohl,1992, p.33).

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Observamos, a importância do ambiente educacional infantil direcionado ao desenvolvimento e bem estar da criança interagindo e intervindo no auxílio do processo ensino-aprendizagem, na construção de seus mecanismos sensório-motor, afetivo e cognitivo, utilizando-se dos conceitos espontâneos adquiridos através dos fatores orgânicos inerentes do ser humano da interação com o mundo ao encontro da cultura letrada e do conhecimento. " A concepção construtivista da aprendizagem e do ensino parte do fato óbvio de que a escola torna acessível aos seus alunos, aspectos da cultura que são fundamentais para seu desenvolvimento pessoal, e não só no âmbito cognitivo; a educação é motor para o desenvolvimento, considerando globalmente, e isso também supõe incluir as capacidades de equilíbrio pessoal, de inserção social, de relação interpessoal e motora." (Coll e Solé, 1998, p.19).

Dentro desta perspectiva, vem o reforço de que o ambiente escolar se faz muito importante na aprendizagem, pois, a intensa atividade mental, que se prática na mesma, adquire algumas características peculiares. Embora, muitas vezes as crianças aprendam na escola coisas que não estavam previstas e programadas, devido às necessidades e interesses que vão surgindo. Contudo, é indispensável uma programação prévia do currículo, das atividades e conteúdos, por parte do corpo docente, que são determinados e direcionados pelos órgãos competentes às diversas faixas etárias e níveis de ensino, com base nas leis da Educação Nacional.

Os conteúdos escolares constituem um reflexo e uma seleção daqueles aspectos

da

cultura,

cuja

aprendizagem

considera-se

que

contribuirá

para

o

desenvolvimento dos alunos e sua socialização, na medida que os aproximam da cultura do seu meio social. Apesar disso, não devemos esquecer que a criança constrói gradativamente seu próprio conhecimento tendo sua raiz na experiência – experimentação, aonde cada experiência vai se construindo, associando, re-elaborando em outros conhecimentos.

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" Para Piaget a aprendizagem tem mais chance de ser efetivada quando pautada sobre as necessidades da criança. Primeiro, porque o interesse parte da própria criança, revelando que o seu nível de organização mental está apto a realizar tal aquisição, já que a necessidade traz implícitas as formas ou estruturas cognitivas das quais a criança dispõe. Segundo, porque a aprendizagem passa a ser o meio através do qual a necessidade pode ser satisfeita, a aprendizagem passa a ser necessária." (Palangana,1994, p.73)

Assim, consideramos que na aprendizagem interferem os aspectos sociais, culturais, políticos do contexto e os aspectos afetivos relacionais e, em geral, tudo o que costuma ser incluído nas capacidades de equilíbrio pessoal, pois quando aprendemos, nos envolvemos globalmente na aprendizagem, e o processo e seu resultado também repercutem em nós de maneira global. Por isso, o que se cria no processo ensino-aprendizagem, é algo mais que a possibilidade de construir significados sobre conteúdos concretos. É a possibilidade de construir o dever, a moral, a justiça pessoal nas relações sociais, aspectos essenciais na convivência humana e na interação da criança com o mundo. Wallon, ressalta que a construção do eu é um processo combinado ao inacabado, pois pressentirá sempre dentro de cada um, que conceitua como “fantasma do outro”. É notório que sempre nós estamos refazendo atitudes, posturas e opiniões, diante de determinadas situações da vida e ou de concepções construídas diante do meio, o que pensamos ontem nunca será a concepção que temos hoje. A educação, é o mecanismo pelo qual a criança será trabalhada em seus aspectos físico-psíco-emocional, proporcionando uma reconstrução do eu individual e social através da cooperação e nunca da coação imposta no passado e da falta de consciência, pelo tradicionalismo. O ato de “educar”, deve ser vivido com plenitude, se imortalizando na troca das relações com “o outro”.

" Para Piaget, as relações de coação são contraditórias com o desenvolvimento intelectual das pessoas a elas submetidas. No caso especifico das crianças, ela reforça o egocentrismo, que, entre outras coisas, representa justamente a dificuldade de se colocar no ponto de vista do outro e assim estabelecer, com ele, relações de reciprocidade. Numa relação de coação, a criança está condenada a muito crer e a nada saber, como escrevia Rousseau. No que tange à moral, na coação, há somente respeito unilateral (pelas leis impostas ou pelas autoridades que se revelaram ou se impuseram), além de uma assimilação deformante das

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razoes de ser das diversas regras (realismo moral). Em uma palavra, da coação deriva-se a heteronomia moral. As relações de cooperação (co-operação, como às vezes escreveu Piaget para sublinhar a etimologia do termo) são simétricas; portanto regidas pela reciprocidade. São relações constituintes, que pedem, pois, mútuos acordos entre os participantes, uma vez que as regras não são dadas de antemão. Somente com a cooperação, o desenvolvimento intelectual e moral pode ocorrer, pois ele exige que os sujeitos se descentram para poder compreender o ponto de vista alheio. No que tange à moral, da cooperação derivam o respeito mútuo e a autonomia." (Yves,1992, p.59).

Com esta citação, dissertar sobre a coação, seria no mínimo redundante, e reforçar os resultados desastrosos que todos nós educadores conhecemos e vivenciamos com Escola Tradicional. Em contra-partida, percebe-se, a importância das relações escolares, vividas com respeito ao outro e cooperação entre todos. Neste espaço é importante ressaltar que o professor precisará sempre aprender em relação ao seu aluno e em relação a si mesmo. Ninguém sabe tudo, é preciso não se esquecer disso. Tanto o professor quanto o aluno possuem um modelo de aprendizagem e é preciso conhecê-lo. Logo, o movimento de conhecer e produzir precisam ser um desafio para melhor conhecer-se e ajudar ao outro, sem culpa ou onipotência, mas com a responsabilidade do espírito de cooperação e troca. " ... a concepção construtivista assume todo um conjunto de postulados em torno da consideração do ensino como um processo conjunto, compartilhado, no qual o aluno, graças à ajuda que recebe do professor, pode mostrar-se progressivamente competente e autônomo na resolução de tarefas, na utilização de conceitos, na prática de determinadas atitudes e em numerosas questões. É uma ajuda porque é o aluno que realiza a construção; mas é imprescindível, porque essa ajuda, que varia em qualidade e quantidade, que é continuada e transitória e que se traduz em coisas muito diversas..." (Solé e Cool, 1998, p.22/23).

Neste contexto, na busca de uma “Escola” melhor, é importante levar os alunos a compreender o significado do que estudam, relacionando seu conteúdo com conhecimentos prévios, com as experiências pessoais, a avaliar o que vai sendo realizado e a perseverar até conseguir um grau elevado de compreensão. Naturalmente, se um aluno não conhece o propósito das tarefas escolares e não pode relacionar esse propósito à compreensão daquilo

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que implica a tarefa e as suas próprias necessidades, muito dificilmente poderá realizar aquilo que o estudo envolve em profundidade.

" O espaço da escola é o território privilegiado à transmissão do conhecimento, definindo-se através das funções que necessariamente são fixas e incorporadas pelos atores - professores e alunos. Lembramos, contudo, que, dependendo do papel cumprido pelo professor, redefinir-seá ou não o lugar que cada um deve ou deverá ocupar no laço social com o saber." (Keil e Monteiro, 1992, p.183).

Partindo da constatação de Keil e Monteiro (1992) sobre o ambiente escolar, chama-se atenção para a criança de zero a seis anos, pois o adulto de amanhã será formado hoje, principalmente na escola que se refere à educação infantil. (O Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil, v.1, 1998, p.21) explícita que devemos considerar que: " A criança como todo ser humano é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio."

Percebe-se que o RCNEI atentou para a importância da criança no contexto social e cultural e sua maneira particular de vivenciar o estar no mundo e com o mundo. Portanto faz-se de grande importância o espaço educacional direcionado à educação infantil, e todos os envolvidos no processo pedagógico, onde: " Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança e o acesso pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural." (RCNEI, 1998, p.23).

Nesse sentido, o referencial curricular infantil, apresenta um conceito claro em defesa à Teoria Construtivista e na construção do conhecimento, utilizando-se de toda a bagagem social, cultural e cognitiva da criança em função da aprendizagem, usando mecanismo que a mesma, está acostumada a vivenciar e utiliza no seu dia-a-dia,

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respeitando e valorizando sentimentos. O sentido da educação infantil é oportunizar condições à criança de ter uma aprendizagem significativa que possibilite seu ingresso no universo social de forma crítica e participativa. Na concepção construtivista, aprendemos quando somos capazes de elaborar uma representação pessoal sobre um objeto da realidade ou conteúdo que pretendemos aprender. Essa elaboração implica aproximar-se de tal objeto ou conteúdo com a finalidade de apreendê-lo ; não se trata de uma aproximação vazia, a partir do nada, mas a partir das experiências, interesses e conhecimentos prévios que, presumidamente possam dar conta da novidade. Assim, para que no ambiente escolar ocorra uma aprendizagem com sucesso, é preciso que o professor considere na organização do trabalho educativo, o perfil social, físico, cognitivo e emocional de seus alunos, objetivando uma relação de troca e confiança, onde se realizará um trabalho sério e comprometido com a liberdade de expressão.

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" Para que as aprendizagens infantis ocorram, é preciso que o professor considere, na organização do trabalho educativo: A interação com crianças da mesma idade e de idades diferentes em situações diversas como fator de promoção da aprendizagem e do desenvolvimento e da capacidade de relacionar-se; Os conhecimentos prévios de qualquer natureza, que as crianças já possuem sobre o assunto, já que elas aprendem por meio de uma construção interna ao relacionar suas idéias com as novas informações de que dispõem e com as interações que estabelece; A individualidade e a diversidade; O grau de desafio que as atividades apresentam e o fato de que devem ser significativas de maneira integrada para as crianças e o mais próximas possíveis das práticas sociais reais; A resolução de problemas como forma de aprendizagem." (RCNEI, 1998, v.1, p.30).

Como define, o Referencial Curricular de Educação Infantil, para que no ambiente escolar ocorra aprendizagem com sucesso é preciso que o professor considere na organização do trabalho educativo o conhecimento da criança que irá trabalhar, mediante um prévio-sondagem, diante de cada criança que compõe sua turma para que o mesmo possa fazer um perfil sócio-físico cognitivo e emocional de seus alunos e a partir das

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informações colhidas poderá realizar um trabalho educativo sério e comprometidas com a liberdade de expressão. Logo, educar na Educação Infantil, é dar a criança condições de ter uma aprendizagem significativa que possibilite seu ingresso no universo social de forma crítica e participativa. Respeitando o indivíduo e seus limites, que vive em constante processo de nascimento, um “ser” singular, na busca de um desenvolvimento harmonioso. Construindo, inventando, sempre dentro das necessidades e do campo de possibilidades. " ... os critérios proporcionados pela concepção construtivista podem e devem orientar também o apoio que as autoridades educativas dão à escola, apoio na organização, na formação, na assessoria... Só abordando de forma integrada a ação educativa ela poderá responder às múltiplas expectativas que nela se depositam." (Solé e Cool, 1998, p.27).

É verdade que a concepção construtivista não pode atender a tudo que diz respeito à escola e o trabalho de seus colaboradores. Estando sua função e utilidade, diretamente relacionada a questões questionadoras da educação e porque se faz explicar, servindo de base teórica para conduta e postura do professor. Assim, devemos usar como base à concepção construtivista e outras que facilitem e favoreçam a tarefa educativa. Temos consciência que a educação infantil é muito complexa. Contudo, cabe a nós educadores atuarmos com comprometimento, falando no momento oportuno e calando para poder ouvir, na luta por melhores condições de trabalho, sem acomodação e em constante reflexão.

SALA DE AULA

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4-

ANÁLISE

CRÍTICA

SOBRE

O

REFERENCIAL

CURRICULAR NACIONAL E A LEI DA DIRETRIZES E BASES NACIONAL PARA EDUCAÇÃO INFANTIL

Percebemos, que a idoneidade do nosso trabalho depende de uma análise crítica do Referencial Curricular Nacional e da Lei de Diretrizes e Bases Nacional para Educação Infantil, pois, até aqui só havíamos nos referido ao RCNEI, como forma de reforço às nossas afirmações. Faremos também referências sobre o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, ao MEC – Ministério da Educação e Desporto, com sua Coordenação Geral de Educação Infantil (Coedi) e as IEI – Instituições de Educação Infantil. Procuramos uma análise, que situe o leitor da real condição nacional da Educação Infantil, sem idealizar com distorções de interpretações, nem tampouco, radicalizar com uma visão fatalista, apenas, apontando os erros e acertos, propiciando assim, a reflexão e a ação na busca de mudanças e melhorias. Em 1990, foi aprovada a lei 8.069/90 – O ECA, ao regulamentar o art.227 da Constituição Federal, insere as crianças no mundo dos Direitos Humanos, reconhecendo-as como pessoas em condições peculiares de desenvolvimento, não as considerando como adultos e garantindo-lhes seus direitos. Tornando a criança um cidadão, com direito ao afeto, direito de brincar, direito de querer, direito de não querer, direito de conhecer, direito de sonhar e de opinar. " Com a Constituição Federal de 1988 e o ECA, o Brasil adere formalmente à concepção da criança como sujeito de direitos, detentor de potencialidades a serem desenvolvidas, em sintonia com as normativas internacionais: Declaração Universal dos Direitos da Criança (Unicef, 1959) e Convenção sobre os Direitos da Criança." (ONU/Unicef, 1989) (Leite Filho,2001, p.31).

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Depois, deste grande passo em relação aos direitos da criança, em 1994, o MEC, através da Coedi, assume o compromisso de propor a formulação de uma Política Nacional de Educação Infantil, com a publicação de uma série de documentos de especial significação para Educação Infantil. Documentos escritos de forma objetiva e clara, tendo como leitor o professor de creches e pré-escolas. Assim, registra-se uma grande conquista para Educação Infantil com uma proposta pedagógica coerente.

" Os conhecidos cadernos da Coedi – com carinhas de crianças – são: “Subsídios para a elaboração de diretrizes e normas para a educação infantil” (1998); “Propostas pedagógicas e currículo para educação infantil: um diagnostico e a construção de uma metodologia de analise” (1996); “Critérios para um atendimento em creches e pré-escolas que respeitem os direitos fundamentais da criança” (1995); “Educação Infantil no Brasil: situação atual” (1994); “Por uma política de formação do profissional de educação infantil” (1994); “Política de educação infantil (Proposta)” (1993) e “Política Nacional de Educação Infantil” (1994) (Leite Filho,2001, p.32).

Em 20 de dezembro de 1996 é aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/96), a LDB, e com ela três artigos especiais para a Educação Infantil. Resultado da crescente mobilização da sociedade civil e dos movimentos em favor da criança (Constituição (1988), ECA (1990) e a Política Nacional de Educação Infantil (1994)). Porém, infelizmente, pode-se dizer que a questão legislativa aprovada em 1996, é muitas vezes ilustrativa no que se refere à Educação Infantil, partindo do ponto princípio que a Lei deixa claro que a Educação Infantil faz parte da Educação Básica, assim, limita e não esclarece seu real papel no sistema educacional.

" Art.29 A educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade." (Carneiro,1998, p.95).

Outro ponto, que nos parece importante salientar da Lei, é a

afirmação

que a Educação para a criança de zero a seis anos é um dever do Estado que se efetiva

30

mediante atendimento em creches e pré-escolas, não é obrigatória, o que significa que não há responsabilidade do Estado em promover vagas. Observa-se, o antagonismo existente na escrita da Lei, que isenta o Estado de um direito elementar da criança, o que, favorece o descaso e a negligencia da sociedade para com a Educação Infantil. Percebemos, uma omissão e uma “economia” da Lei, que determina o atendimento estatal gratuito. Porém, e a Emenda 14 à Constituição Federal definiu a responsabilidade do município em relação às creches. Logo, os recursos para a Educação Infantil são significativamente oriundos das contribuições sociais que, como é sabido, são calculadas com base na folha de pagamento das empresas. Por isso, não mantém o mesmo patamar. E assim, vê-se mais uma vez o descaso e a falta de amparo que sofre o segmento. Com relação, a formação do profissional, somente o perfil dos professores, aparece como alvo de atenção do Ministério – de Educação Infantil, com formação comum em nível médio ou universitário. Fica claro que está ocorrendo nesse momento uma contradição entre o que o MEC, acordou em documentos anteriores e o que está em vias de definição como modelo para a consolidação de um perfil profissional pelo viés da escolarização.

" Art.62 . A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em cursos de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras series do ensino fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade normal." (Leite Filho,2001, p.39).

A Lei diz que o professor após a década de estudo deverá portar um diploma universitário. Nota-se que a Lei cita apenas o professor. Contudo, até o momento não houve nenhuma manifestação do MEC e mesmo das Secretarias de Educação no sentido de alocar recursos para a formação de profissionais para o setor. Com base no referencial teórico e no RCNEI, percebemos um grande retrocesso dos avanços já alcançados. Publicado em 1998, pelo MEC- Ministério da Educação e Desporto. Composto por três volumes, e 234 páginas em sua primeira versão, foi revisto e reduzido para 160 páginas, com ajuda de pareceres de profissionais ligados a

31

Educação Infantil. Também percebidas mudanças em alguns tópicos e alterações nos nomes dos âmbitos de experiências. Em relação aos denominados componentes curriculares, houve alterações no sumário. O RCNEI, não tem valor legal, constitui-se apenas num conjunto de sugestões para professores de creches e pré-escolas. Não devendo ser usado como receita e sim, sugestões que podem servir de subsídios para o trabalho docente em educação infantil. O desafio é tornar o RCNEI real, junto aos profissionais da área e a própria produção do conhecimento. Contudo, não abordou questões como as condições do ambiente, a razão, adulto/criança, a adequação do espaço físico, a formação de vínculos do educador e a rotatividade do profissional da creche ocasionada em grande parte por sua baixa remuneração e a própria formação. Outro ponto importante, é que o Referencial não contempla a questão das diversas camadas sociais. Com propostas importantes para as classes altas, porém, não considera a realidade nas camadas populares. O que cria brechas na aplicação da Educação, com relação aos direitos da criança em ser vista de forma, imparcial e sem rótulos e preconceitos. A linguagem do Referencial, também apresenta uma falta de clareza em seu destino, se direcionada aos técnicos e especialistas da área, é truncada e não faz avançar a produção do conhecimento. Se destinada aos educadores desconhece a realidade da formação precária encontrada em grande parte dos profissionais diretamente envolvidos com as crianças. O RCNEI, é cheio de lacunas e cabe a nós pesquisadores e envolvidos com a educação de crianças de zero a seis anos lutar para que a especificidade da educação infantil seja garantida. A ausência de debate acadêmico causa uma proliferação dos modismos e frases feitas. Portanto, a modificação ocorrida no Referencial a partir dos pareceres, ainda não se fez em uma versão definitiva, fazendo-se necessário uma discussão da organização curricular para as instituições de educação da criança pequena. O recorte institucional situa-se na sua destinação social entre assistência e educação. O que diferencia as instituições são o público e a faixa etária atendida. A

32

vinculação de creches e pré-escolas ao nosso sistema educacional representa uma conquista. Contudo, infelizmente boa parte da população brasileira não tem acesso. Isso significa dizer que a criança pequena e suas necessidades devem ser priorizadas, conhecendo e compreendendo que para ela conhecer o mundo envolve o afeto, o prazer e o desprazer, a fantasia, o brincar e o movimento, a poesia, as ciências, as artes plásticas e dramáticas, a linguagem, a música e a matemática. Que para ela, a brincadeira é uma forma de linguagem, assim como a linguagem é uma forma de brincadeira. E tudo, independe de sua camada social ou de seu poder aquisitivo. Em 17 de dezembro de 1998, a conselheira do Conselho Nacional de Educação (CNE, Câmara de Educação Básica), professora Regina Alcântara de Assis, relata e aprova o parecer 022/98 sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, constituindo-se numa doutrina sobre Princípios, Fundamentos e Procedimentos da Educação Básica, definidos pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, que orientará as instituições de educação infantil – (IEI) dos Sistemas Brasileiros de Ensino, na organização, articulação, desenvolvimento e avaliação de suas propostas pedagógicas (Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil). Representa uma importante contribuição para o trabalho de educadores da Educação Infantil. Este parecer, infelizmente faz alusão a uma política que ainda não está definida, quando afirma, uma integração do estado e da sociedade civil, participante das famílias no cuidado e educação de seus filhos entre zero e seis anos, o mesmo não representa uma medida “mandatória”, ficando a critério das equipes pedagógicas a decisão de adotar as Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil na íntegra ou associa-la a outras propostas.

"Como é sabido, existe uma grande defasagem entre o que é postulado na legislação e o que efetivamente acontece na relações entre os indivíduos na sociedade. Como diz Saviani (2000, p.7) “... o Estado brasileiro não se revelou, ainda, capaz de democratizar o ensino, estando distante da organização de uma educação pública democrática de âmbito nacional.” (Leite Filho, 2001, p.46)

Assim, observa-se que o direito da criança em ser um cidadão e ter acesso a educação infantil está garantido. O que não assegura, que a realidade das crianças brasileiras tenha mudado, nem mesmo que as creches e pré-escolas tenham modificado sua

33

postura e seus trabalhos pedagógicos, seguindo os regimentos legais e constitucionais que regem o país.

5- AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Nos últimos anos, as questões referentes à avaliação passaram a ter um crescente papel nas análises, reflexões e debates pedagógicos. São muitas as razões e maneiras que podem explicar esse papel, assim como o caráter apaixonado, o tom categórico e mesmo até as dificuldades que às vezes parecem atingir os debates e propostas que, sobre os mais variados e diversos aspectos da avaliação, são produzidos e formulados nos foros profissionais. Poucas situações ou mesmo tarefas colocam tantas dúvidas e podem chegar a criar tantas contradições para nós professores, independentemente dos níveis educacionais em que estejamos atuando, como as relacionadas à avaliação e às atuações ou decisões associadas a ela. O discurso pedagógico atualmente nos oferece uma série de reflexões e propostas sobre avaliação. Expressões e conceitos como os de avaliação formativa e avaliação somatória, passaram a fazer parte de nossa abordagem profissional. Logo, sabemos que há diferentes tipos de avaliação e de que ela pode e deve desempenhar funções diferentes. Assumimos que não basta só avaliar nossos alunos e suas aprendizagens, mas que também é necessário avaliarmos o nosso desempenho profissional. A integração entre o processo de ensino e o de avaliação exige a utilização de formas de ensino totalmente abertas, nas quais as próprias atividades, a organização grupal e as relações entre professor e aluno permitam um conhecimento constante do grau de aproveitamento do trabalho realizado. Assim, o conhecimento da forma como se aprende – concretizando, na concepção construtivista da aprendizagem, implica que todo processo de avaliação seja composto por fases diferentes. Entendemos, que a aprendizagem é o resultado do esforço inteligente de ver e conhecer o mundo, onde, o indivíduo interage com os outros, levantando hipóteses, reelaborando e construindo seus próprios conceitos, onde o sujeito passa a ser o autor de

34

sua própria aprendizagem. E o professor assume o papel de mediador ou orientador, de facilitador da aprendizagem. Nesta linha, a concepção construtivista, busca a construção da avaliação, onde, o desejo do professor e o desejo do aluno devem estar em sinergia, criando o mesmo enredo. Nesta interação, facilitada pelo diálogo, que se sustenta no respeito e na troca de idéias, elucidando e permitindo ao professor a compreensão sobre o nível de assimilação e reconstrução do conhecimento que a criança apresenta. Lançando mão, de todos esses embasamentos construtivistas e

a

legislação nacional, que rege a educação infantil, encontramos os parâmetros necessários à execução de uma justa, refletida e consciente avaliação, no que tange o processo ensinoaprendizagem.

" Art. 30 Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental." (Carneiro,1998, p.97).

Desta, forma fica claro que a avaliação da criança pequena, deve ser feita através do acompanhamento do desenvolvimento e do processo de observação, com respectivo registro e não o de promoção de nível escolar. Com base, nesta Lei da nova LDB, percebemos que todos os conceitos e referências construtivistas, vêm de encontro, reforçando os anseios e posturas de educadores comprometidos com uma ação pedagógica, que: Orienta a criança, deixando-se dirigir por ela; deixa o raciocínio avançar à sua maneira; dá incentivo à continuidade da experiência; usa o diálogo como forma de interrogar e diagnosticar; deixa a interação social desenvolver a escala de valores, a reciprocidade de sentimentos e a autonomia da consciência.

6 – O BRINQUEDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL À medida que as estruturas cognitivas vão sendo construídas, assumem mobilidade e complexidade cada vez maiores, os sentimentos interindividuais e a

35

afetividade interior se desenvolvem e se organizam de maneira cada vez mais estável, a partir das relações da criança com adultos e outras crianças.

“O brinquedo tem um significado próprio, criado pelas crianças. Crianças e brinquedos possuem uma estreita identidade. O brincar é possível a partir do poder de construir...”(Scocco, 1997,p. 17)

Assim, torna-se importante que a criança tenha, desde cedo, muitas oportunidades de agir sobre o seu meio, de experimentar, repetir ações, consolidando seus esquemas recém-construídos, tornando-os mais facilmente aplicáveis e aumentando a probabilidade de êxito no contexto educacional. Os resultados das experiências realizada pela criança sobre seu meio físico e social, propiciam a construção dos esquemas motores, ajudam na obtenção da autoconfiança (quando realiza com êxito alguma tarefa), do respeito, da socialização e da auto-estima, que servem como estímulos na construção do conhecimento. É importante frisar, que o ambiente se mostra como recurso facilitador na construção de vínculos entre as pessoas e o tipo de relações estabelecidas entre os pares e com os adultos, a oportunidade da troca, da comunhão de idéias de experiências e da socialização, preparam o indivíduo para o mundo globalizado e interativo. Desta forma, resgatamos o brincar prazeroso inerente ao indivíduo, onde, a alegria se faz presente. Com auxílio do brinquedo, concreto e materializado (carrinho, bola, boneca, aviãozinho, casinha, etc.), manipulado e transformado pela criança, e através, das representações do brincar com o brinquedo, a criança se integra ao mundo de maneira equilibrada, crítica, participativa e consciente. Assim, no brincar, o pensar, o compartilhar, o conhecer, o significar, o saber, o aprender, são ingredientes indispensáveis para construção do conhecimento pleno, onde, as fantasias externas e internas do mundo infantil são compartilhadas e socializadas com o “outro” e com o meio. Fazem parte do brincar, todas as formas de expressão, que deixam a criança livre para se comunicar e interagir com o grupo e com o meio criando e recriando a vida. Em sua materialização externa e interna, a criança pequena também faz uso do desenho, ela necessita deste recurso para representar símbolos que, além, de

36

desenvolver o lado sensório-motor, serve de comunicação com o mundo e com o “outro”. O desenho para a criança é um tipo de linguagem, que expressa em suas formas, traçados, cores e

linhas,

uma história, um sentimento, uma idéia, uma emoção, enfim, uma

identidade capaz de desvendar fatores individuais, registrados como meio de expressão do indivíduo.

“...Numa visão pós-moderna, poderíamos dizer que dar condição à criança de desenhar livremente, contribui para ampliar a sua forma de raciocinar e criar, pois ela estará exercitando a arte de conjugar imaginação e lógica, emoção e memória.”(Oliveira,1998, p.22).

Os jogos, representam outra maneira de brincar e socializar, com o objetivo de transmitir às crianças confiança em si mesmas, e ao mesmo tempo conhecer suas habilidades e limitações. Ajudam, a despertar no indivíduo, o respeito ao próximo e os sentimentos de solidariedade, a integração com os outros e com o meio. Para o êxito do mesmo, educador deve conversar sobre o objetivo, as regras, comparar jogadas, justificar, como forma de potencializar os efeitos do jogo de regras no desenvolvimento do pensamento. Ao conhecer e aceitar as regras a criança percebe limites e busca formas de posicionamento que facilitem seu desempenho.

“... os alunos têm a oportunidade de refletir sobre

a experiência e

elaborá-la, num processo simultaneamente pessoal e social. ...através das regras explicitas e implícitas da utilização do material, da experimentação, da observação, da demonstração, a criança ultrapassa o nível do

desenvolvimento espontâneo de

estruturas cognitivas

elementares – ações e percepções -, para desenvolver estruturas mentais superiores, qual sejam, abstrações, relações, análises e sínteses, inferências, generalizações, que emergem num processo socialmente mediado.”(Golbert,1999, p.44).

37

Outras atividades realizadas, através dos jogos, são os incentivos manuais, musicais, adivinhações, exercício de motricidade, dramatizações e outros, que favorecem o desenvolvimento da criança e a construção do conhecimento em diversas áreas, como a matemática. Através, das breves explanações sobre, o brinquedo, o desenho os jogos e suas diversas representações, foi possível entender a importância dos mesmos para o desenvolvimento cognitivo, psíquico e motor da criança, onde, seu uso e interferência favorecem a integração do indivíduo com o mundo social. O ato de brincar representa uma habilidade nata, ou seja, uma forma de expressão inerente do ser humano. Logo, fica claro a importância de sua utilização na educação infantil como forma de construção do conhecimento, objetivando valorizar o indivíduo, respeitar seus limites, fazendo dele o centro do processo ensino-aprendizado. A educação infantil construtivista, visa através do brinquedo, socializar o indivíduo e levar à criança a construção do conhecimento e ao controle de seu próprio corpo, descobrindo suas habilidades de maneira distinta e em situações lúdicas da vida cotidiana, lançando mão de instrumentos que a mesma conhece e que lhe são familiares, assim, levando-a a sentir-se à vontade, para se expressar e se comunicar, criar e recriar, fazer e desfazer .O brincar abre novas possibilidades de crescimento individual e social, no ingresso ao mundo letrado e seus segmentos. Onde, o papel do professor é o de intermediar e valorizar essas ações, criando meios de facilitar e de proporcionar momentos de prazer e alegria, que despertam na criança a segurança, o respeito e a cumplicidade para com o mesmo, facilitando a troca de experiências, o desenvolvimento dos sentidos e a construção do conhecimento.

38

Sala de Brinquedo

39

7- METODOLOGIA 1- Participantes: 12 profissionais ligadas à Educação Infantil, atuantes em escolas construtivistas, sendo uma particular e 3 (três) públicas, faixa etária, escolaridade, tempo de atuação.

2- Local: A pesquisa

desenvolveu-se nas dependências das escolas pesquisadas que

utilizam a Teoria Construtivista na educação infantil.

3- Instrumentos / técnicas - Foram

utilizados como instrumentos e técnicas:

Questionários com quesitos abertos aplicados às professoras e técnicas.

4- Procedimentos: 1º Passo: As pesquisadoras solicitaram ofícios à Coordenação do Curso de Pedagogia a serem encaminhados às escolas. 2º Passo: De posse dos ofícios, as pesquisadoras

dirigiram-se às escolas onde a

pesquisa foi realizada. 3º Passo: As pesquisadoras apresentaram o Projeto à Direção DAs escolas informandolhes sobre seus objetivos e solicitando permissão para a realização do trabalho. 4º Passo: Obtido o consentimento, as pesquisadoras agendaram data, horário e local para aplicação dos questionários com os profissionais que se dispuseram a participar espontaneamente da pesquisa. 5º passo: No dia, horário e local

combinados, as pesquisadoras aplicaram os

questionários garantindo aos informantes o tratamento ético das informações apresentadas. 6º Passo: Em dia, local e horário

combinados as pesquisadoras realizaram os

questionários com a Coordenação Pedagógica das escolas pesquisadas.

40

8- RESULTADOS 8.1- EQUIPE TÉCNICA:

Com respeito a idade, as entrevistadas variam entre 29 a 54 anos, sendo que uma pertence à faixa etária dos 20, três dos 30 e uma dos 50. (Ver tabela 01). TABELA Nº 01: IDADE DOS PARTICIPANTES

IDADE

PARTICIPANTES

%

29

01

20

35 a 39

03

60

54

01

20

TOTAL

05

100

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

Com respeito à formação acadêmica, todas possuem curso superior. (Ver tabela nº 02).

TABELA Nº 02: REFERENTE À FORMAÇÃO ACADÊMICA

CURSO

PARTICIPANTES

%

Superior Completo

05

100

TOTAL

05

100

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

41

Com respeito ao Curso de Pós-Graduação, verificou que 04 das entrevistadas possuem o Curso.. (Ver tabela 03).

TABELA Nº 03: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PÓS-GRADUAÇÃO

PARTICIPANTES

%

Gestão Escolar

01

25

Psicopedagogia

03

75

TOTAL

04

100

FONTE: Educadoras de Ed. Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

Com respeito ao tempo de atuação na área, observamos que a maioria exerce a profissão a mais de 10 anos. (Ver tabela nº 04)

TABELA Nº 04: TEMPO DE ATUAÇÃO NA ÁREA

TEMPO DE ATUAÇÃO

PARTICIPANTES

%

08

01

20

16 a 22

03

60

34

01

20

TOTAL

05

100

FONTE: Educadoras de Ed. Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

42

Com respeito a área de atuação, observamos que a maioria atua como Coordenado pedagógica. (Ver tabela nº 05).

TABELA Nº 05: ÁREA DE ATUAÇÃO

ÁREA DE ATUAÇÃO

PARTICIPANTES

%

Coordenadora Pedagógica

03

60

Psicopedagoga da Ed. Infantil

01

20

Diretora Pedagógica

01

20

TOTAL

05

100

FONTE: Educadoras de Ed. Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

Com respeito à questão nº 01: “ Na sua opinião, qual a importância da educação escolar na vida da criança pequena?”. Verificou-se que das 05 pessoas pesquisadas, todas responderam a questão As respostas foram organizadas em categorias, de acordo com o critério de semelhanças de respostas abaixo relacionadas (ver tabela nº 06). Adotou-se o mesmo critério em todas as questões.

Resposta tipo A: Relaciona a importância da educação escolar na vida da criança pequena a socialização e ao desenvolvimento intelectual e global. Ex: “No momento que se propõe para uma criança a vida escolar, observamos uma das primeiras mudanças em sua vida. Ela terá oportunidades de socializar-se e perceber a presença do outro, além da escola contribuir para seu desenvolvimento cognitivo e motor”.

Resposta tipo B: Resposta vaga, confusa: “A importância depende da educação que o educador trabalhar”.

43

TABELA Nº 06: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NA VIDA DA CRIANÇA PEQUENA. TIPOS DE RESPOSTAS

Nº DE RESPOSTAS

%

TIPO A

04

80

TIPO B

01

20

TOTAL

05

100,0

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

Com respeito à questão nº 02: “ Como você avalia a Educação Infantil atualmente na cidade de Belém?” observou-se que todas as pesquisadas responderam a pergunta. Adotou-se o mesmo critério em todas as questões . (Ver tabela nº 7).

Resposta tipo A: A educação vista a nível teórico, está tomando outra dimensão, porém, na prática há distorções. Ex: “A Educação Infantil, atualmente, na cidade de Belém, está tendo uma outra dimensão, vista a nível teórico o próprio embasamento legal da nova LDB 9394/96. Contudo, na prática ocorrem ainda as distorções espontaneístas.”

Resposta tipo B: A educação está andando em passos lentos. Ex: “São poucas as iniciativas, os projetos, as propostas educativas que se voltam à criança de 0 a 6 anos. Algumas instituições particulares têm procurado modificar suas ações didáticas, todavia continuam a atender a parcela privilegiada da sociedade. Falta investimento nos recursos humanos e na capacitação técnica desses profissionais.”

Resposta tipo C: Não tem dados para responder esta pergunta. Ex: “ A avaliação a nível de Belém não tenho dados para responder esta pergunta.”

44

TABELA Nº 07: AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA CIDADE DE BELÉM.

TIPOS DE RESPOSTAS

Nº DE RESPOSTAS

%

TIPO A

01

20

TIPO B

02

40

TIPO C

02

40

TOTAL

05

100

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

Com respeito à questão nº 03: “ Para você o que é Construtivismo e em quais autores sua escola se fundamenta para desenvolver sua proposta pedagógica? Observamos que 06 das pessoas pesquisadas não conseguiram responder de forma clara a pergunta.As entrevistadas citaram vários autores construtivistas nos quais fundamentam sua prática pedagógica, porém, verificou-se que os mais citados foram: Jean Piaget; Vigotsky, Emília Ferreiro, Freinet, Paulo Freire, Esther Grossi, César Coll e Madalena Freire. Adotou-se o mesmo critério em todas as questões. (Ver tabela nº 08).

Resposta tipo A: Define o Construtivismo como uma abordagem teórica da educação que considera o indivíduo ativo em seu próprio processo de construção do conhecimento. Ex: “ É a linha teórico - prática que oportuniza o educando a construir seu próprio processo de aprendizagem, respeitando suas individualidades sociais e culturais.”

Resposta tipo B: Define o Construtivismo como um referencial teórico, onde o que importa é o indivíduo. EX: “ É um referencial teórico, uma reflexão para embasar a ação, o que importa no Construtivismo é a pessoa, uma pessoa, que é contextual (história de vida e pessoal), que sente e pensa.”

Resposta tipo C: Respostas vaga, confusa: Ex: “ Construtivismo é todo esse conhecimento que os teóricos como: Piaget, Vygotsky, Emília Ferreiro, etc. nós deixaram para que possamos respaldar a nossa prática como educadores.”

45

TABELA Nº 08: DEFINIÇÃO DE CONSTRUTIVISMO

TIPO DE RESPOSTAS

Nº DE RESPOSTAS

%

TIPO A

03

60

TIPO B

01

20

TIPO C

01

20

TOTAL

05

100

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

Com respeito à questão nº 04: “ Para você, qual a maior contribuição que o Construtivismo traz para a Educação Infantil? Observamos que das 05 pessoas pesquisadas, todas responderam à questão, porém, 01 deu resposta evasiva. Adotou-se o mesmo critério em todas as questões. (Ver tabela nº 09).

Resposta tipo A: Relaciona a contribuição a um novo olhar sobre criança. Ex: “ O Construtivismo realizou uma verdadeira revolução no que se refere ao ensino da leitura e da escrita. Graças aos estudos realizados pelo Construtivismo, o problema da alfabetização deixou de ser estudado apenas do ponto de vista do adulto e passou a ser levado em consideração ao posicionamento da criança.”

Resposta tipo B: Relaciona a contribuição à construção do conhecimento, através das relações interpessoais. Ex: “ Exatamente a possibilidade que a construção, o encontro com o outro, os espaços interativos grupais é que desencadeiam a aprendizagem significativa.”

Resposta tipo C: Relaciona a contribuição ao resgate, valorização e respeito por todo o conhecimento prévio do aluno. EX: “ Acredito que o Construtivismo veio contribuir para o resgate, a valorização e respeito, daquilo que o educando traz como “material” para a construção de si como dinâmica e dialógica.”

46

Resposta tipo D: Resposta evasiva: EX: “ Não existe a maior contribuição, pois, cada teoria contribui para uma parcela de conhecimento para que possamos realizar uma práxis que atenda às necessidades desse período pós-moderno.”

TABELA Nº 09: CONTRIBUIÇÃO DO CONSTRUTIVISMO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

TIPO DE RESPOSTAS

Nº DE RESPOSTAS

%

TIPO A

01

20

TIPO B

02

40

TIPO C

01

20

TIPO D

01

20

TOTAL

05

100,0

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

Com respeito à questão nº 05: “ Você acredita que o Construtivismo, enquanto uma proposta pedagógica atende as necessidades da criança?”. A pergunta foi realizada com 05 pessoas. Adotou-se o mesmo critério em todas as questões. (Ver tabela nº 10).

Resposta tipo A: Atende, desde que os profissionais não façam interpretações errôneas a respeito do Construtivismo. Ex: “Sim, as crianças têm necessidade de falar, criar, brincar, ampliar suas informações, ter respostas as suas perguntas e curiosidades. O Construtivismo dá essa garantia, desde que os profissionais consigam desenvolver essa teoria.”

Resposta tipo B: Veio contribuir, mas não se deve fechá-la como determinante. Ex: “ Acredito que veio contribuir e fomentar um olhar diferente para as necessidades da criança.

Mas, que não se deve e nem pode fechá-la

“transformadora” da Educação Infantil.

determinante, como a

47

TABELA N º 10: O CONSTRUTIVISMO ATENDE AS NECESSIDADES DA CRIANÇA.

TIPOS DE RESPOSTAS

Nº DE RESPOSTAS

%

TIPO A

03

60

TIPO B

02

40

TOTAL

05

100

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

Com respeito a questão nº 06 : “ Você acredita que o Construtivismo representa um avanço para a Educação Infantil?”. Observou-se que das 5 pessoas pesquisadas todas responderam à questão. Adotou-se o mesmo critério de em todas as questões. (Ver tabela nº 11).

Resposta tipo A: Afirma que o Construtivismo representa um avanço para a Educação Infantil. Ex: “ Sim, a Teoria Construtivista se afirma cada vez mais ao nosso ensino pela consistência e pela eficácia dos seus resultados na aprendizagem.”

TABELA Nº 11: O AVANÇO DO CONSTRUTIVISMO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

TIPO DE RESPOSTA

Nº DE RESPOSTA

%

TIPO A

05

100

TOTAL

05

100

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

48

8.2- PROFESSORAS:

Com respeito à

idade, variam entre 25 a 49 anos, sendo que duas

pertence à faixa etária dos 20, três à dos 30 e duas à dos 40. (Ver tabela 01). TABELA Nº 01: IDADE DOS PARTICIPANTES

IDADE

PARTICIPANTES

%

25 a 29

02

28,57

30 a 39

03

42,86

40 a 49

02

28,57

TOTAL

07

100,0

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

Com respeito à formação acadêmica, apenas duas professora possuem curso superior. (Ver tabela nº 02).

TABELA Nº 02: REFERENTE À FORMAÇÃO ACADÊMICA

CURSO

PARTICIPANTES

%

Magistério Completo

02

28,57

Superior Incompleto

03

42,86

Superior Completo

02

28,57

TOTAL

07

100,0

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

49

Com respeito ao Curso de Pós-Graduação, verificou que DAs sete entrevistadas, apenas uma possui curso de Pós-Graduação. (Ver tabela 03).

TABELA Nº 03: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PÓS-GRADUAÇÃO

PARTICIPANTES

%

Alfabetização Infantil

01

14,28

TOTAL

01

14,28

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

Com respeito ao tempo de atuação na área, observamos que a maioria exerce a profissão há mais de 05 anos. (Ver tabela nº 04)

TABELA Nº 04: TEMPO DE ATUAÇÃO NA ÁREA

TEMPO DE ATUAÇÃO

PARTICIPANTES

%

5 a10

04

57,14

12 a 15

02

28,58

20 a 22

01

14,28

TOTAL

07

100,0

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

50

TABELA Nº 05: ÁREA DE ATUAÇÃO

ÁREA DE ATUAÇÃO

PARTICIPANTES

%

Profª. de Alfabetização

02

28,57

Profª. Jardim II

03

42,86

Profª. Jardim I

02

28,57

TOTAL

07

100,0

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

Com respeito à questão nº 01: “ Na sua opinião, qual a importância da educação escolar na vida da criança pequena?”. Verificou-se que das 07 pessoas pesquisadas, todas responderam a questão As respostas foram organizadas em categorias, de acordo com o critério de semelhanças de respostas abaixo relacionadas (ver tabela nº 06). Adotou-se o mesmo critério em todas as questões.

Resposta tipo A: Relaciona a importância da educação escolar na vida da criança pequena à socialização e ao desenvolvimento intelectual. Ex: “No momento que se propõe para uma criança a vida escolar, observamos uma das primeiras mudanças em sua vida. Ela terá oportunidades de socializar-se e perceber a presença do outro, além da escola contribuir para seu desenvolvimento cognitivo e motor”.

TABELA Nº 06: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NA VIDA DA CRIANÇA PEQUENA. TIPOS DE RESPOSTAS

Nº DE RESPOSTAS

%

TIPO A

05

100

TOTAL

05

100

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

51

Com respeito à questão nº 02: “Como você definiria a criança?”. Observou-se que todas responderam à pergunta. Adotou-se o mesmo critério em todas as questões. (Ver tabela nº 07).

Resposta tipo A: Define a criança como ser histórico e construtor de seu próprio conhecimento. Ex: Como um ser histórico na sociedade, capaz de transformar e adquirir conhecimentos, levando em consideração o que já sabem. ”

Resposta tipo B: Define a criança como um ser capaz de pensar e transformar o mundo. Ex: “ Um ser capaz de pensar e transformar o mundo, construindo seu próprio conhecimento.”

Resposta tipo C: Define a criança como um ser em construção. Ex: “ É um ser em construção que precisa ser trabalhado na sua totalidade.”

Resposta tipo D: Define a criança como um ser que precisa do social para desenvolver a inteligência. Ex: “ É um ser que precisa do social, da escola para desenvolver as estruturas necessárias para a inteligência.”

TABELA Nº 07: DEFINIÇÃO DE CRIANÇA TIPOS DE RESPOSTAS

Nº DE RESPOSTAS

%

TIPO A

02

28,57

TIPO B

02

28,57

TIPO C

02

28,57

TIPO D

01

14,29

TOTAL

07

100,00

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

52

Com respeito à questão nº 03: “ O que é Construtivismo? Em quais autores construtivistas você fundamenta a sua prática? Observamos

que 03 das

entrevistas não conseguiram responder de forma clara a pergunta. Observou-se que,

as pessoas pesquisadas citaram vários autores

construtivistas nos quais fundamentam sua prática pedagógica, porém, verificou-se que os mais citados foram: Jean Piaget; Vigotsky, Emília Ferreiro, Freinet, Paulo Freire, Esther Góes, César Coll e Madalena Freire. Adotou-se o mesmo critério em todas as questões. (Ver tabela nº 08).

Resposta tipo A: Define o Construtivismo como uma abordagem teórica da educação que considera o indivíduo ativo em seu próprio processo de construção do conhecimento. Ex: “ É a linha teórico - prática que oportuniza o educando a construir seu próprio processo de aprendizagem, respeitando suas individualidades sociais e culturais.”

Resposta tipo B: Define o Construtivismo como a explicação para o desenvolvimento humano. Ex: “ É uma teoria que explica como se dá o desenvolvimento do ser humano.”

Resposta tipo C: Respostas evasivas: Ex: “ Construtivismo é todo esse conhecimento que os teóricos como: Piaget, Vygotsky, Emília Ferreiro, etc. nós deixaram para que possamos respaldar a nossa prática como educadores.”

TABELA Nº 08: DEFINIÇÃO DE CONSTRUTIVISMO

TIPO DE RESPOSTAS

Nº DE RESPOSTAS

%

TIPO A

03

42,86

TIPO B

01

14,28

TIPO C

03

42,86

TOTAL

07

100,0

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

53

Com respeito à questão nº 04: “ De um modo geral, na rotina diária da sala de aula que atividades você desenvolve junto às crianças? Adotou-se o mesmo critério em todas as questões. (Ver tabela nº 09). Resposta tipo A: As entrevistadas descreveram as atividades desenvolvidas. EX: - “ Roda de conversa (fichas de nomes, calendários e contagem dos mesmos; -

Leitura diária de: jornais, revistas, poesias, textos científicos, bilhetes;

-

Escrita espontânea – Produção de textos;

-

Problemas Matemáticos;

-

Jogos Matemáticos;

-

Experiências;

-

Cantos de trabalhos (Ciências, Matemática, Língua Portuguesa, Artes e Música);

-

Histórias”.

Resposta tipo B: São realizados trabalhos com materiais concretos. Ex: “Vários, trabalhamos muito com material concreto e deixamos o ambiente cheio de escrita e gravuras.”

TABELA Nº 09: ROTINA DIÁRIA NA SALA DE AULA

TIPOS DE RESPOSTAS

Nº DE RESPOSTAS

%

TIPO A

04

57,14

TIPO B

03

42,86

TOTAL

07

100,00

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

Com respeito à questão nº 05: “ Como você avalia a contribuição do Construtivismo para a Educação Infantil? Todas responderam à questão. Adotou-se o mesmo critério em todas as questões. (Ver tabela nº10). Resposta tipo A: Relaciona a contribuição ao enriquecimento para o desenvolvimento da criança, através dos conhecimentos do mundo que o cerca. Ex: “ [O Construtivismo]

54

Contribui para que a criança tenha um universo de conhecimento, onde ampliará sua leitura de mundo oferecendo oportunidades de relacionar-se com o outro e expor suas próprias idéias.”

Resposta tipo B:

Considera a contribuição da teoria construtivista para o

melhoramento de sua prática pedagógica. EX: “ Enriquecedora, porque é um rico conhecimento para o nosso trabalho de educador.”

TABELA Nº 10: CONTRIBUIÇÃO DO CONSTRUTIVISMO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

TIPO DE RESPOSTAS

Nº DE RESPOSTAS

%

TIPO A

03

42,86

TIPO B

04

42,86

TOTAL

07

100,0

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

Com respeito à questão nº 06: “ Como a criança aprende? Todas responderam a pergunta, porém, uma respondeu de forma vaga, confusa. Adotou-se o mesmo critério em todas as questões. (Ver tabela nº 11).

Resposta tipo A: Considera o aprendizado de forma construtiva, constante e evolutiva. EX: “ A criança aprende de forma construtiva, constante e evolutiva, não afogando o aluno com coisas prontas e acabadas. O caminho a ser trilhado é o da descoberta, da aventura do saber.”

Resposta tipo B: Pensa o aprendizado através da troca de experiências. EX: “ A criança aprende na relação com o outro, também, através do trabalho do mediador, desde que esse entenda como ele está pensando, como ele está construindo esse conhecimento.”

Resposta tipo C: Relaciona o aprendizado a ambientes estimuladores e brincando. EX: “ A criança aprende com um ambiente estimulador, com propostas de trabalho que levem em

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conta o nível de desenvolvimento cognitivo, com a manipulação de materiais diversificados e principalmente brincando. Não existe nada que a criança precise saber que não possa ser ensinado brincando.”

Resposta tipo D: Resposta evasiva: EX: “ Colocando os fatos, os conhecimentos em relação.”

TABELA Nº 11: COMO A CRIANÇA APRENDE TIPO DE RESPOSTAS

Nº DE RESPOSTAS

%

TIPO A

04

57,16

TIPO B

01

14,28

TIPO C

01

14,28

TIPO D

01

14,28

TOTAL

07

100,00

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

Com respeito à

questão nº 07: “ Como você concebe e realiza a

avaliação do desenvolvimento e da aprendizagem das crianças dentro da perspectiva construtivista?”. Observamos que as pessoas pesquisadas não conseguiram responder do que realmente se tratava a referida pergunta. Adotou-se o mesmo critério de avaliação. (Ver tabela nº 12).

Resposta tipo A: A avaliação se dá através de relatórios. Ex: “ A criança é avaliada diariamente, através de relatórios, onde o mesmo relata as etapas de desenvolvimento pelo qual as crianças passaram e as intervenções que a professora fez para sua evolução.”

Resposta tipo B: A avaliação se dá através do acompanhamento contínuo, onde o erro é considerado como parte do processo. Ex: “ A avaliação do desenvolvimento e da aprendizagem, se dá através do acompanhamento contínuo ao processo de construção do 0conhecimento realizado pela criança. Nessa avaliação e erro é considerado como parte

56

do processo e trabalhado, não para punir mas para o aluno entender o que errou e porque errou, e assim desenvolver o seu conhecimento.”

Resposta tipo C: A avaliação se dá através da observação, respeitando seus limites e estimulando-os para a superação. Ex: “ Com muita observação, conhecendo os educandos, respeitando seus limites e estimulando a superação de obstáculos. Na medida em que o cotidiano da sala de aula é rico em estímulos e que as crianças participam com interesse das atividades oferecidas, posso perceber e avaliar o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças.”

Resposta tipo D: Concebe a avaliação para a melhoria de sua prática pedagógica. Ex: “ Eu concebo a avaliação como um meio para contribuir com minha prática, no sentido ao entendimento do erro e do que necessito fazer para propiciar o desenvolvimento do aluno.” TABELA Nº 12 : COMO VOCÊ CONCEBE E REALIZA A AVALIAÇÃO

TIPOS DE RESPOSTAS

Nº DE RESPOSTAS

%

TIPO A

03

42,86

TIPO B

02

28,58

TIPO C

01

14,28

TIPO D

01

14,28

TOTAL

07

100,00

FONTE: Educadoras de Ed, Infantil, da cidade de Belém-Pará, de escolas públicas e particulares

57

9- DISCUSSÃO Através desta discussão, procurou-se identificar como os profissionais na área da educação, que utilizam como prática pedagógica a Teoria Construtivista, percebem a importância da mesma, sua atuação, suas concepções e experiências no contexto da Educação Infantil na cidade de Belém. A abordagem dos fundamentos teóricos, seus autores, estudos, afirmações e propostas sobre o desenvolvimento humano, colocando no indivíduo e na troca de experiências com o "outro" e com o meio, fator

responsável pela construção do

conhecimento, fazem do Construtivismo uma teoria aberta e apaixonante, capaz de orientar e direcionar educadores infantis em sua práxis educativa, possibilitando sua ação em diversas situações. Foi possível observarmos, que a Educação Infantil encontra-se pouco respaldada legalmente, fazendo parte da primeira etapa da educação básica,

vê-se

agrupada, quando deveria ser independente e diferenciada, pois, representa a primeira fase da vida do indivíduo e é um espaço importante fora do âmbito familiar. Os direitos e deveres de nossas crianças, ainda não saíram do papel, que pelo ordenamento legal, têm assegurado a concepção de criança cidadã e da educação infantil como um direito do indivíduo. Com a elaboração desta pesquisa, deixamos claro o papel do educador numa visão construtivista, interagindo com a criança, aprendendo com ela, sabendo ouvir, enfim, trabalhando lado a lado com o aluno a sua auto-estima, colaborando na formação de um cidadão atento aos seus deveres e direitos, conciso de suas responsabilidades sociais, participativos, dinâmicos, críticos e atuantes em seus ideais. Ajudando a construir indivíduos conscientes de sua singularidade no mundo e da necessidade de contribuir com o mesmo, através de suas potencialidades e da reconstrução do conhecimento. Vale ressaltar que todas essas questões vieram à tona com a proposta da nossa pesquisa, ao buscarmos o posicionamento de educadores que vivenciam em sua prática escolar as bases teóricas do Construtivismo e que respaldam sua postura e conduta em teóricos do mesmo segmento, levando-nos a confrontar opiniões, conhecimentos e experiências educativas em uma Educação Infantil Construtivista, com a realidade da educação infantil nacional nos dias de hoje.

58

Quando inserimos a Teoria Construtivista na Educação Infantil, percebemos que apesar de inacabada e passível de ajustes sociais, culturais, econômicos e históricos, tal abordagem apresenta democracia na seleção e transmissão dos conteúdos, passando pelas relações interpessoais. Torna a compreensão, certamente mais rica e completa do ser humano no processo de educação. Assim, o sujeito que reconhece e elabora significados/sentidos sobre o que constrói, tem mais chance de perceber o mundo, ao vivenciar em situações relevantes e fundamentais para o seu desenvolvimento e equilíbrio pessoal. Dessa maneira, visualizasse a importância de sua aplicação (da teoria construtivista) na escola de educação infantil, pois, a preocupação com o que a criança entende, o que ela quer e o que ela precisa, são fatores indispensáveis para a integração da mesma, no universo educacional. Os resultados deste estudo serão, a seguir, discutidos com base nas respostas das profissionais pesquisadas.

8.1- Equipe Técnica: Baseando-se nos resultados deste estudo, constatou-se que a maioria das entrevistadas confirma a importância da educação escolar na vida da criança pequena, pois proporciona e garante um desenvolvimento intelectual e necessário nessa fase de vida. Com relação à definição de Construtivismo, a maioria das profissionais pesquisadas souberam de alguma forma elaborar uma definição. Umas enfatizam o Construtivismo como uma abordagem teórica da educação que considera o indivíduo como um ser ativo em construção do conhecimento; outras, como a explicação para o desenvolvimento humano; e outras com respostas vagas, confusas: “ Construtivismo é todo esse conhecimento que os teóricos como: Piaget, Vygotsky, Emília Ferrero, etc. nos deixaram para que possamos respaldar a nossa prática como educadores.” Com relação à avaliação do Construtivismo para a Educação Infantil, a maioria conferiu relevante contribuição do mesmo para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. Umas, conferem a contribuição ao enriquecimento para o desenvolvimento da criança, através das relações interpessoais; outras, ao resgate, valorização e respeito por todo o conhecimento prévio do aluno;

outras conferem a contribuição para o

59

melhoramento de sua prática pedagógica; e outra não conseguiu se posicionar claramente: “ Não existe a maior contribuição, pois, cada teoria contribui para uma parcela de conhecimento para que possamos realizar uma práxis que atenda às necessidades desse período pós-moderno. A concepção construtivista da aprendizagem e do ensino parte do princípio de que a escola torna acessíveis aos seus alunos aspectos da cultura que são fundamentais para seu desenvolvimento pessoal, e não só no âmbito cognitivo; a educação é motor para o desenvolvimento, considerado globalmente, e isso também supõe incluir as capacidades de equilíbrio pessoal, de inserção social, de relações interpessoais e motora. (COLL e SOLÉ, 1996)

Observou-se que, a maioria das profissionais confirmam que a Educação Infantil na cidade de Belém está tendo uma outra dimensão, principalmente a nível teórico, porém, na prática há muitas distorções que precisam ser trabalhadas; outras, não conseguem precisar a avaliação por desconheceram a realidade belenense. Ao se perguntar se as mesmas acreditam que o Construtivismo, enquanto proposta pedagógica, atende às necessidades da criança, a maioria entende que sim, desde que não se faça interpretações errôneas a respeito do assunto; outras, entendem que o Construtivismo veio contribuir, mas, não se deve pensar como uma teoria determinante. Todas as investigadas conferem que o Construtivismo representa um avanço para a Educação Infantil: “ Sim, a Teoria Construtivista se firma cada vez mais ao nosso ensino pela consistência e pela eficácia dos seus resultados na aprendizagem.”

8.2- Professoras: Os resultados deste estudo serão, a seguir, discutidos com base nas respostas das docentes investigadas. Baseando-se nos resultados deste estudo, constatou-se que a maioria das investigadas confirma a importância da educação escolar na vida da criança pequena, pois proporciona e garante um desenvolvimento intelectual e necessário nessa fase de vida.

60

Observou-se também, que todas as entrevistadas souberam dar alguma definição acerca da criança, utilizando-se critérios de análise condizentes com as questões levantadas no referencial teórico. De modo geral, as entrevistadas levaram em consideração que a criança é um ser histórico, social e em construção. Com relação a definição de Construtivismo, a maioria das entrevistadas souberam de alguma forma enunciar uma definição apropriada e condizente com o Referencial Teórico adotado. Umas enfatizam o Construtivismo como uma abordagem teórica da educação que considera o indivíduo como um ser ativo em construção do conhecimento; outras, como a explicação para o desenvolvimento humano; e outras com respostas evasivas: “ Construtivismo é todo esse conhecimento que os teóricos como: Piaget, Vygotsky, Emília Ferrero, etc. nos deixaram para que possamos respaldar a nossa prática como educadores.” Com respeito à rotina diária na sala de aula, pôde-se observar que a maioria das entrevistadas soube expressar com clareza sobre as atividades que desenvolve junto às crianças; outras, apesar de não detalharem suas atividades informaram que trabalham com materiais concretos e deixam o ambiente cheio de escritas e gravuras. A escola, enquanto instituição é o local onde se permeiam as relações homem-homem e homem-mundo, devendo cumprir a função de difundir o saber de forma sistemática, possibilitando à criança o acesso à cultura socialmente significativa, para que a mesma possa interagir com objetos e elaborar suas representações do conhecimento. Um ambiente arejado e agradável aos olhos da criança pequena, que dê continuidade a sua socialização, contribuindo para a igualdade de oportunidades, com apoio adicional à superação de dificuldades possíveis escolares que porventura venha a apresentar. Os conteúdos escolares constituem um reflexo e uma seleção (cujos critérios sempre são discutíveis e revisáveis) daqueles aspectos da cultura cuja aprendizagem considera-se que contribuirá para o desenvolvimento dos alunos em sua dupla dimensão de socialização - na medida em que os aproximam da cultura do seu meio social - e de individualização, na medida em que o aluno construirá com esses aspectos uma interpretação pessoal, única, na qual sua contribuição é decisiva. (COLL e SOLÉ, 1996) Com relação à avaliação do Construtivismo para a Educação Infantil, a maioria considera relevante a contribuição do mesmo para a criança. Umas, avaliam essa

61

contribuição ao enriquecimento para o desenvolvimento da criança, através das relações interpessoais; outras, ao resgate, valorização e respeito de todo o conhecimento prévio do aluno; outras valorizam a contribuição para o melhoramento de sua prática pedagógica; e uma educadora

não conseguiu se posicionar claramente: “ Não existe a maior

contribuição, pois, cada teoria contribui para uma parcela de conhecimento para que possamos realizar uma práxis que

atenda às necessidades desse período pós-moderno.

A nosso ver a concepção construtivista oferece ao professor um referencial para analisar e fundamentar muitas decisões que toma no planejamento e no decorrer do ensino - por exemplo, dela são extraídas critérios para comparar materiais didáticos; para elaborar instrumentos de avaliação coerentes com o que se ensina; para elaborar unidades didáticas etc. Paralelamente, proporciona critérios para compreender o que acontece na aula: por que o aluno não aprende; por que essa unidade cuidadosamente planejada não funcionou; por que, às vezes, o professor não tem indicadores que lhe permitam ajudar seus alunos. A respeito de como a criança aprende, pôde-se observar que a maioria conseguiu responder com clareza sobre como se dá o aprendizado da criança: “A criança aprende de forma construtiva, constante e evolutiva, não afogando a aluno com coisas prontas e acabadas. O caminho a ser trilhado é o da descoberta, da aventura do saber”; apenas uma investigada respondeu de forma evasiva: “ Colocando os fatos, os conhecimentos em relação.” Na ótica construtivista, a aprendizagem contribui para o desenvolvimento na medida em que aprender não é copiar ou reproduzir a realidade. Para tal concepção , aprendemos quando somos capazes de elaborar uma representação pessoal sobre um objeto da realidade ou conteúdo que se pretende aprender. Essa elaboração implica aproximar-se de tal objeto ou conteúdo com

a finalidade de apreendê-lo; não se trata de uma

aproximação vazia, a partir das experiências, interesses e conhecimentos prévios que, presumivelmente, possam dar conta da novidade. (COLL e SOLÉ, 1996) Com relação ao entendimento e realização da avaliação para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, as investigadas não souberam precisar de que maneira se entende e se realiza esse processo, ou seja, não descreveram com tanta clareza a respeito dessas atividades. Umas, enfatizam a avaliação através de relatórios; outras, que a avaliação se dá através do acompanhamento contínuo; e outras, concebem a avaliação para a melhoria de sua prática pedagógica.

62

Constatamos, através desta pesquisa, que o posicionamento das duas modalidades de participantes, divergem em alguns pontos. Os educadores ao responderem os questionários respaldaram suas respostas na vivência de sua prática pedagógica; enquanto que a equipe técnica, se baseou nos conhecimentos teóricos, uma vez que, não tem em seu dia-a-dia a prática da sala de aula. Vale ressaltar que os educadores construtivistas da cidade de Belém estão no caminho certo; claro que por se tratar do "novo" apresentam algumas falhas na fundamentação e na formação destes profissionais. Contudo, é com satisfação que constatamos no âmbito da Educação Infantil Construtivista na cidade de Belém um grande avanço, com conquistas de espaço e resultados, que só vem reforçar a direção a ser tomada na aplicação da Teoria Construtivista na educação infantil. Com a obtenção dos resultados, evidenciou-se, que de um modo geral os educadores belenenses estão comprometidos e conscientes de seu papel junto às crianças e à sociedade em geral. Finalizamos este trabalho, acreditando que a ação pedagógica na Educação Infantil, é passível de transformação e requer muitas vezes que o professor reveja seus valores, crenças, hábitos e formas de se relacionar consigo e com o "outro", enfim, um verdadeiro e legítimo comprometimento profissional. Requer também, uma ação conjunta das instituições voltadas para o atendimento da criança pequena, legislação, governantes, profissionais de educação, família e sociedade como um todo, o que implica vivermos em constante busca, por melhorias, mudanças, respostas e acertos, buscando melhor.

um mundo

63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação – referências – elaboração. Rio de Janeiro, 2000. ________. NBR 10520: apresentação em documentos: procedimentos. Rio de Janeiro, 1988. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação infantil: Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC - SEF, 1998. v.1. CARNEIRO, Moaci Alves. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva. 4 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 1998. pp. 95-98. COLL, César; SOLE, Isabel. Os professores e a concepção construtivista. In: COLL, César et al. O Construtivismo na sala de aula. 4 ed. São Paulo: Ática, 1998. pp 9-28. FREIRE, Madalena. Aspectos pedagógicos do construtivismo pós-piagentiano-II. In: GROSSI, Esther Pillar; BORDIN, Jussara (Org.). Construtivismo pós-piagentiano: um novo paradigma sobre a aprendizagem. 6 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 1995. pp. 162-167. KEIL, Ivete Manetzeder; MONTEIRO, Maria de Fátima Mussi. Construtivismo X Positivismo. In: GROSSI, Esther Pillar; BORDIN, Jussara (Org.). Paixão de Aprender. 8 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 1996. pp. 181-185. LA TAILLE, Yves de; OLIVEIRA, Marta Kohl; DATAS, Heloysa (Org.). Piaget, Vygotsky, Wallon : teorias psicogenéticas em discussão. 13 ed. São Paulo : Summus, 1992. PALANGANA, Isilda Campaner. Desenvolvimento e Aprendizagem em Piaget e Vygotsky: a relevância do social. São Paulo: Plexus, 1994. ROSA, Sanny S. da. Construtivismo e mudança. 5 ed. São Paulo: Cortez, 1997. ( Questões da nossa época, 29). SARMENTO, Manuel Jacinto et al. (Proposições para uma educação infantil cidadã. In: GARCIA, Regina Leite; LEITE FILHO, Aristeo (Org.). Em defesa da Educação Infantil. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. pp.29-46. SOLÉ, Isabel. Disponibilidade para a aprendizagem e sentido da aprendizagem. In: COLL, César et al. O Construtivismo na sala de aula. 4 ed. São Paulo: Ática, 1998. pp. 29-55.

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