UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CCL – Centro de Comunicação e Letras ANÁLISE DA ASCENSÃO DIGITAL DO FUNK E INFLUÊNCIA DESSA TRIBO SOCIAL NA CULTURA URBANA NA ÚLTIMA DÉCADA

May 23, 2017 | Autor: David Falcao | Categoria: Urban Sociology, Antropología cultural, Antropología Social
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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CCL – Centro de Comunicação e Letras

DAVID RODRIGUES LIMA FALCÃO DELMIRO AURÉLIO GOVEIA

ANÁLISE DA ASCENSÃO DIGITAL DO FUNK E INFLUÊNCIA DESSA TRIBO SOCIAL NA CULTURA URBANA NA ÚLTIMA DÉCADA

São Paulo 2016

David Rodrigues Lima Falcão Delmiro Aurélio Goveia

Análise da Ascensão Digital do Funk e Influência dessa Tribo Social na Cultura Urbana na Última Década

Artigo Científico apresentado ao CCL – Centro de

Comunicação

e

Letras

da

UPM



Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Metodologia Científica, sob a orientação da Prof.ª Cristine Fickelscherer de Mattos.

São Paulo 2016

Índice

Resumo

04

Abstract

05

Introdução

06

1. A formação de uma nova tribo social definida por outros olhares

07

2. O apelo social emergente da periferia – “O grito dos excluídos”.

08

3. O advento digital do Youtube favorece a ascensão digital do Funk

10

Considerações Finais

11

Referências Bibliográficas

12

Análise da Ascensão Digital do Funk e Influência dessa Tribo Social na Cultura Urbana na Última Década

David Rodrigues Lima Falcão Delmiro Aurélio Goveia Prof.ª Orientadora Cristine Fickelscherer de Mattos Universidade Presbiteriana Mackenzie

RESUMO

O funk ressurge no contexto urbano paulista, de forma repentina, emergente e estabelece um novo grupo social com uma linguagem específica e características próprias. Este artigo apresenta uma análise do crescimento e influência desse grupo no meio digital na última década, com abrangência cultural, social e musical. A compreensão desse ressurgimento é abordada de forma investigativa sobre esta nova tribo social e sua relação de consumo e mercado, bem como a filosofia de grupo, como: a luxúria, a ostentação, contexto de apelo sexual e criminalidade, contribuindo assim para facilitar o entendimento referente à sua conduta, em vistas da apresentação de questões comportamentais concernentes ao grupo. A pesquisa localiza o ponto culminante da eclosão dos desejos latentes da geração consumidora do funk, virem à tona, valendo-se de pesquisa exploratória, principalmente no meio digital e com levantamento de dados de quem produz e de quem consome esse estilo musical. Para tal utilizaremos informações da imprensa digital a respeito do surgimento do funk no cenário musical paulista e também de coleta de dados.

PALAVRAS-CHAVE: Funk. Grupo Social. Mídia. Ostentação, Música.

Analysis of the Funk Digital Rise and Influence of this Social Tribe in Urban Culture in the Last Decade

ABSTRACT

The funk reappears in the urban context of São Paulo, suddenly, emergent and establishes a new social group with a specific language and its own characteristics. This article presents an analysis of the growth and influence of this group on digital media in the last decade, with cultural, social and musical coverage. The understanding of this resurgence is approached in an investigative way about this new social tribe and its relation of consumption and market, as well as the philosophy of the group, such as: lust, ostentation, context of sexual appeal and crime, thus contributing to facilitate the understanding about their conduct, in view of the presentation of behavioral questions concerning the group. The research finds the breakthrough moment of the latent desires of this consumer generation of funk, comes to the surface, using exploratory research, mainly in the digital media and with data collection of those who produces and of those who consumes this music genre. For this we will use information from the digital press about the emergence of funk in the São Paulo music scene and we will also collect data.

KEY-WORDS: Funk. Social Group. Media. Ostentation, Music.

Introdução Há tempos que o Funk deixou de ser visto como algo surpreendentemente inédito dentro da cultura paulista, entretanto, não deixa de manter ainda certo preconceito nos olhares de quem não aprecia ou desconhece a filosofia dessa nova tribo urbana – os Funkeiros – adeptos de um movimento que persiste em meio a julgamentos morais e estigmas, bem como a vinculação do estilo com a marginalidade. O conceito de tribo é definido pelo sociólogo francês Michel Maffesoli, como “[...] a constituição dos microgrupos, das tribos que pontuam a espacialidade se faz a partir do sentimento de pertença, em função de uma ética específica [...]”. Portanto, assumindo esse conceito, analisaremos o estilo musical Funk e os seus adeptos, os funkeiros, que assumiram uma filosofia e um estilo próprios voltados inicialmente à conotação sexual abusiva (Funk Proibidão), à ostentação, consumo e à luxúria, para à sensualidade e à apropriação de espaço público urbano, enfatizando que a periferia tem voz e enfrenta o preconceito social iminente. Sobre esse quadro, Caldeira afirma: Nas cidades em que os enclaves fortificados produzem segregação espacial tornam-se explícitas as desigualdades sociais. Nessas cidades, as interações cotidianas entre habitantes de diferentes grupos sociais diminuem substantivamente e os encontros públicos ocorrem principalmente em espaços protegidos e entre grupos relativamente homogêneos. O próprio tipo de espaço vai contribuindo para que os encontros públicos sejam marcados por seletividade e separação. (CALDEIRA, 1997, p.174)

Uma vez que o preconceito e a indiferença frequentes separam as classes e, praticamente, definem os espaços de uso para os grupos urbanos, o poder de consumo crescente, desnivela as hierarquias sociais e, também, de acordo com Caldeira, que afirma: A expansão do consumo desestabiliza um dos modos mais arraigados de construir hierarquias sociais: o julgamento fácil pelas aparências. O consumo cria certa homogeneidade que mina possibilidades de distinção. (CALDEIRA, 1997, p. 18)

Se uma vez que a ascensão da Classe C, devido ao crescimento do Brasil na última década, antes da crise econômica mundial, conforme menciona a revista CARTA CAPITAL, 2015 – que denominou essa de a “nova Classe C” – evidenciada especialmente pela periferia paulista, que aspira obter a vida de luxo, tão propagada pela mídia, gerada principalmente por esse apelo

dos desejos latentes da classe periférica, o próximo passo é tornar esse olhar de ostentação visível para toda a Sociedade. Logo, esse artigo propõe ressaltar que a estética musical, cultural e social proposta pelo Funk, apresenta ambiguidades e até contrapontos de oposição, a exemplo de letras de ostentação de obter ‘um novo status social’, representado por MC’s como: “[...] Camarote, área vip, baladinha monstra [...]” Mc Rodolfinho – Como é bom ser vida loka “[...] Nois paga com cartão, Nois não tem limite. Só artigo de luxo. Só as melhores grifes [...]” Dheel - Nóis é sem limite Contudo, também de ressaltam o ‘orgulho de morar / de pertencer a favela’, como exemplo: “Ole ole ,ole ole. Tenho orgulho da favela, nela aprendi a viver [...]” Bob Rum – Orgulho da Favela. Então, o funk projeta o cidadão da periferia na Sociedade contemporânea, assim como seus sonhos e desejos latentes, expondo e confrontando os limites sociais existentes, tanto pela própria Sociedade quanto por ele próprio. 1. A formação de uma nova tribo social definida por outros olhares O crescimento expressivo dessa nova tribo social – os funkeiros – de acordo com professora Juliana Lessa, se deu em meados dos anos 2000, direto do litoral paulista à periferia e comunidades da zona leste – estabelecendo berço na Cidade Tiradentes (de acordo com FAROFAFA, Carta Capital. 30/maio/2012), conforme ela afirma: Na segunda metade dos anos 2000, o funk partiu da Baixada Santista para a Zona Leste da cidade de São Paulo, de onde saíram muitos Mc’s importantes, tais como Mc Lon, Bonde da Juju, Mc Daleste e Mc Guimê (que, atualmente, é o principal nome do funk paulista). Essa vertente já circulava pelas periferias de São Paulo e de outras grandes capitais – como Porto Alegre e Belo Horizonte –, quando despertou o interesse da grande mídia, após o assassinato do Mc Daleste e a onda dos rolezinhos. (LESSA, 2014)

Essa expressividade se deu também através dos rolezinhos, que podem ser vistos como uma forma de apropriação dos espaços urbanos, que condiz com filosofia desse movimento de

ostentação e luxo. A linguagem que abrange uma grande massa de público, começa a tornar-se uma filosofia, devido a identificação imediata dos conteúdos, conforme Maffesoli teoriza: [...] Seguindo a comparação das histórias humanas, depois de terem sido minorizadas, esta forma estaria novamente presente. Ela privilegiaria a função emocional e os mecanismos de identificação e de participação que vêm a seguir. O que ele chama de "teoria de identificação da simpatia" [...]

E com essa identificação e, por consequência, através da união comum pontuando os espaços, pelo sentimento de pertencimento, conforme menciona Maffesoli citado anteriormente, surgiram, além dos rolezinhos, os bailes funks, tomando ruas, praças públicas, postos de combustível, dentre outros espaços urbanos, apropriados por grandes grupos de funkeiros, com seus carros com aparelhagem de som excessivamente modernos e caros, difundindo a filosofia de ostentação e consumo – nos rolezinhos – e de apelo sexual e conotação criminal, com apologias, por vezes explícita – nos bailes funk. Esses encontros, geralmente organizados via redes sociais, como o facebook, promovem o ajuntamento da massa funkeira, que se mostram como pertencentes a espaços, onde antes não eram bem-vindos, por serem tidos espaços exclusivos. Quanto a esse aspecto, Caldeira afirma que: Ao forçarem sua presença em espaços onde não eram esperados, [...] ao se exibirem, ao invés de se esconderem, eles se apropriam do espaço urbano e perturbam a ordem: embaralham sistemas de distinção, estabelecem novas visibilidades e, é claro, geram reações e repressões. Ameaçam e desconcertam. (CALDEIRA, 2014, p.15)

Com essa atitude, mesmo com relutância e discriminação social, passam a conquistar seu espaço em meio à divergentes olhares que os cercam, através da exposição de sua cultura à Sociedade. 2. O apelo social emergente da periferia – “O grito dos excluídos” O Funk traz elementos que fazem com que os jovens de comunidades e áreas esquecidas da Sociedade tenham a oportunidade de sentir-se pertencente a algo maior que ele mesmo e em comum objetivo com outros, formando uma tribo urbana.

Um representante dessa voz, até então, calada ou não ouvida, sem dúvida alguma é o Konrad Cunha Dantas – o conhecido Kondzilla. De origem santista e com uma infância difícil, aproveitou uma grande oportunidade quando do falecimento de sua mãe e do valor deixado por ela, através de um seguro de vida, o qual investiu num curso audiovisual 3D e na compra de uma Câmera Cannon 5D, com a qual veio a realizar proezas para a internet. (FAROFAFA, Carta Capital. 30/maio/2012). Com o lançamento de um vídeo num Festival de Curtas de Santos, ganhou notoriedade e, logo foi chamado pelo empresário do ainda desconhecido MC Boy do Charmes para projetar uma de suas músicas, “Megane”, estava começando a ser conhecida do público. A direção, roteiro e produção do clipe por Kondzilla, foi o marco da transformação do Funk Proibidão para o Funk Ostentação, com o alcance viral de 1 milhão de visualização no Youtube, em menos de 30 dias. Diversos outros MC’s embarcaram nessa temática de Ostentação, que passou a cantar os desejos da classe periférica para o mundo. Em uma entrevista ao site UOL, um dos protagonistas dessa fase do Funk paulista, Mc Guime, afirmou: A internet é a principal ligação, porque anos atrás, como eu posso dizer pra você, era mais difícil um moleque da periferia, de uma classe C, querer um celular de luxo, querer alguma coisa de luxo. Hoje não, hoje você tá na internet. Talvez ele não tenha, mas a foto do amiguinho dele tá com aquele celular. Hoje você vai numa escola, qual criança não quer um iPhone? Então, tipo assim, a música está junto com a atualidade. A parada é que a galera vai querendo, e vai querendo ouvir aquilo que ela tá querendo (UOL, 2015)

Com o funk ostentação em voga, como precursor desse movimento que: “O que, em funk brasileiro, se convencionou rotular como “ostentação” é um dos equivalentes estéticos à ascensão social de um país, [...]” (FAROFAFA, Carta Capital, 27/abr/2014)1, diversos artistas como Emicida e o próprio Neymar, além da mídia televisa global – que fez uso da música do MC Guime: “País do Futebol”, como tema da novela GERAÇ4O BR4SIL – fizeram com que eclodisse o sentimento da periferia, tornando-o amplamente popular. A linguagem nas letras que abordam ostentação, bem como os artigos de luxo, “os invariáveis cordões de ouro ou os óculos e bonés de marcas famosas começam a chamar menos atenção [...] Só as belas mulheres de biquínis ou roupas decotadas permanecem intocáveis.” 1

Acervo do site FAROFAFA da Revisa CARTA CAPITAL, disponível em: http://farofafa.cartacapital.com.br/category/funk-carioca-2/

(FAROFAFA, Carta Capital, 25/set/2015), com isso o Funk se reinventa novamente e começa a propor nova temática nas letras – da ostentação à sensualidade e do apelo sexual. 3. O advento digital do Youtube favorece a ascensão digital do Funk O Funk encontrou notoriedade e visibilidade mundial, principalmente graças ao advento do Youtube que surgiu praticamente no mesmo período em que se deu o crescimento e evidência, conquistados pelo movimento, uma vez que esse trouxe a proposta alternativa e democrática de todos obterem a chance de adquirir projeção digital e, de forma gratuita. Até então, gravar um CD e se lançar no mercado musical, era um sonho longínquo, não só pelos custos operacionais, mas também pela papelada burocrática de registro e afins. De acordo com os dados da Associação Brasileira dos Produtores de Discos – ABPD – que existe desde abril de 1958, apresenta o seguinte panorama: – No Brasil, o mercado fonográfico (físico + digital) teve em 2015 aumento em suas receitas de 10,6%, impulsionado pela continuidade do crescimento da área digital (+45,1%). Receitas com a distribuição de música em formatos digitais representaram em 2015, 61% do total combinado físico + digital no Brasil, comparados a 48% em 2014. – A continuidade do recuo de vendas físicas (-19,3%) e, em contrapartida, o desempenho significativo do mercado de música digital (+ 45,1%) certificam que a distribuição de música gravada através de meios digitais já é uma realidade irreversível, seja por streaming, downloads ou telefonia móvel.2 Esse vasto crescimento de expressividade do Funk, que alcançou amplitude global, ocorreu através da internet, que propicia o surgimento de novos modelos de interação social, de exposição e troca de informações, de uma maneira democrática de divulgação maciça e de novos padrões de estética e liberdade de expressão (TIME, site Globo, 2016). Neste panorama digital, o Youtube foi um grande colaborador para a notoriedade alcançada pelo Funk, pois culminou na repercussão, formação, ascensão e influência deste estilo e seus adeptos, conforme o sociólogo Maffesoli, também reflete sobre o apoio da mídia para a propagação de mensagem das e para às tribos:

2

Dados da ABPD disponível em: http://www.abpd.org.br/2016/04/18/mercado-fonografico-mundial-ebrasileiro-em-2015/ - acessado em 04/11/2016.

Podemos acrescentar que a fertilidade da imagem emblemática é aumentada pelo desenvolvimento tecnológico. Com efeito, no início, a imagem publicitária ou televisual foi suspeitada, por todos, de ser portadora de uma mensagem ideológica única e alienante. Agora nos damos conta de que, no que se refere à publicidade, por um lado ela busca suas fontes em algumas figuras arquetípicas, e, por outro lado, em função disso, ela se dirige a públicos - alvo, que chamo de tribos, as quais aparecem e se reconhecem em tal ou qual maneira de representar, os produtos, os bens, os serviços, as maneiras de ser, que os constituem enquanto grupos. Quanto à televisão, apesar de seu alcance, ela não é mais portadora de uma mensagem única e válida para todos. (MAFFESOLI, 1998, p. 192)

Por essa razão que salientamos que desde o surgimento do Youtube, bem como o aumento do alcance do acesso à internet e à informação digital, bem como dados do IBGE sobre as classes sociais, no que tange a periferia do Estado de São Paulo, onde o movimento do Funk tem maior alcance e expressividade. Numa matéria, a revista Super Interessante aborda essa questão sobre a internet, explicando que a internet produz tanto benefícios quanto malefícios, entretanto não é mensurável o impacto global que causa. Diz ainda que: A Internet é a maior experiência histórica do âmbito da anarquia. A cada minuto, centenas de milhões de pessoas criam e consomem uma quantidade incalculável de conteúdo digital um mundo online que não conhece, verdadeiramente, os limites das leis humanas. Esta nova capacidade de livre expressão e livre-trânsito de informação deu origem à rica paisagem virtual que hoje conhecemos [...]3. (SUPER INTERESSANTE, Dez / 2013).

Esse excesso de informações desenvolveu e expandiu as possibilidades de interação, organização, dispersão e de atividades sociais proporcionalmente maiores devido ao contexto digital. Sobre isso o autor Lojkine (1995) afirma que: “[...] um computador, realmente, não é uma pura tecnologia intelectual, um simples instrumento de representação do mundo, [...]; antes, ele é um instrumento de transformação do mundo, material e humano.”, (LOJKINE, 1995, p.49). Com as diversas possibilidades que as ferramentas do sistema proporcionam como a navegação vinculada a sites e blogs pessoais, o uso das ferramentas em aparelhos portáteis, devido a possibilidade de comportar diversos formatos de vídeos, aumentando o acesso e veiculação de conteúdo na grande massa, veio corresponder à necessidade e atender o anseio de pretensos artistas que não contariam com a oportunidade de ascensão musical pela estrutura padronizada 3

Matéria da Revista Super Interessante disponível em: http://www.superinteressante.pt/index.php?option=com_content&id=2769:a-nova-era-digital&Itemid=109 – acessado em 04/11/2016.

do Mercado Fonográfico vigente, fazendo uso da exposição democrática proposta pelo Youtube4. Desde então, o Youtube, tornou-se o mais popular site da categoria e foi eleito como “a melhor invenção do ano” pela revista Time, que enfatiza: “[...] Mas não tinham ideia (os criadores) de que criaram um portal para outra dimensão”.5

Considerações Finais O estilo musical funk desenvolveu-se no Brasil com grande influência norte-americana, o Funk da sensualidade e adquiriu uma vertente paulista, o Funk Ostentação. No entanto, nesse cenário, criou características singulares no Brasil, justamente por representar e se relacionar com uma realidade característica dos grandes centros urbanos; principalmente, a periferia paulista. Propondo um contraste de classes tão certo, porém até então oculto, o funk e os funkeiros, mudaram o conceito de aceitação do mercado fonográfico, fizeram empresas começarem a estudar Hábitos e Costumes dos Consumidores, se apropriaram de espaços tidos como exclusivamente elitistas, fazendo com a redoma de separação social em muitas áreas, fossem trincadas, senão quebradas, além de criar um novo mercado de consumo, devido a filosofia de ostentação propagada, agora com a premissa de que: “Posso ter essa vida de luxo!” Em resposta ao aumento do poder de compra das classes mais baixas, a Sociedade passou a reconhecer, mesmo embora a contragosto, que o Funk na última década se estabeleceu criando, difundindo e vivenciando uma nova cultura de massa, absorvida pela Indústria Cultural e usufruída pelo mercado publicitário e afins. Estudar a formação dinâmica dessa tribo social, propicia um novo panorama de análise para outros grupos sociais em ascensão e fornece alternativas de como criar formas de interação cultural e social para os mesmos, visando o melhor desenvolvimento social e científico dos microgrupos sociais.

4

Histórico do surgimento do Youtube, conteúdo de ferramentas e sistema, disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/YouTube - acessado em 04/11/2016. 5 Revista TIME – disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,AA1340903-6174-363,00.html – acessado em 04/11/2016.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Qual a novidade dos rolezinhos? Espaço público, desigualdade

e

mudança

em

São

Paulo.

Disponível

em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002014000100002

>

Acesso em: 10 nov. 2016

LOJKINE, Jean. A revolução informacional. 3ª ed. São Paulo: Cortez Editora, 2002.

LESSA, Juliana. O funk ostentação, a “nova classe média” e a luta de classes no Brasil. Disponível

em:

https://capitalismoemdesencanto.wordpress.com/2014/02/20/o-funk-

ostentacao-a-nova-classe-media-e-a-luta-de-classes-no-brasil/ > Acesso em: 12 nov. 2016.

FAROFAFA_Revista

Carta

Capital



Acervo

de

conteúdo

disponível

em:

http://farofafa.cartacapital.com.br/category/funk-carioca-2/ > Acessado em 15/nov/2016.

Vídeo-Documentário

sobre

Kondzilla

e

Mercado

Fonográfico

disponível

https://www.youtube.com/watch?v=IoK1K75fj2E&list=RDIoK1K75fj2E#t=6

em: &

https://www.youtube.com/watch?v=ZRRq2M7ZmMg > Acessado em 15/nov/2016.

Vídeo-Entrevista com KL Jay no Programa A Máquina – TV Gazeta exibido no dia 31/maio/2016,

disponível

Acessado em 15/nov/2016.

em:

https://www.youtube.com/watch?v=CGouBTD70NM

>

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