Validando o SIR: um melhor índice prognóstico para pacientes com metástases cerebrais tratados com cirurgia estereotática

June 5, 2017 | Autor: Jose Cruz | Categoria: Survival Analysis, Einstein, Kaplan-Meier, Brain Metastases, Indexation
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Weltman E, Brandt RA, Hanriot RM, Luz FP, Chen MJ, Cruz JC, Wajsbrot DB, Nadalin W

artigo original

Validando o SIR: um melhor índice prognóstico para pacientes com metástases cerebrais tratados com cirurgia estereotática Validating the SIR: a better prognostic score index for patients with brain metastases treated with stereotactic radiosurgery Eduardo Weltman1, Reynaldo André Brandt2, Rodrigo de Morais Hanriot3, Fábio Prado Luz4, Michael Jenwei Chen5, José Carlos Cruz6, Dalia Ballas Wajsbrot7, Wladimir Nadalin8

RESUMO Objetivo: Validar o SIR (score index for survival in patients with brain metastasis treated with stereotatic radiosurgery) [Índice de escore para avaliar a sobrevida de pacientes com metástases cerebrais tratados com radiocirurgia estereotática], uma classificação elaborada para melhor prever o prognóstico de pacientes com metástases cerebrais tratados com radiocirurgia, reavaliar a sobrevida dos pacientes e revisar a literatura médica. Métodos: Foram analisados retrospectivamente dados de 100 pacientes com metástases cerebrais tratados com radiocirurgia estereotática um uma única instituição, entre julho de 1993 e fevereiro de 2002. Os fatores prognósticos e índices estudados foram: idade, índice de desempenho de Karnofsky, estado da doença extracraniana, número de lesões cerebrais, volume da maior lesão, tipo de tumor primário, tratado ou não tratado com radioterapia cerebral total, SIR e RPA (Recursive Partitioning Analysis – classificação por análise recursiva fragmentada). As curvas atuariais de sobrevida de Kaplan-Meier foram calculadas e comparadas. Os modelos Cox – completo e de eliminação retrógrada – foram utilizados para identificar os fatores prognósticos e índices, independentemente associados à sobrevida. Resultados: Ao analisar as curvas de sobrevida de Kaplan-Meier, o índice de desempenho de Karnofsky, o estado da doença extracraniana, o volume da maior lesão cerebral, a RPA e o SIR mostraram correlação significativa com o prognóstico. Aplicando os modelos de Cox, observou-se significância para índice de desempenho de Karnofsky (p < 0,0001) e volume da maior lesão (p = 0,0182), assim como para o SIR e para a RPA, quando testados individualmente (p < 0,0001 e p = 0,0002, respectivamente). Contudo, testando SIR e RPA conjuntamente, só o SIR alcançou significância estatística independente (p < 0,0001). Conclusão: Ao reavaliar nossa casuística, a classificação SIR mostrou maior precisão do que a RPA para prever o

tempo de sobrevida de pacientes com metástases cerebrais tratados com radiocirurgia. Este achado foi confirmado por outros centros, o que valida este índice. Descritores: Radiocirurgia; Neoplasias cerebrais; Metástase neoplásica; Resultado de tratamento; Fatores prognósticos

ABSTRACT Objective: The aim of this paper is to validate the score index for survival in patients treated with stereotactic radiosurgery, using a classification prepared to better evaluate the prognosis of patients with brain metastasis submitted to stereotactic surgery, re-evaluating survival of patients and reviewing the medical literature. Methods: Data from 100 patients with brain metastases treated with stereotactic radiosurgery at a single institution, between July 1993 and February 2000, were retrospectively analyzed. The prognostic factors and scores studied were age, Karnofsky performance status, extracranial disease status, number of brain lesions, volume of the largest lesion, primary tumor type, treated or not with whole brain radiation therapy, SIR, and RPA. Kaplan-Meier actuarial survival curves for subsets were calculated and compared by log-rank test. Complete and backward elimination Cox models were utilized to identify the prognostic factors and scores independently associated with survival. Results: Karnofsky performance status, extracranial disease status, volume of the largest brain lesion, RPA, and SIR were significantly correlated with prognosis in Kaplan-Meier survival analysis. Applying Cox models, significance was observed for KPS and volume of the largest lesion (p < 0.0001 and p = 0.0182, respectively), as well as for SIR and RPA when tested individually (p < 0.0001 and p = 0.0002, respectively). However, when

Estudo realizado no Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil. 1

  Professor Doutor da Disciplina de Radioterapia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP; Médico Assistente do Serviço de Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil.

2

  Médico do Departamento de Neurocirurgia do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil.

3

  Médico do Serviço de Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil.

4

  Médico do Serviço de Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil.

5

  Médico do Serviço de Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil.

6

  Médico Doutor do Serviço de Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil.

7

  Mestre – Serviço de Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil.

  Médico do Serviço de Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE e do Serviço de Radioterapia do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP, São Paulo (SP), Brasil. Autor correspondente: Eduardo Weltman – Av. Albert Einstein, 627 – 3º SS – Radioterapia – Morumbi – CEP 05652-901 – São Paulo (SP), Brasil – Tel.: 11 3747-0485 – e-mail: [email protected] Data de submissão: 18/9/2006 – Data de aceite: 3/12/2006 8

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Validando o SIR: um melhor índice prognóstico para pacientes com metástases cerebrais tratados com cirurgia estereotática

testing SIR and RPA together, only SIR reached independent statistical significance (p < 0.0001). Conclusion: SIR classification demonstrated a better accuracy in predicting survival time than RPA. SIR was tested in other centers, showing superior accuracy and applicability than the RPA, thus validating this score. Keywords: Radiosurgery; Brain neoplasms; Neoplasm metastasis; Treatment outcome; Prognostic factors

INTRODUÇÃO Metástases cerebrais são a forma mais comum de câncer de cérebro em adultos, sendo quatro vezes mais comuns do que os tumores primários(1). Apesar de sua relevância epidemiológica, e provavelmente também por seu prognóstico sombrio, são raramente estadiados e tratados com base em abordagens muito individuais. Sem tratamento, a sobrevida geral mediana (SG) desses pacientes é de um a dois meses. Os tratamentos sintomáticos podem aumentar a sobrevida mediana em três meses(2-3); já os tratamentos específicos, que incluem radioterapia de cérebro total (RCT), neurocirurgia ou radiocirurgia estereotática (SRS) podem aumentar essa sobrevida em seis ou mais meses em um grupo selecionado de pacientes(2,4-7). A grande dúvida é como definir critérios de seleção para SRS no tratamento das metástases cerebrais desses pacientes(4). No estadiamento, os fatores prognósticos demonstraram correlação com a sobrevida, mas os escores compostos, mais precisos na avaliação do prognóstico, podem auxiliar a encontrar as estratégias terapêuticas mais adequadas para cada situação clínica(1). Os sistemas de estadiamento usados com maior freqüência em pacientes com metástases cerebrais são RPA (Recursive Partitioning Analysis – classificação por análise recursiva fragmentada), o sistema de estadiamento do RTOG (Radiation Therapy Oncology Group)(8) e o SIR (Score Index for SRS in Brain Metástases – índice de escore para avaliar a sobrevida de pacientes com metástases cerebrais tratados com radiocirurgia estereotática), sistema que empregamos(9). OBJETIVOS Validar o SIR e reavaliar o poder preditivo dos cinco principais fatores prognósticos (idade, índice de desempenho de Karnofsky (KPS)(10), estado da doença extracraniana, número e volume de lesões cerebrais secundárias), assim como o tipo de tumor primário, tratado ou não com radioterapia cerebral total. Foram aplicados o SIR e a RPA nos 100 primeiros pacientes tratados com SRS no Departamento de Radiologia Oncológica do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Também foi feita a revisão da literatura, comparando o SIR e a RPA quanto à sua acurácia e aplicabilidade(1,11-19).

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MÉTODOS Pacientes e tratamentos Entre julho de 1993 e fevereiro de 2000, 100 pacientes consecutivos com metástases cerebrais foram tratados com SRS no Departamento de Radiologia do HIAE, em São Paulo, Brasil. Esse grupo incluía pacientes com metástases cerebrais recém-diagnosticadas e pacientes com lesões cerebrais progressivas após radioterapia de cérebro total (RCT) ou ressecção cirúrgica. Os critérios de exclusão para SRS incluíam: mais do que cinco lesões, lesões > 30 cm3, KPS < 50, sinais clínicos que exigiam intervenção neurocirúrgica urgente ou prognóstico geral muito reservado por doença progressiva sistêmica. Procedimentos para SRS seguidos por tratamento estereotático, segundo o sistema de planejamento de F. L. FisherTM, versões 2.21 e 3.1X, foram realizados em 6 MV VarianTM Linac(9,20). Todas as metástases evidentes no planejamento da SRS, na tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética foram tratadas. Os dados de estadiamento registrados foram avaliados no dia da SRS, levando em consideração o número de lesões e o volume da maior lesão visualizada na TC ou na ressonância magnética. As características dos pacientes e dos tratamentos são apresentadas na tabela 1. Tabela 1. Primeiros 100 pacientes com metástases cerebrais tratados com radiocirurgia estereotática (SRS) em nosso departamento* Período de admissão Pacientes & tratamentos (metástase cerebral/pacientes submetidos a SRS)

Tumores primários Número de pacientes / %

Idade Índice de desempenho de Karnofsky Estado da doença sistêmica Número de lesões tratadas

Volume da maior lesão Dose Sobrevida

Julho de 1993 – Fevereiro de 2000 100 pacientes: 57 homens/43 mulheres; 113 tratamentos 89 pacientes: 1 tratamento 9 pacientes: 2 tratamentos 2 pacientes: 3 tratamentos Carcinoma de pulmão ………………….……. 41 Carcinoma de pulmão não pequenas células ...... 38 Carcinoma de pulmão pequenas células ….....…. 3 Melanoma maligno ……………........................17 Adenocarcinoma de mama …………………...15 Carcinoma de células renais claras ………..........9 Adenocarcinoma colorretal ……..........................8 Adenocarcinoma de endométrio ………............. 4 Carcinoma de células transicionais de bexiga .......3 Linfoma não-Hodgkin, adenocarcinoma de tireóide, sarcoma de tecidos moles .... 1 de cada 28-83 anos – Mediana: 61 anos 50-100 – Mediana: 80 SED/RCC: 17; RP/DE: 36; DP: 47 198 lesões tratadas 1 lesão: 38 pacientes; 2 lesões: 38 pacientes; >3 lesões: 24 pacientes 1 a 5 lesões/paciente/tratamento – Mediana: 2 lesões 0,05 cm3 – 28,06 cm3 – Mediana: 2,80 cm3 12 Gy-22 Gy com isodose a 49%-90% Mediana: 18 Gy com isodose a 80% Mediana: 7,61 meses (< 1 mês – > 139 meses) Dois pacientes sobreviveram 77 e 139 meses

*Apenas os primeiros dados de SRS foram considerados para análise estatística. DP = doença progressiva; RP = remissão parcial; DE = doença estável; RCC = remissão clínica completa; SED = sem evidência de doença

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Dos 100 pacientes, 77 foram tratados com RCT, antes ou depois da SRS. Os tratamentos eletivos foram realizados de acordo com os critérios da equipe de oncologia, sendo principalmente aplicados a pacientes com mais de duas lesões. O tratamento de resgate foi efetuado em caso de progressão da doença cerebral (tratamento das lesões antigas e novas) após a SRS. A dose de RCT foi de 30 Gy, administrada por duas semanas (3 Gy/dia), para pacientes com KPS < 70 e de 40 Gy, por quatro semanas (2 Gy/dia), para pacientes com KPS > 70.

Escores prognósticos A RPA classifica os pacientes em três classes, de 1 a 3, com prognóstico progressivamente pior. Pacientes de classe 1: KPS > 70, < 65 anos de idade, com tumor primário controlado e sem evidência de metástases extracranianas; classe 3: KPS < 70; e classe 2, que inclui todos os outros(8). O SIR é um número que resulta da associação dos cinco principais fatores prognósticos já mencionados – idade, KPS, estado da doença extracraniana, número de lesões e volume da maior lesão. Esses fatores são classificados como 0, 1 e 2, de acordo com o ponto de corte (tabela 2) em ordem crescente de expectativa de sobrevida. O SIR é calculado pela soma dos elementos e varia de 0 a 10,9.

a interdependência dos fatores prognósticos e dos escores. Os valores de “p” menores do que 0,05 foram considerados significativos. Para calcular as curvas de sobrevida e comparar os subgrupos de pacientes, os fatores prognósticos e escores foram categorizados nos seguintes grupos: a) KPS < 70 ou > 80; b) estado da doença extracraniana – remissão clínica completa e ausência de evidência de patologia, ou doença estável com resposta parcial, ou doença progressiva; c) idade < 50 anos; 51-59 anos; ou > 60 anos; d) número de lesões cerebrais: 1 ou > 2; e) volume da maior lesão cerebral: < 5 cm3; 5 cm3-13cm3; ou > 13 cm3; f) tumor primário de pulmão ou outro tumor primário; g) tratado ou não com RCT; h) RPA: classes 1, 2 ou 3; i) SIR: categorias 0-4, 5-7, 8-10.

RESULTADOS Acompanhamento O tempo mínimo de acompanhamento após SRS foi de cinco anos. Nenhum paciente foi perdido neste período de seguimento. A sobrevida geral variou de menos de um mês a mais de 139 meses, com média de 7,61 meses (intervalo de confiança de 95% [IC 95%] entre 5,84 e 9,61). Dois pacientes viveram por, respectivamente, 77 e 139 meses após SRS (tabela 1 e figura 1).

Métodos estatísticos O tempo de sobrevida foi medido a partir da data do SRS, até a morte ou até a última avaliação, com dados atualizados em fevereiro de 2005. Sempre que o paciente recebia mais de um tratamento, apenas as características do primeiro tratamento eram consideradas na análise. As curvas de sobrevida geral foram estimadas por meio da técnica de Kaplan-Meier(21) para os seguintes fatores prognósticos: idade, KPS, estado da doença extracraniana, número de lesões cerebrais, volume da maior lesão, tipo de tumor primário, tratado ou não com RCT, de acordo com os escores de prognóstico (SIR e RPA) e comparados pelo teste log rank(22). Sempre que uma categoria tinha poucos pacientes, era agrupada com a categoria mais próxima ou excluída da análise. Os modelos Cox, completo e de eliminação retrógrada, foram aplicados para avaliar einstein. 2007; 5(1):16-23

Probabilidade de sobrevida após SRS

0 1 2 Idade (anos) > 60 51-59 < 50 Índice de desempenho de Karnofsky < 50 60-70 > 70 Estado da doença sistêmica DP RP–DE RCC–SED Volume da maior lesão (cm3) > 13 5-13 3 2 1 DP = doença progressiva; RP = remissão parcial; DE = doença estável; RCC = remissão clínica completa; SED = sem evidência de doença

Sobrevida

1.0

Tabela 2. SIR: variáveis e marcas prognósticas9

Censurado Mediana

0.8 0.6 Sobrevida geral mediana = 7,61 meses 0.4 0.2 0.0 0

12

24

36

48

60

72 84 Meses

96

108 120 132 144

Figura 1. Curva de sobrevida de Kaplan-Meier para 100 pacientes avaliados

 Fatores prognósticos A análise univariada demonstrou correlação significativa com a sobrevida para KPS (figura 2), estado da doença extracraniana (figura 3) e com o volume da maior lesão cerebral (figura 4) (p < 0,0001, p < 0,0001 e p = 0,0091, respectivamente). Idade, número de metástases cerebrais, tipo de tumor primário e tratamento ou não com RCT não apresentaram diferenças significativas ente os subgrupos. O modelo de Cox de eliminação retrógrada para selecionar os fatores prognósticos associados à sobrevida (tabela 3) evidenciou significância para KPS e para o volume da maior lesão cerebral (p < 0,0001 e p = 0,0182, respectivamente).

Validando o SIR: um melhor índice prognóstico para pacientes com metástases cerebrais tratados com cirurgia estereotática

KPS < 70 KPS >80

p < 0,0001

Censurado

0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 0

12

24

36

48

60

72 84 Meses

96

RPA 1

1.0

108 120 132 144

RPA 2

p = 0,0009

RPA 3

0.8

0.4

Probabilidade de sobrevida após RS

Figura 2. Sobrevida para índice de desempenho de Karnofsky (KPS)

0.2

Figura 5. Sobrevida para análise recursiva fragmentada (RPA)

Doença estável ou Resposta parcial Doença progressiva

1.0

p < 0,0001

0.8

Remissão completa ou não evidência de doença Censurado

0.6

0.0 0

12

24

36

48

60

72 84 Meses

96

108 120 132 144

Figura 3. Sobrevida para estado de doença extracraniana Vol. máx. < 5 cm3 Vol. máx. 5-13 cm3 Vol. > 13 cm3 Censurado

1.0 Probabilidade de sobrevida após RS

RPA e SIR Doze pacientes foram classificados como RPA classe 1, 63 como classe 2, e 25 como classes 3. As curvas de sobrevida da RPA (figura 5) apresentaram diferença significativa entre as três classes (p = 0,0009), com sobrevida mediana esperada para a classe 1 de 9,43 meses (IC 95%: 7,8745,02); 8,72 meses (IC 95%: 5,70-11,31) para a classe 2, e 4,85 meses (IC 95%: 2,07-7,34) para a classe 3.

p = 0,0091 0.8 0.6

Censurado

0.6 0.4 0.2 0.0 0

12

24

36

48

60

72 84 Meses

96

108 120 132 144

Cerca de metade dos 100 pacientes analisados (54%) apresentaram um SIR alto6 e, distribuindo-os em grupos 0-4, 5-7, e 8-10, o número de pacientes em cada grupo foi de, respectivamente, 29, 58 e 13 (figura 6). A figura 7 mostra as curvas de sobrevida estimadas para o SIR. A sobrevida geral mediana esperada foi de 3,54 meses (IC 95%: 2,75-6,03) para o grupo com SIR baixo (0-4); 8,54 meses (IC 95%: 6,03-11,21) para o grupo com SIR intermediário (5-7); e de 42,52 meses (IC 95%: 11,7350,23) para os com SIR alto (8-10) (p = 0,0001).

0.4 0.2

22

25

0.0 0

12

24

36

48

60

72 84 Meses

96

108 120 132 144

Figura 4. Sobrevida para volume da maior lesão cerebral Tabela 3. Análise de sobrevida para pacientes com metástases cerebrais tratadas com radiocirurgia estereotática (SRS) pelo modelo Cox* Modelo de Cox completo (p) 0,1518 < 0,0001

Seleção stepwise (p) 0,1780 < 0,0001

Modelo de Cox SIR / RPA (p) – –

Idade Índice de desempenho de Karnofsky Estado da doença sistêmica 0,3777 0,4694 – Volume da maior lesão (cm3) 0,0240 0,0182 – Número de lesões 0,6633 0,7338 – Apenas SIR – – < 0,0001 Apenas RPA – – 0,0002 SIR/RPA juntos – – < 0,0001/0,4107 *Em caso de mais de uma SRS, apenas o primeiro procedimento foi considerado para análise estatística. Níveis significativos de p: < 0,05

Número de pacientes

Probabilidade de sobrevida após RS

1.0

19

SIR

14

15

10

10

7

5

5 0

19

17

20

0 0

6 0

0 1

2 0-4: 29 0-5: 46

3

4

5

6 5-7: 58

7

8

9

10

8-10: 13 6-10: 54

Figura 6. Estratificação de pacientes por índice de escore para radiocirugia (SIR)

No modelo Cox de eliminação retrógrada (tabela 3), os resultados foram significativos tanto para RPA quanto para SIR, quando testados individualmente (p = 0,0002 e p < 0,0001, respectivamente). Porém, ao aplicar o modelo de eliminação retrógrada usando ambos, SIR e RPA, apenas o SIR alcançou significância estatística

einstein. 2007; 5(1):16-23

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Weltman E, Brandt RA, Hanriot RM, Luz FP, Chen MJ, Cruz JC, Wajsbrot DB, Nadalin W

SIR 0-4

Probabilidade de sobrevida após RS

1.0

SIR 5-7

p < 0,0001

SIR 8-10

0.8

Censurado 0.6 0.4 0.2 0.0 0

12

24

36

48

60

72 84 Meses

96

108 120 132 144

Figura 7. Sobrevida para índice de escore para radiocirurgia (SIR)

independente (p < 0,0001, razão de risco de 0,55 com IC 95%: 0,45-0,68). Essas análises foram repetidas com diferentes categorias de SIR e os resultados obtidos foram semelhantes.

DISCUSSÃO Fatores prognósticos Boyd e Mehta(2) analisaram pacientes com metástases cerebrais tratados com SRS em várias instituições, aplicando análise uni e multivariada, e concluíram que o preditor mais significativo de sobrevida era o escore KPS inicial. O único outro fator a atingir significância na análise multivariada foi a presença de metástases extracranianas por ocasião da SRS. Ao analisar o impacto dos fatores prognósticos na sobrevida dos pacientes com metástases cerebrais, diversos autores concluíram que idade(3,7,23-26), índice de desempenho (geralmente KPS)(3,12,19,24,26-29), estado da doença extracran iana(3,7,12,23,25-34), número de metástases cerebrais(3,24,26,28-30) e volume da maior lesão cerebral(28,32), entre outros, estavam relacionados à sobrevida geral (tabela 4). As conclusões heterogêneas sugerem a necessidade de uma melhor estratificação desses pacientes.

Tabela 4. Fatores prognósticos considerados como significativamente relacionados à sobrevida de pacientes com metástases cerebrais Fatores prognósticos

Análise univariada Análise multivariada Referências Número de pacientes (níveis de significância) (níveis de significância) Idade p = 0,007 p = 0,002 Alexander III E et al.23 248 p = 0,038 Goyal S et al.24 43 b p < 0,0001 p < 0,001 Lagerwaard FJ et al.3 1.292 p = 0,003 p = 0,002 Noordijk EM et al.25 66s – p < 0,01 Patchel RA et al.7 48s,n p < 0,04 Zimm S et al.26 191 Índice de desempenho (KPS ou p < 0,0001 p < 0,0001 Auchter RM et al.27 122s ECOG) p = 0,009 – Cho KH et al.28 73 p = 0,019 p = 0,006 Goyal S et al.24 43b p = 0,00002 p = 0,0001 Joseph J et al.29 120 p < 0,0001 p < 0,001 Lagerwaard FJ et al.3 1.292 p < 0,0001 – Lorenzoni J et al.12 110 p = 0,03 – Selek U et al.19 103m p = 0,01 – Zimm S et al.26 191 Doença extracraniana* p < 0,0001 p < 0,0001 Alexander III E et al.23 248 p = 0,008 Auchter RM et al.27 122s p = 0,03 – Breneman JC et al.30 84 p = 0,04 – Cho KH et al.28 73 p < 0,06*** – Engenhart R et al.31 69 p = 0,058*** – Joseph J et. al.29 120 p < 0,0001 p < 0,0001 Kim YS et al.32 77l p < 0,0001 p < 0,001 Lagerwaard FJ et al.3 1.292 p = 0,0097** – Lorenzoni J et al.12 110 p = 0,02 – Noordijk EM et al.,25 66s – p < 0,02 Patchell RA et al.7 48s,n – p < 0,02 Schomas DA et al.33 80 p = 0,041 – Shirato H et al.34 44s p < 0,08*** – Zimm S et al.26 191 Número de metástases cerebrais p = 0,02 – Breneman JC et al.30 84 p = 0,03 – Cho KH et al.28 73 p = 0,035 – Goyal S et al.24 43b p = 0,003 p = 0,0012 Joseph J et al.29 120 p < 0,0001 p < 0,001 Lagerwaard FJ et al.3 1.292 p < 0,001 – Zimm S et al.26 191 Volume das maiores metástases p = 0,009 – Cho KH et al.28 73 cerebrais p = 0,009 Kim YS et al.32 77l *Estado do tumor primário ou outros locais com metástase; **Metástases extracranianas (controle do tumor primário: p 70, < 65 anos de idade, com tumor primário controlado e sem evidências de metástases extracranianas. Os de classe 3 têm KPS < 70 e a classe 2 engloba todos os demais. A classificação RPA é amplamente empregada no estabelecimento de protocolos e na avaliação de pacientes com metástases cerebrais(1). No entanto, sua definição apresenta alguns pontos fracos que podem colocar em risco a precisão do estadiamento daqueles acometidos com metástases cerebrais. A questão mais delicada e importante é que a definição da classe 3 está baseada apenas no KPS. De acordo com dados da literatura(3,12,19,24,26-29), nossos estudos anteriores(9,20,35-36) e este artigo, o KPS é um fator prognóstico importante para esses pacientes. Mas, quando é o único fator usado, apresenta fragilidades, por ser subjetivo, muitas vezes sendo empregado sem que sejam seguidas todas as regras que o definem, e pode modificar, dependendo do momento da avaliação – antes ou depois da intervenção clínica(37). A relação entre idade, doença extracraniana e volume da maior lesão cerebral com a SG apresentou variações em nossas diversas avaliações(9,20,35-36), o que indica fragilidade do uso de uma única variável para a estratificação. A RPA apenas leva em consideração a presença ou ausência de doença extracraniana, independentemente da resposta ao tratamento, que é um parâmetro importante para avaliar o prognóstico, especialmente com as novas abordagens que estão mudando o prognóstico(38). No presente trabalho, a análise de sobrevida de Kaplan-Meier apresentou diferença significativa em nossos pacientes quando estratificados de acordo com a resposta ao tratamento (p < 0,0001). Mesmo que o número de metástases cerebrais tenha uma relação significativa com a sobrevida(l,3,24,26,28-30), este item não foi incluído no sistema de classificação RPA original.

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Lutterbach et al.(39) chamaram atenção para esse problema e elaboraram um sistema alternativo de estadiamento, levando em consideração a presença de metástases cerebrais únicas ou múltiplas. A estratificação desses autores resultou em uma ampla gama de possibilidades de sobrevida dos pacientes classificados com RPA classe 1 ou 2. A sobrevida mediana de pacientes em classe 1 era de 7,1 meses, mas passava para 13,5 meses nos pacientes com uma única lesão secundária e para 6 meses naqueles com lesões múltiplas. Pacientes da classe 2 tiveram uma sobrevida mediana estimada em 4,2 meses, porém, quando divididos em dois grupos – com metástases únicas ou múltiplas –, a sobrevida passou a ser de, respectivamente, 8,1 e 4,1 meses.

 SIR O SIR foi desenvolvido para ser mais preciso na predição da sobrevida de pacientes com metástases cerebrais tratadas com SRS(9). Foi elaborado como ferramenta prática, fácil de usar e com alta associação às taxas de sobrevida. Verificamos que a classificação fácil, de 0 a 10, diretamente relacionada à sobrevida, é a maneira mais simples de estadiamento. Ao revisar a literatura, selecionamos cinco fatores prognósticos e atribuímos escores de 0 a 2 a cada um deles. Sabíamos que o KPS e o estado da doença extracraniana apresentavam correlação mais forte com a sobrevida do que os outros três fatores, mas, se atribuíssemos pesos diferentes a essas variáveis, o cálculo do escore seria mais difícil, perdendo sua característica de ser fácil. Em nossa primeira publicação relacionada ao SIR(9), analisamos 34 pacientes e concluímos que os fatores prognósticos idade, KPS, estado da doença extracraniana, número de lesões e SIR (divididos em dois grupos: < 6 ou > 6) estavam significativamente correlacionados com os valores de p iguais a 0,0020, 0,0071, 0,0181, 0,0454 e 0,0005, respectivamente. A segunda análise(35) dos dados de 59 pacientes com acompanhamento de pelo menos 12 anos demonstrou que KPS, doença extracraniana e SIR têm correlação significativa com a sobrevida nas análises uni e multivariadas (p < 0,0001, p = 0,0026 e p < 0,0001, respectivamente). O KPS e o SIR também tiveram correlação significativa com a sobrevida na análise multivariada (p = 0,0052 e p < 0,0001, respectivamente). A análise publicada em 2000(20) estava baseada em dados de 65 pacientes acompanhados durante pelo menos 12 meses. O estado da doença extracraniana e o KPS foram correlacionados com a sobrevida por meio de análises univariada (p < 0,0001 e p = 0,0003, respectivamente) e multivariada (p < 0,0001 e p = 0,0004, respectivamente). A RPA e o SIR (divididos em três grupos: 0-3, 4-7 e 8-10) mostraram correlação significativa com a sobrevida na análise univariada (p = 0,0131 e p einstein. 2007; 5(1):16-23

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< 0,0001, respectivamente). A análise multivariada de ambos, RPA e SIR, apresentou correlação significativa com a sobrevida quando eram estudados individualmente (p = 0,0040 e p < 0,0001, respectivamente). Ao testar o modelo de Cox para RPA e SIR juntos, apenas o SIR alcançou significância independente (p = 0,0004).

Comparando RPA com SIR A estratificação de nossos pacientes com RPA e SIR mostrou uma distribuição simétrica, mas o SIR é um sistema mais flexível, que pode ser adaptado à questão analisada e ao número total de pacientes (figura 6). Quando aplicamos o método RPA a nossos dados (figura 5), verificamos uma diferença significativa entre as três classes na análise univariada (p = 0,0009), com sobrevida atuarial mediana de 9,43; 8,72 e de 4,85 meses para as classes 1, 2 e 3, com um IC 95%: 7,87-42,02; 5,7011,31 e 2,07-7,34, respectivamente. Comparando esses resultados com a análise univariada dos três grupos de SIR (figura 7), concluímos que o SIR discrimina melhor as medianas: SIR 0-4: 3,54 meses, SIR 5-7: 8,64 meses e SIR 8-10: 42,52 meses, com IC 95%: 2,75-6,03; 6,03-11,21 e 11,73-50,23 para cada grupo, além de um maior nível de significância (p < 0,0001). A análise multivariada (tabela 3) de ambos – RPA e SIR – mostrou uma correlação significativa com a sobrevida, quando estudados individualmente (p = 0,0040 e p < 0,0001, respectivamente). Testando o modelo de Cox em RPA e SIR juntos, apenas o SIR atingiu significância independente (p = 0,0004), mais uma vez sugerindo que o SIR apresenta maior precisão na avaliação da sobrevida do que a RPA(38). Dados da literatura Nos últimos anos o SIR tem sido usado por vários autores para a estratificação de pacientes com metástases cerebrais(3,11-12,19,24,26-29). Lorenzoni et al.(12) compararam a aplicabilidade e a precisão de RPA e SIR e propuseram um escore básico para metástases cerebrais (BM-BS), para prever a sobrevida de 110 pacientes tratados com SRS. Aplicando a RPA, a sobrevida atuarial mediana na classe 1 foi de 27,6 meses; na classe 2, 10,7 meses e na classe 3, 2,8 meses (p < 0,0001). Usando o SIR, a sobrevida atuarial mediana foi de 27,7 meses para pacientes com escores de 8-10; 10,8 meses para escores 5-7; 4,6 meses para 4 e de 2,4 meses para 0-3 (p < 0,0001). A análise univariada de Cox dos fatores prognósticos de sobrevida mostrou que RPA, SIR e BS-BM estavam significativamente correlacionados à sobrevida (p < 0,0001). A razão de risco foi de 2,68 para RPA, de 0,68 para SIR e de 0,40 para BS-BM, com um IC 95% entre 1,67 e 4,29 para RPA; 0,58 e 0,79 para SIR, e 0,28 e einstein. 2007; 5(1):16-23

0,57 para BS-BM. Quando se compara a RPA com o SIR, os escores SIR de 0-3 demonstraram ter maior especificidade e sensibilidade semelhante à RPA classe 3 na identificação de pacientes com sobrevida curta. Concluíram que todos os três sistemas de estratificação eram confiáveis para os pacientes com pior prognóstico, mas que o SIR estava em primeiro lugar, seguido por BS-BM, na discriminação dos pacientes com os piores prognósticos. Selek et al.(19) analisaram o desfecho de 103 pacientes com metástases intracranianas de melanoma tratados com SRS e compararam a precisão e a aplicabilidade de RPA e SIR em seu conjunto. Segundo o sistema de estadiamento RPA, 90% dos pacientes eram de classe 2, o que foi considerado estatisticamente inadequado para comparações entre grupos. Quando usaram o SIR para estratificar seus pacientes, 54 (52%) tinham grau > 6 e 49 (48%) ≤ 6. A taxa de SG em um ano foi de 29% para o primeiro grupo e de 10% para o segundo (razão de risco relativa de 2,1; p < 0,05). Concluíram que o SIR era a única variável prognóstica significativa para a sobrevida de pacientes com metástases cerebrais de melanoma. Outros autores, do Hôpital Sainte Margerite, em Marselha, França(11), avaliaram retrospectivamente a estratégia terapêutica que usa radiocirurgia por raios gama (gamma-knife) no manejo de pacientes com metástases cerebrais de melanoma maligno. O SIR estava associado à sobrevida tanto na análise univariada quanto na multivariada, sendo, na primeira análise, dividido em três grupos: 3 a 5, 6 a 7, e 8 a 10 (p = 0,002) e em apenas dois grupos na segunda: > 6 e < 6 (p = 0,04). Nesse estudo, nem a RPA nem BS-BM foram preditivos de mortalidade. A baixa capacidade da RPA para melhor discriminar os grupos de pacientes é algo inerente a todos os sistemas que usam poucos fatores(19,39) ou apenas um fator (KPS < 70 para definir a classe 3). Usando o SIR, dependendo do tamanho do grupo, podemos criar de 2 a 11 diferentes níveis de prognóstico, mantendo uma curva de distribuição normal. A maior precisão do SIR nesta e em outras séries tem algumas explicações possíveis. A principal é que o SIR é um escore composto, derivado da associação dos cinco principais fatores prognósticos, evitando, assim, o viés e aumentando a sua significância estatística. Na RPA, a resposta clínica é pouco considerada na definição dos pacientes em classe 1, como sendo aqueles que têm tumor primário controlado, sem outras metástases, mas a resposta clínica está incluída no estado da doença extracraniana do SIR. O número de metástases cerebrais e seu volume também não são considerados no sistema RPA, estando incluídos no cálculo do SIR. O SIR também foi preciso em pacientes com metástases cerebrais tratados com outras abordagens diferentes da SRS(13), mas ainda precisa ser testado em outras alternativas terapêuticas.

Validando o SIR: um melhor índice prognóstico para pacientes com metástases cerebrais tratados com cirurgia estereotática

CONCLUSÃO Ao analisarmos os dados atualizados de sobrevida dos 100 primeiros pacientes com metástases cerebrais tratados com SRS em nosso hospital, com seguimento mínimo de cinco anos, concluímos que o estado da doença extracraniana, KPS, SIR e RPA são ferramentas confiáveis para estabelecer o prognóstico desses pacientes. O SIR é um escore fácil de usar e prático, altamente associado à sobrevida, que demonstra maior precisão e é mais fácil de aplicar do que a RPA, quando queremos conhecer o prognóstico. O SIR foi testado em outros centros, mostrando ter maior precisão e aplicabilidade do que a RPA. Esses estudos validam o escore SIR. REFERÊNCIAS 1. Kaal EC, Niël CG, Vecht CJ. Therapeutic management of brain metastasis. Lancet Neurol. 2005;4(5):289-98. 2. Boyd TS, Mehta MP. Radiosurgery for brain metastases.Neurosurg Clin N Am. 1999;10(2):337-50. Review. 3. Lagerwaard FJ, Levendag PC, Nowak PJ, Eijkenboom WM, Hanssens PE, Smitz PI: Identification of prognostic factor in patients with brain metastases: a review of 1292 patients. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 1999;43(4):795-803. 4. Andrews DW, Scott CB, Sperduto PW, Flanders AE, Gaspar LE, Schell MC, et al. Whole brain radiation therapy with or without stereotactic radiosurgery boost for patients with one to three brain metastases: Phase III results of RTOG 9508 randomised trial. Lancet. 2004; 363(9422):1665-72. 5. Borgelt B, Gelber R, Kramer S, Brady LW, Chang CH, Davis LW, et al. The palliation of brain metastases. Final result of the first two studies by the Radiation Oncology Group. Int J Radiat Oncol Biol Phys.1980;6(1):1-9. 6. Loeffler JS, Kooy HM, Wen PY, Fine HA, Cheng CW, Mannarino EG, et al. The treatment of recurrent brain metastases with stereotactic radiosurgery.J Clin Oncol. 1990;8(4):576-82. 7. Patchell RA, Tibbs PA, Walsh JW, Dempsey RJ, Maruyama Y, Kryscio RJ, et al. A randomized trial of surgery in the treatment of single metastases to the brain. N Engl J Med. 1990;322(8):494-500. 8. Gaspar L, Scott C, Rotman M, Asbell S, Phillips T, Wasserman T, et al. Recursive partitioning analysis (RPA) of prognostic factors in three Radiation Therapy Oncology Group (RTOG) brain metastases trials.Int J Radiat Oncol Biol Phys. 1997;37(4):745-51. 9. Weltman E, Salvajoli JV, Oliveira VC, Brandt RA, Cruz JC, Borges SRO, et al: Score index for stereotactic radiosurgery of brain metastases. J Radiosurg. 1998;1(1):89-95. 10. Karnofsky DA, Burchenal JH. The clinical evaluation of chemotherapeutic agents in cancer, in MacLeod CM, editors. Evaluation of chemotherapeutic agents. New York: Columbia University Press; 1949. p. 191-205. 11. Gaudy-Marqueste C, Regis JM, Muracciole X, Laurans R, Richard MA, Bonerandi JJ, et al. Gamma-Knife radiosurgery in the management of melanoma patients with brain metastases: a series of 106 patients without whole-brain radiotherapy. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2006; 65(3):809-16. 12. Lonrezoni J, Devriendt D, Massager N, David P, Ruiz S, Vanderlinden B, et al. Radiosurgery for treatment of brain metastases. Estimation of patient eligibility using three stratification systems. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2004;60(1):218-24. 13. Nabhani T, Liau LM. Neurosurgical options for metastatic melanoma in the central nervous system: Part I. Contemp Neurosurg. 2005;27(1):1-6. 14. Nöel G, Bollet MA, Nöel S, Feuvret L, Boisserie G, Tep B, et al. Linac radiosurgery: an effective and safe treatment for elderly patients with brain metastases. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2005; 63(5):1555- 61. 15. Nöel G, Medioni J, Valery C-A, Boisserie G, Simon JM, Cornu P, et al. Three irradiation treatment options including radiosurgery for brain metastases from primary lung cancer. Lung Cancer. 2003;41(3):333-43. 16. Nöel G, Proudhom M-A, Valery C-A, Cornu P, Boisserie G, Hasboun D, et al. Radiosurgery for re-irradiation of brain metastasis: results in 54 patients. Radiother Oncol. 2001;60(1):61-7.

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