VÍDEO MARKETING E ESTRATÉGIAS PARA MOTORES DE BUSCA

October 5, 2017 | Autor: Nicola Grazia | Categoria: SEO, Youtube, SEO MARKETING, Video Marketing
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VÍDEO MARKETING E ESTRATÉGIAS PARA MOTORES DE BUSCA 1

Nicola Andrea Sergio Di Grazia 2 Elaine Cristina Paganotti Rezende3 RESUMO O objetivo deste trabalho é identificar como obter os melhores resultados nos motores de busca Google e YouTube, para vídeos com finalidade de marketing. Isso não abrange apenas os tipos de vídeos de publicidade ou venda de um produto, sendo que esta é só uma das áreas do marketing. A metodologia de pesquisa se apoiará em material bibliográfico inglês e uma análise de campo nos canais vídeo de sucesso, com atenção também a realidade brasileira. Com a contínua atualização do algoritmo de Google, será mostrado como hoje é importante ter um conteúdo relevante para o sucesso de um vídeo nos motores de busca, destacando o papel do ser humano e da sua oratória nos vídeos de marketing. Dessa forma, o resultado da pesquisa nos mostra que os motores de busca, atualmente, dão maior importância ao nível de engajamento que um vídeo consegue com os visitantes. E essa interação é consequência de elementos não possíveis de medir com códigos de programação, algoritmos, mais da sensibilidade e experiência humana.

PALAVRAS-CHAVE: 1 Vídeo Marketing. 2 YouTube. 3 Marketing digital. 4 Motores de Busca

INTRODUÇÃO SEO é o acrônimo de Search engine optimization, ou seja, estratégias para otimização nos motores de busca. Esse artigo pretende focar nas estratégias que levam um conteúdo vídeo a estar nos primeiros resultados das pesquisas web. Não pretende aprofundar as técnicas de produção de vídeos ou código HTML e palavras chave. Vídeo online é, como social media e mobile, a mídia que “explodiu nos últimos anos e se complementa com estratégias clássicas de SEO” (HUSAM, 2013, p. 16). Em português existe material bibliográfico para SEO, mas as orientações desses textos devem ter uma atualização para vídeo: se aponta que a “indexação de conteúdo multimídia, como vídeos e áudio, é uma área de evolução do SEO” (ENGE et al , 2010, p.596). A justificativa desse trabalho é que ainda hoje falta material bibliográfico de SEO para vídeo online, adequado à realidade brasileira e em português. Essa falta não                                                                                                                         1

Trabalho de conclusão do curso de pós-graduação lato sensu à distância em Gestão e Marketing Digital pelo UCDB/ Portal Educação. 2 Bacharel em Comunicação Social, Publicidade e Propaganda ênfase em Marketing, pela Faculdade do Acre, União Education do Norte. Professo, Assessor de Marketing. E-mail: [email protected] 3 Administradora, Professora, Mestranda em Desenvolvimento Local pela Universidade Católica Dom Bosco, Orientadora do Curso de Pós Graduação UCDB – Portal educação. E-mail: [email protected]  

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corresponde ao peso do Brasil como consumo de vídeo online, pois a gerente de parcerias estratégicas do YouTube, afirmou em São Paulo que o Brasil é 2º maior consumidor de vídeos de YouTube, assistindo a 100 horas de vídeo por minuto (AGÊNCIA EFE, 2014). Por isso, a pesquisa em questão tem objetivo exploratório e, em referência as fontes usadas, é bibliográfica e de campo. A pesquisa de campo dará prioridade aos mecanismos de busca de Google e os índices de sucesso no YouTube. Isso porque Google domina com 67% de participação no mercado dos motores de busca (COMSCORE, 2014) e tem uma grande interação com seu portal de vídeo YouTube. Como hoje “content is king” (HUSAM, 2013, p.48) no marketing digital, esse artigo elabora uma hipótese que o conteúdo nos vídeos de marketing tem uma relevância especial, quando veiculados por uma pessoa humana, seja porque comparece no enquadramento, seja pela presença de uma voz de locução que acompanha animações. Dessa forma, um elemento que terá um destaque final nesse artigo, será a oratória pois influi, com ênfases, tom e organização lógica, na qualidade de conteúdo e, de consequência, no SEO dos vídeos. 1 TENDÊNCIAS DOS VIDEOS NO MARKETING DIGITAL O vídeo está ganhando grande espaço na internet. Como relata Cisco (2014), o tráfego de vídeos será 79% de todo o tráfego na internet no ano de 2018, quando que no ano de 2013 era de 66%. O segundo motor de busca mais usado mundialmente é um portal de vídeo: YouTube (RAMPTON, 2014). Esse site tem mais de um bilhão de acessos únicos por mês, com 100 horas de vídeos que são carregadas a cada minuto. Em paralelo, os outros portais de vídeo, como Vimeo, Netflix, Vine, Instagram, também estão crescendo (PAVLOVSKI, 2014). Por consequência disso, o marketing está usando vídeos online: o canal vídeo da RedBull tem 3.659.868 seguidores; a marca GoPro tem 2.156.616 seguidores; a marca do perfume masculino Old Spice tem 10 vídeos que coletam mais de 6 milhões de visualizações cada um (YOUTUBE, 2014). Uma pesquisa da Web Video Marketing Council (2013) salienta que 93% de profissionais de marketing norte americanos, fazem planejamento de usar vídeos online para as campanhas. Vídeos online é uma ferramenta de marketing radicada, não uma moda. Os objetivos vinculados a vídeo marketing são vários. As grandes marcas

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planejaram essas ações com estratégias de brand awareness, ou seja, para aumentar a percepção do valor da marca. Quando a empresa é de pequeno e médio porte, os vídeos são também usados com estratégias de curto prazo, como de aquisição de leads, ou seja, para obter contatos com possíveis novos clientes (MILLER, 2010). Tem vários estudos de casos, que testemunham que a presença de um vídeo aumenta a taxa de conversão. A agência australiana Flyte New Media (2014) salienta que quem assiste a seus vídeos online tem 700% de probabilidade a mais de encher um formulário de contato, em comparação a casos de páginas que são somente de texto. Desde o início do ano de 2014, está visível no YouTube, com integração de landing pages externas, um vídeo de propaganda da CrazyEgg, uma empresa norte americana que vende headmaps. O conceito de headmap é difícil de explicar em poucos segundos, por isso a CreazyEggs contratou a produtora Demo Duck para explicar, em um vídeo de dois minutos, aquele que oferece o produto e um convite a experimentá-lo. O resultado foi um aumento da taxa de conversão de 64% e ganhos de $21,000 por mês (FOLLETT, 2014). Entre outros casos de conversões e vídeos online: 144% a mais, foi o aumento das compras no site StacksAndStacks.com, 400% de ganhos a mais, foi o aumento das compras no site Ice.com, no ano de 2009 (SHAUGHNESSY, 2012). Vídeos integram com sucesso também o uso do e-mail marketing: de 800.000 e-mails enviados com a ferramenta de e-mail marketing GetResponsePro, após análise foi descoberto que os e-mails com vídeos tem um click through rate (percentagem de click) maior de 96,38% (GETRESPONSE, 2009). Os vídeos online favorecem a otimização nos motores de busca e, de consequência, ajudam a obter mais tráfego nos sites web. Forrester Research salienta que a possibilidade de ficar no topo dos resultados de pesquisa do Google aumenta de 52 vezes, quando colocamos vídeos nas páginas (ELLIOTT, 2009). Confirma o mesmo princípio o blog de nicho ReelSeo, que relatava que vídeos nos mecanismos de busca tem 41% mais de click through rate (SCOTT, 2011). 2. FERRAMENTA SEO PARA VIDEOS DE MARKETING A palavra estratégia significa habilidade, astúcia, esperteza. É possível afirmar que as estratégias também na área de SEO não são algo de matemático, com autores que a comparam a uma arte (ENGE et al., 2010, p.20). Isso porque, o algoritmo de Google, que restitui os resultados no motor de busca, é como a fórmula da Coca Cola: algo guardado a

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sete chaves (HAMANN, 2012). O rank de uma página depende de mais de 200 fatores e, apesar de que Google orienta e explica as diretrizes de como fornece resultados da busca entre as 60 trilhões de páginas web indexadas, no final os detalhes desse mecanismo não são revelados (GOOGLE, 2014): fazem parte de um segredo industrial. Por isso, precisa preparação, persistência, arte e sorte, para ter sucesso com SEO. Com vídeo online, este aspecto aumenta. Os vídeos virais, que nem sempre são de marketing, representam um exemplo: assim como um vídeo de música norte coreano atinge 2 bilhões de visualizações, ou o vídeo de um amador, que gravou um duplo arco-íris e consegue 40 milhões de visualizações, são uns dos maiores mistérios desse fenômeno. Não existe uma receita para fazer um vídeo viral, não é uma ciência, é mais uma arte (JONES, 2014). 2.1 SEO ‘TRADICIONAL’ ADAPTADO PARA AUDIOVISUAL No SEO tradicional o objetivo primário é atrair mais tráfego direcionado para o site de uma empresa. Para conseguir isto, usa-se fatores internos e externos. Os fatores internos são (JERKOVIC, 2010): • Palavras-chave na tag ; • Palavras-chave na URL da página; • Palavras-chave copiadas na página; • Palavras-chave na tag de descrição; • Palavras-chave nas tag de cabeçalho; • Proximidade de palavras-chave; • Proeminência de palavras-chave; • Palavras-chave no link do texto âncora; • Links de saída com qualidade; • Idade da página web; • Tamanho da página web; • Palavras-chave no nome do domínio • Tamanho ou quantidade do conteúdo; • Considerações de vinculação (linking) • Novidades das páginas.

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Os fatores externos são (JERKOVIC, 2010): • Links externos; • Links de saída quebrados; • Padrões de comportamento de usuários; • Desempenho e idade do website. Alguns desses itens não são aplicáveis a um conteúdo vídeo: por exemplo, a quantidade do conteúdo é mensurável somente pelo tempo do vídeo mas podem existir vídeos de 10 minutos nos quais não acontece quase nada. O livro A Arte do SEO salienta que estamos no início desse processo: “O conteúdo multimídia está se tornando indexável” (ENGE et al., 2010, p. 606). Segundo Miller (2011) tem 8 ações para obter as primeiras posições dos motores de busca com um vídeo: escolha das palavras chaves, otimização dos Tags, do título, a descrição, por otimizar os link embutidos na descrição, visualizações, comentários, votações. O autor ainda faz uma ressalva dos fatores externos, como comentários, votações, popularidade, o engajamento que cria o vídeo, por que são medidos pelo YouTube e influenciam no sucesso final. Recentemente a revista Forbes publicou um artigo mais radical: SEO por vídeo é considerado um novo bicho; é uma conquista a se fazer no marketing digital. Além de 5 fatores internos, os fatores importantes para SEO vídeo hoje são (RAMPTON, 2014): • Quantas vezes um vídeo é visualizado; • Qual a porcentagem da duração de um vídeo é visualizada; • Quantas vezes um vídeo entra nas playlists de usuários; • O número de comentários e compartilhamentos; • Quantos inscritos têm o criador do vídeo; • Quantas vezes o vídeo é incluído em sites webs. Observando as datas do material bibliográfico, os itens de interatividade e com participação ganham relevância no tempo. Enfim, Keven Allocca (2012), responsável pelos trends do YouTube, explicou em uma conferência o que antes foi descrito como misterioso: o porquê alguns vídeos tornam-se virais. Ele destacou 3 fatores comuns nos vídeos virais: o vídeo tem apoio dos formadores de opinião, é imprevisível e com participação de uma comunidade.

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É possível afirmar que, ter uma interação de sucesso com a própria audiência e dar relevância os fatores externos de tradicional SEO, ganharam muita importância. Os criadores de vídeo online devem se preocupar menos com títulos, tag HTML e frases usadas nas descrições; devem focar mais nas necessidades e nas perguntas sem respostas da própria audiência, para produzir conteúdo relevante que gera participação. Definido pela imprensa norte-americana como guru do social media, Gary Vaynerchuk (2010) diz que criar uma community é a base empreendedora de sucesso, seja online que off-line. Dar atenção à própria base de audiência é a chave, e Vaynerchuk (Id Ibidem) faz isso animando os comentários de outros blogs do mesmo tema - ação de link building - e, às vezes, ligando no telefone para seus seguidores mais fiéis. 3. SEO E INTEGRAÇÃO COM CONTENT MARKETING Para fazer crescer a própria audiência e otimizar o relacionamento com as pessoas, a relevância e continuidade do conteúdo é um dos fatores críticos de sucesso. “O conteúdo é tudo” (ENGE et al., 2010, p.103), pois, mesmo no mundo online, a qualidade da conversa é mais importante que número de pessoas que participam, diz Vaynerchuk (2010). As novidades no algoritmo de Google, que é atualizado em média uma vez por mês, dão menos ênfase às palavras chaves, e mais na pesquisa semântica. Isto quer dizer que o sentido da pesquisa é mais importante que as palavras exatas procuradas: é um fator que dá mais importância ao conteúdo e menos às keywords - palavras chaves. De uma perspectiva SEO, Google estará favorecendo empresas com robustas práticas de conteúdos e de qualidade, e que a produção de bons conteúdos ganham hoje um nível de importância nunca atingido antes. (DEMERS, 2013). Mas é importante fazer uma ressalva que o conteúdo ganha sim, hoje relevância, mas não é o SEO do futuro, como apontam vários títulos de blogs: SEO e conteúdo relevante se integram. Talvez SEO não é mais acrônimo de search engine optimization - otimização nos motores de busca - mas de search experience optimization - otimização da experiência de busca - com o sentido de integração entre conteúdo, engajamento e SEO (SCHACHINGER, 2013). As atividades de marketing que focam nesse aspecto chamam-se content marketing. Sua ascensão é evidente nos gráficos do Google Trends (GOOGLE, 2014): o termo de pesquisa content marketing hoje supera serch engine optimization. O site

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Search Engine Watch reforça essa tendência com suas previsões das atualizações do algoritmo do Google (DEMERS, 2013).

Fonte: Google Trends (2014)

Mas marketing de conteúdo é um conceito guarda-chuva que sofre de várias interpretações. Muitas empresas falam que fazem content marketing, mas na prática fazer uma apresentação dos próprios produtos e serviços, ou produzir outro tipo de conteúdo centrado na empresa: essa prática não é content marketing. No marketing de conteúdo não se vende diretamente, não usa-se técnicas persuasivas, mas técnicas informativas e, na maioria das vezes, sem convidar a fazer uma ação no final (CONTENT MARKETING INSTITUTE, 2014). Uma estratégia de vídeo marketing centrada em marketing de conteúdo precisa de planejamento: conhecer o próprio público alvo, saber sobre o que se pretende informar, planejar tipos de conteúdos em cada fase do processo de compra, criar, divulgar, saber mensurar resultados. Em geral, os objetivos para vídeos online podem ser: fortalecimento da imagem da marca, geração de leads, conversões para venda, aumentar tráfego, aumentar links, e, um dos mais importantes, engajamento de usuários (NOTTINGHAM, 2013). Para esse último, o call-to action pode ser um convite a escrever um comentário: a brasileira Camila Coelho, no seu canal Youtube que atingiu mais de 1 milhão e meio de inscritos em 2014, não vende diretamente produtos de maquiagem mas regularmente, no final dos vídeos, convida a comentar no seu canal. Camila mostra que, para fazer marketing de

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conteúdo, a estratégia de vender diretamente não é uma boa opção. Na fase de criação de um vídeo se destaca a importância da voz humana e da linguagem corporal, quando o vídeo não é feito só com animações ou slides. É um grande diferencial do vídeo, e existem razões humanas do porque nós somos atraídos por vídeos com pessoas. Segundo Weinschenk (2013) apud Rosensteel (2013), a voz transmite ricas informações, e o simples som de uma voz humana tem uma forma incrível de converter informação em conteúdo significativo: existe uma função do cérebro que escolhe usar o rosto humano como um ponto de encontro para informação e credibilidade. O fundador de TED Talks acrescenta que aquilo que Gutenberg fez pela escrita, o vídeo online pode agora fazer pela comunidade face-to-face, usando um meio primordial para o qual nosso cérebro está perfeitamente configurado (ANDERSON, 2011). 3.1 CONTENT MARKEING E ORATÓRIA NOS VIDEOS Com a importância do conteúdo relevante e da pessoa que o veicula no vídeo online, isso se resume em lidar com a arte da oratória. As grandes marcas produzem bastante vídeos com produção caras, trilhas sonoras, storytelling, contratação de atores famosos. No caso de pequenas e médias empresas o vídeo com uma pessoa que fala é aconselhado no guia Grow Your Business with Youtube (YOUTUBE, 2012). Na arte da oratória classificam-se três tipos de discursos: improviso, informativo e persuasivo (MCGARRITY, 2014). Para os objetivos de marketing de conteúdo, que favorece o engajamento da audiência, o discurso informativo é o mais indicado. É o tipo de discurso que se usa em palestras, conferências ou em sala de aula. Na internet em webinars. No livro YouTube for Business (MILLER, 2011) é tratada a criação de vídeos informativos, vídeos do tipo educacional, de entretenimento: o formato persuasivo, padrão do vendedor, não é considerado. Também um webinar de conteúdo relevante não tem propostas de venda. Qualificam-se dois tipos de webinars: informativo (educational) e sales peach (discurso de venda, com os benefícios ou o funcionamento de um produto). O primeiro é aquele com mais alto impacto, com objetivo de estimular a curiosidade, ensinar algo, inspirar, a saber, mais sobre o assunto. No sales peach usa-se mais a oratória de forma persuasiva e tem menor impacto (WEBACRACT, 2012). O curso de introdução da oratória da Washington University (MCGARRITY, 2014) aponta que a estrutura do discurso persuasivo prevê a formulação de um problema,

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apresenta uma solução, convidando a cumprir uma ação - um call to action - no final. Por outro lado, o discurso informativo tem um roteiro articulado em três pontos: uma introdução, uma parte central com pontos argumentativos, o fechamento. Na introdução é possível usar: A) ferramentas para capturar atenção (contar uma história ou fazer um exemplo, citações ou números de estatísticas), B) relevância (explicar por que o conteúdo será relevante para a audiência) C) uma prévia do conteúdo (com objetivo de orientar a audiência). Na parte central, o conteúdo informativo é dividido em 4-5 pontos chaves com um critério de apresentação cronológico, lógico ou de proximidade geográfica. No final: relembrar os pontos chaves e fechar com uma frase que resuma o conceito central. Na prática, com a observação de alguns webinars em plataformas como GotoWebinars e Evencials, os tipos de discursos se misturam, iniciando como informativos e terminando convidando a uma ação de compra. 4 PRÁTICA DOS CANAIS VIDEO DE SUCESSO A pesquisa de campo4 desse artigo analisou o comportamento de 15 marcas ou canais muito ativos no Youtube. Pois a maioria das pessoas vai ao Youtube para entretenimento, os canais com mais inscritos são, em ordem, de música, comédia e gaming. Foram filtradas essas categorias, para não ter a quase exclusividade desses setores. Depois foi avaliado o tipo de indústria: segundo o relatório Top 500 Brands on YouTube (OPENSLATE, 2013), os setores de tecnologia, bebida/comida e vestuário tem mais seguidores no YouTube. Essas áreas foram ainda, filtradas para obter homogeneidade com vários setores de negócios. Por exemplo, foi considerado o canal da console de jogos Sony, mas deixados de mensurar métricas de canais como Call of Duty, Nintendo, EA Sports, a comunidade do jogo Legue of Legend. Com esse objetivo de homogeneidade, foram selecionados os canais no topo da lista de três realidades: lista dos canais com mais sucesso fornecida pelo YouTube                                                                                                                         4

DI GRAZIA, Nicola. Engajamento de um Vídeo de Sucesso no YouTube. nicoladigrazia.com.br. Disponível em: . Acesso em: 14/09/2014.  

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(GOOGLE, 2014), um relatório da plataforma online de análise vídeo Openslate (2014) e lista do site Socialbackers.com (2014) que permite também selecionar os países e ter um foco no Brasil. Na amostra selecionada foi avaliado o tipo de mensagem, os primeiros 15 segundos, o número de palavras no título, à imagem thumbnail do vídeo, a quantidade de vídeos no canal, a quantidade de interação com inscritos e comentários, entre outros fatores. Para selecionar essas métricas, foram consideradas: • As respostas de um questionário aplicado via e-mail de alguns protagonistas da internet brasileira, como: o Não Famoso, o criador do Canal do Otário com 471.085 inscritos, e Felipe Castanhari, Canal Nostalgia com 1.932.507 inscritos (YOUTUBE, 2014); • YouTube advertise Playbook , o guia oficial de propaganda de YouTube (2013); • o livro YouTube for Business (MILLER, 2011).

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa de campo (2014)

Enfim, para classificar o tipo de vídeo, foi adotada a classificação de YouTube advertise Playbook (YOUTUBE, 2013), vídeo informativo, educativo, de venda, e mais uma

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categoria para entretenimento. Foram incluídos na pesquisa marcas que usam vídeos para marketing de si mesmos, não para monetizar com as visualizações e as propagandas de outras marcas sobre os próprios vídeos. Os resultados da presente pesquisa apontam que em um canal de sucesso, uma nova publicação de vídeo faz 543 novos inscritos. O engajamento no Brasil é menor: um novo comentário ao vídeo sai a cada 9888 visualizações, em média. No canal de marca estrangeira, cada comentário sai a cada 1220 visualizações. Conforme gráfico 2, 77% dos vídeos tem a presença de uma pessoa e não é produzido com animações. Os thumbnails (imagem fixa de prévia do vídeo) também usam enquadramentos com pessoas por 73%, mais que enquadrar objetos, paisagens ou elementos de design. Nos vídeos de animação ainda tem a presença humana, com a voz de um locutor 71% desse universo. No gráfico 3, 57% tem conteúdo informativo, 10 % educativo, 13% dos vídeos contam uma história com um estilo de documentário, para entretenimento. Em comum tem um objetivo de awareness, de aumentar a percepção e a lembrança da marca, sem vender diretamente ou coletar novos contatos. Confirma isso Miller (Id Ibidem, pag.12): vídeo online são mais eficazes para brand awareness que a tradicional publicidade TV. Miller relata que um estudo de Millwaed Brown descobriu que a visualização online restitui 82% de brand awareness e 77% de lembrança - recall - do produto comparando a somente o 54% de brand awareness e 18% de product recall para um similar publicidade TV. O 17% dos vídeos vendem diretamente, fugindo dos princípios de content marketing. Referente aos títulos, 5,7 é a média das palavras que são usadas. Apenas 26% dos títulos tem um verbo entre as palavras: essa tendência é diferente nos títulos para conteúdo textual, onde os verbos são muitos usados (HENRY, apud ZARELLA, 2014). A maior falta de verbos, nos títulos de um vídeo, pode fazer sentido porque o conceito de vídeo tem em si a ação.

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Fonte: Elaboração própria a partir de dados da pesquisa de campo (2014)

Entre os 30 vídeos analisados não tem um padrão que oriente na criação dos primeiros 15 segundos, os mais importantes para capturar a atenção do público (MILLER, Id Ibidem). Como destacam Alocca (2012) e Jones (2014), a surpresa e o ser imprevisível são elementos do sucesso de um vídeo viral: isso faz com que, também para os segundos iniciais e mais atrativos de um vídeo não é possível se prender a uma receita fixa. Mais de 50% dos vídeos avaliados tem música presente na maioria da edição. Jones (Id Ibidem) destaca que os 60% dos vídeos apresentam músicas, sendo que esse elemento é importante para a qualidade do conteúdo final: vale ressaltar que só ouvidos humanos, não um algoritmo de Google, podem qualificar o sentido da música com a sincronização das imagens. Um exemplo entre todos, os vídeos Official PlayStation 4 Perfect Day Commercial (2014), com mais de 3 milhões de visualizações no YouTube. CONSIDERAÇÕES FINAIS Objetivo principal deste trabalho é identificar como obter os melhores resultados, nos motores de busca com vídeos de marketing. Uma vez que foi destacado que marketing de conteúdo é uma das principais chaves, o objetivo secundário foi compreender como planejar a produção de conteúdo relevante nos vídeos. Esse artigo iniciou com a apresentação das estratégias clássicas de SEO, divididas em fatores internos e externos. A introdução aborda a falta de referências bibliográficas e material técnico em português para aplicar SEO ao caso específico de vídeo marketing. Em seguida, mostra-se a ascensão do content marketing para ter sucesso com SEO e a contribuição que a arte da oratória pode dar no marketing com vídeos. Mais de 90% dos

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vídeos usam oratória seja de atores, de locutores ou de entrevistados. A pesquisa de campo realizada em 15 canais YouTube, e avaliando os 2 vídeos de maior sucesso de visualizações, destaca que, quem tem sucesso, também tem um alto número de vídeos produzidos (e assim da escolha de assistir a outro material), alto engajamento dos inscritos, com comentários e curtidas: fornece os pressupostos para que o internauta faça uma experiência interessante. O fato que o Brasil é o segundo país do mundo em número de visualizações de YouTube, não corresponde a estar no topo para número de vídeo produzidos. As marcas brasileiras produzem poucos vídeos, em comparação as estrangeiras. Nos 9 canais brasileiros pesquisados, reciclam-se mais os comerciais de TV, mas esta, não é uma prática aconselhada (MILLER, 2011) e mostra que vídeo marketing não tem ainda uma estratégia própria. A internet brasileira tem pouco engajamento do público, seja como inscrições no canal, seja nos comentários: assiste-se passivamente a vídeos online e não se interage ativamente da mesma forma. Como consideração pessoal, no SEO para vídeo ganham cada vez mais importância, elementos não possíveis de medir com códigos de programação. Com vídeos online o fator humano aumenta de importância mais que em outras estratégias de marketing digital, seja como um espectador que pode ser um formador de opinião, seja na participação ativa com a produção de vídeo que não precisam de grande produção técnica. Esse conceito de relevância da pessoa humana e da sua experiência online, ao final, junta-se com o novo e macro conceito de Marketing 3.0 (KOTLER, KARTAJAYA, SETIAWAN, 2011) da importância dos valores humanos no marketing. REFERÊNCIAS ALLOCCA, Keven. Kevin Allocca: Por que vídeos se tornam virais. TEDYouth. 2011. Disponível em: Acesso em: 14/09/2014. ANDERSON, Chris. Como os vídeos da internet potencializam a inovação global. TedTalks. 2010. Disponível em http://www.ted.com/talks/chris_anderson_how_web_video_powers_global_innovation?language=p t-br. Acesso em: 10/08/2014. COMSCORE; comScore Releases March 2014 U.S. Search Engine Rankings, Site Comscore, 2014. Disponível em: . Acesso

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