Visualização e Análise Exploratória da Área de Abrangência das Unidades de Ensino da Área da Saúde da FMUSP de Ribeirão Preto

June 29, 2017 | Autor: Domingos Alves | Categoria: Tool Development, Geographic Information System, Medical Informatic
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Visualização e Análise Exploratória da Área de Abrangência das Unidades de Ensino da Área da Saúde da FMUSP de Ribeirão Preto. Poliana Cerqueira Pereira1,2, Lincoln Tadeu do Nascimento1,2, Pedro Lopes de Souza1,2, Virgílio Cavicchioli Neto3 , Paulo Mazzoncini de Azevedo Marques4, Domingos Alves1. 1

Departamento de Medicina Social (DMS), Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Brasil. ² Departamento de Física e Matemática (DFM), Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), Universidade de São Paulo (USP), Brasil. 3 Programa de Pós-graduação em Informática em Saúde, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). 4 Departamento de Clínica Médica – (RCM), Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Brasil.

Resumo - O presente trabalho tem como proposta contribuir para a modernização da Atenção Primária, desenvolvendo e disponibilizando uma biblioteca de mapas derivados dos dados de representação de um sistema de informação geográfica (SIG) do Distrito Oeste do município de Ribeirão Preto, calibrados com os dados do Banco de Dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB). Como público alvo temos as Unidades Básicas de Saúde (UBS) que constituem o Distrito Oeste de Saúde. Esse banco, motivado pela relevância que o elemento espaço adquire contribuirá para o diagnóstico de saúde. Este artigo apresenta uma ferramenta desenvolvida para visualizar e analisar a área de abrangência das Unidades de Ensino da Área de Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto FMRP-USP. E tem como abordagem enfatizar indicadores de risco, identificando inclusive áreas de possível sub-registro de casos. Os recursos concebidos foram implementados e estão em fase de teste. Futuramente pretende-se incluir o desenvolvimento de uma infraestrutura necessária para o armazenamento permanente dessas informações, em parceria com um trabalho já realizado que utiliza um gerenciador de bases de dados relacional, pela qual serão manipuladas e integradas em mapas dinâmicos detalhados. Palavras-chave: Informática Médica, Sistema de Informação Geográfica, SIAB. Abstract – The present work has as proposal to contribute for the modernization of the Primary Attention, developing and available a library of maps derived from the representation data of a geographic information system (GIS) of the District West of the city of Ribeirão Preto, calibrated with the data of the Data Base of the System of Information of Basic Attention (SIBA). As public target we have the Basic Units of Health (BUH) that they constitute the District West of Health. This bank, motivated for the relevance that the element space acquires will contribute for the health diagnosis. This paper presents a developed tool to visualize and to analyze the area of enclosure of the Units of Education of the Area of Health of the College of Medicine of Ribeirão Preto FMRP-USP. And has as boarding to emphasize risk pointers, also identifying areas of possible sub-register of cases. The conceived resources had been implemented and are in test phase. Future one intends to include the development of a necessary infrastructure for the permanent storage of these information, in partnership with a carried through work already that it uses a relationary organizer of databases, by which they will be manipulated and integrated in detailed dynamic maps. Key-words: Medical Informatics, Geographic Information System, SIBA. Introdução As complexas interações entre saúde e as condições de vida têm sido abordadas pela epidemiologia na busca da identificação de causas para o adoecimento humano. Neste sentido, as

variações geográficas da incidência de doenças e taxas de mortalidade têm sido fontes importantes de investigação para sugerir hipóteses de causalidade. A incorporação da dimensão espacial não apenas delimita geograficamente o problema, quanto permite proceder a uma análise integrada que inclui

o estudo da dependência no espaço, percorrendo campos da epidemiologia, da geografia e da estatística. O desenvolvimento recente da geoestatística veio reforçar o seu uso nos estudos epidemiológicos. Detectando-se a existência de um componente espacial por meio do instrumental estatístico, a lógica da análise recai na apreciação dos fatores ou processos que geram a não aleatoriedade da distribuição espacial da doença e na identificação das áreas de maior interesse para posteriores investigações. Em particular a análise das associações em nível geográfico é de grande interesse, já que introduzindo indicadores sócioambientais, permite não só uma avaliação do impacto produzido pelas políticas sociais como também a identificação de áreas singulares que necessitam de monitoramento. Com efeito, vários tipos de mapas podem ser produzidos, em diferentes escalas, e a facilidade para superposição de informações permite ao usuário escolher o plano de informação mais adequado ou desejado, de uma forma bastante rápida e interativa. A produção de mapas por computador ainda apresenta a vantagem, importante para o epidemiologista, de se obter a atualização visual dos casos em poucos minutos ou segundos. Portanto, os mapas computadorizados podem ser utilizados para apresentar a informação no curso do estudo de uma doença e não somente para registrar os resultados após a conclusão do estudo. Diante desse cenário, estamos propondo neste trabalho a construção de uma ferramenta que utilize o georreferenciamento para a integração de bases de dados heterogêneos e disponibilizar métodos analíticos computacionais para a ampliação do diagnóstico de Saúde do Distrito de Saúde Oeste do Município de Ribeirão Preto, área de abrangência das unidades de ensino da área da saúde do campus de Ribeirão Preto, utilizando as informações do Banco de Dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB). Isso é feito, estudando-se o comportamento espacial de todas as informações cadastrais deste distrito em mapas desta região. O grande desafio a que se propõe este projeto é oferecer um ambiente computacional capaz de servir como infra-estrutura geográfica para reconhecer, monitorar e visualizar esses dados do Distrito Oeste. No âmbito da saúde, o estudo de variações das distribuições espaciais da incidência de agravos tem sido importante para investigar e sugerir hipóteses de causalidade.

Metodologia O desenvolvimento desse projeto inclui o planejamento e a implementação de uma ferramenta de visualização e análise de dados do Distrito de Saúde. A ferramenta incorpora recursos da tecnologia SIG para promover a integração da base de dados do SIAB com a base digital espacial incluindo uma biblioteca chamada Google Maps, por meio de uma Application Programming Interface (API), gratuita e de escala global, que tem se mostrado como um facilitador no desenvolvimento de aplicações web com mapas [6]. O objetivo do Google foi abrir sua biblioteca de desenvolvimento e disponibilizá-la para os desenvolvedores a usarem em seus próprios websites sem a necessidade de instalação de outros recursos, como mapas. Estes podem ser vistos em diversas camadas, como: ruas, imagens de satélite, híbrido (combinação entre ruas e imagens de satélite), além de uma camada de relevo. Para esse trabalho foi utilizada essa ferramenta por ser gratuita e de desenvolvimento ágil de aplicações SIG para web. Em uma primeira etapa foi realizada a construção da base digital. O mapeamento digital do Distrito de Saúde Oeste foi realizado através de informações fornecidas pelos Núcleos de Saúde em cima do mapeamento do município de Ribeirão Preto. O Distrito de Saúde Oeste, no momento, está estruturado com uma Unidade Distrital, que oferta pronto atendimento, 24 horas, além de comportar policlínicas de especialidades. A atenção básica é ofertada em 17 unidades de saúde onde se desenvolvem a Estratégia da Saúde da Família (ESF) e o modelo tradicional de atendimento. Atualmente, o distrito possui 13 equipes de Saúde da Família distribuídas em oito núcleos vinculados à Faculdade de Medicina, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, por meio de Convênio mantido com a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e em uma unidade de saúde da família vinculada à Secretaria Municipal da Saúde. As demais unidades (8 unidades) executam ações de atenção básica e 4 delas também contam com a Estratégia do Agente Comunitário de Saúde (EACS). O município de Ribeirão Preto apresenta seis regiões de saúde como podemos visualizar no mapa a seguir.

Figura 1 - Distritos de Saúde no município de Ribeirão Preto - Fonte Secretária da Saúde de RP.

A ferramenta foi desenvolvida com base no Distrito de Saúde Oeste como mostra a Figura 2. O arquivo original do Município de Ribeirão Preto apesar de um pouco ultrapassado, ano de 2002, apresentava o arruamento necessário para a confecção das divisões dentro do Distrito Oeste das unidades de Saúde. Não foi encontrado nenhum mapa já pronto destas divisões e sim a descrição dos limites e através destes realizamos a construção do mapa.

ferramentas que garantem atomicidade, consistência, integralidade e durabilidade para os dados. Está sendo desenvolvido em linguagem JAVA por ser uma linguagem multiplataforma viabilizando assim a sua execução em diversos dispositivos como os computadores das Unidades de Saúde ou os Palm Tops dos Agentes Comunitários. [9],[10]. Após essa primeira etapa de criação da Base de Dados Digital iniciamos a etapa de integração com o Banco de Dados do SIAB (ver figura 3 abaixo). O SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica) foi implantado em 1998 em substituição ao SIPACS (Sistema de Informação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde) por dois departamentos do SUS (Sistema Único de Saúde), o DAB (Departamento de Atenção Básica) e o Departamento de Informação e Informática do SUSDATASUS. Por definição do DATASUS o SIAB é descrito como “um sistema desenvolvido para monitoramento da situação da saúde e da atenção prestado a população que vive nas áreas de abrangência da estratégia saúde da família”. De uma forma mais geral podemos definir o SIAB como um sistema auxiliar ao PSF (Programa Saúde da Família), uma estratégia do Ministério da Saúde para organizar a atenção básica. [8]

Figura 3 - Diagrama do Modelo de Fichas presentes no Banco de Dados do SIAB Figura 2 - Município de Ribeirão Preto e Divisão de Saúde Oeste. O SGBD utilizado para o desenvolvimento do banco de dados é o PostgreSQL [11], já que este software esta disponível de forma freeware, além de possuir um grande numero de vantagens e

Resultados Base de Dados Digital Foram organizadas as seguintes camadas: Divisão Oeste, UBDS Sumarezinho, CSE Ipiranga, UBS Dom Miele, UBS Maria Casa Grande, UBS Vila

Albertina, UBS Vila Recreio, UBS José Sampaio e UBS Dutra como mostra a Figura 4. .

Figura 4 - Divisão de Saúde Oeste e suas subdivisões. O sistema consiste basicamente dos profissionais da saúde, a população assistida, fichas, relatórios e softwares auxiliares. As fichas estão divididas em quatro categorias onde cada uma contém um conjunto específico de informações. A proposta do Banco de Dados desenvolvido para o SIAB é informatizar as fichas já utilizadas pelos Agentes Comunitários para o cadastramento, acompanhamento e notificação de rotinas. E com isso agilizar a produção e manipulação desses dados, facilitando as pesquisas e otimizando o tempo dos profissionais de saúde do SIAB. A união do Banco de Dados do SIAB com a ferramenta de visualização de análise permite um mecanismo de consulta eficiente para levantar dados estatísticos que auxiliem no planejamento das ações a serem tomadas pelo núcleo em pró da população assistida. O banco possui uma interface amigável e intuitiva para facilitar junto a um sistema de busca para auxiliar a pesquisa e permitir maior flexibilidade ao usuário no gerenciamento dos dados.

A ferramenta é acessada via web pelo usuário cliente, ao acessar através de seu login e senha ele fará a solicitação de um mapa armazenado no banco de dados PostgreSQL (http://www.postgresql.org). A extensão espacial PostGIS foi instalada para agregar esta funcionalidade ao PostgreSQL. Para a programação da interface gráfica utilizamos as APIs de desenvolvimento Openlayers e o framework Mapbuilder, que são ferramentas robustas para o desenvolvimento de aplicações SIG para web. Por meio destas linguagens podemos requisitar um mapa no servidor Geoserver que faz a solicitação dessa informação ao banco de dados. Como pano de fundo o mapa fornecido pelo servidor Google Maps. A ferramenta permite a visualização de informações referentes à Base de Dados do SIAB de forma espacial. Questões como atendimento de um paciente que não pertence à área para atendimento de sua região podem ser visualizadas e tomadas às decisões necessárias. Com efeito, na Figura 5 mostramos uma opção de consulta para o gestor de saúde, que pode observar diferentes informações sobre pacientes atendidos em cada UBDS, sobrepô-las em um mesmo mapa.

Arquitetura Para suprir a necessidade de se trabalhar com várias camadas de mapas, localizadas em diferentes repositórios e contar com funcionalidade de realizar consultas geográficas nessas camadas, uma solução foi a implantação de servidores de mapas como o Geoserver (http://geoserver.org) de código livre e gratuito que conta com a funcionalidade de compartilhar informações espaciais de maneira interoperável. Utilizamos os recursos da API do Google Maps para associar as informações do Banco de Dados em pontos no mapa.

Figura 5 - Tela capturada da Ferramenta de Visualização das Unidades de Saúde integrada ao Portal IntegraVep. Os pontos em destaque representam a localização das Unidades de Saúde.

A Figura 6 mostra o mesmo aplicativo ao se aplicar filtros, como período de tempo específico que os pacientes foram atendidos, informações sobre cada unidade (como mostrado na figura 5), ou ainda especificar a região, ou mais especificamente mostrar a situação geral de todas as regiões de abrangência do HCFMRP.

integrando a base de dados relativos aos usuários das UBS com a base georreferenciada. Por último, reforçamos aqui que o objetivo do trabalho descrito é a exibição dos dados em uma perspectiva de georeferenciamento.

Agradecimentos Esta ferramenta esta sendo desenvolvida em parceria com o Departamento de Medicina Social. FMRP/USP e o Departamento de Informática em Saúde, UNIFESP. Referências [1] MINISTÉRIO DA SAÚDE. A construção da Política de Informação e Informática em Saúde do SUS – Versão 1.0 (2004). Fev. http://politica.datasus.gov.br/PoliticaInformacaoS aude24_07_2003.pdf.

Figura 6 - Tela capturada da Ferramenta integrada ao Portal IntegraVep. Visualizando a UBDS SUMAREZINHO. Os “pins” em azul representam os pacientes atendidos por esta UBDS Discussões e Conclusões A Ferramenta desenvolvida pode contribuir para a modernização do sistema de informação a atenção primária (SIAB) por meio de um banco de dados de mapas. Esse banco pode auxiliar na tomada de decisão no monitoramento e controle dos agravos em saúde, instrumentalizar áreas prioritárias de ações de saúde e o planejamento em nível local. Até o presente momento as camadas geográficas e a localização dos pontos de cada Unidade de Saúde estão automatizadas, porém está em andamento a visualização automatizada dos dados do SIAB na base georreferenciada. Assim, o sistema como um todo deve interoperar (padrão SOAP-XML) com o SIAB automaticamente

[2] Cavicchioli V, Riberto L, Alves D. A Geographic Information System (GIS) to visualize the spatio-temporal patterns of the spread and control of dengue epidemics in the Ribeirão Preto city In: 1st International Conference on Bioinformatics and Computational Biology - (I COBICOBI). Proceedings of 1st International Conference on Bioinformatics and Computational Biology - (I COBICOBI). , Ribeirão Preto 2003. [3] MINISTÉRIO DA SAÚDE. http://www.datasus.gov.br/siab/siab.htm. [4] CÂMARA, G.; SOUZA, R. C. M.; PEDROSA, B.; VINHAS, L.; MONTEIRO, A. M. V.; PAIVA, J. A.; CARVALHO, M. T.; GATTASS, M. TerraLib: Technology in Support of GIS Innovation. In: II Simpósio Brasileiro em Geoinformática, GeoInfo2000, 2000, São Paulo. [5] DAVIS, C.; CÂMARA, G. Arquitetura de Sistemas de Informação Geográfica. In: CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A. M. V. (Org.). Introdução à ciência da geoinformação. São José dos Campos: INPE, out. 2001. cap. 3. [6] Yuan Y, Cheng Q. Integrating Web- GIS and Hydrological Model: a Case Study with Google

Maps and IHACRES in the Oak Ridges Moraine area, Southern Ontario, Canada. In Proceedings of the International Geoscience and Remote Sensing Symposium (IGARSS 2007). Barcelona (Espanhã), Julho 2007 [In Press]. [7] FERREIRA, K. R.; QUEIROZ, G. R.; PAIVA, J. A. C.; SOUZA, R. C. M.; CÂMARA, G. Arquitetura de Software para Construção de Bancos de Dados Geográficos com SGBD Objeto-Relacionais. p. 57-67, 2002. XVII Simpósio Brasileiro de Banco de Dados. [8] RIGOBELLO, J. L. "A utilização do Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB pelos profissionais médicos das equipes de saúde da família, dos municípios da área de abrangência da Direção Regional de Saúde XVIII- Ribeirão Preto – SP", 2006 [9] Harvey M. Deitel and Paul J. Deitel. Java: how to program. Segunda edição, Prentice Hall, 1998 [10] NetBeans.org Group, NetBeans IDE project. Disponível em: www.netbeans.org [11] The PostgreSQL Global Development Group, PostgreSQL. Disponível em: www.postgresql.org/docs/8.0/interactive/index.ht ml Contato - Poliana Cerqueira Pereira, Departamento Medicina Social, FMRP – USP, Av. Bandeirantes, 3900, 14040-901, Ribeirão Preto, SP. [email protected]

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