\" Saturno devorando seu filho \" por Francisco de Goya

June 9, 2017 | Autor: Manuela Costa Silva | Categoria: Art, Art Theory, Artes, Artes Visuais
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Universidade Federal de Goiás   Faculdade de Artes Visuais  Artes Visuais  4º Período       

            Estética na Arte: “Saturno devorando seu filho” por Francisco de Goya           Samuel de Jesus    Manuela Thayse Costa Silva                         Goiânia   2016/1     

Este  trabalho  aborda   de  forma  analítica  e  crítica  a  obra  de  Francisco  de  Goya  “Saturno  devorando  seu  filho”.  A  pintura  que  está  localizada  no  Museu  do  Prado  na  Espanha,  foi  concebida  entre  1819  e  1823,  suas  dimensões  são  de  143,5  cm  x  81,4  cm,  foram  utilizadas  técnicas  mistas  sobre  reboco  transferido  à  lona  ­ originalmente a obra foi feita sobre uma das  paredes  da  casa  de  Goya  em  Quinta  del Sordo, e posteriormente foi transferida para o Museu  do  Prado. A pintura retrata uma passagem da mitologia greco­romana na qual Saturno,  o  deus  do  tempo  e  do  universo  ­  também  conhecido  como  Chronos  ­  devora um de seus filhos, uma  vez  que  fora  avisado  por  um  oráculo  que  sua  destruição  viria  através  de  um  dos  seus  descendentes.  Este  trabalho  aborda  de  forma  analítica  a   obra  “Saturno  devorando  seu  filho”  de  Francisco  de  Goya,  levantando  influências  na  vida  do  autor  que  levaram  ele  a  produzir  uma  obra  tão  diferente  das  convenções  de  seu  tempo.  Partindo  de  uma  análise  descritiva  e  interpretativa,  individual  em  um  primeiro  momento,  e  também  por meio de uma comparação  visual  com  uma  obra  homônima,  onde  veremos  as  diferenças  de  suas  propostas  estéticas  e  conceituais.  Uma  reflexão  abordará  ainda  como  as  ideias  de  Hegel em relação ao fim da arte  podem ser vistas, partindo da produção artística de Goya.  Analisaríamos  com  dificuldade  qualquer  obra  de  Goya  sem  antes  nos  ater  ao  contexto  da  época  em  ele   que  viveu  e  certos  aspectos  que  ocorreram  em  sua  vida.  Nos  encontramos  em  um  cenário  onde  o  pensamento  iluminista  já  havia se espalhado pela Europa e  o  uso da razão  começava  a  fazer  seus  primeiros  feitos.  Contudo  tendo  nascido  em uma família modesta, em  1746  na  cidade  de  Fuendetodos,  na  Espanha,  Francisco  de  Goya y Lucientes, provavelmente  não  teria  abraçado  o  iluminismo  se  não  tivesse  conquistado  o  cargo  pintor  da  corte  espanhola,  onde  integrou­se  à  elite  dos  “esclarecidos”,  sofrendo  a  influência  dos  membros  adeptos  às  ideias  iluministas.  O  uso  da  razão  na  construção  lógica  dos  argumentos, pautadas  na  observação  da  realidade  concreta,  permitiu  desde  então  a  expressão  dos  pensamentos  e  opiniões  individuais  fora  de  uma  influência  clerical.  Neste  caso  em  particular  o  iluminismo  proporcionou  à  Goya  o  desenvolvimento  artístico  próprio  em  paralelo  às  obrigações  de  pintor da corte e acadêmico:           

  “A  revolução  pictórica que  se  manifesta  através da  obra  de  Goya  faz  parte de  um  movimento que inclui o fortalecimento do espírito iluminista, a  progressiva  secularização  dos  países  europeus,  a  Revolução  Francesa   e  a  crescente  popularidade   dos  valores   democráticos  e   liberais  o  pensamento  iluminista  influenciou  ele  a  cultivar  um  modo  de  pensar  próprio,  em  paralelo  as  exigências da vida cortesã” (TODOROV, 2014, p.13) 

    É  substancial  assinalarmos   também  a  influência  de  uma  passagem  na  vida  de  Goya  que  corroborou  na  formação  de  sua  própria  personalidade  artística  vanguardista,  que  anos  antes  Goya  já  desejava  poder  exprimir  (e  por  vezes  exprimia)  em  paralelo  as  obrigações  da  corte.  Em  1792,  Goya  foi  acometido  por  uma  grave  enfermidade  durante  uma  viagem  à  Sevilha,  que  o  deixou  acamado   por  vários  meses  e  permanentemente  surdo.  A  surdez  teve  efeitos  notáveis  na  vida  de  Goya,  a  perda  da  audição  e  os  acontecimentos  da  Revolução  Francesa  o  fez  sofrer  uma  transformação  mental:  vendo­se  isolado em um novo mundo silencioso, Goya  se  viu  impelido  a  compenetrar­se  em  seu  interior,  explorando  a  própria  imaginação.  “Sua  maneira  de  pintar,  mas também de se conduzir, torna­se diferente” (TODOROV, 2014, p.38).  Goya  gradativamente  se  afasta  da  vida  pública,  deixa  de  atender  encomendas,  e  começa   a  pintar  a  seu  próprio  gosto,  “impelido   unicamente  pela  necessidade  interior,  pela  carência  de  expressão”  (TODOROV,  2014,  p.40).  Entre  1797  e 1798 Goya  faz uma série de 80 gravuras  chamadas  “Caprichos”,  nelas  estão  impressos  o  florescimento  da  liberdade  e da fantasia que  ele  ansiava  expressar.  A  ruína  das  ideias  iluministas  com  o  ressurgimento  de  um  poder   centralizado  na  França  na  mão de Napoleão Bonaparte, e os conseguintes eventos truculentos  na  Espanha  devidos à invasão francesa, despertou uma imensa desilusão em  Goya em relação  ao  ser  humano,  entre  1810  e 1815 ele produz uma série de 80 gravuras retratando os horrores  da  guerra  chamada  “Os  desastres  da  guerra”.   Estes  fatores  contribuíram  para  a  forma  como  Goya  passou  a se portar diante ao mundo,  sua visão pessimista em relação a vida e as pessoas  cooperaram   para  ele  se  reservar  cada  vez  mais,  e  consequentemente,  que  se  permitisse  produzir artisticamente obras fora do convencionalismo acadêmico.  Anos  depois  em  1819  Goya  passa  a   viver  em  uma  casa  em  Quinta  del  Sordo,  onde  até 1823  concebe  “Saturno  devorando  seu  filho”  e  mais  quatorze  obras   que  constituem  uma  série  chamada  “As  pinturas  Negras”.  Estas  pinturas  foram  feitas  a  partir  de  mescla  de  diversos 

pigmentos  com  óleo,  sobre  o  reboco  da  parede,  evidências  radiográficas sinalizam que Goya  pintou  sobre  outras  pinturas  campestres  que  já  estavam nas paredes. As pinturas foram assim   batizadas  devido  ao  forte  carácter  sombrio  das  cores   bem  como  das  temáticas  trazidas  por  elas.  Existem  muitas  especulações  acerca  das  razões   que  levaram  Goya  ter  realizado  tais   pinturas;  aos  73  anos,  a  soma  das  enfermidades,  a  descrença  no  ser  humano,  e/ou  simplesmente  pela  liberdade  de  criação  artística  que  ele  havia proporcionado a si mesmo são  as  justificativas  mais  coerentes.  No  caso  de  “Saturno  devorando  seu  filho”  veremos  mais  a  frente  uma  analise  mais  minuciosa a cerca da temática escolhida por Goya e a visualidade tão  brutal elegida por ele para retratar uma passagem mitológica.   Em  1823,  Goya  se  muda  para  França  ­  onde  veio  a  falecer  ­  e  deixa  sua  casa  para  seu  neto  Mariano  Goya.  As pinturas  foram catalogadas em 1828 por Antônio Brugada, uma vez que o  próprio  Goya  não  havia   intitulado­as  e  nem  havia  dado um preparo e acabamento para virem  a  se  tornar  públicas.  Somente  em  1873  Frédéric  Émile  d'Erlanger,  um  banqueiro  alemão  custeou  o  resgate  das   obras  ­  comprando  a  propriedade  de   Goya  ­  permitindo  que  entre  1874  e  1878  as  pinturas  fossem  transferidas  para  tela,  por  Salvador  Martínez­​ Cubell  (restaurador)  e  posteriormente  doadas  para  o  Museu  do  Prado  em  1881,  onde  se  conservam  até hoje.   

“Saturno 

devorando 

seu 

filho” 

foi 

originalmente  pintada  em   uma  das  paredes  do  piso  inferior  da  casa  de  Goya  em  Quinta  del  Sordo,  medindo  143,5  cm  x  81,4  cm,  trata­se  de  uma obra retangular, e relativamente grande.  Como  já  foi  citado  anteriormente, foi feita com  uma  tinta  a  base   óleo,  tendo  como  suporte  o  reboco  de  uma  parede.  As cores predominantes  nesta  pintura,  são  de  tons  sombrios,  o  preto,  o  marrom,  e  os  tons  mais  fechados  de  ocre  e  vermelho  são  notados.  Cores  mais  claras,  porém  ainda  sóbrias,  são  usadas  para contrapor 

a  escuridão  que  o  preto alude, elas são observadas nas partes mais protuberantes e no rosto de  Saturno,  e  no  corpo  que  ele  segura.  O  tema  da  obra  é  uma  passagem  mitológica  referente  a  Saturno,  o  deus  do  tempo  e  do  universo  ­ ou Chronos para os gregos ­ devorando um de seus  filhos,  uma  vez  que  fora  alertado  por  um  oráculo  que  um  de  seus  descendentes  tentaria  destituí­lo,  o que por fim acontece  com o nascimento de Júpiter. A obra retrata uma cena com  dois personagens   em  uma  composição   mais  vertical,  tem  um  preenchimento  que  ocupa   mais  o plano esquerdo  da  composição.  O  uso  das  cores  e  da  iluminação  empregados  na  obra   é  semelhante  à  dramaticidade do claro­escuro no barroco. A percepção dos planos se dá de duas maneiras: na  primeira,  a  parte  superior  do  quadro  é  bem  definida,  a  figura   pesada  de  Saturno  surge  bruscamente  da  escuridão  evidenciando  o  fundo  e  o  personagem;  já  na  segunda,  a  parte  inferior  do  quadro  já  é  percebido  uma  transição  bem  gradual  ­  apesar  do  tratamento  mais  rústico  que  as  pinceladas   fortes  conferiram  ­  de  um  fundo  escuro  para  um  plano  posterior  onde podemos ver que Saturno está ajoelhado em um chão, também não muito definido.   Cronologicamente  a  obra  foi  produzida  no  período  Romântico,  neste  período  a  arte  começa  traçar  o  início  de  uma  ruptura  a  cerca  da  expressão  artística  e  de liberdade de criação, dando  voz  aos artistas através da defesa e da busca do sublime na arte, contudo  os cânones estéticos  ainda  eram  respeitosamente  cumpridos  e  que  foram rompidos apenas anos mais tarde com os  Impressionistas.  Mesmo  que  o  Romantismo  estivesse  marcando  na  modernidade  uma  busca  por  “novos  ares”   na  arte,  a  vida  e  a  produção  artística  de  Goya  é  praticamente  uma  exceção  para  a  época  em  que  ele  viveu,  e  por  esta  razão  que  esta  obra  e  as  outras  que  compõe  seu  acervo  artístico  pediram  uma  contextualização  própria.  O  visionarismo  de  Goya,  a  desilusão  com  o  ser  humano,  o  horror  com  a  guerra  e  principalmente  a  paralela  liberdade  criativa  na  produção  artística,  onde  pôde  expressar  sua  imaginação  e  suas   avaliações  a  cerca  dos  acontecimentos   que  testemunhou  na  Espanha,  fazem  de  Goya  um  homem  a  frente  de  seu  tempo,  uma  vez  que  este  tipo  de expressão artística só começou a  ser conferido décadas mais  tarde  com  os  modernistas.  Goya  foi   não  só  um  dos   primeiros  artistas  a  usarem  a  arte  como  linguagem  para exprimir sua  individualidade e suas visões do mundo, como também passou a  buscar  os  próprios  meios  estilísticos  para  se  expressar.  Partindo  deste  ponto, é possível fazer  uma avaliação estilística e icnográfica mais adequada de “Saturno devorando seu filho”.    

A  obra  que é composta  por cores escuras, recebeu um tratamento de pincelas fortes e bruscas,  a  figura  retratada  de  Saturno  não  sofreu  preocupações  quanto  adequações  anatômicas  e  fisionômicas,  menos  ainda  de  se  representar  o  “belo”  renascentista,  pelo  contrário,  o próprio  tratamento  rústico  dado  a  obra  contribuem  para  a  figura  grotesca  de  Saturno.  Seus  olhos  esbugalhados,  a  postura  corporal,  a  ferocidade  canibalesca  refletem  um  ser  mergulhado  na  loucura  e  no  desespero.  Apesar  de  retratar  uma  passagem   mitológica,  Goya  não  buscou uma  representação  concreta,  assim  como,  anos  antes  Peter  Paul  Rubens  havia  feito,  ­  e  que  inclusive  inspirou  Goya  fazer  a  sua  própria  versão  ­  a  dele é sobre a loucura, o valor do mito  e  do  deus  em  si  se  perdem  em   meio  a  uma  forte  representatividade  do  terror  e  da  violência  que Goya testemunhou nas atrocidades humanas.   O  Saturno  de  Goya  é  pesado  pois  ali  vemos  o  peso  da  loucura  na  violência  pelo  próprio  ato  de  comer:  mordendo,  cravando  os  dentes,  mastigando,  degustando  e  digerindo  a  carne  de  seu  filho,  que  a  esta  altura  não  passa  de um cadáver indefeso, preso fortemente  entre  as  mãos do pai. Apesar de tudo,  os olhos arregalados  trazem  vagamente  uma  sensação  de  lucidez  e  culpa  latentes em Saturno.   A  versão  de  Rubens  de   Saturno,  feita  em  1636,  traz  uma  representação  ilustrativa  e  descritiva  do mito, assegurados  de  um  personagem  anatomicamente  correto,  onde  uma  composição,  com  suas  devidas  proporções,  cores,  e  fisionomias  foram  minunciosamente  projetadas  e  aplicadas  tendo  com  base  a  estética  clássica.  Ainda  que  tenha  uma  carga  de  dramaticidade,  reafirmada  pelas  expressões  de  domínio  e  sofrimento  dos  personagens,  a  pintura  de  Rubens,  está  muito  aquém da brutalidade física  e mental, que o Saturno de Goya transmite.             

  “A  versão  de  Goya  do  mito, se é que tem qualquer relação com Saturno, não faz  nenhuma  provisão para nada, mas a  loucura  e a ferocidade. Embora as figuras de  Rubens  agem  de  forma dramaticamente convincente, em última análise racional,  não há nada além do silêncio em Goya” (LITCH, 2001, p.220)   

  Não  há  evidencias  que  apontem  um  motivo  concreto para que “Saturno devorando seu filho”  fosse  feito,  uma  vez  que  não  fora  encomendado  por  terceiros,  e  que  não  tivesse  recebido  tratamento  para  se  tornar  pública.  Certamente  Goya  pintou  este  quadro  ­  e as outras Pinturas  Negras  ­  seguindo  a   própria  vontade  e  gosto;  através  de  uma  reflexão  e  expressão  artística,  assim  como  já  havia  começado a trabalhar desde que  decidiu tomar uma  vida mais reservada  e  se  dedicar   a  própria  arte.  Quanto a escolha do tema há várias interpretações, é provável que  ele  não  queria  simplesmente  ilustrar  o  mito  em  si,  pois  retratando  com  tanta  ferocidade uma  loucura  canibal  Goya  poderia  estar  refletindo  sobre  o  poder  do  estado  espanhol  sobre  os  próprios  cidadãos,  a  violência  e  ambição  humana  que  destrói  a  si  mesma,  e  até  mesmo  retratando  a  impotência  do  ser  humano  a  uma  loucura  latente.   "Os  seus  demônios  são­lhes  familiares,  como   os  monstros  domesticados   o   são  aos  ilusionistas  que  o  comandam;  mas  Goya  sabe  que  só  a   ele  o  são  e  que  podem,  no  entanto,  fascinar  qualquer  pessoa..."  (CHABRUN,1974,p.205).  Entre  1873,  o  banqueiro   alemão  Frédéric  Émile  d'Erlanger,  comprou  a  propriedade  de  Goya  onde  as  “Pinturas  Negras”  estavam  até  então.  Entre  1874  e  1878, as pinturas foram transferidas para lona, e em 1881 foram doadas ao Estado e entregues  ao  Museu  do  Prado,  onde  estão  até  hoje.  O  pioneirismo  de  Goya  em  relação  a arte se deve a  sua  postura  diante  da  mesma,  em  uma  época  em  que  não  só  havia  um  engessamento  na  criação  artística,  como  também  na  variedade  estética  da  representação,  Goya  conseguiu  pensar  a  arte  além  de  critérios  acadêmicos,  mais  ainda, ele conseguiu ver na arte um meio de   expressão,  não  só  dos sentimentos, mais também de ideias, e de entendimento do mundo, que  são  observados  pelos  temas  abordados  em  suas  obras,  e  em  como  esteticamente  ele  traduzia  isto.  Em  “Estética”  de  1835,  o  filósofo  George  Willhelm  Friedrich  Hegel, defende a ideia de  que  a arte já não satisfaz mais as necessidades espirituais, uma vez  que através do domínio do  racíocinio  pelo   pensamentos  e  reflexões  a  cerca  da  arte  ­  que  em  partes  constituí  os  estudos  de  estética  ­  ela  já  se  esgotaria  no  que  teria  para  oferecer:  “Nós  respeitamos  a  arte,  nós  a  admiramos, apenas, nos não vemos mais nela alguma coisa que não poderia ser ultrapassada.” 

(HEGEL,  2000,  p.116).  Hegel,  condena  a  arte  ­  que  até então ele conhecia, a arte clássica ­ à  “morte”.  Isto  sinaliza  os  ciclos  de  entendimento  de  estética  que  a  arte  sofreu,  e  que  geralmente  isso  acontece  por  a ver um mal entendido quanto ao que é arte, ao que é estética e   estilo.  Goya  anos  antes  já  havia  reinventado  a  arte,  prenunciando  que   não  tardaria  muito  a  chegada  da   época  em  que  a  liberdade  artística  de  criação,  anunciada  pelo  Romantismo  faria  cair  por  terra  o  imbatível  clacissismo.  O  fim  que  Hegel  anuncia  seria  justamente  o  fim  da  Estética  de  uma  arte  embasada  em  um  protocolo  de  regras  acadêmicas,  que  já  havia tornado  as  obras  enfadonhas  e  completamente  decifradas.  A  obra  em  si  de  Goya é excepcionalmente  difícil de criar uma reflexão estética, pois estando a frente do seu tempo, elas não encaixam   nas reflexões e preceitos de sua época e nem exatamente nas posteriores, uma vez que ao meu  ver,  escolhendo  fazer  o  que  “gostava”  artisticamente  Goya  não  foi  apenas  o  primeiro  expressionista, como visto por muitos, mas também  foi o primeiro artista contemporâneo, que  fazia a arte dele por livre escolha, e carregada de poética.                                        

BIBLIOGRAFIA​ :      CHABRUN, Jean Francois, ​ Goya​ . (1974)    LITCH, Fred. ​ Goya​ ; (2001)    Museo del Prado​ , disponível em:  https://www.museodelprado.es/    MORGAN, Jay. ​ The mystery of Goya’s Saturn​ .   Disponível em:   http://cat.middlebury.edu/~nereview/22­3/morgan.html    SIMÃO, Mosi.​ Saturno devorando um filho​ .   Disponível em:  https://www.academia.edu/12844244/Saturno_Devorando_um_Filho_­_Goya    TODOROV, Tzvetan. ​ As sombras da luzes​ ; (2014)     WEEMS, Eric,​ The Black Paintings ­ Saturn, devouring his son​ .   Disponivel em:   http://eeweems.com/goya/saturn.html                         

     

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