2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ÁREA TEMÁTICA: PLANEJAMENTO TERRITORIAL -PLANEJAMENTO LOCAL E REGIONAL DIAGNÓSTICO AMBIENTAL EM ÁREA URBANA: estudo de caso no bairro Planalto Paraíso na cidade de São Carlos-SP

June 5, 2017 | Autor: Denise Silva | Categoria: Environmental Sustainability
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2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ÁREA TEMÁTICA: PLANEJAMENTO TERRITORIAL - PLANEJAMENTO LOCAL E REGIONAL DIAGNÓSTICO AMBIENTAL EM ÁREA URBANA: estudo de caso no bairro Planalto Paraíso na cidade de São Carlos-SP SOUSA, Isabel1 SILVA, Denise2 NUNES, Maiara3 RUFINO, Rodrigo4 CAPPARELLI, Taís5 Resumo No intuito de realizar um levantamento das condições socioambientais de uma área localizada na cidade de São Carlos-SP, o presente trabalho expõe um diagnóstico ambiental urbano de um local com áreas verdes preservadas, diversos vazios urbanos e desigualdades sociais latentes, pontos suscetíveis a enchentes e alagamentos, mas com grande potencial para o desenvolvimento econômico. A metodologia utilizada foi a de revisão bibliográfica, onde foram consultadas informações presentes no Plano Diretor e em sua revisão, além de dados coletados durante visitação ao local e imagens aéreas. A partir dessas informações, foi possível montar uma matriz e um mapa de conflitos e potencialidade para a região, identificando os aspectos da área. Com esse estudo pretendeu-se compreender a situação socioambiental da área escolhida, e contribuir para um planejamento local e regional mais sustentável, através do reordenamento da paisagem. Palavras-chave:Diagnóstico Ambiental; Planejamento Urbano; Sustentável. Abstract In order to carry out a survey of the environmental conditions of an area located in the city of São Carlos-SP, the present work exposes an urban environmental diagnosis of a location with green areas preserved, several urban voids and latent social inequalities, points susceptible to floods and flash floods, but with great potential for economic development. The methodology used was bibliographical revision, where were queried information present in the master plan and its review, as well as data collected during visits 1

Graduanda em Gestão e Análise Ambiental na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Email: [email protected]. 2 Graduanda em Gestão e Análise Ambiental na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Email: [email protected] 3 Graduanda em Gestão e Análise Ambiental na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Email: [email protected] 4 Graduando em Gestão e Análise Ambiental na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Email: [email protected] 5 Graduanda em Gestão e Análise Ambiental na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Email: [email protected] Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

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to the site and aerial imagery. From this information it was possible to mount an array and a map of conflicts and potential for the region, identifying aspects of the area. With this study was to understand the social and environmental situation of the chosen area, and contribute to a more sustainable local and regional planning, through the reordering of the landscape. Keywords: Environmental Diagnostics; Urban Planning; Sustainable. Introdução Partindo do pressuposto de que o crescimento urbano e a ampliação das cidades devam ser acompanhados da expansão do alcance e do acesso a todas as infraestrturas necessárias (acesso universal aos bens, equipamentos, infraestrutura e serviços) para uma satisfatória qualidade de vida,torna-se indispensável também o esforço de, ao promover-se a urbanização, atentar-se para a geração de impactos, tanto sociais quanto ambientais, de forma a minimizá-los, mediante um eficaz processo de planejamento e ordenação do território, visto que, é mais recomendaável“evitar os males gerados pela urbanização ao invés de corrigi-los posteriormente” (UGEDA JÚNIOR e AMORIM, 2012). Adicionalmente, a garantia do bem-estar dos habitantes proporcionado por um ambiente urbano adequado, é propiciada por uma gestão ambiental eficiente, que tem como princípios a garantia do direito à cidade ambientalmente equibrada, socialmente justa e democrática, em que a equidade no tratamento das diferentes classes se estende a uma forma mais racional de tratamento dos recursos naturais, beneficiando tanto o crescimento econômico quanto seus cidadãos. Dentre as diferentes formas de se promover essa almejada gestão ambiental urbana, destaca-se a elaboração e revisão do plano diretor, “instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana e parte integrante do processo de planejamento municipal” (ZANIN, 2002). A partir desse aparato técnico, é possibilitada a ampliação da eficiente ação pública no ordenamento do território e da garantia do exercício da “função social da cidade e da propriedade” (RODRIGUES, 2004). Assim sendo, pautando-se no que foi anteriormente exposto, o presente artigo objetiva apresentar um diagnóstico ambiental realizado para um bairro da cidade de São Carlos, SP, utilizando-se de instrumentos como o Plano Diretor do município, imagens aéreas, e visitas ao local.

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Desenvolvimento Caracterização da área de estudo Localizada no interior do Estado de São Paulo e com uma população estimada de 236.457 habitantes, a cidade de São Carlos possui uma área de 1.137,332 km2, e uma densidade demográfica de 195,15 hab/km2(IBGE, 2014). O município possui um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM de 0,805, considerado muito alto de acordo com a Faixa de Desenvolvimento Humano Municipal, desenvolvida pelo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil em 20136.

Figura 1: Mapa com a delimitação do município de São Carlos, SP. Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (2013).

A área estudada, o bairro Planalto Paraíso, localizado no município de São CarlosSP, é um local urbanizado, com um condomínio residencialfechado e de alta renda (Parque Faber II), com vazios urbanos e conjuntos habitacionais populares, que se encontra próximo ao Shopping Iguatemi.É uma área predominantemente residencial, com uso industrial esparso do solo. O uso comercial está presente em alguns poucos locais. Não é uma área com uma alta densidade demográfica (no geral exsitem de 45 até 96 hsb./ha.), apresentando uma média de 2 a 4 moradores por domicílio ocupado (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS, 2013b).

6

São Carlos ocupava a 28ª posição em 2010, em relação aos 5.565 municípios do Brasil, sendo que 27 (0,49%) municípios estavam em situação melhor e 5.538 (99,51%) municípios estavam em situação igual ou pior. Em relação aos 645 outros municípios de São Paulo, São Carlos ocupava a 14ª posição na época, sendo que 13 (2,02%) municípios estavam em situação melhor e 632 (97,98%) municípios estavam em situação pior ou igual. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

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Plano Diretor Esta área abrange, segundo o Plano Diretor de 2005, a Zona 1 - Ocupação Induzida, a qual é composta por áreas com predominância de uso misto do território com grande diversidade de padrão ocupacional. Ela apresenta as seguintes características: fragmentação e descontinuidade do sistema viário, presença de áreas com carência de infraestrutura de drenagem, ocorrência de bolsões com deficiência de áreas públicas ou de equipamentos públicos, ocorrência de bairros que exigem a transposição das barreiras da mobilidade urbana em razão da ferrovia da Rede Ferroviária Federal e da Rodovia Washington Luiz – SP 310, e ocorrência de loteamentos com uso misto consolidado (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS, 2013a).

Figura 2: Imagem de satélite com destaque para a área estudada. Fonte: Google Maps (2013).

Indicadores socioambientais

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No entorno da área existem dois corpos hídrícos, um com sua respectiva Área de Preservação Permanente(denominado Córrego do Mongolinho - uma área de Especial Interesse Ambiental (EIA) que, de acordo com o Plano Diretor de São Carlos de 2005, deve ser destinada a proteger e recuperar o manancial), e outra sem delimitação de APP e denominado Córrego do Gregório. Um trecho do Córrego do Monjolinho percorre o meio (canteiro central) da Avenida Francisco Pereira Lopes, mas existe a preservação da mata ciliar. Dentro da área de estudo encontram-se grandes áreas verdes, e existem fragmentos de vegetaçãocomposta por araucárias.Entretanto, não existem parques ou praças públicas, somente áreas verdes e de lazer nos condominios privados da região. Não existem regiões industriais dentro da área. A indústria mais próxima (Engecer Projetos e Produtos Cerâmicos) encontra-se ao norte, no Parque Santa Felícia. Não existem equipamentos públicos urbanos na área, de acordo com a Revisão do Plano Diretor de São Carlos (2011). O acesso ao centro é feito, principalmente pelas Av. Francisco Pereira Lopes e Av. Com. Alfredo Maffei, ambas em boas condições de infraestrutura, e contando com uma via de mão-dupla com 2 faixas em cada sentido. Enchentes Por meio de consulta ao mapa “Deficiências do Sistema de Drenagem”, presente na Revisão do Plano Diretor (2011), é possível notar que a drenagem da área de estudo possui probabilidade

de

ocorrência

de

erosão,

extravazamento

do

canal,

e

alagamento/inundação/enchente, especificamente na chamada rotatória do Cristo e ao longo do Córrego do Monjolinho, onde constantemente são noticiados casos de problemas ocasionados por chuvas fortes, conforme demonstra as figuras 3 a 6.Entretanto, a região apresenta duas obras de drenagem previstas.

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Figuras 3 a 6: Imagens de transbordamento do Córrego Monjolinho e na rotatória do Cristo após chuva forte. Fonte:São Carlos Agora (2011).

Constata-se, portanto que, devido a pouca disponibilidade de vegetação em torno dos cursos d’água (fora as APP’s), isto é, em função da alta impermeabilização do solo nas áreas de entorno dos córregos, a região apresenta grande incidência de conflitos relacionados a erosões, alagamento/inundação/enchente e transbordamento de canais. Resíduos Sólidos Atualmente, 99,96% dos resíduos domiciliares da cidade são coletados (ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL 2013), sendo que em 2% se utiliza a queima, e em 1% ocorre o enterramento de resíduos. A coleta seletiva é realizada de porta a porta no Programa de Coleta Seletiva da Prefeitura Municipal de São Carlos. De acordo com a Revisão do Plano Diretor de 2011, os resíduos hospitalares, da contrução civil e de limpeza urbana são destinados da seguinte forma: • Resíduos hospitalares – são incinerados ou autoclavados (esterilizados em altíssima temperatura) em sua totalidade. • Resíduos da construção civil e demolição – coletados em parceria com catadores e dispostos no aterro de resíduos da construção civil localizado à Rua Regit Arab s/n, na Cidade Aracy. • Resíduos de limpeza urbana e poda de árvores – gerados pelo serviço de limpeza municipal, são dispostos no aterro sanitário com tratamento e transformação em composto Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

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orgânico utilizado na Horta Municipal, localizada na Rodovia Guilherme Scatena, km 2,5, próximo à UFSCar e ao Horto Municipal. Uso e ocupação do solo Conflitos de uso e ocupação do solo são perceptíveis ao se averiguar a presença de vazios urbanos7 e formas de segregação de classes, sendo esta última gerada pela presença de um condomínio de luxo ao sul da área, que conta com todos os tipos de infraestrutura necessários, e a baixa ocupação dos demais espaços (públicos) para fins destinados à população residente no entorno, tais como equipamentos urbanos e áreas públicas. Do conflito ambiental pode ser destacada a escassa existência de mata ciliar ao longo do trecho do Córrego do Monjolinho em alguns pontos, onde mesmo sendo respeitada a delimitação mínima de APP, esta se torna insuficiente para a drenagem urbana nas épocas de chuvas fortes. Mobilidade Urbana A predominância nos deslocamentos na região ocorre por meio de viagens realizadas de automóvel, seguido pelos deslocamentos realizados de ônibus e a pé, conforme pesquisa de origem-destino (O/D) de 2007/2008, presente na Revisão do Plano Diretor de São Carlos de 2011. Na área pode-se observar a ausência de infraestrutura adequada a vários modais de transporte (falta de ciclovias e locais de acesso para pessoas com dificuldade de locomoção), assim como o comprometimento da qualidade da infraestrutura existente, tanto no que se refere às vias (pavimentação irregular), quanto às calçadas (obstruídas e esburacadas). Tais problemas elencados dificultam a acessibilidade e estão em desacordo com o que estabelece o item III do art. 7º da Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei nº 12.587, de janeiro de 2012)8: Art. 7º A Política Nacional de Mobilidade Urbana possui os seguintes objetivos: 7

Para Gonçalves (2011), vazio urbano é “a criação de espaço destinado à especulação [imobiliária]”. 8

BRASIL. Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Disponível em: . Acesso em: out. 2013.

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III - proporcionar melhoria nas condições urbanas da população no que se refere à acessibilidade e à mobilidade.

A proximidade da Av. Francisco Pereira Lopes com o Córrego do Monjolinho (e sua respectiva APP) também constitui um conflito na região, visto que, pode comprometer a qualidade da vegetação e a conservação do curso hídrico, resultando, possivelmente, até na poluição e degradação do mesmo, através da contaminação pelo carreamento da água da chuva da primeira lavagem do asfalto para o curso d’água (first flush). Objetivo Realizar um levantamento das condições socioambientais de uma área localizada na cidade de São Carlos-SP, através de um diagnóstico ambiental urbano. Metodologia Em conformidade com as formas de classificação de pesquisa (Gil, 2002), do ponto de vista da natureza do trabalho, a pesquisa caracteriza-se como aplicada, objetivando gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigindo-se à contribuição para a solução de problemas específicos. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, é qualitativa, onde a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são as bases do processo. Do ponto de vista de seus objetivos, a pesquisa estrutura-se em duas fases complementares: exploratória e analítica. Na fase exploratória são investigados, por meio de revisão bibliográfica e documental, novos conceitos, ferramentas e modelos visando buscar referências que apontem o aperfeiçoamento das experiências e instrumentos de diagnóstico e planejamento ambiental urbano. Na fase analítica é estudado um caso prático, a fim de demonstrar a evolução da aplicação dos instrumentos e ações consideradas mais sustentáveis. A metodologia desta pesquisa fundamenta-se, portanto, em revisão bibliográfica e documental, assim como na análise prática, por meio de estudo de caso. As revisões bibliográfica e documental consistem na pesquisa desenvolvida a partir de material já publicado, constituído principalmente consultas às informações presentes no Plano Diretor de 2005, e em sua Revisão de 2011, obtendo assim um levantamento das práticas de planejamento urbano realizadas no referido local estudado. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

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Como a pesquisa também se pauta na metodologia de estudo de caso, esta também se baseia na análise de dados coletados durante visitação ao local e imagens aéreas. Após esse processo de pesquisa e coleta de dados, os resultados compilados, sistematizados e analisados alicerçam a construção de uma Matriz e um Mapa de Conflitos e Potencialidades sobre os aspectos e características predominantes do local estudado. Resultados De acordo com o que foi averiguado durante a pesquisa, foi possível desenvolver os seguintes instrumentos de análise: Tabela 1 – Matriz de Conflitos e Potencialidades identificados na área de estudo. MATRIZ DE CONFLITOS E POTENCIALIDADES Conflitos

Vazios urbanos

Mobilidade Urbana

Permeabilidade e drenagem urbana

Aspectos

Risco de disseminação de doenças, propagação de animais peçonhentos, e contaminação de corpos hídricos.

Ausência de infraestrutura adequada a vários modais de transporte (falta de ciclovias e locais de acesso à pessoas com dificuldade de locomoção) e comprometimento da qualidade da infraestrutura existente, tanto no que se refere às vias (pavimentação irregular), quanto às calçadas (obstruídas e esburacadas).

Devido à pouca disponibilidade de vegetação em torno de cursos d’água alé das APPs , isto é, da alta impermeabilização do solo nas áreas de entorno de córregos (Monjolinho), a região apresentam grande incidência de conflitos relacionados a erosões, alagamento/inundação/enchente e transbordamento de canais.

Potencialidades

Tais espaços inutilizados podem vir a se transformarem em destino para projetos

Boa qualidade das duas avenidas principais (Av. Francisco Pereira Lopes e Av. Bruno Ruggiero Filho).

A área apresenta grandes potencialidade de infiltração da água da chuva em função da presença de vegetação natural, APP’s e zo as pe eáveis, alé dos vazios urbanos que, apesar

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necessários ao desenvolvimento da região, tais como: equipamentos urbanos; postos de serviços públicos (postos de atendimento médico, delegacias de polícia, pontos de coleta de resíduos da construção civil – eco pontos, etc.); locais públicos de lazer (praças e áreas verdes), habitação popular (geração de moradia e acesso à terra urbanizada pela população carente - ZEIS). Sugestão de diretrizes

Destinação das áreas ociosas à aplicação do IPTU progressivo em terrenos privados, e ao parcelamento compulsório do solo.

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de serem um problema de não utilização do território, contribuem para a permeabilidade do solo, auxiliando na diminuição de enchentes e alagamentos.

Para viabilizar o deslocamento dos diferentes modais de transporte, torna-se necessário a presença de uma infraestrutura adequada para tal, que seja segura, bem sinalizada e que promova a equidade nos deslocamentos de pessoas através do uso compartilhado do espaço público de circulação, evitando conflitos e possíveis

É necessário que haja um planejamento cuidadoso da ocupação dos vazios urbanos e demais áreas com bons índices de permeabilidade, além da elaboração de um eficiente plano de drenagem urbana para eliminar os pontos de inundações, algo que é abordado na Revisão do Plano Diretor de ao afi a ue a ga a tia das áreas verdes lindeiras aos co pos d’água é u i po ta te fator de proteção às enchentes e alagamentos, especialmente naqueles períodos de chuvas

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acidentes.

ais i te sas .

Mapa de Potencialidade e Conflitos

Figura 7: Mapa com a localização das potencialidades e conflitos.

Potencialidades: 1. Vazios urbanos: locais propícios para a implantação de novos emprendimentos ou implantação de equipamentos urbanos 2. Mobilidade urbana: boa qualidade das vias principais; 3. Permeabilidade e drenagem urbana: presença devegetação contribui para a infiltração da água da chuva e a consequete diminuição de enchentes e alagaentos. Conflitos:

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1. Vazios urbanos: áreas ociosas com risco de desenvolvimeto de problemas de saúde pública; 2. Mobilidade urbana: falta de equidade na infraestrutura destinada aos diversos modais de transporte; 3. Permeabilidade e drenagem urbana: enchentes e alagamentos durante chuvas fortes; Conclusões A partir da realização do diagnóstico ambiental proposto, foi possivel estabelecer os principais conflitos e potencialidades da região estudada, evidenciando uma clara ausência de infraestrutras para a população residente (exceto os moradores do condomínio fechado que contam com todos os benefícios proporcionados por um modelo de moradia segregada e isolada do convívio com o resto da população). Cabe ressaltar que, mesmo com essa ausência de infraestruturas e serviços, a área apresenta potencialidades que, se aproveitadas, garantiriam uma sensível melhora no desenvolvimento econômico da região, através do aproveitamento dos espaços ociosos (possibilidade de, por exemplo, transformar os vazios urbanos em pontos de comércio que garantiriam os usos mistos para a região e contribuiriam para o adensamento populacional e a vitalidade urbana). Entretanto, esse possível enfoque no desenvolvimento econômico deve vir atrelado aos princípios e ideiais de desenvolvimento sustentável, de forma que a ocupação dos vazios urbanos se dê em consonância com a provisão de serviços infraestruturais essenciais (como transporte, locais para uso recreativo, coleta seletiva, acesso à água e à coleta de esgotos, além de estratégias de drenagem urbana – uma carência latente na região, conforme anteriormente apontado), visto que, de nada valeria adensar a região com habitações e comércio sem o planejamento adequado para o crescimento e expansão da área. Ademais, ainda que exista o déficit habitacional, não se justifica um adensamento que inche o território e sature o ambiente, prejudicando o uso dos recursos naturais (como os recursos hídricos, por exemplo, que apresentam uma fragilidade intrínseca se não utilizados sabiamente). Portanto, visualiza-se nessa região uma oportunidade de desenvolvimento planejado do meio urbano, algo raro nas cidades atuais e que necessita de um incentivo, que pode vir a ser dado pelo poder público, ao enxergar a área sob a ótica de suas potencialidades, e ver em seus conflitos uma alternativa para a aplicação de políticas Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina

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públicas e projetos modelo. Como sugestão, existem algumas alternativas (talvez utópicas para a realidade brasileira atual, mas que não deixam de ser aplicáveis), como por exemplo, a adoção de ciclovias na região (beneficiando um modal de transporte historicamente negligenciado); instalação de parques e/ou jardins permeáveis (ou wetlands) que funcionariam como locais para o escoamento da água da chuva, aumentando a permeabilidade do solo e evitando as enchentes, além de ser uma ótima opção de embelezamento e espaço de lazer; ocupação dos espaços ociosos por movimentos artísitcos e culturais independenstes, assim como a instalação de hortas comunitárias. Por fim, reintera-se que o presente trabalho não teve a pretensão de apontar soluções para os problemas da região abordada, muito menos mostrar os caminhos corretos para o desenvolvimento sustentável (o que seria impreciso e errôneo, visto que não existem soluções prontas ou únicas, apenas alternativas para o direcionamento de um planejamento e de uma gestão urbana menos impactante), mas sim fazer um levantamento das características de uma área, identificando, consequentemente, seus principais aspectos e impactos no meio ambiente, além de oferecer sugestões para diminuição de tais aspectos e impactos e, talvez indiretamente, proporcionar uma melhora na qualidade de vida da população local. BIBLIOGRAFIA CITADA GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo. Editora Atlas, 2002. p. 41 - 142. GONÇALVES, J. C. A especulação imobiliária na formação de loteamentos urbanos. Rio de Janeiro: E-papers, 2011. v. 1. 188p. RODRIGUES, A. M.; BUENO, L. M. M.; FERNANDES, A. Participação em banca de Alessandra Cistina dos Santos. O Estatuto da Cidade e a função social da propriedade. 2010. Exame de qualificação (Doutorando em Ciências Sociais) - Universidade Estadual de Campinas. UGEDA JUNIOR, J.C. ; AMORIM, M. C. C. T.Diagnóstico ambiental na cidade de Jales-SP. Caderno Prudentino de Geografia, v. 2, p. 60-80, 2012. ZANIN, E. M. Caracterização e diagnóstico ambiental da paisagem urbana de Erechim, RS. Erechim/RS: EdiFapes, 2002. Fontes específicas da internet:

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ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL 2013. Perfil Municipal – São Carlos, SP. Disponível em: . Acesso em: out. 2013. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE Cidades – São Carlos, SP. Disponível em: . Acesso em: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS. Plano Diretor de São Carlos. Disponível em: . Acesso em: out. 2013a. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS. Programa Municipal de Coleta Seletiva. Disponível em: . Acesso em: nov. 2013b. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS. Revisão do Plano Diretor de São Carlos. Disponível em: . Acesso em: nov. 2013c. SÃO CARLOS AGORA. Mais fotos do alagamento na rotatória do Cristo. Março de 2011. Disponível em: . Acesso em: nov. 2013.

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