(2015) Moçambique, 40 anos, 4 fotógrafos. Exposição no Museu da Imagem em Movimento (M/i/mo), em Leiria

June 30, 2017 | Autor: Alexandre Pomar | Categoria: Fotografia, Fotografia de Moçambique
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Moçambique 40 anos 4 fotógrafos Leiria 6 Junho - 22 de Agosto M/i/mo - Museu da Imagem em Movimento

1. Uma história abreviada da fotografia em Moçambique em 4 vitrinas

Ricardo Rangel: "R.R. Photographe du Mozambique", Paris 1994.  "Pão nosso de cada noite", ed. Marimbique, Maputo 2004 e "R.R. Insubmisso e Generoso", Marimbique 2014. Rogério (Rogério Pereira, Lisboa 1942-1987),  MOMENTOS, catálogo, Fundação C. Gulbenkian, Lisboa, 1982. MOÇAMBIQUE A TERRA E OS HOMENS, Associação Moçambicana de Fotografia, 1984 (capa de R. Rangel)Licínio de Azevedo, FERRO EM BRASA 2006, DVD e "SEM FLASH - Homenagem a Ricardo Rangel (1924-2009)",  de Bruno Z'Graggen & Angelo Sansone, 2012, DVD

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KARINGANA UA KARINGANA, ed. COOP, Itália, 1990 (a cura de Gin Angri) MAPUTO, DESENRASCAR A VIDA, Maputo/Lisboa, 1997 (capa: foto de Carlos Cardoso) ILUMINANDO VIDAS - RICARDO RANGEL E A FOTOGRAFIA MOÇAMBICANA, Bruno Z’Graggen e Grant Lee Neuenburg, Zurique, 2002 (Capa: R. Rangel) PHOTO FESTA, 2002 (capa de Sérgio Santimano); 2004 (capa: Kok Nam); 2006 (José Cabral)

Sérgio Santimano, TERRA INCÓGNITA, Uppsala, Suécia 2006 KOK NAM - PRETO NO BRANCO, ed. Marimbique, Maputo, 2014 VOYAGE AU MOZAMBIQUE - MAPUTO, Fotografias de Luís Basto, Paris 2005 José Cabral, URBAN ANGELS / ANJOS URBANOS, Gal. P4 Photography Lisboa 2009 José Cabral, ESPELHOS QUEBRADOS, Associação Moçambicana de Fotografia, Maputo 2012 Col. Les Carnets de la Création, Éditions de l’Oeil, Montreuil, 2004-2007: Rangel, Kok Nam, Santimano, Rui Assubuji, Mauro Pinto e Luis Basto

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Rui Knopfli, A ILHA DE PRÓSPERO, Lourenço Marques, 1972 Moira Forjaz, MUIPITI - ILHA DE MOÇAMBIQUE, Imprensa Nacional, Lisboa, 1982

2. 4 fotógrafos:

MOIRA FORJAZ

Ilha de Moçambique, circa 1978-80 brometo de prata, impressões da autora, provas de época (vintages)  seis provas originais da exposição de 1980, «Isola di Mozambico», Livraria Paese Nuove, Roma, e do livro de 1983, «Muipiti, Ilha de Moçambique»

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JOSÉ CABRAL

Filme sobre Ricardo Rangel, SEM FLASH (com Sérgio Santimano) 1 e 2. Mueda, Cabo Delgado 1998 3. Tete 1993 4. Cabo Delgado 2002 5. Tete 1993 7, 8 e 9. llha de Moçambique 1998 6. Lagartos do pintor Ídasse no corpo de Arminda, Maputo 1998* 10. Nampula 1998* 11. Maputo 1990 12. Tete 1993

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13. Pastor, Moamba, província de Maputo 1983 14. Maputo 2002 (monumento a Mousinho de Albuquerque) 15. Mueda1998 16. Xai-xai 1992 17. Maputo 1988 18. Vila Algarve, Maputo 1990 (antiga sede da PIDE) brometo de prata e * impressão digital

JOSÉ CABRAL

1. Cadeira II, Maputo 2013 2. Quarto, Maputo 2012 3. Cisterna da Fortaleza de São Sebastião, Ilha de Moçambique 1998 4. Cisterna, Maputo 2013 5. Corpo apaixonado, Bairro da Liberdade, Maputo 2008 6. Cozinha II, Mercado de Xiquelene, Maputo 2007 Fotos da série «Espaços Iluminados» Inkjet Ultrachrome K3, 2013 7. Rashid, Maputo 2004 - impressão digital

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LUIS BASTO

FILIPE BRANQUINHO 1. Dona Joana, Pescadora, Ponta do Ouro, 2012 - inkjet Ultrachrome K3 2. Dona Olinda e filha, 2011 3. Mamã, 20113. 4. Em trânsito, 2011 C-Print on “Satin” photo paper

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Moçambique, 40 anos - 4 fotógrafos Moira Forjaz - José Cabral - Luis Basto - Filipe Branquinho A fotografia em Moçambique, somando os caminhos do fotojornalismo, da documentação e da afirmação artística, constitui uma das dimensões mais reconhecidas da produção e da identidade cultural do país. Para isso contribuiu em especial a figura e a obra de Ricardo Rangel (1924-2009), fotógrafo de imprensa influente desde os anos 60, que se impôs no tempo colonial e exerceu uma eficaz acção formativa depois da independência. Apesar das dificuldade criadas pela longa guerra civil e pela debilidade económica do país, até tempos recentes, Moçambique tem conhecido condições para a prática e a divulgação da fotografia que constituem um caso singular no panorama africano, comprovado por toda uma galeria de autores relevantes e uma assinalável continuidade criativa. Para apresentar a importância da fotografia moçambicana, optou-se nesta exposição por reunir um conjunto alargado de obras de quatro fotógrafos com lugares destacados e também diferenciados ao longo do tempo, em vez de se procurar reunir uma antologia interessada na enumeração exaustiva dos muitos nomes dessa mesma história. A mostra conta com obras expostas desde 2009 em várias iniciativas e com outras escolhidas para este novo projecto, cuja oportunidade se sublinha na ocasião em que se celebram os 40 anos da independência de Moçambique.

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Os quatro autores que se expõem - Moira Forjaz, José Cabral, Luís Basto e Filipe Branquinho marcam gerações sucessivas de um arco cronológico que vem desde os anos 70 e que se conclui com um dos fotógrafos de uma nova geração que tem ganho atenção internacional, conhecida entre nós pela participação nas exposições do BES Photo e do programa Próximo Futuro da Gulbenkian. Para além do grande colectivo que é a fotografia moçambicana das últimas décadas, genericamente associado ao exemplo de Ricardo Rangel, pretendeu-se sublinhar a crescente autonomia autoral de vários itinerários criativos que, num meio limitado e por vezes adverso (sem mercado local e sem promoção institucional), foram encontrando condições de realização fora da fotografia de imprensa e do fotojornalismo. Em paralelo, Ricardo Rangel é apresentado através da exibição de um filme - Sem Flash, de Bruno Z’Graggen e Angelo Sansone (2012, 56 min.) e quatro vitrines mostram catálogos e livros de diferentes autores.

Moira Forjaz, nascida no Zimbabwe em 1942, é conhecida pelo livro "Muipiti", dedicado à mítica Ilha de Moçambique, editado em Lisboa pela Imprensa Nacional em 1983, por ocasião dos programas para a salvaguarda da sua arquitectura histórica que conduziram à inscrição na lista do Património Mundial da UNESCO em 1991. Além de fotógrafa, foi cineasta, galerista (em Lisboa, nos anos 90), depois directora de festivais de música em Portugal e e em Moçambique; em 2015

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vai publicar um novo livro de fotografias sobre os primeiros anos do novo país (Mozambique 1975-1875). Nesta exposição apresenta-se uma selecção das provas de época («vintages») de “Muipiti - Ilha de Moçambique”, contando com os originais expostos nos inícios dos anos 80 ou reproduzidos nessa edição. Para além dos testemunhos patrimoniais do que foi a primeira capital moçambicana, é a serena cumplicidade entre a beleza dos cenários e a vida da sua população plural, no cruzamento de origens e de hábitos, que aí se vislumbra. José Cabral (n. 1952) é um fotógrafo activo desde a independência, com um trabalho documental e de criação pessoal que teve especial importância na abertura de novos caminhos para as gerações posteriores, distanciando-se do fotojornalismo impulsionado por Rangel e por Kok Nam antes e depois de 1975. Fotógrafo profissional no Instituto Nacional de Cinema, e integrando a sua equipa fundadora (1975-78), depois foto-repórter e professor no Centro de Formação Fotográfica de Moçambique, bolseiro em Itália e nos Estados Unidos, é um artista de grande cultura visual e literária, que, num país ainda sem mercado para a fotografia independente, afirmou outros horizontes de criação e é também reconhecido como um mestre. Homenageado na edição de 2006 do festival PhotoFesta de Maputo, Cabral foi acentuando nas suas exposições mais recentes a diferença autoral e estética através de um enfoque em grande parte autobiográfico, às vezes provocadoramente intimista. Apresentam-se obras dessas exposições, «As Linhas da minha Mão» (2006), «Anjos Urbanos», sobre os seus filhos e os filhos dos outros (Lisboa 2009), e «Espelhos Quebrados», auto-retratos de carreira e itinerância (Maputo 2012), numa antologia alargada. Segue-se Luís Basto (n. 1969), autor com projecção internacional nas grandes exposições «Africa Remix», 2004, e «Snap Judgments – new positions in contemporary african photography», esta organizada por Orkui Enwezor, no ICP - International Center of Photography, Nova Iorque, 2006. É um fotógrafo de Maputo e do difícil quotidiano da cidade, que retratou no livro “Voyage au Mozambique - Maputo” (Éditions du Garde-Temps, Paris 2005), mas também um notável paisagista. Com ele a mostra faz a transição do preto e branco para a cor, num último projecto de grande coerência conceptual e formal a que chamou «Espaços iluminados», apresentado em 2013. Por fim, Filipe Branquinho (n. 1977), um dos elementos da nova geração - em que se destacam também Mauro Pinto e Mário Macilau - que foi mostrada nas edições do BES Photo de 2011 a 2013. Se os anteriores fotógrafos puderam contar com os apoios da cooperação de Itália, França e Suíça, em especial, para potenciar o seu trabalho, o que culminou na digressão por vários países da exposição “Iluminando Vidas - Ricardo Rangel e a Fotografia Moçambicana” (Zurique, 2002), os novos fotógrafos já conseguiram aceder por si mesmos ao circuito das galerias e das feiras internacionais. As fotografias de grande formato das séries «Ocupações», em que os modelos posam para o fotógrafo nos lugares de trabalho ou de residência, são uma marca forte do seu trabalho, actualizando pelas novas vias do retrato a ambição da fotografia documental, numa direcção muito atenta à mudança da sociedade moçambicana e totalmente alheia ao gosto pelo exotismo que marca muita da fotografia feita em África, por visitantes e também por africanos. Com uma nova série de trabalhos intitulada “Paisagens Interiores”, onde as arquitecturas e o seu uso ganham especial importância, Branquinho foi muito recentemente distinguido como um dos cinco vencedores do importante Prémio POPCAP - the piclet.org prize for contemporary African Photography.

Exposição apresentada em Leiria por iniciativa da associação CORVOS DO LIS. Com a colaboração de Livraria e Atelier Artes e Letras e Luis Almeida Gomes,  e de Centro InterculturaCidade e Mário Alves.

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