2016. Mapeamento e Integração entre Centros de Pesquisa e Investigadores das relações entre História e Literatura

May 29, 2017 | Autor: D. Vecchio Alves | Categoria: Literatura, História, Interdisciplinaridade, Aprendizagem, Visitas Técnicas
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DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA CURSO INTERDISCIPLINAR DE HISTÓRIA E LITERATURA PROJETO DE VISITAS TÉCNICAS 1)Título da atividade: Interdisciplinaridade e aprendizagem: integração acadêmica entre cursos, centros e grupos de pesquisa sobre as confluências entre História e Literatura 2)Coordenador: Daniel Vecchio Alves 3)Componente curricular da atividade: Curso Interdisciplinar de História e Literatura 4)Público-alvo: Estudantes do segundo ano em diante 5)Objetivo geral: Depois de realizarmos, nos primeiros dois meses de curso, um primeiro contato com essa matriz curricular e depois de termos mapeado inicialmente os centros de estudo e pesquisadores que a exploram, partiremos então para o primeiro dos circuitos de visitas técnicas, visando a ampliação da experiência nos espaços formais que se dedicam a esse tema. 6)Objetivo específico: O reconhecimento e a validação dessa matriz curricular interdisciplinar constitui um problema multidimensional complexo, que integra diferentes técnicas profissionais, econômicas, socioculturais, o que implica a renegociação de um conjunto de regras de valorização das ações e dos atores humanos. Ademais, a abordagem desse conhecimento, simultaneamente interdisciplinar, local e global, exige novos contatos e novas formas de aprendizagem (CAIRES, 2006). Essa matriz curricular é, atualmente, produzida em diferentes instituições de variados continentes. Para mensurar o grau reflexivo e crítico do largo trabalho acadêmico que vem sendo desenvolvido nessa perspectiva, as visitas técnicas que faremos a esses locais não serão, neste projeto, mais um tradicional passeio eclético entre as noções estanques de história e literatura. Tendo em vista o estudo de uma efetiva intersecção dessas disciplinas por meio de visitas técnicas, este projeto buscara motivar os alunos de graduação a investigarem os diversos aspectos híbridos desse cruzamento de áreas, assimilando e construindo pontos de vista mais complexos. Para isso, as visitas técnicas serão focadas em conversas, entrevistas, conferências e estágios sob a tutela de pesquisadores e institutos que exploram essa relação de modo interdisciplinar. 7)Posicionamento metodológico: Para a realização de todas as atividades tomaremos como eixo principal dois pontos fundamentais: como a literatura pode ser fonte da história e o que o historiador pode aprender com os modos de fazer ficção. Com as atividades realizadas sob esses dois eixos investigativos desde o primeiro semestre do curso, os acadêmicos entrarão em contato com o ambiente em que irão atuar profissionalmente, visando com isto que tenham acesso às experiências profissionais significativas, ainda em seu período de formação. Esta lógica, que aqui se apresenta, rompe com o senso comum de que para o aluno ter vivências próprias no âmbito profissional é necessário que tenha antes um longo período de aulas teóricas. 8)Descrição das atividades: Este é um projeto de visitas técnicas estruturado em quatro tipos de atividades que foram estipuladas de acordo com as necessidades de pesquisa e vivência dos acadêmicos do curso de História e Literatura: A-Entrevistas, B-Acompanhamento temporário de cursos e ciclos de conferência, C-Vivência com Grupos de Pesquisa e D-Estágios em programas especializados. As quatro atividades serão desenvolvidas por grupos compostos por, no mínimo, três e, no máximo, seis estudantes. Todos os alunos passarão pelas três primeiras atividades, sendo a quarta uma atividade extracurricular que será frequentada apenas pelos estudantes que mais se destacarem entre os grupos até o final do curso. Os estudantes escolhidos ganharão bolsas de estudos para realizarem um curso internacional de especialização na área investigada pelo projeto.

* Lista das atividades: A- Entrevistas com Pesquisadores *Procedimentos específicos: No momento dessa atividade, o objetivo do pesquisador é conseguir informações ou coletar dados que não seriam possíveis somente através da pesquisa bibliográfica e da observação. Uma das formas que complementariam essas coletas seria a entrevista. Nesse sentido, utilizaremos aqui a técnica de entrevistas abertas (QUARESMA, 2005), que atende principalmente finalidades exploratórias e é bastante utilizada para o detalhamento de questões e formulação mais precisas dos conceitos relacionados a um determinado escopo temático. A entrevista aberta é utilizada quando o pesquisador deseja obter o maior número possível de informações sobre determinado tema, segundo a visão do entrevistado, e também para obter um maior detalhamento do assunto em questão. Em relação a sua estruturação, o entrevistador introduz temas e questões e o entrevistado tem liberdade para discorrer sobre o que foi sugerido. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão, procedimento adequado para o debate de temas interdisciplinares, como o tema que pretendemos explorar aqui por meio da entrevista dos pesquisadores assinalados abaixo. Durante a atividade será pedido para os estudantes a realização de uma resenha para complementar as entrevistas realizadas.    

Márcio Seligmann-Silva [Instituto de Estudos da Linguagem - Unicamp]; Jeffrey Childs [Centro de Estudos Comparatistas – Universidade de Lisboa]; Sérgio Campos Matos [Instituto de Cultura e Língua Portuguesa – Universidade de Lisboa]; Roger Chartier [professor do Collège de France e diretor na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales].

B-Acompanhamento temporário de cursos e ciclos de conferência: *Procedimentos específicos: No acompanhamento temporário de cursos e ciclos de conferência, adotaremos a estratégia da observação participante, que se distingue da observação informal, ou melhor, da observação comum: “Essa distinção ocorre na medida em que pressupõe a integração do investigador ao grupo investigado, ou seja, o pesquisador deixa de ser um observador externo dos acontecimentos e passa a fazer parte ativa deles” (QUARESMA, 2005, p. 71). Essa estratégia visa promover a interação com outros estudantes e com profissionais mais experientes, a sua socialização efetiva no universo-escola e na profissão docente, a experienciação direta e a reflexão sobre a interdiscplinaridade, ou, ainda, a assunção de um novo conjunto de abordagens e valores sobre o tema investigado. Durante a atividade será cobrado dos estudantes a realização de um diário ou relatório com base no método de observação colocado em prática.   

Stephen Greenblat [History Dept. - Harvard University] A Humanities Colloquium: from Homer to Garcia Marquez Julio Cesar Pimentel Pinto Filho [Dept. História Social – USP] PPG – História Social: Literatura e história no século XX: itinerários do desassossego Maria Valéria Zamboni Gobbi [Faculdade de Letras – Unesp] PPG – Estudos Literários: História e Ficção

C- Vivências com Grupos de Pesquisa: *Procedimentos específicos: Nesta atividade desenvolveremos o que David Kolb chama de “ciclo da aprendizagem vivencial”, atividade que vai muito além de simplesmente ser mais ativo fisicamente: “Essa abordagem da aprendizagem representa um maior envolvimento do aprendiz cm seu aprendizado em termos globais, ou seja, um processamento mais profundo de

conhecimento e habilidades por meio da experiência, reflexão, experimentação e aplicação.” (DeAquino, 2007, p. 27). Tal vivência estimulará o diálogo e a reflexão, levando o acadêmico à construção de um arcabouço pessoal de competências úteis para a vida profissional e pessoal. Na vivência com os grupos de pesquisa listados abaixo, os alunos observarão de perto os desafios relativos à realização de debates, de eventos acadêmicos e de produções escritas coletivas.           

Confluências da Ficção, História e Memória na Literatura e nas Diversas Linguagens (Coord.: Lourdes Kaminski Alves et al. /Unioeste -PR) Linguagem Literária e Interfaces Sociais: Estudos Comparados (Coord.: Alcir Dias da Silva et al./Unioeste-PR) Estudos sobre ficção histórica no Brasil (Coord.: Marilene Weinhadt / UFPR) Grupo de Pesquisa em História Intelectual, História dos Intelectuais, e Historiografia (Coord.: Helenice Rodrigues e Renato Lopes Leite / UFPR) Relações da História para com a literatura no Rio Grande do Sul - Grupo de Pesquisa em História Regional (Coord.: Ana Inez Klein / UFPEL) Grupo de Estudos da Narrativa (Coord.: Márcia Valéria Zamboni Gobbi / Unesp Campus Araraquara) Literatura e memória: do testemunho à ficção (Coord.: Claudia Fernanda de Campos e Sérgio Mauro / Unesp - Campus Araraquara) Literatura Portuguesa e Estudos Interdisciplinares (Coord.: Marcos Rogério Heck Dorneles / UFMS) Literatura e outras linguagens: as narrativas sob a perspectiva dos estudos comparados (Coord.: Maria Eugênia Curado e Veralúcia Pinheiro / UEG) Teorias em diálogo: Literatura e História (Coord.: Denise Rocha e José Weyne de Freitas / Unilab –CE) Literatura e Cultura em InterArtes (Coord.: Annabela de Carvalho Vicente Rita / CLEPUL – Universidade Fernando Pessoa)

D- Estágios em Programas Especializados Após o termino do presente curso, os bolsistas contemplados com a especialização terão oportunidade de optar pelos seguintes programas acadêmicos:    

M.A. Program in History and Literature - Columbia University [Paris, França] The Humanities Program - Yale University [New Haven, Connecticut, U.S.A] Interdisciplinary Studies in the Humanities – University of Chicago [Chicago, U.S.A] Pós-graduação em História Cultural – Unicamp [Campinas-SP, Brasil]

9)Justificativa: A aprendizagem é mais eficaz quando a habilidade ou competência desenvolvida está conectada a situações reais nas quais ela seria usada. Assim, as visitas técnicas ajudarão os alunos a desenvolverem competências e habilidades de observar a realidade, perceber as propriedades e características do tema de estudo, “estabelecer relações entre um conhecimento e outro, adquirir métodos de raciocínio, capacidade de pensar por si próprios, fazer comparações entre fatos e acontecimentos, formar conceitos para lidar com eles no dia a dia de modo que sejam instrumentos mentais para aplicá-los em situações da vida prática.” (PIRES, 2007, P. 7). 10)Locais das atividades e meios de transporte necessários: Os locais a serem visitados se restringem aos espaços acadêmicos que dão abertura para o estudo da relação interdisciplinar em questão. Depois de mapeado os centros e os pesquisadores que atuam nesse tema, foi possível organizar as visitas técnicas em quatro circuitos, sendo dois nacionais e dois internacionais:

Nacional 1.Circuito Paranaense (Curitiba – Cascavel) 2.Circuito Paulista (São Paulo – Campinas – Araraquara)

Internacional 3.Circuito Yankee (New Haven – Cambridge) 4.Circuito do Euro (Lisboa – Paris)

11)Cronograma: * Tempo previsto para realização de cada um dos circuitos: 2 semanas * Bimestres envolvidos: 2 * Data provável de realização da atividade: Abr/Mai - Ago/Set 2017 1ª Semana Circuito 1 Circuito 2 Circuito 3 Circuito 4

Vivência com G.P. Acompanhamento Acompanhamento Entrevista

2ª Semana

Entrevista Entrevista Entrevista Vivência com G.P.

Vivência com G.P. Acompanhamento Acompanhamento Entrevista

Entrevista Vivência com G. P. Entrevista Acompanhamento

12)Orçamento:

Circuito 1 Circuito 2 Circuito 3 Circuito 4

Pesquisa 2.000 2.000 2.000 2.000

Estadia 2.000 2.000 2.000 2.000

Transporte 3.000 5.000 30.000 30.000

Alimentação 5.000 5.000 6.000 6.000

Total R$12.000 R$14.000 US$40.000 €40.000

13)Parcerias:

14)Procedimentos posteriores às visitas técnicas * Proposta de avaliação: A avaliação ocorrerá por meio da observação, da análise das entrevistas, dos questionários, dos diários de curso, entre outras produções que serão pedidas aos estudantes durante as visitas técnicas. É importante mencionar que parte da avaliação será baseada na participação ativa nos espaços acadêmicos destinados, bem como no relacionamento com colegas de turma, professor e no interesse pela investigação. * Organização de evento internacional: Com os vínculos estabelecidos entre pesquisadores e professores, um evento sobre a interdisciplinaridade entre história e literatura deve ser planejado com os estudantes que concluíram o curso.

* Edição de livros e revistas: Dos materiais produzidos pelos estudantes ao longo das visitas técnicas, como as entrevistas, os diários, os relatórios, as resenhas e os artigos, eles serão organizados em revistas e livros de acordo com o conteúdo do curso. Para a edição desses materiais contaremos com o apoio de editoras acadêmicas que proporcionarão aos estudantes a iniciação na produção e publicação científicas na área de humanidades. 15)Resultados e Impactos Esperados Após as atividades esperamos ter proporcionado aos estudantes mais destreza ao nível do pensamento crítico, compreensão, análise e síntese da informação, maiores competências na vertente interpessoal e na gestão das emoções, ou uma crescente autoavaliação dos seus comportamentos e ações. Com o cumprimento do estágio é esperado, portanto, que estejamos perante indivíduos mais capazes de apreender e integrar a complexidade dos estímulos e das situações em que as transições entre história e ficção se fazem presentes no cotidiano, exibindo gradualmente respostas cada vez mais elaboradas em termos da sua adequação, diferenciação e integração aos objetos e às circunstâncias (CAIRES, 2006). 16)Referências: CAIRES, Susana. Vivências e percepções do estágio pedagógico: Contributos para a compreensão da vertente fenomenológica do “Tornar-se professor”. In: Análise Psicológica (2006), 1 (XXIV): 87-98. DEAQUINO, Carlos Tasso Eira. Como aprender: andragogia e as habilidades de aprendizagem. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. QUARESMA, Silvia Jurema. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. In: Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC, vol. 2 nº 1 (3), janeiro-julho/2005, p. 68-80. Acessado no dia 25/ 09/2016 no endereço www.emtese.ufsc.br. PIRES, Ana Luisa de Oliveira. Reconhecimento e Validação das Aprendizagens Experienciais. Uma problemática educativa. In: sísifo/revista de ciências da educação, n.º 2, 2007, pp. 5-20.

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