[2016] \"Quais os motivos que levaram as sociedades dos finais do 4.º milénio a.n.e. a construir os recintos de fossos no SW Peninsular?\" - “Which reasons took societies from late fourth millennium BC to build ditched enclosures in Southwest Iberia?”

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Descrição do Produto

Critérios de implantação
4
Relação territoriais entre recintos de fossos e "povoados"

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA

Paleoambiente e estratégias de subsistência
3

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Análises paleobotânicas
Dados (ainda escassos) apontam para a existência de uma mata mediterrânica aberta, na qual os vários tipos de Quercus têm um papel predominante a par das culturas cerealíferas
Paleoambiente e estratégias de subsistência
3

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Análises paleobotânicas
Antracologia Neolítico Final: Moreiros 2; Perdigões; Ponte da Azambuja 2
Calcolítico: Coudelaria de Alter; Porto das Carretas; Perdigões; Monte da Tumba

Palinologia Neolítico Final: Perdigões (Fossos 6 e 12)



Duque Espino, 2005
Van Leeuwarden e Queiroz, 2003
Tereso et al., 2011
Queiroz, 2003
Santos et al., 2009
Wheeler, 2010;
Danielsen e Mendes, 2013
Badal Garcia, 1987
Referências Bibliográficas
Tereso, 2014

Três indicadores distintos apontam para fenómenos de seca no SW Peninsular, por volta de 4000 BP
Proxies de alta resolução registam várias e pequenas oscilações climáticas, que terão ocorrido de forma abrupta

Destes eventos destaca-se, no Hemisfério Norte, uma ocorrência em 4200 BP, manifestada através do recuo dos glaciares, incremento de ventos secos do quadrante W-SW, que poderão ter resultado numa intensificação do upwelling costeiro (Mayewski et al., 2004; Wang et al., 2013)
Registado na orla ocidental do golfo de Cádis e na costa portuguesa, por volta de 4000 BP

"[...] no sudeste e, possivelmente, também no sudoeste espanhol, o intervalo de 4500 e 4000 BP, corresponderá a uma época de aridez e, por conseguinte a uma insolação intensa [...]" (Soares, 2004: 183)
Diagramas polínicos no NW Alentejano apontam para terrestrialização nos pântanos fluviais, secagem na sedimentação das turfeiras interdunares e expansão de taxa mediterrâneos (Mateus et al., 2003)
Clima mais árido que o atual
(temperatura média anual elevada – entre 15º e 17,5º - com precipitação acentuada no Outono e Inverno e carência de água no Verão)
Paleoambiente e estratégias de subsistência
3

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Os sítios em análise
2

Dos 11 sítios em análise apenas cinco se encontram datados pelo radiocarbono:

Moreiros 2, Juromenha 1, Perdigões, Porto Torrão, Igreja Velha de São Jorge
SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Distribuição de probabilidades entre as datações mais antigas e com maior grau de fiabilidade (amostras de vida curta e intervalos de tempo curtos)
Intervalos de tempo possibilitam, embora com uma margem pequena, a admissão de uma sincronia entre todos os sítios com datações disponíveis

Critérios de implantação
4
Relação entre recintos de fossos – Carta de Visibilidades

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA

Moreiros 2 Cabeço do Torrão
Cabeço do Torrão Paraíso
Paraíso Juromenha 1
Juromenha 1 Malhada das Mimosas Águas Frias
Perdigões Ponte da Azambuja 2

Existência de relações de intervisibilidade para com o
recinto mais próximo
Critérios de implantação
4
Relação entre recintos de fossos
Interpretação Carta Geral + Cartas de Visibilidades
Sugere-se uma distribuição espacial concertada e orientada para o controlo territorial, através de uma estratégia previamente estabelecida, assumindo-se a existência de uma organização política comum, o que permite a admissão de disseminação de segmentos sociais num território que lhes é familiar

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
As relações de controlo intergrupal, acompanhadas das relações de produção intragrupal, apontam para a especialização dos sítios e, consequentemente, para uma maior complexificação social


Os sítios em análise
2

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA

Paleoambiente e estratégias de subsistência
3

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Zooarqueologia
Situações bastante semelhantes no que respeita às espécies presentes no registo arqueográfico:

veado bem representado: condições ambientais da região? Tendência de comportamento nas estratégias de subsistência?
número considerável de suínos (pese embora a dificuldade em distinguir doméstico/ selvagem)
caprinos como espécie doméstica melhor representada
bovinos em menor número (Valente e Carvalho, 2014)
Paleoambiente e estratégias de subsistência
3


Dados empíricos permitem admitir a existência de um ecossistema de tipo montado, denunciando uma visão holística da natureza, equilibrando e potenciando as estratégias de subsistência adotadas, tornando-as assim eficientes e eficazes
SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Conjugação perfeita entre:
Produção de cereais e leguminosas + recoleção dos recursos silvestres
Atividades pecuárias + práticas cinegéticas



Proposta que explica o equilíbrio entre hábitos antagónicos, mas simultaneamente complementares presentes no registo arqueológico
Critérios de implantação
4
Distâncias curtas entre recintos

Intervalo espacial constante (c. 15 km), que parece delinear um eixo no sentido N-S a Norte da Serra de Portel, e W-E a Sul desta elevação

Áreas de intersecção entre todos os recintos do "Eixo N-S"
Resultados
SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA

Critérios de implantação
4
Sistemas de Informação Geográfica (SIG)
Objetivos
Averiguar estratégias de implantação de cada recinto, de modo a perceber se existem características comuns
Apurar a relação territorial dos 11 recintos, no que respeita à espacialidade e intervisibilidade
Verificar a sua posição geográfica relativamente aos sítios que são indubitavelmente de habitat
Indagar sobre a eventual conexão com o megalitismo funerário
Método
Carta de Declives (CD)
Carta de Orientação das Encostas (COE)
Carta de Visibilidades

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Base Cartográfica Digital mediante as coordenadas disponíveis na Base de Dados Endovélico (DGPC)

Cartografia produzida a partir das Cartas Militares de Portugal, à escala 1:25 000, o que significa que os resultados obtidos consideram as curvas de nível distanciadas entre si 10m;
Criação de buffers de 5 e 10km em torno de cada recinto, utilizando os critérios de Higgs e Vita-Finzi (1972)

Buffer de 5km, definido para as sociedades agropastoris plenamente sedentarizadas
Buffer de 10k (normalmente associado às sociedades de caçadores recolectores) aqui utilizados não para perceber áreas de território economicamente exploradas, mas sim eventuais rede de contacto entre sítios (não esquecer que os dados referentes ao Neolítico Médio apontam para uma grande mobilidade das populações (Algar do Bom Santo)

Critérios de implantação
4
Cartas de Declives (slope) e Cartas de Orientação das Encostas (aspect)

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Cartografia efetuada para os 11 sítios já referidos
Critérios de implantação
4


SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Geologia
Construção de um fosso = manipulação artificial da paisagem natural de um território

"Know-how" que implica, em primeiro lugar, a escolha de um lugar que permita a sua execução
Carta Geológica do Sul de Portugal, à escala 1: 500 000
Sistemática presença de recintos de fossos em locais geologicamente favoráveis à escavação destas estruturas, corroborando a ideia de que, aquando da sua construção, os construtores já sabiam da sua viabilidade
"lugares escolhidos", que mais do que uma carga simbólica, parecem ter subjacente uma questão pragmática assente na exequibilidade da sua construção/ escavação
Critérios de implantação
4
Relação territorial entre recintos de fossos e "povoados"
Resultados
Efetiva ocupação deste território durante a etapa cronológica definida (Neolítico – Calcolítico)
Pluralidade de soluções encontradas no povoamento das comunidades pré-históricas
Interpretação
Aumento demográfico na região, evidenciado pelo aumento exponencial de sítios comparativamente aos períodos antecedentes e pelo megalitismo funerário

Admissão de diferentes patamares de estabilidade locativa, sem que isso se traduza, necessariamente, numa hierarquização da rede de povoamento baseada em "lugares centrais" e "lugares periféricos"

Existência de um sistema mais complexo do que é tradicionalmente assumido, podendo haver distintas trajetórias de desenvolvimento

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Critérios de implantação
4
todos os recintos se localizam em áreas planas ou com declives suaves que não ultrapassam os 4% de inclinação

as encostas estão sempre orientadas a Sul

todos os recintos se encontram próximos a ribeiras
Resultados
Repetição sistemática desta ocorrência nos 11 sítios analisados
Interpretação
áreas de implantação dos recintos de fossos são deliberadamente escolhidas (dados acima apresentados +determinismo geológico)

estratégia previamente delineada na sua concretização, que visa a potenciação dos recursos naturais disponíveis para maior rentabilidade na produção agropecuária

zonas sem inclinação ou ou com ligeiro declive suave orientado a Sul favorável à produção cerealífera

buffer de 5 e 10 km de todos os recintos revelam áreas de terrenos acidentados com biótopos favoráveis ao pastoreio de caprinos, enquanto as zonas planas ou suaves, mais próximas dos recintos, são mais aptas para os rebanhos de ovelhas e manadas de bovinos, permitindo ainda assumir a ideia de um regime de suinicultura semelhante ao que atualmente existe no Alentejo (montado)

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Cartas de Declives e Cartas de Orientação das Encostas

Montado = biossistema antropogénico
Esforço que não pode advir apenas de uma família ou de um segmento social

Assume-se que terá sido o esforço de um coletivo, capaz de perceber o meio envolvente e as suas características, que começa deliberadamente a alterar a paisagem, selecionando as espécies arbóreas e arbustivas mais rentáveis, que estará na origem de criação de metodologias mais eficientes e eficazes nas atividades agropastoris
As grandes quantidades de fauna mamalógica presentes nestes contextos não permitem a admissão de um esquema de visitação temporária, sendo antes consentânea com o abate sistemático dos animais, para preenchimento de necessidades alimentares prolongadas no tempo e não episódicas.
(leitura alternativa à "RPS")
(refutação do modelo que assume que os recintos são lugares sujeitos a visitação temporária)

Paleoambiente e estratégias de subsistência
3

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Critérios de implantação
4
Relação entre recintos de fossos

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Objetivo
Refazer os mapas disponíveis na bibliografia da especialidade:
mapas genéricos que ao não considerarem as diferentes cronologias dos recintos criam imagens temporais distorcidas (palimpsestos cartográficos) (não obstante, estes mapas são fundamentais para a perceção da revolução empírica em curso)

Apurar a efetiva territorialização desenvolvida ao logo da diacronia em apreço
Perceber o papel que os recintos de fossos poderão ter desempenhado na progressiva apropriação do espaço:
se há uma estratégia de implantação comum, haverá alguma relação física/ territorial entre recintos?
Método
Carta Geral com indicação dos buffers de 5km e 10km (partindo do princípio que os recintos poderão ter sido sincrónicos)
Cartografia de visibilidades (conseguida através do somatório do cálculo efetuado entre dois pontos)

Falta de nitidez à medida que a distância aumenta, relacionada com o tamanho do objeto observado
Dependente das características geomorfologicas do território analisado
Fatores climáticos e atmosféricos, assim como altura do dia em que é feita a observação

Sobre os processos de emergência dos recintos de fossos
1
SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
É neste contexto que, por volta de 3500 cal BCE, surge um novo paradigma de apropriação da paisagem:
os recintos de fossos
Critérios de implantação
4
Cartas de Declives (slope) e Cartas de Orientação das Encostas (aspect)

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Visam a a perceção das percentagens de inclinação dos lugares onde se implantam os recintos

Objetivo: perceber se existe alguma motivação económica por detrás da escolha da implantação dos sítios
Método: Adaptação da classificação de declives de Butzer (1989)
< 2% Plana
2 – 5% - Suave
5 – 15% Moderada
15 – 40% Forte
> 40% Abrupto
García Sanjuán (1999) considera que pendentes superiores a 20º são as mais aptas para a pastorícia, enquanto que aquelas que se situam entre os 0º e os 12º são as mais apropriadas para o desenvolvimento de práticas agrícolas
Associação da implantação dos sítios aos pontos cardiais

Objetivo:
a) reconhecer tendências funcionalistas nestas implantações, uma vez que diferentes exposições à luz solar implica diferentes características biológicas da paisagem

Norte – pouca ou nenhuma incidência direta de luz solar
Este e Oeste – luz solar direta ao amanhecer/ entardecer
Sul –incidência de luz solar direta durante todo o dia

b) definir propensões enquadradas no campo do simbolismo cosmológico, já reconhecido nalgumas arquiteturas

"Ah! Don´t say you agree with me.
When people agree with me I always feel that I must be wrong."
Oscar Wilde
Debate
8
SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Grata pela vossa atenção
IN: http://peakperspective.com/tag/oscar-wilde/
Atividades relacionadas com as práticas mágico-simbólicas (desenvolvidas por cada um dos segmentos)

Atos naturalmente concebidos no seio da comunidade
Considerando que os recintos de fossos são lugares residenciais onde se praticam atividades associadas à produção de alimentos, como se explicam as deposições estruturadas identificadas nestes sítios?
"Pacto regulador" que rege a comunidade, que se impõe de forma subjacente à organização social previamente estipulada (hierarquizada mediante uma estrutura de divisão laboral)
Eventuais atividades temporárias realizadas na congregação do(s) grupo(s) de forma a evitar comportamentos de fissão (pós-processualismo)


SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
A resposta à "pergunta de partida"
5
Matriz cultural coesa no SW Peninsular
Cultura material (aparelho cerâmico, indústria lítica, artefactos ideotécnicos, etc.)
Estratégias de subsistência (conjuntos faunísticos pautados pela dicotomia animais domésticos/ animais selvagens; indicadores indiretos de produção cerealífera e/ ou leguminosas)
Contribuem para estas afirmações:
2) Organização laboral implícita na construção dos recintos
Sociedade hierarquizada
Relações intragrupais de solidariedade mecânica (reguladora da coesão social necessária para o cumprimento do projeto)
3) Estratégia de implantação
Conhecimento aprofundado do território
Plano previamente estabelecido comum a diferentes grupos
Modelo arquitetónico reiterado
Modus operandi sistematicamente duplicado em 11 sítios coevos cronologicamente
Indiciam relações complexas
ao nível intergrupal
4) Simbiose espacial entre recintos e "espaços da morte"
Vínculo do grupo aos seus ancestrais, e estes ao seu território
A resposta à "pergunta de partida"
5


SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
A resposta à "pergunta de partida"
5





SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
"Quais os motivos que levaram as sociedades da segunda metade do 4.º milénio a.n.e. a construir os recintos de fossos no SW Peninsular?"

Admite-se que por detrás da emergência dos recintos estão questões relacionadas com:
aumento demográfico inerente ao início das atividades produtoras de alimentos;
consequente necessidade de modos de produção mais eficientes e eficazes;
condicionantes climáticas – alterações, que se fizeram sentir à época – traduzidas num clima mais árido que na atualidade

Estes fatores terão estimulado uma maior concentração de esforços por parte das comunidades autóctones, que se agregam de modo a contrariar eventuais dificuldades de produção.

Paralelamente, permanecem os movimentos migratórios que caracterizam as comunidades neolíticas, que, eventualmente, amplificam as suas áreas de ação, o que terá conduzido a uma maior necessidade de controlo territorial.

Alentejo Central = "meio caminho andado" entre a fachada atlântica da Estremadura (Península de Lisboa) e a fachada mediterrânea da Andaluzia (Sevilha)
A resposta à "pergunta de partida"
5

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
PREÂMBULO
0

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
"Quais os motivos que levaram as sociedades dos finais do 4.º milénio a.n.e a construir os recintos
de fossos no SW Peninsular?"
Pergunta que se constituiu como fio condutor de um projeto de investigação que culminou com a apresentação de uma tese de doutoramento intitulada:

"A Ponte da Azambuja 2 (Portel, Évora) e a emergência dos recintos de fossos no SW Peninsular nos finais do 4.º milénio a.n.e."
Estudo monográfico de um sítio que foi utilizado como "amostra", efetuando-se um inquérito específico ao seu registo arqueológico, a saber:
Qual a tipologia funcional deste sítio?
Qual o tipo de ocupação efetuada? Sazonal? Permanente?
Quais as inferências sociais e culturais facultadas pelo registo arqueológico?
Quais as estratégias de subsistência adotadas?
Em que tipo de paisagem se movimentavam estas comunidades?
"Qual a contribuição do registo arqueológico da Ponte da Azambuja 2 para a clarificação da "pergunta de partida?""
Critérios de implantação
4
Relação entre recintos de fossos e o megalitismo funerário
A Sul da Serra de Portel, regista-se escassez de monumentos megalíticos dolménicos, estando, no entanto registadas diferentes formas de tratamento dos mortos junto e dentro dos recintos (e.g. Porto Torrão)

A Norte da Serra de Portel verifica-se uma "harmonia" entre o "mundo dos vivos" e o "mundo dos mortos", sem que um exclua ou outro

Cartas de Visibilidades demonstram que todos os recintos de fossos assim como todos os monumentos megalíticos são visíveis entre si

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA

"Quais os motivos que levaram as sociedades dos finais do 4.º milénio a.n.e. a construir os recintos de fossos no
SW Peninsular?"
SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA

Dois obstáculos apontados ao carácter produtor e residencial destes lugares:
Ausência do indicador direto da produção agrícola (sementes)
Questão que se coloca para todo o Neolítico na fachada atlântica e que tem sido conectada com desvios arqueográficos resultantes da natureza incompleta do registo arqueológico, não devendo ser considerada como um reflexo do Passado pré-histórico
Las Eras del Alcázar de Úbeda (Jáen) demonstra a excecionalidade da preservação dos indicadores diretos
("[...] níveles de incendio estaban formados prácticamente por restos carpologicos, fundamentalmente cereales e leguminosas [...]" (Montes Montoya, 2011:90)
2) Ausência de estruturas de habitat no interior dos recintos
2.1. Escassez de dados arqueológicos publicados acerca dos recintos
e.g. Águas Frias: relatório faz referência à presença de "fundos de cabana", porém não há qualquer publicação sobre essas estruturas
Palimpsestos e processos diagenéticos de formação de solos subvalorizados nas interpretações destes sítios
Problemas associados ao modelo proposto
6
2.2. Processos de formação do registo arqueológico
2.3. Desvalorização de um eventual uso habitacional das estruturas negativas circulares de maiores diâmetros
Atendendo ao tamanho (c. 6m) e morfologia de algumas estruturas identificadas no interior de recintos de fossos está-se perante algumas das características apontadas para as cabanas do período subsequente, apenas com a variante de serem escavadas na rocha e não construídas em altura

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Neolítico Antigo
(finais do 6.º/ inícios do 5.º milénio a.n.e.)
Neolítico Médio
(5.º/ primeira metade do 4.º milénio a.n.e)
Disparidades acentuadas, sendo predominante a conceção de vários grupos móveis
Comprovada mobilidade populacional entre Estremadura e Alentejo, com forte interação intra e intergrupal
Excecionalmente no Alentejo Central existirão os fatores que promovem a estabilidade do grupo
"Territorialização" da paisagem, através da construção dos monumentos funerários megalíticos, normalmente conectados com um aumento demográfico e complexificação social

Sítios paradigmáticos
Valada do Mato (Diniz, 2010)
Baixa do Xerez (Gonçalves, Marchand & Sousa, 2006)
Sítios paradigmáticos
Estremadura:
Algar do Bom Santo (Carvalho, 2014)

Alentejo Central:
Poço da Gateira (Leisner & Leisner, 1985; Whittle e Arnaud, 1975)
Vale Rodrigo 2 (Ambruester, 2006 e 2007)

Sobre os processos de emergência dos recintos de fossos
1
SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
1) Abordagem analítica dos restos humanos das populações associadas aos recintos de fossos
Análise de isótopos estáveis de estrôncio, de modo a atestar as premissas dicotómicas de estabilidade das populações autóctones e mobilidade de indivíduos com origens na Estremadura e/ou na Andaluzia, confirmando ou infirmando a ideia do território centro alentejano como uma "zona de fronteira" com áreas de biótopos atlânticos e áreas de biótopos mediterrâneos
Análises dos isótopos estáveis 13C e 15N, de forma a aferir paleodietas
Análises de ADN antigo, de modo a obter um quadro genético da população e eventuais relações de parentesco
2) Reconstrução paleoambiental e estratégias paleoeconómicas
Análise dos restos vegetais
Análise dos restos faunísticos

Objetivo: testar o modelo paisagístico e a estratégia de subsistência proposto
3) Ampliar o âmbito da análise artefactual
Análises traceológicas dos utensílios líticos , para identificação de eventuais utilizações
Análises aos lípidos presentes nas paredes das "queijeiras", de forma a determinar efetivamente a sua funcionalidade
Perspetivas para trabalhos futuros
7
3) Cronologia e temporalidades
Novo questionário orientado para a compreensão dos motivos que levam ao abandono de alguns recintos de fossos ainda no 4.º milénio a.n.e., para a continuidade de outros até aos períodos seguintes e fundação de novos lugares em etapas cronológicas diversas

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
SUMÁRIO
0

SECCÇÃO DE PRÉ-HISTÓRIA
Sobre os processos de emergência dos recintos de fossos
Os sítios em análise
Paleoambiente e estratégias de subsistência no Alentejo Central
Critérios de implantação
A resposta à "pergunta de partida"
Problemas associados ao modelo proposto
Perspetivas para trabalhos futuros
Debate


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