A abordagem da Visão Baseada em Recursos em aglomerados produtivos

June 19, 2017 | Autor: T. Bach | Categoria: Resource Based View
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A abordagem da Visão Baseada em Recursos em aglomerados produtivos Carla Cristiane Sokulski (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) [email protected] Claudineia Kudlawicz (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) [email protected] Elaine Martins (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) [email protected] Tatiana Marceda Bach (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) [email protected] Maickel Robert Maffezzolli (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) [email protected]

Resumo: O objetivo desse trabalho é realizar uma análise teórica a respeito do que os aglomerados produtivos podem ganhar com a abordagem da Visão Baseada em Recursos (VBR). Considerando que a Visão Baseada em Recursos possui uma base literária com abordagem do contexto interno e individual de cada organização, este trabalho analisou a importância dos recursos nas relações em redes interorganizacionais apresentadas por meio dos aglomerados produtivos. Por fim, com base nos principais conceitos teóricos a respeito dos temas abordados e a análise dos mesmos, propôs-se um framework de análise das categorias analíticas estudadas. Palavras chave: Visão Baseada em Recursos, Aglomerados Produtivos, Vantagem Competitiva.

The approach of the Resource Based View in productive clusters Abstract The objective of this work is to perform a theoretical analysis about what the production clusters can make with the approach of the Resource Based View (VBR). Whereas the Resource Based View has a literary based approach to internal and individual context of each organization, this study analyzed the importance of resources in relationships in interorganizational networks submitted using the production clusters. Finally, based on the main theoretical concepts about the themes and the analysis thereof, it was proposed an analysis framework of analytical categories studied. Key-words: Resource Based View, Clusters Productive, Competitive Advantage.

1 Introdução Na busca de melhor desempenho, competitividade e permanência no mercado, são vários os assuntos que devem ser analisados pelas organizações. Uma das abordagem estudadas é a de aglomerados produtivos (e.g. clusters, arranjos produtivos locais, sistemas produtivos), os quais são considerados importantes por promoverem a competitividade, inovação e desenvolvimento do setor (AMATO NETO, 2000; PORTER, 1999; CASSIOLATO; SZAPIRO, 2003). Grande parte dos estudos sobre aglomerados produtivos possuem como foco o paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho (ECD), para a criação de perfis regionais, se esta região é considerada uma aglomeração e quais vantagens competitivas ali presentes (PUGAS; CALEGARIO; ANTONIALLI, 2013). Porter (1993) em seu trabalho intitulado “A

Vantagem Competitiva das Nações” faz referência à necessidade de interação entre as organizações ao mostrar a importância das relações verticais (e.g. comprador e fornecedor), assim como, as relações horizontais (e.g. clientes, tecnologias, canais comuns). O autor complementa ainda que países dificilmente conseguiriam desempenho econômico através de organizações isoladas, daí a importância dos aglomerados produtivos. O notável desenvolvimento de certas regiões, como é o caso do Vale do Silício e a região produtiva da terceira Itália, são fatores atrativos para o desenvolvimento de pesquisas científica, e também, um chamariz para a competitividade das empresas. Com isso, nas últimas décadas, várias pesquisas vêm sendo realizadas com foco em aglomerações geográficas que compreendem atividades econômicas. Muitas dessas pesquisas tem como resultado evidencias dos benefícios trazidos às empresas devido a participação em um aglomerado produtivo, onde todas as organizações se beneficiam desse agrupamento (MCCANN; FOLTA, 2009). O enfoque de aglomerado produtivo parte de um contexto de redes organizacionais ocasionando maior competitividade se comparado às ações individualizadas das organizações no sistema econômico. Essa ação em rede tende a realização de atividades conjuntas que possibilitam melhores ganhos de eficiência e competitividade. As organizações cooperam em rede por vários fatores. Quando se fala em recursos pode-se considerar que a cooperação em rede é feita tendo em vista à busca daqueles recursos que a organização não possui individualmente. Pois visando aprender e adquirir outros produtos, informações e competências, a finalidade é de maximizar a utilização desses recursos complementares (LEI; SLOCUM, 1992; MARSHALL, 1996). De acordo com Barney (1991) e Hart (1995), a premissa central da Visão Baseada em Recursos (VBR) é examinar de que forma os recursos e as capacidades que são considerados como valiosos, difíceis de serem copiados, raros e insubstituíveis podem ser considerados como fontes de vantagem competitiva para aquelas organizações que os possuem. Mas considerando que nem todas as organizações possuem este tipo de recursos, faz-se necessária a busca por alternativas que auxiliem na diminuição das ameaças presentes no ambiente em relação as suas fraquezas internas. Com isso, uma opção é o relacionamento em rede com organizações que possam oferecer atividades de cooperação entre si e que acarretem vantagens na rede como um todo. Conforme comentam Sirmon, Hitt e Ireland (2007) é mínima a teoria destinada a explicar como gerentes transformam recursos. No modelo do Diamante da Competitividade proposto por Porter (1993), o autor menciona que, além dos recursos internos às organizações, também devem ser explorados aqueles que não pertencem a nenhuma delas, mas estão disponíveis no ambiente em que o aglomerado produtivo está situado. Considerando assim, os recursos coletivos ou bens públicos que possam ser utilizados como vantagem competitiva para o aglomerado frente a outros aglomerados ou regiões concorrentes, possibilitando influenciar no desempenho e capacidade dessas organizações (PORTER, 1993). Ao considerar os Aglomerados produtivos como ambientes que induzem à competitividade e ao desenvolvimento econômico através dos recursos existentes nessa aglomeração, a busca de ferramentas para tal estudo direciona a possibilidade da aplicação da Visão da Firma Baseada em Recursos de uma forma mais estendida. Extensão que vai além do contexto interno das organizações e envolve a relação de rede nesse Aglomerado produtivo. Diante desse contexto, este ensaio teórico busca compreender a seguinte questão de pesquisa: o que os aglomerados produtivos podem ganhar com a abordagem da Visão Baseada em Recursos? Dessa forma, em termo gerais, objetiva-se verificar qual a vantagem de aplicação do conceito da VBR, em um conjunto de organizações que se inter-relacionam e visam obter vantagem competitiva no setor de atuação. Em termos específicos, é objetivo desse estudo: (i) fazer uma revisão

literária sobre VBR e aglomerados produtivos; (ii) verificar a possível relação da VBR e aglomerados produtivos, assim como os possíveis ganhos organizacionais na rede por meio da (iii) proposta de um framework de análise. Diante disso, o presente artigo estrutura-se em cinco seções sumarizadas. Após essa breve introdução é apresentada uma revisão literária das categorias analíticas. Em seguida é realizada uma análise da possibilidade de ganhos dos aglomerados produtivos por meio do uso da VBR; apresentando por fim, um framework de análise seguido das considerações finais do trabalho. 2 Visão Baseada em Recursos: origens e conceitos A abordagem das forças competitivas de Porter (1986) foi dominante no campo da estratégia até meados da década de 1980, tendo como base a visão de que as posições dos produtos no mercado que provinham os ganhos organizacionais. Uma mudança de foco ocorre contemporaneamente por meio da abordagem da VBR, onde a ênfase está nos recursos e competências internos a organização (BARNEY, 1991). Os fundamentos de organizações consideradas como diferentes no que se refere aos recursos produtivos e estratégicos vêm desde os estudos de Selznick (1957) e Penrose (1959), considerando que os recursos acarretam diferentes desempenhos organizacionais. Após esses, outros autores como Wernerfelt (1984), Barney (1991), Peteraf (1993) e Teece, Pisano e Shuen (1997) também trouxeram contribuições à teoria da VBR. Wernerfelt (1984) aborda os recursos como um conjunto de ativos tanto tangíveis quanto intangíveis que permitem a implementação das estratégias organizacionais. Barney (1991) considera que, para os recursos e competências gerarem vantagem competitiva devem possuir quatro atributos, a saber: ser valioso, raro, insubstituível e difícil de imitar. Para isso, é necessário identificar quais estão presentes na organização e que possuem tais características enaltecidas a ponto de servir como indicador de heterogeneidade dessa organização. Tendo como premissas a heterogeneidade e a imobilidade de recursos das empresas, a VBR fornece uma fundamentação teórica adequada ao propósito de estudar esta estratificação em aglomerados (BARNEY; HESTERLY, 2007). É importante ressaltar que Grant (1991) e Barney (1991) classificam os recursos em tangíveis (e.g. recursos humanos, financeiros, equipamentos, instalações) e intangíveis (e.g. habilidades administrativas, tecnológicas, cultura organizacional, conhecimento intrínseco, relacionamento com fornecedores, clientes). No que diz respeito às capacidades, elas correspondem mais especificamente, a competência da organização em coordenar os recursos na busca do objetivo desejado (BARNEY, 1991). A eficiência quando alcançada proporciona vantagem competitiva sustentada, o que é feito por meio do gerenciamento adequado dos recursos organizacionais internos. Por mais que os recursos sejam considerados como decisivos nos desempenho econômico e na vantagem competitiva sustentada em uma organização, nem todos geram altos índices de ganhos. Assim, nem todos os recursos podem ser considerados como estratégicos, pois para isso, devem ser simultaneamente: valiosos, raros, imperfeitamente imitáveis e não substituíveis (BARNEY, 1991). Peteraf (1993) por meio do desenvolvimento de um modelo fundamentado na VBR identifica quatro fatores relacionados aos recursos em busca da vantagem competitiva. Esse modelo é dividido em quatro partes, sendo duas suposições consideradas essenciais (i.e. heterogeneidade e mobilidade imperfeita) e duas condições relativas (i.e. limites ex ante e ex post à competição). A heterogeneidade menciona que as organizações com diferentes graus de capacidade e recursos possuem maior competição no mercado, já as organizações com recursos limitados apresentam como desempenho o ponto de equilíbrio, sem maiores resultados. Em contrapartida, as organizações com um nível elevado de recursos

consequentemente terão receitas mais elevadas. No que se refere à mobilidade imperfeita, os recursos que servem apenas para a organização que os possuem, pelo fato de serem especializados para suas necessidades específicas, são de pouca ou nenhuma utilidade para os concorrentes. Os limites de concorrência ex ante correspondem à existência de vantagens de recursos por uma determinada organização antes de uma situação de concorrência, logo, os limites de concorrência ex post é a manutenção da vantagem competitiva inicial e a obtenção de receitas sustentáveis ao longo do tempo. A visão dos recursos sendo considerados como fonte de vantagem competitiva sustentada, surgiu segundo Grant (1991), por causa do desagrado frente à teoria da análise estrutural da indústria que tinha domínio na literatura estratégica. De acordo com Porter e Van Der Linde (1995), algumas organizações aproveitam melhor os seus recursos devido ao fato de extinguir desperdícios com esforços, se atualizar diante das novas tecnologias ou simplesmente ter uma gestão mais cuidadosa nas atividades específicas ou o conjunto delas. Esses fatores são considerados essenciais na busca de maior valor estratégico e competitividade no mercado, pois conforme Black e Boal (1994), o efeito não está apenas nas propriedades individuais, mas também, no resultado final da interação entre todas as atividades. A VBR também foi definida por Collis (1991) como uma forma de abordagem da organização em conjuntos de recursos internos, tangíveis e intangíveis. Recursos tangíveis são aqueles mensurados contabilmente e explicados nos balanços anuais, sendo fracos quanto a possibilidade de cópia pelos concorrentes e considerados como transparentes quanto a objetividade que são explanados (HALL, 1989). Os recursos intangíveis correspondem aos recursos subjetivos, que são de difícil visualização, compreensão e replicação pela concorrência, como por exemplo, as patentes, as propriedades intelectuais, a reputação da marca e as redes de negócios (HALL, 1989). A VBR possibilita entender de que forma os recursos e capacidades podem ser alocados de forma a promover oportunidades de mercado, eficiência operacional e consequente, o aprimoramento da imagem da empresa. Isso porque, segundo Sharma e Vredenburg (1998), os recursos e capacidades proporcionam melhoras competitivas que abrangem desde a redução de custos com processos e matéria-prima até a inovação de processos e produtos, melhorando assim, a reputação da organização. Toda essa abordagem organizacional interna feita pela VBR é alvo de crítica, pelo fato de existir grande ênfase no contexto interno negligenciando o ambiente (PORTER, 1991), o qual deixa de ser considerado em detalhes e o foco da teoria se restringe à organização e não ao todo em que ela faz parte (FOSS, 1998). Com isso pode-se considerar que diante de suas críticas, a VBR pode ser útil se analisada através da conexão entre a organização e o ambiente. Porter (1993) menciona que a cadeia de valores de uma organização está relacionada as atividades internas que visam competição no mercado e contribuem no desenvolvimento de valor para o consumidor. Assim, se há uma análise individual dos recursos organizacionais em relação as suas atividades específicas, é conveniente ponderar esses recursos como um sistema de valor para a organização. As atividades que Porter (1993) menciona, podem ser tanto de ordem primaria quanto de apoio. As atividades primárias são relacionadas com a produção, o comércio e a entrega dos produtos ou serviços. As atividades de apoio são aquelas que proporcionam insumos, tecnologia, mão de obra ou infraestrutura em geral para dar suporte às atividades primárias. Apesar de se relacionar às atividades internas, a cadeia de valores está situada em um cenário mais amplo de atividades que abrange fornecedores de insumos como matéria-prima, maquinários ou serviços. Portanto, esse trabalho busca analisar a aplicação da abordagem que se refere a VBR, considerando não apenas a parte interna de uma organização individual, mas o arranjo produtivo como um todo, trazendo assim, uma discussão mais ampla sobre a competitividade e vantagem competitiva.

2.1 Recursos como vantagem competitiva e vantagem competitiva sustentável O estudo da vantagem competitiva está presente na essência das literaturas que abordam o gerenciamento estratégico (FAHY, 2002), onde embora esse conceito apresente diferentes definições, tem por premissa que a organização atinja e mantenha a vantagem competitiva sobre os demais que estão no mesmo mercado (AHARONI, 1993). Ansoff em seu estudo de 1965 foi o primeiro pesquisador a fazer alusões ao conceito de vantagem competitiva, definindo como uma forma proativa de antecipação frente as mudanças do mercado. Mas a popularização do termo ocorreu por meio do trabalho de Porter (1986), onde o objetivo principal era obter vantagem competitiva como uma posição que proporcionaria ganhos acima da média. A vantagem competitiva vem sendo explicada por meio do desenvolvimento e utilização de recursos, onde Penrose (1959) considera que as organizações apresentam crescimento de acordo com a efetividade e heterogeneidade de seus recursos. Isso porque Wernerfelt (1984) considera que na abordagem da VBR as organizações são consideradas como feixes de recursos heterogêneos, sendo complementado pelos relacionamentos conforme menciona Rumelt (1984). Diante desse ponto de vista, o desenvolvimento e a utilização dos recursos podem explicar o desempenho superior da organização (BARNEY, 1991). Existe uma característica que segundo Barney (1991) deve ser considerada, a qual cita a diferença entre vantagem competitiva e vantagem competitiva sustentada. A primeira se refere ao fato da organização desenvolver uma estratégia que agregue valor organizacional, mas ao mesmo tempo não esteja sendo utilizada igualitariamente por concorrentes potenciais. A vantagem competitiva sustentada traz como diferenciação o fato das outras organizações não serem capaz de realizar a sua duplicação. A partir do momento em que haja uma homogeneidade dos recursos e estes sejam fáceis de ser acessados ou transferidos, aumenta a possibilidade de implantação de estratégias iguais pelas organizações, saindo portanto, do conceito de vantagem competitiva sustentada. Diante disso, Barney (1991) pondera a importância do uso de fontes imóveis e heterogêneas de recursos visando a vantagem competitiva sustentada. Com tudo, vale ressaltar que mesmo que a vantagem competitiva seja considerada como sustentada ela não existirá para sempre, apenas apresenta maior dificuldade de substituição ou duplicação pelos seus concorrentes, não sendo também simplesmente temporária, mas deve ser constantemente revista e analisada (MCGRATH; MACMILLAN; VENKATARAMAN, 1995). Barney (1991) complementa que, somente será considerada como sustentada a vantagem competitiva se for capaz de possuir recursos estratégicos com as seguintes características: valiosos a ponto de descobrir oportunidades neutralizando ameaças; raros em relação aqueles que os concorrentes possuem; imperfeitamente imitáveis, de acordo com a dependência de trajetória para obtenção do recurso e pela complexidade social do recurso e, não deve haver substitutos paralelos com os atributos anteriores citados. Outra perspectiva é defendida por Fahy (2002), o qual considera que a vantagem competitiva só existirá em comparação com um grupo de elementos, onde os recursos individualmente não garantem vantagem competitiva sustentável, dessa forma, devem ser adequadamente geridos na busca de construção de valor para o consumidor. Por isso, a necessidade de avaliação individual dos conceitos, para obter uma definição final a respeito da vantagem competitiva. 3 Aglomerados produtivos e a relação interorganizacional Quando se fala da gestão de unidades isoladas logo se leva em conta as dificuldades com recursos no que se refere a crédito, tecnologia, matéria-prima, mão de obra, mercado, entre outras. O que se percebe atualmente no ambiente de gestão é a existência de novos modelos organizacionais na busca de minimização dessas dificuldades, buscando condições de

fortalecimento nos setores mercadológicos em que se encontram. Esses novos modelos estão organizados em forma de aglomerados produtivos (i.e. redes interorganizacionais), onde existem parcerias e colaboração entre as unidades organizacionais participantes. Mas esse conceito de aglomerados produtivos não possui uma definição única na literatura, fato que pode ser considerado frente à multidimensionalidade desse objeto de estudo. Diferentes estudos do campo acadêmico quanto dos formuladores de políticas públicas, evidenciam o valor de aglomerações produtivas, por meio de diferentes conceitos, como por exemplo, clusters, distritos industriais e arranjos produtivos locais (CASAROTTO; PIRES, 1998; HADDAD, 1989). As menções ao conceito de aglomerados produtivos têm como destaque inicial os estudos de Marshall (1996), que ao observar concentrações industriais na Inglaterra percebeu o desenvolvimento destas regiões, denominando-as como distritos industriais, os quais apresentavam desenvolvimento econômico positivo resultante da proximidade entre as organizações e de fatores relacionados a produção e sociedade local. As aglomerações das quais as organizações individuais fazem parte contam com benefícios amplos, como por exemplo, maior poder de barganha e acesso aos fornecedores, troca de informações e tecnologias, assim como, a especialização da mão de obra. As vantagens das aglomerações produtivas, denominadas por Porter (1999) como Clusters, possuem grande influência na capacidade de competição das organizações e da região em que esse cluster está situado. O conceito de cluster é definido como uma concentração geográfica de organizações que possuem interações entre si, com fornecedores especializados, indústrias relacionadas e diferentes instituições (e.g. universidades, associações comerciais, sindicatos) em um campo particular em que há ao mesmo tempo competição e cooperação. Porter (1999) aborda a competição por meio dos aglomerados produtivos, onde situações diferenciadas oriundas dessa formação promovem a alavancagem dos negócios, proporcionando maior produtividade das atividades do setor, sendo a competitividade a essência da aglomeração. O autor elucida ainda que fatores organizacionais internos são de grande importância, mas também é considerado de papel fundamental, o ambiente de negócio que envolve a organização. Deste modo, a disposição de extensão na cadeia produtiva por meio dos clusters influencia na competição a partir do aumento da produtividade em uma determinada região, da mudança da velocidade de inovação e da instauração de novos negócios, ampliando assim a força do cluster. Devido a isso, é notável a importância de estudos acerca dessas aglomerações, pois determinados setores da economia, assim como, regiões produtivas podem se tornar mais competitivas em um mercado cada vez mais disputado. Mais um conceito relacionado aos aglomerados produtivos é o de Arranjos Produtivos Locais (APL). Os APL são considerados aglomerados de unidades econômicas, políticas e sociais, situadas em uma mesmo região geográfica, onde o foco está no conjunto de atividades econômicas que promovem conexões de cooperação e aprendizado direcionados à competitividade empresarial (LASTRES; CASSIOLATO, 2003). Na conceituação de Suzigan et al. (2004), usa-se o conceito sistemas locais de produção como sinônimos de APL e clusters. E, Tatsch (2010) considera que os aglomerados produtivos se caracterizam pela existência de relações e interações horizontais e verticais entre agentes políticos, sociais e econômicos. Dentre esses agentes, pode-se considerar as organizações fornecedoras de matéria-prima e equipamentos, distribuidores, trabalhadores, instituições de pesquisa, desenvolvimento, apoio e financiamento, como também, as associações comerciais, sindicatos e órgãos representativos de classes. Várias são as formas de explanar a respeito da natureza das organizações, desenvolvimento econômico e de mercado. Porém, a delimitação dos aglomerados produtivos, com base nas

características presentes na literatura, deve atenção especial visando à busca de vantagem competitiva tanto individualmente quanto a um conjunto de organizações. A competitividade organizacional em um aglomerado produtivo deve ser considerada como a forma de criar e implementar estratégias de concorrência que permitam sustentar sua posição no mercado (FERRAZ, KUPFER; HAGUENAUER, 1995). Contudo, convém destacar a importância das aglomerações ao considerar todas as relações envolvidas no processo produtivo como um todo. Pois a interação entre organizações forma uma rede complexa e ramificada no mercado a partir de padrões de cooperação desenvolvidos (RICHARDSON, 1972). Pois, de acordo com Melo et al. (2001), as importantes relações de conexão entre poderes locais e de gestão são notáveis na atualidade, sendo que a interdependência organizacional se fortalece cada vez mais, assim é difícil ver a atuação das organizações de forma isolada. Na verdade, Melo et al. (2001) consideram que a gestão é coletiva nos diversos âmbitos da sociedade. Portanto, ao considerar que aglomerados produtivos almejam o alcance da eficiência coletiva e inserção em mercado que seriam difíceis de alcançar individualmente. Assim este trabalho ressalta a importância de uma abordagem da VBR no contexto de relações interorganizacionais ao invés do uso dessa mesma abordagem apenas em organizações individuais. 4 Visão Baseada em Recursos e influências nos aglomerados produtivos Diante da grande concorrência presente no mercado nos dias atuais, muitas organizações que buscam trabalhar de maneira isolada acabam se restringindo a certos benefícios que podem propiciar crescimento e manutenção do negócio. Porter (1999) já apresentava a importância da interconexão organizacional na busca de progresso e competitividade no mercado, isso tudo, por meio de cooperação e troca de recursos e capacidades promovidos pelo relacionamento interorganizacional. Diante dessa abordagem, ressalta-se que a competitividade coexiste com a cooperação, onde as duas proporcionam o uso de relações produtivas, diminuição de custos e melhores desempenhos diante do compartilhamento dos recursos ou capacidades específicas de cada organização. Um ponto que Porter (1999) destaca em relação aos clusters, é que em muitos casos eles não possuem um processo coordenado de formação, prosseguindo assim, sem uma governança definida. Visto que, para que haja desenvolvimento das organizações e do cluster como um todo, é necessário o compartilhamento dos recursos a fim de gerar vantagens competitivas. Com isso, é necessária uma gestão estratégica a fim de tornar empíricos tais conceitos. Partindo para a análise da VBR, Barney (1991) aborda que para gerar vantagem competitiva sustentada os recursos devem ser de valor, raros, de difícil imitação e substituição, portanto, se forem homogêneos e móveis não são considerados recursos estratégicos. Ao analisar esse conceito em um contexto mais amplo (i.e. aglomerados produtivos), convém avaliar dentro da aglomeração e em suas respectivas organizações formadoras, quais são esses recursos e como pode ser feito tal compartilhamento. Além disso, deve ser feito um levantamento do mercado competidor a fim de identificar a necessidade de criação de barreiras que os impeça de envolver majoritariamente o setor. O diálogo entre a VBR e os aglomerados produtivos gera certas reflexões. Pois enquanto a abordagem da VBR tem seu foco enraizado nos recursos internos às organizações, quando se direciona ao contexto de aglomerados produtivos é notável a necessidade de enfoque em uma conjuntura mais ampla, considerando além dos recursos organizacionais internos, os recursos externos pertencentes particularmente àquela região geográfica. Quando a abordagem passa do contexto interno da organização para considerar o ambiente como um todo, há uma grande variação nas incertezas encontradas, podendo ser elas relacionadas tanto a demanda dos consumidores, disponibilidades do mercado financeiro, agência regulatórias, abastecimento de insumos, ação dos concorrentes até a ação dos sindicatos das classes envolvidas (MILES; SNOW, 2003).

A influência da região geográfica no desempenho do aglomerado é citada desde os estudos de Marshall (1996) sobre localização industrial como vantagem competitiva, onde o autor considera que essas influências podem ser geradas tanto por fatores naturais (e.g. condições topográficas e climáticas), intencionalmente produzidos (e.g. condições estruturais do aglomerado) ou ainda, herdados historicamente (e.g. fatores culturais). A partir da VBR, esse assunto pode ser expressivamente estudado, visando avanços na identificação ou levantamento dos recursos que a região geográfica do aglomerado produtivo possui e que possam ser explorados. Com essa mudança no enfoque, cada recurso de propriedade individual que possibilita eficiência elevada a uma organização particularmente, pode ser compartilhado coletivamente. Isso desde que não gere diminuição no desempenho desta organização, mas auxilie no desenvolvimento e fortalecimento do aglomerado produtivo frente aos demais concorrentes do amplo mercado. Considerando que a abordagem da VBR tem seu foco para o ambiente organizacional interno, faz-se evidente a necessidade de desenvolvimento de um modelo à partir dessa abordagem, mas que em contrapartida, considere a influência dos recursos no ambiente organizacional externo, considerando as aglomerações produtivas. Frente a isso, esse artigo visa propor um framework de análise de recursos em aglomerações produtivas. 5 Proposta de um framework de análise de recursos em aglomerações produtivas Diferentes tipos de recursos proporcionam formas distintas de vantagem competitiva, recursos individuais proporcionam a competição entre firmas, enquanto recursos sistêmicos fortalecem a aglomeração produtiva. A abordagem dos recursos no ambiente de aglomerações produtivas são aqui articulados por meio de um framework de análise. As evidências que conferem o alcance da vantagem competitiva por meio dos recursos e capacidade foram apresentadas anteriormente com base na literatura. Onde o prenúncio da VBR proposto por Barney (1991), considera que os recursos internos às organizações conduzem o desempenho organizacional, provendo assim, vantagem competitiva frente aos concorrentes que não detêm recursos com as mesmas características que os seus. Embora tal perspectiva contribua para a compreensão acerca dos retornos acima do normal, conquistados pelas organizações, são desconsiderados pontos importantes onde uma organização isoladamente não alcança as vantagens que conseguiria em uma relação em rede. A idiossincrasia existente nas organizações combinada com o uso em conjunto dos recursos, proporciona vantagens em relação ao fortalecimento e desenvolvimento do aglomerado produtivo (DYER; SINGH, 1998). A representação gráfica do modelo de análise proposto é apresentada na Figura 1 com a indicação das proposições P1 a P6. De acordo com a figura, o compartilhamento dos recursos é um dos fatores preponderantes do fortalecimento e desenvolvimento do aglomerado produtivo, envolvendo atividades de gestão e cooperação na rede. Assim sendo, convém ressaltar que a maneira como acontece cooperação interorganizacional pode variar de acordo com as interações existentes no aglomerado produtivo. Infere-se então que, a cooperação interorganizacional poderá ser simbólica, substantiva ou não cooperação. Neste caso o conceito se refere a cooperação simbólica, a qual ocorre quando as organizações participam da rede visando desempenho superior em relação aquelas que não participam (DELMAS; MONTES-SANCHO, 2010). Diante disso, mecanismos de gestão devem ser usados para sustentar a cooperação no aglomerado produtivo, como por exemplo: (i) comunicação eficiente; (ii) normas de integração; (iii) formação de grupo gestor; (iv) planos e controle formais; (v) regulamentos para a seleção de participantes; (vi) apoio de entidades públicas, regulamentadoras e de pesquisa (GRANDORI; SODA, 1995). Por fim, a proximidade geográfica é outro fator influente no quesito vantagem competitiva. Ao considerar

investimentos em conjunto que facilitem a gestão das atividades interorganizacionais, pode-se promover a diminuição de custos, diferenciação do produto e ciclos mais rápidos de produção (DYER; SINGH, 1998). Assim sendo, estas ponderações levaram às seguintes proposições que guiaram a elaboração do framework de análise proposto: - Proposição 1 (P1): Quanto maior o relacionamento com órgãos regulamentadores e entidades de pesquisa, maior será a o poder de negociação da gestão do aglomerado produtivo. - Proposição 2 (P2): Quanto maior a evolução da gestão do aglomerado produtivo, maior será a mobilização para compartilhamento dos recursos. - Proposição 3 (P3): Quanto maior o aproveitamento dos recursos do ambiente, maior será a idiossincrasia organizacional. - Proposição 4 (P4): Quanto maior for a idiossincrasia organizacional, maior será o potencial de compartilhamento de recursos no aglomerado produtivo. - Proposição 5 (P5): Quanto maior for o compartilhamento de recursos interorganizacionais, menor serão os custos organizacionais. - Proposição 6 (P6): Quanto maior o compartilhamento dos recursos e capacidades interorganizacionais, maior será a vantagem competitiva do aglomerado produtivo. Mercado / Concorrência Órgãos regulamentadores e instituições de pesquisa (Prefeitura, Associação Comercial, Sindicatos, Universidades) P1 Gestão do aglomerado produtivo P2 Organização idiossincrática Organização idiossincrática Recursos do ambiente

P3

Organização idiossincrática

Organização idiossincrática

Organização idiossincrática

Compartilhamento de Recursos P4 P5 Redução dos custos

Fonte: elaborado pelos autores, 2015.

Figura 1 – Framework de análise

P6

Vantagem competitiva

Em resumo, o framework de análise procura vislumbrar os ganhos que os aglomerados produtivos podem ter por meio da VBR, sendo esta considerada no contexto interorganizacional e não apenas intraorganizacional. É indispensável ressaltar que toda organização visa sua vantagem competitiva individual, mas isso pode ser obtido por meio de recursos exclusivos que a mesma possui e que sejam específicos dessa organização. Pois ao considerar o trabalho em conjunto é aguardado ganhos em todas as organizações do aglomerado produtivo. 6 Considerações finais Embora existam diversos estudos baseados na VBR, a grande maioria se aplica ao ambiente intraorganizacional, negligenciando o ambiente (PORTER, 1991), o que se apresenta como uma lacuna quando se trata da aplicação dessa mesma abordagem em um ambiente de interações interorganizacionais, como os aglomerados produtivos. Frente a isso, este artigo pretendeu abordar tal questão a partir da consideração da VBR num ambiente de aglomerações produtivas. A justificativa para essa discussão é baseada na importância dos aglomerados produtivos conforme discussão literária realizada, onde Porter (1993) afirma que países sozinhos dificilmente conseguiriam desempenho econômico através de organizações isoladas, assim como, a consideração de que os recursos acarretam diferentes desempenhos organizacionais (PENROSE, 1959; SELZNICK, 1957). Outras considerações positivas se relacionam ao fortalecimento de um setor ou conjunto de organizações ao invés de uma organização isoladamente, desenvolvimento da região em que o aglomerado está situado, maior poder de negociação, diminuição de custos e aumento da competitividade. Ao discutir o problema de pesquisa, este artigo apresenta seis proposições a serem consideradas para reflexão, assim como, um framework de análise que procura vislumbrar a melhor gestão dos recursos presentes no ambiente de interação interorganizacional, aqui denominado aglomerado produtivo. Pois, convém ressaltar que toda organização possui uma diversidade de recursos e segue em busca de resultados a partir da utilização desses. No momento em que ocorre um compartilhamento eficiente dos recursos, se torna mais fácil a aquisição daqueles que anteriormente poderia ser até impossível de serem obtidos individualmente. Com isso, pode-se considerar que o uso estratégico dos recursos em rede possui condições de interferir no desenvolvimento e na vantagem competitiva das organizações do aglomerado produtivo. O framework permitiu enquadrar a abordagem de recursos compartilhados em rede baseados na interação e cooperação entre organizações. Uma boa gestão e mobilização dos recursos possibilita assim, incrementos consideráveis nas estratégias organizacionais, como também, o alcance da vantagem competitiva. Quando se fala em compartilhamento, pode-se considerar tanto os recursos humanos; físicos (e.g. instalações, equipamentos e máquinas); recursos naturais; informações e conhecimentos; habilidade de gestão entre outros que estejam disponíveis no ambiente de relação interorganizacional. Com base nessas proposições, sugerese que em trabalhos futuros sejam realizadas pesquisas empíricas em aglomerados produtivos visando à validação das ideias propostas. Por fim, vale ressaltar que apenas a interação considerando o compartilhamento dos recursos interorganizacionais não é fator único na determinação da vantagem competitiva, como também, o framework proposto não pretende cobrir em plenitude esta análise. Sugerindo-se portanto, outros estudos futuros que em conjunto favoreçam o fortalecimento e desenvolvimento dos aglomerados produtivos, visto a sua importância para o mercado. Referências AHARONI, Y. In search of the unique: can firm-specific advantages be evaluated? Journal of Management Studies, v. 30, p. 31-49, 1993.

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