A Agenda Vindoura de Lisboa & Scheinkman - Um Passo Alem da Agenda Perdida.pdf
Descrição do Produto
A “AGENDA VINDOURA” DE LISBOA & SCHEINKMAN Um Passo Além da Agenda Perdida
Ihering Guedes Alcoforado de Carvalho
Apresenta o position paper As Amarras do Crescimento Brasileiro como o esboço de uma agenda que complementa a Agenda Perdida, configurando o esboço de uma Agenda Vindoura e, em especial do frame por meio do qual se pode articular um debate ao longo do seu processo de construção.
Marcos Lisboa e José Alexandre Scheinkman notabilizaramse no campo do policymaking com a coordenação da Agenda Perdida (AP), ao tempo em que com o
Position
Paper As Amarras para o Crescimento da Economia Brasileira1, eles dão um passo além da AP, ao considerar novos recorte e novas variáveis no esboço na nova agenda, configurando o que apelido de Agenda Vindoura. As novas variáveis explicativas das causas da diferença de renda entre os países que eles consideram vão além das publicado na Ilustrissima em 18/12/2016 http://migre.me/vKFqg, 1
consagradas no diagnóstico tradicional fundado no estoque de capital e na escolaridade. E, nesse passo além, eles apoiam-se
nos estudos que extraem novas evidências das
novas grandes bases de dados, demonstrando que “a diferença do estoque de capital e da escolaridade, ainda que
relevante,
explica
pouco
menos
da
metade
da
diferença de renda entre os países”.
A constatação acima os leva a indagar: Qual é a razão da desproporção remanescente? tantos
E,
baseados em outros
testes empíricos realizados por diversos membros
da comunidade acadêmica descartam varias explicações, a exemplo dos estímulos à inovação tecnológica, por não sobreviveram aos testes empíricos, ao tempo que passam a considerar novas variáveis explicativas, entre as quais destacam ”[...]
o desenho das instituições, como a
estabilidade do Estado de Direito, a segurança jurídica e a qualidade dos instrumentos de crédito e de capitais” como “ o principal responsável pela diferença de renda entre os países”. Mas,
com a preocupação de
ressalvar que não só
“a
forma específica como as instituições são desenhadas”, mas também que “ o seu alinhamento com as demais regras
locais
parecem
igualmente
relevantes
impacto sobre o desenvolvimento dos países”.
para
o
Note-se
que, neste âmbito, boa parte das evidencias mobilizadas
pela dupla é o resultado de avaliações ex post feita por membros da comunidade acadêmica da Agenda Perdida. Na nossa chave de leitura, destaco que
indo além da
Agenda Perdida, eles esboçam uma Agenda Vindoura cuja primeira coluna é o enfrentamento do problema da baixa produtividade, a partir da relevância
do
evidência empírica que indica a
comércio
exterior
para
ganhos
de
produtividade, o que os leva a insinuar como tópicos desta agenda vindoura,
a redução de barreiras tarifárias e não
tarifárias que permitam as empresas ter acesso a insumos e bens de capital mais eficientes, contribuindo na criação das condições necessárias a
maior competitividade das
empresas locais, com aumento de sua participação nas exportações.
Nesta mesma direção eles insinuam a pertinência de colocar ao lado
da explicação focada nos setores mais
produtivos, uma explicação baseada nas firmas mais eficientes nos diversos setores. O que também justifica a partir das evidências empíricas já sistematizadas, em especial a que evidencia o fato que “a menor renda per capita, não decorre da composição setorial da produção, mas sim da menor eficiência das empresas em cada setor” ou seja, “a menor produtividade decorre, sobretudo, de um percentual maior de empresas ineficientes na maioria dos setores.” Constatação esta que eles consideram como um “um dos fatores mais surpreendentes da evidência empírica
da pesquisa acadêmica sobre crescimento econômico dos últimos dez anos”. Para
eles
“A evidência indica que um ambiente de
negócios que facilite a abertura de novas firmas e agilize o fechamento de empresas ineficientes, respeitando o direito dos credores, colabora com o aumento da produtividade”, o que os leva a concluir que “O desenvolvimento econômico e a melhora sustentável do padrão de vida da maioria passa por um processo difícil de fechamento e abertura de novas empresas, com a consequente destruição e geração de empregos.” Essa agenda, ainda segundo eles, “ implica a reversão das políticas, fortemente expandidas a partir de 2009, que procuram compensar a ineficiência das empresas por meio da distribuição de subsídios e proteções setoriais, e que resultaram na queda da produtividade e contribuem para a grave crise que atravessamos”. Os obstáculos antecipados pelos autores, os leva a concluir que
“Não se trata de uma agenda simples, até porque
implica rever diversos privilégios para grupos de interesse que se fortaleceram com as políticas dos últimos anos. Nem todos os setores ou empresas irão sobreviver. Na medida do possível, devem ser adotados mecanismos de transição que permitam que as empresas mais eficientes se adaptem às novas regras e que protejam os grupos sociais mais vulneráveis.”
Enfim, temos um Position Paper que não só coloca o esboço de uma agenda, mas principalmente lança um frame a partir do qual se pode estabelecer um debate construtivo e, que no meu entendimento quanto mais escandido melhor, donde anuncio o retorno em breve para tratar não só da questão tecnológica, mas dos arranjos organizacionais, a partir do que devo complementar as sugestões de política.
Lihat lebih banyak...
Comentários