A arqueologia e os cristianismos originários

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JORNAL INFORMATIVO DE HISTÓRIA ANTIGA

HILIA Φιλια

jornal informativo de história antiga

ANO XVI

SUMÁRIO

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www.philia.uerj.br

ABR / MAIO / JUN 2014

edições trimestrais desde 1998

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EDIÇÃO Nº 50

CULTURA & SOCIEDADE

Editorial Maria Regina Candido

De Res Publica: O Palimpsesto de Bobbio Thiago Tolfo

O Mundo Helenístico e cultura material: dois breves exemplos Thiago do Amaral Biazotto

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INS 1519-6917

Breves considerações sobre a construção histórica da memória

DE RES PUBLICA: O PALIMPSESTO DE BOBBIO

O De Res Publica é um pergaminho que sofreu a ação do tempo e do homem ao longo do tempo. O palimpsesto bobbiense foi recuperado no século XIX, na qual as atuais traduções se baseiam. Página 3

A ARQUEOLOGIA E OS CRISTIANISMOS ORIGINÁRIOS:

Os estudos sobre Cristianismos Originários devem ser guiados pelo que Ginzburg chamou de paradigma indiciário. Arqueologia, neste sentido, nos aparece como um caminho ou um ferramental interessante ao mesmo. Página 6

Marina Rockenback

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A arqueologia e os cristianismos originários: algumas considerações Juliana B. Cavalcanti

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Cartago: organização política e social Fabrício Nascimento de Moura

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Cursos & Notícias

Imagem: Retrato de Angelo Mai, religioso responsáveis por desvendar as primeiras escrituras do codex que nos forneceram o que temos hoje denominado como De Res Publica

Imagem: Aqueduto romano em Cesareia Marítima, construído primeiramente por Herodes, o Grande, e reconstruído depois pelas legiões romanas. .

coordenação e direção Maria Regina Candido - UERJ

XI JORNADA DE HITÓRIA ANTIGA

CURSO DE EXTENSÃO

conselho editorial Anderson de A. M. Esteves - UFRJ Deivid Valério Gaia - UFPel Glaydson José da Silva – UNESP Gilvan Ventura da Silva – UFES

conselho consultivo Julian Gallego - Universidad Buenos Aires Ivan Esperança – UNESP Gilberto da Silva Francisco - UNIFESP

revisão

Evento promovido pelo Núcleo de Estudos da Antiguidade, com temática relacionada ao diálogo entre história, cinema e imagem.

Alessandra Serra Viegas - UFRJ Renan M. Birro - UFF

edição e diagramação Andréa Magalhães da S. Leal - UERJ Vinícus Moretti Zavalis - UERJ NÚCLEO DE ESTUDOS DA ANTIGUIDADE

Indexações: Sumarios.org | AWOL.

Rua São Francisco Xavier, 524 - Maracanã RJ Prédio João Lyra Filho, bloco A, sala 9030 Tel.: (21) 2334-0227 - Fax (21) 2284-0547

JORNAL INFORMATIVO DE HISTÓRIA ANTIGA ano xvI | ABR / MAIO / JUN 2014 | EDIÇÃO Nº 50

EDITORIAL: PHILIA E A SUA 50º EDIÇÃO

O Jornal Philia alcança a sua 50ª edição e

Φιλια

Profª. Drª.Maria Regina Candido

e CEIA/UFF no qual dos 500 exemplares produzidos, 130 jornais eram distribuídos para cada instituição e os demais eram enviados para as diferentes unidades públicas e privadas que frequentavam os cursos e eventos de extensão.

para nós editores coordenadores que compõem a equipe do NEA/UERJ, este é um motivo de júbilo, congratulação e reflexão visando analisar a trajetória da publicação do informativo de História Antiga que tem priorizado as pesquisas de alunos de graduação em sociedades O jornal Philia ampliou o seu espaço de antigas. atuação, a pedido, e passou a receber artigos de pesquisadores tanto da O jornal Philia teve início no ano de 1999, graduação quanto da pós-graduação, quando era produzido em parceria com os visando divulgar as pesquisas com grau de alunos de graduação e pós-graduação em excelência. História Antiga da UERJ, UFRJ e da UFF. A missão do jornal consistia em abrir Atualmente, o jornal é impresso pela espaço para publicação de artigos e Gráfica da UERJ/DIGRAF UERJ a quem reflexões de alunos de graduação com enviamos os nossos agradecimentos pela pesquisas em sociedades antigas. Em geral, atenção e empenho. Continuamos os alunos pesquisadores publicavam o recebendo artigos de alunos de graduação estado atual de suas pesquisas resultado de e pós-graduação, mantemos a distribuição Projetos de Iniciação Científica, Projeto de para as IES públicas e privadas, sem Extensão, alguns eram bolsistas da custos. CAPES, outros do CNPq e, atualmente, muitos deles se tornaram professores universitários. O jornal teve a sua trajetória de publicação comprometida devido ao alto custo do papel e da impressão, fato que levou no final dos anos 2000, a necessidade de ser subvencionado pela UERJ/SR3. A produção do Jornal Philia permitiu aos integrantes e pesquisadores do NEA/UERJ promover o intercâmbio e realizar parcerias com outras instituições de ensino superior para a realização de eventos, convênios e atividades. Através desta aproximação os alunos e bolsistas colocam em prática as máximas greco-romanas de atuar em equipe, prezar pela solidariedade, ajuda-mútua, reciprocidade e de realizar um trabalho de excelência em qualquer área de atuação. O trabalho em equipe exige o domínio da seleção do conteúdo, conhecimento de diagramação, contato e organização de entrevistas que durante a década de 90 foram realizados pelos três centros de pesquisas em sociedades antigas, a saber: NEA/UERJ, LHIA/UFRJ

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evento/cursos através de site na Internet. Nesta edição de aniversário da 50ª edição, vamos disponibilizar, a pedido, as antigas publicações as quais incluem o Jornal Philia de nº 01 cuja produção foi idealizada em animada reunião de amigos, realizada numa agradável cobertura na Tijuca. A equipe de editores e a condenação do Jornal Philia agradece a todos que vêm colaborando com o jornal ao longo desses anos nos fornecendo artigos, informação de eventos e cursos de extensão. Na função de Coordenadora Geral do NEA e do Jornal Philia deixo a público os meus sinceros agradecimentos aos trabalhos prestados como editor do Prof. Carlos Eduardo Campos e, em especial, ao design e Prof Junio Cesar Lima assim como desejo as boas-vindas à nova e jovem equipe de editores formada pelos pesquisadores Andréa Magalhães da S. Leal e Vinicius M. Zavalis. Convidamos a todos que têm colaborado com o Jornal Philia ao longo desses anos para renovarmos os laços de amizade/philia, informando que estamos recebendo artigos para publicação impressa e on line assim como as entrevistas e divulgação de cursos e eventos nacionais ou internacionais.

Hoje a equipe do NEA/UERJ que compõe a produção do Jornal Philia se orgulha em Um grande abraço a todos. relembrar e comemorar a sua trajetória de trabalho, de perseverança ao chegar na sua 50ª edição, com circulação internacional promovida pelo site AWOL / The Ancient World Online. Com efeito, a equipe de editores e coordenadores perceberam que estava na hora de se reinventar e efetuar uma renovação no layout, entrando na modernidade através do estabelecimento do jornal na Internet. Maria Regina Candido

Sim, agora via on line, o Jornal Informativo de História Antiga: Philia a partir de sua 50ª edição passa a disponibilizar os artigos, as entrevistas e as informações de

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Diretora e Coordenadora do Jornal Philia Coordenadora do NEA/UERJ Professora Associada de História Antiga/UERJ Coord. do Lato Sensu de História Antiga e Medieval / UERJ Profª da Pós-Graduação da PPGHC/UFRJ e PPGH/UERJ Member of Society for Historical Archaeology - SHA/USA

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DE RES PUBLICA: O PALIMPSESTO DE BOBBIO

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Thiago Tolfo*

Resumo: O De Res Publica é um pergaminho que sofreu a ação do tempo e do homem ao longo do tempo. O palimpsesto bobbiense foi recuperado no século XIX, na qual as atuais traduções se baseiam. Palavras chaves: Obra; Bobbio; Cicero. .

A obra De Res Publica, é um tratado político-filosófico datado de 52 a.C. O contexto em que a obra foi escrita remonta ao período da crise republicana romana. O seu conteúdo sugere as transformações da sociedade romana, corrompida pelos excessos, pelo abandono dos antigos valores do homem rústico e os ideais do homem cidadão, que remontam aos períodos de glórias da Urbe. As ideias do escrito tangem a aproximação de um governo imaginário, considerado o mais adequado, baseado na figura de um líder político, militar e acima de tudo um erudito, o princeps. O autor da obra, Marco Túlio Cicero, era um personagem importante da história romana. Cícero era orador, homem público, advogado, filósofo. Ele escreveu a obra no momento de ruptura entre a aliança de Caio Júlio César, quando este retorna da sua campanha da Gália, e Cneu Pompeu Magno, cônsul residente em Roma. Nesse contexto, Cícero, recém-chegado de seu exílio forçado, protagonizado pelos agitadores do partido cesarista- no qual se tem a figura de Públio Clódio como seu grande motivador- lança a pedra fundamental do que será seu famoso tratado, publicado por seu amigo Attio, trinta anos depois. Muitos textos clássicos ficaram no esquecimento ou, por muito tempo, seus paradeiros foram perdidos e achados em bibliotecas de mosteiros, conventos ou abadias na Europa Medieval. Sabe-se que em Bobbio, considerado um dos celeiros das obras clássicas, foram encontrados muitos textos de autores greco-latinos. Bobbio é um município no norte da península itálica, próxima a Milão. A sua famosa abadia, São Colombano, comportou por certo tempo, inúmeras e expressivas obras clássicas, que atualmente servem como referências nos estudos das sociedades greco-romanas. Sabe-se que, até o século XV, a maioria das obras ainda estava nesse convento, pois logo a seguir, muitas das obras foram transportadas à biblioteca do Vaticano, nas qual se tem o registro no índice feito pelo francês A Peyron. No caso de Bobbio, no século VIII, durante o período carolíngio, um abade

Imagem 1: Abadia de Bobbio

necessitava copiar um comentário de Santo Agostinho para os Salmos de sua congregação (Enarratio in Psalmos). No entanto, mesmo com a indigência de materiais a fins de redação, fazia-se imprescindível a cópia sobre algo. Os estudos dos textos antigos apontam para a dificuldade de material onde pudesse ser escrito. O uso do pergaminho de papiro de couro, tábuas de madeiras e outras formas rudimentares eram usados. O papel, além de uma raridade, não era usual e a imprensa foi somente aprimorada por Gutemberg setecentos anos posteriores. A solução do abade foi utilizar um códex já contendor de textos, com margens largas e texto em uncial. Ele escreveu sobre essas informações que lhe pareciam sem importância, que não lhe agregavam informações significativas. O abade esfregou e raspou as antigas escrituras e escreveu por cima as informações que necessitava das cartas de Santo Agostinho. Nesse pergaminho raspado, estava no alto, escrito em letras grandes, M.TULLIS.CICERONIS.DE.REPUBLI CA. No século XIX, em 1819, o religioso e linguista, Angelo Mai, deixou a ordem dos jesuítas para exercer as atividades da direção da biblioteca apostólica vaticana. Em 1822, fez renascer, através de uma nova técnica, muitas obras perdidas ao longo do tempo. Dentre essas obras, Mai desvelou as primeiras escrituras de um códex que remontava do século IV. Tais escrituras forneceram-nos o que temos hoje das 151 páginas do De Res Publica, de Cícero, que até então se fazia conhecido somente uma mínima parte do Somniun Scipionis. Mai aprendeu que com o uso de uma esponja contendo ácido gálico podia tornar visível a tinta des-

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colorida do texto raspado, e com isso, conseguiu reportar as antigas escrituras ciceronianas perdidas nas sombras do esquecimento. Num trabalho dedicado e minucioso reproduziu os escritos danificados de Cícero. A descoberta de Angelo Mai serviu como suporte para as antigas e contemporâneas traduções do De Res Publica. Esse é mais um acontecimento envolvendo as mais variadas obras da antiguidade que nos é apresentada hoje, no entanto, a julgar pelos numerosos percalços e transformações que estes objetos do conhecimento sofrem e vêm a sofrer no decorrer do tempo, deve-se levar em conta imperfeições como possíveis informações alteradas, mensagens apagadas, traduções errôneas, além de possíveis discussões sobre a veracidade destas obras. Por isso, o balanço sugere que para conhecermos o mundo antigo através da documentação textual, além dos mais laboriosos métodos de análise, faz-se necessário compadecer a essas imperfeições e tomar consciência que o que temos de informação hoje é uma quantidade inexpressiva de testemunhos do passado e que a maioria das obras da Antiguidade se perdeu ou possam estar perdidas em alguma localidade. REFERÊNCIAS CHATELAIN, Émile. Les palimpsestes latin. França: École pratique des hautes études, Section des sciences historiques et philologiques, 1904. ERNOUT, Alfred. Cicéron et le De Republica. França: Comptes-rendus des séances de l'academie des Incription et Belles-Lettres, 82° ano, n° 6, 1938.

*Graduado em História pela Universidade Federal de Santa Maria

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MUNDO HELENÍSTICO E CULTURA MATERIAL: DOIS BREVES EXEMPLOS

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Thiago do Amaral Biazotto *

Resumo: Este artigo visa a apresentar dois exemplos da cultura material do período helenístico (323 – 30 a.C.): uma moeda de Alexandre Magno e o célebre mosaico da Batalha de Isso. Cotejados os artefatos, vê-se como o período foi pródigo em diversos tipos de interação cultural. Palavras-chave: Mundo Helenístico; Helenismo; Cultura Material.

Quando Alexandre Magno padeceu na Babilônia em 323 a.C. – vítima de uma febre arrebatadora – chegava ao fim sua mais extraordinária utopia: reunir gregos e asiáticos, transformá-los em iguais em língua, costumes e cultura. Esse intento gigantesco foi batizado de “helenismo” pelo historiador prussiano Johann Gustav Droysen (1808-1884), em sua obra “Alexandre, o Grande”, lançada em 1833. O germânico também foi pioneiro em delimitar o período helenístico como aquele que vai da morte do conquistador macedônio até o suicídio de Cleópatra, em 30 a.C. Entre os infindáveis temas sobre os quais se debruçam os classistas que investigam esse período, aquele que envolve as resultantes do encontro entre as práticas culturais gregas e asiáticas, postas em contato pelo avanço das conquistas de Alexandre, foi abordado de modo farto. Inserido nessa temática, este artigo intenta apresentar dois exemplos vindos da cultura material, uma vez que a História Antiga, amiúde nas últimas décadas, tem recorrido aos artefatos de modo a enriquecer seus saberes. Longe de querer reduzir a um iníquo e simplista binarismo as incalculáveis derivadas do encontro acima descrito, opta-se por duas imagens: uma moeda de Alexandre Magno e o famoso mosaico da Batalha de Isso (333 a.C.). A moeda escolhida apresenta Alexandre envergando cornos alusivos a Zeus-Amon e começaram a ser batidas durante o governo Ptolomeu I (367 – 283 a.C.), persistindo até o período romano. Essas peças foram fabricadas a mando de Lisímaco (360-281 a.C.), guarda-costas do conquistador e um dos mais conspícuos generais do exército macedônico, no período entre 297-281 a.C. (DAHMEN, 2007: 42). O filho de Olímpia é representado com chifres de carneiro, animal símbolo do deus egípcio Amon, de maneira a reivindicar uma ascendência desta divindade. A associação entre conquistador e o deus reporta à visita ao oásis de Siwah, na qual Alexandre logra obter o título de faraó, ao mesmo tempo em que mantém sua filiação a Zeus. Capital ressaltar que as imagens que constam em

moedas – que representam monarcas, conquistas militares e outros – estão intimamente ligadas à legitimação do poder constituído. Ademais, após a morte do conquistador, a cunhagem de peças que continham sua efígie tornou-se importante ferramenta dos generais que se digladiavam pelos espólios e territórios daquele imenso império (DAHMEN, 2007: 17).

Imagem 1: Tetradracma de prata com a efígie de Alexandre.

O segundo exemplo é o Mosaico da Batalha de Isso, descoberto na casa do Fauno, importante sítio arqueológico localizado em Pompeia. Sua datação é de cerca de 100 a.C. e, quase certo, foi inspirado em uma pintura helenística que data entre 330 e 310 a.C.. Encontrado em 1831, está desde 1843 exposto no Museu Arqueológico de Nápoles (GARCÍA SÁNCHEZ, 2009: 322). O que está representado no mosaico é o voraz embate entre um Alexandre destemido, audaz, e um Dario III, débil, covarde, gliscróide, comandante de hordas desordenadas, que apenas promovem mixórdia no campo de batalha. É tão esplêndida esta representação que mesmo o literato germânico Wolfgang Von Goethe (1749-1832) não deixou de comentá-la, destacando o semblante sorumbático do Grande Rei persa ao seus soldados fenecerem tentando a todo custo salvar a vida de seu monarca (GARCÍA SÁNCHEZ, 2009: 322). Também é importante mencionar que este mosaico serviu de susentáculo para diversos discursos sobre o Oriente e seus habitantes, tidos como cruéis, indolentes, pérfidos e irracionais (FUNARI, 2004: 2).

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Imagem 2: Mosaico da Batalha de Isso (Pompéia).

Cotejando as imagens escolhidas, temos duas das resultantes do encontro entre Alexandre e toda a vastidão de culturas dos rincões por ele conquistados: da parte da moeda, o que se vê é uma união harmoniosa, equilibrada, com o macedônio representado com os atributos característicos de Amon, distinta divindade egípcia. Já o Mosaico do Fauno está eivado de animosidades, da agressividade inequívoca que redundaria do choque entre Alexandre, aquele que comanda “pela razão e em nome da razão” e Dario, aquele que “não possui concidadãos, mas súditos” (FUNARI, 2004: 3). A partir dos exemplos aquilatados neste artigo, vê-se como o encontro entre o mundo grego e asiático foi problemático, diverso e plural. Os registros materiais secionados, portanto, têm o objetivo de ilustrar todo o complexo proscênio cultural do período helenístico. Por fim, buscou-se fornecer uma panorâmica do contexto em que estes artefatos foram criados, aspecto fundamental para uma análise mais problematizada de suas representações. REFERÊNCIAS DAHMEN, K. The Legend of Alexander the Great on Greek and Roman Coins. New York: Routledge, 2007. FUNARI, P. P. A. Retórica e argumentação, do mundo clássico ao nosso quotidiano. História e-História, pp. 1-4. 13/06/2004, 2004. GARCÍA SÁNCHEZ, M. El Gran Rey de Persia: formas de representación de La alteridad persa en El imaginario griego. Instrumenta 33: Barcelona, 2009. * Graduado em História pela Unicamp

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BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA MEMÓRIA

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Marina Rockenback de Almeida *

Resumo: O presente texto apresenta um breve panorama da construção de uma historiografia em torno dos usos da memória e como o indivíduo ser - social torna-se parte integrante da construção da mesma. Palavras chaves: Memória; História; Pensamento historiográfico.

Na mitologia grega temos Mnemosyne, deusa representativa da memória, mãe de nove musas, entre elas Clio, deusa da história. É a partir deste pensamento que propomos essas breves palavras sobre a construção histórica da memória.

Imagem 1: a deusa Mnemosyne integra um mosaico romano intitulado “Mnemosyne au banquet” do Musée Antakia(Turquia)

Lancemos mão do termo momentomemória, sendo este denominado por Nora o momento em que na historiografia francesa se constrói a necessidade de assimilações de memórias singulares, coletivas, anônimas, mas que contribuíssem neste momento de grandes mudanças. Em breve abordagem, é importante frisar que nos anos 1980/1990, há uma série de novas conjecturas e algumas mudanças de paradigmas, tornando os pensamentos mais voltados às temáticas de memória, identidade e história. Sendo assim, ocorre uma “reformulação” dos Analles, sendo capaz o historiador de desenvolver pesquisas em torno de novas abordagens. A memória não pode ser vista como um elemento preso no passado, e sim como algo fluido e que é capaz de influenciar gerações. Existem diversas pesquisas em torno da memória e suas especificidades. O uso da memória está presente em diversos documentos que o historiador seleciona para sua pesquisa, sejam presentes em documentos textuais ou monumentos, na oralidade das informações, em lugares de memória e

fragmentos, sendo possível preencher a partir de dados alternativos algumas lacunas históricas. Analisar a relação entre a história e a memória vem a contribuir de forma que, seja qual for o objeto de pesquisa proposto, será sem dúvida, uma forma de dialogar com as sociedades antigas. Pierre Nora contribui ao tratar do teor simbólico da história, ao perceber os usos e significados que um simples objeto de análise pode proporcionar, tanto no seu contexto histórico, quanto sob outros olhares. Tal fato nos remete à importância do historiador tomar cuidado com anacronismos, ou falsas adequações. Nora trata o lugar de memória como material simbólico e funcional e Marc Auge nos traz não-lugares e lugares antropológicos. Pollak e Stuart Hall dialogam devido às relações da memória individual e coletiva, visando as inter-relações do indivíduo com o meio em que coexiste, podendo influenciar e ser influenciado.

delinear os personagens daquele tempo, as suas realizações, tanto as construídas, quando pensamos em legitimações de poderes, quanto as atitudes de um cotidiano. Marcel Detienne contribui dizendo sobre os desdobramentos proporcionados pela memória, as ações de um só homem torna-se um ponto não menos importante, pelo fato desse homem pertencer a grupos sociais que integram uma sociedade que no conjunto produz memórias coletivas e compartilhadas. O acontecimento em si, em sua plenitude, nem sempre objetiva a tornarse memória, é necessário que se torne parte integrante do pensamento dos homens para que a partir daí uma memória seja construída e validada. Escrever sobre algo que se recorda é construir lugar de memória influenciadora e influenciável. Sendo necessários então, cuidados ao manusear fontes e a documentação, percebendo sempre os aspectos plurais das informações extraídas. E com isso, tornando capaz a construção de uma historicidade do passado, movido por memórias, identidades e reformulações de pensamentos.

REFERÊNCIAS

Imagem 2: Representação de Clio por Pierre Mignard

O que nos remete a recorrer a Le Goff quando trata do documento como herança do historiador e o monumento, como memória do passado. Pois o uso e as construções feitas pelo pesquisador, dependem do recorte e do questionamento que lança sobre o passado , já as fontes e fragmentos deixados pela sociedade proporcionam um olhar que nos auxiliam

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DETIENNE, Marcel. Comparar o incomparável. Idéias e letras. Aparecida, SP, 2004. LE GOFF, Jacques, História e memoria -, Campinas Sp, Editora da UNICAMP, 1990. NORA, Pierre. Entre memória e história: A problemática dos lugares. Projeto História 10- PUC/SP -93 POLLAK, Michael. Memória e Identidade Social.Estudos Históricos RJ1992

* Mestranda pelo PPGHC-UFRJ, Pesquisadora NEA/UERJ Pesquisadora NEEHMAAT-UFF

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A ARQUEOLOGIA E OS CRISTIANISMOS ORIGINÁRIOS: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES.

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Juliana B. Cavalcanti *

Resumo: Os estudos sobre Cristianismos Originários devem ser guiados pelo que Ginzburg chamou de paradigma indiciário. Arqueologia, neste sentido, nos aparece como um caminho ou um ferramental interessante ao mesmo. Palavras-chaves: Arqueologia; História Antiga; Cristianismos Originários.

Do ponto de vista da documentação textual, há pouco a ser dito sobre os primeiros 20 anos que se sucederam após a morte de Jesus. Os escritos mais antigos são datados, nos melhores dos casos, em finais da década de 40 e início da década de 50 do século I EC (entre eles estão os escritos paulinos). O que significa dizer que os Cristianismos Originários num primeiro momento não tiveram a preocupação em registrar dados de seu cotidiano em comunidades (lógicas e normas de estruturação e convívio) ou mesmo suas memórias de e sobre Jesus. O silenciamento dos primeiros anos por parte do movimento que se desencadeou a partir da figura Jesus estava ligado provavelmente à concepção de um fim iminente. Ou melhor, estava ligada à ideia de um retorno próximo de Jesus. Retorno este que implicaria na instauração do Reino de Deus e consequentemente a derrota definitiva do Império Romano. Tal ideia é perceptível ainda nos escritos mais antigos, por exemplo, na primeira epístola aos coríntios, uma carta escrita por Paulo por volta do ano 54 EC. Outro elemento que deve ser acionado para explicar este silenciamento é o fato de que a escrita não desempenhava o mesmo papel como em nossa sociedade. No caso das comunidades paleocristãs, há estudos que apontam que as taxas de analfabetismo chegavam a cerca de 90% (GAMBLE, 1995:2-11). As memórias de e sobre Jesus neste período se restringiram ao campo da oralidade. Feitas as devidas considerações sobre a ausência de fonte escrita nos primeiros anos dos cristianismos primitivos, devemos lembrar que a documentação textual que dispomos sobre os mesmos está sujeita, como toda documentação do tipo escrita, ao que Ginzburg em “O queijo e os vermes” (2009) chamou de filtros deformadores, ou filtros de leitura. E o historiador sempre ao se voltar a uma fonte deste gênero deve se lembrar de que ela é fruto de uma perspectiva de classe, grupo ou ideologia. Além de ser sempre uma ação voluntária (são construções subjetivas e enviesadas), o que não significa dizer que não possamos estudar as 'classes subalternas' ou perceber

outras vozes que normalmente não deixariam registros escritos. Muito pelo contrário, estas vozes de alguma forma estão nelas presentes, mas de forma filtrada, deformada. Contudo, se nos restringirmos ao campo textual nossas leituras e questões ficarão deveras limitadas ou obscurecidas. A arqueologia, assim, se apresenta como um caminho mais do que interessante à História Antiga. E mais especificamente para os estudos no campo do Jesus Histórico e dos Cristianismos Originários. A arqueologia estuda a cultura material, os artefatos produzidos ou modificados pelo ser humano e o contexto natural e ambiental associado à vida humana. Em outras palavras, uma documentação que é decorrência de ações involuntárias e que automaticamente aparece como uma porta de acesso aos diferentes estratos da sociedade. Assim, por intermédio da cultura material e da literatura arqueológica é possível obter informações valiosas sobre o contexto histórico, social, cultural e religioso do Jesus Histórico e das comunidades cristãs.

Imagem 1: Vista de Massada.

No que diz respeito às escavações na Palestina, destacam-se os seguintes vestígios: o ossuário do sumo sacerdote José Caifás; a inscrição do prefeito Pôncio Pilatos; a casa do apóstolo Pedro, em Cafarnaum; o barco de pesca do Mar da Galileia; o esqueleto do crucificado Ieohokhanan; Cesareia Marítima e Jerusalém, à época de Herodes Antipas; Séforis e Tiberíades, à época de Herodes Antipas; Massada e Qumram e a resistência judaica à ocupação romana; Gamla e Jodefat: aldeias judaicas à época de Jesus e os vasos e banheiras rituais: rituais judaicos.

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Estes vestígios contribuem para a reconstrução do cenário em que se processou o movimento de Jesus, no que diz respeito à pluralidade das experiências judaicas, os estamentos que compunham o movimento de Jesus e a relação entre Jesus e seus seguidores ao imperialismo romano. Além disso, fica claro que o programa político de Jesus, pautado na paz, na comensalidade e na justiça, era antes de tudo um projeto local, rural e anti-imperialista. Os cristianismos de centros urbanos (Corinto, Tessalônica) já são releituras e ou recepções das ideias e/ou memórias de e sobre Jesus. Ideias e ou memórias que também estavam dialogando com lógicas de um judaísmo de diáspora e com as problemáticas próprias de cada localidade em que se formou uma comunidade cristã primitiva. Em outras palavras, as escavações na região da Palestina bem como de cidades onde houve comunidades cristãs demonstram que estas comunidades estavam inseridas dentro de um ambiente judaico, mas que também são frutos das demandas locais. Até mesmo no que diz respeito para com a forma como estas comunidades pensam sobre a política imperial estará ligado às relações estabelecidas entre as províncias, em que estão vinculadas, e Roma. Como podemos ver na epístola aos coríntios, onde Paulo se apresenta dúbio sobre os banquetes públicos destinados ao imperador e ao Império. REFERÊNCIAS: ALCOCK, Susan E. Graecia Capta: the landscapes of Roman Greece. New York: Cambridge University Press, 1993. CROSSAN, John Dominic e REED, Jonathan L. Em busca de Jesus: debaixo das pedras, atrás dos textos. São Paulo: Paulinas, 2007. CROSSAN, John Dominic e REED, Jonathan L. Em busca de Paulo: como o apóstolo de Jesus opôs o Reino de Deus ao Império Romano. São Pauas, 2007.

*Bacharel em História pela UFRJ Mestranda pelo PPlo: PaulinGHC-UFRJ Bolsita CAPES

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CARTAGO: ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E SOCIAL

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Fabrício Nascimento de Moura *

Resumo: Aristóteles e Políbios teceram as descrições acerca das instituições sociopolíticas da civilidade cartaginesa que influenciaram a historiografia especializada. Em geral estas instituições políticas e sociais são apontadas como responsáveis pela estabilidade social da cidade-estado. Palavras-Chave: Cartago; Sociedade; Política.

O

s principais documentos acerca da organização política e social de Cartago cidade-estado de origem fenícia que exerceu hegemonia econômica e militar no Mediterrâneo até o embate com os romanos no século III a. C. – são a Política de Aristóteles e a História de Políbios. A seguir veremos como o filósofo e o historiador, ambos gregos, teceram suas digressões. Iniciaremos com Aristóteles: “Os Cartagineses, em particular, possuem instituições excelentes, e o que prova o grande mérito de sua constituição é que, a pesar da grande parte de poder que concede ao povo, nunca houve em Cartago mudanças de governo, e, o que é mais estranho, jamais conheceram nem as revoltas, nem a tirania.” (Política II – VIII).

Politicamente os cartagineses se organizavam a partir de uma constituição mista, agregando características comuns a vários sistemas de governo. Cartago se organizava em torno de um poder mais ou menos centralizado nas mãos dos Sufetas, magistrados eleitos anualmente responsáveis pela administração da cidade, cujo poder era limitado por um Conselho de Anciãos e cujas ações eram julgadas pelo Tribunal dos Cento e Quatro. Outro aspecto da estrutura política cartaginesa é a Assembleia do Povo, que detinha a prerrogativa de avaliar todos os assuntos referentes à comunidade cívica. Politicamente os cartagineses guardavam semelhanças com romanos e gregos, uma vez que se organizavam socialmente em torno da ideia de cidadania. O historiador grego radicado em Roma, Políbios, também teceu descrições acerca da constituição dos cartagineses, realizando uma comparação com a constituição dos romanos no contexto da segunda guerra púnica: “Em Cartago, nada que proporcione lucro é considerado ignóbil; em Roma, nada é considerado mais ignóbil do que deixar-se subornar, ou procurar o ganho por meios impróprios. [...] em Cartago, os candidatos a funções públicas recorrem abertamente ao suborno, enquanto em Roma essa prática é punida com pena de morte." (História, VI – 56).

Inspirado talvez pelas descrições elaboradas por Políbios, o filósofo francês Montesquieu elaborou uma comparação entre romanos e cartagineses. De acordo com o autor, Cartago havia se tornado uma cidade-estado rica antes dos romanos, e, em consequência disso, teria se corrompido também mais cedo. Nesse sentido, Montesquieu destaca que em Roma os cargos públicos eram conquistados através da virtude do indivíduo e em Cartago, os cargos públicos eram vendidos e os magistrados exerciam sua função mediante um pagamento. O autor revela ainda que, se por um lado, a pobreza que era cultivada em Roma tornava todos os homens relativamente iguais, em Cartago a riqueza acentuava as diferenças entre os cidadãos. Ao contribuir para a construção da memória de Cartago, Montesquieu a concebeu quase como uma cidade diametralmente oposta a Roma, no que tange às instituições e aos valores. (MONTESQUIEU, 1995: 29-30). A sociedade cartaginesa era composta por uma população muito diversa em sua origem e desigual em termos de riqueza e participação política. Contudo não chegaram até nos vestígios de conflitos de grupos sociais que tenham agitado a cidade. Os pesquisadores Andre Aymard e Jeannine Ayboyer destacam que havia em Cartago três tendências políticas, de acordo com as circunstâncias. A cidade foi inicialmente administrada a partir de um regime monárquico, sendo substituído por vários colégios de magistrados eleitos anualmente, no qual um deles era composto por dois Sufetas, que seriam os juízes. A magistratura cartaginesa se concentrava nas mãos de uma oligarquia pouco numerosa em relação ao conjunto da comunidade cívica. Havia ainda uma aristocracia guerreira de onde provinham os generais que, ao longo da história de Cartago, ameaçou a situação privilegiada da oligarquia emergente das atividades comerciais e mercantis. (AYMARD & AYBOYER, 1993: 58-59). O historiador M. Sznycer alerta, no entanto, que a tarefa de reconstruir a his-

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tória interna de Cartago, analisando seus problemas sociais, as disputas internas e as mudanças de regimes políticos é bastante complicada. A dificuldade do trabalho do historiador contemporâneo tem origem na inexistência de informações produzidas pelos próprios cartagineses acerca de suas questões sociais. A arqueologia pouco descobriu até agora para que pudéssemos possuir informações seguras acerca do cotidiano cartaginês e a documentação textual disponível até então sobre seus hábitos e costumes é necessariamente questionável, por sua origem grega ou latina, povos que historicamente mantiveram relações de hostilidade com os cartagineses. (SZNYCER, 1978: 550).

REFERÊNCIAS: AYMARD, A.; AYBOYER, J. História Geral das Civilizações. – Vol. III – Roma e Seu Império. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1993. MONTESQUIEU. Grandeza e decadência dos romanos. São Paulo: Paumape, 1995. SZNYCER, M. Carthage et la civilisation punique. In : NICOLET, C. (Org.) Rome et la conquête du monde Méditerranéen. Paris : Press Univ. De France, 1995.

* Mestre em História PPGHC-UFRJ Ex-professor substituto de História Antiga e Medieval da UEMA. Coordenador do Grupo de Estudos de História Antiga e Medieval da UEMA/CESI.

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HILIA

JORNAL INFORMATIVO DE HISTÓRIA ANTIGA ano xvI | ABR / MAIO / JUN 2014 | EDIÇÃO Nº 50

Φιλια

LIVRO EVENTO: XI JORNADA DE HITÓRIA ANTIGA No dia 11 de abril, encerrou-se mais um grande evento promovido pelo Núcleo de Estudos da Antiguidade, a XI Jornada de História Antiga, cuja temática estava relacionada ao diálogo entre história, cinema e imagem. Graduandos e pósgraduandos de História, e áreas afins, em nível nacional e internacional viram na XI Jornada de História Antiga a oportunidade de socializar os resultados de suas pesquisas e contribuir para um debate sobre a natureza do documemento histórico.

Desde o seu início, em 1998, as atividades de pesquisa e extensão desenvolvidas pelo NEA vêm construindo um espaço de debates e diálogos entre os pesquisadores brasileiros e estrangeiros que desenvolvem estudos sobre sociedades antigas, visando à apresentação do estado atual de suas pesquisas. Vale salientar que as características do evento permitem a participação da comunidade de interessados em Antiguidade que está fora da academia, o que proporciona a difusão dos resultados das pesquisas e a democratização do saber ao promover a interação entre os especialistas em sociedades antigas e a comunidade não-acadêmica.

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Catalogação na Fonte UERJ/Rede Sirius/CCS/A Philía: jornal informativo de história antiga. – vol.1, n.1 (1998) - . – Rio de Janeiro: UERJ/NEA, 1998 – v. : Il.

CURSO DE EXTENSÃO

Trimestral. ISSN 1519-6917 1. História antiga – Periódicos. I. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Núcleo de Estudos da Antiguidade. CDU 931 (05)

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POZZER, K. M. P. Banquetes, Recepções e Rituais na Mesopotâmia. Philía: Jornal Informativo de História Antiga, Rio de Janeiro, Ano XIII, n. 37, p. 5-6, jan./fev./mar. 2011.

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