A ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA EM UMA ESCOLA DE BALÉ

June 3, 2017 | Autor: Carol Silva | Categoria: Health, Physical Therapy, Ballet
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA CURSO DE FISIOTERAPIA

A ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA EM UMA ESCOLA DE BALÉ DE FORTALEZA-CE

ANDRESA KARLA MAURÍCIO ARAÚJO MARIA CAROLINE DA SILVA

FORTALEZA 2014

ANDRESA KARLA MAURÍCIO ARAÚJO MARIA CAROLINE DA SILVA

A ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA EM UMA ESCOLA DE BALÉ DE FORTALEZA-CE

Trabalho acadêmico desenvolvido ao módulo de Introdução à Pesquisa I do Curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará – UFC Profs: Andréa Soares, Hermelinda Maia, Renato Moreira.

FORTALEZA 2014

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................3 2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................4 3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 5 4 PERGUNTAS DE PARTIDA .................................................................................... 8 5 HIPÓTESES ................................................................................................................ 8 6 OBJETIVOS ................................................................................................................ 9 6.2 OBJETIVO GERAL .....................................................................................................9 6.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 9 7 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 10 7.1 TIPO DE PESQUISA ...................................................................................................10 7.2 LOCAL DE ESTUDO ..................................................................................................10 7.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ....................................................................................... 10 7.3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO...................................................................................10 7.3.2 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO..................................................................................10 7.4 COLETA E ANÁLISE DE DADOS ............................................................................ 10 7.5 ASPECTOS ÉTICOS ...................................................................................................11 8 CRONOGRAMA ........................................................................................................12 9 ORÇAMENTO ........................................................................................................... 13 10 PUBLICAÇÃO PREVISTA ....................................................................................... 14 11 REFERÊNCIAS ..........................................................................................................15 APÊNDICE A – TERMO DE CONSETIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .........17 APÊNDICE B – AUTORIZAÇÃO INSTITUCIONAL ................................................. 19 APÊNDICE C – DECLARAÇÃO DE CONCORDÂNCIA ..........................................20 APÊNDICE D – CARTA DE ENCAMINHAMENTO .................................................. 21 APÊNDICE E – QUESTIONÁRIO ADAPTADO DE LOCALIZAÇÃO DE DOR OU LESÃO EM BAILARINOS...............................................................................................22

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1 INTRODUÇÃO É natural ao homem o desejo de expressar-se, e a dança, especialmente o balé, é uma das formas mais sublimes de fazê-lo. Os bailarinos desenvolvem e transformam uma dança expressiva primitiva para uma dança formada por passos diferentes, de ligações, gestos e figuras previamente elaboradas (DI DONATO, 1994). A boa execução desta arte exige, obviamente, esforço corporal. Destaca-se ainda que o balé está envolvido no mundo artístico através de uma prática complexa e extremamente técnica, a qual exige de seu praticante um desempenho de atleta (LIMA, 1995). Dessa forma, o balé, assim como o esporte ou qualquer outra atividade corporal complexa, exige esforço físico de tal maneira que o bailarino e o atleta se assemelham bastante no que se refere à sobrecarga física e, dessa forma, o bailarino apresenta todos os problemas de qualquer atleta vigoroso. Esforço físico esse que, de forma repetitiva e sem assistência, poderá trazer dor ao bailarino/atleta (KERR, 1992). Vários são os fatores que estão relacionados com o aparecimento e a frequência dos traumatismos na dança ou atividade física própria da dança, como intensidade, frequência e repetição de certos movimentos. Porém, a fadiga muscular provocada pelo excesso de atividade física, em especial na época em que se aproximam os espetáculos, as competições, somadas às aulas e aos ensaios, parece ser um desses principais fatores desencadeantes e, muitas vezes, o que torna a lesão ainda mais incapacitante do ponto de vista funcional (FIRETTI, 1999). Mas é grande a possibilidade de lesões que pode sofrer o praticante de balé, esteja ele próximo a apresentações em público ou em eventos, ou não, já que embora a dança seja reconhecida como habilidade estética, ela requer habilidade atlética e, assim, poderão ocorrer lesões em diferentes níveis de complexidade, em qualquer momento (GREGO, 1999). Diante de tal fato é necessário um reconhecimento da necessidade de um acompanhamento a bailarinos por um profissional de saúde que tem como objeto de trabalho o movimento humano, pois o bailarino lesionado é tão ansioso para voltar a sua prática quanto qualquer outro atleta, ainda mais se possuidor de bom nível técnico. E o fisioterapeuta, enquanto especialista em movimento e conhecedor do espectro de lesões ocasionas por fadiga, esforço, sobrecarga muscular, está mais do que apto a ajudar praticantes de ballet a manterem seu instrumento de trabalho, o corpo, em perfeito estado. Este estudo de revisão visa demonstrar as lesões mais prevalentes em bailarinos por meio de uma análise da literatura,

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avaliando a utilidade para os mesmos de um acompanhamento fisioterapêutico (GREGO, 1999).

2 JUSTIFICATIVA A análise da importância da assistência fisioterapêutica no balé é de suma importância para a comprovação da necessidade de acompanhamento do profissional fisioterapeuta a bailarinos. Assim, este projeto, por meio da coleta de dados através de entrevista e comparação com literatura existente, avaliará o quanto é proveitoso para o praticante de balé ser acompanhado por um profissional de saúde especialista em movimentos e suas respectivas funcionalidades para o corpo, que é o instrumento de trabalho do dançarino (MACHADO, 2006). A dança exige muitas habilidades físicas e treino atlético, expressando-se por movimentos elaborados que são realizados seguindo um ritmo pré-determinado pela música. Os bailarinos dedicam-se integralmente a essa prática, muitas vezes sobrecarregando o sistema

musculoesquelético

principalmente

dos

membros

inferiores

em

posições

antifisiológicas. Quando solicitado o máximo dos músculos, tendões, ossos e articulações, a atividade pode atuar como agente patológico ao sistema locomotor (MACHADO, 2006). Desta forma, o balé pode promover modificações anatômicas, biomecânicas, morfológicas e físicas que podem desestabilizar o equilíbrio funcional dos praticantes ao longo dos anos de prática, gerando assim alterações (PICON, 2002). Essas possibilidades servem como motivação para um estudo analítico sobre a fisioterapia na assistência à resolução ou minimização de tais problemas, visto que ela pode atuar como instrumento de otimização do desempenho do bailarino. Além da relevância do projeto, o estudo se torna ainda mais viável pelo baixo custo e grande potencial de aplicabilidade.

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3 REVISÃO DA LITERATURA A dança, como expressão artística, é um elemento lúdico da sociedade muito presente nos dias de hoje. Desde os primórdios, nos rituais religiosos e culturais, o dançar continua sendo uma atividade agradável e, geralmente, benéfica ao corpo como um todo. As várias modalidades existentes permitem que um grande número de indivíduos pratique a dança. Crianças, especialmente meninas, começam balé desde cedo ― enquanto meninos fazem capoeira ― jovens praticam basicamente qualquer tipo de dança com preferência às contemporâneas como o breakdance do movimento Hip-Hop, e também os idosos que eventualmente frequentam os bailes de terceira idade (SANTANA; CORRADINI; CARNEIRO, 2009). Segundo Dore (2006), inicialmente, na Idade Média, não havia um rigor e um conjunto de normas para dançar. Essa atividade era meramente recreativa. Apenas no Renascimento teve-se noção do conceito de coreografia e, posteriormente, no reinado de Luis XIV, apareceram novos métodos técnicos de dança, como o en dehors (rotação externa dos quadris com joelhos e pés voltados para fora). Nessa época houve uma cisão da dança dividindo-a em três vertentes: populares, da corte e balletos. No balé clássico, os movimentos são conhecidos pelo termo “contra-natura” (BRANCO, 2010), isto é, são adversos à natureza do corpo humano; demandam notórios esforços para que o indivíduo produza tais movimentos. Posturas sustentadas e movimentos repetidos de grande amplitude articular de tronco e quadril, nos quais se trabalha muito a região lombar (AQUINO et al, 2013) são os movimentos de maior grau de dificuldade no balé clássico, por exemplo. Nessa categoria outros autores também afirmam que as regiões mais afetadas são os joelhos, tornozelos e pés. Para cada movimento há um tipo de lesão, é o que ocorre nas tendinites, por exemplo. A tendinite do flexor longo hálux ocorre na execução do relevé e grand-plié que são movimentos em que a bailarina fica subitamente na ponta do pé e uma abertura de joelhos com os calcanhares no chão, respectivamente. A tendinite de Aquiles ocorre no demi-plié, que é um grand-plié de menor amplitude e um relevé com aterrisagem. A tendinite patelar é frequente quando o joelho é fletido rapidamente, como no grand-plié (MONTEIRO; GREGO, 2003). Além disso, os dançarinos, assim como qualquer outro segmento da sociedade, possuem maus hábitos, como uso de cigarro e ingestão de junk food ― alimentos industrializados e/ou feitos de maneira rápida, em lanchonetes. De acordo com o relato de uma pesquisa de campo

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em Portugal registrado na dissertação “Doenças profissionais: o caso dos bailarinos clássicos” (BRANCO, 2010) a maioria dos professores, principalmente em véspera de apresentação, não respeitam os intervalos entre os exercícios ocasionando no fato de os alunos pararem as repetições apenas para beberem coca-cola e fumarem. Sabe-se que o ácido fosfórico, componente desse refrigerante, é um poderoso descalcificador de ossos provocando, a longo prazo, osteoporose. E quanto ao tabaco, a diminuição de oxigênio no sangue provoca a diminuição da função dos osteoblastos, células ósseas que produzem matriz extracelular, ou seja, o osso compacto em si (ZABEU, 2012). Outra problemática observada na mesma escola de dança de Portugal é o fato de que havia grávidas ensaiando as quais praticavam os mesmos exercícios que os outros. E enquanto não faziam os exercícios, os próprios bailarinos, entre si, faziam massagens uns nos outros, pois frequentemente interrompiam seus exercícios por causa da dor (BRANCO, 2010). Em consequência disso, dessa falta de prevenção e assistência a lesões, ocorrem tanto o comprometimento da saúde dos alunos como despesas financeiras. Segundo Solomon (1999) na Boston Ballet, em 1995, houve 137 lesões em 70 bailarinos; as mais frequentes foram luxações, tendinites, distensões e contusões. O tratamento custou à companhia 250 mil dólares ao ano (1995, apud GREGO et al, p.48, 1999). O estudo "Lesões no Sistema Músculo-Esquelético em Bailarinos Profissionais, em Portugal, na Temporada 2004/2005” evidenciou que em 17 companhias portuguesas houve prevalência anual de lesões de 68%. O profissional mais procurado foi o fisioterapeuta e o segundo, o médico. Os fatores relacionados a essas lesões vão de fadigas, fatores psicológicos e aquecimento corporal insuficiente à elevada intensidade de treino, coreografias com movimentos novos, lesões antigas, entre outros (AZEVEDO; OLIVEIRA; FONSECA, 2007). Essa carência de profissionais da saúde entre as companhias de balé tem relação com o histórico dessa convivência, pois antes dos anos 70, os médicos, no geral, recusavam-se a tratar indivíduos que propositalmente se colocavam em tais condições e ainda posicionavamse contra à atividade da dança, recomendando que os artistas se dedicassem a outra atividade. Felizmente a contemporaneidade e a razão hoje são vigentes e a relação dançarino e dança é equiparada a atleta e esportes (GREGO, 1999). Estudos indicam que o nivelamento da base da coluna vertebral gera melhoria dos desconfortos articulares e desempenho dos dançarinos (AQUINO et al, 2013). Além dessa assistência prática, como o nivelamento de estruturas, o fisioterapeuta poderia atuar estudando se esses movimentos contra-natura são adaptações da dança ou se são disfunções, numa esfera individual.

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Por esses motivos vê-se que é necessária uma intervenção na saúde desses artistas. É preciso que haja um profissional que use a ciência para educar e instruir as melhores maneiras de executar os movimentos da dança de tal maneira que a função do indivíduo continue intacta mesmo depois dos complexos passos de dança. Esse profissional seria um fisioterapeuta. Entretanto, há artistas que acreditam que a dor faz parte do processo de crescimento individual. Assim como dizem que só se aprende a andar de bicicleta caindo, é conhecido que dançar com dor faz parte de ser bailarino. Essa concepção, por mais que seja culturalmente aceita, é errônea já que é possível exercer atividades artísticas com as dores atenuadas ou sem nenhuma dor. Essa é outra razão para que o fisioterapeuta atue nesse ramo. Ele poderá explicar ao dançarino que a dor é apenas um empecilho, o qual, caso seja eliminado, não irá afetar em nada de forma negativa seu desempenho artístico.

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4 PERGUNTAS DE PARTIDA 

Qual é a prevalência de lesões em bailarinos matriculados em uma escola de balé fortalezense?



Qual é a importância da atuação fisioterapêutica em relação às lesões ocasionadas pelo balé clássico?

5 HIPÓTESES 

Há um número notório de lesões por bailarino na escola de balé do Instituto de Educação Física e Esportes da UFC.



A Fisioterapia é necessária na reeducação dos bailarinos bem como na relação deles com a dor.

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6 OBJETIVOS 6.1 OBJETIVO GERAL Avaliar a importância da assistência da fisioterapia em uma escola de balé fortalezense no que se refere à prevenção e tratamento de eventuais lesões. 6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

Registrar a prevalência de lesões existentes entre os bailarinos da Escola de Balé da Universidade Federal do Ceará.



Demonstrar a importância de um fisioterapeuta para a prevenção e tratamento de lesões dos alunos de balé clássico do Instituto de Educação Física e Esportes da Universidade Federal do Ceará.

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7 MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa será de campo, transversal e quantitativa. A técnica a ser usada será o questionário. 7.1 TIPO DE PESQUISA Natureza quantitativa. 7.2 LOCAL DO ESTUDO Escola de Balé do Instituto de Educação Física e Esportes da Universidade Federal do Ceará. 7.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA 

A população constituirá de praticantes regulares de balé da Escola de Balé do Instituto de Educação Física e Esportes da Universidade Federal do Ceará. A amostra será nãoprobabilística.

7.3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO 

Idade entre 17 e 35 anos



Prática regular de balé clássico

7.3.2 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO 

Baixo rendimento na dança



Prática de esporte(s)

7.4 COLETA E ANÁLISE DE DADOS A coleta será feita através da adaptação do questionário “Localização de dor ou lesão em Bailarinos”, produzido em 2014 pela fisioterapeuta Flora Pitta (APÊNDICE E). As características da amostra serão analisadas com o auxílio dos conceitos da bioestatística os quais abrangem medidas de tendência central ― sobretudo média simples ― e medidas de dispersão, como amplitude, variância, desvio padrão e distância interquartílica. O software a ser utilizado para a realização dos cálculos matemáticos será o SPSS 19.0 (Statistical Package for Social Sciences). O nível de significância da pesquisa é de 5% (p
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