A Caetra do labirinto das estátuas de Guerreiros Galaicos da Idade do Ferro e as suas diversas representações iconográficas.

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O símbolo do labirinto na Caetra das estátuas de Guerreiros Galaicos da Idade do Ferro e as suas diversas representações iconográficas. Luís Magarinhos [email protected] 14 de Jan de 2016

Resumo: Neste trabalho realizamos um estudo relacional da chamada caetra do labirinto das estátuas de Guerreiros Galaicos da Idade do Ferro catalogadas até o momento na Galiza e no Norte de Portugal e abordamos as diferentes representações simbólicas desta arma defensiva central para as populações guerreiras do NW Peninsular no seu confronto com o Império Romano. Analisamos também as representações que Roma fez dela, quer a través das fontes antigas, na chamada moeda da caetra ou nos relevos petrificados encontrados em diversos monumentos na Itália. Tags: caetra, labirinto, estátuas, guerreiros, galaicos, moeda idade do ferro, aphrodisias, sebasteión

Neste trabalho realizamos um estudo relacional da chamada caetra do labirinto das estátuas de guerreiros galaicos da Idade do Ferro que encontramos no registro arqueológico na Galiza e no Norte de Portugal além de outras considerações relacionadas que iremos vendo ao longo do trabalho. O SIMBOLISMO DO LABIRINTO Há um consenso bastante generalizado entre os estudiosos dos símbolos que o labirinto tem representado ao longo da história um efeito eminentemente apotropaico: isto é, uma função de defesa que pretende afastar os maus espíritos e o mal em geral. O instinto de sobrevivência faz com que algumas ações instintivas que não têm explicação racional aparente, como matar um inseto ou afastar certas situações perigosas estejam na origem dos atos apotropaicos, e estes sejam vestígios desses impulsos próprios do instinto primário evolutivo e partindo dessa representação básica apotropaica, o labirinto é um símbolo que encontramos originariamente nas mais diversas culturas. Assim normalmente o centro do labirinto poderia representar o centro do mundo o ponto central origem e fim de tudo, o centro como lugar sagrado ao que só se poderia chegar fazendo o duro e difícil percurso do labirinto (CHEVALIER 1986). O labirinto tem sido usado também como sistema de defesa nas entradas das cidades fortificadas para proteger a casa ou a cidade; isto é, o centro do mundo. Representa a proteção não só contra adversário ou inimigos mas também contra as influências maléficas. O labirinto, tal como nos diz CHEVALIER (1986) representa um "símbolo de um sistema de defesa, que anuncia a presença de algo precioso ou sagrado [o seu centro] e pode ter uma função militar ou guerreira para defender um território, uma aldeia, uma cidade, um túmulo ou um tesouro: só permite acesso a aqueles que conhecem os planos, os iniciados" Mas o labirinto também pode ter uma função religiosa de defesa contra o mal, de defensa contra aquele que pretende intrometer-se e destruir os segredos mais íntimos, o sagrado, o divino. O centro do labirinto está reservado ao iniciado, aquele que superou todos os ritos iniciáticos e todas as provas para ser digno de aceder a ele. E quem alcançar o centro, torna-se uma pessoa consagrada, vinculada à verdade e conhecimentos secretos vez alcançado o centro. "O ritual labiríntico em que se baseia o cerimonial do iniciado tem apenas por assunto ensinar o neófito, no decurso da sua vida na terra, como chegar sem se desviar nos territórios de morte, à porta de uma outra vida. Assim "todas estas provas rituais no espaço do labirinto reduzem-se a penetrar com sucesso num espaço dificilmente acessível, bem defendido, no qual se encontra um símbolo mais ou menos transparente da potência, a sacralidade e da imortalidade" (CHEVALIER 1986). 2

O labirinto conduz também ao interior de um mesmo, ao santuário interior oculto onde reside o mais misterioso do ser humano. Podemos pensar aqui nas profundidades do inconsciente. Mas para chegarmos lá é preciso transcorrer o sinuoso e iniciático caminho do labirinto. PENELOPE REED (1992) diz-nos que a "natureza essencialmente dupla e paradoxal do labirinto é circular e linear ao mesmo tempo, simples e completa, histórica e temporal. Contida num espaço compacto, uma comprida e difícil via dá constantemente media volta, levando-nos indirectamente a um misterioso e invisível centro. Esta dualidade paradoxal reflecte o propósito psicoterapêutico de tactear o caminho através do sofrimento, da escuridão e da confusão, com o alvo de ampliar a capacidade para o discernimento e a perspectiva." POR QUE A DENOMINAÇÃO "GUERREIROS GALAICOS"? Das mais de 30 estátuas de guerreiros encontradas, todas menos uma (A Guarda, Portugal) apareceram a norte do rio Douro, no território do que logo viria a ser a província Romana da Gallaecia. Entendemos portanto que tem toda a lógica essa denominação ainda que aceitemos também a forma secundária de guerreiros galaicolusitanos, tendo em conta a proximidade etno-cultural e geográfica de ambos populus, tal como relatam as fontes antigas. Por sua vez, todo indica que a panóplia guerreira dos povos galaicos e lusitanos era basicamente a mesma, se partirmos do registro arqueológico ou do que indicam também os textos clássicos. O ETHOS GUERREIRO DOS GALAICOS NAS FONTES ANTIGAS Nas fontes clássicas encontramos diversas referências aos callaeci, quer em textos em grego quer em textos em latim. Mas relativamente ao nosso trabalho e dado que estamos a falar de armas de combate como é o caso da caetra, interessa-nos saber qual é a visão que os romanos tinham deste povo a nível militar e guerreiro. Assim Estrabão em Geografia 3.3.2 diz textualmente: "os galaicos ocupam grande parte da zona montanhosa. Por isso e por serem os mais difíceis de combater deram o sobrenome a quem vencera os lusitanos, e fizeram que a maioria de lusitanos sejam conhecidos actualmente como galaicos."

Como podemos comprovar, a imagem que nos transmite Estrabão era a dum povo muito difícil de combater e conquistar daí que o título Cognomina ex Virtute recebido por Décimo Junio Bruto fora o de Callaicus no ano 136 a.C. um ano depois da Batalha do Douro que Paulo Orosio em Historiae Adversus Paganos. Livro VII.5.5. descreveu nos seguintes termos: 3

"enquanto isso [...] Bruto derrotou a sessenta mil galaicos que vieram auxiliar os lusitanos numa batalha cruenta e dificil mesmo sendo cercados por surpresa. Nesta batalha morreram ciquenta mil, seis mil foram cautivos e muito poucos conseguiram fugir"

Esta batalha nas proximidades do rio Douro, cujo lugar exacto desconhecemos, Publio Ovidio Nasón, atreve-se a datá-la (Fastos VI.12 ) do dia 9 de Junho [137 a.C.] quando diz que Bruto ganhou o seu sobrenome a partir dos enemigos galaicos: "Então Bruto ganhou seu sobrenome a partir dos inimigos galaicos e tingiu de sangue a terra hispana"

Nestas três referencias vemos portanto que no imaginário romano (a de Paulo Orósio é uma fonte do S. IV-V porem baseada em textos mais antigos) há uma clara percepção do forte ethos guerreiro dos galaicos e da dificuldade que entranhava o seu combate. MONUMENTO AO ETHNE DOS GALAICOS NO TEMPLO DE SEBASTEION EM APHRODISIAS, ACTUAL TURQUIA Para reforçarmos a hipótese argumental pola qual a conquista do NW Ibérico e o combate contra os galaicos foi uma tarefa estremadamente complicada para o Império Romano podemos trazer a colação a homenagem epigráfica (SMITH 1998) que no templo de Sebasteion em Aphrodisias (actual Turquia) se faz a este ethne como único povo "bárbaro" da Europa ocidental representado nesse monumento. O tempo de Sebasteion em Aphrodisias, foi erigido no século I d.C. para desenvolver o culto imperial e comemorar as vitórias de Cesar Augusto sobre os distintos povos, nele erigiu-se uma estatua em representação de cada um desses povos (no caso dos galaicos só se conserva a base) acompanhada cada uma delas duma base epigráfica onde se indica o nome do povo representado.

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Fig. 1. Inscrição epigráfica em grego ΕΘΝΟ[··] ΚΑΛΛΑΙΚΩ[·] que podemos traduzir como "o povo dos galaicos" encontrada no templo de Sebasteion em Aphrodisias, Turquia. SMITH 1998

O próprio SMITH (1988) elabora um interessante mapa onde se mostram esses diferentes povos representados segundo a sua localização geográfica, sendo os callaeci [ΚΑΛΛΑΙΚΩ[·] em grego], como já indicamos, o único ethne da área ocidental da Europa.

Fig. 2. Mapa dos povos representados no pórtico norte do templo de Sebasteion em Aphrodisias, Turquia. SMITH 1998

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A CAETRA DOS GUERREIROS GALAICOS E LUSITANOS NAS FONTES ANTIGAS Também as fontes clássicas encontramos diversas referências ao escudo da caetra dos guerreiros galaicos e lusitanos. Assim Silio Itálico [28 – 103 D.C.] em Punica III 344-348 diz: "A opulenta Gallaecia enviou a juventude experta na adivinhação das entranhas, os voos das aves e os divinos lóstregos, às vezes berrando bárbaros cantos na própria língua, e às vezes dançando até ferir a terra, divertindo-se tocando as sonoras caetras a ritmo."

O próprio Estrabão em Geografia 3.3.6 faz uma interessante referencia ao escudo que usam os lusitanos, mesmo indicando o seu diâmetro de dous pés que segundo QUESADA SANZ (2003) representa aproximadamente 66 cm: “Assim pois disse que os lusitanos são hábeis nas emboscadas, propícios à espionagem, vivos, ligeiros, ágeis nas manobras; e que têm um escudo pequeno de dous pés de diámetro, cóncavo por diante, sujeito com correias, pois não tem empunhaduras nem assas.”

Por sua vez Diodoro Sículo na sua obra Biblioteca Histórica V.34 volta a fazer uma interessante referência ao escudo dos lusitanos: “Os mais corajosos dos ibéricos são os lusitanos. Levam à guerra um pequeno escudo que protege o tendão, é o suficientemente apertado para assegurar o corpo perfeitamente. Utilizamno com rapidez na luta para parar habilmente todos os envistes."

ESTÁTUAS DE GUERREIROS GALAICOS COM A REPRESENTAÇÃO ICONOGRÁFICA DA CAETRA DO LABIRINTO Das mais de 30 estátuas de guerreiros que temos catalogadas até o momento, registramos quatro nas quais é ainda visível a representação da caetra com a forma iconográfica do labirinto. Essas estátuas são as de Lezenho e Cendufe (Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa), Armeá (Museo Arqueolóxico de Ourense) e São Jorge de Vizela (Museu 'Martins Sarmento' de Guimarães) No entanto, as esculturas nas que melhor se pode ver esta forma plástica são as de Lezenho e Cendufe e também num dos guerreiros de Armeá, porém no guerreiro de São Jorge de Vizela não está totalmente clara a sua visualização. Mesmo assim, acreditamos que é um registro arqueológico o suficientemente contundente como para acreditarmos na existência dum patrão iconográfico galaico relativo à guerra e ao combate associado a esta figura iconográfica particular.

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Esta idéia poderá ser reforçada nas próprias representações romanas da moeda da caetra e as petrificações da mesma que podemos encontrar na Itália como representações romanas dos trunfos e botins de guerra contra os galaicos e lusitanos.

Fig. 3. Localização geográfica dos achádegos de estátuas de guerreiros galaicos. Em vermelho as estátuas com representação da caetra do labirinto. Elaboração própria partindo de LOURIDO (2003)

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Fig. 4. Imagens dos guerreiros galaicos de Lezenho (1), Armeá (2), São Jorge de Vizela (3) e Cendufe (4). Neles podemos observar a representação do labirinto na caetra.

A MOEDA ROMANA DA CAETRA Segundo nos indica RODRÍGUEZ COLMENERO e FERRER SIERRA (2014) a moeda romana da caetra aperece maiormente em todo o NW mas sobretudo no Norte de Portugal e na zona de Lugo. Os mais de 200 exemplares catalogados até o momento são maiormente datados na primeira metade do S. I a.C. e representam o mesmo símbolo do labirinto que encontramos nas estátuas de guerreiros. Algumas destas moedas representam também armas de ataque como punhais ou falcatas.

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Existem dúvidas sobre o seu lugar de acunhação mas algumas hipóteses (RODRÍGUEZ COLMENERO; FERRER SIERRA 2014) indicam que a Ceca poderia estar em Lugo dada a quantidade de moedas encontradas nessa área. Os numismáticos coincidem em sinalar que estas moedas representam a conquista romana do NW e os trofeus e armas conquistadas aos povos galaicos, sendo a caetra para os callaeci provavelmente a arma de combate mais importante dum ponto de vista simbólico e de poder, apresentando umas propriedades óptimas para o combate a nível defensiva e mesmo também ofensivo dada a sua ligeireza. Os pesquisadores coincidem em afirmar que estas moedas poderiam ser usadas para compensar economicamente e simbolicamente (na apropriação do poder guerreiro e das armas dos inimigos) os soldados romanos que combateram os galaicos na conquista do NW.

Fig. 5. Sestércio da série da caetra encontrado numa campanha arqueológica em Braga no ano 2005. CEBREIRO ARES, F. (2012)

E cabe destacar que o mapa de distribuição de achádegos arqueológicos destas moedas coincide em grande medida com a distribuição geográfica das estátuas de guerreiros galaicos [Fig. 6].

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Fig. 6. Dispersão geográfica das moedas com reverso de caetra (por quantidades). PÉREZ GONZÁLEZ, C. Et al. (1995)

A PETRIFICAÇÃO ROMANA DAS ARMAS CONQUISTADAS: O CASO DA CAETRA DOS GUERREIROS GALAICOS Segundo nos indica POLITO (2011), era comum no Império Romano petrificar a modo de troféu de guerra as armas conquistadas aos diversos povos "bárbaros" com os que se confrontou o Império ao longo dos séculos. Esta petrificação mas armas dos seus inimigos representava uma espécie de apropriação do seu poder numa celebração simbólica da guerra e da vitória. A petrificação dos botins de guerra e da panóplia guerreira dos seus inimigos tinha também uma função propagandística interna dentro do Império na hora de infundir animo e ardor guerreiro entre os próprios soldados romanos e a cidadania romana em geral. As armas petrificadas são normalmente representadas em frisos e outros lugares diversos que podem ir desde portas e arcos do trunfo até santuários religiosos. No caso da caetra galaica do labirinto temos constancia até o momento de duas representações petrificadas na Itália, uma delas é a que se encontrava na Via Flaminia de Roma (BLANCO FREIJEIRO 1971) e que hoje está no Giardino Caffarelli do Musei Capitolini dessa cidade [Fig. 7].1

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Número de inventário 2262 da colecção do Musei Capitolini de Roma. Disponivel online [acesso 1501-2015]: http://goo.gl/gXYmOc e http://goo.gl/DWdtyb Também disponível no catálogo online do Instituto Alemão de Arqueologia [acesso 15-01-2015]: http://goo.gl/EqTQS6

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Fig. 7. Petrificação em relevo da caetra galaica (diámetro de 26 cm) com a representação do labirinto outras armas de combate. Actualmente no Giardino Caffarelli do Musei Capitolini, Roma. POLITO (2012). DAI Rom Inst. Neg. 29.141

O segundo registro de petrificação de caetra galaica da que temos constancia até o momento na Itália (POLITO 2012) é a que se encontra no santuário romano de Pietrabbondante na região de Molise na área centro-sul italiana. 2 Nesta petrificação em relevo encontramos várias representações de escudos e outra panóplia guerreira sendo a caetra do labirinto tipo galaico uma das representações [Fig. 8].

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Também disponível no catálogo online do Instituto Alemão de Arqueologia [acesso 15-01-2015]: http://goo.gl/AMJfJc

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Fig. 8. Petrificação em relevo da caetra galaica (terceiro escudo pola esquerda) do labirinto outras armas de combate. Actualmente no santuário romano de Pietrabbondante na região de Molise, Italia. POLITO (2012). DAI Rom Inst. Neg. 75.2648

CONCLUSÃO As primeiras hipóteses levam-nos a pensar que a chamada caetra galaica dos labirinto que encontramos nas estátuas de pedra de guerreiros e nas suas representações romanas posteriores em moedas e relevos petrificados, foi uma arma de combate de enorme importância e efectividade táctica e simbólica para os habitantes no NW da Península Ibérica na sua resistência contra a invasão romana.

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Esta hipótese fica também confirmada pola importância que esta arma teve para o Império Romano na hora de fazer destaque dos seus botins de guerra e representação simbólica dos seus trunfos sobre os povos do NW peninsular. Por sua vez, esta idéia ajuda-nos a reforçar a hipótese da extrema dificuldade que supus para Roma a conquista do NW, tendo em conta também o que as fontes clássicas nos indicam sobre o ethos guerreiro dos povos galaico-lusitanos e a prolongação do processo de conquista em mais dum século desde as primeiras campanhas de Quinto Servílio Cepião (139 a.C.) e Décimus Iunius Brutus Callaicus (137 a.C.) até o submetimento definitivo com Cesar Augusto no primeiro quarto do S. I d.C.

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BIBLIOGRAFIA ROMERO MASIA, A. M.; POSE MESURA, X. M. (1998) Galicia nos textos clasicos. Ed. do Padroado do Museu Arqueolóxico Provincial. Concello da Coruña. MARTIN, K (Ed.) O livro dos símbolos. Reflexões sobre imagens arquetípicas. Ed. Taschen QUESADA SANZ, F. (2003) "¿Espejos de piedra?. Las imágenes de armas en las estatuas de los guerreros llamados galaicos.” Madrider Mitteilungen 44, pp. 87-112. LOURIDO, C. (2003) "Catálogo. Guerreiros Galaicos” Madrider Mitteilungen 44, pp. 6-32 CHEVALIER, J. (1986) "Diccionario de los símbolos." Herder. Barcelona. p. 620 PENELOPE REED, D. (1992) The Idea of the Labyrinth: From Classical Antiquity Through the Middle Ages. Cornell University Press; 1st edition. POLITO, E. (2011) La pietrificazione delle armi conquistate, D. Loscalzo and C. Masseria (eds.). Miti di Guerra, riti di pace, Atti del Convegno, Bari, pp. 259-266. POLITO, E. (2012) Augustan triumphal iconography and the Cantabrian Wars: Some remarks on round shields and spearheads depicted on monuments from the Iberian Peninsula and Italy. Archivo Español de Arqueología 2012, 85, pp. 141-148 HERMANN, K. (2000). Through the labyrinth: designs and meanings over 5000 years. Prestel, cop. Munich. PAZ BERNÁRDEZ, J. (2002). Moedas galegas. Barcelona : Numismática J. Paz. CEBREIRO ARES, F. (2012) La emision de sestercios den Noroeste a la luz de un nuevo hallazgo. SAGVNTVM (P.L.A.V.) 44, 2012: 203 - 206 RODRÍGUEZ COLMENERO, A.; FERRER SIERRA, S. (2014), Augusto na Fisterra Ibérica. Entre a vitoria cántabra e os albores do culto imperial. Colección Traballos de Arqueoloxía do Concello de Lugo, nº 5. PÉREZ GONZÁLEZ, C. Et alii. (1995) Reflexiones sobre las monedas de la caetra procedentes de Herrera de Pisuerga (Palencia). Anejos del archivo español de arqueologia XIV. La moneda hispánica, ciudad y território. BLANCO FREIJEIRO, A. (1971) “Monumentos romanos de la conquista de Galicia”, Habis 2, 223- 232. GAGO, M. (2012) A mensaxe da moeda da caetra. Capitulo Cero. Revista Digital Online. http://goo.gl/kyjWEX [acesso 15-01-2015] SMITH, R.R.R. (1998) "Simulacra gentium: the Ethne from the Sebasteion at Aphrodisias " JRS. 78 pp. 57 e seg. 14

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