“A carne mais barata do mercado é a carne negra”: reflexões sobre Racismo, Sexismo, Estado e Direito no capitalismo.

O genocídio do povo negro no Brasil avança sem perspectivas de limites ou fim. As mulheres negras sofrem a mais cruel das intersecções das opressões e genocídio, e estão longe de serem incluídas no rol daqueles que possuem acesso à direitos fundamentais. Há uma criminalização seletiva que encarcera e mata pessoas negras e pobres de forma massiva. Os dados de pesquisas e relatórios oficiais de agências nacionais e internacionais são conclusivos. Mas, o que causa este terrível quadro, no seio de um Estado Democrático de Direito, onde todos somos livres e iguais entre si e perante a lei? Quais são os mecanismos que permitem a perpetuação deste genocídio sistemático por mais de quatro séculos, e porque não conseguimos nos ver livres do racismo que assola todas as instituições de nossa sociedade? O que significa o racismo e o sexismo e qual a sua relação com o Direito e o Estado? Porque este quadro se repete em todos os países capitalistas, fazendo com que as experiências da população negra nos diversos países das Américas e da Europa sejam tão parecidas? Pretendo, com este trabalho, fazer uma análise que consiga demonstrar minimamente do ponto de vista teórico que o racismo é uma relação social objetiva que estrutura o sistema capitalista, tal qual o próprio Estado e o Direito, e por isto, é, assim como o sexismo, estrutural e institucional no Estado Democrático de Direito, o que representa uma barreira real para a garantia e defesa estatal dos direitos humanos.FONSECA, Rhaysa Sampaio Ruas da. “A carne mais barata do mercado é a carne negra”: reflexões sobre Racismo, Sexismo, Estado e Direito no capitalismo. 2016. 122 f. Monografia (Graduação em Direito) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.