A Casa Nobre no século XVIII. Formas artísticas e arquitetónicas no Douro Superior

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A Casa Nobre no século XVIII. Formas artísticas e arquitetónicas no Douro Superior Palavras-chave: Casa nobre, arquitetura, decoração, século XVIII, Douro Superior

No século XVIII, a arte barroca desenvolve-se em Portugal apresentando geograficamente algumas especificidades. Destaca-se, neste contexto, a arquitetura civil edificada a norte de Portugal, nomeadamente em Viseu, Vila Real, Porto e na região do Minho, onde a casa nobre sobressai como o exemplar mais representativo do barroco nortenho. As inúmeras publicações (AZEVEDO, 1969; SEQUEIRA, 1950; SILVA, 1958; AZEVEDO, 1974; BINNEY, 1987; BORGES, 2001, 2008; OSÓRIO, 2006) sobre o tema evidenciam a ausência de estudos em torno da Região Demarcada do Douro onde proliferam casas nobres fruto da afirmação social e económica de uma nobreza que ali se instalara ou permanecia havia décadas. Por outro lado, nas mesmas publicações é notória a escassez pela valorização artística e arquitetónica, prevalecendo nelas, a consideração das linhagens dos proprietários e da importância turística de uma parte do património da Região Demarcada. Só que a casa nobre não pode ser equacionada como um mero objeto isolado, obrigando à ponderação das suas relações epocais, a arte, a arquitetura, os seus proprietários, além do espaço geográfico em que se insere. Através do levantamento e análise da forma construtiva e dos elementos decorativos das casas nobres edificadas no século XVIII, ao longo da Região Demarcada, observamos a presença de caraterísticas artísticas e arquitetónicas comuns. Nomeadamente, desenvolvimento da casa num único pano («casa comprida», de planta retangular); ou em forma de “L” ou “U”; presença de uma capela ou oratório para uso privado e familiar; esforço arquitetónico e decorativo concentrado na fachada, pela decoração exuberante e às vezes até excessiva (brasão da família ao centro, e com conchas, almofadas, volutas, cornucópias e panóplias nas varandas alpendradas e anelas); e um interior, quase sempre de grande simplicidade. Face a estes dados, é evidente a existência de uma ou várias tipologias de «casa nobre», fruto de uma época e região, mas possivelmente, também de uma relação entre os seus proprietários e mestre-de-obras. Neste sentido, a investigação alcançará novos dados assim que a mesma for alargada à pesquisa arquivística. No entanto, a análise do exterior e interior do imóvel demonstra já por si, a relação estética entre as casas, salientando a sua importância no panorama artístico português deste período, e cuja leitura transversal não se pode deixar de ter presente. Por fim, concluiremos o nosso estudo evidenciando as influências artísticas locais bem como nacionais, a que ela não foi alheia. Porém, dada a extensão geográfica da Região Demarcada e o exaustivo número de exemplares encontrados, cuja investigação já nos encontramos a realizar no âmbito do nosso Doutoramento em História da Arte, iremos nesta comunicação, focar a nossa atenção no Douro Superior, região abrangente aos concelhos de Alfandega da Fé, Mirandela, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Mêda e Vila Nova de Foz Côa.

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