A CERÂMICA DE IMPORTAÇÃO NO ARRABALDE OCIDENTAL DE LUXBUNA (LISBOA). DADOS PRELIMINARES DA INTERVENÇÃO REALIZADA NO HOTEL DE SANTA JUSTA

Share Embed


Descrição do Produto

Coordenação editorial de:

Maria José Gonçalves Susana Gómez-Martínez

Edição de:

X CONGRESSO INTERNACIONAL A CERÂMICA MEDIEVAL NO MEDITERRÂNEO SILVES - MÉRTOLA, AUDITÓRIO DA FISSUL, 22 A 27 DE OUTUBRO DE 2012 10TH INTERNATIONAL CONGRESS ON MEDIEVAL POTTERY IN THE MEDITERRANEAN. SILVES & MÉRTOLA, 22-27 OCTOBER 2012

ORGANIZAÇÃO: CÂMARA MUNICIPAL DE SILVES, CAMPO ARQUEOLÓGICO DE MÉRTOLA EM COLABORAÇÃO COM: AIECM2 E CEAUCP APOIOS: FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA, FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN COMITÉ INTERNACIONAL DO AIECM2 PRESIDENTE: SAURO GELICHI VICE-PRESIDENTE: SUSANA GÓMEZ-MARTÍNEZ SECRETÁRIO: JACQUES THIRIOT TESOUREIRO: HENRI AMOURIC SECRETÁRIO ADJUNTO: ALESSANDRA MOLINARI MEMBROS DOS COMITÉS NACIONAIS FRANÇA: HENRI AMOURIC, JACQUES THIRIOT, LUCY VALLAURI ITÁLIA: SAURO GELICHI, ALESSANDRA MOLINARI, CARLO VARALDO MAGHREB: RAHMA EL HRAIKI MUNDO BIZANTINO: VÉRONIQUE FRANÇOIS, PLANTON PETRIDIS PORTUGAL: MARIA ALEXANDRA LINO GASPAR, SUSANA GÓMEZ-MARTÍNEZ ESPANHA: ALBERTO GARCIA PORRAS, MANUEL RETUERCE, JUAN ZOZAYA STABEL-HANSEN PRÓXIMO ORIENTE: ROLAND-PIERRE GAYRAUD

ACTAS DO X CONGRESSO INTERNACIONAL A CERÂMICA MEDIEVAL NO MEDITERRÂNEO. SILVES - MÉRTOLA, 22 A 27 DE OUTUBRO DE 2012 PROCEEDINGS OF 10TH INTERNATIONAL CONGRESS ON MEDIEVAL POTTERY IN THE MEDITERRANEAN. SILVES & MÉRTOLA, 22-27 OCTOBER 2012 SILVES, OUTUBRO DE 2015 EDIÇÃO /// PUBLISHER: CÂMARA MUNICIPAL DE SILVES & CAMPO ARQUEOLÓGICO DE MÉRTOLA COORDENAÇÃO EDITORIAL /// EDITOR: MARIA JOSÉ GONÇALVES E SUSANA GÓMEZ-MARTÍNEZ DESIGN GRÁFICO /// GRAPHIC DESIGN: RUI MACHADO IMPRESSÃO /// PRINTING: GRÁFICA COMERCIAL DE LOULÉ ISBN 978-972-9375-48-4 DEPÓSITO LEGAL /// LEGAL DEPOT ?????? TIRAGEM /// PRINT RUN: 500

INDICE

TEMA: 1 AS CERÂMICAS NO SEU CONTEXTO POTTERY WITHIN ITS CONTEXT SUSANA GÓMEZ MARTÍNEZ | MARIA JOSÉ GONÇALVES | ISABEL INÁCIO | CONSTANÇA DOS SANTOS | CATARINA COELHO | MARCO LIBERATO | ANA SOFIA GOMES | JACINTA BUGALHÃO | HELENA CATARINO | SANDRA CAVACO | JAQUELINA COVANEIRO | ISABEL CRISTINA FERNANDES A cidade e o seu território no Gharb al-Andalus através da cerâmica

19

ROLAND-PIERRE GAYRAUD | JEAN-CHRISTOPHE TREGLIA La céramique d’une maison omeyyade de Fustât - Istabl ‘Antar (Le Caire, Égypte). Vaisselles de table, céramiques communes et culinaire, jarres de stockage et amphores de la pièce P5 (première moitié du VIIIe s.)

51

VÍCTOR CAÑAVATE CASTEJÓN | SONIA GUTIÉRREZ LLORET Cerámica, espacio doméstico y vida social: el temprano al-Andalus en el sudeste peninsular a la luz de El Tolmo de Minateda (Hellín, Albacete)

56

4.

JOSÉ AVELINO GUTIÉRREZ GONZÁLEZ | JOSÉ LUIS HERNANDO GARRIDO | HORTENSIA LARRÉN IZQUIERDO | FERNANDO MIGUEL HERNÁNDEZ | JUAN ZOZAYA STABEL-HANSEN | CARMEN BENÉITEZ GONZÁLEZ Notas sobre la cerámica en la iconografía cristiana del norte peninsular (ss. X-xii)

68

5.

VANESSA FILIPE Islamic pottery from the Évora Municipal Museum

84

6.

MARCELLA GIORGIO Ceramics and society in Pisa in Middle Ages

93

7.

MÁRIO VARELA GOMES| ROSA VARELA GOMES A Cerâmica e o Sagrado, no ribĀt da Arrifana (Aljezur, Portugal) (Séc. XII)

106

FRANCESCO M. P. CARRERA | BEATRICE FATIGHENTI | CATERINA TOSCANI Le Ceramiche e le Attività produttive. Recenti acquisizioni da un quartiere artigianale di chinzica (Pi)

114

9(61$%,.,ü Context, Character and Typology of Pottery from the Eleventh and Twelfth Century Danube Fortresses: Case Studies from Morava and BraniČevo

125

VALENTINA VEZZOLI The area of Bustan Nassif (Baalbek) between the 12th and the early 15th cent.: the ceramic evidence

133

11.

ELENA SALINAS Uso y consumo de la cerámica almohade en Córdoba (España)

139

12.

MARCELLO ROTILI Aspetti della produzione in campania nel basso medioevo

148

13.

ALESSANDRA MOLINARI | VALERIA BEOLCHINI | ILARIA DE LUCA | CHIARA DE SANTIS EMANUELA FRESI | LAURA ORLANDI | GIORGIO RASCAGLIA | MARCO RICCI | JACOPO RUSSO Stili di vita, produzioni e scambi: la città di roma a confronto con altri siti del lazio. Secoli ix-xv

158

SILVINA SILVÉRIO | ELISABETE BARRADAS A cerâmica medieval e tardo-medieval na beira interior: materiais provenientes dos castelos de castelo novo e penamacor (sécs. Xii – xvi)

180

ISABEL MARIA FERNANDES A cerâmica e seu uso em portugal, a partir de posturas, taxas e regimentos de oleiros (séc. Xii a xviii): a análise de algumas peças

188

MARGHERITA FERRI | CECILIA MOINE | LARA SABBIONESI The sound of silence. Scratched marks on late medieval and early modern pottery from nunneries: Practice and significance

203

1. 2.

3.

8.

9.

10.

14.

15.

16.

17.

HENRI AMOURIC | LUCY VALLAURI La vie de château d’un vaisselier : Roquevaire près Marseille, 1593

215

18.

ALEXANDRA GASPAR | ANA GOMES Recipíentes de medidas da cidade de Lisboa

229

19.

ANDREIA AREZES Formas cerâmicas e seu significado simbólico na Alta Idade Média

236

20.

VICTORIA AMORÓS RUIZ La estratigrafía como herramienta

242

21.

CRISTINA CAMACHO CRUZ Candiles de piquera. Uso y morfología en la Córdoba del siglo X

248

22.

SARA ALMEIDA | ALEXANDRE VALINHO | JOÃO NUNO MARQUES Conjunto medieval cerâmico no contexto da linha de muralha de Cacela Velha (Portugal)

253

23.

SILVINA SILVÉRIO | ELISABETE BARRADAS Ocupação islâmica na vertente sudoeste da várzea de aljezur – o sítio da barrada e a envolvente da igreja matriz de n. Sra. Da alva

257

MARIA JOÃO DE SOUSA Uma habitação do século XI/XII sob a muralha do Castelo dos Mouros de Sintra – Evidências arqueológicas de um contexto doméstico

262

MANUEL JESÚS LINARES LOSA Un nuevo lote cerámico del guájares, granada). La casa 7

266

24.

25.

poblado fortificado medieval

de “el castillejo” (los

26.

MARIA INÊS RAIMUNDO | VANESSA DIAS Al-Madan e o seu Contexto na Península Ibérica

271

27.

VANESSA FILIPE | CLEMENTINO AMARO Castle of Torres Vedras. Archaeological perspectives on a medieval context

275

28.

ALBERTO GARCÍA PORRAS | MANUEL JESÚS LINARES LOSA MOISÉS ALONSO VALLADARES | LAURA MARTÍN RAMOS De castillo fronterizo nazarí a fortaleza castellana. Los materiales cerámicos del entorno de la torre del homenaje del castillo de moclín (granada)

279

PILAR LAFUENTE IBÁÑEZ Cerámica mudéjar sevillana hallada en la excavación del solar  nº 16 de la calle cervantes de coria del río (sevilla, españa). Los materiales del pozo b

285

30.

SARA ALMEIDA | SUSANA TEMUDO Cerâmica do século XIII, no contexto do Bairro Judaico de Coimbra (Portugal)

291

31.

TÂNIA MANUEL CASIMIRO | TELMO SILVA | DÁRIO NEVES | CAROLINA SANTOS* Cerâmicas Medievais da Rua da Corredoura (Évora)

298

32.

ALBERTO LÓPEZ MULLOR La cerámica del mas montgròs, el brull (barcelona), siglos xi-xv

303

33.

ANTÓNIO MANUEL S. P. SILVA | MANUELA C. S. RIBEIRO Cerâmicas medievais (sécs. Ix-xii) do castelo de arouca (n. Portugal)

310

34.

M. CARMEN RIU DE MARTÍN Ladrilleros barceloneses de la primera mitad del siglo xv

318

35.

ALEXANDRA GASPAR | ANA GOMES Cerâmicas pintadas a branco do século xv/xvi encontradas no castelo de s. Jorge, lisboa, portugal

326

LUÍS SERRÃO GIL Entre tachos e panelas: cerâmica medieval do silo do castelo de Porto de Mós

333

29.

36.

37.

MARIA RAFFAELLA CATALDO Ceramica rivestita dal castello di Circello (Benevento)

340

38.

GONÇALO LOPES | JOSÉ RUI SANTOS Cerâmicas islâmicas da natatio das termas romanas de Évora

346

39.

MARIA JOSÉ GONÇALVES Contributo para o estudo dos utensílios do quotidiano de um Arrabalde islâmico de Silves: a cerâmica decorada a verde e manganês

353

TEMA: 2 CERÂMICA E ALIMENTAÇÃO POTTERY AND FOOD 40.

JOANITA VROOM The archaeology of consumption in the eastern Mediterranean: A ceramic perspective

359

41.

F. CANTINI | S. G. BUONINCONTRI | B. FATIGHENTI Ceramica e alimentazione nel Medio Valdarno inferiore medievale: il caso di San Genesio (San Miniato-Pi)

368

42.

JAQUELINA COVANEIRO | SANDRA CAVACO Entre tachos e panelas: a evolução das formas de cozinha (Tavira)

377

43.

JUAN ZOZAYA Cacharros, fuegos, comidas, servicios, escrituras…

387

44.

TÂNIA MANUEL CASIMIRO | LUÍS DE BARROS De quem são estas ollas? Comer, beber, armazenar Em Almada no século XIII

392

TEMA: 3 O MEDITERRÂNEO E O ATLÂNTICO THE MEDITERRANEAN AND THE ATLANTIC ANTÓNIO MANUEL S. P. SILVA | PEDRO PEREIRA | TERESA P. CARVALHO Conjuntos cerâmicos do Castelo de Crestuma (Vila Nova de Gaia, N. Portugal). primeiros elementos para uma sequência longa (sécs. Iv-xi)

401

JORGE DE JUAN ARES | YASMINA CÁCERES GUTIÉRREZ | MARÍA DEL CRISTO GONZÁLEZ MARRERO | MIGUEL ÁNGEL HERVÁS HERRERA | JORGE ONRUBIA PINTADO Objetos para un espacio y un tiempo de frontera: el material cerámico de fum asaca en sbuya, provincia de sidi ifni, marruecos (ss. Xv-xvi)

420

HUGO BLAKE | MICHAEL J. HUGHES The mediterranean and the atlantic archaeometrical research on the provenance of ‘mediterranean maiolica’ and italian pottery found in great britain

432

48.

HENRI AMOURIC | GUERGANA GUIONOVA | LUCY VALLAURI Céramiques aux îlles d’Amérique. la part de la Méditerranée (XVIIe-XIXe s.)

440

49.

RODRIGO BANHA DA SILVA | ADRIAAN DE MAN Palácio dos Condes de Penafiel: a significant late antique context from Lisbon

455

50.

MARCO LIBERATO | HELENA SANTOS Circulação de materiais setentrionais na Santarém medieval

461

51.

MIGUEL BUSTO ZAPICO | JOSÉ AVELINO GUTIÉRREZ GONZÁLEZ | ROGELIO ESTRADA GARCÍA Las lozas de la casa carbajal solís, punto de encuentro entre el mediterráneo y el norte de europa

466

ARMANDO SABROSA† | INÊS PINTO COELHO | JACINTA BUGALHÃO As porcelanas da Sé da Cidade Velha, Ilha de Santiago, Cabo Verde

473

45.

46.

47.

52.

TEMA: 4 EVOLUÇÃO E TRANSFERÊNCIA DAS TÉCNICAS EVOLUTION AND TRANSFER OF TECHNIQUES JOAN NEGRE PÉREZ Producciones cerámicas en el distrito de ţurţūša entre la antigüedad tardía y el mundo islámico (siglos vi-xii)

483

KONSTANTINOS T. RAPTIS Brick and tile producing workshops in the outskirts of thessaloniki from fifth to fifteenth century: a study of the firing technology that has been diachronically applied in the ceramic workshops of a large byzantine urban center

493

LÍDIA FERNANDES | JOÃO COROADO | MARCO CALADO | CHIARA COSTANTINO Ocupação medieval islâmica no Museu de Lisboa -Teatro Romano de Lisboa: O caso do aproveitamento do post scaenium no decurso do século XII

509

56.

ROSALIND A WADE HADDON What was cooking in Aleppo in the twelfth and thirteenth centuries?

519

57.

IBRAHIM SHADDOUD Production de poterie chez les Nizarites de Syrie  : l’atelier de Massyaf (milieu XIIepremier tiers du XIVe siècle)

525

SERGIO ESCRIBANO-RUIZ | JOSE LUIS SOLAUN BUSTINZA La introducción y normalización de la cerámica vidriada en el Cantábrico Oriental a la luz del registro cerámico de Vitoria-Gasteiz (siglos XII-XV)

534

JAUME COLL CONESA | JOSEP PÉREZ CAMPS | MARTA CAROSCIO | JUDIT MOLERA TRINITAT PRADELL | GLORIA MOLINA Arqueología, arqueometría y cadenas operativas de la cerámica de Manises localizada en el solar Fábricas nº 1 (Barri d’Obradors, Manises, campaña 2011)

549

60.

JACQUES THIRIOT | DAVID OLLIVIER | VÉRONIQUE RINALDUCCI Fouiller les encyclopédistes : transfert de modèles aux Antilles françaises

560

61.

ELENA SALINAS | JUAN ZOZAYA Pechina: el antecedente de las cerámicas vidriadas islámicas en al-andalus

573

62.

GUERGANA GUIONOVA | ROCCO RANTE Aperçu sur la production des ateliers de Paykend, Oasis de Bukhara, Ouzbékistan

577

63.

KRINO P. KONSTANTINIDOU | KONSTANTINOS T. RAPTIS Archaeological evidence of an ELEVENtH-century kiln with rods in Thessaloniki

589

64.

LAURA APARICIO SÁNCHEZ El alfar cordobés de Ollerías y sus producciones (siglos XII-XIII)

596

65.

SERGEY BOCHAROV | ANDREY MASLOWSKIY The Eastern Crimean Centers of Glaze Pottery Production in 13th and 14th centuries

604

66.

JAUME COLL CONESA | CLODOALDO ROLDÁN GARCÍA Composición del pigmento de cobalto y cronología de la azulejería medieval de Manises (Valencia) conservada en el Museo Nacional de Cerámica

608

JULIA BELTRÁN DE HEREDIA BERCERO | CLAUDIO CAPELLI | ROBERTA DI FEBO MARISOL MADRID I FERNÁNDEZ | ROBERTA DI FEBO | JAUME BUXEDA I GARRIGÓS Imitaciones de ceràmicas à taches noires en barcelona en el s. Xviii. Datos arqueológicos y arqueométricos

613

ANNA RIDOVICS | BERNADETT BAJNÓCZI | GÉZA NAGY | MÁRIA TÓTH The transfer of the tin-glazed faience technology by hutterite anabaptists to eastcentral europe during 16th and 17th centuries

619

53.

54.

55.

58.

59.

67.

68.

TEMA: 5 CERÂMICA E COMÉRCIO CERAMICS AND TRADING YASEMIN BAGCI VROOM A New Look on Medieval Ceramics from the Old Gözlükule Excavations: A Preliminary Presentation

627

EVELINA TODOROVA Policy and trade in the northern periphery of the eastern mediterranean: amphora evidence from present-day bulgaria (7th–14th centuries)

637

71.

ISABEL CRISTINA FERNANDES | CLAIRE DÉLÉRY | SUSANA GÓMEZ | MARIA JOSÉ GONÇALVES | ISABEL INÁCIO | CONSTANÇA DOS SANTOS | CATARINA COELHO MARCO LIBERATO | ANA SOFIA GOMES | JACINTA BUGALHÃO | HELENA CATARINO SANDRA CAVACO | JAQUELINA COVANEIRO O comércio da corda seca no gharb al-andalus

649

72.

CLAUDIO FILIPPO MANGIARACINA La Sicilia islamica: produzione, circolazione e consumo di ceramica (IX-pieno XI secolo)

667

73.

GUERGANA GUIONOVA Céramique d’importation du XIVe au XVIIe s. en Bulgarie

681

74.

INÉS Mª CENTENO CEA | ÁNGEL L. PALOMINO LÁZARO | MANUEL MORATINOS GARCÍA Mª J. NEGREDO GARCÍA | J.E. SANTAMARÍA GONZÁLEZ Cerámica de cocina rugosa de pastas claras/campurriana versus cerámica granítica/ zamorana. Patrones de distribución y expansión en época bajomedieval y en la transición a la edad moderna en el norte de castilla y león

692

VASSILEIOS D. KOROSIS Consumption and importation of ceramics in a fairly unknown site of late Roman Greece. A case study from Megara, Attica, Greece

701

76.

NATALIA GUINKUT | VICTOR LEBEDINSKI | JULIA PRONINA Medieval amphorae from shipwrecks near Chersones Taurica

707

77.

VICTOR FILIPE | MARCO CALADO | SANDRA GUERRA | ANTÓNIO VALONGO JOÃO LEÓNIDAS | ROMÃO RAMOS | MARGARIDA ROCHA | JACINTA COSTA | NATALIA GINKUT A cerâmica de importação no arrabalde ocidental de luxbuna (lisboa). Dados preliminares da intervenção realizada no hotel de santa justa

711

SYLVIE YONA WAKSMAN Late medieval pottery production in South Western Crimea: laboratory investigations of ceramics from Cembalo (region of Sebastopol / Chersonesos)*

719

RAFFAELLA CARTA La ceramica italiana indicatore del commercio tra il mediterraneo occidentale e l’atlantico (secoli xv-xvii)

724

JULIA BELTRÁN DE HEREDIA BERCERO | NÚRIA MIRÓ I ALAIX Barcelona y el comercio interior de cerámica en el siglo xvii y principios del xviii: vilafranca del penedés (barcelona), teruel, villafeliche y muel (zaragoza), valencia, talavera de la reina (toledo), sevilla y portugal

729

69.

70.

75.

78.

79.

80.

TEMA: 6 NOVAS DESCOBERTAS NEW DISCOVERIES 81.

RICARDO COSTEIRA DA SILVA Medieval pottery from the forum of aeminium (Coimbra, Portugal) : a proposal of chrono-typological evolution

739

82.

ABDALLAH FILI Le décor de la céramique de Fès à l’époque mérinide, typologie et statistiques

750

83.

SOPHIE GILOTTE | YASMINA CÁCERES GUTIÉRREZ | JORGE DE JUAN ARES Un ajuar de época almorávide procedente de Albalat (Cáceres, Extremadura)

763

84.

MARCO LIBERATO A pintura a branco na Santarém medieval. Séculos XI a XVI

777

85.

THIERRY JULLIEN | MOHAMED KBIRI ALAOUI | VIRGINIE BRIDOUX | ABDELFATTAH ICHKHAKH | EMELINE GRISONI | CÉLINE BRUN | SÉVERINE LECLERCQ | HICHAM HASSINI | HALIMA NAJI Les céramiques mérinides de kouass (asilah-briech, maroc)

792

ELVANA METALLA La céramique médiévale en Albanie : relations entre les productions byzantines et italiennes

807

ANDRÉ TEIXEIRA | AZZEDDINE KARRA | PATRÍCIA CARVALHO La céramique médiévale d’Azemmour (Maroc) : données préliminaires sur des vestiges de production potière

819

88.

EBRU FATMA FINDIK Medieval Glazed Ceramics from Myra and New Results

831

89.

SERGEY BOCHAROV | ANDREY MASLOWSKIY | AIRAT SITDIKOV The Kashi pottery in the Western Regions of Golden Horde

840

90.

ÉLVIO DUARTE MARTINS SOUSA | FERNANDO CASTRO Novos dados químicos de formas de pão-de açúcar produzidas em Portugal: séculos XV a XVI

846

ALEXANDRA GASPAR | ANA GOMES Cerâmicas comuns da Antiguidade Tardia provenientes do Claustro da Sé de Lisboa – Portugal

851

Mª TERESA XIMÉNEZ DE EMBÚN SÁNCHEZ Tipos y contextos cerámicos en el yacimiento emiral del Cabezo Pardo (San Isidro, Alicante). Una breve reflexión sobre la cultura material en el SE Peninsular

861

93.

CRISTINA GONZALEZ Quinta da Granja 1: cerâmica emiral de um povoado da Estremadura

866

94.

DÉBORA MARCELA KISS La cerámica del Tossal del Moro (Benilloba, Alacant). Primeros resultados del estudio de los fondos depositados en el Centre d´Estudis Contestans

875

CRISTINA GARCIA | PATRÍCIA DORES | CATARINA OLIVEIRA | MIGUEL GODINHO Tipologia e funcionalidade nas cerâmicas da casa i do bairro islâmico do poço antigo em cacela-a-velha

882

96.

MANUEL RETUERCE VELASCO | MANUEL MELERO SERRANO Azulejos almohades vidriados a molde de calatrava la vieja (1195-1212)

887

97.

ANA CRISTINA RAMOS | MIGUEL SERRA Novos dados sobre halqal-zawiya (Lagos, Portugal)

893

98.

KAREN ÁLVARO | M. DOLORES LÓPEZ | ESTHER TRAVÉ Una nueva contribución al estudio de la loza barcelonesa decorada en verde y manganeso

900

99.

CARLOS BOAVIDA Medieval pottery from the castle of Castelo Branco (Portugal)

906

100.

FRANCISCO MELERO GARCÍA Pottery of the nasrid period of cártama (málaga)

912

86.

87.

91.

92.

95.

101.

CONSTANÇA GUIMARÃES DOS SANTOS | ELISA ALBUQUERQUE A Capela de São Pedro da Capinha através dos materiais: a cerâmica medieval

917

102.

RICARDO COSTEIRA DA SILVA “Traços mouriscos” na cerâmica do século XV do antigo Paço Episcopal de Coimbra (Museu Nacional de Machado de Castro)

924

103.

IRYNA TESLENKO Crimean Local Glazed Pottery of the 15th century

928

104.

MARIA JOSÉ GONÇALVES Cerâmica em Corda Seca de um Arrabalde Islâmico de Silves: contributo para o seu estudo

934

TEMA: 5

CERÂMICA E COMÉRCIO CERAMICS AND TRADING

Victor FILIPE | Marco CALADO | Sandra GUERRA | António VALONGO | João LEÓNIDAS | Romão RAMOS | Margarida ROCHA | Jacinta COSTA

A CERÂMICA DE IMPORTAÇÃO NO ARRABALDE OCIDENTAL DE LUXBUNA (LISBOA). DADOS PRELIMINARES DA INTERVENÇÃO REALIZADA NO HOTEL DE SANTA JUSTA Resumo: A recente intervenção arqueológica levada a cabo no final de 2011 na Rua dos Correeiros/Rua de Santa Justa, Lisboa, veio pôr a descoberto importantes vestígios de época islâmica na zona da Baixa Pombalina. Durante os trabalhos de escavação foram documentadas diversas estruturas habitacionais e viárias pertencentes ao arrabalde ocidental da cidade de Lisboa em Época Islâmica, de que já se conheciam os vestígios da Praça da Figueira, do Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros e do Mandarim Chinês. A cerâmica exumada no decurso da referida intervenção e a sua respectiva associação aos diferentes espaços e momentos de ocupação representam um precioso elemento na hora de interpretar cronológica e culturalmente aquele sítio, fornecendo, de igual forma, importantes testemunhos no que se refere a factores económicos, comerciais e sociais. Abstract: The recent archaeological intervention, carried out at the end of 2011 at Rua dos Correeiros/Rua de Santa Justa, Lisbon, has discovered important traces of Islamic era in the historic center. Several residential and road structures belonging to the western suburbs of the city of Lisbon in Islamic era were documented during the excavation. This western suburb of the city was already known by the nearby excavations at Praça da Figueira, Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros and Mandarim Chinês. The pottery recovered during that intervention and its respective association to different spaces and moments of the occupation represent a precious element when it comes to interpret chronologically and culturally that site, providing, in the same way, important evidences regarding economic, commercial and social factors.

INTRODUÇÃO A intervenção arqueológica do Hotel de Santa Justa foi realizada entre Agosto e Outubro de 2011 no edifício situado na confluência da Rua dos Correeiros, nº 194 a 208, e Rua de Santa Justa, nº 42 a 48, Lisboa. Os trabalhos enquadraram-se numa perspectiva de minimização de impactes sobre o património cultural decorrentes do projecto de construção do Hotel, promovido pela empresa Falabela - Sociedade de Investimentos Imobiliários, Lda, tendo-se efectuado a escavação integral da área do subsolo afectada pelo referido projecto. No edifício em causa existia já uma cave (possivelmente construída nos anos 60 ou 70 do século XX, obras que decorreram sem qualquer controle arqueológico), cujo pavimento se encontrava à cota dos contextos de abandono de Época Islâmica, tendo-se escavado uma profundidade média de 1,20 m, e 1,50 m em alguns locais. Do ponto de vista geológico o sítio encontra-se implantado numa zona de aluviões recentes, encaixado no vale da Baixa, antigo esteiro do Rio Tejo que recebia as águas das ribeiras de Arroios e do Vale Pereiro. Está enquadrado a Este e Oeste, respectivamente, pelas colinas do Castelo e de São Francisco, onde predominam as areolas da Estefânia, os calcários de Entre Campos (ou Banco Real) e as argilas do Forno do Tijolo. Pretende-se aqui apresentar os primeiros dados do estudo das cerâmicas de importação ali recolhidas, procurandose relacionar essa informação com o conhecimento que actualmente se detém da Lisboa Islâmica e das suas relações comerciais com outros pontos do mundo Islâmico.

O BAIRRO ISLÂMICO DO ARRABALDE OCIDENTAL A área escavada corresponde essencialmente à fase de ocupação islâmica: desde os depósitos de aluvião que selam os contextos daquele período e marcam o abandono do bairro islâmico, até aos depósitos de aluvião onde foi construído o referido bairro, e que simultaneamente marcam a fase de abandono dos contextos romanos tardios. Foram identificadas duas ocupações cronologicamente e funcionalmente distintas neste espaço em Época Islâmica, definidas como Fase 1 e Fase 2. A Fase 1 caracteriza-se pela proliferação de valas (quase sempre orientadas N-S e E-O) escavadas nos depósitos de aluvião que selam os contextos baixo imperiais, eventualmente relacionadas com actividades agrícolas, e pela existência de um poço e de um grande muro orientado a NNO-SSE. Trata-se de um muro com 1,40 m de largura, relativamente bem aparelhado nas suas faces interna e externa, com ligante em argamassa, com um comprimento mínimo de 17 m (embora não tenha sido posto a descoberto em toda esta extensão) e que se prolongaria para lá da área agora intervencionada, tanto para NNO como para SSE. O facto de se encontrar preservado unicamente ao nível da primeira fiada de pedra em todos os locais onde foi identificado parece indicar que a estrutura terá sido intencionalmente desmantelada ainda em Época Islâmica e em fase anterior à construção da grande calçada e do bairro do século XI. De facto, não deixa de ser curioso e sugestivo que aquela via siga exactamente o mesmo traçado que o referido muro, tendo sido registada precisamente nos mesmos locais daquela. Independentemente de qual a funcionalidade deste grande

712

CERÂMICA E COMÉRCIO - CERAMICS AND TRADING

Fig.1 Localização do sítio da intervenção.

muro, ele parece ter marcado o traçado urbanístico em Época Islâmica daquela zona do arrabalde ocidental, perpetuandose aquele eixo no traçado da calçada. Refira-se ainda que, no conjunto de todas as estruturas islâmicas documentadas nesta intervenção, esta era a única que utilizava argamassa como ligante. A segunda fase de ocupação islâmica deste espaço é estratigráfica e cronologicamente posterior à fase de construção e abandono do muro anteriormente referido, sendo constituída por uma ocupação e utilização do espaço bastante mais intensa. Corresponde a um conjunto de estruturas habitacionais e viárias, enquadráveis no âmbito mais alargado do bairro islâmico do arrabalde Ocidental da cidade, de que, aliás, já se conheciam testemunhos exumados nas escavações da Praça da Figueira (Silva, no prelo; Silva et alii, 2011), do Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (Bugalhão et alii, 2003; Bugalhão et alii, 2007), e do Mandarim Chinês, na Rua Augusta (Bugalhão e Folgado, 2001; Bugalhão et alii, 2004).

O conjunto de estruturas documentadas, embora de suma importância, pauta-se por uma certa intermitência, fruto tanto das destruições ocorridas aquando da construção do piso de cave nos anos 60/70 do século XX como da própria natureza da actual intervenção, existindo diversas áreas que não foram alvo de escavação. Este registo parcelar dos vestígios arqueológicos, por si só já bastante truncados, dificulta a interpretação de algumas questões relacionadas com a organização e estruturação das construções identificadas, nomeadamente com a correcta definição dos limites e áreas dos espaços habitacionais. O urbanismo nesta área do bairro é marcado pelo eixo viário de uma grande calçada, que segue uma orientação NNOSSE, inflectindo para SE sensivelmente ao meio do edifício pombalino. Refira-se que também na escavação da Praça da Figueira foi identificada uma grande calçada de Época Islâmica, sendo que o autor (Silva, no prelo) refere que aquela se situava no sector mais ocidental da intervenção, devendo corresponder à mesma estrutura viária.

POSTER

713

Fig.2 Planta geral das estruturas islâmicas da Fase 2.

Tendo em conta as cronologias dos materiais exumados nos contextos da Fase 2, as estruturas habitacionais e viárias do bairro islâmico deverão ter sido construídas durante o séc. XI, provavelmente próximo de meados do século, tendo sido utilizadas até à conquista da cidade de Lisboa em 1147. OS MATERIAIS Em termos globais observa-se sobretudo a presença de cerâmica comum e de cerâmica com pintura a negro, a vermelho e a branco, de importação e de produção local/ regional. Está igualmente bem representada a cerâmica vidrada com decoração a manganês e os vidrados a verde e manganês, e em menor número a corda seca total e parcial, candis em cerâmica comum e com decoração em corda seca parcial e vidrado parcial e total. Quanto às formas, marcam presença sobretudo as taças e as tijelas, e em menor proporção, panelas bilhas, talhas, garrafas, potes, alguidares, cântaros, jarras e púcaros. Os materiais enquadram-se, genericamente, entre o século XI e a primeira metade do século XII. No que se refere aos materiais importados, foram individualizados nove grupos de fabrico distinto com base nas características das pastas. Trata-se de pastas que diferem das produções locais/regionais sobretudo na composição dos elementos não plásticos utilizados, bem como na cor e tipo de pasta. Embora a atribuição de cada um dos grupos de fabrico aos respectivos centros produtores não seja, de momento, possível, observa-se uma clara predominância dos Grupos 1 e 2, constituindo 50% do total das importações de cerâmica. Mesmo tendo em conta que as relações comerciais (no que se refere à cerâmica) demonstram uma clara predilecção por alguns centros produtores (muito provavelmente localizados na área meridional do Al-andalus), a documentação de nove grupos de pastas distintos num conjunto cerâmico relativamente pequeno e estatisticamente pouco representativo evidencia uma diversificada variedade de centros de aprovisionamento de cerâmica e de pontos de

contacto comercial com a cidade de Lisboa, sublinhando a importância que esta urbe teria no âmbito da economia e comércio peninsular. Quanto às formas importadas, destacam-se as taças (39%) e as jarras (18%), e em menor percentagem as tijelas (8%), garrafas (5%) e candis (6%). Sertãs, queimadores, bilhas, copos e cântaros seriam sobretudo de produção local, uma vez que eram escassamente importadas. Relativamente ao tipo de decoração, a cerâmica com pintura a vermelho (14%) e a negro (10%) estão entre as melhor representadas, sendo apenas suplantadas pelos vidrados a verde e manganês (18%). Em proporções equivalentes surgem os vidrados verdes, alaranjados, verde parcial e verde e alaranjado, sendo escassamente representados os vidrados brancos, castanhos e alaranjado e manganês. A corda seca, total (4%) e parcial (4%), surge igualmente em escassa quantidade. Por outro lado, não deixa de ser curioso verificar a representatividade da cerâmica importada sem qualquer tipo de decoração (9%). Refira-se ainda a ausência de importação de cerâmica com pintura a branco, bem representada nas produções locais/ regionais. Importa salientar que um estudo mais pormenorizado sobre os contextos desta intervenção ainda se encontra em fase de desenvolvimento, mas para já, como se referiu anteriormente, o espólio cerâmico espelha todo um conjunto de produções balizáveis entre o século XI e o século XII. Entre as formas integráveis no início das primeiras taifas destacam-se três taças com decoração em verde e verde e manganês. Duas delas são de calote baixa com pé anelar (nº 55 e 75) e a terceira (nº 85) é de carena baixa e suave, com lábio extrovertido boleado, tendencialmente sub-triangular. No que se refere aos motivos decorativos encontram-se paralelos para o nº 55 na alcáçova do Castelo de Mértola, datadas do século X (Torres e Gomez, 1995: nº 77).

714

CERÂMICA E COMÉRCIO - CERAMICS AND TRADING

Entre as taças em calote dominam as formas com vidrado total e lábio semi-circular, reflectindo influências tipológicas ainda integráveis no século XI (nºs 11 e 48). Do ponto de vista quantitativo, e no que se refere a decorações pintadas, convém destacar entre as peças de servir o ligeiro domínio da pintura a vermelho sobre a pintura a negro, embora o número de elementos com este último tipo decorativo não se encontre muito longe do primeiro. Esta circunstância poderá sublinhar uma cronologia integrável no século XI, considerando os dados da Praça Nova (Castelo de São Jorge) onde que se verificou um claro domínio da pintura a vermelho sobre a pintura a negro na primeira metade do século XII, sendo que nos momentos finais da ocupação almorávida este tipo decorativo é já meramente vestigial (Gomes et alii, 2001).

Fig.3 Percentagens das formas de cerâmica importada presentes no

Hotel de Santa Justa.

As cerâmicas com decoração em vidrado total correspondem maioritariamente a taças com formas já bem documentadas em contextos almorávidas na arqueologia lisboeta. Entre as formas vidradas temos necessariamente que referir uma taça com motivo estampilhado sobre vidrado melado escuro (nº 52) e um pequeno pote com decoração incisa sobre vidrado verde (nº 66). GRUPOS DE FABRICO Grupo 1: Pasta laminada, cinzento esverdeado (5 GY 7 a 5 GY 6), com presença de quartzos angulosos de pequena dimensão e bem distribuídos, presença rara de mica e elementos negros de forma arredondada e textura esponjosa pouco frequentes. Grupo 2: Pasta esponjosa, bem depurada, de cor bege a castanho-alaranjado (2.5 Y 8/3), com presença de quartzos angulosos de pequena dimensão e bem distribuídos, calcites, mica e óxidos de ferro pouco frequentes, raros elementos negros de pequena dimensão, forma arredondada e textura esponjosa.

Fig.4 Percentagens dos grupos de fabrico da cerâmica importada.

Grupo 3: Pasta compacta e homogénea, bem depurada, de cor castanho-avermelhado claro (7.5 YR 6/4), com presença rara de mica de pequena dimensão, calcite e quartzos angulosos de pequena dimensão. Grupo 4: Pasta arenosa de fractura irregular, vermelho claro (5 YR 7/6), com presença de quartzos boleados de pequena dimensão e pequenos nódulos de cerâmica cozida pouco frequente. Grupo 5: Pasta arenosa, homogénea, de grão fino e fractura regular, vermelho claro (2.5 YR 7/8), com presença ocasional de calcite, pequenas micas pouco frequentes e quartzos boleados de pequena dimensão igualmente pouco frequentes.

Fig.5 Percentagens dos tipos de decoração da cerâmica importada.

Grupo 6: Pasta esponjosa, de cor bege (7.5 YR 7/4), com presença frequente de pequenos e médios nódulos de cerâmica cozida, pequenos quartzos boleados pouco frequentes e bem distribuídos, minúsculas micas.

715

POSTER

Fig.6 Cerâmica de importação do Hotel de Santa Justa.

Grupo 7: Pasta arenosa, de cor amarelo claro (2.5 Y 8/2), com presença de quartzos boleados de pequena, média e grande dimensão, mica e Grupo 8: Pasta compacta e bem depurada, de fractura regular, de cor vermelho claro (5 YR 6/6), com presença de nódulos de cerâmica moída de pequena e média dimensão, raros quartzos boleados de pequena dimensão, mica ocasional e elementos negros de pequena dimensão, forma arredondada e textura esponjosa. Grupo 9: Pasta arenosa, de cor vermelho-amarelado (5 YR 7/4), com presença abundante de quartzos boleados de pequena dimensão, raros nódulos de cerâmica moída de pequena dimensão.

COMENTÁRIO FINAL A escavação de mais um segmento do bairro islâmico do arrabalde Ocidental de Lisboa vem lançar mais alguma luz sobre esta zona da cidade islâmica, permitindo esboçar algumas interpretações relativamente ao urbanismo desta área, ao tipo de construções existentes e à diacronia da sua ocupação. Os dados agora publicados vêm completar as informações já conhecidas de escavações na zona da baixa pombalina com contextos islâmicos, nomeadamente da Praça da Figueira (Silva, no prelo; Silva et alii, 2011), do Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (Bugalhão et alii, 2003; Bugalhão et alii, 2007), e do Mandarim Chinês, na Rua Augusta (Bugalhão e Folgado, 2001; Bugalhão et alii, 2004).

716 Nº INV.

CERÂMICA E COMÉRCIO - CERAMICS AND TRADING

UE

SOND.

FRAGMENTO

FORMA

GRUPO DE FABRICO

DECORAÇÃO

1 2 3 4 5 6 7 8 9

[244] [244] [244] [133] [244] [244] [244] [143] [133]

15 15 15 12 15 15 15 8 12

Ombro Asa Bojo Fundo Bordo Bordo Bojo Fundo+pança+ arr. de asa Fundo

Garrafa? Bilha Indet. Taça Jarra Sertã Cântaro Jarra Taça

G2 G2 G6 G6 G6 G6 G6 G2 G2

10

[133]

12

Bordo

Taça

G1

11

[70]

6

Bordo

Taça

G8

12 13

[70] [70]

6 6

Bordo Fundo

Taça Taça

G1 G4

14

[70]

6

Bordo

Taça

G1

15 16 17 18 19

[10] [10] [240] [173] [173]

1 1 14 13 13

Bojo Bordo Arr. de asa Bojo Bordo

Jarra? Tijela Jarra Jarra Taça

G2 G4 G1 G2 G8

20 21 22

[173] [173] [173]

13 13 13

Bordo Bordo Bordo

Taça Tijela Taça

G5 G2 G1

23

[121]

13

Fundo

Taça

G1

24 25

[474] [474]

26 26

Bojo Bojo

Jarra? Indet.

G2 G2

26

[175]

13

Bojo

Taça

G8

27 28 29 30 31 33 34 35

[133] [133] [133] [41] [41] [23] [23] [40]

10 10 10 5 5 3 3 5

Bojo Asa Ombro Ombro Bojo Bojo Fundo

Candil Jarra? Jarra? Garrafa? Garrafa? Taça Taça Taça

G8 G7 G7 G4 G1 G6 G6 G8

36

[40]

5

Bojo

Indet.

G9

37 38

[90] [275]

11 14

Bordo Bordo

Tijela Taça

G2 G9

39 40

[275] [1]

14 14

Asa Bordo

Jarra Tijela

G9 G9

41 42 43 44 45 46 47

s/c [333] [274] [124] [399] [68] [68]

31 14 15 13 20 6 6

Bordo Bordo Asa Bordo Fundo Bordo Bordo

Tijela Taça Indet. Jarra Taça Taça Taça

G9 G9 G2 G2 G2 G6 G1

48 49

[302] [302]

14 14

Bordo

Candil Taça

G6 G1

50

[302]

14

Bordo

Tijela

G9

51 52

[68] [546]

6 31

Bojo

Candil Taça

G1 G2

Pintura a vermelho Pintura a negro Pintura a vermelho Pintura a vermelho Pintura a negro Pintura a negro Pintura a vermelho Sem decoração Vidrado verde no interior e alaranjado no exterior Vidrado verde e alaranjado no interior e melado no exterior Vidrado branco e verde no interior Pintura a vermelho Vidrado verde e alaranjado no interior e no exterior Vidrado verde e alaranjado no nterior e no exterior Corda seca parcial Vidrado castanho Vidrado verde Corda seca parcial Vidrado alaranjado com decoração a manganês no interior Vidrado alaranjado Vidrado alaranjado Vidrado esverdeado com decoração a manganês no interior Vidrado verde com decoração a manganês no interior Corda seca parcial Vidrado verde com decoração a manganês no interior Vidrado verde com decoração a manganês no interior Vidrado verde parcial (“pingado”) Vidrado verde parcial (“pingado”) Pintura a negro Vidrado castanho no exterior Vidrado verde parcial (“pingado”) Corda seca total Vidrado alaranjado Vidrado verde com decoração a manganês no interior Vidrado alaranjado com decoração a manganês no interior Vidrado alaranjado Vidrado verde no interior e alaranjado no exterior Pintura a negro Vidrado verde no interior e alaranjado no exterior Vidrado esverdeado e alaranjado Vidrado alaranjado Sem decoração Sem decoração Pintura a vermelho Pintura a vermelho Vidrado verde com decoração a manganês no interior Sem decoração Vidrado verde com decoração a manganês no interior Vidrado verde no interior e alaranjado no exterior Vidrado verde Vidrado alaranjado no interior e verde e alaranjado no exterior. Estampilha de estrela com oito pontas

Fig.7 Tabela 1 - Base de dados da cerâmica de importação no Hotel de Santa Justa.

ϲϱ

ϳϮ

717

POSTER

Nº INV.

UE

SOND.

FRAGMENTO

FORMA

GRUPO DE FABRICO

DECORAÇÃO

53 54 55

[64] [499] [301]

6 27 14

Bordo Bordo+arr. de asa Fundo

Garrafa? Jarra Taça

G2 G2 G2

56

[301]

14

Bordo

Taça

G1

57

[301]

14

Bordo

Tijela

G1

58 59 60 61 62 63 64 ϲϱ 66

[301] [301] [301] [483] [483] [483] [483] ΀ϭϵϱ΁ [504]

14 14 14 18 25 25 25 ϭϲ 27

Bojo Bordo Bordo Fundo Fundo Bojo WĞƌĮůĐŽŵƉůĞƚŽ Bordo

Indet. Jarra Taça Taça Candil Taça Taça dĂĕĂ Pote

G3 G2 G4 G4 G2 G2 G2 'ϴ G2

67

[64]

6

Bojo

Jarra?

G5

68

s/c

Bojo

Indet.

G4

69

s/c

Fundo

Taça

G8

70 71 ϳϮ 73 74 75

[27] [357] ΀ϭϵϯ΁ [408] [447] [450]

1 14 ϭϲ 24 23 23

Bordo+arr. de asa WĞƌĮůĐŽŵƉůĞƚŽ Fundo Ombro Fundo

Candil Jarra dĂĕĂ Jarra Garrafa Taça

G7 G6 'Ϯ G6 G6 G7

76 77 78 79 80 81 82 83 85

[365] [273] [60] s/c [86] [356] [356] [86] [365]

14 14 6 14 10 14 14 10 14

Arr. de asa Asa Bordo

Jarra Indet. Indet. Indet. Taça Candil Jarra Indet. Tijela

G2 G1 G7 G4 G4 G2 G2 G6 G2

86 88 89 90 91 92 93

[386] [112] [401] [116] [51] [151] [151]

20 12 20 23 6 8 8

Fundo Bojo Asa Asa Asa Bojo Bojo

Taça Indet. Indet. Indet. Indet. Taça Indet.

G7 G4 G2 G2 G2 G9 G1

94 95 96 97 98 99 101 102 106 107 108 109

[151] [345] [331] [227] [528] [68] [133] [123] [538] [95] [33] [332]

8 14 14 15 29 1 12 12 31 11 1 14

Fundo Bojo Bojo Bordo Bojo Asa Bordo Fundo Bordo+asa Fundo Fundo Bordo

Jarra Indet. Indet. Taça Indet. Indet. Tijela Taça Taça Taça Queimador? Jarra

G1 G1 G7 G7 G2 G2 G2 G8 G1 G1 G2 G5

110

[332]

14

Bojo

Indet.

G5

111

[244]

15

Bordo

Taça

G1

112

[524]

29

Fundo

Taça

G4

Vidrado verde Vidrado verde e alaranjado Vidrado verde com decoração a manganês no interior Vidrado verde com decoração a manganês no interior Vidrado verde com decoração a manganês no interior Corda seca parcial Pintura a negro Vidrado alaranjado Corda seca total Vidrado verde Vidrado castanho Corda seca total sŝĚƌĂĚŽĂůĂƌĂŶũĂĚŽ Vidrado verde com decoração incisa no exterior Vidrado verde com decoração a manganês, em cartela no exterior e inscrição (?) Vidrado verde com decoração a manganês no interior Vidrado verde com decoração a manganês no interior Vidrado parcial verde Pintura a vermelho sŝĚƌĂĚŽǀĞƌĚĞĞĂůĂƌĂŶũĂĚŽ Sem decoração Sem decoração Vidrado verde com decoração a manganês no interior Pintura a negro Pintura a negro Pintura a vermelho Pintura a vermelho Sem decoração Vidrado parcial verde Sem decoração Pintura a vermelho Vidrado verde com decoração a manganês no interior Vidrado verde Pintura a negro Pintura a vermelho Vidrado parcial verde Pintura a negro Pintura a vermelho Vidrado verde com decoração a manganês no interior Vidrado alaranjado Pintura a vermelho Pintura a negro Vidrado branco Pintura a vermelho Vidrado parcial verde Sem decoração Vidrado verde no interior Vidrado verde Corda seca total Sem decoração Vidrado alaranjado com decoraçãoa manganês no interior Vidrado verde e alaranjado com decoração a manganês no interior Vidrado verde com decoração a manganês no interior Vidrado verde com decoração a manganês no interior

Bordo Bojo Bojo Asa Bordo

718

CERÂMICA E COMÉRCIO - CERAMICS AND TRADING

A documentação de uma amostra significativa de cerâmica importada, face ao conjunto total de cerâmica exumado na escavação, demonstra, por um lado, a íntima ligação da cidade de Luxbuna às rotas comerciais do mundo islâmico e a importância que estas tinham no aprovisionamento (entre outros bens) de cerâmica à cidade, sublinhando, por outro lado, a existência de uma rede intrincada de contactos comerciais entre vários pontos do Al-andalus e outras paragens geográficas. A documentação, neste conjunto de cerca de uma centena de fragmentos de cerâmica (classificáveis), de nove grupos de fabrico distintos, provavelmente provenientes de outras tantas regiões, sublinha o que anteriormente se referiu. BIBLIOGRAFIA BUGALHÃO, J.; FOLGADO, D. (2001) - O arrabalde ocidental

da Lisboa islâmica: urbanismo e produção oleira. Arqueologia Medieval. Porto, 7, pp. 111-145.

BUGALHÃO, J.; GOMES, A. S.; SOUSA, M. J. (2003) - Vestígios

de produção oleira islâmica no Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros, Lisboa. Arqueologia Medieval. Porto, 8, pp. 129-191.

BUGALHÃO, J.; GOMES, A. S.; SOUSA, M. J. (2007) - Consumo e

utilização de recipientes cerâmicos no arrabalde ocidental da Lisboa islâmica (Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros e Mandarim Chinês). Revista Portuguesa de Arqueologia. Lisboa, 10:1, pp. 317-343.

BUGALHÃO, J.; SOUSA, M. J. ; GOMES, A. S. (2004) - Vestígios

de produção oleira no Mandarim Chinês, Lisboa. Revista Portuguesa de Arqueologia. Lisboa, 7:1, pp. 575-643.

BUGALHÃO, J.; GÓMEZ MARTÍNEZ, S. (2005) - Lisboa, uma

cidade do Mediterrâneo Islâmico. In Muçulmanos e Cristãos entre o Tejo e o Douro (Sécs. VIII-XIII). Palmela: Câmara Municipal, pp. 237-262.

GOMES, A.; GASPAR, A.; PIMENTA, J.; VALONGO, A.; PINTO, P.; MENDES, H.; RIBEIRO, S.; GUERRA, S. (2001) – A cerâmica

pintada de época medieval da Alcáçova do Castelo de S. Jorge In M. LACERDA, M. SOROMENHO, M. M. RAMALHO, C. LOPES (coord.)- Garb. Sítios islâmicos do sul peninsular. Lisboa: IPPAR/ Departamento de Estudos- Junta de Extremadura/ Consejaría de Cultura, pp. 119-163.

GÓMEZ MARTÍNEZ, S. (2004) – La cerámica islámica de Mértola:

producción y comércio. Dissertação de Doutoramento apresentada na Universidad Complutense de Madrid, Facultad de Geografía e Historia. Policopiado.

SILVA, R. B. (no prelo) - A ocupação do período da dominação

islâmica na Praça da Figueira (Lisboa). Actas do Congresso Afonso Henriques e a sua Época. Lisboa, Ass. Amigos de Lisboa.

SILVA, R. B.; GOMES, R.; GOMES, M. (2011) - O bairro islâmico

da Praça da Figueira (Lisboa). In Cristão e Muçulmanos na Idade Média Peninsular - Encontros e desencontros. Lisboa, Instituto de Arqueologia e Paleociências das Universidades Nova de Lisboa e do Algarve, pp. 17-25.

TORRES, C.; GOMEZ. S (1995) - Le vert et brun au Portugal.

In Le Vert & le Brun -

DE KAIROUAN À AVIGNON, céramiques du Xe au XVe siècle.

Musées de Marseille - Réunion des Musées Nationaux, pp. 99-103.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.