A CIENCIOMETRIA DO ENTOMORIO – UM BREVE RETRATO DA PESQUISA ENTOMOLÓGICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

June 4, 2017 | Autor: Elidiomar Da Silva | Categoria: Entomology, Comparative Analysis, Entomologia, Análise Comparativa
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DA-SILVA, E.R. et al. 2016. A cienciometria do EntomoRio – um breve retrato da pesquisa entomológica no Estado do Rio de Janeiro. In: Da-Silva, E.R.; Passos, M.I.S.; Aguiar, V.M.; Lessa, C.S.S. & Coelho, L.B.N. (eds.) – Anais do III Simpósio de Entomologia do Rio de Janeiro. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, p. 2-10.

A CIENCIOMETRIA DO ENTOMORIO – UM BREVE RETRATO DA PESQUISA ENTOMOLÓGICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Elidiomar Ribeiro Da-Silva1,4 Luci Boa Nova Coelho2 Maria Inês da Silva dos Passos3 RESUMO O Simpósio de Entomologia do Rio de Janeiro (EntomoRio) é um evento científico bianual que congrega professores, pesquisadores e estudantes de diferentes áreas do estudo dos insetos, para a divulgação de pesquisas e troca de experiências. A análise cienciométrica dos trabalhos apresentados nas três edições (2011, 2013 e 2015) já realizadas do evento pode representar um breve retrato da pesquisa entomológica no estado. Um total de 447 pesquisadores participaram da autoria de resumos de temas livres, representando 52 instituições, algumas de outros estados e até do exterior. Três ordens de insetos se destacam entre as mais estudadas: Coleoptera, Diptera e Hemiptera. Fica clara a vocação do Estado do Rio de Janeiro para estudos taxonômicos, o que explica a grande quantidade de novos táxons propostos nos resumos. Somando-se as três edições do evento, foram apresentados trabalhos versando sobre quatro gêneros e 130 espécies novos, número bastante significativo. Também se destacam os inventários faunísticos, tão importantes no mapeamento da distribuição das espécies.

Palavras-chave: estudo cienciométrico; evento científico; insetos. ABSTRACT SCIENTOMETRICS OF ENTOMORIO – A BRIEF PORTRAIT OF ENTOMOLOGICAL RESEARCH IN RIO DE JANEIRO STATE The Entomological Symposium of Rio de Janeiro (EntomoRio) is a biannual scientific event that brings together professors, researchers and students from different areas of the study of insects, for the dissemination of research and exchange of experiences. The scientometric analysis of the papers presented in the three editions (2011, 2013 and 2015) have made the event may represent a brief picture of entomological research in the state. A total of 447 researchers participated in the authoring of free themes summaries, representing 52 institutions, some from other states and even abroad. Three orders of insects stand out among the most studied: Coleoptera, Hemiptera and Diptera. It is clear Rio de Janeiro State vocation for taxonomic studies, which explains the large amount of new taxa proposed in the summaries. Adding to the three editions of the event, papers were presented dealing on four new genera and 130 new species, quite a significant number. Also highlight the faunal inventories so important in mapping the distribution of species.

Keywords: insects; scientific event; scientometrics. ___________________ 1 Laboratório de Entomologia Urbana e Cultural, Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2 Laboratório de Entomologia, Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 3 Laboratório Insetos Aquáticos, Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 4 Autor correspondente: [email protected]. 2

INTRODUÇÃO

MACIAS-CHAPULA (1998) definiu cienciometria como sendo o estudo dos aspectos quantitativos da ciência enquanto uma disciplina ou atividade econômica. A cienciometria é um segmento da sociologia da Ciência, sendo aplicada no desenvolvimento de políticas científicas. Envolve estudos quantitativos das atividades científicas, incluindo a publicação e, portanto, sobrepondo-se à bibliometria (MACIAS-CHAPULA, 1998: 134). O Brasil está em 20º lugar dentre os países que mais publicaram pesquisas em Zoologia entre 1945 e 2012 (SANTOS & LIMA FILHO, 2012), o que é o mínimo que se espera de um país que possui a maior biodiversidade do planeta (SANDES & DI BIASI, 2000). Ainda que incipientes dentro do campo da Zoologia e da Entomologia (e.g. SANTOS & LIMA FILHO, 2012; SHIMANO et al., 2013), estudos cienciométricos são comuns em outras áreas do conhecimento científico. Em verdade, o avanço do conhecimento produzido pelos pesquisadores tem de ser transformado em informação acessível para a comunidade científica. Dentro desse cenário, os indicadores bibliométricos e cienciométricos se tornaram essenciais (MACIAS-CHAPULA, 1998). O Estado do Rio de Janeiro abriga considerável quantidade de instituições que realizam pesquisas científicas sobre insetos, com a constante formação de estudantes de graduação e pósgraduação. Em 2011, as professoras doutoras Marcela Laura Monné e Cátia Antunes de Mello Patiu (do Museu Nacional, UFRJ) tiveram a ideia de convidar pesquisadores de outras instituições cariocas com pesquisas no campo da Entomologia para, juntos, organizarem um evento científico. Nascia assim o I Simpósio de Entomologia do Rio de Janeiro, cuja sigla é EntomoRio. O I EntomoRio, realizado no próprio Museu Nacional, congregou professores, pesquisadores e estudantes de diferentes áreas do estudo dos insetos, para a divulgação de pesquisas e troca de experiências, promovendo a integração das instituições fluminenses. Mantendo tal filosofia, novas edições do Simpósio foram realizadas em 2013 e 2015, respectivamente na FIOCRUZ e na UNIRIO. Hoje, podese dizer que o EntomoRio é um evento já consagrado no calendário científico fluminense e, mais até, uma alternativa a congressos de âmbito nacional, como o Congresso Brasileiro de Zoologia e o Congresso Brasileiro de Entomologia. Em seus seis anos de existência, o EntomoRio pode ser um ótimo indicador geral do estágio atual, das tendências e das perspectivas da Entomologia no Estado do Rio de Janeiro, bem como das vocações temáticas dentro das diferentes instituições.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo cienciométrico foi realizado a partir dos livros de resumos das três edições do EntomoRio, realizadas nos anos de 2011, 2013 e 2015. A classificação das ordens de Hexapoda 3

citadas seguiu RAFAEL et al. (2012). As abreviaturas das instituições são as seguintes: CONICET (Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas – Argentina); JBRJ (Jardim Botânico do Rio de Janeiro); FIOCRUZ (Fundação Instituto Oswaldo Cruz); IFES (Instituto Federal do Espírito Santo); IFRJ (Instituto Federal do Rio de Janeiro); INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia); UCB (Universidade Castelo Branco); UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro); UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia); UEZO (Universidade Estadual da Zona Oeste); UFBA (Universidade Federal da Bahia); UFC (Universidade Federal do Ceará); UFES (Universidade Federal do Espírito Santo); UFF (Universidade Federal Fluminense); UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora); UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais); UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso); UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto); UFPB (Universidade Federal da Paraíba); UFPel (Universidade Federal de Pelotas); UFPR (Universidade Federal do Paraná); UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul); UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro); UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); UFSM (Universidade Federal de Santa Maria); UFU (Universidade Federal de Uberlândia); UFV (Universidade Federal de Viçosa); UnB (Universidade de Brasília); UNESP (Universidade Estadual Paulista); UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas); UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo); UniFOA (Centro Universitário de Volta Redonda); UNIGRANRIO (Universidade do Grande Rio); UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro); UCDB (Universidade Católica Dom Bosco); USP (Universidade de São Paulo).

AUTORES E INSTITUIÇÕES

Somando-se as três edições do EntomoRio, 447 pesquisadores participaram dos resumos de temas livres. Desse total, apenas 35 (7,83%) foram autores ou coautores de resumos nas três edições, enquanto que 48 (10,74%) participaram da autoria em duas edições. Do total, 364 (81,43%) participaram de trabalhos em apenas uma das edições. Dentre os que apresentaram trabalhos em duas edições do evento, dez (20,83%) participaram do EntomoRio I e do EntomoRio II, doze (25,00%) participaram do EntomoRio I e do EntomoRio III, e 26 (54,17%) participaram do EntomoRio II e do EntomoRio III. Ainda com relação aos que participaram como autor ou coautor em duas edições, destacada maioria (36, exatamente 3/4 do total) apresentou trabalho em eventos seguidos (EntomoRio I e II; EntomoRio II e III). Um total de 52 instituições esteve representado nos resumos apresentados no EntomoRio (Tabelas 1-2). Considerando-se apenas o primeiro autor de cada resumo, são 31 as instituições representadas, na grande maioria universidades públicas (Tabela 1). Com base na análise quantitativa dos três livros de resumos, a UFRJ é o carro-chefe da Entomologia fluminense, até mesmo porque inclui dois núcleos tradicionalmente produtivos (o Museu Nacional e o Instituto de Biologia), com 4

muitos laboratórios e até um departamento especificamente de Entomologia (no caso do Museu Nacional). Outras instituições que merecem destaque são a FIOCRUZ, também um tradicional celeiro de pesquisas entomológicas, e a UNIRIO, sede da mais recente edição do evento (2015). Ambas tiveram seus melhores desempenhos exatamente quando sediaram o EntomoRio. A UNIRIO apresentou um impressionante incremento quantitativo ao longo das edições. Tal dado é um indicador do acerto na estratégia de se fazer o rodízio de sedes do evento, visando o incremento da participação de pesquisadores e instituições. Tabela 1. Número de resumos (temas livres) nas diferentes edições do EntomoRio de acordo com a instituição do primeiro autor. As instituições que sediaram as edições estão marcadas. INSTITUIÇÃO FIOCRUZ IFES IFRJ INPA UCB UCDB UERJ UESB UEZO UFBA UFC UFES UFJF UFMG UFMT UFPel UFPR UFRGS UFRJ UFRRJ UFSM UFU UNESP UNIABEU UNICAMP UNIFESP UniFOA UNIGRANRIO UNIRIO Universidad Oriente (Cuba) USP

ENTOMORIO I 12 0 0 0 3 1 2 2 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 41 1 0 0 0 0 0 1 0 1 2 0 1

ENTOMORIO II 18 0 1 0 4 0 4 1 0 3 1 3 0 0 0 2 1 1 33 1 1 1 1 0 3 2 0 0 7 0 2

ENTOMORIO III 8 2 0 1 2 0 0 0 1 0 0 2 1 1 0 0 0 3 41 4 0 0 0 1 2 1 2 0 12 1 1

Tem-se, percentualmente falando, pouca participação das outras universidades públicas do Estado do Rio de Janeiro, o que pode indicar a necessidade de uma melhor divulgação do evento e até mesmo da inclusão de profissionais dessas instituições na organização. Certamente a participação de um professor da UEZO na comissão organizadora do III EntomoRio (2015) contribuiu para a vinda de participantes daquela instituição. Ainda com relação às instituições participantes, vê-se uma tendência de incremento da participação de pesquisadores de fora do Estado do Rio de Janeiro e até do exterior (Tabelas 3-4), em colaboração com instituições fluminenses ou até mesmo encabeçando 5

as pesquisas. Isso é um indício demonstrador que o EntomoRio se firma como uma excelente opção de evento não só em termos locais, mas no âmbito nacional. Com otimismo, pode-se prever uma participação cada vez mais efetiva de pesquisadores oriundos de outros países da América Latina, principalmente aqueles carentes em eventos locais de Entomologia e Zoologia. Tabela 2. Número de resumos (temas livres) nas diferentes edições do EntomoRio de acordo com a instituição, considerando-se todos os autores. As instituições que sediaram as edições estão marcadas. INSTITUIÇÃO CONICET FIOCRUZ FIOCRUZ - BA IFES IFRJ INPA Instituto de Biologia do Exército Instituto de Criminalística Carlos Éboli JBRJ Ministério da Saúde CE Ministério da Saúde DF Núcleo Entomológico de Roraima Polícia Militar Ambiental do MS Secretaria de Saúde CE Secretaria de Saúde TO Sistema Elite de Ensino UCB UCDB UERJ UESB UEZO UFBA UFC UFES UFF UFJF UFMG UFMT UFOP UFPB UFPel UFPR UFRGS UFRJ UFRRJ UFSM UFU UFV UnB UNESP UNIABEU UNICAMP UNIFESP UniFOA UNIGRANRIO UNIRIO Universidad de Buenos Aires Universidad Oriente (Cuba) Universidade Metodista de São Paulo University of Agricultural Sciences University of Illinois USP

ENTOMORIO I 0 12 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 0 5 1 3 2 0 0 0 0 1 0 0 3 0 0 0 2 0 43 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 3 0 0 0 0 0 3

ENTOMORIO II 0 22 1 0 1 0 1 4 0 0 0 0 0 1 0 0 4 0 3 1 0 4 1 3 0 0 1 1 1 0 4 2 2 44 2 1 1 0 0 1 0 3 2 0 0 8 1 0 1 1 1 4

ENTOMORIO III 1 13 0 2 0 1 0 1 1 1 1 1 0 0 0 1 2 0 0 0 3 0 0 2 0 2 1 1 0 1 0 1 3 53 5 0 0 2 1 1 1 2 1 4 0 15 1 1 0 0 0 1

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Tabela 3. Número de resumos (temas livres) nas diferentes edições do EntomoRio de acordo com a procedência do primeiro autor (Estado do Rio de Janeiro; outros estados do Brasil; exterior). INSTITUIÇÃO Do RJ De outros estados Do exterior

ENTOMORIO I 62 7 0

ENTOMORIO II 67 22 0

ENTOMORIO III 71 14 1

Tabela 4. Número de resumos (temas livres) nas diferentes edições do EntomoRio de acordo com a procedência dos autores e coautores (Estado do Rio de Janeiro; outros estados do Brasil; exterior); n= total de resumos do evento. INSTITUIÇÃO Do RJ De outros estados Do exterior

ENTOMORIO I (n=69) 63 13 0

ENTOMORIO II (n=89) 69 27 2

ENTOMORIO III (n=86) 73 22 3

Face às exigências de produção e à cada vez maior complexidade das pesquisas, não é surpreendente a grande quantidade de coautorias nos trabalhos submetidos ao EntomoRio (Tabela 5). As três edições do evento tiveram número máximo de autores por resumo de dez, onze e oito, respectivamente. A média foi em torno de três autores por resumo nas três edições. Vale destacar que apenas nove resumos (em um total de 244, ou seja, 3,69%) foram de autoria única. Tabela 5. Quantitativo do número e média de autores por resumo (temas livres) nas diferentes edições do EntomoRio; n= total de resumos do evento. NÚMERO DE AUTORES / RESUMO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 MÉDIA

ENTOMORIO I (n=69) 2 20 18 7 4 4 0 2 1 1 0 3,23

ENTOMORIO II (n=89) 2 30 18 9 12 8 7 0 1 0 2 3,82

ENTOMORIO III (n=86) 5 33 19 11 11 2 2 3 0 0 0 3,22

Dentro desse cenário, era de se esperar uma quantidade significativa de parcerias entre autores de instituições diferentes. Porém, de modo surpreendente, a maior parte das parcerias observada nos resumos é dentro da mesma instituição. Porém, parece existir uma tendência ao incremento das colaborações interinstitucionais, posto que o percentual relativo vem aumentando a cada edição: 20,29% no EntomoRio I, 28,09% no EntomoRio II e 34,88% no EntomoRio III (Tabela 6). Vale ressaltar que as parcerias ocorridas entre diferentes setores de uma mesma instituição não foram consideradas “interinstitucionais”. Assim, por exemplo, resumos que contenham apenas profissionais do Instituto de Biologia e do Museu Nacional (ambos pertencentes à UFRJ) como autores, foram considerados de instituição única. 7

ORDENS

Analisando-se criticamente os grupos de Hexapoda tratados nos resumos de temas livres (Tabela 7), de certo modo pode-se dizer que três ordens merecem destaque: Coleoptera, especialmente as grandes famílias, como Cerambycidae; Hemiptera, especialmente Cicadellidae; e Diptera, com estudos tanto taxonômicos quanto em relação à sinantropia. Tais grupos são historicamente bem estudados no Estado do Rio de Janeiro. O estudo dos Coleoptera tem como patriarca o Prof. Miguel Angel Monné Barrios, o dos Cicadellidae o Prof. José Alfredo Pinheiro Dutra, e os diferentes estudos de Diptera representam as continuidades das pesquisas de grandes nomes da Entomologia brasileira, como o Prof. Hugo de Souza Lopes. Muitos pesquisadores hoje em dia dão continuidade e até mesmo diversificam esse legado. O estudo da ordem Coleoptera tem como núcleo inicial o Museu Nacional, mas hoje se desenvolve também, dentre outros locais, no Instituto de Biologia. O estudo dos Cicadellidae teve origem no Instituto de Biologia, sendo efetivo também no Museu Nacional, na FIOCRUZ e, mais recentemente, na UNIRIO. E os Diptera continuam sendo destaque nas pesquisas entomológicas do Museu Nacional (mais voltadas para a taxonomia) e da FIOCRUZ (no campo da Entomologia médico-veterinária), mais recentemente com núcleos bem produtivos na UNIRIO (sinantropia) e UEZO (ecologia). Tabela 6. Totalização e percentual de parcerias interinstitucionais versus resumos de instituição única nos resumos (temas livres) das diferentes edições do EntomoRio; n= total de resumos do evento.

Parceria entre instituições Instituição única

ENTOMORIO I (n=69) 14 (20,29%) 55 (79,71%)

ENTOMORIO II (n=89) 25 (28,09%) 64 (71,91%)

ENTOMORIO III (n=86) 30 (34,88%) 56 (65,12%)

Outras pesquisas também podem ser consideradas como típicas do Estado do Rio de Janeiro, abordando Collembola (no Museu Nacional) e insetos aquáticos, incluindo os grupos Odonata, Ephemeroptera, Plecoptera, Nepomorpha, Gerromorpha, Trichoptera, Chironomidae, Dytiscidae, Hydrophilidae e Elmidae (na UFRJ e na UNIRIO). O grande desenvolvimento de tais estudos é muito relacionado à atuação do Prof. Jorge Luiz Nessimian (Instituto de Biologia), que formou e forma gerações de pesquisadores na área.

TEMAS

Em que pese o incremento de estudos mais analíticos, com base nas pesquisas apresentadas no EntomoRio, fica clara a vocação do Estado do Rio de Janeiro a estudos preponderantemente taxonômicos (Tabela 8), o que explica a grande quantidade de novos táxons propostos. Já se pode 8

até dizer que é tradição do EntomoRio a revelação de gêneros e espécies novos. Somando-se as três edições do evento, foram apresentados trabalhos versando sobre quatro gêneros e 130 espécies novos (Tabela 9), número bastante significativo. Tabela 7. Número de resumos (temas livres) nas diferentes edições do EntomoRio de acordo com a ordem dos insetos abordados; n= total de resumos do evento. As três ordens de maior destaque estão marcadas. ORDEM Collembola Ephemeroptera Odonata Plecoptera Orthoptera Phasmida Mantodea Blattodea Isoptera Hemiptera Psocoptera Phthiraptera Neuroptera Megaloptera Diptera Siphonaptera Coleoptera Trichoptera Lepidoptera Hymenoptera

ENTOMORIO I (n=69) 4 2 4 2 0 0 0 2 0 18 0 0 0 1 21 0 18 3 5 4

ENTOMORIO II (n=89) 1 2 3 2 1 0 0 1 0 21 0 0 0 0 36 0 14 3 2 1

ENTOMORIO III (n=86) 6 4 6 0 4 1 2 5 3 29 1 2 1 1 25 2 20 6 6 10

Outro destaque evidente são os inventários faunísticos, tão importantes no mapeamento da distribuição das espécies. Vale ressaltar que grupos de pesquisa notoriamente consolidados e produtivos, cujos estudos versam em Ecologia, Bioquímica, Biofísica e Entomologia agrícola, não estiveram tão efetivamente presentes no elenco de resumos analisado. Isso é mais um indício de que se deve tentar fazer uma divulgação mais eficiente do EntomoRio. Tabela 8. Número de resumos (temas livres) nas diferentes edições do EntomoRio de acordo o tema principal da pesquisa; n= total de resumos do evento. Os dois temas de maior destaque estão marcados. TEMAS Biodiversidade (faunístico) Biogeografia Ciclo de vida e desenvolvimento Coleção Ecologia Entomologia agrícola Entomologia cultural / educação Entomologia forense Entomologia médico-veterinária Morfologia Sistemática / Filogenia / Molecular Taxonomia

ENTOMORIO I (n=69) 11 0 2 0 6 1 0 6 1 0 4 38

ENTOMORIO II (n=89) 22 2 4 1 4 0 1 8 10 1 4 28

ENTOMORIO III (n=86) 17 0 3 0 11 1 5 4 5 1 4 35

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Tabela 9. Número de gêneros e espécies novos mencionados nos resumos (temas livres) das diferentes edições do EntomoRio; n= total de resumos do evento. TÁXONS NOVOS Gêneros Espécies

ENTOMORIO I (n=69) 2 36

ENTOMORIO II (n=89) 1 45

ENTOMORIO III (n=86) 1 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MACIAS-CHAPULA, C.A. 1998. O papel da informetria e da cienciometria e sua perspectiva nacional e internacional. Ciência da Informação 27(2): 134-140. RAFAEL, J.A.; MELO, G.A.R.; CARVALHO, C.J.B.; CASARI, S.A. & CONSTANTINO, R. (eds.). 2012. Insetos do Brasil: Diversidade e Taxonomia. Holos Editora, Ribeirão Preto. SANDES, A.R.R. & DI BLASI, G. 2000. Biodiversidade e diversidade química e genética. Biotecnologia, Ciência e Desenvolvimento 13: 28-32. SANTOS, T. & LIMA FILHO, G.F.L. 2012. Para que serve um marimbondo? Ensaio cienciométrico sobre a disciplina de Zoologia no curso de Ciências Biológicas. Revista Eletrônica de Educação da Faculdade Araguaia 2(2): 605-610. SHIMANO, Y.; SALLES, F.F. & JUEN, L. 2013. Study of the mayfly order Ephemeroptera (Insecta) in Brazil: a scienciometric review. Revista Brasileira de Entomologia 57(4): 359–364.

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