A CIRANDA DO CONHECIMENTO: OS MISTÉRIOS DOS MESTRES CERVEJEIROS COMO FONTE DE VANTAGEM COMPETITIVA

July 7, 2017 | Autor: Fernanda D'Arrigo | Categoria: Knowledge Management, Competitive Intelligence, Tacit knowledge sharing
Share Embed


Descrição do Produto

REVISTA CIENTÍFICA SENSUS: ADMINISTRAÇÃO ISSN 21792179-6289

A CIRANDA DO CONHECIMENTO: OS MISTÉRIOS DOS MESTRES CERVEJEIROS COMO FONTE DE VANTAGEM COMPETITIVA ROCHA, Janine Cardoso1 D´ARRIGO, Fernanda Pauletto2 BACK, Greice Daniela3 NUNES, Claudio Manoel Soares4 FACHINELLI, Ana Cristina5 RESUMO A fabricação da cerveja artesanal é uma arte que envolve os conhecimentos enraizados nos mestres cervejeiros, os quais detém conhecimento a respeito do processo de fabricação do produto. Este conhecimento, de natureza tácita presente nos mestres cervejeiros, determina o diferencial competitivo do produto e garante vantagem competitiva as empresa. Este estudo analisou os processos de criação de conhecimento dos mestres cervejeiros, a difusão e incorporação do conhecimento nas práticas das organizações. O estudo de caso acontece na primeira cervejaria artesanal do Rio Grande do Sul, onde se buscou investigar, por meio de abordagem qualitativa, a existência de processos ligados a Gestão do Conhecimento (GC) e a Inteligência Competitiva (IC) na prática como forma de obter vantagem competitiva. Os resultados indicam que mesmo não havendo processos formais e sistêmicos para a conversão do conhecimento, a dimensão tácita predomina no processo de criação de conhecimento proporcionando incremento competitivo na empresa. Palavras-Chave: Conhecimento Tácito, Gestão do Conhecimento, Inteligência Competitiva, Vantagem Competitiva.

1

Graduação em Administração pelo Instituto Brasileiro de Gestão de Negócios, mestranda em Administração pela Universidade de Caxias do Sul. 2 Graduação em Administração pela Universidade de Caxias do Sul, mestranda em Administração pela Universidade de Caxias do Sul. 3 Graduação em Administração pela Universidade de Caxias do Sul, mestranda em Administração pela Universidade de Caxias do Sul. 4 Graduação em Medicina e especialização em cardiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutorando em Administração pela COPPEAD (Universidade Federal do Rio de Janeiro). 5 Pós-doutorado em Inteligência Estratégica - Universidad de Deusto, doutorado em Ciências da Comunicação e da Informação - Université de Poitiers, mestrado em Informação Estratégica e Crítica Vigília Tecnológi Université Daix Marseille. Docente do Programa de Pós-Graduação em Administração pela Universidade de Caxias do Sul

51

Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v.5, n. 1, p. 1-85, jan./jun. 2015 | Uninorte

REVISTA CIENTÍFICA SENSUS: ADMINISTRAÇÃO ISSN 21792179-6289

ABSTRACT The manufacture of craft beer is an art process that involves the knowledge rooted in the master brewers which holds knowledge about the product manufacturing process. This knowledge, known as tacit that is present in the master brewers and determines and ensures competitive advantage the craft beer companies. This study analyzed the knowledge creation processes of master brewers, diffusion and incorporation of knowledge in the practices of organizations. The case study was conducted in the first craft brewery of Rio Grande do Sul, Brazil, where investigates, through a qualitative approach, the existence of processes related to Knowledge Management (KM) and Competitive Intelligence (CI) in practice as a way for competitive advantage. The results indicate that even without formal and systemic processes for the conversion of knowledge, the tacit dimension predominates in the process of knowledge creation providing competitiveness increases in the company. Keywords: Tacit Knowledge, Competitive Advantage

Knowledge

Management,

Competitive

Intelligence,

1. INTRODUÇÃO A invenção do tipo móvel para impressão de Gutenberg em 1440, certamente contribui para o desenvolvimento social e econômico da população. A invenção de Gutenberg foi fundamental no processo de melhoria da qualidade da cerveja de forma mundial. Isso aconteceu, pois os manuscritos, antes da criação do tipo móvel para impressão, eram provenientes dos monastérios, principalmente na Bélgica. Esses manuscritos como o próprio nome diz, eram escritos à mão, o que demandava muito tempo dos monges. Com a invenção do tipo móvel para impressão, os monges passaram a dedicar menos tempo na escrita dos manuscritos e mais tempo à produção de suas cervejas trapistas (SILVER, 2013). A invenção do tipo móvel para impressão proporcionou, portanto, dois dos aspectos que serão analisados neste artigo: a disseminação do conhecimento, com sua consequente possibilidade de criação, e o aprimoramento da forma de se fabricar cerveja. A história da cerveja está intimamente ligada à da agricultura. Isso se deve ao fato de seus ingredientes básicos serem os mesmos do pão. Por conter nutrientes, a cerveja funcionava como um complemento alimentar, o “pão líquido”. E a ligação da cerveja com a religião segue neste sentido. As cervejas eram feitas nos mosteiros, pois os monges tomavam cerveja durante o período de jejum religioso, acreditando que o líquido não quebrava o jejum. Documentos datados de 1040 permite a produção de cerveja pelos monges no mosteiro alemão de Weihenstephan (SANTOS e DINHAM, 2006). Atualmente, segundo dados do Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos (SIPE/MAPA, 2013) existem 232 cervejarias e 1.110 tipos de cervejas registradas no Brasil. De acordo com informações do Bart-Haas Group, o país ocupa a terceira posição no ranking mundial de produção de cerveja, com cerca de 13,7 bilhões de litros produzidos no ano de 2012 e um consumo per capita de aproximadamente 65 litros anuais. Dados do Sindicato 52

Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v.5, n. 1, p. 1-85, jan./jun. 2015 | Uninorte

REVISTA CIENTÍFICA SENSUS: ADMINISTRAÇÃO ISSN 21792179-6289

Nacional da Indústria da Cerveja apontam um crescimento das vendas de cerveja artesanal no Brasil, destacando que de 2008 a 2011 houve um aumento de 79% nas vendas de cervejas artesanais, contra 54% das cervejas comuns (SINDICERV, 2014). A arte de fabricar cerveja foi desenvolvida pelos sumérios e assírios há mais de cinco mil anos. Anos mais tarde a bebida passou a ser produzida no Egito, sendo que os egípcios foram os responsáveis pela divulgação da cerveja entre os povos orientais e pelo ingresso da bebida no Mediterrâneo. De lá a bebida rumou à Europa e ao mundo todo. Na Idade Média era fabricada nos mosteiros e os monges do mosteiro San Gallo introduziram o lúpulo na composição da cerveja de forma definitiva (SINDICERV, 2014). Esses indícios sugerem que o conhecimento sobre o processo de fabricação de cerveja era transmitido de geração em geração. Há mais de quatro décadas, mais precisamente desde o final da década de 1970, os autores falam na Era da Informação, onde o conhecimento, as habilidades e as competências profissionais se sobressaem ao tecnicismo, burocratismo e formalismo tão característicos da Era Industrial. Essa mudança presente entre estes dois momentos históricos, a Era da Informação e a Era Industrial, revela o surgimento de um novo modus operandi, no qual a informação, o conhecimento e a capacidade de gerenciá-los tornam as organizações mais competitivas e capazes de sobreviver aos constantes desafios impostos pela concorrência (RAMOS, 1981). Porter e Millar (1985) também já destacavam, na década de 80, que a evolução da informação afeta de maneira significativa as organizações e torna a concorrência mais acirrada. Através da informação cria-se uma vantagem competitiva fornecendo as empresas novas maneiras de superar os concorrentes de mercado. No início dos anos 90, Nonaka sistematizou o conceito da criação do conhecimento em sua teoria da empresa como criadora de conhecimento. Ele destacou o papel das dimensões tácitas e explícitas do conhecimento. Dimensões estas reconhecidas a partir dos estudos de Polanyi (1966), entretanto aplicadas aos processos de criação do conhecimento organizacional em empresas japonesas de manufatura. Nonaka e Takeuchi (1997) propuseram as conversões do tipo espiral entre conhecimento explícito e conhecimento tácito, denominando esta espiral em modelo SECI. Acerca do contexto do processo de gerenciamento do conhecimento nas organizações, Drucker (1993) afirma que o conhecimento combinado com as novas tecnologias, assim como o talento dos trabalhadores envolvidos nos processos, pode impulsionar e adicionar valor aos produtos e aos serviços. Este artigo se configura como um estudo de caso de caráter exploratório, que por meio da abordagem qualitativa se propõem a investigar os processos de criação de conhecimento em uma cervejeira artesanal, verificando a utilização da Inteligência Competitiva (IC). Por fim, se o conhecimento criado na empresa, associado à utilização da IC proporciona maior vantagem competitiva. Para esta finalidade foram investigados os conceitos teóricos sobre criação de conhecimento e IC. A partir da revisão destes conceitos teóricos, elaborou-se questionário com base em Nonaka e Takeuchi (1997) e Prescott e Miller (2002) que serviu como instrumento para a condução de uma entrevista em profundidade. Analisaram-se os processos que facilitam e estimulam a criação, difusão e incorporação do conhecimento em uma cervejaria artesanal. O objetivo deste estudo foi identificar esses processos e sua influencia na competitividade da organização estudada. 53

Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v.5, n. 1, p. 1-85, jan./jun. 2015 | Uninorte

REVISTA CIENTÍFICA SENSUS: ADMINISTRAÇÃO ISSN 21792179-6289

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Vantagem Competitiva O uso dos recursos interno articulados de forma estratégica pelas ações administrativas é o que garante o crescimento e desenvolvimento da firma (PENROSE, 1959). Os recursos das empresas podem ser de capital físico (tecnologia, equipamentos), de capital humano (treinamento, experiência, insights individuais) e de capital organizacional (planejamento formal e informal, controladorismo e sistemas coordenados), bem como os relacionamentos informais entre os grupos dentro da firma. Entretanto estes recursos devem conter um valor raro, inimitáveis e insubstituíveis na estratégia, de forma que os concorrentes não consigam reproduzir (BARNEY, 1991). Para Barney (1991) estes recursos valiosos, raros, inimitáveis e insubstituíveis combinados em uma estratégia garantem e mantém vantagem competitiva sustentada. Peteraf (1993) também acredita que os recursos são considerados fontes para aquisição de vantagem competitiva, entretanto cabe às empresas manter a vantagem em longo prazo pela realocação de recursos. Para Collis e Montgomery (2008) uma estratégia bem concebida baseia-se em um conjunto de recursos competitivos, que nenhum concorrente consiga reproduzir. Entretanto no ambiente de negócios atual, marcado pela constante competitividade de mercado pode-se questionar como as empresas conseguem manter estes recursos únicos de forma a não serem imitados pelos concorrentes. Neste sentindo Porter (1989) através da representação do diamante competitivo defende que uma empresa consegue obter vantagem competitiva se visualizar que a concorrência não possui capacidade para imitar de forma satisfatória suas ações. Desta forma, Porter (1989) acrescenta a ideia de capacidade em articular recursos em uma estratégia o que garante a vantagem competitiva. Cobaito (2012) defende que a teoria dos recursos nas organizações vai além dos recursos, englobando também um conjunto de conhecimentos e experiências. Desta forma, North (2010) destaca o papel do conhecimento e das capacidades no processo de converter conhecimento em vantagem competitiva sustentável, percebida nos êxitos comerciais (NORTH, 2010).

2.2 Processo de Criação do Conhecimento Prahalad e Hamel (2005) provocam uma reflexão sobre os aspectos que determinam uma empresa ser ou não competitiva ou, ainda, que garantam a manutenção de sua posição no futuro. Desta forma, a reflexão sobre o conhecimento nas empresas torna necessário a observação de questões relacionadas a criação de conhecimento nas organizações. Entretanto o conhecimento demanda as empresas uma necessidade de estarem constantemente criando novos conhecimentos, muito além da ideia de gerenciamento dos recursos tangíveis. Nonaka e Takeuchi (1997) afirmando a posição que o conhecimento não pode ser gerenciado, mas sim, criado. Segundo os autores, a criação do conhecimento acontece a partir da conversão de dois componentes dicotômicos e aparentemente opostos: o 54

Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v.5, n. 1, p. 1-85, jan./jun. 2015 | Uninorte

REVISTA CIENTÍFICA SENSUS: ADMINISTRAÇÃO ISSN 21792179-6289

conhecimento explícito e o conhecimento tácito. A geração de conhecimento acontece quando o conhecimento tácito é convertido em conhecimento explícito, e o explicito em tácito, como um processo dinâmico. Nessa perspectiva, observa-se que o conhecimento somente pode ser criado pela interação entre indivíduos. Desta forma, uma organização não pode criar conhecimento sem o envolvimento das pessoas. A criação do conhecimento existe, portanto, a partir das contradições, inconsistências, dilemas, e oposições. O conhecimento tácito é a dimensão do conhecimento não facilmente explicável e, de acordo Polanyi (1966), cada um sabe muito mais do que conseguimos expressar, muito mais do que pensamos saber. Conhecimento tácito é a "consciência" evasiva e subjetiva de uma pessoa, que não é possível de articular em palavras (LI e GAO, 2010). Não conseguimos explicar de forma numérica ou escrita, por exemplo, como andamos de bicicleta ou dirigimos um automóvel, contudo o fazemos, de forma natural, enraizado nas ações e nas experiências pessoais. Por outro lado, o conhecimento explícito pode ser representado por números, palavras, sons e, por isso, é transmitido de forma fácil e sistemática (NONAKA E TAKEUCHI, 1997). Destaca-se que estas duas dimensões caminham juntas. Os indivíduos possuem conhecimento tácito e conhecimento explícito, simultaneamente. Nenhum individuo é composto apenas de conhecimento tácito ou explicito. Na dimensão organizacional, o ganho de competitividade reside no conhecimento tácito, isto é, no conhecimento que não é facilmente compartilhado, portanto, dificilmente copiado. O conhecimento tácito é considerado um trunfo importante dentro das empresas e as trocas informais são um dispositivo comum para a transmissão de informações críticas (BENNETT, 2001). Cabe ressaltar que todas as organizações detêm pessoas que dominam algum tipo de conhecimento que não é facilmente transmitido e que, portanto, cabe transferir aos demais indivíduos (TAKEUCHI e NONAKA, 2008). Nonaka e Takeuchi (1997) comentam que as habilidades e aprendizados capturados externamente são alterados, enriquecidos e traduzidos, no sentido de se ajustarem à identidade e autoimagem da organização. Sendo assim, informações coletadas externamente são adaptadas de forma a orientar a organização estrategicamente, direcionando-a em ações efetivas. Essa interatividade interna e externa é o que permite a criação de novos conhecimentos, sustentando a inovação contínua na organização e consequentemente sua vantagem competitiva, conforme mostra a Figura 1.

Figura 1- Informação e conhecimento para vantagem competitiva

Fonte: Adaptado de Nonaka e Takeuchi (1997, p.5)

55

Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v.5, n. 1, p. 1-85, jan./jun. 2015 | Uninorte

REVISTA CIENTÍFICA SENSUS: ADMINISTRAÇÃO ISSN 21792179-6289

O processo contínuo de criação do conhecimento ocorre de forma cíclica e dinâmica. Nonaka e Takeuchi (1997) identificaram quatro modos de conversão de conhecimento. Este ciclo é conhecido como modelo S.E.C.I. (Socialização, Externalização, Combinação e Internalização). A constante interação entre os cria um fluxo em espiral, que dá a ideia de continuidade a criação do conhecimento. O espiral se amplia à medida que transcende de indivíduo para grupo, e de grupo para a organização, formando diferentes combinações de entidades criadoras de conhecimento. A socialização permite o compartilhamento entre indivíduos; a externalização a troca de conhecimentos do indivíduo e do grupo; a combinação pode compartilhar os conhecimentos do grupo para as organizações e internalização, da organização para indivíduo (TAKEUCHI, NONAKA, 2008). A partir deste entendimento tem-se o indivíduo como criador do conhecimento e a organização como um ambiente favorável à ampliação e criação de conhecimento. Esta amplificação se torna possível a partir das discussões, do conflito, da discordância e da autonomia. Por este motivo que, no Japão, país berço deste conceito, a criação do conhecimento não é a partir de dados ou informações, mas da criação das condições favoráveis para que este conhecimento aflore, de maneira que os indivíduos consigam se expressar sem que sejam repreendidos. Estas condições são criadas a partir do que se denomina, no Japão, de “BA” (NONAKA E BONNO, 1998; FAYARD, 2010). Fayard (2010, p. 57) destaca que “um ba não se resume a um lugar ou a um tecido de relações orientadas, mas constitui também um momento durante o qual se vive um processo de mutação e de afloração de sentido”. Bennett (2001) evidenciou, a partir de estudo realizado, que as empresas inovadoras encorajam os funcionários a questionar as políticas existentes e proporcionam aos seus colaboradores procedimento e espaços, como fóruns, que estimulam a troca de conhecimento e informação. Essa atuação da organização favorece o trabalho em equipe e a cooperação entre os colaboradores com a finalidade de inovarem continuamente internamente e, consequentemente, serem mais competitivas externamente (BENNETT, 2001).

2.3 Inteligência Competitiva A Inteligência Competitiva (IC) se relaciona com o processo decisório da empresa dentro do mercado onde atua e tem como principal objetivo proporcionar, de uma forma sistemática, a coleta e análise de informações, que são públicas, sobre os concorrentes e o mercado em geral, sendo empregada na tomada de decisões. A IC é, portanto, uma atividade de gestão estratégica, que permite aos tomadores de decisão antecipar-se às tendências de mercado e a evolução da concorrência (CIRILO, 2001). Porter (1989) evidenciou a importância da informação e da tecnologia de sistemas de informação na obtenção de vantagem competitiva por uma organização, em virtude do “papel penetrante da informação na cadeia de valores” de uma empresa (PORTER, 1989, p. 156). Por sua vez, Prahalad e Hamel (2005), provocaram a reflexão sobre como estabelecer uma estratégia e poder ser competitivo quando não se tem informações claras sobre o futuro. Neste 56

Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v.5, n. 1, p. 1-85, jan./jun. 2015 | Uninorte

REVISTA CIENTÍFICA SENSUS: ADMINISTRAÇÃO ISSN 21792179-6289

contexto, o conhecimento desempenha um papel estratégico e isso deve-se, primordialmente, ao alcance cada vez maior da comunicação e das tecnologias da informação (FAYARD, 2010). Segundo McGee e Prusak (1994 p.4) “a informação é capaz de criar valor significativo para as organizações, possibilitando a criação de novos produtos e serviços e aperfeiçoando a qualidade do processo decisório em toda a organização”. Sendo assim, as organizações melhor informadas sobre as mudanças das exigências dos clientes, melhor informadas sobre a forma de organizar processos de fabricação para atender a esses requisitos e mais dispostas a atuar com base em um sistema de informações serão as organizações que se manterão competitivas. A IC fornece meios para adquirir conhecimento sobre o ambiente externo e, posteriormente, este conhecimento pode ser introduzido internamente (CANONGIA et al., 2004). Fachinelli et al. (2011) alerta sobre a importância de a organização ter cuidado ao analisar uma informação, pois um erro na interpretação da mesma pode repercutir posteriormente na tomada de decisão dependente dos processos de IC. Esse alerta evidencia que quanto maior o cuidado que se toma no tratamento de uma informação, em sua interpretação e análise, mais efetiva será a tomada de decisão proveniente desta. Por isso a importância da IC, pois com este instrumento as empresas podem identificar, coletar, sistematizar e interpretar, de forma ética, as informações relevantes sobre a concorrência e, desta forma, monitorar as tendências do mercado (CANONGIA et al., 2004). Cabe ressaltar que se faz necessário um cuidado com o processo de análise da informação, visto que esta é realizada por pessoas e que estas imprimem, na interpretação da informação, seus processos cognitivos e conhecimentos prévios, de forma que é importante ter em conta esta limitação existente (FACHINELLI et. AL. 2011). Além disto, Prescott (2002) aponta quatro aspectos que são considerados barreiras ou facilitadores dos fluxos de informação. São eles: os mecanismos comportamentais, que estão intrinsicamente associados à personalidade das pessoas. Este comportamento pode ser vivenciado quando se vislumbra resistência à troca de informações pelo receio da perda de poder. Os mecanismos políticos, que representam as diferenças entre os objetivos e anseios dos executivos; os sistemas organizacionais, que são representados pelas questões mais técnicas e operacionais, como TI, planos de remuneração, processos de tomada de decisão, entre outros; e os modelos mentais, destacando-se a variabilidade de modelos mentais e a interferência destes na classificação e interpretação das informações recebidas. O autor ressalta que as principais barreiras do fluxo de informação nas organizações são os sistemas organizacionais e os diferentes modelos mentais existentes em uma corporação. 2.4 Cervejarias Artesanais Não se pode datar com precisão o início da produção da cerveja no Brasil (SANTOS, 2004). No entanto, documentos históricos relatam que, no final da década de 1820, o oficial alemão Carl Seidler encontrou no Rio Grande do Sul, imigrantes alemães com conhecimento suficiente para fabricar cervejas. De maneira industrializada, a primeira cerveja fabricada foi em 1853 (SINDICERV, 2014). 57

Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v.5, n. 1, p. 1-85, jan./jun. 2015 | Uninorte

REVISTA CIENTÍFICA SENSUS: ADMINISTRAÇÃO ISSN 21792179-6289

O período entre 1860 e 1870, foi marcado pelo aumento da produção de cervejas até a Primeira Guerra Mundial, quando as cervejarias artesanais começaram a ter dificuldade no acesso às matérias primas, o que dificultou o processo de produção da cerveja. Além da dificuldade de obtenção de matéria prima, as cervejarias artesanais enfrentaram dificuldades no processo de fermentação da cerveja. Essa dificuldade existia em virtude do Brasil ser um país tropical. Em 1880, máquinas frigoríficas, que produzem gelo artificial, revolucionaram a indústria cervejeira, proporcionando a obtenção de uma cerveja de baixa fermentação, uniforme e límpida. Data desta época a fundação das cervejarias que viriam a dominar o mercado nacional, como a Companhia Cervejaria Brahma do Rio de Janeiro e a Companhia Antarctica Paulista (SANTOS, 2004). Ao final dos anos 1980 teve início um movimento, nos EUA, chamado de Craft Brewing - o renascimento das cervejas artesanais (NOTHAFT, 1998). Nos anos 90 esse movimento, inspirado no precursor americano, chegou ao Brasil onde passou a ser conhecido como “Produção Alternativa de Cerveja”. O foco era atender consumidores que buscavam produtos diferenciados, e as cervejas de qualidade mais alta e muitas vezes buscando uma identificação regional. O propósito dos empresários que atuam neste setor é conquistar um nicho de mercado, com um produto diferente em sabor, aroma, sabor, cor e teor alcoólico, onde os clientes estejam dispostos a pagar um preço diferenciado por este produto e serviço oferecido. (KALNIN, 1999). Segundo o Serviço de apoio à Micro e Pequena Empresa (SEBRAE, 2011), o termo cervejaria artesanal designa uma cervejaria que realiza a produção da cerveja de forma mais caseira e uma escala entre 10 e 20 mil litros de cerveja por mês. Além do aspecto de quantidade mensal, existem outros fatores que definem uma cervejaria artesanal, como o uso de maquinas que diferenciam o processo de uma cervejaria industrial. De maneira geral, as cervejarias artesanais procuram respeitar a Lei da Pureza Alemã de 1516 (Reinheitsgebot), que apenas permite a utilização dos quatro ingredientes fundamentais à produção: malte de cevada ou trigo, lúpulo, levedura e água. Este cuidado atribui uma característica peculiar aos produtos artesanais, por ficarem livres de adjuntos ou conservantes (FLACH, 2010). De acordo com o SEBRAE, existem aproximadamente 200 microcervejarias nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil, as quais correspondem a 0,15% do mercado brasileiro de cervejarias. Estas micro cervejarias do Sul e Sudeste em sua maioria estão seguindo uma rota de popularização da cerveja semelhante à percorrida pelos produtores de vinhos. Esse setor foi muito beneficiado com o aumento de poder aquisitivo e amadurecimento do mercado para as cervejas gourmet. (GADBEM, 2008). 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Casos de estudo enriquecem a teoria por meio das aplicações práticas da realidade das empresas. Por sua profundidade são ricos de dados e podem se tornar inspiração para estudos futuros (EISENHARDT E GRAEBNER, 2007). O presente estudo se trata de um estudo de caso de uma cervejaria artesanal da Cidade de Feliz, no Rio Grande no Sul. O caso utiliza a abordagem qualitativa exploratória e se propõe a investigar os processos de criação de conhecimento em uma cervejeira artesanal, verificando a utilização da 58

Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v.5, n. 1, p. 1-85, jan./jun. 2015 | Uninorte

REVISTA CIENTÍFICA SENSUS: ADMINISTRAÇÃO ISSN 21792179-6289

Inteligência Competitiva nestas práticas para garantir a vantagem competitiva das empresas. Para isso, foi realizada uma entrevista em profundidade com o sócio fundador de uma cervejaria artesanal. A cervejaria Eisenbrück, objeto deste estudo, começou a atuar no ramo de cervejas artesanais no ano de 1983, e foi a primeira cervejaria de alta fermentação do Brasil, e até hoje mantém viva a tradição cervejeira local, na cidade de Feliz, no Rio Grande do Sul. 3.1 Técnicas e Procedimentos de Pesquisa A entrevista em profundidade foi realizada com o sócio fundador da Cervejaria Eisenbrück, em maio de 2014, na própria empresa. Em vista ao objetivo de explorar a criação de conhecimento no processo de produção das cervejas artesanais, a entrevista contou com o apoio de um questionário semiestruturado, elaborado com base nos estudos de criação do conhecimento de Nonaka e Takeuchi (1997) sobre quais processos que facilitam e estimulam a criação, difusão e incorporação do conhecimento organizacional. Também questionou a utilização de processos sistêmicos de inteligência competitiva na organização, conforme Prescott (2002) para obtenção de maior vantagem competitiva. Para a análise da entrevista foi feita utilizando o método de análise de conteúdo, segundo Flick (2009) a partir de categorias prévias: processos de criação do conhecimento (Nonaka e Takeuchi, 1997) e processos sistêmicos de inteligência competitiva (Prescott, 2002). 3.2 Resultados A empresa Eisenbrück é uma empresa de pequeno porte, com oito funcionários, com capacidade produtiva de 36 mil litros de cerveja. A partir da ideia da fabricação da cerveja em casa, na empresa “cada sócio foi contribuindo com o que sabia”, pois, apesar de atuarem em setores diferenciados existia contato com os demais, de forma que sempre o entrevistado buscava entender o porquê das pessoas fazerem o que faziam e da forma como faziam. Notase, portanto, características de conversão do conhecimento que pode ser compreendido como socialização, quando são relatadas as experiências dos quatro sócios vivenciadas em outra cervejaria, foram somadas as experiências de diversas áreas de atuação que se fundiram na criação da empresa. De acordo com Nonaka e Takeuchi (1997), a socialização pode ser percebida quando os funcionários tem o aspecto sensorial como o maior controle de qualidade, ou seja, “aprendem sua arte não através da linguagem, mas sim através da observação, imitação e prática” (NONAKA, TAKEUCHI, 1997, p. 69). Quanto ao mestre cervejeiro, além de conhecimentos técnicos, o conhecimento tácito está muito presente e a socialização acontece no especial interesse do indivíduo em desenvolver sua arte. A forma de captação do conhecimento externo também se dá no sentido da observação, imitação e prática - quanto aos concorrentes: experimentam as outras cervejas, trocam dicas sobre o processo para chegar ao produto desejado; quanto aos clientes: observam o comportamento, a demanda, uso de experiências anteriores para corrigir problemas futuros; e 59

Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v.5, n. 1, p. 1-85, jan./jun. 2015 | Uninorte

REVISTA CIENTÍFICA SENSUS: ADMINISTRAÇÃO ISSN 21792179-6289

os fornecedores estão atentos aos lançamentos dos novos insumos, participam em feiras e eventos. Quando questionado sobre a interação da empresa com empresas fornecedoras de equipamento e matéria prima no exterior, o entrevistado afirmou que não realizam este tipo de contato, pois se restringem ao Brasil. Inclusive destaca algo que é bastante particular: na implantação da cervejaria os tanques foram feitos pelos próprios sócios, com o conhecimento obtido no período qual atuou em outra cervejaria. Esse mesmo movimento ocorreu com a implantação dos processos internos e no desenvolvimento de produtos. Como relatado pelo entrevistado, mesmo com a distância de dez anos entre o fechamento da antiga cervejaria e a criação da cervejaria artesanal, a ideia de produzir cerveja sempre esteve presente. Apesar de não ser explicitado e nem mesmo algo consciente, pode-se perceber que estes sócios conseguiam vislumbrar uma oportunidade futura, o que está consoante com o trazido por Prahalad e Hamel (2005). Embora não se realize interação com empresas internacionais, a empresa busca se atualizar e os proprietários participam de feiras, buscam informações em revistas e sites especializados, contudo não de uma forma sistematizada, como estimulado na literatura sobre IC. Uma das ideias estimuladas e defendidas por Nonaka e Takeuchi (1997) é a interação entre o ambiente externo e interno para que ocorra a criação do conhecimento e, neste aspecto, quando questionado sobre a interação com fornecedores, o entrevistado afirmou que possui relacionamento estreito com os fornecedores, no entanto, este movimento acontece mais quando estão desenvolvendo um novo tipo de cerveja. Isto demonstra que a atualização não é sistêmica e, conforme o entrevistado evidenciou, os fornecedores informam sobre mudanças na matéria prima, com a finalidade de haver uma adequação por parte da empresa, mas se não houver esta informação por parte do fornecedor não se percebe um movimento espontâneo da empresa na busca por este tipo de conhecimento. Quando questionado sobre o acompanhamento dos últimos lançamentos no mercado nacional e internacional, o entrevistado afirmou que acompanha, através das propagandas e que gosta de experimentar novos sabores. Destaca, em sua fala, que as cervejarias artesanais realizam muitas trocas entre si e que não há, entre elas, disputas. Sendo que, conforme afirma, os grandes concorrentes da cervejaria artesanal são as grandes cervejarias. No entanto, esta afirmação não é sustentada no próximo questionamento, quando expõe que o público está mais seleto, mais exigente e que estão “trocando as cervejas das grandes cervejarias por cervejas artesanais”. Essas respostas sugerem que não há um instrumento de IC, para que a empresa possa identificar, coletar, sistematizar e interpretar as informações relevantes e, desta forma, acompanhar e atender as tendências do mercado, assim como da concorrência (CANONGIA et al., 2004; PRAHALAD, HAMEL, 2005). Na organização existe um fluxo de informações compartilhadas principalmente pelo dialogo que ocorre no dia a dia da empresa, corroborando com o exposto por Bennett (2001) ao defender que as trocas informais são comuns para a transmissão de informações. Quanto aos fornecedores, existe a transmissão de conhecimento técnico, através das especificações da matéria prima, pois existem variações em cada lote. Os operários da cervejaria são responsáveis em manter o padrão estabelecido pela cervejaria artesanal usando lotes de matéria prima com muita variação de qualidade, já que os insumos, como leveduras, por 60

Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v.5, n. 1, p. 1-85, jan./jun. 2015 | Uninorte

REVISTA CIENTÍFICA SENSUS: ADMINISTRAÇÃO ISSN 21792179-6289

exemplo, são sensíveis as mudanças climáticas. As reuniões semanais provocam o diálogo e reflexão entre os quatro sócios. Foi relatado que essas reuniões ocorrem principalmente para sanar problemas com clientes, usando de experiências passadas para corrigir o problema e neste momento também são tomadas ações preventivas para eliminar problemas existentes. Pela perspectiva que os momentos que compõe a “espiral do conhecimento” acontecem de forma fluída, no caso da cervejaria estudada percebe-se que o caminho da informação ocorre de maneira informal. Um fator que pode contribuir é o fato desta empresa ter uma estrutura enxuta, com poucos funcionários e, desta maneira, as melhorias podem ser sugeridas por todos os funcionários. Existe um ambiente onde se constata o comprometimento de todo o funcionário da empresa para contribuem na disseminação do conhecimento. Este ambiente, que propicia estes momentos, sugere a existência de um “ba” (NONAKA E BONNO, 1998; FAYARD, 2010). A parceria e proximidade entre as cervejarias foi um ponto bastante recorrente na entrevista. Inclusive, quando questionado sobre a manutenção de registros sobre pessoas qualificadas para atender a demandas técnicas da empresa, o entrevistado respondeu que possui “assessoria de amigos de longa data que são mestres cervejeiros” evidenciando a existência do conhecimento tácito e da não formalização, documentação, explicitação, dos conhecimentos. Já referente a fornecedores, matérias e reportagens relacionadas à tecnologia da empresa, declara possuir arquivos com estas informações, para futuras empresas. Ao se falar de desenvolvimento de projetos e experimentos realizados, se constatou que a empresa só mantém arquivadas as receitas das cervejas, mas não são documentados os experimentos que não obtiveram sucesso. Na cervejaria artesanal em questão, percebe-se o cuidado em tornar o conhecimento tácito em explícito, quando no processo interno, cada lote de cerveja tem um histórico documento, bem como receitas e normas técnicas para chegar ao padrão estabelecido. Não existe um sistema integrado para organizar essas informações, mas isso acontece de forma informal no dia a dia, além das reuniões semanais entre os sócios.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a necessidade cada vez maior das organizações criarem e manterem vantagem competitiva nos mercados a criação de novos conhecimentos de forma contínua torna-se fundamental. Desse modo, informação e conhecimento representam recursos essenciais no meio empresarial, a primeira no sentido de atuar como matéria-prima para o conhecimento; e o segundo como recurso capaz de gerar vantagem competitiva às organizações. Na empresa estudada não se evidenciou processos claros que facilitariam a criação, difusão e incorporação do conhecimento. Evidencia-se a dimensão tácita do conhecimento, do saber fazendo, mas não se percebe movimento para que este conhecimento seja de domínio mais abrangente. Apesar de a empresa fornecer treinamento aos seus funcionários, estes não são provocados a expor seus conhecimentos. As reuniões e as discussões são restritas aos sócios, de forma que o conhecimento não é compartilhado. Da mesma maneira não se identificam processos claros e sistêmicos de utilização de IC na organização. As informações não são acessadas de forma sistêmica, sendo mais ao acaso e 61

Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v.5, n. 1, p. 1-85, jan./jun. 2015 | Uninorte

REVISTA CIENTÍFICA SENSUS: ADMINISTRAÇÃO ISSN 21792179-6289

no compartilhamento informal entre fornecedor/cervejaria e entre parceiros/cervejaria. Apesar de não se identificarem processos formais de criação de conhecimento bem como processos sistêmicos de IC, sugere-se que o conhecimento tácito é predominante e este proporciona ganhos competitivos à empresa. No entanto este é um conhecimento que não perdura e é importante ser repassado para que as gerações futuras possam dar continuidade a organização. Cabe ressaltar que as informações deste estudo são específicas sobre a empresa analisada e sugerem comportamentos, contudo não podem ser generalizados à outras empresas similares. Por ser um estudo exploratório, os achados podem ser aprofundados com outros métodos de pesquisa, e envolvendo mais empresas do setor de artesanais, bem como comparativo de empresas de outras regiões. AGRADECIMENTO Fundação de Amparo a Pesquisa do Rio Grande do Sul – FAPERGS/CAPES

REFERENCIAS BARNEY, J. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of management, v. 17, n. 1, p. 99-120, 1991. BENNETT, R. ``Ba'' as a determinant of salesforce effectiveness: an empirical assessment of the applicability of the Nonaka-Takeuchi model to the management of the selling function. Marketing Intelligence & Planning, v. 19, n. 3, pp. 188-199, 2001. CANONGIA, C.; SANTOS, D. M.; SANTOS, M. M.; ZACKIEWICZ, M. Foresight, Inteligência Competitiva e Gestão do Conhecimento: Instrumentos para a Gestão da Inovação. Gestão & Produção, v. 11, n. 2, pp. 231-238, mai-ago. 2004. CIRILO, M. R. A inteligência competitiva como difusora da ação estratégica: diagnóstico do setor vinícola de Bento Gonçalves/RS. Dissertação de Mestrado - FGV. Rio de Janeiro, 2001. COLLIS, D. J.; MONTGOMERY, C. A. Competing on resources.Harvard Business Review, 2008. COBAITO, F.C. Diagnóstico e proposições de melhorias na gestão hospitalar, sob a lente do RBV. Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v. 2, n. 1, p. 56-79, 2012 DRUCKER, P. F. Post-capitalist society. Routledge, 1993. EISENHARDT, K.; GRAEBNER, M. (2007) “Theory building from cases: opportunities and challenges”. Academy of Management Journal, Vol. 50, No. 1, pp. 25–32. FACHINELLI, A. C.; RECH, J.; BERTOLINI, A. L. La dinámica cognitiva de los procesos de análisis en la actividad de Inteligencia Estratégica.. In: America Martinez, Marta Corrales. (Org.). Sistemas y Redes de Conocimiento e Innovación. Monterrey. 2011, v. 1, p. 145-157. FAYARD, P. O inovador modelo japonês de gestão de conhecimento. Tradução: Patrícia C. Ramos Reuillard. Porto Alegre: Bookman, 2010. FLACH, L., Improvisação e aprendizagem em cervejarias artesanais: um estudo no Brasil e na Alemanha, Tese de Doutorado em Administração. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. 62

Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v.5, n. 1, p. 1-85, jan./jun. 2015 | Uninorte

REVISTA CIENTÍFICA SENSUS: ADMINISTRAÇÃO ISSN 21792179-6289

GADBEM, A. de A. O aumento do consumo da Classe C e os reflexos gerados na comunicação de mercado. Universidade Metodista de São Paulo, disciplina de Comunicação e Consumo: Uma abordagem Multidisciplinar. Mestrado da UMESP – Universidade Metodista de São Paulo. 2008. KALNIN, J. L. Avaliação Estratégica para Implantação de Pequenas Cervejarias. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção e Sistemas. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1999. LI, M.; GAO, F.; Why Nonaka highlights tacit knowledge: a critical review. Journal of Knowledge Management, v. 7, n. 4, pp. 6-14, 2003. McGEE, J.; PRUSAK, L. Gerenciamento Estratégico da Informação: aumente a competitividade e a eficiência de sua empresa utilizando a informação como uma ferramenta estratégica. Rio de Janeiro: Campus, 1994. NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa. Elsevier Brasil, 1997 NONAKA, I.; KONNO, N. The concept of “Ba”: Building a foundation for Knowledge Creation. California Management Review; Spring 1998; 40, 3; ABI/INFORM Global. pg. 40 54 NORTH, K. Gestão do Conhecimento: um guia prático rumo a empresa inteligente. Trad. Marcos Cavalcanti. Rio de Janeiro. Qualitymark, 2010. NOTHAFT, A. Brazil’s Craft Brewing Scene. The New Brew International, Boulder, v.2, n.2, pp.10-15, 1998. PENROSE, E. T. The theory of the growth of the firm, 1959. Cambridge, MA, 1995. PETERAF, M. A. The cornerstones of competitive advantage: A resource‐based view. Strategic management journal, v. 14, n. 3, p. 179-191, 1993. POLANYI, M. The tacit dimension. London: Routdedge & Kegan Paul, 1966. PORTER, Michael E.; MILLAR, Victor E. How information gives you competitive advantage. v.63 n.4, 1985. PORTER, M. E. Vantagem Competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro: Elsevier, 1989. PRAHALAD, C. K.; HAMEL, G. Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o controle do seu setor e criar os mercados de amanhã. Tradução: Outras palavras. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. PRESCOTT, J. E.; MILLER, S. H. Inteligência competitiva na prática: técnicas e práticas bem sucedidas para conquistar mercados. Tradução: Alexandre Feitosa Rosas. Rio de Janeiro: Campus, 2002. RAMOS, A. G. A Nova ciencia das organizações* uma reconceituação da riqueza das nações. Fundação Getúlio Vargas, 1981. SANTOS, J. I.; DINHAM, R. O Essencial Em Cervejas E Destilados, Senac, 2006. SANTOS, S.P. Os Primórdios da Cerveja no Brasil. São Paulo: Atelir Editora, 2004. SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Dados Disponíveis em: http://www.sebrae.com.br/setor/comercio-varejista/o-setor/cenario-e-tendencia, Acesso em outubro de 2014. SILVER, N. O sinal e o ruído: por que tantas previsões falham e outras não. Rio de Janeiro: 63

Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v.5, n. 1, p. 1-85, jan./jun. 2015 | Uninorte

REVISTA CIENTÍFICA SENSUS: ADMINISTRAÇÃO ISSN 21792179-6289

Intrínseca, 2013. SINDICERV - Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja. Dados. Disponível em: Acesso em 05/02/2014 às 19h11. TAKEUCHI, H.; NONAKA, I. Gestão do Conhecimento. Tradução: Ana Thorell. Porto Alegre: Bookman, 2008. TERRA, J.C.C. Gestão do Conhecimento: Aspectos conceituais e Estudos Exploratórios Sobre as Práticas de Empresas Brasileiras. Tese de Doutorado, São Paulo, 1999.

64

Revista Científica Sensus: Administração, Londrina, v.5, n. 1, p. 1-85, jan./jun. 2015 | Uninorte

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.