A Composição do Estado Neerlandês

July 1, 2017 | Autor: Felipe Arlon | Categoria: History, Cultural History, 17th Century Dutch Republic, Dutch History, História, Gouden eeuw
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A Composição do Estado Nacional Moderno dos Países Baixos







Felipe Arlon
Faculdades Metropolitanas Unidas
Teoria do Estado, Professor Luis Fernando Vitigliano











São Paulo
2013

Sumário

1- Início da Idade Média e etnogênese do povo neerlandês..........................................3
2- Séculos XIV e XV........................................................................................................3
3- Domínio da Casa de Habsburg...................................................................................4
4- Revolta e Guerra de Oitenta Anos..............................................................................6
5- Republiek der Zeven Verenigde Nederlanden (República das Sete Provincias).......7
6- Gouden Eeuw (Era de Ouro): .....................................................................................8
I-Econômia durante o século XVII e final do século XVI.....................................8
II- Arte, Cultura e Tulipamania.............................................................................9
III- Guerras.........................................................................................................10
IV- Fim da Gouden Eeuw...................................................................................11
7- Século XVIII..............................................................................................................12
8- Crise e Declínio do Império.......................................................................................13
9- República Batávia, Reino da Holanda e Anexão pela França..................................14
10-Verenigd Koninkrijk der Nederlanden (Reino Unido dos Países Baixos)................15
11- Revolução Belga.....................................................................................................15
12- Conclusão...............................................................................................................15
13- Bibliografia..............................................................................................................16









Início da Idade Média e etnogênese do povo neerlandês
Inicialmente viveram nos Países Baixos muitas tribos diferentes, com pouca coesão e unidade entre elas, neste periodo ocorreu um processo que chamamos de etnogênese.No século VI e início do sétimo três grupos étnicos haviam se estabelecido na região, os frísios que viviam ao longo das costas, os saxões no oriente e os francos ao sul.
Os frísios localizados entre os reinos germânicos emergentes dos Francos, dos Saxões na Inglaterra e dos escandinavos, se beneficiaram de sua posição geográfica e logo dominaram o comércio, crianda rotas no noroeste da Europa, diferentemente dos francos que inicialmente tinham muito pouco interesse em transações comerciais.Apesar do comércio de longa distância e economia neste período em questão, em muitos lugares quase ter desaparecido, isso não se aplica aos frísios.
Conflitos entre os frísios e os francos se deram no decorrer século sétimo e nos séculos seguintes e de tempos em tempos os francos dominaram os frísios, porém sem que houvesse realmente uma total submissão e incorporação das terras frísias ao império franco, diferentemente dos saxões que posteriormente foram totalmente absorvidos.
Com a fixação dos francos no sul dos Países Baixos e do que hoje é a Bélgica, chegou também o cristianismo a essa área.Mosteiros, igrejas e dioceses foram fundados, e ao longo do tempo a fé cristã se adaptou e penetrou totalmente na sociedade.Sob o reino de Carlos Magno, os Países Baixos deixou de ser uma região longínqua de fronteira, integrando parte do centro do império.Que era controlado de forma hereditária por nobres responsáveis por pequenas regiões, devido ao grande tamanho de seu territórrio.Tornando-se assim impossível uma centrazilação de poder, desenvolvendo-se no posterior sistema feudal.
Séculos XIV e XV
O século XIV foi um período de crise para a Europa, em muitos aspectos, incluindo a Grande Fome de 1315-1317, a Peste Negra (1347-1351) e da Guerra dos Cem Anos (1337-1453).Neste periodo as regiões que hoje compõe os Países Baixos e a Bélgica, estava dividida em pequenos ducados e condados, como os Ducados de Brabant e Luxemburgo, e os Condados da Holanda e de Flandres, que estimulados por ataques externos ao longo dos anos haviam criado uma consciência de identidade nacional.Devido a casamentos politicos muitas dessas unidades políticas haviam caído sobre o dominío de dinastias estrangeiras, como por exemplo a Holanda sobre o controle dos condes de Hainaut, e Flandres sobre o controle dos Duques de Borgonha, que posteriormente unificariam a maior parte da região em 1433.E em 1477 com o casamento de Marie de Bourgogne (Maria de Borgonha) com o imperador do Sacro Império Germânico, Maximilian I da Áustria, os Países Baixos passaram a integrar o domínio dos Habsburg.
Domínio dos Habsburg
Como herança de Marie de Bourgogne, a região dos Países Baixos e Bélgica passou para seu filho, Philipp der Schöne (Felipe, o belo), arquiduque austríaco, e rei de Castela através de seu casamento com a Rainha Juana I de Aragão e Castela, dita Juana la Loca (Joana , a louca).Porém com a morte precoce dele, o território foi deixado para seu filho mais velho, ficando os Países Baíxos (Holanda) e grande parte da Bélgica, sob o dominio do Sacro Imperador Germânico e rei da Espanha, Karl V (Carlos V do Sacro Império, e Carlos I da Espanha).
Neste período a extensão sobre o domínio espanhol sofreu uma forte expansão econômica, sendo inicalmente administrada pela Arquiduquesa Margarete da Áustria, tia de Karl V, enquanto este não havia alcançado a maioridade.No entanto, depois que o futuro imperador já havia alcançado a idade da razão, devido ao fato de ocupar a coroa espanhola ainda era incapaz de adminastrar diretamente essas terras, delegando o governo ao controle de regentes, em geral seus parentes próximos, sendo o poder exercido de fato por funcionários públicos espanhois controlados por ele.
As províncias, cada uma com seus próprios governos e tribunais, controladas pela nobreza local, tinham suas próprias tradições e direito que era datado de séculos atrás.Da mesma forma as inúmeras cidades tinham seus próprias leis e administração locais, geralmente controlada pelos comerciantes.Em oposto a esse sistema já estabelecido, o domínio espanhol impôs um governo geral, o Staten-Generaal van Nederland (Estados Gerais dos Países Baixos), com seus próprios funcionários e tribunais.Estes representantes espanhois enviados por Karl V ignoravam as tradições regionais e não reconheciam o poder da nobreza holandesa, assim como o dos funcionários públicos locais, incitando assim um forte sentimento nacionalista e anti-espanhol.
As dispustas de poder entre os Habsburg e os Valois pelo controle da Europa, principalmente da Itália e pela posição de potência católica soberana, levou a conflitos chamados de Guerras Franco-Habsburg, em que a França cercada de um lado pela Espanha e de outro pela Áustria intentava quebrar a hegemonia austríaca-espanhola, que apenas terminaria em 1559, com a Paz de Cateau-Cambrésis.Por serem parte do Império Habsburg as províncias dos Países Baíxos já insatisfeitas com o domínio espanhol foram obrigadas a se envolver nestes conflitos, paralelamente a isso, os movimentos intelectuais e comerciais desenvolvidos no periodo anterior haviam aberto espaço para uma ampla difusão das doutrinas da Reforma Protestante, a qual Karl V estava determinado a esmagar.Agitação e princípios de uma revolta se iniciaram no sul, concentradas na grande cidade de Antwerpen.Não estando disposto a perder uma colônia especialmente rica para seu reino, o imperador através da Transação de Augsburg, concedeu em 1548 aos Países Baixos o status de entidade separada do Sacro Império Romano Germânico, esta independencia não foi total porém permitiu uma autonomia significativa.E em 1549 com a Sanção Pragmática foi determinado por ele que as províncias neerlandesas só poderiam ser herdadas sobre a condição de unidade política.
Durante o século XVI, o protestantismo ganhou rapidamente terreno no norte da Europa, especialmente as tradições luteranas e calvinistas.Na sociedade neerlandesa que tinha sua economia e estrutura baseada na liberdade de comércio a tolerância religiosa era um fator essencial para sua sobrevivência, sendo assim após uma repressão inicial a comunidade protestante, já pela década de 1560 ainda que minoria uma influência significativa, aceita pelas autoridades.Porém, os reis espanhois Karl V e Filipe II, movitavos por seu católicismo extremista, posicionados como representantes da Contra-Refroma, adotaram uma forte política a fim de elinimar o protestantismo, considerado além de uma heresia, uma ameaça para a estabilidade da hierarquia do sistema existestente na Europa da época.No entanto, apegados a sua ideologia os protestantes neerlandenses insistiram em sua teologia bíblica, acreditando que seu estilo de vida puritano e ascético era moralmente superior aos hábitos luxuosos e religiosidade superficial da nobreza eclesiástica.Gerando então medidas repressivas e punitivas por parte do governo, que levaram a progressivas queixas da população, mudando a situação anterior de coexistência pacífica para intervenção bélica, enviando assim o Rei Filipe II armas para esmagar a rebelião e trazer os Países ao retorno da fé católica.
As correntes da Reforma floresceram nos Países Baixos de maneiras distintas, no começo o luteranismo se instaurou em Antwerpen e no sul, mas sendo rapidamente oprimido pelos agentes e forças espanholas, só conseguindo se estabelecer ao leste da Frísia, permanecendo porém com poucos adeptos.A segunda corrente, veio na forma do anabatismo, popular entre as massas e os agricultores na Holanda e também na Frísia.Devido as doutrinas radicais desse movimento, como a crença no apocalipse próximo, ele foi permitido no norte mas nunca alcançou larga escala.E a terceira, e mais efetiva e permanente foi o Calvinismo, que adquiriu adeptos em todos os setores da sociedade, tanto entre a elite e alta nobreza como entre a população comum, principalmente em Flandres, pois o espírito calvinista com sua moral ascética e sobriedade ia perfeitamente de acordo com as regras e ideais da sociedade comercial e burguesa neerlandeêsa, incentivando o crescimento do capitalismo e da econômia.Que havia experimentado uma forte expansão desde do final do século XV, especialmente em Brabant, Holanda e Zelândia, e em menor intensidade, em Flandres e em Antwerpen.Tendo por muito tempo a pesca como atividade importante, todavia, nos anos de 1560 a pesca do arenque só veio a ocupar 2.000 barcos que operavam a partir de portos holandeses.A Espanha, ainda a melhor cliente dos Países Baixos, neste periodo comprava o carregamento de cinquenta navios de grande porte cheios de móveis e utensílios domésticos de comerciantes de Flandres. Além disso, os derivados holandeses da lã eram desejados em toda parte, os Países Baíxos comprava e processava lã espanhola suficiente para os comericantes de Brugge (Bruges) angariarem quatro milhões de florins com a venda desses produtos.A demanda de lã neste momento era tão forte que era comprada a mesma quantidade de lã inlgesa quanto espanhola, movimento o comércio total com a Inglaterra uma soma de vinte e quatro milhões de florins.Grande parte das exportações indo para a Inglaterra, resultando em lucro puro para os neerlandeses, porque os itens exportados eram em geral de sua própria fabricação, iniciando-se assim as condições que levariam a Gouden Eeuw ( Era de Ouro).
Contudo as guerras contra a França, os altos impostos e barreiras comerciais impediam e estagnavam o avanço econômico em 1565.A combinação desses acontecimentos, com a reação da Espanha a propagação da fé protestante da introdução de uma inquisação e implacável perseguição, eclodiu na rebelião.Primeiramente com o Beeldelstorm ( iconoclausto) em 1566, que foi a destruição sistemática de estátuas de santos e outras representações de devoção católica nas igrejas.E depois nesse mesmo ano com a Guerra de Oitenta Anos, começada por Willem de Zwijger (Willem, o Silêncioso, Guilherme o Silêncioso), um calvinista, a fim de libertar todos os holandeses da Espanha católica.
Revolta e Guerra dos Oitenta Anos
A guerra holandesa de independência da Espanha conhecida como Guerra dos Oitenta Anos, de 1568 à 1648, foi em seus primeiros cinquenta anos, de 1568 à 1618, um conflito exclusivamente entre a Espanha e os Países Baixos.Mas em seus últimos 30 anos fez parte das guerras que absorveram boa parte do continente europeu, chamada Guerra dos Trinta Anos.
Liderada por Willem de Zwijger van Oranje e posteriormente por seu filho Mauritius, a rebelião foi em seu primeiro momento suprimida de forma bem sucedida pelo Rei Filipe II.Em 1572, no entanto, os rebeldes capturaram Brielle e a rebelião ressurgiu.Sendo finalmente as sete províncias rebeldes do norte unidas pela União de Utrecht em 1579.Que reconhecia o direito das provincias de manterem suas tradições, liberdade religiosa, e sua união militar, em Oposição a União de Atrecht, em que as provincias do sul declararam lealdade a Espanha.E em 26 de julho de 1581, foi assinado o Plakkaat van Verlatinghe (Ato de abjuração) revogou a soberania espanhola de fato, formando a Republiek der Zeven Verenigde Nederlanden (República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos).Porém os Países Baixos do Sul ( situado na atual Bélgica e Luxemburgo) permaneceu sob o poder espanhol, o domínio autoritário exercido pelos Habsburg no sul fez com que muitas pessoas da elite financeira, intelectual e cultural fugissem para o norte, contribuindo para o sucesso da República Holandesa.
Durante o primeiro periodo do conflito o objetivo foi tornar a nova nação livre da coroa espanhola, mas o foco do segundo periodo era obter o reconhecimento oficial da independência.Ao longo da guerra os Países Baíxos recebeu também apoio militar estrangeiro, da Inglaterra e da França, tendo sua independencia finalmente reconhecida pela Paz de Westphalia em 1648.
Republiek der Zeven Verenigde Nederlanden
(República das Sete Províncias)
A república era formada por uma confederação de sete províncias, que tinham seus próprios governos e independencia, mas também por regiões dependentes, territórios de fronteira cedidos aos Países Baíxos depois da Paz de Westphalia, governados diretamente pelos Staten-Generaal (Estados-Gerais), chamados Generaliteitslanden (Territórios-Gerais).Os Estados Gerais estavam centrados em Den Haag e eram constituídos por representantes de cada uma das sete províncias.Que eram nomeadas por sua antiga organização feudal: O Ducado de Gelre, Condado da Holanda, Condado de Zeeland, ex-Bispado de Utrecht, Senhorio de Overijssel, Senhorio de Groningen e Ommelanden e Senhorio da Frísia.
Houve também, no entanto, uma oitava província, o senhorio de Drenthe, mas esta região possuía uma economia precária e era isenta de pagar impostos, como consequência foi negada a sua representação nos Estados-Geral. Cada província era governada pelos Provinciale Staten (Câmaras Provinciais) era o Raadpensionaris, ainda que não o orgão principal oficial pois era oficialmente apenas um auxiliar dos Estados Gerais centrado na província da Holanda.Os chefes administrativos de cada provincia eram chamados de stadhouders, porém na prática os príncipes da Casa van Oranje-Nassau, começando por Willem de Zwijger e depois por seus descendentes, sempre eram escholhidos para chefiar a maioria das províncias, Zeeland e Utrecht tinham geralmente o mesmo stadhouder que a Holanda.
Devido a natureza semi-hereditária do governo, haviam duas facções politicas que lutavam pelo poder, os orangistas, que apoiavam a Casa de Oranje-Nassau e os republicanos que desejavam que a estrutura existente fosse substituida pro uma verdadeira estrutura republicana e apoiavam os Staten-Generaal.Que era na verdade controlado pelas duas companias de expansão marítima-naval e comerciais mais poderosas do mundo, a Vereenigde Oost-Indische Compagnie (VOC, Companhia das Índias Orientais) e pela Geoctroyeerde Westindische Compagnie (WIC, Companhia das índias Ocidentais), que representavam os interesses da burguesia calvinista ascendente, buscando a expansão do comércio através do poderio colonial e do imperialismo.
Gouden Eeuw:
Sob a liderança dessas companhias a República alcançou uma prosperidade nunca vista antes na história neerlandesa, onde houve um incrível desenvolvimento da econômia, comércio, artes e ciência, além de um grande crescimento demográfico.Este periodo, centrado principalmente no século dezessete, ficou conhecido como Gouden Eeuw (Era de Ouro).
Depois de várias décadas para se libertar do domínio espanhol, o novo país progrediu rapidamente para o status de potência internacional, a ponto de os Países Baíxos se tornar o centro do comércio mundial.A política de imperialismo colonial adotada pelo governo, e sustentada pelo poderio da VOC e da WIC, permitiu que se fixassem colonias muito ricas e rentáveis na Ásia, nas Ámericas e África.Que em conjunto ao comércio fervilhante enriqueceu ainda mais a classe dos comerciantes, que viraram sua atenção para o patrocínio sa literatura, ciência, artes e caridade.
Uma das razões para este desenvolvimento era que a sociedade neerlandesa muito menos marcada pelo feudalismo que outros países europeus, assim, o comércio e mercado de trabalho eram muito mais flexíveis e livres das restrições impostas pela hierarquia medieval. Outro fator foi o fato de que a República era um grande mercado para empréstimos, permitindo que pessoas e empresas usassem o dinheiro economizado para investimentos potencialmente lucrativos, ou tomassem dinheiro emprestado para investir em seus respectivos negócios, movimentando a economia.Outro motivo foi a liderança tecnológica assumida sobre outros países, porque por ser uma sociedade relativamente diversificada e tolerante era um lugar propício a idéias e invenções.A razão final foi a posição central que Amsterdã veio a ocupar na Europa, emergindo progressiva e lentamente em um mercado comercial internacional onde quase todo tipo de informações, bens e serviços estavam presentes em uma área relativamente pequena.
I-Econômia durante o século XVII e final do século XVI
O Capitalismo mercantil holandês era baseado no comércio e nas finanças, ao invés da manufatura e da agricultura, marcando a transição da economia holandesa para um estágio verdadeiramente moderno.A acumulação de capital gerada em enormes montantes causou uma demanda de oportunidades de investimento produtivo ao lado do reinvestimento imediato no próprio negócio.Isso exigiu arranjos inovadores institucionais para trazer demanda e oferta de fundos de investimento em conjunto.Houve também inovações em seguro marítimo e estruturação jurídica de empresas como a criação da sociedade anónima, essas inovações ajudaram a gerir o risco.Por exemplo, os navios foram financiados em partes, ou seja por várias pessoas, com cada um dos dezesseis investidores, com uma quota de um para dezesseis.Minimizando-se assin os riscos e maximizando-se oportunidades de lucros.
O stapelmarkt (mercado de grampo), ajudava a gerenciar o risco de flutuações de preços.Instrumentos relacionados foram a provisão de crédito aos fornecedores, a fim de garantir o acesso privilegiado a matérias-primas (mercadores holandeses compravam regularmente grãos dos países Báltico e as colheitas de uva da França, importante no comércio de vinho) e do financiamento do comércio de commodities com letras de câmbio, o que ajudou a criar um clientela fixa para os comerciantes.
O sistema econômico, no entanto, não estava apenas voltado para reexportação de mercadorias, mas também para a manutenção de um grande mercado interno, seja como consumidor final, ou como um usuário intermediário de matérias-primas e produtos intermediários para o processamento de produtos finais.Apesar de seu pequeno tamanho, a República, tinha certamente em 1650 uma população urbana maior que as da Bretanha e Escandinávia combinadas.E também maior do que o de todos os países alemães, devastados pela Guerra dos Trinta Anos.E a proximidade com um considerável comércio doméstico ajudou o mercado de Amsterdam a exerce a função de estabilização de preços.
A acumulação explosiva de lucros levou a um crescimento igualmente explosivo do investimento em capital fixo para as indústrias relacionadas com o comércio.Inovações tecnológicas, como a serraria movida á moinhos de vento, que aumentou significativamente a produtividade na construção naval, ofereceram oportunidades de investimento rentável.A indústria têxtil, assim como outras indústrias, também fez uso da mecanização sobre a base de energia eólica.
II-Artes, Cultura, e Tulipamania
Como resultado da revolta , os Países Baíxos tornou-se culturalmente diverso, o norte e o Sul desenvolveram culturas distintas.No sul, dominado pela Contra- Reforma espanhola, a censura foi extremamente rigorosa, o debate intelectual foi silenciado.No norte, na República, houve um desenvolvimento completamente diferente, a mistura de protestantes calvinistas e católicos foi propícia as correntes humanistas. Neste período dentre as artes, floresceu especialmente pintura, no total, três milhões pinturas foram produzidas por cerca de 5.000 artistas, incluindo Rembrandt, Vermeer, Frans Hals, Flinck Govert, Ferdinand Bol e Jan Steen.O barroco foi apenas uma influência limitada, apenas com poucas exceções na arquitetura e na literatura como os trabalhos do arquiteto Jacob van Campen no Paleis op Dam (Palácio de Amsterdam) e do poeta Joost van den Vondel, pois a exuberância do barroco não se encaixava com os ideais sobrios da população em grande parte calvinista.Embora a cultura fosse mais acessível aos mais ricos, uma parte relativamente grande da população também pode para participar.Muitos eram capazes de comprar pinturas, e tinham a posse de bíblias e hinos e haviam todos os tipos de impressão, incluindo panfletos.A força motriz por traz desses desses movimentos culturais foi a burguesia protestante principalmente nas províncias ocidentais, em maior medida na Holanda, em menor em Zeeland e Utrecht.Diferentemente de outras nações, a cultura não era promovida por aristocratas mas sim por ricos comerciantes.
Os desenvolvimentos hortícolas desta época haviam criado bases para o setor agrícola de produção de tulipas, que como muitas outras industrias se desenvolveu, com ramificações, como a industria de pigmentos químicos.Por volta de 1636 o bulbo de tulipa tornou-se o primeiro entre os quatro principais produtos de exportação, seguido do arenque, gin e queijo.O preço de tulipas disparou por causa da criação de uma bolha especulativa no mercado, e muitas pessoas fizeram e perderam fortunas do dia para a noite, para a consternação dos calvinistas que abominavam esse frenesi artificial que na visão deles negava as virtudes da moderação, austeridade e trabalho genuíno.
III-Guerras
O crescimento do comércio diminuiu um pouco após o reinício da guerra com a Espanha em 1621, no entanto esse reinício ofereceu a possibilidade de ampliar o comércio para o hemisfério ocidental, mas em outros lugares os neerlandeses disputavam cada vez com seus rivais europeus na luta por participação de mercado.Por causa das vantages na competitição dos comerciantes neerlandeses que eram mais eficientes, contramedidas protecionistas doram criadas por outras potências.Como os Atos de Navegação Inglês em meados do século dezessete, e também o sistema tarifário francês instituído sob Jean-Baptiste Colbert, ao mesmo tempo semelhantes medidas foram instituídas pela Suécia.Estas medidas provocaram uma série de guerras e conflitos militares, como as guerras Anglo-neerlandesas, a Guerra Neerlando-sueca, e a Guerra Franco-Neerlandesa.
O resultado destas guerras foi a deterioração das perspectivas para o comércio e entre os anos de 1621 á 1663 a rentabilidade desta atividade declinou, o que foi um fator importante para a reorientação dos fluxos de investimentos que ocorreram durante este período.Houve então, muito mais investimento em infra-estrutura, como a trekvaarten, um extenso sistema de canais, que formaram a base de um sofisticado sistema de transporte público, baseado nos trekschuiten, barcos puxados por cavalos. Este foi também o período principal dos projetos de recuperação de terra, as droogmakerijen (terras reclamadas) do interior de lagos como Beemster e Schermer foram drenadas por moinhos de vento e convertidoas em pôlderes, de forma que áreas aráveis e férteis foram ganhas.E por último, houve um grande investimento em urbanização, desde das extensões de cidades como Amsterdã até melhorias portuárias e de fortificações.Pois a população urbana havia quase dobrado depois de 1580, necessitando-se assim investimentos proporcionais na construção urbana.

IV-Fim da Gouden Eeuw
A expansão e prosperidade econômica chegou a um fim abrupto por volta de 1670, em consequência de duas quebras que se reforçam mutuamente nas tendências econômicas.A primeira foi o fechamento dos principais mercados europeus, que terminou com o aumento dos volumes comerciais para a economia holandesa.Porém o efeito disto não teria sido tão grave se ao mesmo tempo a tendência secular do nível de preços não tivesse se revertida de inflação para deflação, pois durantes os séculos dezessete e dezesseis os preços dos produtos se mantiveram em ascensão.
Também houve uma evolução negativa em relação aos salários nominais e o preço dos produtos, pois ao contrário de outros países, houve uma grande rigidez no valor dos salários, enquanto os preços dos produtos caíram de forma constante.A conseqüência imediata disso foi que o já elevado nível de salários reais nas províncias marítimas continuou a subir, embora o ciclo geral de negócios fosse baixo, o que obviamente, reforçou a depressão do comércio no curto prazo, mas no longo prazo, causou um realinhamento estrutural da economia holandesa.
Outros fatores que contribuíram para esta crise econômica, foi o surgimento de outras potências, que se tornaram concorrentes cada vez mais poderosos para a República Holandesa.Em particular, a França no Continente, que estava nas mãos de Louis XIV e tinha o maior exercito da Europa, e a Inglaterra no mar, que atravessa na segunda metade do século dezessete um período turbulento.Em consequencia ao conflito entre o rei e o parlamento em 1688 que culminou na Revolução Gloriosa, aumentando o poder do parlamentom, que decidiu investimentir de maneira substancial no serviço militar, especialmente na marinha.O surgimento dessas duas potências desestabilizou o equilíbrio de poder e teve conseqüências importantes, pois a República ameçada se viu forçada a embarcar em uma cara corrida armamentista que exigiria um aumento considerável nos impostos.
A combinação de tudo isso com uma estagnação do governo e da burguesia em mudanças estruturais no comércio e novas tecnologias fez com que os Países Baixos perdesse sua posição de liderança em quase todas as áreas, pois o resto das nações europeias nao estava parada e logo os ultrapassou economicamente.
Século XVIII
Diferentemente do século anterior, o desenvolvimento cultural entrou em decadência, sendo ofuscado por influências francesas, ingleses, alemãs e italianas, no teatro, na literatura e na música.Durante desta época a República Neerlandesa empreendeu uma política de neutralidade que deixou a navegação e transporte marítimo neerlandês em uma posição protegida durantes as muitas guerras deste periodo.O que permitiu que fossem prestados eficientes serviços de navegação por sua frota ainda muito grande para boa parte dos países europeus.Porém isso diminuiu o poder do stapelmarkt( mercado de grampo) de Amsterdam, assim como o surgimento de concorrentes como Londres e os portos alemães do norte de Bremen e Hamburgo.Este enfraquecimento da província de Holanda como centro de comércio, por sua vez contribuiu para a desarticulação do comércio neerlandês nos setores econômico, bancário e de seguros, que tinham sido altamente desenvolvidos durante a Gouden Eeuw.
A economia holandesa se manteve com salários e impostos muito altos, o que desestimulou investimentos em atividades de trabalho intensivo.Causando um declínio das indústrias de trabalho, como a indústria têxtil, de bens de capital e também a construção naval, que sofreram uma contínua e progressiva estagnação de inovações tornando ainda mais difícil conquistar mercados externos.Essa queda foi parcialmente compensada pelo crescimento de indústrias que requeriam proximidade de portos, capital fixo ou grande necessidade de mão de obra qualificada ,que ainda se mantinha em abundância.O setor da agropecuária, sofrendo com as mesmas pressões, especializou-se em dois pontos: dimiuição do trabalho intensivo na pecuária, e o aumento do trabalho intensivo na produção industria de culturas agricólas.O comércio deslocou-se do mar Báltico e do Mediterrâneo focando-se no abastecimento colonial intracontinental, assim como no interior da Alemanha, que finalmente se recuperava da Guerra dos Trinta Anos.A industria da pesca do arenque também foi severamente danificada, entrando em um irreversível colapso, principalmente pela concorrência de países escandinavos e pela interferencia de corsários franceses durante a Guerra de Sucessão Espanhola.
As guerras que envolveram os Países Baixos, como a quarta Guerra Anglo-Neerlandesa, mergulhou a República em um grande divída interna, implicando na absorção do sistema fiscal para suprir o débito, com aproximadamente setenta por cento da receita anual da província da Holanda sendo dedicado ao pagamento da dívida.O fato desta receita consistir essencialmente de taxações sobre as classes mais pobres, causou uma absurda transferência de rendo das camadas mais baixas para as mais ricas.Como a divisão fiscal era feita entre as províncias e não em uma unidade comum do governo, foi criado um consenso da necessidade de uma reforma fiscal.O que ocasionou numa mudança de insvestimentos da classe rentista antes beneficiada pela prévia situção financeira, que passou a focar sua atenção no exterior, em cenários como a Grã-Bretanha, tanto no desenvolvimento de infra-estrutura, como na dívida pública britânica, que pareciam ter condições tão seguras quanto as apresentadas nos Países Baíxos.E também governos estrangeiros passaram a explorar o mercado holandês de poupança, flutuando títulos de dívida soberana com a ajuda dos bancos de Amesterdam, que exigiam pesadas taxas.Tornando a cidade assim como Londres, um centro de finanças internacionais, sendo suas duas bolsas de valores alinhadas.
Em geral a queda da economia neerlandesa foi mais relativo do que absoluta, o desaparecimento de muitas indústrias, embora lamentável, não foi mais que um reflexo das tendências econômicas do momento.Na verdade, mudança das indústria para os setores de serviço modelou a estrutura da economia de uma maneira mais moderna.
Crise e Declínio do Império
A partir de 1780, um série de forças e condições internas e externas contribuíram para o declínio do império e economia dos Países Baíxos, que culminou em um colapso.A quarta Guerra Anglo-neerlandesa havia terminado com a posição de neutralidade que havia protegido o comércio marítimo pela maior parte do século, deixando o país vulnerável, já que suas possibilidades de desefa bélica limitadas pois pelo fim temporário de proteção naval, a negligência tornou o poderio da marinha decadente.E o comércio também enfrentou uma situação de impasse, , porque o bloqueio britânico demonstrou-se inflexível.O faturamento das Companhias das Indías também foi devastado, devido a perda de muitas de suas colônias para a Inglaterra, que tirando o espaço dos Países Baíxos alçava seu caminho como potência colonial.A falência da WIC e ainsolúvel crise de liquidez que se abateu simultaneamente sobre a VOC foi um golpe muito forte para a nação, devido à sua importância mas também pela dívida que esta ocpuava no sistema financeiro neerlandês.De modo que com ajuda governamental esta última foi mantida por mais de uma década, até ser finalmente nacionalizada em 1796.Todos esses acontecimentos marcaram o fim do primeiro período colonial, periodo imperial e econômico dos Países Baixos.



Bataafse Republiek, Koninkrijk Holland en Annexatie door Frankrijk
(República Batávia, Reino da Holanda e Anexão pela França)
Com a propagação da Revolução Francesa pela Europa o exercito francês invadiu em 1795 os Países Baíxos.Derrubando os governos municipais e provinciais, proclamando a Bataafse Republiek (República Batávia), fazendo com que o stadhouder Willem V fugisse para a Inglaterra e os Stanten-Generaal fossem dissolvidos.O novo governo não era mais que um satélite manipulado pela França, um fantoche que tinha como função dar apoio militar aos franceses.Sendo a estrutura confederal da antiga República Holandesa completamente substituída por um estado unitário, que tinha originalmente em sua constituição de 1798 um caráter democrático, no entanto isso não funcionou na prática e a partir de 1801 um regime autoritário havia se instalado no poder.
Com a ascensão de Napoleon os Países Baixos foi em 1806, transformado por ele, em Reino da Holanda, e seu irmão Lodewijk Bonaparte foi colocado no trono.Apesar da grande impopularidade do novo rei, ele estava realmente disposto a contráriar seu irmão para o benefício de seu novo reino, o que levou a Napoleon forçar sua abdicação em 1810, a incorporação do território neerlandês diretamente no império francês e o recrutamento de todos os jovens ao exército francês.Esta dominação francesa durou até 1813, quando o Driemanschap (triunvirato), composto por Frans Adam van der Duyn van Maasdam, Leopold of Limburg Stirum e Gijsbert Karel van Hogendorp assumiu a chefia do governo provisório.Embora composto pelos mesmos homens que haviam expulsado Willem V dezoito anos antes, os líderes desta nova administração sabiam que qualquer novo regime teria que comandado por seu filho, o Príncipe Willem Frederik van Oranje-Nassau, que foi convocado para receber a coroa, todavia ele recusou e ao invés se auto-proclamou príncipe soberano hereditário.
Com o Congresso de Viena em 1815, as grandes potências europeias haviam concordado em unir os Países Baixos do Norte (Países Baixos, Holanda) e do Sul (Bélgica), que haviam passado de colônia austríaca também para o poder francês, em uma única monarquia constitucional, incentivando o príncipe a elevar o país ao status de reino novamente e a se procalamar Rei Willem I.




Verenigd Koninkrijk der Nederlanden
(Reino Unido dos Países Baixos)
A nação recém criada, sob o coroa de Willem I quer era também Grão-duque de Luxemburgo, era dividida em duas partes distintas em muitos aspectos mas iguais em tamanho e importância. O norte, centrado em Amsterdam, que possuía dois milhões de habitantes e falava principalmente holandês, composto religiosamente por uma maioria protestante e uma minoria católica.E o sul, centrado em Bruxelas, que tinha uma população de tres milhões e quatrocentas mil de pessoas aproximadamente.Onde quase todos eram católicos, dividido linguísticamente entre wallons francófonos, que compunham a maioria das classes mais ricas, e vlamingen( flamengos) de dialeto holandês.
Durante o governo de Willem I de 1815 á 1840, foi promovida uma modernização econômica e seus primeiros quinze mostraram um notável progresso.Um déspota esclarecido dotado de grande poder constitucional, que apesar de ter reustaurado em parte uma certa ordem feudal e ter elevado muitas pessoas á nobreza, também aceitou as transformações modernizadoras dos últimos vinte e cinco anos, incluindo a igualdade de todos perante a lei.Sua ideologia calvinista contrária aos ideais católicos, o levou a mudar a antiga ordem das coisas no sul, suprimindo o clero, abolindo os privilégios da igreja e garantindo a proteção igualitária a todos os credos religiosos cristãos.Ao mesmo tempo, neste periodo a industrialização avançou rapidamente no sul, onde a Revolução Industrial permitiu que a mão de obra abundande se combinasse com interesses de novos empreendedores na criação de uma indústria têxtil, alimentado por minas de carvão locais, diferindo-se do norte onde o desenvolvimento industrial se manteve escassoE algumas das colônias como as Índias Orientais Neerlandesas foram restituídas também gerando uma enorme renda depois de um intervalo de vinte e cinco anos do fim do primeiro periodo colonial.
Toda esta politica de liberalismo econômico combinado com autoritarismo monárquico moderado acelerou a adaptação dos Países Baixos para as novas condições do século dezenove, criando uma prosperidade que viria a ser mais tarde interrompida com a crise nas relações com as províncias do sul.
Revolução Belga
Apesar de os protestantes, principalmente concentrados no norte, serem apenas um quarto da população, eram eles que controlavam o governo e o exército, excluindo a maioria católica do sul.Que não se considerava parte integrante do Reino Unido dos Países Baíxos e que se sentia como cidadões de segunda classe e reclamavam de sua sub-representação no poder legislativo nacional, preferindo a se identificar com a cultura holandesa medieval.Os fatores que contribuíram para esse sentimento não eram somente religiosos, mas também econômicos e linguísticos, pois as políticas de Willem I de implementar o neerlandes como língua principal e universal forma encaradas no sul de maneira extremamente impopular, pois os wallons e vlamingen que compunham a nova burguesia católica preferiam falar frânces.Criando-se nessa região um clima geral de insatisfação e ressentimento contra a subordinação a um governo fundalmente protestante no espírito e na sociedade, que culminou em uma revolta, simultaneamente com a revolução de 1830 na França.O rei enviou esforços para reconquistar as províncias rebeldes mas que logo foram frustrados, tanto pelos próprios belgas e tanto como pela oposição diplomática de potencias estrangeiras.Assim, após alguns anos de conflito, o sul, agora conhecido como Bélgica, alcançou oficialmente sua independencia na Conferência de Londres de 1839, na qual finalmente foi preparado um tratado de separação definitivo holandês-belga, que modelou as fronteiras entre esses dois países de forma semelhante a que elas estão definidas atualmente.Dividindo essas terras em Koninkrijk der Nederlanden (Reino dos Países Baíxos), que nas décadas seguintes do século dezenove enfrentou um enfraquecimento de seu autoritorismo monarquico e caminhou para a democracia, e em Koninkrijk België, Royaume de Belgique (Reino da Bélgica), que fundou-se também sobre bases monarquicas ainda que laicas e constitucionais, sendo a coroa dada ao Duque Leopold von Sachsen-Coburg.

Conclusão
A composição dos estados nacionais modernos neerlandês e belga foi um processo de séculos que teve o seu fator catalizador nas condições religiosas, políticas e economicas que lançaram os Países Baíxos numa acirrada disputa comercial com as outras potenciais europeias, no periodo que ficou conhecido como Gouden Eeuw, e sua consolidação com o declínio do império firmado nesta época, e o papel de potências estrangeiras que ao mesmo tempo que ocuparam o espaço deste, interferiram na transformação dessas regiões nas monarquias constitucionais que elas posteriormente se tornaram.







Bibliografia
Livros:
Geschiedenis van Nederland por Anne Doedens e The Rise of Commercial Empires England and the Netherlands in the Age of Mercantilism, 1650-1770 por David Ormrod;
Sites:
http://www.geschiedenis.nl
http://eh.net/encyclopedia/article/Harreld.Dutch;
http://faculty.history.wisc.edu/sommerville/351/351-08.htm,







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