A comunicação informal nas organizações As implicações da rede de boatos no ambiente organizacional

June 2, 2017 | Autor: Adriano de Menezes | Categoria: Comunicação, Comunicacion Social, Tecnologia
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UNB – UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FAC – FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
HAB. EM COM. ORGANIZACIONAL


Fco. Adriano de Menezes
13/0110825





A comunicação informal nas organizações
As implicações da rede de boatos no ambiente organizacional

















Brasília,
Jun/2014
Fco. Adriano de Menezes – 13/0110825







A comunicação informal nas organizações
As implicações da rede de boatos no ambiente organizacional

















Trabalho realizado para a disciplina de
Metodologia de Pesquisa em Comunicação,
ministrada pelo Dr. Prof. Tiago Quiroga da
Universidade de Brasília.















Brasília,
Jun/2014
SUMÁRIO

RESUMO......................................................................
...................................................4

I OBJETO DE
ESTUDO......................................................................
..........................5
1.1 Apresentação do problema de
pesquisa...................................................................5

1.2 Quadro teórico de referência…………………………………………...................6
1.3
Hipótese……………………………………….....................................................
10

II OBSERVAÇÃO…………………………………………………………………....10
2.1
Amostragem..................................................................
........................................10
2.2 Técnicas de coleta de dados……………………………………………………..12

III ANÁLISE DESCRITIVA………………………………………………………..13

IV ANÁLISE INTERPRETATIVA………………………………………………...17

V CONCLUSÃO……………………………………………………………………..21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………...21





























RESUMO

A comunicação informal já tem lugar definido dentro das organizações
e faz parte do cotidiano destas, porém ela pode desempenhar vários papéis
dentro do ambiente organizacional, inclusive gerar conflitos. Apesar de ter
nascido juntamente com a humanidade, o boato vive até os dias de hoje, no
dia a dia dos indivíduos aonde eles vão. Nas organizações, rumores, fofocas
e boatos, além de entreter e informar, podem atrapalhar as relações
interpessoais, o processo de trabalho em si, produtividade e desempenho,
assim como as relações de trabalho, gerando até a demissão por justa causa.
O objetivo desse projeto de pesquisa é buscar desmistificar as implicações
da chamada rede de boatos no ambiente organizacional e quais suas
influências nas relações presentes nesse ambiente.

Palavras-chave: Comunicação Informal, Boatos, Organizações.





























I – OBJETO DE ESTUDO
1.1 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

O presente projeto de pesquisa trata da comunicação informal no
âmbito das organizações e tem como objetivos, desmistificar as implicações
da chamada "rede de boatos" no ambiente organizacional, identificar os
lugares onde ela se insere e onde se prolifera nas organizações e suas
influências no desempenho dos empregados, no processo de trabalho em si e
nas relações entre empregado(s)-empregado(s) e empregador(es)-empregado(s),
inclusive no que diz respeito às questões trabalhistas tratadas na
legislação e que aludem ao problema da pesquisa, além de apresentar os
conflitos que se estabelecem nessas relações. O objeto de estudo
supracitado, diz respeito a toda mensagem que não é emitida pelos meios
formais disponíveis na organização, sendo realizada normalmente, através do
boca a boca, podendo acontecer por outros meios não-formais, como por
exemplo, mídias sociais, e-mails, telefonemas, mensagens, etc.
Apesar de fazer parte do ambiente organizacional, a comunicação
informal ainda é tratada com descaso pelos dirigentes de muitas
organizações, alguns se utilizam de meios restritivos para tentar controlar
a situação, essa "lei do silêncio", tratada como "discurso não-dito" por
Artur Roberto Roman em "Organizações: um universo de discursos bem-ditos,
mal-ditos e não-ditos", gera um clima de insatisfação na equipe,
atrapalhando a produtividade do proletariado, concomitantemente da empresa.
A partir do momento em que o controle sobre as redes de comunicação
informal se tornou demasiadamente difícil, muitos conflitos passaram a
crescer dentro do ambiente organizacional, alguns chegando a gerar a
despensa motivada ou justa causa. A "rede de boatos" ou "rádio-peão" como
ficou mais conhecida no Brasil, assumiu uma imagem negativa na visão da
administração em geral, primeiramente por sua natureza informal, em segundo
pelo fato de ser extremamente difícil encontrar o foco do boato.
O que se observa frequentemente, é que os projetos voltados para a
comunicação nas organizações englobam apenas a comunicação formal, deixando
a comunicação informal em segundo plano, quando não a ignora completamente.
Além do mais, pouquíssimos estudos discutem a problemática. Apesar desse
contexto negativo, alguns artigos interessantes vem sendo publicados,
buscando, principalmente conceituar a comunicação informal e localizá-la
dentro das organizações.
Constatou-se que esse fenômeno acontece em lugares pontuais, como vão
identificar Kátia Perez e Artur Roberto Roman, normalmente nos corredores,
bebedouros ou no horário do cafezinho. Porém, que assuntos são tratados
nesses lugares? Como são tratados? De quem ou do que se fala? Eles são
importantes para o processo de trabalho? Quais são seus efeitos nas
relações dentro das organizações e no processo de trabalho em si? Que
conflitos ele pode gerar no ambiente organizacional?
Para tentar elucidar ou fomentar respostas mesmo que parciais para
essas e outras perguntas, será realizada uma análise de documento
jornalístico, o qual trata da temática da pesquisa e traz dados, exemplos e
opiniões relacionados ao estudo em questão.

1.2 QUADRO TEÓRICO DE REFERÊNCIA


Entre 1924 e 1932, os pesquisadores Elton Mayo e Fritz
Roenthlisberger, juntamente com sua equipe, realizaram experiências em uma
das fábricas da Western Eletric Company localizada fora de Chicago. O
objetivo "era investigar a influência das condições físicas de trabalho na
produtividade e eficiência dos trabalhadores", este projeto ficou conhecido
como a experiência Hawthorne (BATEMAN; SNELL, 2007, p. 39). Segundo Bateman
e Snell, "produziu alguns dos mais interessantes e controversos resultados
da história da administração". (BATEMAN; SNELL, 2007, p. 39)


Durante a primeira etapa do projeto (os ensaios com iluminação),
diversas condições de trabalho, especificamente a iluminação na
fábrica, eram alteradas para avaliar os efeitos dessas
oscilações na produtividade. Os pesquisadores não descobriram
nenhuma relação sistemática entre a iluminação da fábrica e os
níveis de produção. Em alguns casos, a produtividade continuava
a aumentar mesmo quando a iluminação era reduzida ao nível da
luz do luar. Os pesquisadores concluíram que os operários se
comportavam e reagiam de formas diferentes, pois os
pesquisadores estavam os observando. Essa reação é conhecida
como efeito Hawthorne. Essa conclusão levou os pesquisadores a
acreditarem que a produtividade pode ser mais influenciada por
fatores psicológicos e sociais do que por influências físicas e
objetivas. Tendo isso em mente, eles iniciaram as outras quatro
etapas do projeto. Durante essas fases, os pesquisadores
realizaram diversos ensaios com a equipe de trabalho e fizeram
longas entrevistas com funcionários. Mayo e sua equipe
finalmente concluíram que a produtividade e o comportamento do
funcionário eram influenciadas pelas relações informais na
equipe de trabalho (BATEMAN; SNELL, 2007, p. 39).


Segundo Kátia Perez, essas relações se dão em espaços pontuais, "nos
corredores, refeitórios, máquina de café, bebedouros" (PEREZ; 2013, p. 97).
Ela ainda ressalta a importâcia desses locais para a comunicação informal.
Perez em seu artigo escrito na revista Organicom, "Espaços de interação nas
empresas: os lugares da comunicação formal face a face", traz a citação
referente a obra do psicólogo e pesquisador Nicholas DiFonzo, "The
watercooler efect" (O efeito bebedouro):

Outro dia, perguntei à minha esposa se ela tinha um bebedouro em
seu escritório. "Chama-se cafeteira", ela respondeu. Ela
entendera perfeitamente minha pergunta. Eu queria saber sobre o
local onde as pessoas costumam se encontrar, onde os boatos
tendem a se espalhar (DiFONZO; 2008, p. 1 apud PEREZ; 2013, p.
97)

De acordo com (DiFONZO apud PÉREZ, 2013, p. 97) esses lugares
pontuais, como o bebedouro, por exemplo, são vistos pelas pessoas que
"trabalham e convivem na empresa" como "ponto de encontro para aqueles que
buscam informações". Artur Roberto Roman também trata esses lugares como
"liminares", onde apresentam-se "o universo dos discursos mal-ditos"
(ROMAN, 2009). O autor ressalta a "velocidade" e a "intensidade" em que
esses discursos se propagam dentro das organizações e aponta o papel das
"redes informalizadas de comunicação corporativa" (ROMAN; 2009, p. 132),
destacando o e-mail – "descentralizador e pluralístico" (ROMAN; 2009, p.
132) – como meio mais utilizado entre os trabalhadores para divulgar
informações informais.
(ROMAN; 2009, p. 133) faz uma critica ao conceito de comunicação
informal descrito em muitos estudos de comunicação organizacional, que o
fazem generalizadamente, como sendo "toda informação não-oficial" e cita a
definição proposta por Gaudêncio Torquato:


Os meios informais são aqueles não planejados pela diretoria,
que fogem ao seu controle ou que ignoram, inclusive, a
existência de canais formais […] As comunicações informais são
todas as livres expressões e manifestações dos trabalhadores,
não controladas pela administração. Caracterizam-se
classicamente pela temível rede de boatos, rede que não tem
estrutura, que segue caminhos diferentes e que dá margem à
criação de outras redes. Vence, na rapidez com que dissemina as
informações, a estática que caracteriza a rede informal de
comunicação (TORQUATO; 1986, p. 63 apud ROMAN; 2009, p. 133)


Bateman e Snell ressaltam a não-oficialidade da comunicação informal
quando a difere da comunicação formal: "é menos oficial. Pessoas fazem
fofocas; empregados reclamam de seus chefes; falam sobre suas equipes
esportivas favoritas; equipes de trabalho informam aos recém-chegados sobre
como proceder" (BATEMAN; SNELL, 2007, p. 508). Roman ainda traz em seu
estudo, o conceito de Restrepo e Angulo quanto a comunicação informal:


Consideram comunicação informal aquela que não faz parte dos
programas institucionais nem se pode localizar no organograma
porque não segue linhas funcionais. Seus processos são
espontâneos, não existe um emissor com autoridade nem uma fonte
reconhecida. Os canais e os espaços em que ocorre a comunicação
informal não são oficiais. Predomina a conversação sem
formalismo, com mensagens fragmentadas, geralmente anedóticas e
de interesse pessoal para os envolvidos […] é algo que se dá
naturalmente segundo a situação […] não se estabelece
sistematicamente nem se controlam seus processos de difusão.
(RESTREPO; ANGULO, 1992, p. 190 apud ROMAN, 2009, p. 134)


Torquato vai dizer que "a rede informal abriga as manifestações
espontâneas da coletividade, incluindo-se aí a famosa rede de boatos,
estruturada a partir da chamada cadeia sociológica dos grupinhos"
(TORQUATO, 1986, p. 55), a rede de boatos ou "rádio-peão", como ficou mais
conhecida no Brasil, são fluxos de informações informais que se difundem no
ambiente interno das organizações, agindo na maioria das vezes "à sombra
dos espaços institucionais e divulgados à margem dos canais convencionais
de comunicação" (ROMAN; 2009, p. 132), são rumores, fofocas, boatos
positivos e negativos sobre vários assuntos de cunho pessoal, emocional e
inclusive pontos relacionados à própria dinâmica operacional do trabalho,
acontecem em lugares pontuais, como corredores, bebedouros, na hora do
cafezinho, no estacionamento, entre outros, são lugares para desabafar,
falar de relacionamentos, dos colegas, da chefia, angústias, tristezas,
alegrias, marcar pra tomar aquele chopp gelado com os colegas depois do
serviço, contar no dia seguinte o que aconteceu nessa reunião, buscar
informações sobre dúvidas no processo operacional e muito mais. "Rádio-
peão", para Bateman e Snell é a "rede social ou informal de comunicações"
(BATEMAN; SNELL, p. 508) e complementam:


Redes informais de comunicação proporcionam informações às
pessoas, ajudam-nas a resolver problemas e ensinam como executar
suas atividades com sucesso. Você deve desenvolver uma boa rede
de pessoas que tenham a vontade e a capacidade de ajudar. No
entanto, a rádio-peão pode ser destrutiva quando rumores
equivocados ou irrelevantes e fofocas proliferam e prejudicam as
operações […] coisas embaraçosas podem tornar-se públicas, e
ações de reparação por difamação de caráter e invasão de
privacidade utilizam e-mails como evidência. Mas também não evite
a rede informal de comunicações. Ouça, mas avalie bem, antes de
acreditar naquilo que ouve (BATEMAN; SNELL, p. 508).

Segundo Jean-Noël Kapferer, no próprio título de sua obra, o boato é a
mídia mais antiga do mundo.


... o boato é antes de mais nada, uma informação: ele traz
elementos novos sobre uma pessoa ou um acontecimento ligados à
atualidade. Dessa forma ele se distingue da lenda que, em geral,
se refere a um fato passado. Em segundo lugar, o boato está
destinado a ser aumentado. Não se espalha um boato com a única
intenção de divertir ou de estimular a imaginação: nisso também
ele se distingue das histórias engraçadas ou dos contos. O boato
procura convencer (KAPFERER, 1993, p. 5 apud GOMES; CARDOSO;
DIAS, p. 6)[1]


A CLT não trata diretamente da comunicação informal em seu texto,
porém, contém o seguinte artigo: "constituem justa causa para a rescisão do
contrato de trabalho pelo empregador: ato lesivo da honra ou da boa fama
praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas
condições, salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem" (art.
482, alínea J, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT). Veremos mais à
diante, que boatos, que de alguma forma, lese a "honra" ou a "boa fama" de
um indivíduo, dentro ou fora da organização e gere conflito que venha a
perturbar o processo de trabalho, a produtividade ou as relações de
trabalho, são normalmente, motivos que dão legitimidade à dispensa
motivada.

1.3 HIPÓTESE

Levando em consideração que o boato está ligado intimamente ao
ambiente organizacional e à humanidade, o presente trabalho, defende a
ideia de que rumores, boatos ou fofocas, que se disseminam, dentro da
famosa rede de boatos, em ambientes pontuais, tendem a influenciar,
negativa ou positivamente, as relações interpessoais dentro das
organizações, assim como, o próprio processo de trabalho, de diversas
formas possíveis. Desmotivação, desentendimentos, brigas, discussões e até
demissão podem ocorrer por causa da rádio-peão.

II – OBSERVAÇÃO
2.1 AMOSTRAGEM

O estudo de caso será realizado a partir da análise do caderno de
economia do jornal A Tribuna, de Vitória-ES – jornal de circulação impressa
e digital que atende grande público na região sudeste e sul do país –
escrito por Beatriz Seixas, que no dia 2 de novembro de 2013, publicou uma
matéria sobre "comportamento no trabalho" que levantou dados, trouxe
exemplos e opiniões de especialistas que dialogam com a problemática que é
tratada aqui. Antes de seguir adiante com a pesquisa, trago abaixo a
história do jornal, aqui usado como fonte de análise, retirada da sua
própria página na internet, "Tribuna Online".
Histórico[2]
A trajetória do jornal A Tribuna na conquista da liderança do mercado
editorial capixaba é um capítulo à parte na história da imprensa capixaba.
Ao lançar o jornal em cores, com um novo e arrojado projeto gráfico, em
1995, o jornal se lançava na briga pela liderança. O jornal A Tribuna é
hoje o melhor e maior jornal do Espírito Santo e 16° do Brasil, destacando
o Espírito Santo no cenário nacional. Liderança conquistada e consolidada
com ética, profissionalismo e competência empresarial.
O jornal A Tribuna foi fundado em 22 de setembro de 1938, na cidade de
Vitória, capital do Espírito Santo. Com ele, inaugurava também um novo
estilo de fazer jornal: manchetes em corpo enorme nas capas e nas páginas
centrais, muitas ilustrações, farta cobertura esportiva, linguagem forte,
publicações de muita informação de utilidade pública, um autêntico jornal
popular.
O jornal A Tribuna funcionou inicialmente na Esplanada Capixaba, hoje
Av. Jerônimo Monteiro. Já em 1941, estampava em sua capa o slogan "O jornal
do Espírito Santo". Em 1945 o controle da empresa passa para o grupo
dirigido pelo Partido de Representação Popular. Posteriormente é vendido a
políticos ligados a Ademar de Barros e anos depois, em 1968, o jornal é
adquirido pelo Grupo João Santos. Em 1971 o jornal é transferido para a
sede própria, na Ilha de Santa Maria. Fechado em 1972, a primeira edição na
nova sede só acontece em 7 de outubro de 1973.
Em 02 de fevereiro de 1987, o jornal A Tribuna circula pela primeira
vez em formato tablóide.
A grande virada do jornal A Tribuna começa em 22 de novembro de 1995.
Um novo projeto gráfico é especialmente encomendado à Universidade de
Navarra, Espanha. O jornal vem moderno, arrojado, pela primeira vez em
cores. O jornal investiu também em recursos técnicos, adquirindo a mais
moderna impressora do Estado, com capacidade para imprimir até 45.000
exemplares de até 48 páginas por hora.
No ano seguinte, em 16 de setembro de 1996, A Tribuna vence mais uma
etapa e começa a circular também às segundas-feiras, tornando-se
definitivamente um veículo competitivo em todos os sentidos.
Paralelamente, esforços são concentrados em outras áreas importantes
do jornal. O setor de Circulação é renovado e novas técnicas e sistemas de
controle de distribuição são implantados. Há um esforço de todas as áreas
para o cumprimento de prazos e horários. A redação é informatizada, novos
servidores são disponibilizados e o jornal ganha em velocidade e qualidade
gráfica. A impressão do jornal continua sendo até hoje a melhor do Estado.
Em 1997 o jornal A Tribuna obtém o maior índice de crescimento em
percentual do País, com médias de 47,95% em dias úteis e 79,34% aos
domingos, de acordo com o IVC - Instituto Verificador de Circulação. Também
nesse ano, A Tribuna conquista o prêmio Colibri de Ouro, sendo eleito
Veículo de Comunicação do Ano.
Em 1999 o jornal se consolida como LÍDER EM CIRCULAÇÃO NA GRANDE VITÓRIA,
em vendas e em número de leitores, de segunda a sábado, comprovado pelo IVC
- Instituto Verificador de Circulação - e pelo IBOPE. E no ano 2000
conquista a liderança em todo o Estado.
Atualmente com média de 88.113 exemplares vendidos aos domingos e
56.702 exemplares vendidos nos dias úteis, A Tribuna é líder em circulação
em todo o Estado, de domingo a domingo, e ocupa a 17ª posição no ranking
brasileiro de jornais, estando entre os principais estados brasileiros em
circulação: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul
(IVC Dez/08).
O melhor time de colunistas do Brasil está diariamente nas páginas de
A Tribuna: Mírian Leitão, Clovis Rossi, Pedro Maia, Lair Ribeiro, Maurício
Prates, Fernando Calazans, Elio Gaspari, Paulo Octávio, Claudio Humberto,
Giba Um, Engel Paschoal e muito mais informação, todos os dias.
A Tribuna foi eleita o melhor jornal do Espírito Santo pela
Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas - CNDL em 2003, 2004, 2005,
2006, 2007 e 2008.


2.2 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS

Para que se tenha uma base prática do fenômeno relatado, será usada a
análise de documento pertinente ao estudo em questão, a qual, dará
embasamento para a análise interpretativa, que juntamente com tudo o que
foi descrito acima devem estabelecer diálogos, e ao juízo de valores deste
autor em relação aos resultados da pesquisa


III – ANÁLISE DESCRITIVA

A manchete do caderno de economia do jornal A Tribuna, de Vitória-ES,
traz o seguinte dado, "9.698 perdem emprego por fofoca"
E continua dizendo que "bochichos sobre a vida sexual dos colegas,
comentários maldosos ou intrigas com chefes causam até demissão por justa
causa". O assunto gera conflito e por essas e outras precisa ser melhor
discutido, é o que faz a jornalista Beatriz Seixas, quando descreve
exemplos reais e traz opiniões especializadas sobre ele.
A jornalista enfatiza "que repassar segredos e fazer comentários
maldosos podem não só criar atritos e prejudicar a reputação de alguém como
colocar o emprego em risco". A reportagem do jornal juntamente com
especialistas em recursos humanos e em direito trabalhista e do Ministério
do Trabalho levantaram dados importantes e chegaram ao número de quase 10
mil demissões no ano de 2013 por causa de "fofocas, traições e vinganças".
Segundo a pesquisa, "do total de 323.282 desligamentos de janeiro a
agosto, 3% foram fruto dos burburinhos e 'puxadas de tapete' que acontecem
no dia a dia profissional". Em seguida, o juiz do trabalho Marcelo Tolomei,
faz um comentário dizendo que "infelizmente, notamos a existência de
incompatibilidades, ressentimentos e ódios no ambiente do trabalho, daí a
existência das fofocas, que, dependendo do contexto, poderá ter gravidade
considerável", segundo ele a demissão nesses casos tem legitimidade,
cabendo até a justa causa.

Quais são os motivos?

Os bochichos envolvem, em geral, assuntos como a vida sexual ou
afetiva dos empregados, os motivos de uma demissão, o fato de
alguém fazer "corpo mole" no trabalho ou "que fulano" é o
preferido dos chefes. Outras "faíscas" para as intrigas são
quando os trabalhadores pegam atestados médicos, ficam afastados
por motivos de saúde e colocam apelidos nos colegas. Tem ainda o
"veneno" para quando alguém é promovido.
(Marcelo Tolomei,
juiz do trabalho em A Tribuna)


Esse comportamento é estimulado por inveja, individualismo,
competitividade, jogo de interesses e egoísmo. "Muitas vezes
quando alguém se destaca na empresa ele se torna alvo das
fofocas."
(Elias Gomes, consultor de carreira e diretor da
Acroy em A Tribuna)


Em geral, uma fofoca não resulta na justa causa, mas conforme a
dimensão que ela toma na companhia, pode ser aplicada. "A
empresa tem outros meios de aplicar sansões, seja com uma
advertência verbal, por escrito, ou com suspensão. Mas em
situações extremas a justa causa é indicada.
(Alberto Nemer, advogado trabalhista e sócio do escritório Da
Luz, Rizk e Nemer Advogados em A Tribuna)


O que as empresas devem fazer?

"Embora os buxixos estejam presentes em todos os tipos de
empresa e sejam considerados como natural do ser humano,
especialistas em RH afirmam que o gestor jamais deve ignorar os
boatos que 'circulam' pelos corredores". A presidente da
Associação Brasileira de Recursos Humanos no Espírito Santo
(ABRH-ES), Danielle Quintanilha, explica que a empresa deve
tomar uma posição e acabar com as fofocas antes que elas tomem
grandes proporções. "É importante o líder intervir. Se algo está
gerando algum tipo de discussão, cabe ao líder ficar atento e
tomar uma atitude, que pode ser desde uma conversa com a equipe
ou particularmente."Danielle comenta que de acordo com o estilo
de comunicação da empresa, vai haver um ambiente de pouca ou
muita intriga. Para ela, quando não há uma comunicação clara com
os funcionários as chances de boatos são maiores. "Se ninguém
sabe o que está acontecendo e a empresa trata tudo de forma
velada, começam a surgir especulações, que muitas vezes passam a
ser a 'verdade'. "A presidente cita que temas como demissão,
corte de benefícios e mudança de setor acabam virando "terreno
fértil" para a rádio-peão. "Isso tem o poder de mudar o clima
organizacional." ( A Tribuna)

O que está acontecendo dentro das organizações?[3]

Dedurado: O motorista de uma desinsetizadora acabou demitido
depois de ter sido dedurado por colegas de trabalho. As
conversas de corredor dizendo que o motorista usava o carro da
empresa para passear e outros fins pessoais chegaram aos ouvidos
do dono do negócio. O chefe verificou que os boatos procediam e
demitiu o funcionário por justa causa. O empregado entrou na
Justiça pedindo a reversão e foi feito acordo.


Cobra venenosa: Uma estudante pleiteando estágio de Psicologia
foi indicada por sua professora, então consultora de uma empresa
de manutenção. Seis meses depois de a estagiária ser contratada,
a chefe a mandou conhecer a matriz da empresa em outro estado.
Passados dois dias, o diretor liga da matriz, perguntando à
supervisora se ela estava criando cobra venenosa, já que a
estagiária espalhou que a "bruxa da supervisora a
impossibilitava de mostrar seu trabalho, que a limitava e que já
não aguentava mais a forte perseguição". Como o diretor já
conhecia o trabalho da supervisora, de imediato demitiu a
estagiária.


Roubo de tecido: Costureiras começaram um "zum zum zum" na
empresa acusando uma funcionária de roubar tecidos. O ambiente
ficou contaminado pela fofoca, e a chefe decidiu checar a
história. Descobriu que tratava-se de intriga das colegas. Mesmo
assim a vítima se sentiu ofendida e entrou na Justiça pedindo R$
20 mil de danos morais, mas a Justiça indeferiu e justificou que
a averiguação é um direito se for feita sem expor a empregada.


Café a dois: Depois de ter muitos problemas com boatos e
picuinhas entre funcionários, uma empresa da Grande Vitória
tomou uma medida restritiva. O espaço do cafezinho, que sempre
foi disputado por funcionários, passou a ter uma regra: os
trabalhadores só podiam frequentar o local de dois em dois. A
norma foi adotada com o objetivo de minimizar o surgimento de
fofocas na empresa.


Demitido por chamar colega de corno: A vida pessoal do
funcionário de uma empresa da região metropolitana foi parar "na
boca" e nas piadas de outros trabalhadores. Um auxiliar de
serviços gerais espalhou que o "colega" havia sido traído pela
esposa. A fofoca chegou ao conhecimento da empresa, que deu
advertência verbal, por escrito e até suspensão para o
fofoqueiro. Mas, mesmo com as punições, o auxiliar continuava a
espalhar que o colega era corno. A empresa não teve outra saída
a não ser demiti-lo por justa causa.

O que diz a legislação?
Justa causa em caso de boato ofensivo
PUNIÇÃO:


FOFOCAS no trabalho podem resultar, de acordo com a
gravidade, em punições que vão de advertência verbal ou por
escrito, suspensão a até demissão por justa causa.


JUSTA CAUSA:


FOFOCAS ofensivas abrangendo colegas, superiores ou
inferiores hierárquicos, patrões ou clientes podem gerar
demissão por justa causa.


SERÁ CONSIDERADA justa causa quando ocorrer "ato lesivo da
honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer
pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em
caso de legítima defesa própria ou de outrem", conforme prevê
o artigo 482, alínea J, da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT).

HONRA:

QUANDO A FOFOCA atinge a honra do empregador ou do superior
hierárquico ela não é tolerável nem mesmo fora da empresa
(numa festa, por exemplo), segundo redação do artigo 882,
alínea K, da CLT.


JÁ O EMPREGADO que for vítima de fofoca poderá requerer dano
moral contra a empresa, se a mesma partiu do empregador ou dos
superiores.
Fonte: Marcelo Tolomei, juiz do Trabalho em A
Tribuna.

Estes e outros casos acontecem diariamente nas organizações e apesar
de fazerem parte do cotidiano das empresas, não se pode ignorá-los. Como
pode-se observar, o objeto de estudo, definido no início da pesquisa, ocupa
vários espaços dentro da organização e faz parte dela.

IV – ANÁLISE INTERPRETATIVA

Levando em consideração tudo o que foi levantado sobre o assunto em
questão, chega o momento de interpretar a comunicação informal e a rede de
boatos, de forma crítica e embasada em conceitos e aspectos que não se
tinha total conhecimento, ou ainda, a visão inicial do autor com relação ao
objeto de estudo era equivocada e contaminada por "achismos" e pelo senso
comum.
Com referência ao que diz Kapferer a respeito do boato, pode-se
concluir que este está intimamente ligado à humanidade, pois segundo o
autor o boato nasceu juntamente com o surgimento dos indivíduos e é
descrito por ele como "a mídia mais antiga do mundo". Desde os primeiros
humanos na terra a procura por informação se tornou necessária, sobretudo,
para se encontrar alimentos e proteger-se. Logo os indivíduos foram se
agrupando até constituir-se as primeiras civilizações. Contudo, o boato
nunca deixou de fazer parte da vida das pessoas e continua presente até os
dias de hoje, e provavelmente nunca deixará de ser assim.
Nas organizações não é diferente, como ressalta Artur Roberto Roman e
Kátia Perez, existem, dentro das organizações lugares pontuais, onde o
boato é disseminado com maior velocidade e alcance que as informações
formais, àquelas transmitidas pela administração, através dos meios
institucionais.
È devido a esse ambiente que está inserido nas organizações, que
nasceu a ideia deste autor de estudar as implicações que as informações
difundidas dentro da chamada rede de boatos, estabelecidas nos processos e
relações que permeiam o ambiente organizacional, buscando encontrar os
conflitos gerados dentro desse ambiente pela problemática da pesquisa
descrita inicialmente.
Os conflitos que foram observados, além de perturbar as relações
interpessoais, levando a intrigas e até mesmo a brigas corporais, podem
também atrapalhar o desempenho nas atividades pelos empregados, na
produtividade e ainda, no faturamento das empresas, já que esses conflitos
podem envolver questões legais, de cunho trabalhistas, como danos morais e
dispensa, inclusive por justa causa, aumentando despesas com novas
contratações e multas rescisórias e judiciais.
Um dado importante, que embasa o que foi dito no parágrafo anterior,
é divulgado na manchete do jornal A Tribuna. No ano passado, 9.698
trabalhadores perderam seu emprego por motivos de fofoca, traições e
vinganças, 3% do total de 323.282 demissões entre janeiro e agosto de 2013.
A jornalista Beatriz Seixas frisa que essas demissões são causadas por
"bochichos sobre a vida sexual dos colegas, comentários maldosos ou
intrigas com chefes".
Bateman e Snell vão dizer que a comunicação informal se estabelece,
entre outros aspectos, quando "pessoas fazem fofocas; empregados reclamam
de seus chefes" (BATEMAN; SNELL, 2007, p. 508). Nota-se que a cultura das
organizações ainda está muito centrada no respeito à hierarquia, isso fica
mais claro em organizações onde críticas não são bem aceitas, nesses casos,
os empregados são induzidos, muitas vezes pelo medo, a não falarem,
sobretudo mal, dos seus chefes ou então sofrerão as consequências, que
podem provocar advertências verbais e até levar à demissão.
Outra campeã nas demissões e conflitos nas organizações, são as
fofocas, como é salientado no estudo de caso, pelo menos dois dos exemplos
citados no jornal (roubo de tecido e demitido por chamar colega de corno),
a enfatizam.como tal. A fofoca está inserida na rede de boatos e "consiste
no ato de fazer afirmações não baseadas em fatos concretos, especulando em
relação à vida alheia"[4]. Bateman e Snell, quando conceituam a rádio-peão,
fazem menção à fofoca, segundo os autores, "a rádio-peão pode ser
destrutiva quando rumores equivocados ou irrelevantes e fofocas proliferam
e prejudicam as operações […] coisas embaraçosas podem tornar-se públicas,
e ações de reparação por difamação de caráter e invasão de privacidade
utilizam e-mails como evidência" (BATEMAN; SNELL, 2007, p. 508).
Marcelo Tolomei, juiz do trabalho, em A tribuna, faz comentários que
explicam como a CLT trata a fofoca e os boatos ofensivos. Segundo o juiz,
"fofocas no trabalho podem resultar, de acordo com a gravidade, em punições
que vão de advertência verbal ou por escrito, suspensão a até demissão por
justa causa". No caso de justa causa a fofoca ou boato ofensivo deve
culminar em "ato lesivo da honra ou da boa fama" do indivíduo, conforme o
texto do art. 482, alínea J da CLT. Em complemento, o art. 882, alínea K,
da mesma legislação, diz que "quando a fofoca atinge a honra do empregador
ou do superior hierárquico ela não é tolerável nem mesmo fora da empresa,
já o empregado que for vítima de fofoca poderá requerer dano moral contra a
empresa, se a mesma partiu do empregador ou dos superiores".
Outros, assim como Tolomei, vão mencionar alguns dos motivos para os
conflitos descritos acima que desencadeiam-se nas empresas. A rede de
boatos engloba "assuntos como a vida sexual e afetiva dos empregados, os
motivos de uma demissão, o fato de alguém fazer 'corpo mole' no trabalho ou
que 'fulano' é preferido dos chefes". Assim como o afastamento do trabalho
por motivos de saúde e apelidos, além "do 'veneno' para quando alguém é
promovido" como salienta Marcelo Tolomei. Para Elias Gomes[5], "esse
comportamento é estimulado por inveja, individualismo, competitividade,
jogo de interesses e egoísmo".
Relacionando-se com o que disse Kapferer[6] a respeito do boato,
especialistas em recursos humanos vão suscitar os comentários de Danielle
Quintanilha[7], quando descrevem os boatos como íntimos de todos os tipos
de organizações e são "considerados como natural do ser humano", por isso
não devem ser ignorados pela administração. Segundo ela, "a empresa deve
tomar uma posição e acabar com as fofocas antes que elas tomem grandes
proporções" e atenta para o diálogo aberto entre gestores e empregados como
forma mais eficiente para evitar ou diminuir as especulações. Porém, como
foi anteriormente dito, há um descaso por parte dos gestores em manter esse
diálogo. Para Quintanilha, "isso tem o poder de mudar o clima
organizacional" (A Tribuna).
Relacionando os exemplos trazidos no jornal A Tribuna com a
problemática da pesquisa, conclui-se que, a rede de boato exerce
influências no ambiente organizacional, que podem ser de âmbito interno,
como medidas restritivas por parte da administração, no caso do "café a
dois", assim como podem gerar conflitos entre os empregados e com a própria
administração, nos casos de "demitido por chamar colega de corno" e "cobra
venenosa", esses tipos de boatos perturbam as relações interpessoais nas
organizações, já que têm o caráter de criar inimizades que embora sejam
internas, podem transcender o âmbito interno e tomarem dimensões maiores,
ocasionando a demissão por justa causa e processos por danos morais e
difamação, por isso devem ser tratadas de uma forma a não sair do controle
da empresa.
No âmbito externo, como foi frisado na reportagem do jornal A
tribuna, a rede de boatos, têm causado a demissão de muitos trabalhadores
(vide manchete do jornal), além de ser motivadora de processos trabalhistas
que englobam a justa causa e danos morais e difamação, nos casos de
"dedurado" e "roubo de tecido", os conflitos começaram dentro da
organização, mas devido os fatos, se transformaram em processos legais.
Inclusive, a CLT, já tem uma concepção apurada do assunto e como foi
comentado pelos especialistas que prestaram entrevista ao jornal, o seu
texto, possui mecanismos legais que previne e protege aqueles que são
vítimas da rede de boatos.
Dessa forma, a hipótese levantada inicialmente por este autor, pode
ser classificada como verdadeira, apesar de não englobar todas as
implicações discutidas pela pesquisa. Observa-se que a rede de boatos
exerce várias influências dentro da organização. Além de ser o lugar para
descontrair e fugir um pouco do trabalho, ela possui aspectos que embora
forme e/ou fortaleça laços, também pode desconstruí-los, arruiná-los e
gerar conflitos internos que atrapalham o desenvolvimento das atividades
laborais, desmotivar, causar desentendimentos, brigas, discussões, podendo
dar sentido a uma demissão por justa causa. Esses conflitos observados,
quando alcançam uma dimensão muito grande na organização, ou de alguma
forma, lese a honra ou a boa-fama do indivíduo, podem sair do âmbito
interno e serem resolvidos no âmbito legal, nos processos trabalhistas que
envolvem as demissões e danos morais.
Com isso, acredito que as questões que suscitaram o projeto de
pesquisa, foram total ou parcialmente respondidas. Os assuntos tratados
dentro da rede de boatos, como pôde ser analisado no estudo de caso,
abrangem a vida sexual ou afetiva dos indivíduos que fazem parte da
organização, motivação para a demissão de um empregado, "corpo-mole",
preferências de funcionários por parte dos chefes, atestados médicos e
apelidos, além da inveja contra quem é promovido.
Esses assuntos normalmente são tratados de maneira informal, com
deboches e de forma descontraída. Se fala de tudo e de todos, não há
discriminação de gênero, raça, cor, etnia, religião, nível hierárquico ou
classe econômica, incluem desde o auxiliar de serviços gerais até a chefia.
Normalmente as fofocas não têm muita importância para o processo de
trabalho, mas a comunicação informal também possui o seu viés informativo,
como salienta bem Kapferer, "… o boato é antes de mais nada, uma
informação: ela traz elementos novos sobre uma pessoa ou um acontecimento."
(KAPFERER, 1993, p. 5 apud GOMES; CARDOSO; DIAS; p. 6). Para Bateman e
Snell, "redes informais de comunicação proporcionam informações às pessoas,
ajudam-nas a resolver problemas e ensinam como executar suas atividades com
sucesso". Por exemplo, os novos contratados, normalmente, tendem a procurar
informações pertinentes a realização do trabalho, com a própria equipe de
funcionários, por se sentirem mais a vontade para tirar suas dúvidas.
Como observou-se, a rede de boatos pode influenciar negativa ou
positivamente as relações interpessoais, além de formar e fortalecer laços,
também pode arruiná-los. No processo de trabalho, desentendimentos e brigas
podem desmotivar os indivíduos e atrapalhá-los na elaboração das
atividades. Observou-se, também que vários conflitos são acarretados pela
rede de boatos, desde conflitos pessoais à conflitos legais que, inclusive,
dão legitimidade para processos por danos morais e demissão por justa
causa.

V – CONCLUSÃO

A experiência de fazer um trabalho como este foi muito desafiador
desde o início. A falta de tempo e as primeiras dificuldades encontradas,
como fazer? O que fazer? Onde procurar? Foram obstáculos que aos poucos
sumiram, à medida que a compreensão do assunto e das diretrizes para a
realização da pesquisa se tornaram claras. Cada fase foi uma experiência a
parte e a cada fase, o conhecimento do objeto de estudo me excitava. E foi
assim desde o início, ainda antes da proposta de realização do trabalho. A
inspiração veio da matéria de planejamento, ministrada pela prof. Liziane
Guazina. O texto de Artur Roberto Roman[8] me chamou atenção no momento em
que li e foi ali que senti a necessidade de conhecer melhor a comunicação
informal. Me sinto realizado em concluir essa pesquisa e apesar das
dificuldades sinto que amadureci em relação a pesquisa em geral e ao
assunto tratado acima. Agradeço ao prof. Tiago Quiroga pelas orientações,
que desde sempre me deu apoio, obrigado!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A.; Administração: Liderança e Colaboração
no Mundo Competitivo; 7ª Ed., AMGH Editora, 2007

KAPFERER, Jean-Noël; Boatos: O Mais Antigo Mídia do Mundo; Forense
Universitária, 1993 apud GOMES, Vanessa Guimarães; CARDOSO, Isabel Cristina
Dias; DIAS, Simone Aparecida Vinhal; O Poder da Comunicação Informal – "O
Boato"

PEREZ, Kátia; Espaços de Interação Nas Empresas: Os Lugares da Comunicação
Formal Face a Face; Revista Organicom, Comunicação Interna: Processos e as
Interações nas Organizações, São Paulo, Ano 10, N. 19, 2013

ROMAN, Artur Roberto; Organizações: Um Universo de Discursos Bem-Ditos, Mal-
Ditos e Não-Ditos; Comunicação Organizacional, Vol. 2, Saraiva, 2009

TORQUATO, Gaudêncio; Comunicação Empresarial/Comunicação Institucional:
Conceitos, Estratégias, Sistemas, Estrutura, Planejamento e Técnicas; 8ª
Ed., Summus Editorial, 1986

OUTRAS REFERÊNCIAS:

Arts. 482, alínea J e 882, alínea K da Consolidação das Leis Trabalhistas –
CLT

Jornal A Tribuna, Vitória-ES, versão digital, 2 de Novembro de 2013

Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fofoca acesso em 15/06/2014

Tribuna Online: http://www.redetribuna.com.br/jornal/historico acesso em
15/06/2014

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[1] Retirado do trabalho das alunas, Vanessa Guimarães Gomes; Isabel
Cristina Dias Cardoso e Simone Aparecida Vinhal Dias, da Faculdades
Unificadas da Fundação Educacional de Barretos; Orientador: Prof. Antônio
Nardi. O Poder da Comunicação Informal – "O Boato"
[2] Tribuna Online, disponível em:
http://www.redetribuna.com.br/jornal/historico acesso em 15/06/2014
[3] Todos os exemplos citados neste tópico estão descritos no jornal A
Tribuna, em 2 de novembro de 2013, versão impressa e digital.
[4] Wikipédia, disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Fofoca acesso em
15/06/2014
[5] Consultor de carreira e diretor da Acroy
[6] Boatos – O Mais Antigo Mídia do Mundo, 1993
[7] Presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES)
[8] Organizações: um universo de discursos bem-ditos, mal-ditos e não-
ditos, 2009
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