A concepção de obra musical em Ingarden

Nos três primeiros capítulos de sua obra The work of music and problem of its identity, o fenomenólogo polonês Roman Ingarden (1893-1970) distingue a obra musical 1) de sua performance, 2) de uma experiência da consciência, e 3) de sua partitura. No primeiro caso, ela se distingue em razão de uma performance estar localizada no tempo e no espaço; no segundo, em razão da necessidade de mantermos a distinção categorial entre ato e objeto; e, no terceiro, em razão de a partitura consistir apenas num arranjo de “símbolos imperativos” que instruem os procedimentos para  que se realize uma performance da obra  Conclui-se disso que, embora as concepções de Ingarden causem, evidentemente, dificuldades, elas ainda nos abrem um caminho promissor para pensarmos o modo de ser de uma obra musical.