A Conquista de Ceuta e o Início da Expansão

June 1, 2017 | Autor: Rita Esteves | Categoria: Ceuta, Expansão Portuguesa
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As razões que levaram os portugueses até Ceuta













Cadeira: História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa
Regida por Prof. Doutora Maria Leonor da Garcia da Cruz
Ano Letivo 2015/2016
2º Semestre
Rita Peixeiro Lopes Esteves, Nº 50147
Índice
Índice 1
Introdução 2
1. Análise de Fontes 3
2. Razões que motivaram a Conquista de Ceuta 8
Bibliografia 17
Anexos 21

























Introdução

O trabalho a realizar na cadeira de História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa lecionada pela professora Maria Leonor da Garcia da Cruz, tem como temática a Conquista de Ceuta, mais especificamente as razões pelas quais D. João I decidiu conquistar a cidade.
Na primeira parte do trabalho irei fazer uma análise das fontes que tive por base para o ponto de partida do trabalho de modo a tentar perceber da melhor forma as razões que motivaram à conquista a partir de autores da época, em seguida irei apresentar e analisar as causas que levaram os portugueses a tomar a decisão de conquistar a cidade, já através de autores contemporâneos. Por último irei comparar as opiniões de vários autores sobre o tema do trabalho, para que tente chegar a uma conclusão. Ao longo de todo o trabalho irei, sempre que possível, relacionar as fontes com as ideias apresentadas ao longo do trabalho.
Para desenvolver o trabalho tive por base várias histórias de Portugal e o livro de António Dias Farinha, Os portugueses em Marrocos. Tendo também outros autores de bastante importância e relevância para o tema. É de salientar que na bibliografia as obras marcadas com * são as obras que foram consultadas para o trabalho, as restantes são obras que foram pesquisadas mas não utilizadas na elaboração do trabalho.










Análise de Fontes


As fontes que irei analisar são Crónica de Gomes Eanes de Zurara que têm como função mostrar a Portugal e ao mundo os feitos portugueses, e por isso dirigem-se a toda a população em geral. As fontes que escolhi analisar no trabalho são fontes que mostram a importância que Ceuta tinha, fosse na sua localização, nos seus produtos, daí considerar que a sua análise é importante pois ajudam-nos a perceber algumas razões que nos levaram a partir para a conquista da Cidade. Decidi escolher duas fontes que não espelham diretamente as razões mas que considerei importantes porque nos dão informações sobre o tempo antes da expedição e que se tornam elucidativas de realidades que necessitamos de conhecer para que se consiga perceber por total a conquista e não o porquê de esta acontecer mas também o como.
A primeira fonte que irei analisar faz parte de uma das crónicas de Gomes Eanes de Zurara, a Crónica da Guiné e é um texto do capítulo V. No texto que nos é apresentado ficamos a saber que a cidade tem um grande valor estratégico, quando nas linhas quinze a dezassete se pode constar que a cidade era a chave do Mediterrâneo, «não se pode negar que a cidade de Ceuta não seja chave de todo o mar Mediterrâneo». É ainda de destacar quando no início do texto Zurara refere a vitória que os portugueses tiveram na tomada da cidade nas linhas quatro e cinco.
Relacionada com as riquezas estão as segundas fontes que iram ser analisadas. Da autoria do já referido Gomes Eanes de Zurara, faz parte da Crónica do Conde D. Pedro de Menezes, do primeiro livro e capítulo XV, e segundo livro e capítulo XXII, que serão respetivamente analisadas. Na primeira podemos ver as riquezas que a cidade tinha antes da chegada dos portugueses, falando dos Paços que existiam na cidade que os reis de Fez tinham mandado construir, que eram fortificados e chamados de «Aljazira», ao analisar o documento percebemos também qual a população que habitava a cidade, «os moradores da cidade pela maior parte eram mercadores, e oficiais, e mareantes». Por fim a fonte dá-nos a conhecer algumas riquezas da cidade, que iam desde pomares, a hortas e muitos bosques. Por sua vez na segunda fonte em que se pode analisar as riquezas de Ceuta, podemos observar que os comerciantes achavam que nada havia para comprar numa cidade que estava quase constantemente em guerra, e ao verem o que a cidade podia oferecer ficam admirados, é dado o exemplo de um Conde de Veneza que foi um dos que se surpreendeu com o que a cidade podia oferecer e levou «muitas joias» para as suas filhas que se iam casar.
A terceira fonte que irá ser analisada é um texto que faz parte da Crónica da Tomada de Ceuta, da autoria de Gomes Eanes de Zurara. É neste pequeno texto do capítulo LXIII da crónica que o conhecido cronista nos dá a conhecer o facto de a frota que partiu para Ceuta no ano de 1415 ter começado a ser preparada no ano de 1409 e que foi feito com o maior secretismo, através de um diálogo o monarca tem. Podemos observar os seis anos de preparação da frota nas linhas 8 a 9 quando o rei afirma «haver acêrca de seis anos, que ando em êste trabalho». No que diz respeito ao secretismo que envolveu toda a preparação da frota pode-se constatar quando o rei diz «fazendo sôbre ele tantas circunstâncias como sabeis, pelas quais o mundo está com as orelhas abertas para amim a fim da vitória».
A quarta e última fonte a ser analisada é a mais extensa das que foram apresentadas para a execução do trabalho. Faz parte da Crónica da Tomada de Ceuta, sendo o capítulo XII. Neste documento o rei, D João I, apresenta cinco razões pelas quais não sabe se deve lançar a expedição a Ceuta. Mesmo achando que Deus queria que esta conquista acontecesse tinha medo de não ser forte o suficiente para cumprir o que achava ser a vontade de Deus. A primeira razão que o monarca apresenta passa pela falta de dinheiro, pois achava que para fazer a expedição era necessário muito dinheiro que ele não possuía, sendo a solução tributar mais a população que não iria gostar de ver os impostos a serem aumentados mais uma vez e o segredo com que esta viagem era organizada acabava também por se perder se houvesse a subida de tributação porque se tinha de justificar o porquê de tal acontecimento, podemos ver esta realidade nas linhas 19 a 27 da primeira coluna, quando o monarca diz «considero como para semelhante feito se requerem mui grande despesas, para as quais hei mister muito dinheiro, o qual eu não tenho, nem sei pelo presente donde o haja nem como, porque pôsto que o quisesse haver do povo lançando-lhe alguns pedidos (…) duas perdas, a primeira escândalo do povo, e a segunda rompimento do segredo.».
A segunda dúvida que o rei apresenta é a falta de combatentes com que se ia deparar, teria que recorrer não só a portugueses mas também a estrangeiros. Eram necessários muitos mantimentos que rei também não possuía, sendo preciso igualmente uma grande frota para os transportar, e podemos constatar esta realidade das linhas vinte e sete a quarenta e três.
Na terceira dúvida, ainda presente na primeira coluna do documento, D. João I apresenta volta a referir que tem poucas pessoas e que iria ter que recorrer aos estrangeiros a quem não tinha dinheiro para pagar e por isso acha melhor que se a expedição acontecesse fosse apenas com o seu povo, «abastança da gente que não tenho, (…) não tão somente aquela que tenho mas outra muita mais me seria necessária», «E eu não tenho a de fora nem esperança como a haja principalmente pelo falecimento do dinheiro que sinto em meu reino, e sobretudo porque o não posso haver de meu povo pelos empachos que vos já disse. (…) com as minhas gentes me convém somente fazer todo o meu feito.», por fim ainda nesta terceira dúvida o rei salienta o medo que tem que Castela aproveite a sua saída para atacar o reino e que devia, para segurança, deixar as fronteiras com alguns homens, homens esses que ele precisava na frente de batalha.
A quarta e penúltima razão que o monarca questiona-se se a conquista seria a melhor coisas para si, em caso de vitória, considerando Granada um destino que seria mais fácil de governar que uma cidade que tão longe do seu reino ficava, contudo ao partir para o norte de África perdia Granada e achava que os seus súbditos não concordariam com isso, pois só se daria mais poder a Castela, informação que ainda nos é dada na primeira coluna e primeiras treze linhas da segunda coluna.
Por fim, na segunda coluna e terceira, o monarca faz a referência à sua quinta e última dúvida, D. João I preocupa-se com o facto de não conseguir manter a cidade, tem uma divisão de pensamentos que o levam a crer que na possibilidade de vitória ele não vai depois conseguir manter o seu domínio, «se não a pudermos manter e defender» linhas trinta e quatro e trinta e cinco. Esta última dúvida aparece porque o rei vê na tomada uma série de consequências que se podem dar e que podem dificultar a manutenção do poder português em Ceuta. Encontra consequências como os gastos, que seriam sempre maiores que todas as riquezas que pudessem encontrar, preocupa-se com a vingança que os mouros ataquem a costa Algarvia, também podemos observar mais um exemplo deste medo de consequências está presente da linha trinta e nove a quarenta e um.
O rei finaliza o seu discurso afirmando que achava melhor não ir por todas as razões que tinha apresentado, e que quem não concordava com ele lhe devia mostrar que ele se encontrava errado.
Podemos concluir, da análise conjunta de todas as fontes que a expedição a Ceuta foi envolta em grande mistério, de longa preparação mas nem sempre de total confiança pois tinham de ser grandes esforços feitos para que tudo corresse como o previsto e os portugueses conseguirem usufruir das riquezas que a cidade podia oferecer e que podiam ajudar o nosso reino. Foi um sucesso, mas um sucesso que antes de ser atingido fez ponderar bastantes fatores.













































Razões que motivaram a Conquista de Ceuta

As fontes analisadas no ponto anterior do trabalho, dão nos informações bastante importantes e que ao longo do trabalho, caso sejam identificadas serão referidas. Até aos dias de hoje a conquista de Ceuta e o plano em que esta se inseriu já foi muito debatido, inúmeros historiadores foram os que estudaram este tema da história de Portugal.
As razões pelas quais D. João I se terá interessado pelo Norte de África e pela sua conquista continuam a ser discutidas, mesmo passados seiscentos anos da tomada de Ceuta se ter dado. Ao longo dos anos vários foram os autores que sobre o tema estudaram e debateram, tanto os autores da época como os mais atuais, os contemporâneos.
Penso que primeiro seja importante conhecer o ponto geográfico em que a cidade se encontrava, para se poder localizar facilmente a ação, por isso também ter analisado em primeiro lugar uma fonte que nos mostra o lugar estratégico em que a cidade se encontrava. Ceuta é, assim, uma cidade do Norte de África, que tinha características geográficas que a tornavam um ponto estratégico para o nosso reino, que em termos geográficos podia em muito enriquecer com esta cidade. Construída sobre uma península era passagem de duas rotas terrestes de Marrocos, a de Oriente com as especiarias e sedas, e a de Tombuctu e Messa que trazia de África ouro e escravos, era uma cidade com vastas riquezas, sendo que na segunda fonte analisada anteriormente se pode constatar esta riqueza que a cidade tinha. Tal como podemos ver pela terceira fonte analisada, a expedição foi organizada com tempo, pormenorizada e de forma extremamente sigilosa, que contou com uma enorme armada de Portugal e a ajuda de outros reinos. Tal como nos diz António Dias Farinha, a expedição começou a ser organizada seis anos antes de 1415, ou seja, começou a ser planeada a conquista no ano de 1409.
A aramada partiu a 25 de Julho do ano de 1415 de Portugal, era uma enorme expedição que chegou à cidade de Ceuta no dia 21 de Agosto do mesmo ano. Sabe-se que a armada que saiu de Lisboa foi a maior força militar que tinha sido reunida na história do nosso reino. Os números de combatentes e navios que compunham a armada variam, segundo alguns autores. José Hermano Saraiva defende que a frota apresentava cerca de 200 navios, os combatentes eram 19 000 e os tripulantes de mareantes 1700. Já, quando analisamos Joaquim Veríssimo Serrão, os números que este defende são diferentes, barcos de número superior a 200 e mais de 20 000 homens, fazendo ainda referência a uma notícia que referia alguns números, "Notícias de Valência referia, 200 navios, 25 galeras e 45 000 combatentes", por último António Borges Coelho refere que saiu de Portugal uma «esquadra» de «200 velas». Tais discrepâncias numéricas mostram que tal como os números reais da frota também as razões pelas quais saiu são uma incógnita.
Portugal passava por uma crise financeira, o que fez D. João I ter dúvidas sobre a conquista, não tendo a certeza se devia ou não mandar partir a armada. As suas dúvidas sustentavam-se em cinco grandes problemas: os recursos que se despenderiam e que só seriam possíveis de obter com os impostos, que teriam de ser aumentados, e que iriam acabar por sobrecarregar a população; o exército que era dispendioso e necessitava de apoio de outros reinos; com a ausência do rei Castela podia tirar partido para atacar Portugal; Castela conquistou Granada, o que aumentou o seu poder, o que poderia vir a pôr a independência de Portugal em risco; por fim, o medo que os Mouros pudessem atacar o Algarve como represália, mesmo que a conquista corresse bem, dúvidas que se encontram bem espelhadas na quarta fonte que foi analisada em que o rei refere cinco dúvidas que tem em relação à conquista.
O rumo que a expansão devia tomar também foi alvo de dúvidas; Granada teria sido um objetivo inicial mas não seria bem aceite por Castela, porque era uma expansão dentro da Península Ibérica e assim, surge a ideia de conquista das praças do Norte de África. Mesmo com as dúvidas apresentadas D. João I decide avançar com a conquista.
Acreditava-se que a conquista podia ajudar em muito o reino. E por isso a esperança que se depositava no seu sucesso era elevada. Como já dito anteriormente o reino passava por um momento de crise, e a subida de D. João I ao poder não trouxe benefícios imediatos a todas as camadas da população. A estrutura social e económica mantinha-se e os grupos sociais pretendiam melhorias nas suas condições de vida. A nova Nobreza estava impaciente e inativa depois de a guerra da reconquista ter terminado; o Clero continuava a ser um grupo privilegiado, isento de imposto e com vontade de ganhar mais poder e riqueza; o povo, dividia-se em dois grupos distintos, uma burguesia formada por comerciantes e mercadores que tinha interesse numa atividade mercantil, e, os que não tinham nada e também não obtiveram nada com a mudança de governante, que eram uma grande fração da população e que por isso criavam preocupações.
Com a chegada à cidade os portugueses invadiram-na subindo as muralhas, começando a "atacar" com rapidez os sacos que continham especiarias. O saque à cidade durou treze dias, procuram nos poços e na terra, que remexem, os «tesouros».
Muitas foram as razões que levaram D. João I a arriscar um plano de expansão que em caso de sucesso poderia resultar numa consolidação da Dinastia de Avis, e onde, os diferentes grupos sociais poderiam encontrar vantagens que fossem de encontro aos seus interesses e que diminui-se o seu descontentamento. Considero por isso importante explicar o que cada grupo social esperava encontrar na expansão. No que diz respeito à nobreza, a sua ocupação militar além-fronteiras portuguesas proporcionava-lhes a possibilidade de dominar territórios novos e evitava ainda que desentendimentos pudessem levar a possíveis problemas internos que podiam levar a guerras civis ou quezílias de menor importância, que acontecia por não terem ocupação num reino que já se encontrava em paz. Acrescentando a isto podiam obter fama e novas rendas.
O Clero por sua vez também tinha os seus interesses na expansão, estes, sabiam que poderiam fazer uma nova cruzada e evangelizar os povos estrangeiros, os considerados "infiéis" e podiam também, tal como a nobreza, aumentar os seus poderes e rendimentos.
A burguesia procurava novas oportunidades de comércio, novos locais de abastecimento com novos mercados. Ao conseguirem estes objetivos aumentariam os seus lucros, e Ceuta parecia ser o sítio certo para o aumento do comércio que este grupo tanto desejava, visto que era um ponto de referência no que diz respeito a rotas de comércio, onde chegavam especiarias, ouro e escravos vindos do Oriente e de África e que eram depois levados para a Europa através de vários interpostos comerciais como é o exemplo de Génova.
Por fim a população em geral, a "arraia-miúda", que passava por dificuldades e nada tinha, via a expansão como uma oportunidade de novas ofertas de trabalho, quer na construção de navios ou mesmo em portos, que poderia ajuda-los a melhorar as suas condições de vida.
Zurara na sua crónica tinha dito que uma das razões que levou D. João I a partir para conquistar Ceuta tinha sido o facto de os infantes pedirem ao rei que se realizassem grandes festas em sua honra para aí serem armados cavaleiros mas, o vedor da fazenda João Afonso, convenceu-os que seria melhor se fossem armados em guerra, pois achava que para serem grandes cavaleiros essa era a melhor hipótese.
A fé cristã e as guerras santas são também evocadas como razão para a expedição à cidade de Ceuta, pensava-se que era necessário levar "a fé de Cristo aos infiéis". A pirataria moura era algo que persistia na costa do Algarve e a conquista de Ceuta, podia levar a um maior controlo desta mesma pirataria que poderia diminuir, e a cidade, poderia ainda ser um bom local para uma base naval.
Por fim, podemos ainda referir a ideia que certos autores têm de que a falta de cereais em Portugal nos fez querer conquistar Ceuta, isto porque ela era, supostamente, uma zona cerealífera bastante abastada. Contudo essa é uma razão já afastada do leque de possíveis razões motivadoras, pois a localização geográfica em que Ceuta se encontrava não era a localização de África que mais cereais produzia, sendo semelhante a Portugal tal como vários historiadores já têm vindo a afirmar.
Estas são todas as ideias que os vários historiadores foram encontrando ao longo do tempo para explicar o porquê desta tomada, contudo, são ideias bastante debatidas e por isso, é necessário confrontar as várias ideias que ao longo do tempo certos historiadores foram defendendo, de forma mais pormenorizada pois nem todos consideram as mesmas razões ou condicionantes para conquista de Ceuta.
Quando cruzados e analisados vários historiadores concluímos, que por vezes têm visões diferentes uns dos outros, nem todos acreditam as mesmas causas. Oliveira Martins, António Sérgio, David Lopes, Jaime Cortesão, José Hermano Saraiva, António Dias Farinha e Abel dos Santos Cruz são os historiadores cujas ideias irão ser analisadas, sem esquecer o cronista da época Zurara.
Para se seguir uma lógica cronológica começarei por falar do testemunho de Gomes Eanes de Zurara. As razões que o cronista deu para esta conquista foram durante muitos anos, as que mais crédito receberam, um dos exemplos está presente no capítulo VIII da sua crónica, capítulo em que o rei decide que fazer grandes festas para armar os Infantes cavaleiros, e em conjunto com o capítulo seguinte, IX, forma uma das razões tida em conta para a conquista e que historiadores como, é de destacar, Oliveira Martins destacam nas suas obras.
Reconstituída pelo historiador Oliveira Martins, a visão do cronista sobre o tema em estudo manteve-se por alguns séculos. Era uma visão que se caracterizava por modelo com base religiosa e guerreira, e que o cronista afirmava ter sido a impulsionadora da conquista da praça marroquina e de poder levar à evangelização dos "infiéis".
Oliveira Martins destaca ainda, a ação militar dos três Príncipes, dando, no contudo, mais relevo ao Infante D. Henrique, mas, neste projeto vão fazer parte também os antigos combatentes de Aljubarrota que segundo o historiador Oliveira Marques, teriam incentivado o rei neste empreendimento tal como o conselho régio, que teve lugar em Torres Vedras, e do qual saiu uma unidade patriótica, todos apoiaram positivamente a expedição.
Em 1919, o historiador António Sérgio, vem negar a tese Oliveira Marques e diz que a conquista da praça Marroquina não tinha a ver nem com a evangelização dos "infiéis", nem com razões de natureza militar. Afirmava sim, que as razões eram de contexto socioeconómico, devido ao facto de o reino ter escassez de cereais e ter de recorrer frequentemente à importação de cereais que, e deste, considerar Ceuta um lugar onde era possível efetuar esse abastecimento, tese que hoje em dia já não se pode defender. António Sérgio destaca ainda o vedor da fazenda pública, João Afonso de Alenquer, dizendo que este era um homem experiente nos negócios públicos, que nas diligências que este tinha efetuado, teria impulsionado a burguesia na conquista de novos mercados, bem como de teria dado um novo rumo à economia portuguesa. Foi desta forma que António Sérgio diverge das ideias anteriores.
Em 1925 é a vez de David Lopes, de entrar no debate à volta dos motivos da conquista. Para ele o problema era mais complexo, e apresenta três motivos para a tomada da cidade: a dinastia de Avis queria mostrar a sua força política e queria sobretudo mostra-lo ao resto da Europa e queria também expandir a fé cristã em Marrocos. Como segunda razão o historiador apresenta o facto de ser possível evitar a pirataria moura que atacava frequentemente as costas do Algarve e que punha em perigo a navegação portuguesa, por fim a terceira razão seria que haveria vantagens em ter uma cidade no norte de África que poderia vir a servir de base naval para futuras expansões.
David Lopes refuta a ideia de António Sérgio por este não considerar que Ceuta fosse um centro de produção e expansão de trigo, razão que anteriormente já referi como não sendo uma das razões que nos levaram a Ceuta, por esta não ser tão abundante em cereais como alguns afirmaram.
Por vários motivos, e olhando com mais atenção para uma história económica, parece mais certa a tese que Jaime Cortesão apresenta. A sua tese aborda a conquista da cidade como uma tentativa de abertura para uma rota comercial do Ouro, afirmando ainda que era a porta de abertura para o Estreito, considerando por fim que a sua conquista tinha-se feito com a intenção de acabar com as incursões dos piratas muçulmanos, que os navios portugueses sofriam. José Hermano Saraiva não vai de encontro às causas que Jaime Cortesão apontou e considerou, chegando mesmo a dizer que estas não têm "fundamento histórico". Diz, por sua vez, que Ceuta não era um terminal de ouro, logo daria qualquer abertura para esse tipo de comércio, pois esta recebia tanto ouro como qualquer outra cidade da época, afirma ainda, que Ceuta não era a chave do Estreito porque nunca tinha conseguido fechar a comunicação entre os mares, dizendo por fim que não era solução para acabar com a pirataria muçulmana, pois após a conquista os ataques não cessaram, e ainda aumentaram. Não concordando nesta última também com historiador David Lopes, que à semelhança de Jaime Cortesão, considerava a tentativa da diminuição de pirataria muçulmana uma das causas que incentivou os portugueses.
António Dias Farinha apresenta também na sua visão algumas razões ou condicionantes que levaram os portugueses até ao Norte de África. Começa por dizer que a conquista era para reforçar a Dinastia de Avis, que como já referenciado anteriormente precisava de se afirmar perante a Europa e Roma. Afirma ainda que Granada não era uma opção por pôr em risco a recente paz que tinha sido conseguida com Castela e por isso ser a única hipótese a expansão para o norte de África, e era ainda um ponto estratégico no Estreito de Gibraltar e um «ancoradouro». Destaca também por sua vez a necessidade de reconquista cristã que se queria levar a cabo e da qual o território de Ceuta fazia parte. E por fim refere a vantagem que Portugal teria sobre Castela por a cidade ser o melhor porto de ligação entre Granada e a Berberia.
Por fim Abel dos Santos Cruz divide as suas ideias em quatro objetivos, os políticos, estratégicos-militares, religiosos e económicos. Nos políticos ele salienta a razão de fortalecer a nova dinastia, a possibilidade de legitimar perto de Roma a conquista e assim conseguir as autorizações para a luta contra o infiel e por fim a abertura para novos caminhos comerciais. No que diz respeito aos estratégicos-militares ele refere a vontade de o rei querer agradar à nobreza no ponto de vista de armas, a já antes referida luta contra o infiel, a defesa da costa Algarvia e o domínio do Estreito de Gibraltar e do comércio no Mediterrâneo que se abria. E por fim um maior número de ascensões nobiliárquicas de filhos secundogénitos que era possível. Nos terceiros objetivos, os religiosos, a já duas vezes referida nos anteriores pontos a luta contra os infiéis e a evangelização dos mesmos, que era apoiada pela igreja. Por último nos objetivos económicos Abel Cruz salienta outra vez o comércio que Portugal podia ganhar e cita ainda António Dias Farinhas, concordado com ele.
Analisando as causas que cada historiador apresenta para a conquista da cidade de Ceuta, concluímos que algumas ideias que têm são iguais divergindo em outras, podemos observar e concluir que David Lopes e Jaime Cortesão, têm a mesma opinião quando apresentam como causa a necessidade de diminuir a pirataria dos corsários muçulmanos. Podemos também ver que a fé cristã, é outra das causas considerada por mais do que um autor, Oliveira Martins, David Lopes, António Dias Farinha e Abel dos Santos Cruz. A nova dinastia que precisava de se afirmar é também a causa para alguns dos autores, como David Lopes, António Dias Farinha e Abel dos Santos Cruz. No que diz respeito à posição estratégica que podia beneficiar o reino podemos comparar as teses de Jaime Cortesão que considera a cidade uma abertura para a rota do ouro e uma consequente abertura para o Estreito de Gibraltar, tal como António Dias Farinha e Abel dos Santos Cruz.
Por fim podemos comparar as opiniões que divergem em relação ao estudo em curso. É de ter em atenção a opinião que António Sérgio apresenta em que refere o trigo como uma das razões que teria levado D. João I a incutir e levar a cabo esta conquista e que é desde logo refutada por David Lopes que não considera a razão válida e que pode ser bem justificada pois como já anteriormente mencionado Ceuta não era um lugar de tão grande produção de tripo. Por último é de destacar também a opinião de José Hermano Saraiva que vai contra a opinião de Jaime Cortesão em relação a todas as razões que apresenta e naturalmente contra os restantes autores que apresentam razões iguais às de Jaime Cortesão. José Hermano Saraiva refuta assim as ideias do seu colega dizendo que a cidade não era terminal de ouro, que a sua conquista não diminuíra as investidas dos corsários e que não se conseguiria dominar o Estreito.
Para uma mais fácil comparação das ideias dos vários autores encontra-se em anexo um quadro onde se esquematiza as opiniões de cada autor em separado.












Conclusão

As ideias apresentadas ao longo de 600 anos que se passaram sobre a conquista de Ceuta, continuam a suscitar debate como se pode observar pelas opiniões que foram ao longo do trabalho apresentadas e abordadas. Apesar de alguns autores convergirem em certas ideias, acabam na sua grande maioria por apresentar cada um, uma nova teoria sobre o tema abordado, pegando em várias das realidades que se viviam no reino de Portugal, económicas, sociais e políticas.
Não se consegue por isso chegar, ainda, a uma conclusão sobre as causas que fizeram com que os portugueses quisessem conquistar a cidade de Ceuta e iniciarem aí a sua expansão, isto porque o leque de opções consideradas é ainda muito vasto, mesmo que tal como as fontes analisados no primeiro ponto, outras nos deem alguma ideia do que poderá ter despertado o interesse português por esta praça no Norte de África. O debate é assim algo que continua em aberto.












Bibliografia
Fontes
Fontes Primárias
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IDEM
Crónica da Tomada de Ceuta, cap.LXIII, antologia de Vítor Magalhães Godinho, pp.44-45, in compilação de documentos de História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa, org. de Maria Leonor García da Cruz, Lisboa, FLUL, ed. digitalizada, 2012. *

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IDEM
Crónica do Conde D. Pedro de Menezes, cap.XXII, vol.II, antologia de Vítor Magalhães Godinho, p.66, in compilação de documentos de História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa, org. de Maria Leonor García da Cruz, Lisboa, FLUL, ed. digitalizada, 2012.*





Fontes Secundárias
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Crónica de D. João I. Apresentação crítica, seleção, notas e sugestão para análise literária de Teresa Amado, Lisboa, Seara Nova, 1980.

ZURARA, Gomes Eanes de
Crónica da Tomada de Ceuta. Introdução e Notas de Reis Brasil, Mem Martins, Publicações Europa-América, 1992.*

Obras
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Dúvidas na História dos Descobrimentos Portugueses, 2ªedição, Lisboa, Vaga, 1990.

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ARNOLD, David
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BRANDÃO, Fernando de Castro
História da expansão portuguesa 1367-1580: uma cronologia, Odivelas, Europress, 1995.

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CORTESÃO, Jaime
História da expansão portuguesa, Lisboa, Imprensa Nacional- Casa da Moeda, 1993.
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RICARD, Robert
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IDEM
"Razões da conquista", História de Portugal, 3ª ed., vol. 2 - A formação do Estado Moderno (1415-1495), Lisboa, Editorial Verbo, 1980, pp. 24-28.
Anexos

Autores
Ideias defendidas
Gomes Eanes de Zurara
-Infantes serem armados Cavaleiros;
-Religiosidade Guerreira (evangelização)
Oliveira Martins
-Religiosidade Guerreira (evangelização)
António Sérgio
-Razões económicas (trigo)
David Lopes
-Mostrar o poder da dinastia de Avis;
-Expandir a fé cristã;
-Evitar a pirataria muçulmana;
-Ceuta ser base naval de futuras expansões
Jaime Cortesão
-Abertura para a rota do ouro;
-Acabar com a pirataria muçulmana;
-Abertura do Estreito
António Dias Farinha
-Granada não era opção;
-Ponto estratégico;
-Luta contra o infiel;
-Afirmação da dinastia de Avis,
-Vantagem sobre Castela
Abel dos Santos Cruz
-Fortalecer a nova dinastia;
-Luta contra o infiel;
-Abertura ao novo comércio;
-Poder sobre o Estreito
José Hermano Saraiva
Jaime Cortesão
Tabela número 1: Ideias defendidas pelos autores
Tabela número 1: Ideias defendidas pelos autores





Gomes Eanes de Zurara, Crónica da Guiné, cap.V, antologia de Vítor Magalhães Godinho, p.56, in compilação de documentos de História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa, org. de Maria Leonor García da Cruz, Lisboa, FLUL, ed. digitalizada, 2012.
Vide idem, ibidem, ll.15-17.
«cuja famosa vitória os céus sentiram glória e a terra beneficio?».
Gomes Eanes de Zurara, Crónica do Conde D. Pedro de Menezes, cap.XV, vol.I, antologia de Vítor Magalhães Godinho, p.53, in compilação de documentos de História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa, org. de Maria Leonor García da Cruz, Lisboa, FLUL, ed. digitalizada, 2012.
Gome Eanes de Zurara, Crónica do Conde D. Pedro de Menezes, cap.XXII, vol.II, antologia de Vítor Magalhães Godinho, p.66, in compilação de documentos de História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa, org. de Maria Leonor García da Cruz, Lisboa, FLUL, ed. digitalizada, 2012.
«(…) uns Paços, que ali mandaram fazer os Reis antigos de Féz», ll.1-2.
Vide idem, ibidem, l.12.
Vide Gomes Eanes de Zurara, Crónica do Conde D. Pedro de Menezes, cap.XV, vol.I, antologia de Vítor Magalhães Godinho, p.53, ll.4-6.
«(…) grandes Hortas e Pomares acompanhados de muitos arvoredos.» ll.15-16.
Vide Gome Eanes de Zurara, Crónica do Conde D. Pedro de Menezes, cap.XXII, vol.II, antologia de Vítor Magalhães Godinho, p.66, ll.7-10.
Vide idem, ibidem, l.13.
Gomes Eanes de Zurara, Crónica da Tomada de Ceuta, cap.LXIII, antologia de Vítor Magalhães Godinho, pp.44-45, in compilação de documentos de História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa, org. de Maria Leonor García da Cruz, Lisboa, FLUL, ed. digitalizada, 2012.
Vide idem, ibidem, ll.9-12.
Gomes Eanes de Zurara, Crónica da Tomada de Ceuta, cap.XIII, antologia de Vítor Magalhães Godinho, pp.45-51, in compilação de documentos de História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa, org. de Maria Leonor García da Cruz, Lisboa, FLUL, ed. digitalizada, 2012.
Vide idem, ibidem, c.1, ll.9-12.
Vide idem, ibidem, ll.19-27.
Vide idem, ibidem, «para cujo combate não somente havemos mister as gentes deste reino, mas ainda outras de fora se se oferecerem para nossa ajuda.» (ll.30-32), «mantimentos em grande abastança, porque não sabemos quanto tempo estaremos sôbre aquela cidade» (ll.35-37), «necessária uma grande frota de muitos navios (…) os quais não há em meus reinos, nem posso achar caminho como os de fora possa haver nem por que guisa» (ll.39-43).
Vide idem, ibidem, ll.44-46.
Vide idem, ibidem, ll.47-53.
Vide idem, ibidem, «pode ser que sentindo como sou fora da minha terra, poder-se-ão mover contra o meu senhorio» (ll.56-57), «por a segurança disto convinha que eu deixasse minhas frontarias ao menos acompanhadas de alguma gente» (ll.61-63).
Vide idem, ibidem, col.I, ll.67-72; col.II, ll.1-13.
Vide idem, ibidem, «porque por mui grande que a riqueza seja, nunca poderá ser igual à grandeza da nossa desprsa» ll.79-81.
Vide idem, ibidem, «vingança carregam suas fustas e navios da froll flor de sua mancebia, e virão aos nossos do reino do Algarve» coll.III, ll.18-21.
Vide idem, iibidem, ll.39-41.
Vide idem, ibidem, ll.45-52.
Ter em conta o primeiro ponto do trabalho.
Vide António Borges Coelho, Raízes da Expansão Portuguesa, 5ªed., Lisboa, Horizonte Histórico, 1985, p.17.
Ter em conta o primeiro ponto do trabalho.
Ter em conta o primeiro ponto do trabalho.
Vide José Hermano Saraiva, História de Portugal, Vol. III, Lisboa, Publicações Alfa, 1983, p.98.
Vide António Dias Farinha, Os portugueses em Marrocos, 2ªed., Lisboa, Instituto Camões, 2002, p.3.
Vide José Hermano Saraiva, op.cit,p.98.
Joaquim Veríssimo Serrão, História de Portugal, 3ª ed., vol. 2 - A formação do Estado Moderno (1415-1495), Lisboa, Editorial Verbo, 1980, pp. 22.
Vide António Borges Coelho, op.cit., p.17.
Vide idem, ibidem, p.19.
Ter em conta o primeiro ponto do trabalho.
Vide António Henrique de Oliveira Marques, Anaíza Peres Coelho e Maria Adelaide Salvador Marques, História, vol. I, Lisboa, Ministério da Educação-Secretaria de Estado do Ensino Superior, 1979, p.115.
Vide idem, ibidem, p.114.
Saquearam: canela, pimenta, jarros de mel, azeite e manteiga.
A este propósito, tenha-se em conta, António Borges Coelho, op.cit., p.17.
Vide idem, ibidem, pp.115.
A este propósito, tenha se em conta, José Hermano Saraiva, op. cit., p.100.
Vide Joaquim Veríssimo Serrão, op. cit., p.25.
Sobre o assunto vide o que afirma Abílio Pires Lousada, "Ceuta 1415, «Ricua e muy Fermosa» Escola de Guerra Portuguesa", Jornal do Exército, ano LVI, nº650, Lisboa, Agosto/Setembro, 2015, p.28.
A este propósito, tenha-se em conta, Gomes Eanes de Zurara, Crónica da Tomada de Ceuta. Introdução e Notas de Reis Brasil, Mem Martins, Publicações Europa-América, 1992, capítulo VIII a IX.
A este propósito, tenha-se em conta, Joaquim Veríssimo Serrão, op. cit., p.25.
A este propósito tenha-se em conta, Joaquim Veríssimo Serrão, op. cit., pp.24-25.
Vide José Hermano Saraiva, História de Portugal, op. cit., p.100.
Vide idem, ibidem, p.100.
Vide idem, ibidem, p.100.
Vide António Dias Farinha, op.cit., p.3.
Vide idem, ibidem, p.4.
Abel dos Santos Cruz, A Nobreza Portuguesa em Marrocos no Século XV (1415-1464), Dissertação de Mestrado em História Medieval, Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1995, p.26.
Vide idem, ibidem, p.27.
Vide idem, ibidem, p.28.
Vide idem, ibidem, p.28.
«Marrocos era — no dizer de António Dias Farinha — um vasto país com produção agrícola e mineral relevante, uma impressionante riqueza em gado, indústria de tecidos, de curtumes, de objectos de cobre...e surpreendentes bancos de pesca na orla marítima e no interior dos rios», vide idem, ibidem, p.29.
Ver anexo número 1.

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