A CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA COM O USO DE TECNOLOGIAS: e o conceito de consciência histórica em Jörn Rüsen

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ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

A CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA COM O USO DE TECNOLOGIAS: e o conceito de consciência histórica em Jörn Rüsen José Amilton Latanza Maria Renata da Cruz Durán Resumo: Atualizar o ensino de história por meio de um diálogo com os tipos de narrativas a que estão acostumados os discentes é uma das recomendações recorrentes em documentos oficiais de órgãos governamentais, tais como os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação. Paralelamente, refletir acerca dos meios de produção de materiais didáticos e seus dispositivos de difusão é uma tendência que, no rumo dos recursos educacionais abertos, procura potencializar a capacidade docente de produção de seus próprios recursos educacionais, proporcionando ao docente condições de atender mais especificamente as demandas dos discentes. Neste sentido, trabalhou-se a ideia de tempo, história e narrativa através de 4 módulos: História em Quadrinhos, Cinema, Jornalismo Digital e Blogs e, por meio desta, possibilitar que o aluno desenvolva as competências do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, bem como refletir acerca do uso das mesmas no ensino público e no estudo do Oriente Médio conforme 4 momentos e locais: Guerra Irã e Iraque, Conflitos na Palestina e Guerra EUA-Iraque (2003). A metodologia adotada é a de um trabalho colaborativo-coordenado, ou seja, quatro integrantes do PDE estarão empenhados em trabalho comum, cujo eixo é a exploração das TDIC na sala de aula, o resultado final será a construção de uma foto-história em quadrinhos, um vídeo-digital, uma história em quadrinhos desenhada e um blog. Palavras-chave: Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação. Oriente Médio. Políticas Públicas de Formação Docente.

Introdução O

presente

Desenvolvimento

artigo

é

Educacional

resultado (PDE)”,

da

participação

modalidade de

no

“Programa

formação

de

continuada

disponibilizada aos professores da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná, através de parceria entre a Secretaria de Estado da Educação do Paraná e instituições de ensino superior públicas do estado (IES). Dividido em quatro semestres de duração, num primeiro momento foi desenvolvido um projeto de intervenção pedagógica na escola que, no semestre seguinte, deu origem à uma produção didático-pedagógica a ser desenvolvido com os alunos da Educação Básica. Esse material foi desenvolvido num trabalho conjunto, por quatro professores PDE responsáveis, cada um deles, pela elaboração das atividades de um dos quatro módulos de atividades a serem implementadas em sala de aula. O terceiro semestre, por sua vez, foi caracterizado pela implementação da produção didático-pedagógica junto aos discentes e, também, pela participação, como professor-tutor, no “Grupo de José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

Trabalho em Rede (GTR)”, momento no qual o processo de implementação didáticopedagógica era apresentado e discutido com outros professores da Rede Estadual de Educação, de forma on-line, permitindo a troca de opiniões e experiências. Finalmente, o quarto semestre encerrou-se com a finalização do artigo final, que ora se apresenta. A orientação desse trabalho foi realizada pela professora-doutora Maria Renata da Cruz Duran, docente da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Havia, no grupo, um consenso de busca por uma melhora qualitativa em sala de aula, procurando uma aproximação do trabalho docente ao seu público: o discente. Os diferentes integrantes desse grupo de trabalho propunham a utilização de recursos diversos, que pudessem auxiliar essa aproximação professor- aluno, de forma a utilizar, em sala de aula, recursos que fizessem parte da realidade do aluno, mas atraindo-o para os conteúdos a serem desenvolvidos. Ao mesmo tempo, destacou-se a importância de se promover um ensino de história que promovesse uma superação do processo de memorização pura e simples de eventos desconexos no tempoespaço. Através da pesquisa a partir da obra de Jörn Rüsen, buscamos identificar meios que pudessem promover uma melhor aprendizagem da disciplina de história, especificamente analisando o processo de formação da consciência histórica. Partindo desse interesse em comum, e instigados por nossa professoraorientadora, os integrantes desse grupo de trabalho se dedicaram à pesquisa bibliográfica que pudessem balizar a utilização das “Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC)”, bem como estabelecer os demais materiais de suporte ao trabalho a ser desenvolvido junto aos alunos, definindo os conteúdos que seriam abordados. Como resultado da interação com os discentes, buscávamos a produção de narrativas históricas que demonstrassem a superação de descrições acerca dos fatos (uma história tradicional, portanto), onde o aluno demonstrasse sua capacidade de, partindo de suas noções acerca de determinado conteúdo, interagir com diferentes fontes, com novas e/ou diferentes informações sobre o mesmo, permitindo-lhe desenvolver sua consciência histórica.

José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

II – Fundamentação Teórica Através das primeiras discussões junto à professora-orientadora, percebemos o interesse comum em possibilitar uma melhora qualitativa em sala de aula, procurando aproximar o trabalho do professor ao seu público, o discente. Para tanto, optamos por um trabalho que visava a utilização das “Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC)”, em sala de aula, no processo de consciência histórica, apoiado na leitura de Jörn Rüsen. Bastos (2010), destaca que com as reformas educacionais efetivadas na América Latina a partir dos anos 1990, deu-se grande destaque ao uso das TIC’s na Educação. Recursos como a TV, o DVD e o rádio acabaram sendo incorporados como material de apoio junto aos alunos, porém os celulares, o computador e a internet ainda “estão de fora” das atividades pedagógicas. O professor até se utiliza desses recursos para pesquisa, elaboração de provas e atividades e, inclusive, para uso pessoal, mas seu uso diretamente com o público discente ainda não se efetivou, por motivos como a baixa qualificação docente em lidar com as TIC’s, por exemplo. Essa baixa qualificação, segundo a autora, deve-se, em parte, ao próprio currículo das graduações durante a formação de professores, pois eles ainda não contemplam uma formação didática no uso de tais recursos e, ainda conforme a autora, muitos dos professores nas instituições de ensino superior ainda não são modelos no uso de tais recursos. A autora também aponta fatores com o a resistência docente no uso de tais meios. Boa parte dos professores consideram as TIC’s como exteriores à Educação, considerando-as como sendo “empurradas” pelos interesses industriais-financeiros e seus interesses comerciais, portanto. Podemos dizer que Tel Amiel (2012), de certa forma corrobora com a autora, ao afirmar que muitos professores de fato veem o uso das TIC’s como algo imposto, uma vez que não participam da decisão de quais serão os equipamentos mais adequados à prática escolar e, portanto, qual o melhor equipamento a ser adotado para uso em sala de aula: as decisões são tomadas em alto escalão, cumprindo à escola e ao professor sua utilização. De fato, a falta de preparo no manejo de programas e da internet, bem como sua adequação à sala de aula, ainda é um dos desafios da educação, apesar das várias políticas públicas que vem se efetivando no sentido de integrá-las ao processo José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

ensino-aprendizagem. Segundo Bastos (2010), essa qualificação deveria se dar ainda durante a formação inicial do professor, para que a incorporação ao uso em sala de aula ocorresse de forma “natural”, não “enxertada” durante a formação em carreira do professor. Por outro lado, a sociedade atual demanda e cobra o uso das novas tecnologias, até mesmo como inserção do aluno na sociedade em que se encontra, considerando-se que a escola não é, somente, uma executora de políticas públicas, mas também um protagonista dessas políticas (Gvirtz, Beech, 2009). Castells (1999), afirma que a sociedade na qual nos encontramos está centrada no uso das tecnologias de informação e que o Estado atua nesse desenvolvimento econômico e tecnológico, deixando de lado a visão liberal de um “Estado mínimo”. Para Castells, foi o desenvolvimento das tecnologias da informação que reestruturou a sociedade capitalista, a partir dos anos 1980, moldado pela lógica e interesses do capitalismo avançado. Assim, a nova sociedade segue um novo modo de desenvolvimento, baseado na “ação de conhecimentos sobre os próprios conhecimentos como principal fonte de produtividade” (Castells, 1999, p. 35). Conforme o autor, estamos numa sociedade onde a informação é a matéria-prima, onde as tecnologias de informação vão penetrando em todas as atividades humanas e que adquire o aspecto morfológico de uma “rede”, ou seja, um “conjunto de nós interconectados” e que podem se expandir de forma ilimitada, desde que seja possível a comunicação dentro dessa rede (p. 498-499). Marshall Mcluhan (2007), afirmando que as tecnologias são “extensões do homem”, também afirma que cada nova tecnologia desenvolvida vai forçando sua assimilação nas mais diversas atividades humanas. Em seu livro, “Os meios de comunicação como extensões do homem (understanding media)”, originalmente publicado em 1964 (portanto, anterior ao desenvolvimento e popularização da internet), o autor denomina de “meios elétricos” aos meios de comunicação, para ele uma extensão do sistema nervoso central, que dá origem à um novo paradigma: a teoria de uma “Aldeia Global”, onde o mundo está completamente interligado, interdependente e conectado, diminuindo distâncias e unindo sociedades inteiras, não obstante suas diferenças. Segundo o autor, esses meios geram novas realidades, resultado das transformações geradas pelo desenvolvimento das próprias tecnologias. Mcluhan afirma ainda que, cada nova tecnologia (ou “nova

extensão”) desenvolvida, causa

uma

“narcose”, um

José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

entorpecimento na “região prolongada” que, de certa forma, não permite que se veja, adequadamente, as incongruências, os pontos críticos dessas extensões, bem como um resultado mais amplo nas sociedades humanas, por elas causado. Considerando a TV como a principal peça-chave dessa “Aldeia Global”, por ser o maior meio de comunicação de massa de nível internacional, talvez nem o próprio Mcluhan tenha reconhecido a grande influência que ela viria a desempenhar no campo político. Noam Chomsky (2013), defende a ideia de que os EUA tem utilizado toda a mídia para criar uma “noção de consenso” em seu modelo de “democracia”, garantindo assim que um pequeno grupo “especializado” direcione, através da propaganda política do Estado e apoiada por determinadas classes sociais constituídas (que visam o controle social de forma à atender as necessidades do mundo dos negócios), possam controlar a opinião da maioria, o “rebanho desorientado”, num modelo de sociedade onde não houvesse a possibilidade de contestação das ações de governo. Segundo o autor, essa busca da criação de um consenso vem desde, pelo menos, o final do século XIX e início do XX, e foi sendo “aprimorado” ao longo dos anos. Dentre as “técnicas” utilizadas nesse processo, está o desvio de atenção da população das questões efetivamente necessárias, para outras questões “criadas” de forma a se atingir os objetivos do governo. Segundo o autor, é nesse processo que surgem os “inimigos a serem combatidos” e que podem variar ao longo do tempo. Exemplificando, o autor cita a luta dos EUA em países da América Central e, mais fortemente desde os anos 1980, a luta contra os terroristas do Oriente Médio. De fato, percebemos na grande mídia uma visão parcial acerca dos conflitos naquela região. Assim, buscou-se apresentar uma visão diferenciada da grande mídia, em relação aos conflitos no Oriente Médio, ao mesmo tempo em que demonstrássemos a grande polissemia cultural presente na região, uma vez que, muitas vezes, falar de Oriente Médio já suscita termos como “terrorismo”, “Bin Laden” e “Saddam”, de certa forma retransmitindo uma ideia de que todos os moradores daquela região são extremistas dispostos a realizarem atentados terroristas. Peter Lee (2006), baseado em estudos conduzidos na Inglaterra ao longo de trinta anos, afirma que uma das formas pelas quais os seres humanos aprendem, é a interação com pessoas, relatos, testemunhos de quem já viveu determinadas José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

experiências, em nosso caso, os fatos que conduzem ao conhecimento histórico. Por conta disso, a história não é aprendida somente no meio escolar. Muitas vezes, o aluno chega à escola com um “conhecimento formado” sobre alguns temas da história, a partir das informações recebidas ao longo de sua vida e suas interações sociais. Cumpre à escola apresentar e discutir os conteúdos, então, de forma a possibilitar ao aluno o desenvolvimento de um conhecimento “mais elaborado” acerca dos fatos. Para Rüsen, a história é uma forma elaborada de memória, não um processo de acúmulo de “fatos objetivos”. A formação da “consciência histórica”, por sua vez, é resultado de um processo contínuo que ocorre a partir de quatro formas que agem formando conexões diversificadas entre si. Essas quatro formas de “consciência histórica” seriam a “tradicional”, forma de consciência histórica limitada e que se baseia apenas na rememoração do passado, gerando vínculos com o grupo ao qual se pertence, mas sem estabelecer questionamentos ou uma ligação com a vida presente; a “exemplar”, onde já ocorre uma interpretação do passado, embora genericamente, estabelecendo vínculos com a vida presente; a “crítica”, uma forma já mais elaborada, geradora de “contra-narrativas” e de “rupturas” com o passado, ao desabilitar narrativas que não são consideradas aceitas na realidade presente; finalmente, a “genética”, onde as tradições são reconhecidas, mas as mudanças são salientadas, dando origem a um “novo futuro”. Vislumbrar a criação de um futuro distinto do passado, segundo Rüsen, é a forma de consciência histórica mais elaborada, pois o indivíduo consegue se ver como parte de um grupo, mas pode romper com determinados aspectos desse passado comum para se alcançar um futuro melhor. Considero oportuno dizer que, segundo Rüsen, a história deve ser ensinada de forma a salientar o que é comum ao ser humano, não suas diferenças. Em nosso caso específico, ao abordarmos o estudo do Oriente Médio, procuramos apoiar nosso trabalho em fontes que demonstrassem o que de mais comum existe nos mais diferentes grupos humanos: o fato de ser humano. III – Implementação do Trabalho na Unidade Escolar Segundo as Diretrizes Curriculares de História para a Educação Básica, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná,

José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

“As imagens, livros, jornais, histórias em quadrinhos, fotografias, pinturas, gravuras, museus, filmes, músicas são documentos que podem ser transformados em materiais didáticos, de grande valia na constituição do conhecimento histórico.” (PARANÁ, 2008, P. 78)

Partindo de tal premissa e buscando levar aos alunos uma variedade de fontes históricas, as atividades junto aos alunos foram organizadas em quatro módulos: HQ, Cinema, Jornalismo e Blog. Buscamos romper com o paradigma do livro didático como meio de informação e reflexão e elegendo recursos mais próximos da realidade discente. Para o trabalho com HQ, utilizamos a obra “Persépolis”, de Marjane Satrapie, considerando, conforme Palhares (2008), que os quadrinhos podem ser utilizados tanto para introduzir, como para aprofundar um conceito, sendo previamente realizada uma organização e orientação do trabalho pelo professor. No módulo Cinema, recorremos à utilização da animação “Persépolis”, de Marjane Satrapie e Vincent Paronnaud. No módulo jornalismo, utilizamos “Palestina”, de Joe Sacco. Finalmente, no módulo Blog, recorremos ao uso do “Blog de Bagdá”, de Salam Pax, em formato de livro (pois o blog, embora disponibilizado gratuitamente pela internet, está em inglês). No início do ano de 2014, iniciou-se a apresentação do projeto PDE junto aos profissionais do Colégio Estadual Professora Lucia Barros Lisboa, em Londrina-Pr. Inicialmente, a apresentação ocorreu juntamente à Semana Pedagógica realizada no mês de fevereiro, no período que antecede o início das aulas com os alunos. A receptividade do projeto pelos pares foi importante, uma vez que os professores tem recorrido ao uso dos recursos tecnológicos em sala de aula, tanto pela exigência da sociedade e das diretrizes que norteiam o trabalho do professor, como pelo próprio profissional que tem procurado adaptar o uso das ferramentas tecnológicas à sua prática diária. Nesse primeiro momento, alguns dos profissionais relataram alguns usos das ferramentas web, seja em suas aulas, ou através de contato on-line com seus alunos. Os relatos dos professores que se pronunciaram estavam ligados ao uso da rede social facebook. Dois casos se destacaram: um professor da área de história costuma inserir comentários e/ou vídeos e/ou reportagens sobre temas em destaque na mídia, acerca de temas diversos, abrindo para discussão pelos alunos e colegas de diversas áreas de formação. Seu objetivo principal é promover a leitura entre os alunos (prática necessária ao estudo da história), atraindo-os pela discussão inicial José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

possibilitada pela rede citada. Num segundo caso, uma professora de sociologia, também através da rede social facebook, passa materiais de apoio aos conteúdos de sala de aula, além de repassar atividades (tarefas, trabalhos de pesquisa), atividades que são direcionadas aos grupos fechados específicos para os alunos, ou seja, não aberto à todos os inscritos em seu perfil. Uma terceira professora, de inglês, relatou que utiliza um blog para repassar atividades de tarefa e/ou complementares aos conteúdos desenvolvidos em sala de aula. Outro ponto de destaque foi a receptividade em relação ao uso das HQ’s como fonte histórica, particularmente pelos professores de artes. Antes da apresentação formal, inclusive, um dos professores, que sempre se utiliza do recurso em suas aulas, passou a indicar obras que pudessem ser utilizadas, por conter temas relativos aos conteúdos de história. Durante a apresentação formal, porém, destacou-se que trabalharíamos com obras já pré-determinadas, em virtude da necessidade de contextualização do material e sua correlação com o conteúdo central, “Oriente Médio”. Para o desenvolvimento das atividades relativas à implementação do Projeto PDE, foi selecionada uma turma de 9º ano do Ensino Fundamental noturno. O principal fator para a escolha da turma foi o reduzido número de alunos, o que permitiria um melhor acompanhamento, pelo professor, dos grupos de trabalho que seriam formados, além de facilitar o uso dos computadores da sala de informática da escola, permitindo o uso de um computador por aluno. Inicialmente, os alunos receberam a ideia do projeto de forma agradável, sobretudo pelo “diferencial” (possibilidade do uso do laboratório de informática, uso das HQ’s e do cinema). Numa descrição inicial do professor, acerca do projeto, muitos alunos relataram, porém, que desconheciam e/ou tinham conhecimento limitado acerca do uso de “editores de texto”, “editores de vídeo”. Embora não se tenha optado por uma tabulação de dados, quase 100% da turma declarou usar apenas “redes sociais”, “baixadores de música e vídeo”, quando utilizavam a internet. Apenas uma aluna da turma declarou estar fazendo curso profissionalizante que incluía a informática na grade de seu curso. Entre os alunos que já desempenhavam trabalho remunerado, encontravam-se pintores, mecânicos, serventes de obra, calheiros, José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

babás e entregadores, que alegaram não utilizar recursos de informática em seus serviços. Apenas uma operadora de caixa de supermercado relatou o uso de recursos de informática em seu serviço, limitado, porém, ao software do equipamento de caixa. Em relação ao conteúdo específico, “Oriente Médio”, poucos alunos se pronunciaram em relação aos conhecimentos prévios. No entanto, foi notada a curiosidade de boa parte dos discentes pelo tema, que mencionavam características como “terroristas”, “mulheres encobertas” e nomes como “Bin Laden” e “Saddam Hussein”. O nome de “Bush” também apareceu associado aos breves comentários, assim como “Estados Unidos” e “Obama”. Observou-se, portanto, nos comentários iniciais, pouco conhecimento acerca do tema, geralmente não muito distante dos comentários típicos dos telejornais, marcada por uma visão genérica de “terrorismo” associada aos povos do Oriente Médio. Após um “bate-papo” inicial com os alunos, fez-se uma aula inaugural apresentando oficialmente o Projeto PDE. Neste momento, os alunos tiveram uma visão mais detalhada do projeto, além de responderem à um conjunto de questões previamente

elaboradas

junto

à

professora

orientadora,

acerca

de

seus

conhecimentos prévios sobre o Oriente Médio e sobre o uso de recursos tecnológicos (informática e internet) em sala de aula, num total de seis questões divididas em dois blocos de três perguntas. Seguidamente à aula inaugural, entramos no “Módulo HQ – Persépolis”. Conforme o material que havíamos elaborado a partir da obra de Will Eisner (1999), iniciamos pela apresentação das características de construção de uma HQ (sombreamento, balões, formas narrativas e de temporização, etc). Destacou-se que há uma intencionalidade no processo de construção das imagens e do texto numa HQ, já que o autor se utilizará desses recursos para enfatizar aspectos de sua obra. Os alunos espontaneamente correlacionaram as características analisadas com obras em HQ que já tinham sido lidas, entendendo o processo de produção dos quadrinhos. Em continuação, apresentou-se a obra “Persépolis”. Previamente a obra foi dividida em partes para disponibilização aos grupos de alunos (nove grupos). Havíamos optado pela utilização da obra completa, uma vez que é uma obra autobiográfica e que percorre o processo de formação identitário da autora, além das informações José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

históricas sobre a revolução que conduziu o Irã à construção de um Estado teocrático islâmico. No entanto, o que podemos perceber na utilização da obra, é que os grupos de alunos que ficaram com partes da obra em que o contexto da revolução (e das mudanças culturais por ela provocadas), mantiveram-se mais motivados ao trabalho com a obra, enquanto os demais grupos (que ficaram com partes da obra que relatavam a vida da autora no exterior), “desligaram-se” do conteúdo central (Oriente Médio e sua polissemia cultural). Em novas utilizações da obra junto aos alunos, portanto, serão estabelecidos diferentes formas de distribuição do material, ainda que grupos distintos recebam capítulos iguais como material de trabalho. Passou-se, então, ao “Módulo Cinema – Persépolis”, iniciado com discussão em sala de aula acerca da produção cinematográfica. Apresentou-se vídeos aos alunos destacando as origens do cinema (que despertaram um bom interesse nos alunos), e, apoiados em Marc Ferro (1992), abordamos a construção de um filme como obra também histórica, uma vez que na própria produção fílmica estão implícitos valores da sociedade que o produz. Das discussões em sala, passamos à utilização da obra junto aos alunos. De modo geral, a obra despertou bom interesse nos alunos, inclusive nos que compunham grupos que, na obra em HQ, haviam se desestimulado por perderem o foco: na obra fílmica, puderam perceber as características que havíamos dado destaque (os fatos históricos da revolução no Irã), permitindo-lhes conhecer a obra de modo mais geral, completo. Sonorização (efeitos, músicas), também estiveram presentes nas manifestações dos alunos após o uso do vídeo, que quase totalmente disseram ter preferido o trabalho com o vídeo do que com a HQ, sobretudo por sair da “leitura” (que alegam ser “cansativa”). O “Módulo Jornalismo – Palestina”, por sua vez, despertou maior interesse nos alunos. Primeiramente os alunos assistiram aos vídeos sobre “jornalismo digital” e, divididos em nove grupos, receberam cópia da obra “Palestina” (uma obra de jornalismo no formato HQ) para leitura, sendo distribuído um capítulo por grupo. Diferentemente do que ocorreu com a HQ Persépolis, os alunos mantiveram-se bem motivados no uso da obra, tanto pelos desenhos e quadrinhos em si (“melhor visualização e leitura”), como pelo fato de todos os capítulos estarem diretamente ligados à temática que vinha sendo estudada. Vários alunos destacaram o fato de que José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

a obra apresentava características de vida dos povos “árabes” da Palestina que eles não viam muito na televisão (em relação à vida nos assentamentos, na Faixa de Gaza, as condições de trabalho e moradia). Embora questionassem as diversas limitações/ sanções de Israel em relação aos povos árabes, de modo geral consideravam aceitável a “auto- defesa” do Estado em relação aos palestinos, como forma de proteção do povo judeu, embora afirmassem que deveria haver/ se promover formas de convivência pacífica entre os dois povos da região. Os alunos se sentiram “curiosos” em entender depoimentos de árabes que criticavam os “judeus europeus” enquanto afirmavam que não tinham problemas com os “judeus palestinos”. Nesse ponto, os alunos foram levados a compreender a formação do Estado de Israel ao final da II Guerra Mundial, bem como as ondas imigratórias de judeus para a região, inclusive nos conflitos iniciais para o estabelecimento de Israel e a situação dos refugiados palestinos no Líbano. Finalmente, avançamos rumo ao “Módulo ‘Blog de Bagdá’”, em que realizaríamos o encerramento de implementação da temática geral do Projeto PDE. Nesse módulo, percebeu-se uma identificação dos alunos com os problemas enfrentados pelo autor da obra, enquanto morador da cidade de Bagdá, durante o ataque e ocupação realizado no ano de 2003. Foi utilizada a cópia impressa da obra, distribuída em partes aos grupos de alunos. Mesmo não tendo sido utilizado o acesso ao meio digital (o blog propriamente dito), ocorreu uma familiarização da linguagem utilizada pelo autor com a linguagem utilizada pelos alunos em suas interações através de redes sociais. Zarpelão (2013), analisando a cobertura da imprensa relativamente à Guerra do Golfo (1990-1991), demonstrou uma “manipulação”, ainda que velada, dos noticiários transmitidos acerca daquele conflito, pelos EUA. Segundo sua pesquisa, os jornalistas não entravam sozinhos nas áreas envolvidas durante a guerra, apenas acompanhados por militares das forças de coalisão. Esse fato transmite grande importância à obra de Salam Pax. O “Blog de Bagdá” torna-se, então, uma grande fonte histórica acerca dos conflitos de 2003, quando o Iraque é novamente atacado pelos EUA, uma vez que as notícias transmitidas nesse conflito também podem ter sofrido alguma censura. Nos relatos de Salam Pax, ele descreve características que vão desde antes da invasão do Iraque, até o período posterior à ocupação e estabelecimento de um “governo” sob os auspícios dos EUA. Em sua José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

narrativa, podemos acompanhar as dificuldades de se obter os produtos de higiene, alimentícios, etc, enfrentados pela população iraquiana. Também vemos o descontentamento em relação à ação dos EUA contra o país. Pax questiona, mesmo, o fato de que as sanções tomadas contra o Iraque, mais do que prejudicarem Saddam, prejudicavam o povo iraquiano. Melhor seria, para Pax, que os EUA apenas apoiassem

as

forças

democráticas

que

Saddam

vinha

perseguindo

e

desestabilizando, inclusive com apoio dos EUA, no período de “amizade” entre Saddam e os EUA. Ao descrever estratégias de guerra do Iraque, ou a própria “fuga” das elites militares iraquianas, podemos pensar se, realmente, a guerra contra o Iraque era necessária, ou os EUA realmente pressionaram a opinião pública, a da ONU, de forma a atenderem aos interesses de negócio das elites estadunidenses, confirmando o pensamento de Chomsky (1991), que afirma que os EUA se tornaram um “Estado mercenário”, dispostos a mostrar sua força e receberem pelos serviços prestados. A guerra, e a forte investida dos EUA à região, conforme RAI (2003), somente fez acirrar um ódio na região pelos EUA, bem como ao fortalecimento dos grupos extremistas, como o próprio “Al Qaeda”. Cumpre destacar, portanto, a importância que Amiel (2012) faz ao uso dos “Recursos Educacionais Abertos (REA)” no tocante à produção, distribuição e remasterização desses recursos pelos professores, bem como sua redistribuição, até mesmo para que sejam divulgadas/ tornadas conhecidas as experiências de sucesso que, muitas vezes, terminam “escondidas” em sala de aula. Também abordamos, através da utilização do vídeo “O perigo de uma história única” (palestra da escritora nigeriana Chimamanda Adichie), a importância de se pesquisar além das informações recebidas através da mídia televisiva que, muitas vezes, nos põe em contato com informações parciais das questões abordadas, permitindo a construção de pontos de vista de forma limitada. Destacou-se, aqui, as possibilidades apresentadas pelo uso da web para o acesso a um número expressivo de informações, com diferentes enfoques, nos diversos temas que podemos desenvolver em sala de aula e em nosso dia-a-dia. Encerrando o módulo, foi apresentado o documentário “Filmes ruins, árabes malvados: como Hollywood vilinificou um povo”, onde, a partir de uma análise de José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

diversas obras cinematográficas, destacou-se a imagem que vem sendo construída, e amplamente distribuída, acerca dos povos árabes. A caracterização dos povos “árabes” como terroristas, atrasados culturalmente, entre outros aspectos negativos, deu aos alunos uma percepção acerca da construção de uma imagem, senão apenas deturpada, extremamente parcial em relação àqueles povos, desconsiderando sua polissemia cultural, desconsiderando o fato de que a maioria da população da região não é/ pertence à grupos terroristas. Abordou-se ainda grandes contribuições dadas pelos povos originários do Oriente Médio às diversas áreas do conhecimento humano, desconstruindo a imagem de atraso cultural a que temos contato nos diversos meios de comunicação de massa. Considerações Finais: Inicialmente, ocorreram problemas com o uso da internet para algumas das atividades realizadas. Por problemas de equipamentos, a rede wi-fi não pode ser utilizada adequadamente algumas vezes. Para prosseguirmos com o trabalho, utilizamos um cabo de rede que nos permitiu o uso em sala de aula do computador com datashow, afim de realizar aulas expositivas que haviam sido planejadas, contornando assim o problema inicial. Também recorremos ao uso de materiais impressos para utilização com os alunos, além da utilização de vídeos pré-baixados da internet, e que, portanto, não nos tornava dependentes, em todo, do laboratório de informática da escola. De forma geral, tanto direção, como supervisão escolar apoiaram e procuraram resolver/ auxiliar na resolução de problemas que surgissem, bem como no acompanhamento para utilização de materiais como o projetor datashow da escola. Adaptado à realidade de cada unidade escolar, o projeto pode ser utilizado em sala de aula, tendo em vista a possibilitação de acesso, por parte do aluno, às diversas fontes de informação, com diferentes pontos de vista, acerca do tema utilizado durante esse projeto. Percebeu-se, ao final do desenvolvimento das atividades junto aos discentes, uma “ampliação” de seu conhecimento acerca dos povos do Oriente Médio, bem como a associação que fizeram entre os conflitos com aqueles povos e a corrida imperialista europeia e estadunidense na qual estamos, sim, inseridos.

José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

Para melhor utilização dos recursos elencados, notou-se a necessidade de realização de “recortes” nas obras utilizadas (particularmente na obra “Persépolis”), mas também no vídeo-documentário “Filmes ruins, árabes malvados: como Hollywood vilinificou um povo”, afim de permitir uma discussão sobre o material já em seguida à utilização da obra (por ser um vídeo longo, sua apresentação aos alunos tomou o espaço de duas horas-aulas, e as discussões sobre o material teve de ser realizada em outro dia da semana, o que causou um certo “desligamento” dos alunos entre conteúdo e discussão). Os módulos podem, ainda, serem utilizados separadamente com os alunos, não necessitando-se a utilização de todos os recursos apresentados, até mesmo devido à questão do tempo em sala de aula e sua distribuição entre os diversos conteúdos programáticos que devem fazer parte do currículo anual desenvolvido em sala. Particularmente, algumas dificuldades foram sentidas por não possuir habilidades com alguns dos recursos utilizados, como conversores de vídeo e redes sociais, aos quais não possuía familiaridade anterior à esse projeto PDE. Assim sendo, também encontrei dificuldades de acompanhar o ritmo de atividades do GTR (Grupo de Trabalho em Rede), onde deveríamos atuar como tutores de curso on-line com outros professores da Rede Estadual de Educação. A necessidade de acompanhamento constante através da plataforma gerou, inclusive, uma forte tensão/ ansiedade, embora tenha trazido excelentes contribuições de outros colegas de trabalho, sobretudo acerca da obra de Rüsen, com algumas exposições bastante didáticas sobre o pensamento do autor. O uso de recursos da web, por sua vez, trouxe sim uma aproximação na relação professor-aluno, uma vez que, mesmo não conhecendo muitos dos recursos utilizados pelos alunos, a menção de utilização de recursos da web já atraía vários dos alunos para os temas abordados. A incorporação e utilização dos recursos web deverá sofrer uma demanda cada vez maior, pois, como afirma Rüsen (2014), a web possibilita uma interação cada vez maior do indivíduo com a história e com os demais indivíduos, e uma “multiplicidade de vozes” que, cada vez mais, buscarão serem ouvidas e atendidas.

José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

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José Amilton Latanza, professor de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. [email protected] Maria Renata da Cruz Durán, professora-doutora da Universidade Estadual de Londrina. [email protected]

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