A construção de seqüências didáticas com o gênero tiras em quadrinhos no ensino de LI

May 24, 2017 | Autor: Lidia Stutz | Categoria: Elementary Education, Gêneros Textuais, Student-Teacher Relationships
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A CONSTRUÇÃO DE SEQÜÊNCIAS DIDÁTICAS COM O GÊNERO TIRAS EM QUADRINHOS NO ENSINO DE LI Lidia STUTZ UNICENTRO – Guarapuava/PR Terezinha Marcondes Diniz BIAZI UNICENTRO – Guarapuava/PR ABSTRACT:Comic strips are one of the favourite kinds of readings of adolescents. Although their popularity, they have not been much emphasized in language classes (MENDONÇA, 2005). Taking this fact into account, this study suggests comic strips as a possible teaching tool to be worked by the student-teachers from the Curso de Letras-Inglês e suas Literaturas, at UNICENTRO during their practicum in elementary education. Thus, we intend to discuss the construction of a didactic sequence, based on the textual genre comic strips, following the theory of the Socio-Discursive Interactionism of Bronckart (1999) as well as the didactic model of genres (BRONCKART, 1999; MACHADO & CRISTOVÃO, 2006). KEYWORDS: Socio-Discursive Interactionism, didactic models of genres, didactic sequences, genre, comic strips.

1. Introdução As propostas de ensino vigentes (Orientações Curriculares para o Ensino MédioLínguas Estrangeiras, 2006 e Diretrizes Curriculares do Línguas Estrangeiras do Estado do Paraná, 2006) primam por um trabalho que desenvolva o letramento crítico e o ensino norteado pelos gêneros de textos. No entanto, diversas são as pesquisas (PAIVA, 2005; ALMEIDA FILHO, 2005; CRISTÓVÃO, 2005) que nos mostram que o ensino de língua inglesa ainda é desvinculado da realidade do aluno, com grande ênfase no ensino da estrutura e nas atividades mecânicas. A proposta de desenvolver estudos com gêneros de texto tem apresentado resultados significativos, uma vez que parte-se da necessidade de desenvolver práticas que levem em conta o conhecimento do aluno, os contextos de uso e de circulação da língua. Este trabalho visa apresentar uma possibilidade de elaboração de materiais didáticos e de planejamento de aulas por meio de gêneros de texto para prática de ensino da disciplina de Estágio Supervisionado em Língua Inglesa. Temos como público-alvo os alunos-professores do terceiro ano na disciplina de Estágio Supervisionado, do Curso de Letras-Inglês da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO/ Guarapuava-PR), que desenvolverão as regências de seu estágio pedagógico no ensino fundamental no segundo semestre de 2007. Espera-se, pois, que, com esta proposta de seqüência didática, (doravante SD) com o gênero tiras em quadrinhos1, a ser apresentada aqui, possibilitar aos alunos-professores mais subsídios teóricos e práticos em relação aos estudos de gêneros textuais, para que, assim, possam desenvolver suas práticas de ensino mais efetivamente. A SD com tiras em quadrinhos destina-se a alunos de 6° série de uma escola de nível fundamental na região de Guarapuava/PR, sendo que sua elaboração resultou das observações de sala de aula realizadas por alguns alunos-professores e também pelos contatos com a professora-regente da referida turma, que apontou as seguintes necessidades de seu grupo de alunos: (i) a necessidade de utilizar materiais que motivem os alunos; (ii) a necessidade de despertar o interesse pela leitura; e (iii) a necessidade de aprimorar os estudos e o rendimento escolar dos alunos. 1

Diversos projetos e estudos com o gênero das Histórias em Quadrinhos têm sido propostos, dentre eles destacamos Cristóvão e Zirondi (2004) e Cristovão, Durão e Nascimento (2003).

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A escolha pelas tiras em quadrinhos justifica-se, também, por este gênero estar incluso no rol de sugestões de textos apresentadas nos documentos oficiais de Língua Portuguesa (PCNs, 1998) para o Ensino Fundamental e também por acreditarmos que sua transposição para o ensino de Língua Inglesa possa levar a um trabalho interdisciplinar capaz de conduzir a uma formação mais crítica dos alunos. As tiras em quadrinhos são um dos gêneros autorizados pelos adolescentes que podem contribuir para o desenvolvimento da leitura e autonomia dos alunos. Contudo, ainda é necessário um posicionamento mais aberto por parte dos professores a fim de que ocorra a inclusão desses textos como ferramentas de ensino (NORTON E VANDERHEYDEN, 2004, p. 204). Com vistas a aprimorar os estudos dos alunos, direcionamos o trabalho aos quadrinhos de Archie em que são comuns questões sobre escola e estudos. A utilização dos quadrinhos de Archie originou-se dos estudos de Norton e Wanderheiden (2004) que apresentaram excelentes resultados com relação à aprendizagem de Língua Inglesa como língua estrangeira por parte dos alunos através das leituras dessas histórias. Acreditamos que esta sugestão poderia auxiliar no desenvolvimento dos objetivos, já que diversas das histórias ocorrem em ambiente escolar e com adolescentes. Para apresentar a proposta da SD, este artigo divide-se em quatro partes. Numa primeira parte, trazemos a perspectiva teórica sócio-interacionista. Numa segunda parte, explicamos a metodologia utilizada para proceder à verificação do gênero tiras em quadrinhos. Na terceira parte, expomos a análise de dados das tiras em quadrinhos, o modelo didático do gênero e a parte da SD de ensino, e para concluir, apresentamos as considerações finais. 2. Perspectiva teórica A seguir elencamos brevemente a definição sobre o interacionismo-sócio discursivo e as noções de gênero de texto utilizadas neste estudo. Na seqüência, apresentamos o modelo didático, a SD e as capacidades de linguagem. Por fim, buscamos subsídios com relação aos estudos sobre as tiras em quadrinhos. Esta pesquisa utiliza-se do construto teórico-metodológico do Interacionismo Sócio Discursivo (doravante ISD) elaborado pelos pesquisadores da Universidade de Genebra, Bronckart (1999) e Dolz e Schneuwly (2004). O ISD fundamenta-se na psicologia históricosocial de Vygotsky (1934/1993) e nas proposições teóricas sociais Bakhtinianas (1979/1992) de gêneros. Na dimensão vigotskiana, os processos psicológicos da formação do indivíduo levam em conta o contexto social e o contexto histórico em que as atividades de linguagem ocorrem. A proposta do ISD se apóia nesta visão, visto que as atividades de linguagem têm caráter central. Assim, as atividades e as produções de linguagem que ocorrem em determinadas construções sociais conduzem a conscientização, à aprendizagem e, portanto ao desenvolvimento humano (MACHADO, 2000). As atividades de linguagem se relacionam às diversas formas comunicativas com as quais nos deparamos em um determinado grupo social, o que nos conduz aos estudos de gêneros de texto. A acepção bakhtiniana (1979/1992) define os gêneros de discurso como “tipos relativamente estáveis de enunciados”. Tal definição assemelha-se ao termo gênero de texto, empregado por Bronckart (1999), Dolz e Schneuwly (1996) e adotado neste estudo. “... gêneros textuais, maneira de formar os textos impostos no curso da história, textos compostos geralmente de segmentos de discursos e que, para os usuários da língua, constituem-se como modelos e instrumentos necessários para suas atividades de escrita e leitura”. (DOLZ E SCHNEUWLY, 1996, p. 75).

Essa concepção nos mostra que os gêneros são formas de funcionamento da língua e linguagem sendo elaborados de acordo com as diferentes esferas da sociedade em que o 1230

indivíduo se encontre. Os gêneros de texto são, portanto, produtos sociais bastante heterogêneos, possibilitando infinitas construções, fator este, que levou Bakhtin a categorizálos em primários (comunicação cotidiana, simples, espontânea próprio da produção oral imediata) e secundários (mais elaborados, que se distanciam de uma situação de comunicação imediata). Schneuwly (1994) afirma que os gêneros primários são instrumentos de criação dos gêneros secundários. Devido à complexidade que estes gêneros podem vir a ter e a necessidade do sujeito de apropriar-se de diversos gêneros é que se faz indispensável utilizá-los como ferramentas de ensino na escola. Este ponto de vista é defendido por Cristóvão et al. (2006) ao afirmar que os gêneros textuais são objetos de ensino e aprendizagem que podem oferecer condições para a construção de conhecimentos lingüístico-discursivos necessários para as práticas de linguagem em sala de aula. Os gêneros de texto utilizados como instrumentos, em uma ação tripolar, isto é, professor-aluno-objeto do conhecimento, possibilitam a mediação e a transformação das atividades. (SCHNEUWLY, 1994). Para a transposição dos conteúdos Schneuwly e Dolz (2004) sugerem o desenvolvimento de um modelo didático para o gênero a ser estudado com os alunos e que sirva como base para a construção do material didático. O conceito de modelo didático aqui adotado é o de Machado e Cristóvão (2006): “um objeto descritivo e operacional, construído para apreender o fenômeno complexo da aprendizagem de um gênero”. Desta forma, para a construção do modelo didático de gênero é necessário mapear o conhecimento dominado pelos alunos, bem como, quais são os novos conhecimentos/capacidades de linguagem que ainda precisam ser apropriados pelos alunos em determinada situação. Na seqüência, é necessário que recorramos à literatura especializada difundida por profissionais da área ou do gênero a ser ensinado. O desenvolvimento de modelos didáticos é importante porque a partir dele podem ser elaboradas SDs adequadas ao nível de conhecimento dos alunos. Cristóvão et al. (2006) observa que os modelos didáticos podem auxiliar os professores (ou alunos-professores) a planejar e a executar práticas de uso da linguagem de cunho mais amplo. Para tanto, faz-se necessário transpor a literatura científica para a prática didática, que conforme a pesquisadora pode ser uma tarefa árdua para a qual os alunos-professores precisam ser preparados. As SDs, de acordo com Schneuwly e Dolz (2004) são fundamentais por apresentarem de maneira concreta os procedimentos a serem desenvolvidos em sala de aula. Machado (2000, p.7), com base nos autores Dolz & Schneuwly (no prelo), define SD como: “a unidade de trabalho escolar, constituída por um conjunto de atividades que apresentam um número limitado e preciso de objetivos e que são organizadas no quadro de um projeto de apropriação de dimensões constitutivas de um gênero de texto, com o objetivo de estruturar as atividades particulares em uma atividade englobante, de tal forma que essas atividades tenham um sentido para os aprendizes”.

Ou seja, a SD tem como função a apropriação por parte dos alunos das capacidades de linguagem de um gênero. O conjunto de atividades de linguagem a ser elaborado favorece o desenvolvimento de três capacidades que estão interligadas. De acordo com Dolz e Schneuwly (2004), estas capacidades de linguagem compreendem três dimensões: a) as capacidades de ação cujo sentido é buscado através das representações dos elementos do contexto de produção e da mobilização de tais conteúdos. b) as capacidades discursivas que apontam as características próprias do gênero a ser estudado através da planificação global do texto. Neste nível de análise, recorremos aos estudos de diferentes áreas para fundamentar a proposta de trabalho. Por exemplo, para o

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gênero mobilizado neste estudo, buscamos o conhecimento de profissionais e ou estudiosos da área de Histórias em Quadrinhos (doravante HQs). c) as capacidades lingüístico-discursivas – que estão centradas na micro-estrutura do texto (as unidades lingüísticas das frases e sentenças) e que auxiliam na compreensão global do texto. As HQs e o sub-gênero tiras em quadrinhos Na categorização de gêneros de Bakthin, as HQs representam um gênero de texto de caráter secundário, à medida que são produzidas na junção do gênero oral espontâneo com a escrita bem como há uma junção de elementos visuais e verbais. Para Goodman (2003) as HQs exemplificam narrativas visuais cujas propriedades compartilham elementos com a fotografia. Devido a esse formato visual, elas fornecem recursos bastante ricos para a representação de características comuns na interação face a face e que não são viáveis em textos de cunho apenas verbal. A pesquisadora faz referência a uma variedade de informações gráficas das HQs usadas para representar o texto verbal Dentre os diversos recursos usados, temos características paralingüísticas como: as expressões faciais, gestos e postura. Os pictogramas, cujas representações gráficas podem representar sentimentos como a dor (a expressão “Vemos estrelas” depois de levar uma pancada na cabeça) ou representação de uma idéia brilhante (a lâmpada acesa sobre a cabeça de um personagem). As onomatopéias são recursos verbais que enfatizam o visual, onde mesmo palavras sem sentido adquirem significação semântica em contextos visuais. A pontuação é outra ferramenta semântica que pode exprimir surpresa ou indignação. O tamanho e o tipo de fonte utilizada podem expressar sentimentos como o medo ou mudanças de entonação de voz dos personagens. Devido ao caráter icônico-verbal, a área das HQs, compreende 4 sub-gêneros, que são as tiras em quadrinhos, as charges, as caricaturas e os cartoons (MENDONÇA, 2002). A caricatura e a charge têm como pontos em comum a deformação de características marcantes de indivíduos. Os cartoons, por sua vez, têm relação com os fatos que circulam na imprensa e servem para expressar opiniões ou críticas. A categoria que vamos nos ater nesse trabalho é a das tiras em quadrinhos, que de acordo com Mendonça (2005), são um subtipo de HQs, por serem menos extensas e apresentarem episódios diários. As tiras têm como suporte o jornal impresso ou on-line. Observa-se que é uma prática comum nos jornais a produção de tiras mais curtas intercaladas com seqüências mais longas. As publicações das tiras são apresentadas de forma breve, podendo variar de três a cinco quadrinhos durante seis dias da semana. Em um dia da semana há uma inserção de uma HQ com nove a quinze quadrinhos. As temáticas são variadas podendo estar relacionadas aos acontecimentos de destaque na imprensa ou não. Devido a essa variedade e por não serem muito extensas é que se tornam uma alternativa didática para as séries com menor nível de conhecimento lingüístico em LE. Os estudos de Mendonça (2005) subdividem as tiras em seqüenciais (capítulos com continuação na próxima edição) e fechadas (um acontecimento diário). As tiras fechadas classificam-se em a)tiras-piada – a produção de humor a partir de estratégias discursivas e b) tiras-episódio – realce de algumas características dos personagens causa o humor. A interação dos personagens pode ainda denunciar ou fazer críticas a determinados comportamentos da sociedade. 3. METODOLOGIA Para desenvolver os modelos didáticos estabelecemos uma verificação juntamente com a professora regente de inglês com relação ao conhecimento dominado pelos alunos e quais os conhecimentos que ainda precisam ser ensinados/apreendidos para dominar o gênero 1232

tiras em quadrinhos. Para aprofundar os estudos nesse gênero buscamos as pesquisas e os conhecimentos dos experts, em HQs, conforme exposto, bem como analisamos um corpus do gênero estudado. 3.1. As capacidades de linguagem dos alunos da escola O reconhecimento do contexto de ensino foi estabelecido pelos alunos-professores (alunos do 3º ano) quando realizaram parte da proposta do trabalho da disciplina de estágio supervisionado. Na primeira fase, a fase de observação, sob a orientação de um roteiro, foi feito o primeiro contato dos alunos-professores com a escola. O reconhecimento deu-se através da verificação das instalações físicas, corpo discente, docente, projeto pedagógico e planejamento de ensino. Observamos que o planejamento tem como base os conteúdos estruturantes e que, devido a não adoção de um livro didático específico na disciplina de inglês no 3º e 4° ciclos a professora busca atividades de diversos livros didáticos para o planejamento das aulas. Através das observações participativas dos alunos-professores em sala de aula e pelos contatos mantidos com a professora regente pudemos verificar o perfil dos alunos delimitamos aqui especificamente a sexta série -, no que tange às capacidades de linguagem: Quanto à capacidade de ação – embora pouco abordada em sala, a professora acredita que os alunos são capazes de reconhecer alguns itens do contexto de produção, como por exemplo, quem é o emissor, quem é o receptor e em que contexto foi escrito um determinado texto. Com relação à capacidade discursiva – as observações e os argumentos da professora da turma sinalizam que os alunos têm habilidades para diferenciar um gênero de outro pela sua estrutura global. Quanto à capacidade lingüístico-discursiva – as análises indicam que mesmo com as aulas mais direcionadas ao ensino sistêmico, os alunos têm dificuldades para entender a microestrutura da linguagem utilizada. 3.2. Elementos analisados nas tiras em quadrinhos de ARCHIE Para a construção do modelo didático, servimo-nos da proposta de análise de Bronckart (1999) e que é recomendada por Machado e Cristóvão (2006). Para a análise utilizamos um corpus de 30 tiras em quadrinhos de Archie, tiras referentes ao mês de março de 2007, que são disponibilizadas diariamente na Internet (www.archiecomics.com). O Quadro 1, a seguir, demonstra os passos sugeridos para a construção do modelo didático. a) as características da situação de produção (quem é o emissor, em que papel social se encontra, a quem se dirige, em que papel se encontra o receptor, em que local é produzido, em qual instituição social se produz e circula, em que momento, em qual suporte, com qual objetivo, em que tipo de linguagem, qual é a atividade não verbal a que se relaciona, qual o valor social que lhe é atribuído. b) os conteúdos típicos do gênero; c) as diferentes formas de mobilizar esses conteúdos; d) a construção composicional característica do gênero, ou seja, o plano global mais comum que organiza seus conteúdos; e) o seu estilo particular, ou, em outras palavras: - as configurações específicas de unidades de linguagem que se constituem como traços da posição enunciativa do enunciador: (presença/ausência de pronomes pessoais de primeira e segunda pessoa, dêiticos, tempos verbais, modalizadores, inserção de vozes); - as seqüências textuais e os tipos de discurso predominantes e subordinados que caracterizam o gênero; - as características dos mecanismos de coesão nominal e verbal; - as características dos mecanismos de conexão; - as características dos períodos; - as características lexicais. Quadro 1 – Elementos de análise para a construção do modelo didático (MACHADO E CRISTÓVÃO, 2006).

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4. Análise de dados 4.1 Contexto de produção e folhado textual das tiras em quadrinhos de Archie Iniciamos a análise com a verificação do emissor do contexto de produção. De acordo com Wikipedia, há diversas pessoas que trabalham na emissão das HQs de Archie. A história dos quadrinhos de Archie iniciou com Bob Montana que registrou em forma de desenhos (esboços) os acontecimentos diários da Escola de Haverhill, em Massachusetts, EUA. Em 1946, ele lançou as tiras em quadrinhos de Archie no jornal. Este trabalho foi desenvolvido pelo autor até meados dos anos 70, quando o autor chegou a falecer. O trabalho das HQs/tiras de Archie procedeu com Allan Hartley. Atualmente, os quadrinhos são produzidos pela Archie Comics Publications que tem como quadrinistas e ilustradores Henry Scarpelly e Craig Boldman. Com relação ao valor econômico, Norton e Vanderheyden (op. cit.: 202) afirmam: “a vendagem das HQs de Archie é de aproximadamente um milhão de exemplares/mês e a página da Internet tem 13 a 14 milhões de acessos/mês”. Os quadrinhos de Archie são filiados ao “Creators Syndicate Inc.”. Esta organização representa em torno de 100 artistas e escritores famosos. Rama et. al (2004, p. 10) define “os syndicates, como grandes organizações distribuidoras de notícias e materiais de entretenimento para jornais de todo o planeta”. O principal objetivo dos quadrinhos de Archie é o de entretenimento e de provocar risos, tendo como público alvo os pré-adolescentes americanos. No entanto, este público amplia-se a diversos países como Paquistão, Índia, Coréia, Tailândia (NORTON E VANDERHEYDEN, op. cit.) e países de língua espanhola. As HQs/tiras de Archie estão vinculadas à jornais, revistas em quadrinhos e têm uma inserção diária na Internet, o que nos leva a pensar que a produção é provavelmente diária. Embora não tenham uma relação direta com os acontecimentos sociais de repercussão na mídia americana ou mundial, a sua temática direciona-se à instituição escolar e às atividades cotidianas dos adolescentes, como os estudos, alimentação na cantina, relacionamento com a família, amigos e professores, animais de estimação e tempo livre. A linguagem é informal, haja vista que os personagens são na maioria adolescentes, sendo comum utilizar gírias e expressões idiomáticas, próprias da linguagem oral. As tiras caracterizam-se pela linguagem não verbal, ou seja, dos desenhos e das representações gráficas. Análise do folhado textual O plano global (plano discursivo) traz as características recorrentes da organização interna das tiras em quadrinhos. Salientamos que há duas formas de apresentar o texto: uma forma é mais curta, com três quadrinhos e em preto e branco, cuja edição é feita de segunda a sábado e a outra mais longa e colorida, com nove quadrinhos, destinada à edição de domingo. Os quadrinhos são geralmente compostos pelo personagem principal, Archie, juntamente com pessoas de seu convívio que podem ser os pais, amigos, professores ou o cachorro de estimação. Verificamos que na maioria das tiras os aspectos não verbais representam os personagens, movimentos e plano de fundo. A construção dos quadrinhos apresenta uma estreita relação entre o verbal e o não-verbal. A inserção de vozes, ou a verbalização das personagens é apresentada nos balões, sendo raros os casos nos quais as falas não estejam presentes. Observamos que não há incidência de legendas e, portanto, não há narração em terceira pessoa como é comum em outras histórias em quadrinhos. No plano de requadro, com letras minúsculas, estão inscritos o site dos quadrinhos e a filiação ao “Creators Syndicate Inc.” Os quadrinhos são dispostos de forma seqüencial e reproduzem a conversação dos personagens interagindo face a face. As tiras em quadrinhos classificam-se como tiras fechadas com narrativas curtas e podem variar entre tiras-piada e tiras episódios. 1234

Os recursos lingüísticos utilizados são típicos da linguagem oral recriada pelo autor e que se caracteriza por sentenças curtas e informais com o emprego de reduções vocabulares, as expressões idiomáticas, interjeições e onomatopéias. A leitura de quadrinhos pode tornar-se complicada e sem sentido caso o aluno não entenda as unidades lingüísticas como, por exemplo, as expressões idiomáticas. Os mecanismos de conexão são pouco utilizados nas tiras em virtude do emprego de falas curtas próprias da linguagem oral. Os elementos da coesão nominal presentes no corpus analisado são as anáforas pronominais que estão diretamente relacionadas aos personagens dos desenhos e as expressões idiomáticas. A coesão verbal, ou a representação das ações verbais nos quadrinhos dá-se através tempos verbais variados, sendo comum o presente simples e os modalizadores, mas também são possíveis os tempos no passado simples, passado perfeito, futuro e presente contínuo. Observamos que a linguagem oral é representada na maioria das vezes por sentenças e frases exclamativas ou interrogativas e algumas vezes as reticências são utilizadas para dar a idéia de continuidade. O quadro 2, a seguir, exemplifica os usos de linguagem dos quadrinhos. Unidades lingüísticas Sentenças curtas, informais. Reduções vocabulares Expressões idiomáticas

Exemplo - Yeah!; - Sure!; - Yoo Hoo! Anybody home? - I’ll put... ;- I’ve...; - You’re... - Bite in a grab!; - Six to go!; I’ll put in a good word.; Made a pass at… OOPS! (situação inesperada); UH-OH! (desapontamento) Interjeições YOO HOO! (anunciando a vinda) Onomatopéias RING! (som da campainha); BONK! (colisão entre dois personagens); - representando diferentes sons CRACK! (quebra da mesa); TAP! TAP! TAP! (digitação no computador) Quadro 2. Unidades lingüísticas que caracterizam os quadrinhos de Archie

Para o entendimento do contexto de criação, além de analisar a linguagem verbal, é necessário analisar os recursos não verbais e paralingüísticos. Os recursos não verbais incluem: o requadro, o balão com o apêndice e as expressões faciais. Os balões com seus devidos apêndices sinalizam as falas dos personagens. É comum a utilização de lágrimas, sugerindo o desapontamento dos personagens, as estrelas representando a dor, o coração representando a paixão, às linhas curvas em volta dos personagens, sugerindo o movimento. Observamos também que nos desenhos dos quadrinhos as linhas para o plano de fundo são geralmente mais fracas e os personagens mais importantes são representados por linhas mais densas. O recurso paralingüístico utilizado é a mudança de grafia para enfatizar uma palavra ou sentimento. A fonte e o formato das letras para as onomatopéias é geralmente maior e muda de acordo com a situação, variando de letras em negrito, maiúsculas e representações tremidas. 4.2 Modelo didático de tiras em quadrinhos As análises da necessidade de ensino e do gênero tiras em quadrinhos apresentados dão suporte à elaboração do modelo didático que se subdivide em três planos: ação de linguagem, discursivo e propriedades lingüístico-discursivas. Plano de ação de linguagem - Em decorrência da pequena experiência dos alunos nesse plano de ensino sugerimos enfocar os elementos do contexto de produção das tiras em quadrinhos como: autor, público alvo, objetivo, tema, meio de veiculação, espaço social e momento de produção. Plano discursivo – Propomos a utilização de elementos próprios do gênero como o requadro, o balão, as gravuras, os diálogos entre as personagens e as narrativas curtas com um desfecho inesperado que dão o tom humorístico ou a crítica à sociedade. Plano lingüístico-discursivo – Sugerimos um estudo das unidades lingüísticas das tiras em quadrinhos como explicitado no quadro 2 e o tempo verbal. Para a elaboração da 1235

seqüência abordamos apenas o presente simples que é um dos itens sugeridos pelo planejamento de ensino da escola. 4.3 A proposta da SD com tiras em quadrinhos A SD foi desenvolvida para alunos de sexta série do ensino fundamental sob o tema estratégias de estudo com o gênero tiras em quadrinhos referentes aos personagens de Archie. Conforme já exposto na parte introdutória, este tema foi proposto com o intuito de fazer o aluno refletir sobre seus estudos e para uma possível transformação dessa ação. Isto é, a elevação dos índices de participação, motivação e apreensão de conhecimentos. Desta forma, procuramos elaborar uma SD que contemplasse essa transformação e contribuísse com as capacidades de linguagem pertinentes ao gênero selecionado. Para o desenvolvimento da SD apoiamo-nos nas experiências e reflexões advindas do Projeto de Extensão da Universidade Estadual de Londrina – Materiais Didáticos para o Ensino de Línguas para Educação Básica (2004-2007) coordenado por Cristóvão com a participação de professores da escola pública. Este projeto é relevante visto concretiza o trabalho com gêneros de texto na escola e que entre seus frutos está a publicação do livro Seqüências didáticas para ensino de inglês na educação básica. (CRISTOVÃO, V. L. L. et. al. no prelo). A SD é composta de 5 tiras de Archie, 10 atividades, além de quadros, balões informativos2 e uma sugestão de pesquisa. As atividades foram desenvolvidas com base na análise da sessão anterior que têm como propósito o entendimento e o fortalecimento das capacidades de linguagem - capacidades de ação, capacidades discursivas e capacidades lingüístico-discursivas dos alunos. Os objetivos da SD inserem-se em atividades voltadas às três capacidades e cujo funcionamento não é linear. Neste sentido, levando em conta que a apreensão de conhecimentos não é unidimensional é que buscamos intercalar as capacidades de linguagem com as diversas atividades na SD. A introdução da seqüência apresenta os objetivos e o gênero abordado com o intuito de familiarizar o aluno com a proposta da seqüência. A seguir, no quadro 3, ilustramos a contextualização da seqüência que devido ao seu caráter dialógico é produzida em língua materna. Caro aluno! Esta seqüência didática é muito legal porque nós vamos tratar de tiras em quadrinhos (em inglês – comic strips). Nós vamos ver as principais características desse gênero, como por exemplo: quem produz as tiras, as principais características, às expressões populares, os verbos no tempo presente e no final da lição você criará sua própria história. Além disso, vamos ajudar você a repensar nos teus estudos e como você pode melhorar o seu rendimento na escola. Quadro 3. Contextualização da SD

Para ilustrar as capacidades de linguagem inserimos atividades referentes a cada uma das capacidades: a) Capacidade de ação - Através da representação do contexto social o aluno pode aproximar o seu conhecimento de mundo com o conhecimento de mundo do autor. Apresentamos algumas atividades da SD que possibilitam (i) ao aluno reconhecer os personagens de Archie; (ii) obter informações sobre os autores e sobre o contexto de produção das tiras; e (iii) refletir sobre seus estudos.

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Para os quadros e balões informativos buscamos sugestões do projeto de Materiais Didáticos para o Ensino de Línguas para Educação Básica, coordenado por Cristóvão (2004-2007).

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Com vistas a reconhecer os personagens das tiras de Archie - quadro 4 a seguir -, inserimos um quadro informativo, um balão com uma personagem representativa das HQs do Brasil, e uma atividade sobre as características dos personagens de Archie. Todos esses passos são relevantes em virtude de que a falta de conhecimento dos alunos sobre essas tiras poderia dificultar o trabalho considerando-se que as histórias de Archie não são populares para esta geração de adolescentes brasileiros. Section – Did you know that? Você sabia que as histórias de Archie são conhecidas em diversos países como Índia, Canadá, Estados Unidos e que também existe uma versão em espanhol podendo, portanto, ser lida em países como a Espanha, México e países vizinhos do Brasil? Devido a essa popularidade e por tratar de questões semelhantes a dos nossos alunos adolescentes é que escolhemos estudar as tiras de ARCHIE. Quadro 4. Capacidade de ação (reconhecimento dos personagens)

Responda com seu colega. 1) Write the names of the characters according to their descriptions. Você consegue descobrir qual dos personagens é ARCHIE? Archie é um adolescente muito famoso que estuda em Riverdale. Suas histórias são apreciadas em diversos países. Veja o que ele e sua turma andam fazendo nos quadrinhos a seguir.

Source http://www.archiecomics.com.

Archie Andrews – boy with orange hair Betty Cooper – girl with blond hair Jughead Jones – boy with a very long nose Veronica Lodge – long black hair Reggie Mantle – boy with black hair

Quanto ao contexto de produção, conforme expomos no Quadro 5, foram inseridas informações sobre o autor Bob Montana, e atividades relacionadas ao contexto de produção das tiras em que os alunos podem reconhecer os autores, o período de produção e o meio de veiculação.

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Section – Did you know that ? Vamos conhecer um pouco sobre o autor dessas histórias? Seu nome é Bob Montana. Ele registrou, em forma de desenhos (esboços), acontecimentos diários da escola de Haverhill, em Massachusetts. Várias pessoas de sua vida real fazem parte da criação de Montana. Em 1946, ele lançou as tiras em quadrinhos de Archie no jornal. Este trabalho foi desenvolvido por diversos anos e se estendeu até 1975, ano em que o autor faleceu. CHECKING OUT 7. Now let’s go back to the strips to complete the table: Strips Produced in (month, day) Taken from (source) Authors Strip 1 Strip 2 Strip 3 Strip 4 Strip 5 Quadro 5. Explicações e atividades do contexto de produção

O quadro 6 apresenta atividades que atentam para a reflexão do aluno sobre a maneira como estuda e para que pense como melhorar seu desempenho escolar. Quadro 6. Atividades de reflexão sobre as estratégias de estudo Section - Study strategies 2 a) When do you study for your tests? ( ) only during the classes. ( ) doing all the homework and reviewing activities every day. ( ) reviewing contents little by little a few days before. ( ) when the teacher tells us that we have a test. ( ) a few minutes before the test. b) Where do you usually study for tests? ( ) In a quiet place. ( ) In my bedroom listening to music. ( ) At a table. ( ) another place: ________________________ c) How do you prefer to study at home? ( ) try to understand the content. ( ) do more activities by yourself. ( ) remember some examples. ( ) do more activities with another student. ( ) take notes of the important parts. ( ) another way: _______________________

Study strategies 3 a) Do you have problems with grades at school? What do you do? Show possibilities to change this situation. Use: I think , I should…../ I should ….. b) When you receive bad grades what do your parents say about it? ________________________________ ________________________________

b) Capacidade discursiva - Através da estruturação discursiva do texto os alunos podem reconhecer o plano textual global das tiras em quadrinhos. Os alunos aprendem a observar uma seqüência narrativa com as devidas divisões em quadrinhos, os balões e os diálogos, os traços e desenhos, os personagens, e a linguagem utilizada. O quadro 7 exemplifica atividades e balões explicativos em que o aluno precisa fazer a leitura dos desenhos e dos traços das tiras em quadrinhos.

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Comic strip 2

4. Now let’s move to COMIC STRIP 2? a) Where are the characters? How do you know? ___________________________________ b) Why has the author represented the characters that way? ___________________________ c) In the last picture, what does the woman’s face suggest? ___________________________ Veja os quadrinhos, as linhas dos desenhos também nos auxiliam no entendimento do desenho. As linhas pretas mais grossas são utilizadas para as partes mais importantes (os personagens). As linhas mais finas para os desenhos do cenário.

Quadro 7. Atividades referentes à capacidade discursiva

c) Capacidade lingüístico-discursiva – O ensino das unidades lingüísticas faz parte dos itens ensináveis. No entanto, as unidades não podem ser abordadas de forma descontextualizada considerando-se que é uma das dimensões importantes para o entendimento do texto. A seguir, no quadro 8, apresentamos alguns exemplos extraídos da SD que ilustram o plano lingüístico-discursivo.

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Comic strip 2

15.03.2007. Source: http://www.archiecomics.com. 3. Now, read Comic strip 2 to answer the questions: a) What is the topic of the conversation? ( ) habits ( ) wishes ( ) requests b) Now check the verbs that support your answer in Question A. ( ) notice, study, sitting, miss, taping. ( ) notice, study, miss, think, have. These verbs are in the ________________________________________ tense. c) Pay attention to the language used in the first balloon “I notice you always study…” and circle the word that indicates a repetitive action. Quadro 8. Atividades referentes à capacidade lingüístico-discursiva

Inserimos na seqüência diversas atividades de entendimento do texto e uma sugestão de pesquisa para fortalecer o conteúdo visto em sala de aula. O quadro 9 exemplifica nossa proposta. Tiras em quadrinhos (comic strips) são comumente encontrados em algumas sessões de jornais. Que jornais você conhece que trazem tiras em quadrinhos? Procure tiras que você gosta e traga para a sala de aula. Pesquise em livros, na Internet ou pergunte ao professor de português: Qual é a função das tiras em quadrinhos nos jornais? Que características são importantes nesse gênero de texto? Em grupos faça um cartaz com as tiras produzidas pelos alunos do grupo também e com as informações que você pesquisou. Não esqueça de dizer de que jornal você retirou os textos. Quadro 9. Atividade de pesquisa

5. Considerações finais Este estudo fundamentou-se na proposta do sócio-interacionismo discursivo e serviu para orientar os alunos em formação inicial do Curso de Letras- Inglês e suas literaturas no desenvolvimento de práticas de ensino que atentem para a proposta de gêneros de texto. A fim de efetivar a prática levamos em conta três procedimentos: as observações dos alunos em formação inicial com o intuito de reconhecer as necessidades de um grupo específico de alunos de nível básico; procuramos aprofundar os conhecimentos sobre o gênero tiras em quadrinhos através de estudiosos da área; e, sumariamente, analisamos um corpus de texto do referido gênero. Em seguida, apresentamos um modelo didático que pode direcionar a

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construção de materiais didáticos com relação às capacidades de linguagem e assim elaborar SDs coerentes com a realidade dos alunos. Esperamos que a proposta venha fortalecer a formação dos alunos com relação ao trabalho com gêneros de texto na escola e que possa servir de base para a elaboração de novas SDs de forma coletiva, professora regente, alunos-professores e coordenação de estágio supervisionado. Os procedimentos desta proposta contribuem para a reflexão do alunoprofessor e para “uma ação social efetiva, aproximando o professor das necessidades específicas dos alunos” (CRISTÓVÃO, et. al. 2006). Acreditamos que o aluno-professor ao apropriar-se dos conhecimentos necessários para construir SDs de gêneros, como a das tiras em quadrinhos, fortalece sua formação profissional já que parte-se dos conhecimentos práticos e busca-se em literaturas específicas subsídios que contribuam para efetivar essa prática.

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