A conta da Dilma

A CONTA DA DILMA
O governo Dilma acabou. As ruas estão cheias de brasileiros como há tempos não se via. Nossa economia está um caos. Perdemos todos com a corrupção. Corrupção que não existe só na Petrobrás, mas também está espalhada com a troca de favores. Quanto vale um voto no Congresso? Uma indicação em alguma estatal? Um ministério inteiro? A população protesta.
O governo gastou tudo o que podia e se excedeu. Os desvios éticos serviram para financiar um projeto de poder. Foram distribuídos cargos para os amigos, benefícios sociais para quem não necessitava. Pior, foi estendida pelo BNDES a "bolsa-empresário", dinheiro com juros de camaradas àqueles que, já sendo muito ricos, mais podiam contribuir para as campanhas eleitorais.
Chegou a conta. O Brasil está falido. Aliás, o país já estava sem dinheiro no ano passado. Contudo, teríamos eleições e, se a Dilma voltasse nos braços do povo, os petistas acreditaram, tudo estaria perdoado. O que importava eram as promessas: a energia e os combustíveis não subiriam, não cortariam gastos sociais e não mexeriam em direitos trabalhistas "nem que a vaca tussa". A presidente não mediu esforços, fez o diabo e venceu.
O poder parecia garantido. Como previsto, até mesmo o desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal -norma que prevê o impeachment para os governantes que gastam mais do que o permitido- foi, pelo Congresso, alterada. Quase tudo parecia perfeito. Apenas São Paulo desde a época das eleições protestava.
O novo mandato começou e Dilma fez o contrário do que prometera. Todos os brasileiros teriam que ajudar a sustentar um governo que crescera demais. As manifestações já atingiam o Brasil inteiro e levaram milhões de pessoas às ruas. Até mesmo os mais pobres estavam indignados. Haviam sido enganados.
Descobriu-se que o rombo no orçamento era maior que o anunciado e que Dilma, mesmo com o remendo na Lei de Responsabilidade Fiscal, a descumprira. O impeachment está no horizonte. No palácio do Planalto, encontraram a saída para o desajuste nos gastos: aumentariam os impostos. Não deu certo. Tentaram então apresentar uma conta negativa ao Congresso que deveria resolver o problema. Esqueceram de combinar com os deputados. A sociedade também se indignou.
Pressionada, a presidente apresentou nova solução. Diz que cortará programas sociais e alguns cargos, mas a maior parte da conta mais ficará para os brasileiros. A indignação cresce, nem mesmo os movimentos ditos sociais aceitam pagar a conta. Sem apoio, Dilma já não governa. Ea também pagará a própria conta.