A COR COMO FERRAMENTA NO PROCESSO CRIATIVO

September 23, 2017 | Autor: Josivan Silva | Categoria: Cores
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A COR COMO FERRAMENTA NO PROCESSO CRIATIVO.
Josivan Pereira da Silva
Professora Doutora Claudia Regina Garcia Vicentini
Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo
Processos Criativos e projetos em Design
02/01/2012



A cor é um fenômeno fascinante e representa uma poderosa ferramenta para a transmissão de ideias. Dentro do espectro visível, temos a liberdade de combinar tons, misturando os matizes e produzindo composições atrativas, impactantes ou tranquilizantes. No entanto, a complexidade do trabalho com cor é muito maior do que se imagina. Necessitando de efetiva pesquisa e aplicação, das teorias da cor.
Não foram poucos os que se propuseram a pesquisar este assunto. Na Antiguidade importantes filósofos deram início a esta investigação, mas a partir do século XV, surgiram os tratados de cores, como o sobre pintura, de Leon Battista Alberti. Leonardo da Vinci com seu trabalho sobre sombras e luz, além da contribuição de filósofos, matemáticos e físicos como Kepler, Descartes, Boyle, Hocke, Scherffer, Chevreul e Newton. E no século XVIII, como resultado a oposição a Óptica, um tratado das reflexões, refrações, inflexões e cores da luz de Newton.
Aparece o primeiro estudo interdisciplinar das cores - A Doutrina das Cores, de Goethe, que analisa os princípios cromáticos sob várias perspectiva. Mais recentemente ( século XX ) surgiram as teorias da percepção dos fisiologistas Hermann Von Helmholtz e Thomas Young, os trabalhos do físico James Clerk Maxwell e do psicólogo Edward Hering, todos modificando a história da compreensão dos efeitos das cores sobre o homem e abrindo caminhos para importantes estudiosos que se destacariam a novas metodologias para o ensino das cores.
A Bauhaus surge e representa um marco na história do ensino das artes, com o objetivo de integrar artes, artesanato, desenho industrial e construção. Neste ambiente, o ensino da cor foi concebido paralelamente ao ensino da forma. Num primeiro momento ela aplica as teorias didáticas utilizadas por Johannes Itten em uma espécie de curso preliminar, mais tarde, mediante as novas adesões a famosa escola, particularmente com as contribuições de Paul Klee e Wassily Kandinsky , e ainda do ultimo dos mestres Josef Albers. Estes criaram, aplicaram e expandiram novas metodologias de ensino, mais preocupados com o processo de assimilação e respostas dos alunos, com a efetiva vivência dos fenômenos abordados e com as questões que envolvem a percepção visual. O ensino da cor na Bauhaus recebeu grande dedicação por parte dos seus mestres. Considerada como elemento básico da criação, a cor assume papel tão importante quanto o das formas para elaboração do design.
A cor é utilizada de forma empírica por falta de conhecimento teórico sobre este assunto, mas seria mais importante, entender os seus processos, fazendo escolhas de forma consciente, compreendendo a sua fenomenologia. Assim, a cor pode ser objeto de pesquisas em muitas áreas de estudos, assumindo, por um lado, uma conotação técnica, associada à física óptica e a química dos pigmentos, por outro lado, o caráter subjetivo da percepção fisiológica e psicológica. Um curso sobre cores deve aprofundar nos interessados o conhecimento do comportamento efêmero da cor, que traduz a sua própria magia, torna-se evidente que um curso sobre cores não pode fornecer uma receita de como não errar nas composições cromáticas, e que a todo momento, somos impedidos de elaborar, se justamente a abertura para o novo, que envolve a tentativa e o erro, tem sido a maior aliada da criatividade e da evolução do homem.
Acreditamos que desenvolver novos métodos que permita uma compreensão ampla do fenômeno cromático a serviço de um trabalho inovador e criativo, pode ser um caminho para propostas mais originais seja nas artes, moda ou arquitetura. Mas nos dias de hoje o estudo da cor se torna um assunto secundário no ensino do design, formando um público carente de conhecimentos sobre as cores, refletindo assim uma produção pobre nos aspectos cromáticos e criativos.







Referências Bibliográficas.

Barros, Lilian Ried miller. A cor no processo criativo: estudos sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe/Lilian Miller Barros – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2006.
Albers, Josef. A interação da cor / Josef Albers; tradução jefferson Luiz Camargo; revisão da tradução Fernando Santos. – São Paulo: WMF Martins Fontes,2009.
Gage, John. A cor na arte: 195 ilustrações, 166 em cores / John Gage ; tradução Jefferson Luiz Camargo. – São Paulo: editora WMF Martins Fontes,2012. – ( Coleção mundo da arte ).














ESCOLA DE ARTES, CIENCIAS E HUMANIDADES
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO








A COR COMO FERRAMENTA NO PROCESSO CRIATIVO.








JOSIVAN PEREIRA DA SILVA
SÃO PAULO
2012







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