A diabetes e a abordagem do enfermeiro em Saude Publica

May 30, 2017 | Autor: Pedro Melo | Categoria: Diabetes, Public Health Nursing
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Pedro Melo: A diabetes e a abordagem do enfermeiro em Saúde Pública quarta, 16 dezembro 2015 12:04

A diabetes enquanto problema de saúde pública é um fenómeno há muito estudado no que diz respeito à incidência e prevalência quer da doença por tipologia 1 ou 2, quer dos problemas a esta associados, como as amputações, as retinopatias ou as patologias renais.

Em termos económicos, a diabetes tem um impacto significativo no SNS, por exemplo: O custo médio de consumo de insulina em Portugal, de acordo com o Observatório Nacional da Diabetes de 2014, é de 45,4 euros e o de antidiabéticos orais de 20,3 euros. Em 2013, foram internados 2.004 doentes por pé diabético no SNS e no mesmo ano registaram-se 1.556 amputações por complicações associadas à Diabetes (entre amputações major e minor), com todos os custos a estes problemas associados. A intervenção dos Enfermeiros no contexto da doença crónica é fundamental, principalmente no que diz respeito à gestão do regime terapêutico, quer conferindo poder de autogestão ao próprio doente, quer através da abordagem do papel de prestador de cuidados quando o utente é dependente ou do papel parental, quando é uma criança diabética. Seria pois fundamental que os recursos humanos em Enfermagem, nomeadamente nos cuidados de saúde primários, potenciassem um acompanhamento adequado no que diz respeito a estes focos de atenção dos Enfermeiros, promovendo-se assim uma otimização dos próprios processos patológicos e a prevenção de complicações associadas à Diabetes. Para isto é necessário compreender a prevalência e incidência dos fenómenos de Enfermagem, papel fundamental do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública em exercício na unidade de Saúde Pública. O seu perfil de competências publicado em 2011 (República Portuguesa, 2011) determina que este enfermeiro especialista detém, entre outras competências, a de desenvolver a vigilância epidemiológica, especialmente a dos fenómenos de enfermagem, pelo qual é inteiramente responsável.

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Que atividade diagnóstica deve desenvolver então o Enfermeiro da unidade de Saúde Pública, no que diz respeito à problemática da diabetes? Em termos diagnósticos deve assegurar a avaliação de: · Prevalência da gestão do regime terapêutico comprometida, na população com diagnóstico de diabetes (podendo especificar por tipo de gestão de regime); · Prevalência da autovigilância ineficaz da diabetes; · Prevalência do papel de prestador de cuidados, comprometido no que diz respeito à gestão do regime terapêutico do dependente diabético e da vigilância da glicémia; · Prevalência do processo neurovascular comprometido nos doentes com diabetes; · Prevalência da estrutura corporal alterada (pé): nos doentes com diabetes; · Prevalência da úlcera diabética. Esta atividade diagnóstica deve ser assegurada com recurso aos sistemas de informação, devendo o enfermeiro de Saúde Pública ser impulsionador da parametrização adequada nas unidades prestadoras de cuidados diretos aos clientes, para que cada enfermeiro de família, ou cada enfermeiro da equipa de cuidados continuados integrados ou ainda cada enfermeiro com projetos na área da diabetes nas unidades de cuidados na comunidade, possam documentar em conformidade os diagnósticos de enfermagem, para que se possam analisar em termos epidemiológicos. Que intervenções são desenvolvidas pelo Enfermeiro da unidade de Saúde Pública em relação à problemática da diabetes? De acordo com os diagnósticos identificados em termos epidemiológicos, as intervenções do enfermeiro da unidade de Saúde Pública centram-se no otimizar da prevalência dos problemas de enfermagem identificados, podendo ser contratualizadas as melhorias nestes valores numa meta temporal devidamente estabelecida. Esta otimização consegue-se através de intervenções do tipo negociar (onde se inclui a priorização de intervenção dos enfermeiros das várias unidades funcionais), do tipo gerir (quer programas e projetos na área da diabetes, quer os processos organizativos de cuidados aos utentes, com uma intervenção política junto dos decisores do ACES para melhorar a acessibilidade dos doentes aos cuidados de enfermagem). A importância insubstituível da intervenção do Enfermeiro Especialista da unidade de Saúde Pública Pelas questões apresentadas, identifica-se a importância insubstituível do enfermeiro da unidade de Saúde Pública, preferencialmente especialista em Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública na otimização dos diagnósticos de Enfermagem associados à diabetes na população por si abrangida. Este enfermeiro, enquanto gestor de programas e projetos na área da diabetes é catalisador do valor e dos recursos de todos os enfermeiros do ACES, potenciando a melhoria contínua dos cuidados de Enfermagem ao diabético. Bibliografia: Diário da República Portuguesa. Regulamento n.º 128/2011 - Regulamento das Competências Específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública. DR 2.ª série; N.º 35; 18 de fevereiro de 2011 Conselho Internacional de Enfermeiros (2011) – Classificação internacional para a prática de enfermagem (CIPE/ICNP): versão 2.0. Lisboa : Ordem dos Enfermeiros. Sociedade Portuguesa de Diabetologia (2014). Relatório do Observatório Nacional da Diabetes. SPD: Lisboa.

Pedro Melo, Instituto de Ciências da Saúde - Universidade Católica Portuguesa

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