A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CIDADANIA – PROPOSTAS PARA IMPLEMENTAÇÃO REGIONAL POR LIDERANÇAS LOCAIS

July 8, 2017 | Autor: Lara Sossai | Categoria: Educação Ambiental, Pequenas Comunidades
Share Embed


Descrição do Produto

FACULDADE CESAP – CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM POS GRADUAÇÃO E PESQUISA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO – LATO SENSU EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CIDADANIA – PROPOSTAS PARA IMPLEMENTAÇÃO REGIONAL POR LIDERANÇAS LOCAIS

LARA SOSSAI CORREA DA COSTA

VITÓRIA - ES JULHO/2015

LARA SOSSAI CORREA DA COSTA

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CIDADANIA – PROPOSTAS PARA IMPLEMENTAÇÃO REGIONAL POR LIDERANÇAS LOCAIS

Trabalho de Fim de Curso elaborado pela aluna Lara Sossai Correa da Costa apresentado ao Colegiado do Curso de Pós Graduação – Lato Sensu, em Educação Ambiental da Faculdade CESAP, para obtenção do certificado de Especialista.

VITÓRIA – ES JULHO/2015 2

Sumário RESUMO ...................................................................................................................... 4 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 5 2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 8 3 OBJETIVOS............................................................................................................... 9 3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 9 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 9 4 METODOLOGIA ........................................................................................................ 9 5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................... 10 5.1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL ............................................................................................................ 12 5.2 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ....................................... 13 5.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL, NÃO FORMAL E INFORMAL ................. 14 5.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AS POPULAÇÕES ............................................... 19 6 PROPOSTAS DE ATIVIDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO LOCAL ........................ 21 6.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ....................................................................... 26 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 33 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 35 ANEXOS..................................................................................................................... 40

3

RESUMO A relação entre meio ambiente e cidadania tem assumido um papel sistematizador na busca de atores comprometidos com novas posturas e práticas sociais visando a aquisição de uma melhor qualidade de vida dos indivíduos e da coletividade. Nesse sentido, a inserção da Educação Ambiental na comunidade, representa uma possibilidade de orientar os indivíduos em um caminho que venha a transformar os paradigmas atualmente vigentes, podendo influenciar seu cotidiano. A discussão teórica sobre a educação ambiental e a cidadania parte do pressuposto de que seus objetivos não podem ser definidos sem que se levem em conta as realidades sociais, econômicas e ecológicas de cada lugar. Uma das medidas mais desafiantes para o enfrentamento do atual sistema é a estruturação de novos padrões de comportamento, atitudes e valores que venham a acompanhar as mudanças decorrentes do progresso cultural e político. Portanto, torna-se necessário que a população faça uso de seus direitos de cidadania e incorpore em seu cotidiano atitudes que manifestem a consciência ambiental e responsabilidade coletiva.

Palavras-chave:

Educação

ambiental,

Comunidade,

Cidadania,

Meio

Ambiente.

4

1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, vêm se intensificando as preocupações inerentes à temática ambiental e, concomitantemente, as iniciativas dos variados setores da sociedade para o desenvolvimento de atividades, projetos e congêneres no intuito de educar as comunidades, procurando sensibilizá-las para as questões ambientais, e mobilizá-las para a modificação de atitudes nocivas e a apropriação de posturas benéficas ao equilíbrio ambiental.

As ideias ligadas à temática ambiental não surgiram de um dia para outro, os últimos 50 anos foram pródigos em encontros, conferências, seminários, tratados e convenções voltados à temática ambiental. Numerosos fatos de âmbito internacional foram delineando o que conhecemos hoje por Educação Ambiental (EA). Ilustrativamente, podemos citar alguns desses acontecimentos: 

Considerado um clássico na história do movimento ambientalista mundial, o livro “Primavera Silenciosa”, lançado em 1962 pela jornalista Rachel Carson, alertava para a crescente perda da qualidade de vida produzida pelo uso indiscriminado e excessivo dos produtos químicos e os efeitos dessa utilização sobre os recursos ambientais (DIAS, 1992) – esse livro teve grande repercussão, favorecendo o crescimento dos movimentos ambientalistas mundiais;



A Carta de Belgrado (1975) preconizou que as fundações de um programa mundial de Educação Ambiental fossem lançadas;



A Declaração da Conferência Intergovernamental de Tbilisi sobre Educação Ambiental (1977) atentou para o fato de que, nos últimos decênios, o homem, utilizando o poder de transformar o meio ambiente, modificou rapidamente o equilíbrio da natureza. Como resultado, as espécies ficaram frequentemente expostas a perigos que poderiam ser irreversíveis (DIAS, 1992);

5



No Congresso de Moscou (1987), chegou-se à concordância de que a EA deveria objetivar modificações comportamentais nos campos cognitivos e afetivos (DIAS, 1992). Nunca se comprometeu tanto a capacidade de manutenção da vida, o que indica a necessidade de ações educacionais que contribuam para a construção de sociedades sustentáveis.

Segundo VASCONCELLOS (1997), a presença, em todas as práticas educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com seus semelhantes é condição imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra. Ou seja, cada individuo percebe a mesma informação de maneira diferente. Cada qual com suas ideias e pontos de vista e isso é muito enriquecedor e importante para a abordagem em educação ambiental.

Dentro desse contexto, sobressaem-se as escolas, como espaços privilegiados na implementação de atividades que propiciem essa reflexão à comunidade jovem, grande disseminadora de informação. Por isso, necessita-se de atividades de sala de aula e atividades de campo, com ações orientadas em projetos e em processos de participação que levem à autoconfiança, à atitudes positivas e ao comprometimento pessoal com a proteção ambiental implementados de modo interdisciplinar (DIAS, 1992).

Esse processo de sensibilização da comunidade escolar pode fomentar iniciativas que transcendam o ambiente estudantil, atingindo tanto o bairro no qual a escola está inserida como comunidades mais afastadas nas quais residam alunos, professores e funcionários, potenciais multiplicadores de informações e atividades relacionadas à Educação Ambiental. SOUZA (2000) afirma, inclusive, que o estreitamento das relações entre todos os atores: pais, professores e alunos é bastante útil na convivência social e nas atitudes cotidianas.

6

Os participantes do Encontro Nacional de Políticas e Metodologias para a EA (MEC/SEMAM, 1991) sugeriram, entre outras propostas, que os trabalhos relacionados à educação Ambiental na escola devem ter, como objetivos, a sensibilização e a conscientização; buscar uma mudança comportamental; formar um cidadão mais atuante; (...) sensibilizar o professor, principal agente promotor da EA; (...) criar condições para que, no ensino formal, a EA seja um processo contínuo e permanente, através de ações interdisciplinares globalizantes e da instrumentação dos professores; procurar a integração entre escola e comunidade, objetivando a proteção ambiental em harmonia com o desenvolvimento sustentado (DIAS, 1992).

Neste sentido, a integração entre escola e comunidade, na educação formal, não formal e até mesmo informal, remete aos princípios da EA que salientam a necessidade de se inserir todos os membros regionais locais: comerciantes, aposentados, produtores rurais, bancários, etc. Entre outras palavras, a EA deve

ser

inter/Multi/transdisciplinar,

ter

enfoque

humanista,

holístico,

democrático e participativo e principalmente ser dinâmico.

É preciso considerar também que uma significativa parcela da população comum possui uma percepção “naturalizada” do meio ambiente, excluindo os habitantes e demais objetos sociais, enxergando somente os elementos naturais como sendo ‘Meio Ambiente’.

Por todo país, a ameaça à biodiversidade está presente em todos os biomas, em

decorrência,

principalmente,

do

desenvolvimento

desordenado

de

atividades produtivas locais micro e macro. A degradação do solo, a poluição atmosférica e a contaminação dos recursos hídricos são alguns dos efeitos nocivos observados. Além disso, na maioria dos centros urbanos, os resíduos sólidos ainda são depositados em lixões, a céu aberto.

Associa-se a isso um quadro de exclusão social e elevado nível de pobreza da população. Muitas pessoas vivem em áreas de risco, como encostas, margens de rios e periferias industriais. Tudo isso corrobora para inclusão da comunidade em geral nas atividades de educação ambiental. Os principais 7

atores vivem os riscos, vivem dos riscos e são, até mesmo, parte dele. Por isso as atividades aqui propostas, transcendem as paredes escolares. Elas invadem casas, ruas, parques, cooperativas, padarias, restaurantes a fim de abranger a todos os entes da comunidade local. Também tira os alunos da escola e os leva à campo, em interação com outras pessoas e com o meio ambiente onde estão inseridos.

2 JUSTIFICATIVA A implementação de um conjunto de atividades ambientais (formais, não formais, informais) na rotina de uma região, pode ser compreendida e justificada como o conjunto de ações pedagógicas voltadas para a população residente e também seus visitantes, visando assegurar práticas coletivas diárias afinadas com a preservação e proteção do meio ambiente onde vivem em suas dimensões naturais e humanas e motivar cada individuo, dentro de seu aprendizado, a se tornar propagador destes conceitos.

O desenvolvimento de tais atividades, é medida integrante das ações a serem implementadas no sentido de minimizar e compensar os impactos gerados pelas atividades humanas. Notadamente, há pouca consciência da população sobre os aspectos ambientais de atividades diárias ou uma consciência deturpada de tais. Aflorando ai, a necessidade de trabalhar com todos os indivíduos sobre a temática e criar uma perspectiva de estreitamento da relação cidadão x meio ambiente para uma melhoria no nível de conscientização e de atuação desses indivíduos em relação ao seu ambiente de trabalho e sua atividade.

Compete ainda aos gestores locais: diretores, secretários, pofessores, ONGs, etc. escolher e executar o elenco de ações que mais se adeque a realidade local, tendo em vista as particularidades socioeconômicas de cada um.

8

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL Trabalhar a temática da sustentabilidade de forma transversal e dinâmica na rotina da população, a fim de envolver, engajar e conscientizar todos os entes daquela comunidade: crianças, adultos e idosos estimulando a iniciativa, a cooperação e o senso de responsabilidade na preservação do meio ambiente.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

Identificar possíveis abordagens em Educação Ambiental Formal, não formal e Informal para a comunidade;



Propor atividades de introdução da temática junto à comunidade;



Destacar a importância da inserção da Educação Ambiental nas comunidades fora do ambiente escolar;

4 METODOLOGIA O método utilizado para elaboração e estruturação das propostas pode ser dividido em duas etapas. Em um primeiro momento, fez-se uma pesquisa exploratória qualitativa por meio do levantamento de informações em livros, teses e leis na busca do embasamento teórico sobre o tema tratado e sobre as dinâmicas educacionais para populações.

Na segunda etapa, foi realizada a confecção descritiva qualitativa das atividades elegidas. Nesta fase foi desenvolvido um plano de dinâmicas a ser proposto para implementação em uma região: bairro, vila, localidade, etc.

Vale ressaltar que não foi definido um local especifico, por permitir que este modelo de programa seja adotado por outros locais e adaptado a cada particularidade. 9

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo SATO (2004, p.23), uma primeira definição para a Educação Ambiental foi adotada em 1971 pela Internacional Union for the Conservation of Nature. A Conferência de Estocolmo ampliou sua definição a outras esferas do conhecimento, e a Conferência de Tbilisi definiu o conceito de Educação Ambiental: “A Educação Ambiental é um processo de reconhecimento de valores e clarificação de conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes e relação ao meio, para entender e apreciar as interrelações entre os seres humanos suas culturas e seus meios biofísicos. A Educação Ambiental também está relacionada com a prática das tomadas de decisões e a ética que conduzem para a melhoria da qualidade de vida.”

A qualidade de vida, necessariamente está vinculada à qualidade ambiental (do meio em que vivemos) (GUIMARÃES, 2005), e sua percepção é influenciada por fatores culturais, geográficos e históricos, como também pelas condições anatômicas e fisiológicas da espécie humana (GUIMARÃES, 2005; OLIVEIRA, 1983).

No Brasil, a preocupação com a qualidade ambiental se manifestou em 1981, com a Lei Federal no. 6.938, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente, seguida pela Constituição Federal de 1987, que assegura um ambiente saudável para todos; e o Tratado de Educação Ambiental, da Rio-92. Mas é na Lei Federal no. 9.795/99 (Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA), que ficou declarada a implementação da Educação Ambiental em todos os níveis e idades (SATO, 2004).

Com base na PNEA, o Programa Nacional de Educação Ambiental - ProNEA, além de promover a articulação das ações educativas voltadas às atividades de proteção, recuperação e melhoria socioambiental, também visa potencializar a função da educação para as mudanças culturais e sociais. Considerando 10

princípios contidos na PNEA e no ProNEA, a Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (DEA/MMA) criou o Programa Nacional de Formação de Educadores (as) Ambientais – Pronea, com a pretensão de qualificar as políticas públicas federais de educação ambiental, através dos Coletivos Educadores (Ministério do Meio ambiente, 2005).

O Coletivo Educador é a união de pessoas que trazem o apoio de suas instituições para um processo de atuação educacional em um território. É visto como estratégico na implementação de políticas públicas (federais, estaduais, municipais) e constitui-se em uma proposta recente, que está em processo de implantação. Neste sentido, a existência de redes em Educação Ambiental (REBEA, REBECA, CEAs, entre outras) é fundamental nas contribuições à formação de políticas públicas e a promoção de práticas vinculadas à educação ambiental.

A questão ambiental, por si só, já é tida como complexa. A associação dos termos em ‘educação ambiental’, considerando que “reconhecemos o papel central da educação na formação de valores e na ação social” (MEC, 2007), lhe dá uma dimensão incontestavelmente maior.

Diante de uma sociedade de ideias homogeneizantes, que acredita em práticas mercadológicas como solução à crise ambiental (SILVA e DUARTE, 1999), o desafio da educação ambiental está em promover formação, e não ‘adestramento’ (BRÜGGER, 1994), buscando um novo ideário comportamental, tanto no âmbito individual quanto coletivo, gerando conhecimento local, sem perder de vista o global (OLIVEIRA, 2000). Para tanto, não existem metodologias fixas e é vital o respeito pelas diferenças.

A constatação de que um conceito tão primordial como o de meio ambiente não incorpora a dimensão social à dimensão ecológica, evidencia o trabalhoso e delicado processo por que passa a Educação Ambiental. Sua efetivação passa pela conceituação, para daí ser capaz de conscientizar e reverte-se em novas posturas diante da natureza (BRÜGGER, 1994).

11

A introdução de um referencial conceitual durante a prática de educação ambiental é necessária como uma fundamentação, para a inserção do indivíduo e o reconhecimento do contexto em que ele vive. Segundo Tonso (2007), é necessário que o participante se reconheça no processo, para que possa se sentir parte da discussão.

5.1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL As estratégias de enfrentamento da problemática ambiental, para surtirem o efeito desejável na construção de sociedades sustentáveis, envolvem uma articulação coordenada entre todos os tipos de intervenção ambiental direta, incluindo nesse contexto as ações em educação ambiental. Dessa forma, assim como as medidas políticas, jurídicas, institucionais e econômicas voltadas à proteção, recuperação e melhoria sócio ambiental, despontam também as atividades no âmbito educativo (ProNEA).

Com efeito, diante da constatação da necessidade de edificação dos pilares das sociedades sustentáveis, os sistemas sociais atualizam-se para incorporar a dimensão ambiental em suas respectivas especificidades, fornecendo os meios adequados para efetuar a transição societária em direção à sustentabilidade. Assim, o sistema jurídico cria um “direito ambiental”, o sistema científico desenvolve uma “ciência complexa”, o sistema tecnológico cria uma “tecnologia eco-eficiente”, o sistema econômico potencializa uma “economia ecológica”, o sistema político oferece uma “política verde”; e o sistema educativo fornece uma “educação ambiental”. Cabe a cada um dos sistemas sociais, o desenvolvimento de funções de acordo com suas atribuições específicas, respondendo às múltiplas dimensões da sustentabilidade.

E nesse contexto onde os sistemas sociais atuam na promoção da mudança ambiental, a educação assume posição de destaque para construir os fundamentos da sociedade sustentável, apresentando uma dupla função a essa transição societária: propiciar os processos de mudanças culturais em direção a 12

instauração de uma ética ecológica e de mudanças sociais em direção ao empoderamento dos indivíduos, grupos e sociedades que se encontram em condições de vulnerabilidade face aos desafios da contemporaneidade (ProNEA).

Para MELLOWS (1972) deveria ocorrer um desenvolvimento progressivo de um senso de preocupação com o meio ambiente, completo e sensível entendimento das relações do homem com o ambiente a sua volta. Para MININI (2000), a Educação Ambiental deve propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente. Esclarecer valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e participativa dos recursos naturais, para a melhoria da qualidade de vida e a eliminação da pobreza extrema e do consumismo desenfreado.

DIAS (2000), acredita que Educação Ambiental seja um processo onde as pessoas apreendam como funciona o ambiente, como dependemos dele, como o

afetamos

e

como

promovemos

a

sua

sustentabilidade.

Para

VASCONCELLOS (1997), a presença, em todas as práticas educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com seus semelhantes é condição imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra.

Portanto, é no sentido de promover a articulação das ações educativas voltadas às atividades de proteção, recuperação e melhoria sócia ambiental, e de potencializar a função da educação para as mudanças culturais e sociais, que se insere a Educação Ambiental no planejamento estratégico para o desenvolvimento sustentável.

5.2 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, em 27 de abril de 1999, a Lei N.º 9795 “Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.” O Projeto de Lei,

13

proposto pelo deputado federal Fábio Feldmann, reconhece, enfim, a educação ambiental como um componente urgente, essencial e permanente em todo processo educativo, formal e/ou não formal, como orientam os Artigos 205 e 225 da Constituição Federal. A Política Nacional de Educação Ambiental é uma proposta programática de promoção da educação ambiental em todos os setores da sociedade. Diferente de outras Leis, não estabelece regras ou sanções, mas estabelece responsabilidades e obrigações.

Ao definir responsabilidades e inserir na pauta dos diversos setores da sociedade, a Política Nacional de Educação Ambiental institucionaliza a educação ambiental, legaliza seus princípios, a transforma em objeto de políticas públicas, além de fornecer à sociedade um instrumento de cobrança para a promoção da educação ambiental.

Finalmente, a Política de Educação Ambiental legaliza a obrigatoriedade de trabalhar o tema ambiental de forma transversal, conforme foi proposto pelos Parâmetros e Diretrizes Curriculares Nacionais. Durante um ano a Câmara Técnica de Educação Ambiental do CONAMA, na época, presidida pela COEA/MEC discutiu propostas para regulamentação da Lei. Em 25 de junho de 2002 foi assinado pelo Presidente da República a Regulamentação da Lei nº 9795 pelo Decreto 4.281.

5.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL, NÃO FORMAL E INFORMAL A Educação Ambiental pode ser definida como uma abordagem educacional que visa uma mudança de paradigmas rumo ao desenvolvimento sustentável (PHILIPPI JUNIOR; PELICIONI, 2005). Ruscheinsky (2002) salienta a necessidade de se esclarecer que sustentabilidade não se trata de uma forma qualquer de exercício ou de ação, mas a prática de uma ação transformadora intencional, de caráter coletivo, que se articula com a busca de uma sociedade democrática, socialmente justa e com o desvelamento das relações de dominação na própria sociedade.

14

Diante do exposto, percebe-se que a Educação Ambiental apresenta um conceito abrangente e destaca a participação da sociedade na construção de valores sociais (moral, ética, dignidade, respeito, solidariedade) que sejam capazes de mudar a relação homem - natureza. Segundo Carvalho (2006), a disseminação

de

experiências

e

conhecimentos,

o

engajamento

das

comunidades em atividades práticas é um meio de construir (e reconstruir) a cidadania.

O processo educacional pode ser formal, em nível escolar, ou informal, através de práticas educativas que envolvam a comunidade na defesa do meio ambiente, conforme preceitua a Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999. A educação conduzida desde a infância pode fortalecer o elo entre o ser humano e o meio ambiente, principalmente através do desenvolvimento de valores e responsabilidade ambiental (CARVALHO, 2006).

Em se tratando de Educação Ambiental é possível reconhecer dois objetivos que, de certa forma, se encontram interligados e se complementam. O primeiro objetivo refere-se à escola como uma unidade impactante, ou seja, uma instituição inserida dentro de um contexto maior e que, como qualquer outra, contribui para a manutenção e até crescimento dos problemas ambientais de uma cidade, seja pelo lixo que gera, pelo esgoto, consumo de energia e água etc.

Já o segundo refere-se à escola ou à educação fornecida pela escola, como perpetuadora e multiplicadora de uma cultura que pode ser predatória ao meio ambiente, seja simplesmente pelo fato de desconsiderar sua existência (GRUN, 2000) ou por ser baseada em certos pressupostos que hoje parecem ser antiquados e que a fazem ser considerada tanto parte do problema quanto da solução (STERLING, 1996).

Reconhecido o cenário, pode-se então pensar em uma estratégia de implementação da Educação Ambiental utilizando uma visão ampliada (TRISTÃO, 2005) que aborde os objetivos, mencionados acima, em conjunto. Desta forma, além de ser agente de mudança, a escola seria também um 15

objeto de mudança (STERLING, 1996). Os benefícios desta abordagem seriam muitos, dentre eles, o fato de o objetivo maior da Educação Ambiental ser o desencadeamento de mudança de comportamento, contribuindo na transição de um modelo individualista para um sustentável (TRISTÃO, 2005; PESSOA; BRAGA, 2010).

Estes novos comportamentos devem ser desenvolvidos e exercitados no ambiente imediato dos docentes, no caso, na escola (GOUVÊA, 2006). As mudanças não mais podem ser em situações simuladas, mas sim reais, em que as mais diversas variáveis e conflitos que venham a aparecer possam ser trabalhadas

em

uma

atividade

democrática,

progressiva

e

dinâmica,

fundamentada pela práxis, e que resulte na real redução dos impactos causados pela escola. Nesse formato, a Educação Ambiental seria incorporada nas políticas e programas da educação formal de maneira planejada e estratégica, de modo que não fique dependente do compromisso ou entusiasmo individual (PALMER, 1998).

O segundo benefício está na coerência entre o discurso feito na abordagem curricular da Educação Ambiental, ou seja, o que ocorre dentro da sala de aula e aquilo que é experimentado pelos jovens e também pelos professores na escola (HUCKLE, 1995).

A inserção da Educação Ambiental nos currículos escolares tem sido tema de debate, no sentido de se decidir se deve ou não ser uma disciplina ou se deve ser um tema transversal (GAZZINELLI, 2002). Sato (1997) defende que a Educação Ambiental deve ser abordada como uma dimensão que permeia todas as atividades escolares, perpassando os mais diversos setores de ação humana. Outro questionamento, proposto por Gazzinelli (2002), se encontra na abrangência da localidade em que a Educação Ambiental deve se processar para atingir o maior número possível de pessoas.

16

As esferas formais e informais são repetidamente evidenciadas como espaços específicos de desdobramento das atividades de Educação Ambiental.

Enquanto todas as esferas de experiências sociais são importantes é na esfera formal que a Educação Ambiental pode ter um aceleramento de novas condutas, se considerarmos que a escola representa historicamente o locus do saber social e ideologicamente valorizado (ANDRADE JÚNIOR et al., 2004). Neste sentido, as questões ambientais e ecológicas passam a compor um novo paradigma para a atuação da escola na sua missão de educar estimulando a vivência de valores que produzam a equidade social e o equilíbrio ambiental (MOLES, 1995). As crianças, adolescentes e jovens passam a maior parte do tempo na escola, que, portanto, é na atualidade o principal local de aquisição de valores sociais e atitudes comprometidas com o equilíbrio ambiental (JACOBI, 2003). Dessa forma, a instituição escolar é mediadora de conhecimento e estímulo para uma consciência crítica e promotora de ações de cidadania. Por isso, esta deve ser um espaço onde o corpo discente e docente estejam envolvidos e comprometidos na construção de um ambiente saudável, harmonioso e equilibrado (GAZZINELLI, 2002).

Medina (2001) e Pessoa e Braga (2010), entendem a Educação Ambiental como um processo que cria possibilidades de formação crítica e participativa relacionadas à correta utilização dos recursos ambientais. Isso, entretanto, não é apenas retórica, uma vez que, segundo Grun (2000) a Educação Ambiental tem pela frente um trabalho de desmistificar os extremismos, tanto do cartesianismo quanto do arcaísmo.

Para tanto, torna-se necessário reverter saberes e práticas buscando contemplar

aspectos

que

vislumbrem

uma

sociedade

ecologicamente

sustentada. Agrupar as dimensões de uma abordagem que vislumbrem a sustentabilidade a um trabalho popular com comunidades pressupõe um processo de identificação e conquista dos atores sociais envolvidos, através da busca de parcerias e programas que sejam elaborados de acordo com os 17

interesses e perspectivas da população alvo, no caso, os alunos (JACOBI, 2003). Nesse sentido, Guimarães (1995) argumenta que a Educação Ambiental, voltada para a participação ativa dos atores sociais, apresenta-se como uma dimensão do processo educativo, nos quais os envolvidos buscam a construção de um novo paradigma que contemple as aspirações populares de melhor qualidade de vida. Segundo Carneiro (2006) tal modelo possibilitaria a integração entre educação ambiental e educação popular, tendo como consequência a interação e integração dos aspectos sociais, econômicos, políticos, ecológicos e culturais para uma vida melhor e mais sadia.

A Educação Ambiental, em sua vertente mais atual, se inscreve nos princípios da sustentabilidade, da complexidade e da interdisciplinaridade (PELICIONI, 1998). Segundo Leff (2001), o pensamento da complexidade deve estar na base da ecologia, da tecnologia e da cultura, constituindo uma racionalidade produtiva. A Educação Ambiental requer, portanto, a construção de novos objetos interdisciplinares

de

estudo,

através da

problematização

dos

paradigmas dominantes, da formação dos docentes, da incorporação do saber ambiental emergente em novos programas curriculares e nos programas com as comunidades, seja urbana ou rural (MORIN, 1991).

A despeito de qualquer crítica que se possa fazer da supervalorização dada à Educação Ambiental como um mecanismo poderoso na “mudança de comportamento” em relação ao meio ambiente, ou atribuindo a ela o papel de formadora de uma “consciência ambiental”, a Educação Ambiental apresentase com um conteúdo abrangente no âmbito filosófico e político (FARIAS; CARVALHO, 2007).

Sobre essa questão Leff (1996) argumenta que a Educação Ambiental adquire um sentido estratégico na condução do processo de transição para uma sociedade sustentável, uma vez que se trata de um processo histórico que reclama o compromisso do Estado e da cidadania para elaborar projetos nacionais, regionais e locais. Dessa forma, a Educação Ambiental deve se definir por um critério de sustentabilidade, que corresponda ao potencial ecológico e aos valores culturais de cada região (MIRANDA; SCHALL; 18

MODENA, 2007). Nesse sentido, as pesquisas quanto às ações educativas, pontuais ou processuais, formais ou informais, no Brasil, indicam que as tendências de concepções e práticas são múltiplas e multifacetadas, pois são situadas e contextualizadas local e globalmente. (JACOBI, 2005) Os resultados desse pensamento e saberes são indicadores do avanço da consciência ecológica, “ecopedagógica” e socioambiental das questões relacionadas ao macro e ao micro do meio ambiente (GUATTARI, 2006).

Para Boff (1999), o fato de a educação ambiental começar pela escola é um passo muito importante nesse processo de transformação e resgate de valores como os do cuidado e do zelo com o meio ambiente em seu sentido mais amplo possível. Segundo Pelicioni (1998) torna-se imprescindível estabelecer as relações entre a economia, o desenvolvimento social e político e o meio ambiente.

Aqui,

a

importância

da

educação

leva

ao



analisado

desenvolvimento sustentável, o qual tem por base o uso racional dos recursos naturais, que impulsionam a economia.

5.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AS POPULAÇÕES Para Castells & Borja (1996) cada vez mais as cidades vêm assumindo o papel de atores sociais, uma vez que os cidadãos que nela habitam ocupam um espaço simbiótico e se organizam sob um poder político como sociedade civil, que integra seus habitantes culturalmente, possibilitando a formação de uma identidade coletiva, que dinamiza as relações, convertendo a cidade ainda em um espaço que responde a objetivos econômicos, políticos e culturais da nossa época. Nesse ambiente e em função dessas concepções de cidade é que surge a proposta de Cidades Sustentáveis, visando também enfrentar os problemas advindos do estilo de vida da população ante aos avanços tecnológicos, como o sedentarismo, alimentação inadequada, uso de tabaco e drogas que provocam mudanças significativas no meio ambiente.

19

Dos 5.507 municípios brasileiros, 2.041 não fazem coleta diferenciada dos resíduos de serviços de saúde; dos 3.466 municípios que coletam os resíduos sólidos de serviços de saúde, 1.193 não fazem nenhum tipo de tratamento; 2.569 municípios fazem a disposição final dos resíduos de serviços de saúde no mesmo aterro dos resíduos sólidos urbanos e apenas 539 municípios em caminham os resíduos sólidos de serviços de saúde para locais de tratamento ou aterros especiais.

Faz-se necessário despertar uma consciência humana e coletiva quanto à responsabilidade com a própria vida humana e com o ambiente. Nesse sentido, Formaggia (1995, p.11) sugere que “os profissionais devam preocupar-se com os resíduos gerados por suas atividades, objetivando minimizar riscos ao meio ambiente e à saúde dos trabalhadores”. Nesse sentido, a educação ambiental é entendida como uma educação comprometida em resgatar o sentido de totalidade desse ambiente, procurando romper com o modelo de educação tradicional, em que o mundo e o próprio processo de construção do conhecimento é percebido de forma parcial,fragmentada, reducionista e simplificada.

Assim a educação ambiental nos ensina a buscar o sentido da totalidade, sendo indispensável, para isso, uma visão integral, que nos leve a tomar consciência de que outras dimensões constituem partes integrantes de nossa realidade e que cada um estabelece relações com o resto do mundo. Essa compreensão implica abertura, aceitação, consciência planetária e pressupõe a existência dos mais diferentes diálogos para que possamos reconhecer que, como seres vivos, estamos todos interligados. Isso nos ajuda a desenvolver uma consciência ética, de exercício de cidadania, de responsabilidade social, de respeito, de valorização nas relações, que traduz um novo modo de pensar, sentir e agir com o ambiente (MORAES, 2004).

A instância mais próxima do cidadão, mais facilmente controlável e com melhores condições de lidar com a grande maioria dos problemas do dia a dia que afligem o cidadão é, sem dúvida, o município, o poder local.

20

O bom funcionamento do poder público também está relacionado com a sua capacidade de efetuar parcerias com a sociedade civil e o chamado “terceiro setor” que atualmente são entravadas por todo um entulho burocrático e legal restritivo que precisa ser reformado, para permitir, ações nas áreas da saúde, educação, saneamento, gestão ambiental, transportes e vigilância.

No meio de tantas legislações, é comum que existam sobreposições de forma que uma promoção da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (ANAMMA), ressaltou a importância de se criar uma lei, baseada no artigo 23 da Constituição Federal, que disponha sobre as competências individuais de cada ente: União, Estados e Municípios. É preciso clarificar as áreas de atuação, pois há muitas competências comuns e sobreposições de atributo.

6 PROPOSTAS DE ATIVIDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO LOCAL Os programas descritos são propostas de projetos que devem ser feitos em parceria entre os entes sociais: governo, sociedade civil organizada e entidades particulares (indústria e terceiro setor) a fim de obter melhores resultados na aplicação dos mesmos e na efetividade dos resultados. Entendese que com atitudes somente unilaterais, não é possível envolver a todos os membros da comunidade e de tal forma os entes sociais.

Os inúmeros grupos e instituições constituintes da chamada sociedade civil organizada como: Organizações não Governamentais (ONGs), Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), associações de moradores, cooperativas, sindicatos e grupos organizados, são atores com legítimo poder de reinvidicação e influência nas políticas públicas de educação ambiental em saneamento.

21

São agentes importantes que podem inovar na relação entre estado e sociedade por meio da ampliação da participação social, uma vez que podem atuar junto aos órgãos públicos competentes na cobrança dos investimentos necessários ao caráter social, na luta pela eficiência dos serviços prestados ou, ainda, na minimização dos possíveis impactos socioambientais causados.

As características organizativas de tais grupos possibilitam a celebração de convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos jurídicos de parceria. Sua atuação na formação continuada de educadores ambientais populares também pode ser destacada, na medida em que inúmeras organizações desta natureza já desenvolvem cursos, oficinas e outros processos de formação para a comunidade.

Propondo parcerias, zelar-se-á pela qualidade dos projetos em termos de ensino, materiais didáticos, periodicidade e infraestrutura o que acaba por atrair o publico. Outro fator importante é a incorporação da temática ambiental dentro da própria gestão municipal que reflete em ações de melhoria da qualidade de vida para a população: implementação de coleta de lixo, adequação de locais de disposição desse lixo, saneamento básico, iluminação publica, infraestrutura e mobilidade urbana (projetos de ciclovia, pavimentação, melhora de calçadas, etc.), dentre outras.

Já para as entidades particulares, tem-se o retorno na associação da sua imagem ao beneficio social e ambiental. A instituição ganha uma imagem positiva frente à comunidade, é o chamado “marketing verde”.

Este setor adere proativamente em ações de responsabilidade socioambiental, traduzidas no apoio técnico e financeiro que determinadas empresas e indústrias estabelecem com o poder público e a sociedade civil organizada. Interagir com a iniciativa privada pode ser uma interessante estratégia para viabilizar ações e processos de educação ambiental e mobilização social, ressaltando a necessidade de assegurar-se da idoneidade e ética da empresa em questão, evitando associar-se, mesmo que indiretamente, a processos degradantes. 22

Ou seja, as propostas de educação ambiental regional trazem benefícios para todos os participantes seja ele ente ou comunidade. Fica a critério da municipalidade definir o meio pelo qual se dará a parceria com os demais entes (particulares e sociedade civil), a duração da mesma e as formas de contribuição de cada.

As propostas apresentadas dividem-se em 02 Programas distintos e 09 setores, facilitando a seleção das atividades pretendidas por parte das diversas instituições. As atividades desenvolvidas em escolas e salas seguem um protocolo e procedimento experimental que auxilia a confecção e ensino de novas metodologias e propicia a troca de experiências entre docentes e discentes.

A componente agrícola/rural está também evidenciada no atual Plano de Atividades, destacando-se as atividades relacionadas com as Hortas e Animais (adoção), nas quais os participantes têm oportunidade de estar em contato com os elementos agrícolas e perceber os conceitos de agricultura biológica e compostagem caseira.

Vale ressaltar que não foi definido um local especifico, por permitir que este modelo de programa seja adotado por diversas municipalidades, propagando a temática ambiental sem especificar e moldar para um único local.

PROGRAMA EDUCATIVO FORMAL / NÃO FORMAL 

ALIMENTAÇÃO E RESIDUOS ORGANICOS

Na cozinha, para além da já tradicional fabricação de alimentos de reaproveitamento, tem-se também a noção de economia no preparo de alimentos e técnicas mais saudáveis de preparação destes (orgânicos, sem glúten e sem lactose, culinária saudável, etc.).

23

Degustação de chás biológicos de hortas pessoais, comunitárias e pastorais e fabricação de medicamentos fitoterápicos são outra proposta disponível na oficina de “plantas medicinais”. É um aproveitamento do já conhecido “saber interiorano” do uso das plantas aplicado a técnicas aperfeiçoadas. 

RESIDUOS SOLIDOS INSERVIVEIS

Já a temática dos resíduos, é sem dúvida muito importante num território com aglomerados urbanos onde o tema não foi descurado suficientemente ou apresentam deficiências em aterros ou grande geração de volumes de resíduos inservíveis. A atividade conta com uma oficina de reciclagem na forma de associação ou cooperativa de artesãs, cidadãos diversos, catadores, presidiários, etc. utilizando-se de produtos inservíveis como: pneus, garrafas pet, caixas de leite, cascas coco, etc. para fabricação de diversos produtos como vassouras, poltronas, hortas suspensas e jardins verticais, dentre outros de modo a fugir das oficinas de artesanato comuns e construir objetos de utilidade cotidiana e valor agregado, gerando renda e estimulo ao reaproveitamento para as comunidades envolvidas que também receberão treinamento.

PROGRAMA LUDICO – INFORMAL



DATAS COMEMORATIVAS E FESTAS LOCAIS

As datas comemorativas e períodos de férias e feriados, também devem ser observados pelas lideranças como propícios para atividades educativas com a temática ambiental. A proposta é trabalhar nas áreas publicas como praças, feiras livres, parques, etc. com teatros de rua e atividades recreativas lúdicas, passeios guiados, pic nic’s em colônias de férias, com o intuito de envolver a população de todos os níveis sociais e etários com a temática ambiental.

24



CORPOS HIDRICOS – RIOS, CORREGOS, LAGOS, PRAIAS, ETC.

Os rios locais e as suas ribeiras afluentes são abordadas com destaque através da vertente ”Corpos Hídricos” pretendendo envolver a comunidade na recuperação e manutenção da qualidade dos recursos hídricos com ações de limpeza das margens e areia, isolamento de pontos viciados de lixo e partes com grande trafego de pessoas, alocação de placas educativas, etc.

Abaixo segue uma tabela - resumo das atividades propostas que serão posteriormente

melhor

esclarecidas

mais

minuciosamente

com

as

subatividades.

.ATIVIDADES

SETOR

DESIGNAÇÃO

NIVEL

Doação de animais

Animais de rua e abandonados

Campanha de adoção de animais

Comunidade em geral

Técnicas artesanais de medicina popular

Cultivo de Plantas medicinais

Pastorais, trabalhadores rurais e interessados

Oficina fitoterápica

Comer Sustentável

Alimentação – Escolha dos produtos

Compostagem

Resíduos orgânicos

Reutilizar é o que está a dar

Resíduos inservíveis

Datas comemorativas e Férias

Áreas verdes e áreas comuns

Caminhadas Ecológicas

Áreas verdes

Escolha dos alimentos locais e tipos de alimento mais saudáveis Fabricação de composteiras domésticas e escolares Fabricação de objetos uteis e de valor agregado com os resíduos inservíveis Teatros de rua e Eco-cinema na época de férias Mutirão de limpeza de áreas verdes, maior contato entre

Comunidade em geral Comunidade escolar e interessados Associações, cooperativas, artesãos e interessados Comunidade em geral Comunidade em geral

25

homem x natureza

Cozinha Zero

Horta orgânica

Alimentação Preparo

Aproveitamento Maximo dos alimentos

Produção de subsistência

Produção de alimentos sem uso de agrotóxicos

Trabalhadores da área, pais, comunidade escolar. Co0munidade escolar, trabalhadores do campo, comunidade interessada

6.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES Um amigo para a vida – Campanha de adoção de animais

Descrição: Animais recolhidos das ruas que vão para o CCZ de Aracruz ou mesmo que vivem em abrigos particulares locais, podem ser adotados pela comunidade em “dias de adoção”. A fim de promover a sua rápida adoção, dando um lar digno para esses bichinhos e reduzindo o numero de animais ambulantes e possíveis carreadores de doenças na rua. Com o principal objetivo de fomentar a adoção de animais, esta campanha propõe parcerias entre o ente publico e privado para efetivação da campanha. Os participantes terão oportunidade de visitar os animais alojados e perceber a problemática do abandono dos destes.

Entes envolvidos: Vigilância ambiental, ONGs e Associação de Moradores.

Plantas Aromáticas e Medicinais – Oficina Fitoterápica Descrição: As plantas aromáticas são “ervas” que nos servem e nos deliciam proporcionando-nos harmonia com a natureza. Recentemente verificou-se um despertar do interesse pelas plantas aromáticas e medicinais, para utilização 26

na medicina, cosmética e decoração, esta atividade mostrará aos participantes as principais espécies de plantas aromáticas e medicinais cultivadas na região, as suas características e fins a que se destinam.

Durante a atividade os participantes estarão em contato com as plantas e também possível nas dependências da pastoral ecológica e da saúde de João Neiva para aprender as principais técnicas de reprodução das plantas aromáticas e medicinais, tendo ainda oportunidade de degustar algumas espécies.

Entes envolvidos: Secretaria Municipal de Saúde, Pastorais, entidades privadas como farmácias e faculdades e Associação de Moradores.

Comer sustentável – Orgânica e Saudável

Descrição: A culinária é uma grande arma para o combate do desperdício e por consequência, diminuição dos resíduos orgânicos gerados em residências, restaurantes, escolas, etc. Além disso, a escolha e uso dos alimentos locais, orgânicos e o preparo mais saudável, auxilia na eliminação de diversos impactos ambientais negativos ao longo de toda cadeia produtiva: Possibilita o mercado justo dos produtos, priorizando os produtores locais, reduz o uso de agrotóxicos em lavouras próximas devido ao aumento da demanda por orgânicos, elimina o excessivo uso de óleo no preparo dos alimentos e reduz o desperdício de cascas, talos, folhas, etc. é um trabalho de conscientização e não de receitas. Esta atividade é complementada pela oficina “Cozinha Zero” que envolve outras entidades.

Entes envolvidos: Trabalhadores do setor alimentício: cantinas, bares, restaurantes, padarias, etc. População em geral interessada, mães de crianças matriculadas nas escolas locais, etc.

27

Os resíduos orgânicos e a Compostagem

Descrição: O consumo de produtos alimentos tem aumentado em virtude da sua qualidade, aumento da renda e dos modos de produção, que visam o máximo respeito pelo ambiente envolvente e o melhor enquadramento na paisagem rural. Uma vez que a produção de produtos alimentícios saudáveis não pode recorrer a produtos químicos de síntese, a melhor forma de fertilizar o solo é recorrer a um composto de boa qualidade, pelo que o processo da compostagem será também abordado como parte integrante da produção biológica. Durante a saída de campo, os participantes terão oportunidade de colaborar nas atividades diárias aprendendo como confecciona-las, prazos, etc.

Entes envolvidos: Entidades particulares como escolas e faculdades e Secretaria de Meio Ambiente.

Reutilizar é que está a dar – Ateliê Entrelaçando

Descrição: Reduzir, Reutilizar e Reciclar são as palavras de ordem no que respeita à produção de resíduos. Aparentemente, podem fazer pouco sentido, mas devidamente enquadradas em ações do nosso cotidiano, fazem toda a diferença entre uma família que produz muitos ou poucos resíduos. A atividade é essencialmente prática e pretende demonstrar as inúmeras possibilidades de reutilização de materiais para a elaboração de produtos e objetos, como: flores, máscaras de Carnaval, pipas, cadeira, luminárias, prendedores, entre muitos outros que com desperdícios e um pouco de imaginação e técnicas, é possível desenvolver.

Entes envolvidos: Entidades particulares como escolas e faculdades, associações e cooperativas e Secretaria de Meio Ambiente.

28

Projeto Rios e Espaços Verdes – Vamos ajudar a cuidar!

Descrição: O Projeto Rios e Espaços Verdes visa a participação social na conservação dos espaços fluviais, procurando acompanhar os objetivos apresentados na Década da Educação das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e contribui para a implementação da Carta da Terra e da Diretiva Quadro da Água. A implementação deste projeto pretende dar resposta à visível problemática da alteração e deterioração da qualidade dos rios e a falta de um envolvimento efetivo dos utilizadores e da população em geral. Este “apelo” à participação dos estabelecimentos de ensino faz cada vez mais sentido devido à situação de alguns córregos da região.

As propostas preveem atividades para limpeza, isolamento de pontos viciados e educação ambiental quanto ao uso e conservação dessas áreas, possibilitando a participação da comunidade na manutenção da qualidade hídrica e paisagística das linhas de água. Entes envolvidos: Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Limpeza Urbana/Obras.

Datas Comemorativas e Férias: Campanhas lúdicas sustentáveis

Eco-Cinema

Descrição: A projeção de filmes sobre a temática ambiental em praças visa essencialmente despertar a atenção da população mais infanto-juvenil para a temática ambiental, de uma forma alegre e divertida, motivando-os a agir. Os organizadores devem consultar os filmes e as datas em que serão projetados em períodos de férias, feriados e datas comemorativas.

29

Dia Mundial do Ambiente

Descrição: O Ambiente é e será sempre o principal motivo e razão do equilíbrio de onde vivemos. É com ele o nosso compromisso, o de alertar as gerações presentes e futuras para a importância e fragilidade do nosso meio ambiente, um bem que todos devem ajudar a manter e preservar. A comemoração do Dia Mundial do Ambiente, assim como do Dia Mundial da Água propõe envolver a todos nas comemorações. Composto por diversas atividades lúdicas e pedagógicas sobre a temática ambiental, tais como, as energias renováveis, reciclagem/reutilização de materiais, agricultura biológica, entre muitas outras, pretendendo oferecer um dia muito divertido e despertar consciências para a preservação do ambiente.

Aniversário da localidade

Descrição: E porque não comemora o aniversario local com atividades voltadas ao meio ambiente?! Faz parte do local onde vivem e deve ser o primeiro da lista de atividades. De preferência sempre ao ar livre, em áreas verdes e que envolvam todos os níveis sociais e etários da comunidade.

Atividades como teatros em feiras livres, saídas de igreja, contação de histórias, atendimento gratuito com profissionais da saúde, exposições de arte ao ar livre e gratuitas, sempre com a temática ambiental em voga.

Entes envolvidos: Secretaria de Meio ambiente, cultura e de gestão; população em geral.

30

Dia das Crianças

Descrição: A atividade alia a comemoração do Dia das crianças ou outra data comemorativa com a consciência ecológica, decorrendo nas praças, parques, ou outra área publica de lazer e oferecendo um conjunto de atividades diversificadas e muito aliciantes para crianças e adultos. Desde ateliers de pintura, doação de mudas, circuitos de transportes alternativos, jogos tradicionais, atividades desportivas, entre muitas outras diversões. As atividades foram idealizadas para proporcionar às famílias um fim de semana de diversão, aprendizagem ambiental e promoção da interação familiar.

Caminhadas Ecológicas

Caminhada ecológica não é apenas andar no meio do mato. Trata-se de um esporte não competitivo, onde cada participante deve colaborar com o companheiro de aventura. A caminhada é a forma mais básica de aventura. As caminhadas são organizadas por trilhas conhecidas pela zona rural local, podendo até mesmo ser pequenas, mas de forma organizada e por áreas de beleza cênica com a elaboração de crachás e camisas, se possível, e ao final, organizar uma confraternização musical ao final.

Entes envolvidos: Entidades particulares como escolas e faculdades, ONGs e Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Cultura.

Cultivar o próprio alimento – Horta orgânica

Descrição: Com o objetivo de introduzir uma cultura de sustentabilidade, economia e gestão de espaços cultiváveis em centros urbanos, são executadas através de oficinas educativas a correta maneira de preparo, manutenção e manejo de uma horta orgânica com materiais que antes iriam para o lixo. 31

Os materiais que podem ser reaproveitados podendo citar os pneus, tubos de PVC, caixotes, garrafas, latas, etc. A questão é trabalhar também uma cultura de plantio e cuidado dos próprios alimentos sem a utilização de agentes químicos que fazem mal à saúde e ao meio ambiente. As oficinas destinam-se ao público em geral que manifeste interesse no tema tendo como foco principal a metodologia dos 5'RS através da educação ambiental.

Além da demonstração prática (preparação do material, quantificação dos insumos necessários, orientação sobre as culturas mais propícias ao plantio alternativo, etc.) esta atividade deve ser acompanhada pela distribuição de uma cartilha de orientação.

Entes envolvidos: Entidades publicas e particulares como escolas faculdades, ONGs e Secretaria de Meio Ambiente.

Cozinha Zero - Projeto específico itinerante de reaproveitamento

Descrição: A alimentação equilibrada ocupa um lugar importante na aquisição de hábitos de vida sãos e é um dos principais fatores para a manutenção da saúde. Numerosas investigações demonstram que a saúde e a longevidade estão diretamente ligadas ao estado nutricional e hábitos alimentares. Ao associarmos esta temática tão importante e com tão elevada prevalência na saúde, pretendemos sensibilizar a população para a adoção de um estilo de vida mais saudável e utilizando melhor os alimentos. Nesta atividade, os participantes terão a possibilidade de perceber a importância dos diversos nutrientes que são extraídos dos alimentos e absorvidos pelo organismo e que seriam jogados fora em cascas, polpas, bagaços, talos, etc. Aprendem receitas, confeccionar os alimentos e apreciar um lanche equilibrado, preparado pelos próprios participantes sob orientação da nutricionista e cozinheiras.

Entes envolvidos: Entidades públicas como o SESI e faculdades, Secretaria da Saúde e Secretaria de Meio Ambiente. 32

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS A problemática ambiental tem se apresentado, na maioria das vezes, apenas como um conceito amplo e generalizado, como se fosse algo externo a todos e, nesse sentido, não são suficientemente focadas no contexto da Educação Ambiental. Fato este que gera um grande entrave ao desenvolvimento do tema, pois a realidade local também é produto do processo civilizatório de extrema importância e também envolve as interações locais entre a sociedade e a natureza. Portanto é necessário observar que o problema ambiental não é algo distante.

O trabalho apresentado sugeriu o enfoque indireto sobre a relação educação/ambiente/população ao invés de esgotar o assunto com dinâmicas ultrapassadas ou nem mesmo ser abordado. A educação e a problemática ambiental são antes de tudo, questões políticas que envolvem atores, interesses e concepções de modos diferentes, e que podem assumir direções mais conservadoras ou emancipatórias se as lideranças assim a preferirem. Mas podem e devem ser debatidas de forma lúdica, interessante e instigante!

Como já referido anteriormente, a incorporação da questão ambiental no cotidiano das pessoas pode propiciar uma nova percepção das relações entre o ser humano, a sociedade e a natureza e promover uma reavaliação de valores e atitudes na convivência coletiva e individual, assim como reforçar a necessidade de ser e agir como cidadão na busca de soluções para problemas ambientais locais e nacionais que prejudiquem a qualidade de vida.

Entre outras palavras, a abordagem da temática ambiental é algo de fundamental importância, na medida em que está diretamente relacionada à qualidade de vida e, sobretudo, à perspectiva de futuro da população. Além disso, a inserção do tema no âmbito educacional possibilita a ampliação da visão de mundo, a conscientização, a reflexão socioambiental e o

33

desenvolvimento da consciência ecológico-preventiva. Aspectos estes que traçam caminhos para a transformação social.

Com isso, as propostas se voltam para a promoção do engajamento do sujeito com a realidade circundante, objetivando que ele a compreenda, a fim de modificá-la. Em outras palavras, as propostas passam a ter como propósito desenvolver nesse sujeito o sentimento de comprometimento com as práticas sociais e, sobretudo, com a transformação social.

Dessa forma, é preciso lembrar que as abordagens devem conduzir a práticas que incentivem o debate, a construção do conhecimento e a reflexão sobre as questões ambientais, possibilitando um desenvolvimento claro dos conceitos de conscientização e da cidadania.

34

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABÍLIO, Francisco José Pegado; FLORENTINO, Hugo da Silva; RUFFO, Thiago Leite de Melo. Educação Ambiental no Bioma Caatinga: formação continuada de professores de escolas públicas de São João do Cariri, Paraíba. Revista Pesquisa em Educação Ambiental, São Carlos, vol. 5, n. 1, pp. 171-193, 2010. ANDRADE, D. F. Implementação da Educação Ambiental em escolas: uma reflexão. In: Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. 4.out/nov/dez 2000. BRÜGGER, P. Educação ou Adestramento Ambiental? Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1994. COIMBRA, A. S.; FERNANDES, A. A. Movimentos Sociais e a Educação Ambiental. Revista eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. Volume 15, julho a dezembro de 2005. CURRIE, K. L. Meio ambiente, interdisplinaridade na prática. Campinas, Papirus, 1998. DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo, Gaia, 1992. DUARTE, R.G.; SILVA, L.T. Geografia e Educação Ambiental – discussões necessárias para suas práticas. GeoUERJ, Rio de Janeiro,n.6, 1996. EVASO, A. S.; BITTENCOURT JUNIOR, C.; VITIELLO, M. A.; NOGUEIRA, S. M.; RIBEIRO, W.C. Desenvolvimento sustentável: mito ou realidade? Terra Livre, São Paulo: AGB/São Paulo, n. 11-12, p. 91-101, 1996. FREIRE, P. Extensão ou Comunicação? 10. ed. São Paulo, Paz e Terra, 1992. GUERRA, R. T. GUSMÃO, C. R. C. A implantação da Educação Ambiental numa escola pública de Ensino Fundamental: teoria versus prática. João Pessoa, Anais do Encontro Paraibano de Educação Ambiental 2000 – Novos Tempos. 08-10 nov 2000. GUIMARÃES, S.T.L. Nas trilhas da qualidade: algumas idéias, visões e conceitos sobre qualidade ambiental e de vida. Geosul, v.20, n.40, 2005. MUSA, C. I. Meio ambiente e religião: uma leitura a partir das denominações religiosas cristãs da sub-bacia do Ribeirão Araranguá.

35

2005, p. 150. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental), Universidade Regional de Blumenau, Blumenau. OLIVEIRA, E. M. Educação Ambiental uma possível abordagem. 2. ed.. Brasília: Ed. IBAMA, 2000. OLIVEIRA, L. de A percepção da qualidade ambiental. In: A ação do homem e a qualidade ambiental. Rio Claro: Associação dos Geógrafos/Câmara Municipal, 1983. Mimeo. RELPH, E. As bases fenomenológicas da Geografia. Geografia, 4(7): 1-25, abril 1979. Risco Anunciado: Enxurradas fazem vítimas. A Voz da Razão. Blumenau, 01/01/07 à 20/01/07. Nº 398, p.7. RODRÍGUEZ, J. M. M. la Geografia Física ante la Educacion Ambiental: Desafios y Perspectivas. In: Anais do VII Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada. Curitiba: SATO, M. Educação Ambiental. São Carlos, RiMa, 2004. SILVA, L. T.; DUARTE, R. G. Geografia e Educação Ambiental: discussões necessárias para suas práticas. Geo UERJ, Rio de Janeiro, n.6, p. 57-68, 1999. SOUZA, A. K. A relação escola-comunidade e a conservação ambiental. Monografia. João Pessoa, Universidade Federal da Paraíba, 2000. TRAJBER, R. Educomunicação para Coletivos Educadores. In: Programa Nacional de Educação Ambiental - ProNEA / Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental; Ministério da Educação. Coordenação Geral de Educação Ambiental. - 3. Ed- Brasília : Ministério do Meio Ambiente, 2005. VASCONCELLOS, H. S. R. A pesquisa-ação em projetos de Educação Ambiental. In: PEDRINI, A. G. (org). Educação Ambiental: reflexões e práticas contemporâneas. Petrópolis, Vozes, 1997. ANDRADE JÚNIOR, Hermes de; et al. Representação Social da Educação Ambiental e da Educação em Saúde em Universitários. Psicol. Reflex. Crit., v.17, n.1, pp. 43-50, 2004. BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: ética do humano - compaixão pela terra. 6 ed. Petrópolis: Vozes, 1999. 200 p. CARNEIRO, Sônia Maria Marchiorato. Fundamentos epistemo-metodológicos da educação ambiental. Educar, Curitiba: UFPR, n. 27, p. 17-35, 2006.

36

CARVALHO, Isabel Cristina M. As transformações na esfera pública e a ação ecológica: educação e política em tempos de crise da modernidade. Rev. Bras. Educ., v. 11, n. 32, pp.308-315, 2006. FARIAS, Carmen Roselaine de Oliveira; CARVALHO, Washington Luiz Pacheco de. O direito ambiental na sala de aula: significados de uma prática educativa no ensino médio. Ciênc. Educ., v. 13, n. 2, pp. 157-174, 2007. FRACALANZA, Hilário. As pesquisas sobre educação ambiental no Brasil e as escolas: alguns comentários preliminares. In: TAGLIEBER, J.E.; GUERRA, A.F.S. (org). Pesquisa em Educação Ambiental: pensamentos e reflexões de pesquisadores em Educação Ambiental. Pelotas: Editora Universitária/ UFPel, 2004. pp. 55-77. FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1982. 149 p. GAZZINELLI, Maria Flávia. Representações do professor e implementação de currículos de Educação ambiental. Cad. Pesqui., n. 115, pp.173-194, 2002. GADOTTI, Moacir. História das ideias pedagógicas. São Paulo: Ática, 1998. 319 p. GOUVÊA, Giana Raquel Rosa. Rumos da formação de professores para a Educação Ambiental. Educar, Curitiba: UFPR, n. 27, pp. 163-179, 2006. GRUN, Mauro. O conceito de holismo em ética ambiental e em educação ambiental. In: SATO, Michele.; CARVALHO, Isabel Cristina Moura (org). Educação ambiental - pesquisa e desafios. Porto Alegre: Artmed, 2005. pp.4550. GUATTARI, Félix. As três ecologias. 17 ed. Campinas: Papirus, 2006. 56 p. GUIMARÃES, Mauro. A dimensão ambiental na educação. Campinas: Papirus, 1995. 120 p. HUCKLE, John. Towards a whole school policy on environmental education. In: HUCKLE, John (org). Reaching out: education for sustainability. London: Earthscan Publications, 1995. pp.1-11. JACOBI, Pedro. Educação ambiental: o desafio da construção de um pensamento crítico, complexo e reflexivo. Educ. Pesqui., v. 31, n. 2, pp. 233250, 2005. LEFF.

Enrique.

Saber

Ambiental:

sustentabilidade,

racionalidade,

complexidade, poder. Petrópolis: Vozes, 2001. 344 p. 37

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico social dos conteúdos. São Paulo : Loyola, 1985. LUCATTO, Luis Gustavo; TALAMONI, Jandira Liria Biscalquini. A construção coletiva interdisciplinar em educação ambiental no ensino médio: a microbacia hidrográfica do Ribeirão dos Peixes como tema gerador. Ciênc. Educ., v. 13, n. 3, pp. 389-398, 2007. MARANDOLA,

Áurea;

MARANDOLA

JR.,

Eduardo.

O

papel

dos

conhecimentos geográficos na Educação Infantil. In: FUSCALDO, W.C.; MARANDOLA JR., E. Quem tem medo do interior? – urbano-rural: que espaço é esse? Londrina: Ed. UEL, 2001. pp.31-34. MARQUETI, Elza H. Re(pensar) a educação sob o prisma dos valores humanos do sentimento, da ética e da moral. Ciênc. Geo., v.5, n.13, pp.55-62, 1999. MEDINA, Naná Mininni. A formação dos professores em educação ambiental. In: VIANNA, Lucila Pinsardi. Panorama da educação ambiental no ensino fundamental. Brasília: MEC/SEF, 2001. pp.17-24. MIRANDA, Érica; SCHALL, Virgínia; MODENA, Celina. Representações sociais sobre educação ambiental em grupos da terceira idade. Ciênc. Educ., v. 13, n. 1, pp. 15-28, 2007. MOLES, Abraham A. As ciências do Impreciso. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 1995. 236 p. MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento complexo. Paris: ESF, 1991. 184 p. OLIVEIRA, Lívia de. A formação do professor de geografia. Ciênc. Geo., v.8, n.22, pp.43-45, 2002. PALMER, Joy A. Environmental Education in the 21th Century: Theory, Practice, Progress and Promise. London: Routledge, 1998. 284 p. PELICIONI, Maria Cecília Focesi. Educação ambiental, qualidade de vida e sustentabilidade. Saúde Soc., v.7, n.2, pp.19-31, 1998. PESSOA, Gustavo Pereira; BRAGA, Rosalina Batista. Educação ambiental escolar e qualidade de vida: desafios e possibilidades. Rev. Eletrônica Mestr. Educ. Ambient., v. 24, 2010. pp.142-155. PHILIPPI JR., Arlindo; PELICIONI, Maria Cecília Focesi. Educação ambiental e sustentabilidade. Baueri: Manole, 2005. 890 p.

38

PORTELA, Sérvio Túlio; BRAGA, Francisco de Assis; AMENO, Helena Alvim. Educação ambiental: entre a intenção e a ação. Rev. Eletrôn. Mestr. Educ. Ambient., v. 24, 2010. pp. 331-340. ROCHA,

Ronaldo

Gazal.

Ecoideologias

associadas

aos

movimentos

ambientais: contribuições para o campo da educação ambiental. Educar, n. 27, pp. 55-73, 2006. RUSCHEINSKY, Aloísio. Educação Ambiental: abordagens múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 2002. 184 p. SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda., 1998. 274 p. SILVA, Lúcia Maria Alves; GOMES, Edvânia Torres Aguiar; SANTOS, Maria de Fátima de Souza. Diferentes olhares sobre a natureza – representação social como instrumento para educação ambiental. Estud. Psicol., v.10, n.1, pp.41-51, 2005. STERLING, Stephen. Education in Change. In: HUCKLE, John.; STERLING, Stephen. (org). Education for sustainability. London: Earthscan Publications Ltda, 1996. p. 18-39. TRISTÃO. Martha. Tecendo os fios da educação ambiental: o subjetivo e o coletivo, o pensado e o vivido. Educ. Pesqui., v. 31, n. 2, pp. 251-264, 2005.

39

ANEXOS

40

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO SOCIOAMBIENTAL (Pode ser utilizado para diagnóstico local). A) DADOS DA POPULAÇÃO. 1.Qual a renda média da família? ( ) até um salário mínimo ( ) até três salários mínimos ( ) acima de quatro salários mínimos 2. Quantas pessoas moram em média na casa? ( ) até três ( ) ate quatro ( ) cinco ou mais 3. Qual e a escolaridade do pai? ( ) ensino fundamental incompleto ( ) ensino fundamental completo ( ) ensino médio completo ( ) ensino superior 4. Qual e a escolaridade da mãe? ( ) ensino fundamental incompleto ( ) ensino fundamental completo ( ) ensino médio completo ( ) ensino superior 5. Qual o lazer da família? ( ) televisão ( ) cinema ( ) passear ( ) festa ( ) leitura ( ) outros B) DADOS SOBRE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO 6. Qual o meio de comunicação com que mais se informam sobre as noticias da atualidade? ( ) radio ( ) televisão ( ) jornal escrito ( ) Internet ( ) revista ( ) na igreja

41

7. Qual o programa de TV favorito assistido pela família? Até duas opções. 8. Qual o programa de rádio predileto da família. Até duas opções. C) DADOS GERAIS SOBRE O BAIRRO 11. Quais são os principais problemas do bairro? ( ) transporte ( ) comércio ( ) violência e roubo ( ) sujeira e saúde ( ) esgoto ( ) asfalto ( ) falta área de lazer ( ) água limpa ( ) falta de escola 11. Qual o principal problema ambiental do bairro? 12. Como fazer para melhorar o problema ambiental do seu bairro _____________________________________________________________________________

42

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.