A Educação Musical Através da Banda Filarmônica São Miguel.

July 9, 2017 | Autor: G. Cavalcante da ... | Categoria: Music Education, Music History, Musicology
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UCAM- UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES GILMAR CAVALCANTE DA SILVA

A EDUCAÇÃO MUSICAL ATRAVÉS DA BANDA FILARMÔNICA SÃO MIGUEL.

Artigo Científico encaminhado à Universidade Cândido Mendes- UCAM, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Educação Musical.

JOÃO PESSOA- PB 2014

 

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A EDUCAÇÃO MUSICAL ATRAVÉS DA BANDA FILARMÔNICA SÃO MIGUEL.

Gilmar Cavalcante da Silva1

RESUMO O presente trabalho teve por objetivo discorrer de maneira breve sobre a importância da Banda Filarmônica São Miguel no processo da educação musical de crianças e jovens através de breve esboço do contexto histórico e compreensão da metodologia que é aplicada ao processo de ensino da música e sua influência para o desenvolvimento intelectual dos estudantes. Este trabalho se desenvolveu através do método qualitativo e tomou por base referencial, trabalhos realizados no contexto da educação musical, levando em consideração o trabalho que é desenvolvido na banda. Os resultados ressaltaram a necessidade da busca permanente por meios que viabilizem melhorar a abrangência do ensino da música através da referida instituição já que o processo de musicalização acontece através da mesma. Palavras- chave: Musica, Educação Musical, Filarmônica São Miguel.

Introdução A Filarmônica São Miguel é uma organização civil sem fins lucrativos, fundada em abril de 1964 através de doações feitas por fazendeiros e comerciantes da cidade de Barra de São Miguel na Paraíba, cidade a aproximadamente 210 Km’s da capital João Pessoa na micro região do cariri oriental, com o intuito de “abrilhantar” festividades religiosas e profanas do município e tem cumprido uma importante função social tendo em vista o seu engajamento ao calendário cultural do município ao longo de quase 50 anos, desde a sua fundação, e para tal se fez e faz-se necessário formar seus próprios integrantes, mas, qual a importância da Filarmônica São Miguel para a educação musical? A música, incontestavelmente, exerce influências positivas para o desenvolvimento cognitivo, ou desenvolvimento intelectual, de crianças e jovens. Afirmação comprovada através de pesquisas realizadas em escolas nos Estados Unidos- através do departamento de medicina da universidade de Harvard- e na Alemanha, entre dois grupos de alunos, musicistas e não musicistas, revelaram superioridade de raciocínio lógico no grupo dos musicistas. [..] alunos que receberam aulas de música apresentavam resultados de 15 a 41% superiores em testes de proporções e frações do que os de outras crianças. (NOGUEIRA, 2003, p. 2)

                                                                                                                1  Bacharel em música pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba), trompetista na Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa- PB.  

 

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Se os musicistas apresentaram maior acuidade em relação aos não musicistas, esta razão corrobora com a ideia da necessidade de se considerar a banda de música como veículo que contribui para o desenvolvimento cognitivo através da musicalização. Devemos salientar que a atividade de musicalizar não deve estar intrinsecamente ligada à busca pela formação profissional, embora esta possibilidade não deva ser descartada, apenas não se limita a ela, mas também, ao fazer compreender e utilizar as ferramentas necessárias ao ouvir ou executar música de maneira mais atenta. Segundo Copland (1939 apud Horta, 1974, p. 5): A maneira mais simples de ouvir música é entregar-se totalmente ao próprio prazer do som [...] Todos nós ouvimos música de acordo com as nossas aptidões variáveis. Mas, para utilidade da análise, o processo completo da audição pode se tornar mais claro se nós o decompusermos nas suas partes componentes. Sob um certo aspecto, todos nós ouvimos música em três planos distintos. À falta de terminologia mais exata, poderíamos chamá-los de (1) plano sensível, (2) plano expressivo, (3) plano puramente musical. A única vantagem de dividir dessa maneira o processo auditivo é a visão mais clara que se pode ter da maneira como se ouve..

Jovens recém chegados à escola apresentam referências e capacidades de assimilação diferentes e este fato, na maioria das vezes, está atrelado às origens do mesmo, assim sendo, há a necessidade de a sistematização da educação musical apreciar tais referências respeitando tais diferenças de assimilação e, objetivando uma musicalização mais consistente, explora-las. De acordo com Gagnard (1971, pp. 46-47), certamente os estudantes estarão mais dispostos a redescobrir o que já conheciam atentando de maneira diferente ao ouvir música tradicional do que se adequar a um sistema de ensino baseado em uma ordem cronológica que, a um primeiro momento, permanece à margem da época em que se vive. Este fato poderá despertar no mesmo jovem o interesse pela música de séculos recorrentes. Seguindo esta linha de raciocínio e a trazendo para o ambiente da banda de música, onde a mesma se transforma em um “laboratório” e trabalha a música sobre uma perspectiva que envolve a teoria e a prática como meios para a musicalização, as reflexões apresentadas neste artigo, a partir de referenciais teóricos, entrevistas semiestruturadas e também de resultados da observação participante, vêm nos auxiliar a elucidar a importância da banda filarmônica São Miguel para a educação musical. Guardadas as proporcionais diferenças oriundas de ordem social, estas, por sua vez, podem ser consideradas e pesquisadas com mais aprofundamento em outros trabalhos.

 

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Desenvolvimento A música é uma forma de expressão onipresente na história da humanidade e tem sido aplicada às mais diversas funções. Sejam estas, religiosas, profanas, ou militares, geralmente aplica-se música com o intuito de dar ênfase, especificidade e de um modo geral de enriquecer tais manifestações. De acordo com esta afirmação pode-se entender que a música exerce importantes funções culturais, por outro lado, muitas vezes hesitamos ao tratar a música como aliada ao processo educacional e a relevância da sua função social. Afirma-se sobre educação musical ser a área encarregada de promover o contato do indivíduo com a música, o que pode acontecer de duas maneiras. De maneira assistemática, ou seja, quando se dá através do meio em que este indivíduo está inserido- podendo-se citar desde o ambiente familiar até o que está relacionado com o folclore- e também do que é produzido através da chamada indústria cultural e que é difundido através dos diversos meios de comunicação como, rádio, televisão e internet. E de maneira sistemática através das escolas, o que representa a forma dominante da sistematização. Sobre a maneira assistemática de educação musical, vista de uma perspectiva que envolve o potencial de desenvolvimento intelectual. A capacidade de assimilação do pequeno estudante é determinada tanto pelo nível do seu meio quanto pelos genes herdados de seus pais [...] Dado que o ouvido é (cronologicamente) o primeiro sentido a despertar após o nascimento- uma vez que o bebê reage à voz da mãe quando ainda é incapaz de ver seja o que for- o meio sonoro em que evolui é, sob todos os aspectos, extremamente importante. A criança acostumada a ouvir música [...] integra, sem se aperceber, o mundo dos sons no seu universo interior. (GAGNARD, 1971, p. 45).

Na cidade de Barra de São Miguel a Filarmônica São Miguel atua como veículo responsável pela promoção do contato dos jovens com a música, porém, este contato não acontece de maneira sistemática. A sistematização dos conteúdos é encontrada na maioria das disciplinas escolares e está nas mãos “dos” professores [...] É também verdade que, muitas vezes, é o livro didático que fornece os elementos para tal sistematização, e não a construção de um conjunto de conhecimentos elaborados e refletidos pelos docentes cientificamente. (ROSÁRIO; DARIDO, 2005, p. 168).

Neste sentido da sistematização da educação musical, a banda filarmônica atualmente não exerce a função de um veículo cujas atividades estejam atreladas diretamente ao currículo escolar.

 

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Sarviani (2005), ao se referir à LDB nacional na redação do artigo 18, segundo o mesmo: os poderes públicos providenciarão para que as escolas progressivamente sejam convertidas em centros educacionais dotados de toda a infraestrutura física, técnica e de serviços necessária ao desenvolvimento de todas as etapas da educação básica. Comenta que: [...] Eu estava querendo contemplar todo um conjunto de atividades que permitiriam incorporar aos currículos das escolas experiências artísticas reais como aquelas que são desenvolvidas regularmente em centros culturais mas, infelizmente, à margem das escolas. (SARVIANI, 2005, p. 328).

Ou seja, o autor reconhece a influência dos centros culturais através desta afirmação que, decerta forma, vem reforçar a importância das atividades da banda- neste caso considerando-a como centro cultural- que mesmo não fazendo parte do currículo escolar vem a propiciar experiências artísticas mais realistas. Banda filarmônica, ou banda de música, são expressões que remetem à música militar. Nos Estados Unidos, até os dias atuais, é mais comum se referir “à” esta formação como military band do que wind band (DANTAS, 2004, p. 3). Ainda segundo o mesmo autor, os turcos teriam influenciado a Europa após usarem estridentes grupos percussivos para o deslocamento ritmado das tropas de seu exército o que contribuiria com a ideia de música para marcha originando diferentes estilos de marcha como o pasodoble na Espanha e a marcha de passo dobrado ou, simplesmente, dobrado em Portugal- termo que mais tarde passaria a ser usado também no Brasil- e afirma-se ter surgido no Brasil ainda durante o período colonial. Em Pernambuco estabeleceu- se, em 1645, uma banda do exército com clarins, charamelas e outros instrumentos belicosos (KIEFER, 1977, p. 17). Desde então, as bandas de música sofreram influências e adaptaram-se às diferentes culturas. Influenciando também a criação de novos instrumentos e o aperfeiçoamento de outros e em alguns casos a adoção de instrumentos de uso mais característico nas bandas sinfônicas e orquestras sinfônicas, como a trompa- substituta do sax horn- flautas transversal e piccolo, oboé, entre outros. A banda sinfônica difere da banda filarmônica no tocante à instrumentação, acrescentando-se a esta formação o contra baixo acústico e, as vezes, piano ou harpa, e geralmente as bandas sinfônicas não marcham tocando- como a filarmônica- e, na maioria dos casos, tem repertório específico que também se diferencia do repertório da filarmônica, esta por sua vez, pode apresentar composições próprias e direcionadas à aquela formação. Sobre este fato, Holanda Filho (1989 apud ALMEIDA, 2008, p. 3) afirmou que:

 

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As bandas, apesar de todas as modificações sofridas por imposições várias da sociedade, ainda mantêm o seu papel de formação profissional e educação artística musical em suas sedes, formando músicos para o mercado consumidor, que são os componentes e integrantes das orquestras sinfônicas e populares, as bandas militares, os conjuntos musicais, arranjadores e professores de música.

Atualmente os instrumentos usados, e consequentemente, os que se ensinam na banda filarmônica São Miguel, bem como na maioria das bandas de música de igual natureza, incluem: Flauta piccolo e flauta transversal, requinta, clarinete, saxofone alto e sax tenor, trompete, trombone, euphonium (bombardino), tuba, pratos, caixa, bombo e para apresentações paradas a banda conta com um set básico de instrumentos de percussão o que inclui principalmente instrumentos usados na música folclórica brasileira. No ensino de música através da Filarmônica São Miguel predominam atividades que baseiam-se no desenvolvimento da leitura da notação musical e na habilidade de aprender algum instrumento, bem como, na realização de apresentações em lugares abertos, auditórios, escolas, etc. A banda filarmônica que atende a cerca de 50 alunos, o que independe de renda familiar ou origem social, proporciona, através de suas aulas, um ambiente de estudos onde estão presentes, entre os alunos e musicistas da banda, crianças e jovens com idades entre 9 a 15 anos os quais recebem aulas teóricas durante o primeiro ano, pelo menos quatro vezes por semana (horário que respeita os horários de aulas na escola) entre manhã, tarde e noite. No segundo ano estes continuam a receber aulas teóricas e passam também a receber aulas práticas de instrumentos de percussão e de sopro (instrumentos já citados anteriormente) e consequentemente começam a se apresentar em público com a banda. Os alunos não precisam pagar pelas aulas, uma vez que a instituição funciona a título de sociedade e a prefeitura do município apoia a banda mantendo a gratificação do regente e professor de música que também recebe ajuda não remunerada de um dos ex-integrantes para ministrar aulas básicas de teoria e prática e também para a na organização dos ensaios e apresentações. Sobre a metodologia de ensino de música que é aplicada na banda, é a do ensino coletivo de instrumentos, método por vezes controverso do ponto de vista pedagógico pela atribuição de objetivos sócio-políticos pouco específicos de acordo com Mateiro (2006 p. 115) e por se objetivar os resultados sem enfatizar de maneira mais específica o processo de aprendizagem. Ainda de acordo com este pensamento, Libâneo (1987 apud MATEIRO, 2006, p. 122), afirma que:

 

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[...] uma boa parte dos professores, provavelmente a maioria, baseia sua prática em prescrições pedagógicas que viram senso comum, incorporadas quando de sua passagem pela escola ou transmitidas pelos colegas mais velhos; entretanto, essa prática contém pressupostos teóricos implícitos.

O Movimento Música Viva, que surgiu após a segunda guerra mundial liderado por Hans-Joachim Koellreuter e apoiado por outros grandes compositores da época como, Guerra Peixe, Cláudio Santoro e Edino Krieger, o qual defendia o combate pela música que revela o eternamente novo, isto é: por uma arte musical que seja a expressão real da época e da sociedade de acordo com Mateiro (2006), firmou alguns pontos sobre a educação musical em um manifesto, dentre os estes pode-se citar o primeiro: Educar a coletividade utilizando as inovações técnicas a fim de que ela se torne capaz de selecionar e julgar o que de melhor se adapta à personalidade de cada um dentro das necessidades da coletividade. (MATEIRO, 2006, p. 116).

Ainda falando sobre metodologia, é possível reconhecermos duas linhas pedagógicas, a tradicional e a alternativa. Sobre as mesmas: A tradicional aproxima-se do modelo de educação tecnicista e tem por objetivo a formação de instrumentistas, cantores, compositores e/ou regentes. Profissionais que seguem essa linha defendem a música como privilégio dos bem dotados musicalmente. Em geral apresentam resistências em aceitar novas propostas na área. Princípio da teoria também denominada de tradicional. Já a alternativa advoga a música como uma prática de todos centrada na iniciativa e nos interesses dos alunos. ressalta a ampliação do universo sonoro, expressão musical através da vivência e da experimentação livre, liberação das emoções, valorização do folclore e da música nacional [...] Teoria progressista. Fonterrada (1993 apud MATEIRO, 2006, pp. 122123).

Mesmo o ensino de música baseando-se na linha pedagógica tradicional e este fator pareça limitar a atuação da banda, o trabalho desenvolvido pela mesma tem repercutido de maneira positiva e tem atendido a um número crescente de interessados por aprender música. A banda se faz importante não apenas para o cotidiano dos músicos que a compõem, mas, a comunidade enxerga a banda como um veículo de manutenção da cultura, de formação social, humana e sobretudo de formação cidadã. Uma vez que proporciona um ambiente onde, além do desenvolvimento das habilidades musicais, se explora, indiretamente, o aprender a conviver em harmonia com a coletividade respeitando as diferenças, a ter disciplina e atitude. Em entrevista, uma mãe que revelou: Tenho três dos meus filhos estudando música na banda filarmônica e depois que um deles, o mais problemático, começou a estudar música na banda o comportamento em casa melhorou bastante. Reduziram-se os atritos familiares, e ele até está recebendo elogios na escola, o desempenho e o comportamento por lá também apresentaram melhora, principalmente depois que o maestro começou a cobrar mais responsabilidade dele na banda. (Entrevista à mãe de três estudantes, 27/03/2014).

 

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De maneira indireta, o processo de educação musical através da banda também tem contribuído e influenciado positivamente o desempenho escolar dos estudantes que fazem parte da mesma. Atualmente cem por cento dos alunos de música estão matriculados na escola e os pais encaram as atividades da banda como positivas e salutares, e muitos incentivam o estudo e a prática musical. Da mesma forma acontece com os estudantes, estes encaram as atividades definindo- as como prazerosas, e embora seja precipitado em muitos casos afirmar ou não sobre as pretensões de profissionalização musical destes alunos em detrimento da faixa etária da maioria, alguns afirmam interesse pela carreira profissional na música. Quando consideramos a música por uma perspectiva de profissionalização, é sabido que a família exerce um dos principais fatores que influenciam a carreira musical. Se os pais apreciam música e estimulam os filhos a estudarem e lhes apresentam, ou não, perspectivas de profissionalização, esta idealização pode direcionar o futuro do pequeno de maneiras diferentes. Algumas gerações foram contempladas com uma educação onde a música era uma atividade praticamente obrigatória [...] No entanto, mesmo proporcionando educação musical aos filhos, muitos pais não demonstravam perspectivas em uma carreira profissional. Quanto aos pais que acreditavam ou geravam expectativas num futuro profissional, estavam sempre atentos ao desempenho e desenvolvimento musical dos filhos, muitos dos quais viriam a se destacar no cenário musical nacional e internacional. (GROSMAN, 2011, p. 69).

As influências psicológicas que a música exerce sobre o indivíduo e como este processa a música que ouve são indagações pertinentes à Teoria Psicológica segundo Hentschke (1993 apud MATEIRO, 2006, p. 128). Que remete aos processos cognitivos envolvidos no processo da aprendizagem musical. Conclusão A fusão da música com a educação e a cultura é influenciada pelos costumes e práticas culturais locais como, por exemplo, as práticas religiosas e políticas. A pesar de o trabalho de educação musical que é desenvolvido na banda filarmônica São Miguel acontecer de maneira positiva, de maneira geral- para efeito de organização da banda no sentido de melhorar a qualidade e a abrangência do trabalho- necessita-se de um melhor planejamento e sistematização do processo ensino- aprendizagem da música. Atualmente as aulas de música através da banda filarmônica se voltam especialmente a quem se interessa em compor a banda, em outras palavras, as aulas na banda permanecem a acontecer em face à necessidade da formação de músicos com objetivo de mantê-la. Porém,

 

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pela relevância, importância e razões já mencionadas neste trabalho faz-se necessário, mesmo dentro das sabidas limitações e condições, que a filarmônica possa expandir o foco da atuação e atender também aos que se interessam a estudar música sob um ponto de vista menos técnico. Formação que também pode acontecer através da realização periódica de concertos didáticos, palestras, máster classes (estas podem ser promovidas pelos próprios estudantes), embora não seja suficiente para a promoção de uma musicalização consistente, desperta para uma melhor compreensão dos processos que envolvem o fazer e o ouvir música. À prática das atividades da banda por parte dos professores, carece uma maior observação do processo que ocorre durante a aprendizagem, não somente dos resultados. Os professores devem se manter atualizados e procurar acompanhar as transformações nos sistemas educacionais, bem como, estarem aptos a realizar reflexões críticas permanentes a respeito da sua metodologia e dos seus métodos. Não existe referencia única de formação, fato que se deve aos desafios que envolvem a compreensão das relações sociais e do comportamento humano perante os valores em transformação. Por esta razão faz-se iminente a necessidade da busca por uma prática pedagógica coerente. Em outras palavras, o ensino de música através da banda pode ser menos tecnicista e mais progressista, ou seja, de acordo com as linhas pedagógicas apresentadas neste trabalho, pode ser menos tradicional e mais alternativo. Visto pelo exposto, conclui-se que as influências da educação musical promovida através da banda filarmônica São Miguel exercem um papel de cidadania cujos benefícios vão além da musicalização, trazendo reflexos positivos para os alunos e para a comunidade. Esta passa a reconhecer a banda como um veículo de socialização, além de um patrimônio cultural. Por esta razão todos o esforços que se aplicam a apoiar e incentivar as atividades da banda devem ser vistos como investimento a almejar uma sociedade mais consciente e participativa onde o acesso à formação cultural não seja um privilégio de poucos. REFERÊNCIAS ALMEIDA, José Robson Maia de, De Volta ao Coreto: Um estudo sobre a banda de música de Icapuí, XVII ABEM, São Paulo, out. 2008. COPLAND, Aaron, What To Listen For In Music, The McGraw- Hill Book Company, 1939. Traduzido por, HORTA, Luiz Paulo, Como ouvir (e entender) Música, Editora Arte Nova, Rio de Janeiro, 1974. DANTAS, Fred, A filarmônica hoje, (s.l.), Salvador, maio, 2004. GAGNARD, Madeleine, L’Initiation Musicale des Jeunes, Casterman 1971, Traduzido por TINOCO, José Luís, Iniciação musical dos jovens, Editora Estampa Ltda. 1974.

 

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GROSMAN, Miriam, A atuação da família no desenvolvimento das habilidades do futuro músico. Revista do Programa de Pós Graduação em Música da Universidade Federal do Paraná, vol. 4, nº 2, setembro 2011. KIEFER, Bruno, História da Música Brasileira, Dos primórdios ao início do século XX, Editora Movimento, Porto Alegre 1977. MATEIRO, Teresa de Assunção Novo, Educação musical nas e escolas brasileiras: Retrospectiva histórica e tendências pedagógicas atuais. Revista Nupeart, nº 4, setembro 2006. NOGUEIRA, Monique Andries, A Música e o desenvolvimento da criança. Revista da UFG, vol. 5, nº2, dez. 2003. ROSÁRIO, Luís Fernando Rocha, & DARIDO, Suraya Cristina, A sistematização dos conteúdos da educação física na escola: a perspectiva dos professores experientes, Motriz, Rio Claro, v.11 n.3 p.167-178, set./dez. 2005. SARVIANI, Dermeval, A Educação Musical no Contexto da Relação entre Currículo e Sociedade, Revista de Ciências da Educação p. 321 a 329. Lorena- São Paulo, 2003. PROJETO CIÊNCIAS SOCIAIS, Educação Musical, Wikipédia, 2014, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_musical, Acesso em 18/02/2014.

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